Cj News - 23/06/12

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CJ News Kabalat Shabat – 23 de Junho de 2012

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CJ נ EW ס Ano XIV nº 608

23 de Junho de 2012 3 de Tamuz de 5772Shabat Korach

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Conteúdo da Parashá Korach Bamidbar 16:1 a 18:32 Korach e seus seguidores, Datan e Aviram lideram uma rebelião contra a liderança de

Moisés e Arão. Deus pune os rebeldes, abrindo a terra que os engole vivos. Em seguida, após um grande protesto da população, o povo é castigado com uma grande praga que mata cerca de quatorze mil e setecentas pessoas.

O chefe de cada tribo deposita seu bastão em frente ao Mishkan. O único bastão que floresce é o de Arão, que produz flores e amêndoas.

Como os cohanim e os leviim não teriam direito a nenhuma parte do território na Terra Prometida, eles deveriam ser mantidos através de contribuições do povo.

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A Haftará e a Parashá

Próximo ao fim de seu tempo de profeta, Samuel leva o povo para a coroação do Rei Saul em Gilgal. Contrário à implantação da monarquia entre os judeus, mas submetendo-se as exigências do povo que queria um rei de carne e osso, ele alerta a todos sobre os riscos de destinar tanto poder a uma só pessoa. Além disso, o profeta Samuel lembra também os sofrimentos que Moisés passou e desafia o povo a criticar seu comportamento durante seu tempo como profeta. Outro ponto em comum entre a parashá e a haftará é a demonstração de milagres para mostrar a liderança de Samuel. Uma inesperada e violenta tempestade apresenta um paralelo com o florescer do bastão de Arão e a abertura da Terra que engoliu Korach e seu bando.

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Existe outra conexão importante entre a parashá e a haftará: o profeta Samuel era descendente de Korach.

Shabat na sinagoga da HebraicaPrédica: Mauricio Mindrisz

Chazan: David Kullock Musicista: Tânia TravassosBaalei Koré: Rony e Daniel Grabarz Ilustrações: Alicia Guzovsky

StiubienerTexto: Mauricio Mindrisz e David Rosenberg Krausz

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O falso discurso de Korach

A parashá desta semana, Korach, fala mais uma vez sobre uma revolta que se levantou contra a liderança de Moisés e Aarão. Um homem da tribo de Levi chamado Korach e seus seguidores Datam, Aviram e outros 250 homens, rebelam-se contra a liderança de Moisés e de Aarão.

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Os seguidores de Korach disseram: “Toda a congregação, todos eles são santos, e o Eterno está entre eles; por que vos elevais sobre a congregação do Eterno?”. Aparentemente, é uma reclamação socialmente justa e ética. Afinal, se todos os filhos de Israel haviam recebido a Torá no Monte Sinai, se eram todos o Seu povo, deviam ser todos iguais. Por que então não podiam todos oferecer incensos e servir no santuário de D’us?

Não é uma exigência aceitável? Não é exatamente o belo discurso que estamos cansados de ouvir sobre igualdade social? Por que, então, o resultado foi tão terrível? A terra nada menos do que se abriu e engoliu Korach e os demais rebeldes! Como D’us pode punir tão severamente uma reivindicação aparentemente correta e humana?

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A resposta que nossos sábios dão é que Korach, que incitou toda a rebelião, não estava movido por interesses altruístas coisa nenhuma, nem pensando em igualdade social. Assim como aconteceu centenas de vezes ao longo da história, o líder da revolta não estava preocupado de fato com o povo que o seguia, mas sim com interesses imediatistas e pessoais.

O Midrash conta que Korach, que era da tribo de Levi, queria um certo cargo importante, que, em vez de ser dado a ele, foi dado a um primo seu, deixando-o irritado. Isso levou Korach e se revoltar contra todo o sistema instituído por D’us, que tinha como cabeças Moisés e Aarão.

Com isso, a partir de uma motivação pessoal, através de um discurso falsamente democrático e igualitário, Korach conseguiu reunir cerca de 250 homens contra os líderes do povo. Visando seu

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benefício próprio, ele conseguiu manipular seguidores em torno de uma causa aparentemente muito justa, mas que não passava de uma grande mentira.

Parece muito familiar, não é mesmo? É o que vive acontecendo na política ao longo de séculos, inclusive hoje em dia. Não faltam demagogos que, com seus discursos, levam milhares, às vezes milhões, de pessoas a abraçar, lutar e fazer revoluções por uma causa linda, feita para elas. E, na verdade, tantas vezes essas maravilhas são apenas manipulações irreais.

Não que não exista ideologia verdadeira, nem que ninguém realmente queira trabalhar por justiça e altruísmo, mas geralmente não são as brigas que conseguem mudar alguma coisa.

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Korach levou seus seguidores à morte; a Revolução Francesa deixou na França Napoleão, um Imperador muito mais tirânico do que o rei que decapitou; a Revolução Russa oprimiu seus “camaradas” tanto quanto ou mais do que qualquer Czar! Mas Rabi Akiva, por exemplo, que transformou milhares de analfabetos em grandes sábios, pregando o amor ao próximo, nunca pegou em armas e talvez conquistou o que nenhum guerrilheiro jamais sonhou. As grandes conquistas vêm do amor, não do ódio; e da paz, e não da guerra.

Shabat shalom! David Rosenberg Krausz