Circulando - 401

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ANO 14 NÚMERO 401 JORNAL-LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVALE - JULHO/AGOSTO DE 2012 CIRCULANDO DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Motos demais, respeito de menos Esportes radicais em alta Coletivo de cultura agita GV Especialistas e jovens-mães falam sobre gravidez na adolescência Redução do IPI e crédito facilitado têm feito o valadarense abandonar a bicicleta e adquirir uma moto. Essa mudança vem atrelada ao aumento do número de acidentes e pouca fiscalização Motociclistas têm dificuldades para encontrar vagas para estacionar na região central da cidade Elas estão por toda parte. Com des- taque para a região central, é per- ceptível o aumento do número de motocicletas que circulam em Go- vernador Valadares. Uma superviso- ra de vendas de uma concessionária do segmento na cidade afirma ven- der, por mês, cerca de 170 motocicle- tas. A facilidade de crédito, somada à redução do Imposto sobre Produ- tos Industrializados (IPI) e à insatis- Por meio de eventos dos mais va- riados, como o Noite do Vinil e o Dia do Skate (foto), o Coleti- vo Pedra Negra tem dado novos ares ao cenário cultural de Go- vernador Valadares. O estudante de jornalismo Jonathan Coelho, 22 anos, é um dos fundadores do grupo. Ele garante que falta incentivo às mais diversas ma- nifestações culturais da cidade e que o Coletivo já colhe resul- tados positivos das atividades desenvolvidas desde novem- bro de 2011. Página 6 Adriano Félix Divulgação Produções do curso de Jornalismo disputam Expocom nacional Após representar os trabalhos acadêmicos premiados na Expocom Sudeste, a egressa Karla Nascimento de Almeida se prepara para a etapa nacional Arquivo pessoal A expectativa pelo resultado da etapa nacional da Exposição de Pesquisa Experimental em Comu- nicação (Expocom) é grande. Isso porque trabalhos de alunos do curso de Jornalismo da Univale poderão ser agraciados com o título de melhores do país, façanha obtida pelo jornal-laboratório Circulando, em 2003. O jornal 3° Setor em Pauta e a revista-laboratório GIRÔ concorrerão com universidades renomadas das quatro regiões do Brasil. A Expocom acontece durante o XXXV Congresso de Ciências da Comunicação (Intercom) entre os dias 03 e 07 de setembro, na Univer- sidade de Fortaleza (UNIFOR), na capital cearense. Com o apoio da Univale, dos professores do curso e dos colegas de turma, a egressa Karla Nascimento Almeida irá a Fortaleza fazer a defesa oral de ambos os trabalhos classificados na etapa Sudeste. Mais detalhes na Página 8 fação da população com a qualidade do transporte coletivo do município, têm levado muitos ciclistas a opta- rem pelas motocicletas. Transporte econômico, rápido, barato, mas pe- rigoso. Para o especialista em trans- porte e trânsito Marcílio Teixeira, a prin¬cipal causa de acidentes é a falta de educação e atenção dos con- du-tores dos veículos. Confira repor- tagem completa na Página 3. A prática de esportes de aven- tura, seja no ambiente urbano ou rural, tem despertado o in- teresse de quem procura adre- nalina e novos desafios. De olho nesse mercado, três no- vas empresas iniciaram suas atividades, há cerca de um ano, em Governador Valada- res. Eles apostam em qualifi- cação profissional e segurança para conquistar público de to- das as idades. Página 7 O fim dos quilinhos a mais Quer ler jornal? Vai comprar! OPINIÃO Página 2 Páginas 4 e 5

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Jornal Univale

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ANO 14 NÚMERO 401 JORNAL-LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVALE - JULHO/AGOSTO DE 2012

CIRCULANDODISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Motos demais,respeito de menos

Esportesradicaisem alta

Coletivo de culturaagita GV

Especialistas e jovens-mães falam sobre gravidez na adolescência

Redução do IPI e crédito facilitado têm feito o valadarense abandonar a bicicleta e adquirir uma moto. Essa mudança vem atrelada ao aumento do número de acidentes e pouca fiscalização

Motociclistas têm dificuldades para encontrar vagas para estacionar na região central da cidade

Elas estão por toda parte. Com des-taque para a região central, é per-ceptível o aumento do número de motocicletas que circulam em Go-vernador Valadares. Uma superviso-ra de vendas de uma concessionária do segmento na cidade afirma ven-der, por mês, cerca de 170 motocicle-tas. A facilidade de crédito, somada à redução do Imposto sobre Produ-tos Industrializados (IPI) e à insatis-

Por meio de eventos dos mais va-riados, como o Noite do Vinil e o Dia do Skate (foto), o Coleti-vo Pedra Negra tem dado novos ares ao cenário cultural de Go-vernador Valadares. O estudante de jornalismo Jonathan Coelho, 22 anos, é um dos fundadores do grupo. Ele garante que falta incentivo às mais diversas ma-nifestações culturais da cidade e que o Coletivo já colhe resul-tados positivos das atividades desenvolvidas desde novem-bro de 2011. Página 6

Adriano Félix

Divulgação

Produções do curso de Jornalismo disputamExpocom nacional

Após representar os trabalhos acadêmicos premiados na Expocom Sudeste, a egressa Karla Nascimento de Almeida se prepara para a etapa nacional

Arquivo pessoal

A expectativa pelo resultado da etapa nacional da Exposição de Pesquisa Experimental em Comu-nicação (Expocom) é grande. Isso porque trabalhos de alunos do curso de Jornalismo da Univale poderão ser agraciados com o título de melhores do país, façanha obtida pelo jornal-laboratório Circulando, em 2003. O jornal 3° Setor em Pauta e a revista-laboratório GIRÔ concorrerão com universidades renomadas das quatro regiões do Brasil. A Expocom acontece durante o XXXV Congresso de Ciências da Comunicação (Intercom) entre os dias 03 e 07 de setembro, na Univer-sidade de Fortaleza (UNIFOR), na capital cearense. Com o apoio da Univale, dos professores do curso e dos colegas de turma, a egressa Karla Nascimento Almeida irá a Fortaleza fazer a defesa oral de ambos os trabalhos classificados na etapa Sudeste. Mais detalhes na Página 8

fação da população com a qualidade do transporte coletivo do município, têm levado muitos ciclistas a opta-rem pelas motocicletas. Transporte econômico, rápido, barato, mas pe-rigoso. Para o especialista em trans-porte e trânsito Marcílio Teixeira, a prin¬cipal causa de acidentes é a falta de educação e atenção dos con-du-tores dos veículos. Confira repor-tagem completa na Página 3.

