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Circuitos Elétricos Capacitores em Corrente Contínua - Rev0 www.portaleletronica.com.br Prof. Ricardo Tadeu Ferracioli 1. INTRODUÇÃO Nos circuitos de corrente contínua puramente resistivos a tensão e a corrente permanecem constantes ao longo do tempo, logo a única variação que pode ocorrer é quando se liga ou desliga o circuito com uma chave ou interruptor. Nos circuitos com capacitores, isso não ocorre tendo em vista que à medida que o capacitor se carrega, o campo elétrico em seu interior se altera. Essa alteração do campo elétrico gera mudança nos valores de tensão e corrente gradativamente, até que atinjam o valor final. Ao atingir o valor final, ele assim permanece constante (regime permanente). Esse comportamento é observado tanto ao ligar quanto ao desligar o circuito e é bem representado por uma função exponencial. 2. CAPACITORES São dispositivos cuja finalidade e armazenar cargas elétricas em suas armaduras. É um dispositivo elétrico que consiste em duas placas condutores de metal separadas por um material isolante denominado dielétrico. Figura 2.1: Simbologias do capacitor. 3. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO O capacitor armazena a carga elétrica no dielétrico. As duas placas A e B do capacitor mostrada na Figura 3.1 são eletricamente neutras uma vez que existem tanto prótons (carga positiva) quanto elétrons (carga negativa) em cada placa. Portanto, o capacitor não possui carga.

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1. INTRODUÇÃO

Nos circuitos de corrente contínua puramente resistivos a tensão e a corrente

permanecem constantes ao longo do tempo, logo a única variação que pode

ocorrer é quando se liga ou desliga o circuito com uma chave ou interruptor.

Nos circuitos com capacitores, isso não ocorre tendo em vista que à medida que

o capacitor se carrega, o campo elétrico em seu interior se altera. Essa alteração

do campo elétrico gera mudança nos valores de tensão e corrente

gradativamente, até que atinjam o valor final. Ao atingir o valor final, ele assim

permanece constante (regime permanente).

Esse comportamento é observado tanto ao ligar quanto ao desligar o circuito e

é bem representado por uma função exponencial.

2. CAPACITORES

São dispositivos cuja finalidade e armazenar cargas elétricas em suas

armaduras.

É um dispositivo elétrico que consiste em duas placas condutores de metal

separadas por um material isolante denominado dielétrico.

Figura 2.1: Simbologias do capacitor.

3. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

O capacitor armazena a carga elétrica no dielétrico. As duas placas A e B do

capacitor mostrada na Figura 3.1 são eletricamente neutras uma vez que existem

tanto prótons (carga positiva) quanto elétrons (carga negativa) em cada placa.

Portanto, o capacitor não possui carga.

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Figura 3.1

Agora, conectamos uma bateria às placas conforme mostrada na Figura 3.2. Ao

se fechar a chave S, a carga negativa da placa A é atraída para o terminal

positivo da bateria, enquanto a carga positiva da placa B é atraída para o terminal

negativo da bateria. Esse movimento de cargas continua até que a diferença de

cargas entre as placas A e B seja igual à força eletromotriz (tensão) da bateria.

Agora o capacitor está carregado. Como praticamente nenhuma carga pode

cruzar a região entre as placas, o capacitor permanecerá nesta condição mesmo

que a bateria seja retirada.

Figura 3.2: Simbologias do capacitor.

Entretanto, se for colocado um condutor através das placas, com a bateria

desconectada, os elétrons encontraram um caminho para voltar à placa A e as

cargas em cada placa são novamente neutralizadas. O capacitor agora está

descarregado.

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4. CAPACITÂNCIA

Capacitância é a capacidade de armazenamento de carga elétrica. A

capacitância é igual à quantidade de carga que pode ser armazenada em um

capacitor dividida pela tensão aplicada às placas:

𝐶 = 𝑄

𝑉 (4.1)

em que:

• V é a tensão entre as armaduras do capacitor, medida em volt;

• Q é a quantidade de carga, em coulomb (C);

• C é a capacitância do capacitor, dada em farad (F).

