Clarissa Xavier de Paula
Transcript of Clarissa Xavier de Paula
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
FACULDADE DE MEDICINA
CURSO DE FISIOTERAPIA
Clarissa Xavier de Paula
Wyngrid Porfirio Borel
RELAÇÃO ENTRE DIFERENTES TÉCNICAS CLÍNICAS DE AVALIAÇÃO
DA INCLINAÇÃO DA PELVE
Juiz de Fora
2009
Clarissa Xavier de Paula
Wyngrid Porfirio Borel
RELAÇÃO ENTRE DIFERENTES TÉCNICAS CLÍNICAS DE AVALIAÇÃO
DA INCLINAÇÃO DA PELVE
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Fisioterapia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora como requisito parcial à obtenção do título de Fisioterapeuta.
Orientadora: Profa. Ms. Jennifer Granja Peixoto
Juiz de Fora
2009
Paula, Clarissa Xavier de. Relação entre diferentes técnicas clínicas de avaliação da inclinação da pelve / Clarissa Xavier de Paula, Wyngrid Porfirio Borel. -- 2009. 49 f. : il.
Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Fisioterapia)- Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2009.
1. Pelve. 2. Postura humana. I. Borel, Wyngrid Porfírio.
II. Título. CDU 616.718.19
Clarissa Xavier de Paula
Wyngrid Porfirio Borel
RELAÇÃO ENTRE DIFERENTES TÉCNICAS CLÍNICAS DE AVALIAÇÃO
DA INCLINAÇÃO DA PELVE
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Fisioterapia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora como requisito parcial à obtenção do título de Fisioterapeuta.
Aprovado em
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________________________
Profª. Ms. Jennifer Granja Peixoto
(Universidade Federal de Juiz de Fora)
_______________________________________________________________
Profª. Ms. Nathália de Souza Abreu
(Universidade Salgado de Oliveira)
______________________________________________________________
Ft. Ms. Lícia Magri Juste
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a Deus e a todas as pessoas que contribuíram para a realização
deste trabalho, em especial aos nossos familiares e amigos, que nos deram forças e
transmitiram palavras de encorajamento. Agradecemos também à Kelly, pela
enorme boa vontade e paciência conosco. Também não poderíamos deixar de
agradecer a nossa orientadora Jennifer Granja Peixoto, por transmitir conhecimentos
de forma tão desmedida e por se tornar ao longo deste período nossa amiga e
companheira.
RESUMO
Medir a inclinação pélvica pode auxiliar na avaliação postural e esta no
planejamento do tratamento e na evolução do paciente. Visto que a literatura vigente
faz uso de metodologias distintas para a obtenção desta medida, este estudo
transversal objetivou relacionar algumas destas técnicas entre si, com os voluntários
adotando diferentes posições dos pés, bem como relacionar estas técnicas com a
amplitude de movimento (ADM) em extensão da coluna lombar. Para tanto foram
avaliadas as hemi-pelves do lado dominante de 10 voluntários jovens e saudáveis,
de ambos os sexos, que não possuíam histórico de sintomatologia dolorosa, trauma,
cirurgias ou doenças diagnosticadas nos membros inferiores e/ ou na coluna. A
medida da inclinação sagital pélvica foi obtida utilizando-se um teste nominal e três
quantitativos, com goniometria e fotogrametria, para cada posição dos pés adotada,
nos quais os avaliadores obtiveram, previamente, índices de coeficiente de
correlação intraclasse excelentes. No programa Statistical Pakage for Science
Social, versão 15.0, foram realizados testes de correlação de Pearson r entre os
métodos de avaliação e destes com a ADM em extensão da coluna lombar no nível
de significância de 0,05. Paralelamente, foi realizada análise descritiva exploratória
com a variável nominal. Os resultados revelaram haver relação entre os testes que
usaram a fotogrametria. No entanto, não houve relação destes com o que usou a
goniometria e, adicionalmente, não houve influência, nesta amostra estudada, da
posição dos pés na inclinação pélvica em nenhum dos testes supracitados,
tampouco destes com a ADM em extensão da coluna lombar. A comparação
exploratória entre os testes quantitativos e o nominal evidenciou uma grande
variação de valores que impossibilita inferências sem que haja determinação prévia
de valores normativos. Concluímos, portanto, que testes para avaliar a inclinação
sagital da pelve com metodologias diferentes não produzem, necessariamente, os
mesmos resultados e que a posição diferente dos pés não influencia a inclinação da
pelve em jovens saudáveis. Por fim, a ADM de extensão da coluna lombar não se
relaciona com os testes clínicos mais utilizados.