A prática de esportes de aven-tura, seja no ambiente urbano ou rural, tem despertado o in-teresse de quem procura adre-nalina e novos desafios. De olho nesse mercado, três no-vas empresas iniciaram suas atividades, há cerca de um ano, em Governador Valada-res. Eles apostam em qualifi-cação profissional e segurança para conquistar público de to-das as idades. Página 7

O fim dos quilinhos a mais

Quer ler jornal? Vai comprar!

OPI

NIÃ

O

Página 2

Páginas 4 e 5

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2CIRCULANDOJulho/Agosto de 2012

Quando ouvia alguém dizer que ficava irritado ao dividir a leitura do jornal ou qualquer outro meio de informação escrita com outro leitor curioso e indiscreto, eu pensava que não havia motivos para tanto, que era um pouquinho de exagero. Pen-sava, porque outro dia, ao sentir isso na pele, ou na folha de jornal, como queiram, foi que eu percebi que não só é possível como deixa mesmo mui-to irritado ter que compartilhar a lei-tura com alguém que nem pede per-missão e ainda lê em voz alta. É como diz o velho ditado: “pimenta nos olhos dos outros...”. Minha avó diria outra coisa, que não vem ao caso para não chocar ninguém.

Estava eu tranquilamente espe-rando o ônibus já há uma meia hora, quando resolvi comprar um jornal-zinho tablóide, muito conhecido na cidade, para passar o tempo de outra meia hora dentro dele até ao Centro. Vem o “busu” e lá vamos nós. En-

trei, sentei num cantinho mais tran-quilo e comecei a folhear o dito jor-nal, quando no outro ponto entrou um casal (um rapaz e uma moça); sentaram-se nas cadeiras logo atrás da minha; ela na janela, ele no cor-redor. Como eu também estava na cadeira perto da janela, ele esticou--se para frente e pôs o imenso pes-cocinho de avestruz quase dentro da página do jornal que eu lia. Tomei um susto e pensei que ele iria per-guntar alguma coisa, pedir alguma informação. Nada disso! Ele come-çou a ler em voz alta as manchetes, sem a menor cerimônia e constran-gimento. Tirava o pescoço e comen-tava com a moça: “Cê viu?”. Claro que ela não viu! De onde ela estava a visão não era muito boa. “Expul-saram uma adolescente da escola só porque ela pintou os cabelos de azul. Que absurdo!”. É mesmo! – pensei eu – Um absurdo absurdamente grande alguém ler sem pedir, em voz

Grande parte da população mun-dial luta contra a balança, e esse nú-mero tem aumentado cada dia mais. O número de obesos no mundo tem preocupado e muito os profissionais da saúde. Afinal, ter aqueles famosos “quilinhos a mais” não é nada bom.

As formas para perder peso são inúmeras: tomar remédios, fazer ci-rurgias, exercícios físicos, reeducação alimentar entre outras. Hoje em dia a escolha certa é que faz a diferença. Muitas pessoas estão optando por um método natural e sem riscos à saúde, é o caso da reeducação alimentar soma-da aos exercícios físicos.

Os motivos para optar por essas formas de eliminar peso são, na maio-ria das vezes, os mesmos: entrar em determinada roupa, por motivos de saúde ou até mesmo por preconceito ou estética. É o caso da empresária gaúcha Ana Rúbia, de 29 anos, exibi-do em uma edição do Jornal Nacional. Com o casamento marcado ela deci-diu deixar o vestido no último lugar da lista de preparativos e começar uma reeducação alimentar. Com essa escolha ela eliminou 16 kg e encon-trou, segundo ela, o vestido “perfeito” para a ocasião e se sentiu linda.

Antes de escolher o caminho da reeducação alimentar ela já havia

O Jornal-Laboratório Circulando é uma publicação bimestral do Curso de Jornalismo da Faculdade de Artes e Comunicação (FAC).

Fundação Percival FarquharPresidenteFrancisco Sérgio Silvestre Universidade Vale do Rio DoceReitora Profa. Ana Angélica Gonçalves Leão Coelho Diretora de Área das Ciências Humanas e SociaisProfa. Cláudia Gonçalves Pereira Coordenadora do Curso de JornalismoProfa. Nagel Medeiros Editora e Jornalista ResponsávelProfa. Fernanda Melo (MG11497/JP)

Revisão TextualJosé Ilton de Almeida e Simone Eloi dos Santos (6º Período de Letras) sob a supervisão da Profª Elisângela Rodrigues Andrade Vieira Helal

Editoração EletrônicaBrian Lopes Honório (Editora Univale) Impressão / TiragemInforgraf / 500 exemplares RedaçãoLaboratório de Jornalismo Carlos Olavo da Cunha Pereira (LabJor)Rua Israel Pinheiro, 2.000, Bairro Universitário - Campus Antônio Rodrigues Coelho - Edifício Pioneiros, Sala 4 - Governador Valadares/Minas Gerais - CEP: 35.020-220.Contatos: (33) 3279-5956 / [email protected]

O fim dos quilinhos a maisPRISCILLA PEREIRA / 5O PERÍODO DE JORNALISMO

Quer ler jornal? Vai comprar!JOSÉ ILTON DE ALMEIDA / 6O PERÍODO DE LETRAS

CRÔNICA

CRÔNICA

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Arquivo pessoal

OPINIÃO

utilizado remédios como à sibutrami-na e pensou até em uma lipoaspira-ção, escolha que não teve o mesmo resultado que a reeducação alimentar e que poderia ter colocado sua vida em risco. No começo, as pessoas dis-seram que era só pra casar, que de-pois ela iria recuperar todos os quilos perdidos. Foi aí que ela mostrou que não e depois de casada ainda ema-greceu 6 kg.