A Equação (4.1) pode ser reescrita como a seguir:

𝑄 = 𝐶 𝑉 (4.2)

Essa unidade é de ordem de grandeza elevada, por isso costuma-se trabalhar

com seus submúltiplos:

• Microfarad: 1 𝜇𝐹 = 1𝑥10−6 𝐹

• Nanofarad: 1 𝑛𝐹 = 1𝑥10−9 𝐹

• Picofarad: 1 𝑝𝐹 = 1𝑥10−12 𝐹

Sob tensão excessiva, os capacitores podem sofrer danos irreparáveis. A tensão

máxima que eles são capazes de suportar entre suas armaduras sem que isso

ocorra e chamada tensão de isolação. Tanto os valores da capacitância como

da tensão de isolação são indicados pelos fabricantes no próprio capacitor. Em

alguns deles, a identificação é feita mediante um código de cores associado a

algarismos, como mostram a figura 4.1.

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Figura 4.1: Significado das faixas os capacitores.

5. ENERGIA ARMAZENADA

A energia armazenada pelo capacitor e dada pela expressão:

𝐸 =1

2 𝑄𝑉 (5.1)

em que:

• E é a energia armazenada, dado em joule;

• Q é a quantidade de carga, em coulomb (C);;

• V e a tensão entre as armaduras do capacitor, medida em volt.

e pode ser obtida calculando a área no gráfico da carga em função da tensão:

(figura 5.1).

Figura 5.1: A energia armazenada no capacitor é numericamente igual a área A sob a curva.

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Exemplo 5.1

Qual a carga de um capacitor de 2,2 mF, bem como sua energia armazenada,

quando e submetido a uma tensão de 80 V?

Solução:

𝑄 = 𝐶 𝑉 ⇒ 𝑄 = 2,2𝑥10−3 . 80 ⇒ 𝑄 = 176𝑥10−6 𝐶 ⇒ 𝑸 = 𝟏𝟕𝟔 𝝁𝑪

𝐸 =1

2 𝑄𝑉 ⇒ 𝐸 =

1

2 (176𝑥10−6 . 80) ⇒ 𝑬 = 𝟕, 𝟎𝟒 𝒎𝑱

Exemplo 5.2

Um capacitor de 150 mF é usado e uma câmara fotográfica para armazenar

energia. Suponha que o capacitor foi carregado a 200V. Qual é o valor da energia

armazenada neste capacitor?

Solução:

𝑄 = 𝐶 𝑉 ⇒ 𝑄 = 150𝑥10−3 . 200 ⇒ 𝑸 = 𝟑𝟎 𝒎𝑪

𝐸 =1

2 𝑄𝑉 ⇒ 𝐸 =

1

2 (30𝑥10−3 . 200) ⇒ 𝑬 = 𝟔 𝑱

5.1. Capacitor

Também denominado capacitor de placas paralelas, é constituído de duas

armaduras condutoras, que normalmente são circulares, mas também podem

ser retangulares, dispostas paralelamente. Nesse caso, há entre as armaduras

do capacitor um campo elétrico uniforme.

Para um capacitor plano com armaduras de área A (em metro quadrado), com

carga armazenada Q (em coulomb), separadas por uma distância d (em metro)

pelo dielétrico vácuo (figura 5.2), pode-se escrever:

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em que ε0 é a permissividade absoluta do vácuo, que no SI vale:

Figura 5.2: Parâmetros de um capacitor plano.

Com a inclusão, entre as armaduras do capacitor, de um dielétrico solido

diferente, ocorre diminuição no campo elétrico (E) entre elas, devido a efeitos

atômicos no dielétrico, como a polarização das partículas em seu interior, que

criam um campo Ed (figura 5.3).

Figura 5.3: Efeito de um dielétrico entre as armaduras de um capacitor.

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A relação entre a permissividade em um dielétrico qualquer (ε) e a

permissividade absoluta do vácuo (ε0) é denominada constante dielétrica ou

permissividade relativa (εr):

A tabela abaixo apresenta a permissividade relativa de alguns materiais.

Desse modo, para um capacitor plano com dielétrico, pode-se escrever:

Ou

De acordo com os valores de εr apresentados e lembrando que C = Q/V, pode-

-se concluir que a vantagem da utilização de um dielétrico qualquer consiste no

aumento da capacitância do capacitor, ou, ainda, para uma mesma capacitância

e mesma carga armazenada, a tensão aplicada entre as armaduras será menor.

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Em termos construtivos, e possível também afirmar que, para uma mesma

capacitância, as dimensões do capacitor com dielétrico qualquer serão menores.

Assim:

Exemplos 5.3:

Dado um capacitor plano, com aérea de 1 𝑐𝑚2, distância entre as armaduras de

1 mm e carga armazenada de 8,85𝑥10−12 C, determine sua capacitancia e a

tensão entre suas armaduras.