Palavras-chave: Inclinação pélvica. Avaliação.
ABSTRACT
Measure the pelvic tilt can help to assess posture and this in the planning of
treatment and the evolution of the patient. Since the current literature makes use of
different methodologies to obtain this measure, this cross-sectional study aimed to
relate some of these techniques together, with volunteers taking different positions of
the feet, and relate these techniques to the range of motion (ROM) in extension of
the lumbar spine. Were evaluated the hemi-pelvis of the dominant side of 10 young
healthy volunteers of both sexes who had no history of painful symptoms, trauma,
surgery or diseases diagnosed in the lower limbs and/or spine. The measurement of
the sagittal pelvic tilt was obtained using one nominal test and three quantitative
tests, with photogrammetry and goniometry for each position of the feet used in
which the evaluators had, previously, rates of excellent intraclass correlation
coefficient. In the Statistical Pakage for Social Science, version 15.0, were tested for
the Pearson-r correlation between the evaluation methods and these with ROM in
extension of the lumbar spine at the level of significance of 0.05. In addition,
exploratory descriptive analysis was performed with a nominal variable. The results
showed that there is relationship between the tests that had used the
photogrammetry. However, there is no relationship of these with the goniometry, and
in addition, no influence in this sample, the position of the feet in the pelvic tilt in any
of the tests listed above, nor those with ROM in extension of the lumbar spine. The
exploratory comparison between nominal and quantitative tests revealed a wide
range of values that disables inferences without any prior determination of normative
values. We conclude, therefore, that tests to assess the sagittal inclination of the
pelvis with different methods do not produce, necessarily, the same results and that
the different position of the feet does not affect the tilt of the pelvis in young healthy.
Finally, ROM extension of the lumbar spine is not related to the clinical trials used
more.
Keywords: Pelvic tilt. Evaluation.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1
Tabela 2
Tabela 3
Tabela 4
Tabela 5
Tabela 6
Tabela 7
- Resultados dos testes de confiabilidade intra-examinador das
variáveis de medida de posição de pelve.....................................
- Características demográficas e clínicas dos participantes
(n= 10): idade, estatura, peso, IMC, perímetro pélvico,
comprimento do membro inferior direito, esquerdo e da
diferença entre os MMII................................................................
Análise da relação, pelo teste de Pearson-r, entre os métodos
de avaliação da inclinação pélvica que apresentaram
distribuição normal........................................................................
Análise descritiva exploratória da relação entre o teste de
equilíbrio sagital pélvico e os demais métodos de avaliação da
inclinação pélvica, com os voluntários na posição de parada
funcional dos pés..........................................................................
Análise descritiva exploratória da relação entre o teste de
equilíbrio sagital pélvico e os demais métodos de avaliação da
inclinação pélvica com os voluntários adotando a posição
padrão dos pés.............................................................................
Análise descritiva exploratória da relação entre os resultados
obtidos pelo teste de equilíbrio sagital pélvico, para cada
voluntário, em ambas as posições dos pés adotadas..................
Valores de IMC e ADM em extensão dos voluntários..................
23
25
27
29
30
31
32
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Figura 2 Figura 3
- Foto em perfil mostrando os marcadores cutâneos posicionados na EIAS e na EIPS da voluntária...................................................................19 - Foto em perfil mostrando a identificação, para o reconhecimento do software, da posição dos marcadores cutâneos das EIAS e EIPS e medição do ângulo de inclinação da pelve.............................................. 20 - Foto em perfil mostrando a identificação, para o reconhecimento do software, da posição dos marcadores cutâneos das EIAS e EIPI e medição do ângulo de inclinação da pelve.............................................. 21
LISTA DE ABREVIATURAS
ADM EIAS EIPS EIPI IMC MMII
- Amplitude de movimento - Espinha ilíaca ântero-superior - Espinha ilíaca póstero-superior - Espinha ilíaca póstero-inferior - Índice de massa corporal - Membros inferiores
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................
2 OBJETIVOS ........................................................................................................
2.1 Objetivo geral ....................................................................................................
2.2 Objetivos específicos ........................................................................................
3 MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................
3.1 Amostra ........................................................................................…................
3.2 Instrumentos e procedimentos ...........….............................................…..........
3.2.1 Teste clínico para avaliação do equilíbrio sagital pélvico
a) Procedimento ......................................................................................................