Ela não está sozinha em meio ao drama da obesidade. Eu mesma já passei por essas etapas, mas hoje op-tei por seguir o exemplo de Ana e co-mecei uma reeducação alimentar se-guida com exercício físico que já me ajudaram a eliminar 14,2kg. O que tenho como objetivo? Escolher o meu vestido de formatura em meados de 2013 e não deixar que ele me esco-lha pelo tamanho. Quero estar linda e deslumbrante com uns 30 kg a me-nos no manequim.

Não é uma batalha fácil, confesso. O preconceito por ser gordo é muito grande e o apoio, às vezes, é pouco. Mas com determinação, persistência e ajuda de profissionais de qualidade é possível. A minha luta contra a balan-ça já começou. Comece você também e opte por uma vida saudável e com mais qualidade.

alta e ainda comentando pra todo mundo escutar.

Mudei a página sem ler o miolo da matéria. E lá vem ele de novo! “Cê viu? (sem comentários) O Lindemberg pe-gou quase 100 anos de cadeia. A me-nina perguntou quem era esse tal de Lindemberg. Não sei se ela não sabia mesmo ou não queria render muita conversa. E a essas alturas, eu quase me virei no banco pra pedir a ele que se quisesse ler que o fizesse em silêncio ou em voz baixa, só para si. Mas resolvi tomar uma atitude mais drástica: fe-chei o jornal e o guardei na bolsa, es-perando que eles descessem ou outra ocasião mais tranquila para continuar minha leitura. De preferência sozinho.

E ainda tem gente que fala mal do transporte público. Talvez tenham um pouco ou muita razão, se for o caso. Pode até não ser muito confortável, mas que rende muito assunto, ah, isso rende! É como já dizia a minha avó: “pimenta no do gato é refresco!”.

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3CIRCULANDOJulho/Agosto de 2012 TRÂNSITO

Educação e rigorna fiscalização

ADRIANO FÉLIX E ROSANA BORGES5º PERÍODO DE JORNALISMO

A população de Governador Va-ladares tem a bicicleta como um dos principais meios de transporte. E isso se dá por vários motivos: cidade pla-na, com altas temperaturas na maior parte do ano e a maioria dos bairros ligados ao Centro. Elas são leves, prá-ticas e deixam os usuários em contato com o vento e com a natureza, além de combinar boa forma e praticidade. Seja para o trabalho ou para o lazer, os ciclistas conseguiram conciliar econo-mia e saúde em um só veículo.

Mas o crescimento urbano tem chegado com intensidade, as dis-tâncias aumentaram e o transporte coletivo não atende às necessidades da população. Muita gente reclama do desconforto e do preço da passa-gem. Esses e outros fatores como o fácil acesso a financiamentos bancá-rios e independência financeira cada vez mais cedo, proporcionaram a transição da bicicleta para a motoci-cleta. Transporte econômico, rápido, mas perigoso. De acordo com dados de janeiro de 2012 do Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN), circulam pela cidade, aproximada-mente, 100 mil veículos. Desses, cer-ca de 30 mil são motocicletas. Nos últimos quatro anos o crescimento da frota desse veículo foi de 25%.

Com a venda de motocicletas em alta, uma empresa de Belo Horizonte decidiu instalar-se na cidade. Das 14 lojas da empresa em Minas Gerais, uma está em Governador Valadares. A loja conta com sete vendedores de salão, sendo que cada um tem como meta vender 25 motos por mês. Con-tudo, ultrapassam a meta e alguns chegam a vender até 40 motos. “São mais de 175 motos a mais circulando

por mês no trânsito da cidade”, infor-ma a supervisora de vendas Franciane Tomás de Oliveira.

O que se observa é que o trânsito da cidade não conseguiu adaptar-se a esse crescimento. E a principal conse-quência é o aumento no número de acidentes que, muitas vezes, provocam vítimas fatais. Quando não matam, os desastres costumam deixar sequelas permanentes. Segundo dados de 2007 do Departamento de Informática do SUS (DATASUS), calcula-se que, nos últimos 20 anos, 12 milhões de pes-soas perderam a vida em acidentes de trânsito e 250 milhões sofreram os mais variados tipos de ferimentos.

No cenário mundial, o Brasil ocupa o quinto lugar entre os recordistas em mortes no trânsito, atrás da Índia, Chi-na, Estados Unidos e Rússia. A estima-tiva da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que, em todo o mundo, cerca de 1,3 milhões de pessoas perdem suas vidas anualmente no trânsito e cerca de 50 milhões sobrevivem feridas. A maioria das vítimas utilizava motoci-cleta. Em Governador Valadares foram registrados, de acordo com o Corpo de Bombeiros, 100 acidentes de trânsito com motocicletas entre os meses de ja-neiro e março de 2012.

O vendedor Bruno Brasil, 28 anos, acabou entrando para essas estatís-ticas. Ele sofreu apenas escoriações, mas a moto ficou praticamente des-truída. Tendo que atender vários clientes durante o dia, dentro e fora da cidade, com a bicicleta ele não con-seguiria realizar o trabalho com efici-ência e optou por comprar uma moto. O motivo não foi só pela mudança de cargo, mas também pela rapidez que o veículo oferece. “Acho arriscado andar de moto em Valadares porque o nú-mero de veículos aumentou e os car-ros não respeitam as motos”.

