Cisternas de placa chegam para transformar dificuldade em prosperidade

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Cisternas de placa chegam para transformar dificuldade em prosperidade Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano 7 • nº 1166 Junho/2013 Quixelô - CE A 42 quilômetros de Quixelô - CE, nas alturas das serras do nosso sertão, existe uma comunidade simples e modesta, onde habita um povo feliz e acolhedor, que hoje esbanja alegria e satisfação em ver que dias melhores estão chegando por ali. Essa comunidade se chama Lagoa do Pé da Serra, onde vivem atualmente 45 famílias. A comunidade sempre sofreu com os efeitos da estiagem e tinha como fonte de água apenas as cisternas do P1MC (Programa Um Milhão de Cisternas) que eram abastecidas com o auxílio de carros-pipa. Produzir alimento naquela região era praticamente impossível, pois a água era utilizada apenas para o consumo humano e precisava ser extremamente economizada. “só não morremos de sede por causa destes reservatórios, há algumas décadas atrás até mortes já foram registradas aqui, principalmente de crianças que são mais frágeis e precisam de água de qualidade para crescerem com mais saúde”, lembra com tristeza Dona Rosa, moradora da comunidade. Mas no final de 2012 essa realidade começou a tomar novos rumos e a apresentar uma perspectiva de que mudanças iriam acontecer por ali. Foi quando o Instituto Elo Amigo visitou o local e conseguiu implantar o Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA). Foram construídas sete cisternas-calçadão e uma cisterna-enxurrada, ambas com a capacidade de armazenar até 52.000 litros de água da chuva para produção de alimentos.

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O Candeeiro - Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas, nº 1166 A 42 quilômetros de Quixelô - CE, nas alturas das serras do nosso sertão, existe uma comunidade simples e modesta, onde habita um povo feliz e acolhedor, que hoje esbanja alegria e satisfação em ver que dias melhores estão chegando por ali. Essa comunidade se chama Lagoa do Pé da Serra, onde vivem atualmente 45 famílias.

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Cisternas de placa chegam para transformar dificuldade em prosperidade

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 7 • nº 1166

Junho/2013

Quixelô - CE

A 42 quilômetros de Quixelô - CE, nas alturas das serras do nosso sertão, existe uma comunidade simples e modesta, onde habita um povo feliz e acolhedor, que hoje esbanja alegria e satisfação em ver que dias melhores estão chegando por ali. Essa comunidade se chama Lagoa do Pé da Serra, onde vivem atualmente 45 famílias.

A comunidade sempre sofreu com os efeitos da estiagem e tinha como fonte de água apenas as cisternas do P1MC (Programa Um Milhão de Cisternas) que eram abastecidas com o auxílio de carros-pipa. Produzir alimento naquela região era praticamente impossível, pois a água era utilizada apenas para o consumo humano e precisava ser extremamente economizada. “só não morremos de sede por causa destes reservatórios, há algumas décadas atrás até mortes já foram registradas aqui, principalmente de crianças que são mais frágeis e precisam de água de qualidade para crescerem com mais saúde”, lembra com tristeza Dona Rosa, moradora da comunidade.

Mas no final de 2012 essa realidade começou a tomar novos rumos e a apresentar uma perspectiva de que mudanças iriam acontecer por ali. Foi quando o Instituto Elo Amigo visitou o local e conseguiu implantar o Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA).

Foram construídas sete cisternas-calçadão e uma cisterna-enxurrada, ambas com a capacidade de armazenar até 52.000 litros de água da chuva para produção de alimentos.

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Ceará

Realização Apoio

Foi uma expectativa grande para aquele povo receber um projeto daquela importância. No processo de construções todas as famílias foram mobilizadas e capacitadas com intercâmbios e cursos como GAPA (Gestão de Água Para a Produção de Alimentos) e SSIP (Sistema Simplificado de Irrigação para Produção).

Depois de todas as etapas das capacitações e das cisternas construídas, restava apenas orar e aguardar pelas primeiras chuvas, que acabaram se atrasando um pouco da data prevista, mas logo

chegaram trazendo a certeza de que dias melhores estavam por vir.

E assim aconteceu! As chuvas vieram, encheram as cisternas e a comunidade começou a colocar em prática tudo que aprenderam nos intercâmbios e nas capacitações e começaram a utilizar os insumos e os materiais de infra-estrutura que receberam como incentivo para dar início ao processo produtivo, que resultará na produção de alimentos, que é objetivo do programa.

Alguns meses depois, era difícil acreditar na paisagem que a comunidade Lagoa do Pé da Serra apresentava. Mesmo com a paisagem da seca vegetação do nosso semiárido, as cisternas do programa se escondiam por trás do verde intenso dos canteiros que foram plantados ao seu redor e mesmo com pouca terra para produzir, as famílias aproveitam cada centímetro de chão para plantar suas verduras, frutas e leguminosas.

Na comunidade, todas as cisternas estão sendo muito bem cuidadas e todas estão cercadas com telas de arame, que também foram fornecidas pelo programa, para impedir a entrada dos animais. Os canteiros produzem o ano todo e a comunidade ainda acaba de ser beneficiada com mais 6 Barraginhas, que é uma tecnologia que tem a função de armazenar água da chuva por alguns meses para o consumo dos animais para a produção de alimentos e principalmente para alimentar os lençóis freáticos.