3.2.2 Fotogrametria computadorizada ....................................................................
a) Instrumento .........................................................................................................
b) Procedimento ......................................................................................................
3.2.3 Goniômetro .....................................................................................................
a) Instrumento .........................................................................................................
b) Procedimento ......................................................................................................
3.3 Medida da amplitude de movimento em extensão da coluna lombar
..................................................................................................................................
a) Instrumento .........................................................................................................
b) Procedimento ......................................................................................................
3.4 Avaliadores ........................................................................................................
3.5 Análise estatística .............................................................................................
4 RESULTADOS ....................................................................................................
4.1 Análise descritiva .............................................................................................
4.2 Análise inferencial ...........................................................................................
5 DISCUSSÃO ........................................................................................................
6 CONCLUSÃO ......................................................................................................
7 REFERÊNCIAS ....................................................................................................
APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO .........
APÊNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO DE UTILIZAÇÃO DA
IMAGEM ............................................................................................................
11
15
15
15
16
16
17
17
17
18
18
18
22
22
22
23
23
23
24
24
26
26
27
33
37
38
42
45
APÊNDICE C - FICHA DE AVALIAÇÃO ..........................................................
ANEXO A - PARECER DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA ..............................................
46
49
11
1. INTRODUÇÃO
A avaliação postural é de fundamental importância para o planejamento
de um tratamento fisioterapêutico e para o acompanhamento da evolução e dos
resultados do mesmo. A partir da avaliação do alinhamento dos segmentos
corporais é possível elaborar uma hipótese de distribuição de carga e solicitação
mecânica de músculos, ligamentos e articulações (FERREIRA, 2005). Para isso a
mensuração das amplitudes e dos ângulos articulares deve ser efetuada de maneira
confiável e padronizada (SACCO et al, 2007).
A pelve, composta pelo sacro, ilíaco, ísquio e púbis, é uma região de
transição entre o tronco e os membros inferiores. Seu papel, associado à região
lombar e ao quadril, é transferir o peso da cabeça, tronco e membros superiores
para os inferiores, bem como resistir às forças resultantes da movimentação dos
mesmos e auxiliar na manutenção do centro de gravidade do corpo durante
deslocamentos (LEE, 2001; NORKIN e LEVANGIE, 2001).
Associada à articulação coxofemoral, a pelve pode mover-se anterior e
posteriormente no plano sagital. Para Bienfait (1997), a pelve encontra-se em
equilíbrio quando as espinhas ilíacas ântero-superiores (EIAS) e as espinhas ilíacas
póstero-inferiores (EIPI) situam-se na mesma linha horizontal. Na inclinação pélvica
anterior (anteversão), a EIAS estará em uma posição inferior em relação à EIPI e, na
inclinação pélvica posterior (retroversão), a EIAS estará superior à EIPI. O mesmo
autor caracteriza como dentro da normalidade inclinações anteriores iguais ou
inferiores a um centímetro nas mulheres e, nos homens, inclinações posteriores
iguais ou inferiores a um centímetro.
A medida da inclinação pélvica pode auxiliar na avaliação postural e
articular, no planejamento do tratamento e na avaliação da evolução do quadro do
paciente (SANDERS e STAVRAKAS, 1981). No entanto, a literatura é controversa a
respeito dos parâmetros anatômicos utilizados para avaliar a inclinação pélvica.
Alguns métodos, como a fotogrametria computadorizada e a inclinometria, baseiam-
se na relação EIAS-EIPS e, outros, como o teste de equilíbrio sagital pélvico e a
avaliação realizada com o goniômetro usam como referência o ângulo formado entre
EIAS-EIPI.
A fotogrametria computadorizada é definida pela American Society of
12
Photogrammetry como a arte, ciência e tecnologia de obtenção de informação
confiável sobre objetos físicos e o meio ambiente através de processos de gravação,
medição e interpretação de imagens fotográficas, padrões de energia
eletromagnética radiante e outras fontes (IUNES et al, 2005). É a combinação da
fotografia digital com softwares que permitem a mensuração de ângulos e distâncias
horizontais e verticais para finalidades diversas, inclusive para avaliar a postura
(SACCO et al, 2007). É um método não-invasivo, acessível ao fisioterapeuta, sem
contra-indicações para sua utilização na prática clínica (IUNES et al, 2005).