Para o especialista em trans-porte e trânsito Marcílio Teixeira, a principal causa de acidentes é a falta de educação e atenção dos condutores dos veículos. Há um impacto na mudança de veículo, no caso, de bicicleta para motoci-cleta. Para ele, as pessoas trocam de veículo e não mudam a mentali-dade ou o modo de transitar, prati-cando certas irregularidades, como não respeitar os sinais de trânsito, fazer ultrapassagens arriscadas ou conversões proibidas, circular em alta velocidade e não respeitar os demais usuários da via.

“Os motociclistas estão disse-minando conceitos errados para os motoristas que também estão des-cumprindo as regras de trânsito. Vendo aquelas imprudências todos os dias e não havendo punições, os condutores acabam adotando a prática de dirigir seu veículo com irresponsabilidade”, analisa. Mar-cílio defende que o trânsito da ci-dade precisa passar por interven-ções sérias e urgentes. Perguntado se estamos próximos do caos no trânsito declara que “já estamos vivendo o caos”.

Hoje, a cidade conta com 18 agentes de trânsito para fiscalizar aproximadamente 100 mil veículos. O Manual de Municipalização do Trânsito, elaborado em 2000 pelo Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN), estabelece uma mé-dia de um agente para cada dois mil

veículos. A Prefeitura, por meio da Secretaria de Comunicação, infor-mou por meio de nota que já estuda o aumento do quadro de funcioná-rios com o objetivo de melhorar o trânsito da cidade.

Sabendo da deficiência na fiscali-zação e punição, o mototaxista José Carlos Velita, 44 anos, há 15 anos na profissão, admite que pilota de forma perigosa. No local onde tra-balha são 16 mototaxistas e todos já sofreram acidentes de trânsito. Um dos mais graves aconteceu no dia 9 de maio deste ano. Segundo José Carlos, o amigo João Lúcio, de 34 anos, era mototaxista nas horas vagas. Transitava pela BR 116, pró-ximo ao bairro Turmalina, quando um ciclista atravessou na frente da motocicleta. João Lúcio não teve tempo de parar e bateu. Ele morreu no local do acidente, deixando mu-lher e dois filhos.

José Carlos se emociona ao lem-brar do amigo e companheiro de trabalho. Mas a correria do dia a dia e a profissão exigem que ele transi-te nas vias sem observar as medi-das de segurança. Argumenta que o trânsito de Governador Valadares está mal organizado e esse é um dos motivos para os motociclistas se ar-riscarem tanto. “Tem muito moto-queiro irresponsável, pouca ciclovia para os ciclistas, os carros não res-peitam as motos, os pedestres não respeitam os carros e os motoquei-ros abusam mesmo”, opina.

Venda de motos cresce; imprudência edesrespeito às leis de trânsito também

Adriano Félix

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4CIRCULANDOJulho/Agosto de 2012 SAÚDE

Gravidez na adolescência, um antigo problema que persisteCRISTYANE MONTEIRO E SÔNIA MIRANDA5º PERÍODO DE JORNALISMO

Um dos sérios problemas de saúde pública no Brasil, a gravidez na adolescência, atinge principalmente as classes sociais mais baixas e de menor escolaridade. A gravidez nessa fase da vida de uma mulher não é algo novo. A so-ciedade sempre teve dificuldade de conviver com essa rea-lidade, embora nos tempos atuais encare tal situação com mais naturalidade. Contudo, isso não minimiza o fato desse fenômeno precisar ser encarado com determinação pela fa-mília, escola, governo e sociedade civil.

Dos 12 aos 18 anos a adolescente ainda está em fase de formação, tanto física quanto psicológica. Por isso, uma gravidez pode provocar muitos riscos à saúde da gestante e do bebê. Muitas vezes a gravidez só é descoberta meses depois, o que dificulta o acompanhamento médico correto e existem muitas chances de surgir patologias como aumen-to da pressão, pré-eclâmpsia, diabetes e parto pré-maturo.

Mário Murta é ginecologista e obstetra há 9 anos e co-nhece bem esta realidade, pois convive diariamente com

ela. De acordo com o especialista, as dificuldades para as adolescentes já começam antes mesmo da gravi-

dez. Isso porque, normalmente, essas meninas não têm orientação sexual em casa e, muitas vezes,

tem medo de conversar com os pais. Logo, não se previnem. “Quando engravidam vem todo um

aspecto social. A gravidez provavelmente não foi programada e ela tem medo de encarar

a verdade e contar para os pais, esconde o máximo que pode e, assim, começa o pré--natal muito tarde. Isso vai possibilitar ocorrências de riscos para a saúde dos dois, mãe e filho”, explica.

Pediatra há quase três décadas, Darlan Côrrea Dias diz que antes do advento da pílula a cultura era ter filho muito cedo, a mulher tinha esse papel na sociedade, pro-criar e cuidar da família. Com o advento da pílula e a inser-ção da mulher no mercado de trabalho essa visão mudou e a gestação na adolescência so-fre uma pressão social muito grande, pois o que se espe-ra da adolescente é que ela estude e se desenvolva pro-fissionalmente. A menina que engravida aos 13 anos, no entanto, vai reduzir suas chances de inserção no mer-cado de trabalho.