Solução:

Como não há menção, supõe-se que o dielétrico seja o vácuo:

Exemplos 5.4:

Determine a capacitância e a tensão entre as armaduras do mesmo capacitor,

mas com dielétrico mica.

Solução:

A permissividade relativa do dielétrico mica é 5. Portanto:

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5.2. Associação de Capacitores

Consiste na determinação da capacitância total ou equivalente (CT ou Ceq) que

represente numericamente a capacitância de um grupo de capacitores ligados

de uma maneira qualquer.

Associação em série

A carga em cada um dos capacitores será a mesma devido a indução nas

armaduras de cada capacitor e entre as armaduras dos capacitores do circuito.

Ou seja:

Q = constante

A tensão total é a soma das tensões dos capacitores.

V = V1 + V2 + ... + Vn

Como:

𝑉 =𝑄

𝐶

Então:

𝑄

𝐶𝑒𝑞=

𝑄

𝐶1+

𝑄

𝐶2+ ⋯ +

𝑄

𝐶𝑛

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Dividindo a expressão por Q, obtém-se expressão análoga a de resistores em

paralelo:

Portanto, destacam-se duas situações particulares:

a) Para dois capacitores diferentes em serie:

b) Para n capacitores iguais em serie:

𝐶1 = 𝐶2 = ⋯ = 𝐶𝑛 = 𝐶

𝐶𝑒𝑞 =𝐶

𝑛

Associação em paralelo

A tensão entre as armaduras dos capacitores será constante e a carga

armazenada em cada um, proporcional a sua capacitância.

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Portanto:

𝑄 = 𝑄1 + 𝑄2 + ⋯ + 𝑄𝑛

Como Q = CV, substituindo as cargas correspondentes na expressão:

𝐶𝑒𝑞𝑉 = 𝐶1𝑉 + 𝐶2𝑉 + ⋯ + 𝐶𝑛𝑉

Dividindo a expressão por V, obtém-se expressão análoga a de resistores em

serie:

𝐶𝑒𝑞 = 𝐶1 + 𝐶2 + ⋯ + 𝐶𝑛

Exemplos 5.5:

Dados: C1 = 20 μF, C2 = 2 μF, C3 = 3 μF.

Determine a carga, a tensão e a energia armazenada em cada capacitor.

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Solução:

Usando a expressão para capacitores em paralelo, obtém-se o valor de C’:

Cálculo do capacitor equivalente

Pode reduzir o circuito encontrando o capacitor equivalente C’ aos capacitores

C2 e C3, em paralelo. Em seguida, encontra-se o capacitor equivalente ao

conjunto C1 e C’, em serie.

𝐶′ = 𝐶2 + 𝐶3 ⇒ 𝐶′ = 2 μ + 3 μ ⇒ 𝐶′ = 5 μ𝐹

Em seguida, usa-se a expressão do capacitor equivalente para dois capacitores

em serie para determinar 𝐶𝑒𝑞:

𝐶𝑒𝑞 =𝐶1 𝐶′

𝐶1 + 𝐶′=

20 . 5

20 + 5= 4 𝜇𝐹

Cálculo da tensão e da carga em cada capacitor

A carga armazenada em C1 e C’ é a mesma do capacitor equivalente (circuito

em serie), ou seja:

𝑄 = 𝐶𝑒𝑞 . 𝑉 = 4𝜇 . 12 = 48 𝜇𝐶

𝑉1 =𝑄

𝐶1=

48

20= 2,4 𝑉

𝑉′ =𝑄

𝐶′=

48

5= 9,6 𝑉

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ou

Por Kirchhoff temos:

Cálculo da energia armazenada

Exemplo:

Quantos capacitores de 1,0 μF devem ser ligados em paralelo para acumularem

uma carga de 1 C na associação? Considere que a ddp aplicada à associação

seja de 110 V.