No Brasil, com o apoio do CNPQ (Conselho Nacional de Pesquisa e
Desenvolvimento) e da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de
São Paulo), foi desenvolvido em 2003, o Software de Avaliação Postural (SAPo).
Este é de livre acesso e, a partir de fotografias digitalizadas, permite a mensuração
do comprimento, posição, ângulo, alinhamento e outras características dos
segmentos corporais dos indivíduos (VILASBOAS e SANDOVAL, 2008). Além disso,
alguns estudos avaliaram a confiabilidade intra e inter-examinador fazendo uso
desta técnica de avaliação e concluíram que este é um método confiável (IUNES et
al, 2005; SACCO et al, 2007; NIEKERK et al, 2008; SACCO et al, 2003).
Outro método de avaliação da inclinação pélvica é o teste para avaliação
do equilíbrio sagital pélvico, proposto por Bienfait (1997), no qual a posição da pelve
é verificada pela observação da relação existente entre a EIAS e EIPI ipsilateral. É
um teste bastante difundido na prática fisioterápica, mas não há na literatura
nenhum estudo sobre a validade deste método.
Já a goniometria manual é um método largamente utilizado na clínica
fisioterápica por ser de baixo custo e de fácil utilização. Pode ser usado para a
avaliação postural, bem como na mensuração de ângulos articulares e da amplitude
de movimento. Entretanto, como alternativa para medir o ângulo de inclinação
pélvica, foi utilizado por Detsch e Candotti (2001) em seu estudo sobre a postura de
escolares. Apesar de este instrumento ser extremamente utilizado na prática clínica
do fisioterapeuta, a técnica para avaliação pélvica descrita na pesquisa supracitada,
aparentemente, não chegou a ser validada em nenhum estudo prévio.
Além dos métodos citados acima, a inclinometria e a radiografia também
são descritos pela literatura como instrumentos de avaliação da inclinação pélvica.
No entanto, a inclinometria não é comumente utilizada na prática clínica, visto que
para a sua realização é necessária a adaptação de um equipamento
13
(FREBURGUER e RIDDLE, 1999), pois não o temos disponível para compra mesmo
em lojas especializadas em instrumentos de avaliação em fisioterapia. Já a
radiografia, por oferecer riscos à saúde do paciente, também não é utilizada no dia-
a-dia do fisioterapeuta, mesmo sendo considerada padrão-ouro para a avaliação da
inclinação pélvica (FARIA et al, 2006; PRUSHANSKY et al, 2008).
A fotogrametria computadorizada (IUNES et al, 2005; DUNK et al, 2004;
VILASBOAS e SANDOVAL, 2008; DUNK et al, 2005; NIEKERK et al, 2008, SACCO
et al, 2003; PENHA et al, 2005), o teste de equilíbrio sagital pélvico (BIENFAIT,
1997; SANTOS, 2001), a goniometria (DETSCH e CANDOTTI, 2001; BURDETT et
al, 1986) são alguns dos métodos clínicos de avaliação da inclinação pélvica mais
utilizados na prática atual do fisioterapeuta.
Para que a avaliação pélvica seja efetivada, independente da metodologia
de avaliação utilizada, requerer-se-á a palpação das estruturas anatômicas. Embora
necessária durante grande parte da coleta de dados em uma avaliação postural e,
apesar de ser universalmente aplicada, tanto na prática clínica fisioterápica, quanto
em pesquisas científicas, a sua utilização é, ainda, questionada (FARIA et al, 2006).
Outro ponto controverso sobre os métodos de avaliação da inclinação
pélvica é a posição dos pés adotada durante a medida. Enquanto alguns estudos
utilizaram uma posição padronizada para os pés, adotando como referências
anatômicas a distância entre os acrômios (NGUYEN e SCHULTZ, 2007; SCHULTZ
et al, 2006), bem como a distância entre as EIAS (DETSCH e CANDOTTI, 2001), ou
colocando um retângulo de EVA de cerca de 7 cm entre os pés dos voluntários
(IUNES et al, 2005; SACCO et al, 2007), outros não a observaram (DAY et al, 1984;
BURDETT et al, 1986).