De acordo com Darlan, a maioria das adolescentes que engravidam são meninas sem um projeto de vida bem traça-

do. “Em primeiro lugar elas pro-curam a mesma respeitabilidade

que as mães têm na comunidade; em segundo elas acreditam que en-

gravidando vão conseguir reter um companheiro, o que é um engano,

pois com 28 anos trabalhando nessa área, dificilmente vi a participação dos

companheiros. Outra coisa que é própria dos adolescentes é o fato de se acharem in-

tocáveis, sempre acreditam que as coisas só acontecem com os outros”, declara. O pediatra diz ainda que ser filho de adoles-

cente é um problema, pois ao contrário das nossas bisavós que desde muito cedo já cuidavam dos irmãos

menores e foram criadas para a procriação, as adolescen-

Falta de orientação sexual, perda dos valores familiares e ausência de um projeto de vida bem traçado são apontados por especialistas como possíveis causas para a gravidez das adolescentes na atualidade

A gravidez provavelmente não foi programada e ela tem medo de encarar a verdade e contar para os pais, esconde o máximo que pode e, assim, começa o pré-natal muito tarde.Mário Murta,ginecologista e obstetra

Com o advento da pílula e a inserção da mulher no mercado de trabalho essa visão mudou e a gestação na adolescência sofre uma pressão social muito grande, pois o que se espera da adolescente é que ela estude e se desenvolva profissionalmente.Darlan Corrêa Dias,pidiatra

Stock.xchng/Denise Thuler

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5CIRCULANDOJulho/Agosto de 2012 SAÚDE

Gravidez na adolescência, um antigo problema que persistetes hoje não estão prontas para cuidar de uma criança. “A grande maioria, por falta de preparação, não consegue amamentar muito tempo e o aleita-mento materno não é simples quanto se imagina, exige todo um processo de informação e preparação psicológica. O abandono do aleitamento materno nesse momento é muito alto e isso para a saúde da criança é um desas-tre”, ressalta.

Responsabilidade compartilhadaA família tem delegado a função

da educação sexual para a escola. Os professores, por sua vez, são mal re-munerados, sofrem ameaças e muitos não estão preparados para abordar tal assunto. Assim, a família, a escola e o poder público se omitem. Segun-do Darlan, é necessário que a família resgate seus valores e volte a assumir seu papel na sociedade. “Hoje, quem cuida da criança é a televisão ou a in-ternet. Muitas vezes quem assume o papel da educação são as avós. Esse é outro fenômeno muito frequente, as avós-mães. O papel delas mudou muito, não é mais aquela que estra-ga o neto, ela é a mãe. Isso também prejudica a formação da criança, pois a avô não tem mais condições e paci-ência para educar”.

A assistente social Fernanda Alves de Oliveira explica que, atualmente, a participação da família durante a gestação da adolescente tem aumen-tado bastante. No caso de menores de 18 anos, é obrigatório o acompanha-mento de alguém responsável, prin-cipalmente durante o parto. Quando ninguém comparece, a lei permite acionar o Conselho Tutelar. “Normal-mente, se os pais não estão presen-tes, a gente aciona o Conselho Tutelar

Falta de orientação sexual, perda dos valores familiares e ausência de um projeto de vida bem traçado são apontados por especialistas como possíveis causas para a gravidez das adolescentes na atualidade

para intimá-los a comparecer, mas ul-timamente, é muito raro ter que fazer isto. É essencial o acompanhamento da família porque a mãe sai do hos-pital perdida, é tudo muito novo para ela”, conta.

Jovens-mães opinamPara as adolescentes isto nem sem-

pre é visto como um desafio. A. A. V. teve sua filha aos 16 anos e conta que, embora sempre orientada pelos pais, não procurou se prevenir. No início da gravidez afirma que teve muito medo, mas em nenhum momento pensou em aborto. Contou com o apoio dos pais e do companheiro. A filha nasceu de cesariana devido a algumas com-plicações e, muito feliz, alega que pre-tende voltar a estudar. Apesar de tudo,

É essencial o acompanhamento da família porque a mãe sai do hospital perdida, é tudo muito novo para ela.Fernanda Alves de Oliveira,assistente social

Apesar da pouca idade, em nenhum momento pensei em fazer um aborto e a minha família, mesmo chateada, não concordaria com isso.J.S.L.,adolescente, 16 anos

De acordo com o pediatra Darlan Corrêa Dias e com o ginecologista Mário Murta, a saúde da mulher nos últimos anos não é vista com a aten-ção que merece pelo sistema público de saúde. Contudo, atualmente, há uma preocupação maior e existem mais projetos que buscam promover a saúde da mulher em geral. No caso da adolescente, a situação ainda é muito crítica e precisa avançar.

Entre os esforços destacam-se, por exemplo, a Rede Cegonha, que é uma estratégia que visa garantir às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e atenção humanizada à gravidez, ao parto e às crianças o di-reito ao nascimento, crescimento e desenvolvimento saudáveis. A Rede Cegonha garante ao recém-nascido o atendimento nas Unidades Básicas

garante que valeu a pena, pois a filha é a coisa mais importante para ela.

Com a adolescente J.S.L, de 16 anos, o processo foi um pouco dife-rente; ela foi mãe aos 14 anos. “No início minha família rejeitou, briga-ram muito comigo. Disseram que es-tava muito nova, não estava prepara-da para esse momento e deveria ter me cuidado mais. Apesar de saber que estava muito nova eu quis engravidar. Durante a gravidez tive muitos enjoos, o pré-natal só começou mais tarde, pois descobri que estava grávida aos quatro meses de gestação. Apesar da pouca idade, em nenhum momento pensei em fazer um aborto e a minha família, mesmo chateada, não concor-daria com isso”, afirma corajosamen-te a menina.

Adolescente, de 14 anos, diagnosticada com gravidez de risco, em atendimento no Centro Viva Vida

de Saúde (UBS’s) e possibilita que a criança continue sendo atendida pelo médico ou enfermeiro todo mês du-rante os primeiros seis meses de vida, duas vezes até completar 12 meses e uma vez até os dois primeiros anos de vida do bebê. Os recém-nascidos pre-maturos, com baixo peso ou algum outro fator que coloque em risco seu crescimento e desenvolvimento são acompanhados com mais frequência nos ambulatórios dos hospitais e pe-las equipes das UBS’s.

O estado de Minas Gerais oferece ainda outros programas de atendi-mento à saúde da mulher e do bebê, como o Programa de Assistência In-tegral a Saúde da Mulher (PAISM), criado em 1983, e o Programa de Humanização do Pré-Natal e Nasci-mento (PHPN).