Solução:

𝑉𝐴𝐵 = 110 𝑉; 𝐶 = 1 𝜇𝐹; 𝑄 = 1 𝐶

Vamos determinar a capacitância equivalentes

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𝐶𝑒𝑞 =𝑄

𝑉 ⇒ 𝐶𝑒𝑞 =

1 𝐶

110 𝑉 ⇒ 𝐶𝑒𝑞 = 9,09 𝑚𝐹

Como a capacitância equivalente é a soma das capacitâncias, temos que:

𝐶𝑒𝑞 = 𝐶1 + 𝐶2 + ⋯ + 𝐶𝑛

𝐶𝑒𝑞 = 𝑛 . 𝐶 ⇒ 9,09 𝑚 = 𝑛 .1𝜇 ⇒ 𝑛 = 9090,9 𝑐𝑎𝑝𝑎𝑐𝑖𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠

Exemplo:

Para a associação representada na figura abaixo, considerando C1 = 10,0 F,

C2 = 5,00 F, C3 = 4,00 F e V = 100 V. determine:

(a) a capacitância equivalente.

(b) a carga

(c) a diferença de potencial

(d) a energia armazenada para cada capacitor.

Solução: ???

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Exemplo:

Um capacitor de capacitância C1 = 6,00 F é ligado em série com outro de

capacitância C2 = 4,00 F e uma diferença de potencial de 200 V é aplicada

através do par.

(a) Calcule a capacitância equivalente da associação.

(b) Qual é a carga sobre cada capacitor?

(c) Qual é a diferença de potencial através de cada capacitor?

Solução: ???

Exemplo:

Um capacitor de capacitância C1 = 6,00 F é ligado em paralelo com outro de

capacitância C2 = 4,00 F e uma diferença de potencial de 200 V é aplicada

através do par.

(a) Calcule a capacitância equivalente da associação.

(b) Qual é a carga sobre cada capacitor?

(c) Qual é a diferença de potencial através de cada capacitor?

Solução: ???

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6. REGIME TRANSITÓRIO (CAPACITOR EM CORRENTE CONTÍNUA)

Nos circuitos de corrente continua puramente resistivos, como a tensão e a

corrente permanecem constantes ao longo do tempo, a única variação pode

ocorrer quando ligamos ou desligamos o circuito com uma chave ou interruptor,

fazendo com que a tensão e a corrente passem, em um intervalo infinitesimal de

tempo, de um valor qualquer para zero ou vice-versa.

Nos circuitos em que existem capacitores, isso não acontece, uma vez que, à

medida que o capacitor se carrega, o campo elétrico em seu interior se altera.

Devido a ação desse campo elétrico, observa-se que a mudança de valores de

tensão e corrente se dá de forma gradativa, até que atinjam o valor final, e, a

partir daí, permanecem constantes (regime permanente).

Esse fato se verifica tanto quando ligamos como quando desligamos o circuito,

e a função matemática que melhor representa tal variação e a exponencial.

O período ou intervalo de tempo em que ocorrem essas variações é denominado

Regime transitório. Em tal situação, passa-se a representar, com letra minúscula,

cada valor obtido para tensão ou corrente de valor instantâneo.

Lembrando que:

𝑖 = 𝑞

𝑡 (6.1)

é constante para os circuitos resistivos, uma vez que a velocidade de

deslocamento das cargas é constante, nos circuitos com capacitores deve-se

escrever:

𝑖 = ∆𝑞

∆𝑡 (6.2)

Como 𝑞 = 𝐶. 𝑉 e 𝐶 é constante, tem-se:

𝑖 = 𝐶 ∆𝑉

∆𝑡 (6.3)

Nessa expressão, 𝛥𝑉/𝛥𝑡 é a variação da tensão em certo intervalo de tempo.

Essa variação no tempo caracteriza o regime transitório, que analisaremos a

seguir em um circuito com um único capacitor em corrente continua.

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7. Circuito de carga do capacitor

Consideremos o capacitor descarregado da figura 7.1.

Figura 7.1: Circuito com capacitor descarregado.

Com o fechamento da chave S, os valores de tensão e corrente no circuito vão

variar segundo uma função exponencial até atingir os valores finais. O tempo

necessário para que isso ocorra é proporcional a uma constante, definida como

constante de tempo do capacitor e representada por 𝜏.

𝜏 = 𝑅 𝐶 (7.1)

em que 𝑅 e a resistência de Thévenin do circuito para o capacitor. A unidade de

𝜏 é o segundo (s).

Nota

𝜏 não é o tempo necessário para o capacitor se carregar ou descarregar

completamente.

Considerando t = 0 o exato instante do fechamento da chave S, o capacitor

estará totalmente descarregado, comportando-se como curto-circuito. Assim,

toda a tensão da fonte estará sobre o resistor, fazendo com que a corrente no

circuito seja máxima.