Além disso, estudos demonstram que na posição ortostática, aumentando
o grau de inclinação anterior da pelve, o ângulo da lordose lombar aumenta e
aumentando o grau de inclinação posterior da pelve, o ângulo da lordose lombar
diminui (LEVINE e WHITTLE, 1996; KISNER e COLBY, 1992). Diante disso, é
possível que haja relação entre a amplitude de movimento (ADM) em extensão da
coluna lombar com a inclinação pélvica. A amplitude de movimento (ADM) pode ser
obtida utilizando tanto o goniômetro quanto o flexímetro (NORKIN e WHITE, 1995).
Como a pelve é considerada uma estrutura chave no alinhamento do
corpo, qualquer alteração da sua posição neutra causará movimentos
14
compensatórios em várias regiões, sendo a coluna lombar e o quadril as primeiras a
serem afetadas. Além disso, o desalinhamento pélvico pode gerar alterações na
distribuição de peso do corpo, ocasionando síndromes de uso excessivo e sintomas
de dor, principalmente na coluna, quadril e joelho (FARIA et al, 2006). Portanto, é
imprescindível que a análise desta estrutura seja realizada de forma precisa no
contexto da avaliação fisioterápica.
Em função da diversidade de técnicas e métodos descritos na literatura
para avaliação da inclinação pélvica, torna-se difícil correlacionar os resultados
encontrados nos estudos sobre o tema, bem como ampliar o conhecimento sobre a
influência da posição da pelve em quadros álgicos ou mesmo na postura ortostática.
Desta forma, faz-se necessária a realização de um estudo que analise e relacione os
diferentes métodos clínicos de avaliação da inclinação pélvica, incluindo
modificações na posição dos pés, e analise a relação dessas medidas com a ADM
de extensão da coluna lombar a fim de fornecer ao fisioterapeuta referências
metodológicas confiáveis para a medida em questão, tornando sua avaliação mais
precisa e seu tratamento mais eficaz.
15
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo geral
Relacionar as medidas fornecidas por diferentes técnicas clínicas de
avaliação da inclinação da pelve, incluindo modificações na posição dos pés, bem
como a relação dessas medidas com a amplitude de movimento em extensão da
coluna lombar.
2.2 Objetivos específicos
Comparar as medidas clínicas nominais aos testes clínicos quantitativos
usualmente utilizados para medir a inclinação da pelve.
Relacionar os resultados obtidos entre os métodos clínicos quantitativos
usualmente utilizados para a avaliação da inclinação da pelve.
Analisar a influência da posição dos pés nas diferentes técnicas de
medida clínica de inclinação da pelve no plano sagital.
Relacionar os valores obtidos pelos métodos clínicos de avaliação da
pelve com a amplitude de movimento de extensão da coluna lombar.
16
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. Amostra
Para a realização deste estudo foram recrutados 10 voluntários saudáveis
de ambos os sexos, estudantes da Universidade Federal de Juiz de Fora. Tratou-se,
portanto, de uma amostra obtida por conveniência.
Foram excluídos da participação deste estudo os voluntários que
apresentaram escoliose estrutural observada clinicamente pela presença de giba e
os que possuíam diagnóstico médico de doença inflamatória ou degenerativa
crônica nos membros inferiores. Também foram excluídos os voluntários que
apresentaram endoprótese e aqueles com história de trauma nos membros
inferiores ou na coluna e/ou episódio de lombalgia aguda nos últimos seis meses.
Os voluntários que se encaixaram nos critérios de inclusão listados acima
foram esclarecidos sobre a natureza desta pesquisa, a qual está em consonância
com a resolução CNS 196/96 e assinaram o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (Apêndice A), devidamente aprovado pelo comitê de ética (Anexo A) da
instituição e, quando necessário, o Termo de Consentimento de Utilização da
Imagem (Apêndice B).
Inicialmente, todos os voluntários foram submetidos a uma avaliação
demográfica e clínica inicial onde foram coletados dados sobre idade, sexo, índice
de massa corporal (IMC), comprimento dos membros inferiores (MMII), perímetro
pélvico e dominância de membro inferior (Apêndice C). Para a obtenção deste último
dado, as voluntárias foram questionadas sobre qual seria o membro inferior usado
primeiramente ao subir um degrau, enquanto que o voluntário do sexo masculino foi
indagado sobre qual membro seria o de predileção para se chutar uma bola. Essas
variáveis não foram utilizadas na análise estatística inferencial uma vez que não se
tratam de variáveis de desfecho. Entretanto, por serem possíveis variáveis de
confusão na obtenção da medida de desfecho, foram controladas para que fosse
possível avaliar o impacto destas sobre a medida de inclinação de pelve pelos
diferentes testes clínicos utilizados.