Ações para garantir a saúdeda mãe e do bebê

Stock.xchng/Jeinny Solis

Stock.xchng/Jeinny Solis

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6CIRCULANDOJulho/Agosto de 2012 CIDADE

Fruto do crime em benefício do cidadão

PATRÍCIA BRASIL5º PERÍODO DE JORNALISMO

A Polícia Federal de Governador Valadares realizou, até outubro de 2011, seis operações. Dentre as mais importantes estão as que receberam o nome de Alicerce, em que empresas de materiais de construção foram in-vestigadas por cometer fraudes contra a Caixa Econômica Federal; nove pes-soas foram presas. Na operação Cola-teral, em que anfetaminas, estimulan-tes e remédios usados no processo de emagrecimento foram apreendidos, sete pessoas respondem pelos crimes de tráfico de drogas e venda ilegal de medicamentos. Na operação Raio X,

quatro empresários da cidade ficaram 30 dias na cadeia por suspeitas de so-negação fiscal e lavagem de dinheiro. A Polícia descobriu que empresas de Valadares sonegaram mais de R$ 200 milhões em impostos. Os empresários foram condenados a pagar ao Estado todo o dinheiro sonegado.

Além das operações, 25 flagrantes foram registrados no ano passado. Vários mandados de prisão, busca e apreensão foram cumpridos. Den-tre operações, prisões em flagrante e apreensões, a Polícia Federal soma um grande número de materiais apreendidos. Ao todo, 104 Kg de ma-conha, sete de pasta base, usada no refino da cocaína e 1 Kg da droga em

Entre os objetos apreendidos pela Polícia Federal de Governador Valadares, estão armas, dinheiro, veículos e eletroeletrônicos. Após perícia e avaliação judicial, podem retornar à PF para uso nos serviços prestados à população

pó. Duas armas foram encontradas com os traficantes e 14 veículos fo-ram apreendidos de janeiro até o mês de outubro.

DestinaçãoMuitas pessoas devem se pergun-

tar sobre o que é feito com todo esse material apreendido. O delegado da Polícia Federal de Governador Vala-dares, Cristiano Costa Campidelli, explica que cada caso precisa ser estudado e encaminhado à Justi-ça conforme os autos do inquérito. “Se ficar comprovado que os mate-riais apreendidos numa operação ou numa prisão em flagrante são pro-dutos comprados com o dinheiro do crime, todo o material precisa ser periciado e depois encaminhado à Justiça ou ao órgão responsável pelo recebimento dos objetos”.

As armas, por exemplo, depois de periciadas, são encaminhadas à Jus-tiça e arquivadas junto aos autos do processo. As que não estão catalo-gadas em processos são encaminha-das ao Ministério do Exército para serem destruídas, juntamente com as armas das campanhas do desar-mamento. Só de janeiro a outubro de 2010, 158 armas foram entregues na sede da Polícia Federal. Cargas de aparelhos de celular, cigarros, brin-quedos e todo produto fruto de con-trabando, devem ser entregues à Re-ceita Federal.

As drogas são incineradas uma vez ao ano, no Dia Nacional de Combate às Drogas. No mês de junho de 2010, em uma fábrica de tijolos da cidade, foi feita a incineração. Foram quei-

mados remédios, bichos de pelúcia e outros brinquedos usados por trafi-cantes para esconder drogas, panelas e utensílios para o preparo e refino de cocaína, além de maconha e crack.

Os medicamentos apreendidos, considerados drogas e que não fazem parte de nenhum processo judicial, são juntamente incinerados. Já em relação a dinheiro em espécie, o de-legado explica que toda quantia apre-endida em uma operação tem que ser, obrigatoriamente, depositado no pri-meiro dia útil seguinte à apreensão, numa conta da Justiça, na Caixa Eco-nômica Federal. Esse dinheiro é dis-tribuído pelo Estado para programas de combate às drogas e recuperação de pessoas envolvidas com o tráfico. É também investido na compra de equi-pamentos para as polícias.

Os veículos que a polícia apreende ficam guardados em um pátio à dispo-sição da Justiça. No pátio da sede da Polícia Federal de Governador Valada-res existem carros e motos que aguar-dam liberação e encaminhamento judicial. De acordo com o delegado, hoje, 50% dos veículos da frota da Po-lícia Federal, são carros recuperados de traficantes e criminosos.

No saguão da delegacia, uma TV 29”, fruto de apreensão, é usada para oferecer um pouco mais de conforto e comodidade às pessoas que fazem uso dos serviços prestados pela Polí-cia Federal. “Todo o processo preci-sa ter autorização judicial. Os objetos de interesse da Polícia precisam ser encaminhados ao juiz e só depois de expedida uma autorização é que eles podem ser usados”, esclarece.

Esforços coletivos pela cultura de GVLUCY MATTOS3º PERÍODO DE JORNALISMO

Coletivo Pedra Negra. Esse é o nome dado ao movimento cultural surgido em novembro do ano passa-do, em Governador Valadares, com o intuido de incentivar as mais diver-sas formas de expressão cultural. En-tre seus fundadores está o estudan-te de jornalismo Jonathan Coelho, 22 anos, recém chegado dos Estados Unidos ao Brasil. Ele percebeu, junto com alguns amigos, carências cultu-rais na cidade e resolveu fundar um coletivo para pensar, discutir e agitar o cenário da cultura local.

Realizadores de movimentos já co-nhecidos como a Noite do Vinil e o Grito Rock, recentemente se lançaram em novos projetos como o Dia do Ska-te, realizado no final de junho deste ano na Praça da Estação. Apesar do pouco tempo de atuação, os integran-tes do Coletivo Pedra Negra acreditam que já é possível perceber mudanças resultantes das atividades que desen-

volvem. “O retorno mais legal é poder-mos ver diferentes grupos trabalhan-do juntos em prol do favorecimento da cultura”, comemora Jonathan. “É importante ver as barreiras diminuin-do entre os grupos culturais, deixando assim a competição de lado”, ressalta.