Logo, para t = 0:

𝑖 = 𝑖𝑚𝑎𝑥 =𝑉

𝑅

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𝑉𝑅 = 𝑉𝑅𝑚𝑎𝑥= 𝑉

𝑉𝐶 = 0

Nos instantes imediatamente após o fechamento da chave, a corrente no circuito

diminui de forma gradativa até zero, o mesmo ocorrendo com a tensão no

resistor.

De outro lado, a tensão no capacitor aumenta até atingir o máximo valor (no

exemplo, a própria tensão da fonte), passando a se comportar como um circuito

Aberto. Pode-se escrever:

𝑖 = 𝑖𝑚𝑎𝑥 𝑒−𝑡

𝜏 (7.2)

Lembrando que 𝑉𝑅 = 𝑅. 𝐼, tem-se:

𝑉𝑅 = 𝑅 𝑖𝑚𝑎𝑥 𝑒−𝑡

𝜏 (7.3)

Para o circuito da figura:

𝑉𝑅 = 𝑉 𝑒−𝑡

𝜏 (7.4)

Pelo teorema e Kirchhoff podemos escrever:

−𝑉 + 𝑉𝑅 + 𝑉𝐶 = 0 ⇒ 𝑉𝐶 = 𝑉 − 𝑉𝑅 ⇒ 𝑉𝐶 = 𝑉 − 𝑉 𝑒−𝑡𝜏

ou na forma fatorada:

𝑉𝐶 = 𝑉 (1 − 𝑒−𝑡𝜏 ) (7.5)

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Graficamente, as essas expressões se traduzem em curvas como as exibidas

na Figura 7.2

Figura 7.2 - Variação da tensão e da corrente no circuito de carga de um capacitor

Vamos analisar matematicamente as expressões: substituindo t por múltiplos de

𝑡, observa-se que, para 𝑡 = 5𝜏, obtém-se de modo aproximado os valores finais

de tensão e corrente pretendidos. Portanto, é possível afirmar com razoável

precisão que o tempo necessário para o capacitor se carregar plenamente é igual

a 5𝜏, o que pode também ser observado experimentalmente.

Assim: 𝑡𝐶 = tempo de carga do capacitor 5𝜏.

Nota

Após 5𝜏, se não houver alteração no circuito, a tensão permanece

indefinidamente no valor máximo e a corrente se mantém nula.

Em resumo:

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• 𝑡 = 0: o capacitor está descarregado; comporta-se como curto-circuito.

• 𝑡 = 5𝜏: o capacitor está carregado; comporta-se como circuito aberto.

8. Circuito de descarga do capacitor

Consideremos o capacitor carregado, com tensão entre armaduras Vmáx, que

pode ou não ser igual a tensão da fonte do circuito de carga visto anteriormente

(figura 10.21).

Figura 8.1 - Circuito com capacitor carregado.

Com o fechamento da chave S, ocorrera uma corrente no circuito, devido ao

movimento das cargas elétricas de uma armadura para a outra, cessando

quando o capacitor se descarrega por completo.

Nessa situação, o capacitor comporta-se como fonte para o circuito.

Considerando t = 0 o exato instante do fechamento da chave S, tem-se:

𝑉𝐶 = 𝑉𝑚𝑎𝑥

𝑖 = 𝑖𝑚𝑎𝑥 =𝑉𝐶

𝑅 (8.1)

𝑉𝑅 = 𝑉𝐶 = 𝑉𝑚𝑎𝑥 (8.2)

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Nos instantes imediatamente posteriores ao fechamento da chave S, a variação

da tensão e da corrente no circuito segue uma função exponencial, que também

depende da constante de tempo 𝜏.

Logo:

𝑖 = 𝑖𝑚𝑎𝑥 𝑒−𝑡𝜏

𝑉𝐶 = 𝑉𝑅 = 𝑅𝑖

𝑉𝐶 = 𝑉𝑅 = 𝑅𝑖𝑚𝑎𝑥 𝑒−𝑡𝜏

𝑉𝐶 = 𝑉𝑅 = 𝑉𝑚𝑎𝑥 𝑒−𝑡𝜏

A figura 8.2 mostra graficamente a variação da tensão e da corrente em função

do tempo.

Da mesma forma, fazendo a analise matemática das equações, verifica-se que

o tempo necessário para a descarga total do capacitor é igual a 5𝜏 (observado

experimentalmente).

Figura 8.2 - Variação da corrente e da tensão no circuito de descarga de um capacitor.

Assim: 𝑡𝑑 = tempo de descarga = 5𝜏.