Admiradores do Coletivo Pedra Negra já somam mais de 400 em sua página na rede social Facebook. Entre eles está o administrador de empre-sas Carlos Alberto Lucidi Junior, 23 anos, que afirma sempre acompanhar os eventos produzidos pelo Coletivo.

“Eu admiro a produção deles, como interagem com diferentes estilos e os eventos que organizam, pois são sem-pre bem administrados”.

Como participarQualquer pessoa pode se tornar

um membro do Coletivo Pedra Negra que, atualmente, é composto por 15 integrantes. São esses membros que se mobilizam e tornam os projetos possíveis. Para fazer parte basta “en-trar em contato com o Coletivo pelo Facebook e mandar a solicitação. Não precisa de nada mais além de vonta-de”, explica a universitária Ana Eliza Ferras, 20 anos, integrante ativa do grupo. Quando questionada sobre o motivo que a levou a se engajar, afir-ma que foi pela bandeira da cultura. “Resolvi participar porque o motivo principal do Coletivo é apoiar a cultu-ra e eu acho que todos nós devemos contribuir mais para isso. Se todos fi-zerem sua parte, o país será bem me-lhor”, defende.

A TV de 29”, apreendida em uma das operações da PF, torna a espera do público mais confortável

O evento Dia do Skate, realizado na Praça da Estação, reuniu pessoas de todas as idades

Divulgação

Divulgação

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7CIRCULANDOJulho/Agosto de 2012 ESPORTE

Adrenalina e integração com a naturezaSó no último ano, três novas empresas do segmento de esportes de aventura iniciaram suas atividades em Governador Valadares. De acordo com empresários do setor, a cidade e região oferecem paisagens convidativas à prática desses esportes por pessoas de todas as idades

AGATHA BRUNELLY EVANESSA FÓFANO3º PERÍODO DE JORNALISMO

Há alguns anos existia apenas um; em meados do ano passado criava-se o segundo e, recentemente, Governa-dor Valadares recebeu três grupos em-preendedores que prestam serviços no segmento de esportes de aventura. São eles: GV Adventure, Muriqui Aventu-ras e Friends Adventure GV. Pelo fato de a cidade e região proporcionarem condições para a realização da prática de esportes relacionados à natureza e por sua população ser composta por muitos jovens e demais pessoas pre-ocupadas com a saúde e o bem-estar, novas empresas têm escolhido o mu-nicípio para oferecer diversos serviços na área.

“Já era comum a prática de espor-tes como montain bike, voo livre, ca-noagem dentre outros aqui na cidade. Com toda riqueza natural os esportes de aventura não poderiam ficar de fora. Foi aí que veio a ideia de criar a empresa. Oferecer à população ativi-dade física em conjunto com a nature-za, mostrando o quanto é importante preservar e que é possível usufruir sem destruir”, conta Gabriel Bastos dos Santos, 22 anos, estudante do 7º perí-odo de Design Gráfico da Universidade Vale do Rio Doce (Univale) e um dos sócios da Muriqui Aventuras.

Para o valadarense de 35 anos, Bre-no de Oliveira Coelho, sócio e diretor financeiro da Friends Adventure, e ou-tros dois sócios também naturais de Governador Valadares, não há dúvidas de que a cidade oferece um potencial natural muito grande para a realização de tais práticas. “Temos a ideia de tra-balhar no segmento desde os tempos de monitoria na disciplina Esportes da Natureza na faculdade. Trabalhamos no segmento dos esportes e ativida-des de aventura como escalada, rapel, trakking, excursões, acampamentos e provas de aventura. Atuamos, nor-malmente, por encomenda, atendendo grupos ou individualmente, sendo que cada atividade requer um orçamento específico”, detalha.

DiferencialAs empresas que atuam no mercado

valadarense oferecem esportes como rapel, escalada, cascading, tirolesa, ar-vorismo e trekking. Para se destacar, elas têm clareza que precisam de um diferencial para competir em meio a tantas novidades. “A Muriqui Aventu-ras tem foco no cooperativismo; tra-balha com equipes multidisciplinares e busca profissionais de várias áreas.

Também trabalha com equipamentos certificados e novos, pois em se tratan-do de segurança, não abrimos mão do melhor”, garante Bastos.

Breno concorda com a aplicação dos diferenciais como a segurança e profis-sionais de qualidade. No entanto, res-salta a experiência como melhor aliado. “Temos como diferencial a formação do grupo por um biólogo e dois educado-res físicos que foram monitores e par-ticiparam de projetos de extensão du-rante a faculdade. Fomos integrantes do grupo organizador do 2º Congresso Brasileiro de Atividades de Aventura, ocasião em que ministramos uma ofi-cina de escalada, destaca Coelho.

Para os interessados em tais espor-tes, Bastos deixa claro que não existem restrições. “O público é bem diversifica-do, desde crianças a adultos, indiferen-te se já são ou não adeptos de alguma atividade física. O interessante é que a cada novo aventureiro que recebemos, temos a certeza de que a sua experiên-cia contada a amigos e familiares faz com que uma semente seja plantada. Assim, é despertado o espírito aventu-reiro que todos já nascem com ele”.

A empresa Muriqui Aventuras aten-de por meio do telefone (33) 9138-3420 ou pelo site www.muriquiaventu-ras.com.br. O grupo Friends Adventure pode ser acionado pela rede social Fa-cebook no endereço www.facebook.com/#!/friendsadventure.gv ou pelo telefone (33) 9965-3120. A GV Adven-tures também está no Facebook: www.facebook.com/GV.Adventure.

(De cima para baixo) Rapel na cachoeira Véu da Noiva, no distrito de Pontal, em Governador Valadares, organizado pela Friends Adventure // Profissionais da Muriqui Aventuras e clientes após atividades na cachoeira Véu da Noiva // Rapel noturno em viaduto de Ipatinga, a 100km de Governador Valadares, realizado pela Muriqui Aventuras

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8CIRCULANDOJulho/Agosto de 2012 CURSO DE JORNALISMO

Na disputa entre os melhores do Brasil

DA REDAÇÃO

Dois trabalhos de egressos do cur-so de jornalismo da Univale (turma 2008-2011) concorrerão ao prêmio de melhor produção acadêmica do país na XIX Exposição de Pesquisa Experi-mental em Comunicação (Expocom).

A edição nº 10 da revista-laboratório GIRÔ e o jornal 3º Setor em Pauta fatu-raram o 1º lugar na Expocom Sudeste e, agora, disputam com os trabalhos vencedores, de universidades particu-lares e públicas, das outras quatro re-giões do Brasil. A GIRÔ, elaborada por todos os integrantes da turma na dis-ciplina Jornalismo de Revista, é fruto de um trabalho interdisciplinar desen-volvido em parceria com os cursos de Design Gráfico e Letras, da Univale. Já o jornal 3º Setor em Pauta foi elabora-do por um grupo de cinco alunos como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

A Expocom Nacional acontece en-tre os dias 03 e 07 de setembro, na Universidade de Fortaleza (UNIFOR), no Ceará. O evento compõe a progra-mação do XXXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação que, se-gundo os organizadores, contará com a participação de, aproximadamente, cinco mil pessoas entre estudantes, professores e pesquisadores da área de comunicação.

ExpectativasA recém-graduada em jornalis-

mo, Karla Nascimento de Almeida, demonstra-se animada com a tare-fa de representar os alunos e o curso de Jornalismo em Fortaleza. “Assim como na Expocom Sudeste, será uma satisfação participar desse evento re-presentando a turma por meio das nossas produções coletivas. Tenham a certeza que da minha parte farei o melhor para trazer os prêmios”.

Orientadora dos trabalhos premia-dos na Expocom Sudeste, a professora Fernanda de Melo Felipe da Silva re-vela confiança. "Ambas as produções foram pensadas e desenvolvidas com intensa reflexão teórica e zelo na parte técnica. Acredito que por isso e tam-bém pelos elogios que os nossos tra-balhos receberam, na etapa regional, temos grandes chances de conquistar-mos o 1º lugar”. Fernanda ressalta que o curso de jornalismo da Univale car-rega em seu histórico o prêmio de me-lhor jornal-laboratório do país, façanha conquistada pelo Circulando, em 2003.

Para a coordenadora do curso de Jornalismo da Univale, Profª Ms. Nagel Medeiros, os resultados com-provam o mérito do corpo docente e discente do curso. “A vitória no Expo-com Sudeste e a disputa no nacional comprova a qualidade do ensino de Jornalismo do nosso curso. Concorre-mos com universidades federais mui-to conceituadas e localizadas em capi-tais. Representamos Minas Gerais na etapa final”, avalia.

Em junho, dois trabalhos de egressos do curso de Jornalismo levaram o 1º lugar na Expocom Sudeste. Em setembro, disputarão a etapa nacional com produções de universidades públicas e privadas das outras quatro regiões

ComemoraçãoExpocom Sudeste

Alunas do curso de Jornalismo durante cerimônia de premiação da Expocom Sudeste, em Ouro Preto

Fico extremamente feliz por fazer parte deste curso, nesta universidade! Gostaria de deixar registrada minha admiração pelos meus colegas vitoriosos, nosso curso tem muito a oferecer e eles são a prova dessa feliz realidade. Estou certa em acreditar no bom preparo que estou recebendo para minha tão sonhada profissão. Mais uma vez, parabéns!Thaís Herculana Martins1º período de Jornalismo

Super bacana! Fico muito feliz mesmo por saber que estamos com essa moral! Vanessa de Oliveira Fófano3º período de Jornalismo

Bacana demais! Parabéns aos alunos que concorreram. Um abraço a todos e que venha a etapa nacional. Patrícia Alves de Oliveira5º período de Jornalismo

Um BIG, HIPER, MEGA, SUPER PARABÉNSSSSSSSSSSSS a todos que contribuíram pra esse SUCESSO. =)))Priscilla Alves Pereira5º Período de Jornalismo

Fico muito feliz em fazer parte desse curso, muito orgulhosa pelos meus colegas. E gostaria de dizer que apesar dos problemas da instituição, torço para que possamos caminhar para que nosso curso continue se destacando como um do melhores de Minas Gerais.Maria Madalena de Freitas Souza3º período de Jornalismo

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Divulgação

3º Setor em Pauta■ Universidade Católica Dom Bosco (UCDB)■ Universidade Federal do Amazonas (UFAM)■ Universidade de Fortaleza (UNIFOR)■ Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM)

Nossos concorrentes

Critérios de avaliação1) adequação do trabalho em relação à modalidade em que foi inscrita;2) consistência teórica do paper e a sua coerência com a respectiva peça;3) inovação e o experimentalismo do trabalho;4) viabilidade (tecnológica, gerencial e mercadológica) do trabalho;5) qualidade (ética, técnica e estética) do trabalho.

Sobre a Expocom e a IntercomA Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunica-

ção (Intercom), fundada em 1977, em São Paulo, é uma instituição sem fins lucrativos, destinada ao fomento e à troca de conhecimento entre pesquisadores e profissionais atuantes no mercado. Esta insti-tuição promove, a cada ano, a Expocom, uma exposição e um prêmio destinado aos melhores trabalhos experimentais exclusivamente pro-duzidos por alunos de graduação no âmbito dos cursos de Comunica-ção Social e suas habilitações.

Revista-Laboratório GIRÔ■ Universidade Federal de Goiás (UFGO)■ Universidade Federal do Amazonas (UFAM)■ Universidade Federal da Bahia (UFBA)■ Universidade de Caxias do Sul (UCS)