Para a avaliação do comprimento dos MMII, cada voluntário foi
posicionado em decúbito dorsal sobre uma maca, e o avaliador, situado ao lado do
17
membro a ser medido, posicionou a extremidade de uma fita métrica na EIAS e
deslizou a fita até o maléolo medial na sua região ínfero-medial. A distância entre
esses dois pontos anatômicos correspondeu ao comprimento dos MMII (BEATTIE et
al, 1990). O procedimento foi realizado em ambos os MMII e repetido, para que a
média aritmética das duas medidas fosse utilizada. Já a avaliação do perímetro
pélvico foi realizada utilizando como referência anatômica as EIAS.
Para a realização de todos os testes clínicos foi necessária a localização
e posterior marcação das espinhas ilíacas. Por conseguinte, a palpação foi a técnica
utilizada para este fim. Assim, inicialmente a crista ilíaca foi encontrada e, em
seguida, pelo deslizamento das polpas digitais anteriormente em direção ao membro
inferior ipsilateral, a espinha ilíaca ântero-superior (EIAS) foi atingida (SANTOS,
2001). A palpação da espinha ilíaca póstero-superior (EIPS) também foi realizada a
partir das cristas ilíacas, onde os polegares foram deslocados posteriormente em
sentido caudal, até que estes se aproximassem ligeiramente (JUNQUEIRA, 2002).
Já a espinha ilíaca póstero-inferior (EIPI) foi encontrada dispondo-se
transversalmente dois dos dedos do paciente abaixo da marcação feita pelo
avaliador na EIPS (JUNQUEIRA, 2002).
Após terem sido localizadas pela palpação, as estruturas ósseas acima
citadas foram marcadas com lápis dermatográfico e, em seguida, foram afixadas
sobre elas uma fita adesiva de dupla-face sobre as quais foram dispostos
marcadores cutâneos esféricos de isopor com aproximadamente 3 mm de raio. Em
seguida, os voluntários foram submetidos à avaliação da inclinação da pelve,
realizada através de três métodos distintos que estão descritos a seguir.
3.2. Instrumentos e procedimentos
3.2.1 Teste clínico para avaliação do equilíbrio sagital pélvico
a) Procedimento
O voluntário permaneceu em posição ortostática e o avaliador, sentado
em uma cadeira ao lado voluntário, localizou a espinha EIPI deste e posicionou o
dedo indicador de sua mão direita sobre esta, oferecendo uma referência horizontal
18
do nível onde se encontrava essa espinha no plano sagital, já que esta é
praticamente impossível de ser palpada. Logo após, o avaliador localizou a EIAS
ipsilateral do voluntário e posicionou seu dedo indicador esquerdo sobre esta, de
modo a oferecer uma referência horizontal da localização desta espinha. Os olhos
do terapeuta estavam no mesmo nível das espinhas ilíacas palpadas a fim de
permitir a este melhor julgamento a respeito da presença de obliqüidade entre a
EIAS e EIPI do voluntário (BIENFAIT, 1997; SANTOS, 2001).
Se ambos os dedos indicadores, mantidos horizontais e perpendiculares
ao corpo, estivessem situados em uma mesma linha horizontal, a pelve encontrar-
se-ia em equilíbrio. O desequilíbrio pélvico anterior – anteversão – foi verificado nos
voluntários em que o dedo indicador direito do terapeuta esteve posicionado
inferiormente em relação ao indicador esquerdo e o desequilíbrio posterior –
retroversão – foi caracterizado pelo posicionamento superior do dedo indicador
direito em relação ao esquerdo (BIENFAIT, 1997; SANTOS, 2001).
3.2.2 Fotogrametria computadorizada
a) Instrumento
Os registros fotográficos foram realizados através de uma câmera digital
Sony® de 7.2 megapixels de resolução. As imagens captadas foram analisadas por
um software para avaliação postural (SAPo) instalado em um microcomputador.
b) Procedimento
Para a realização do registro fotográfico em vista lateral, a câmera digital
foi posicionada sobre um tripé a uma altura correspondente a metade da estatura do
indivíduo, afastada 3 metros do local onde os voluntários permaneceram de pé,
seguindo o protocolo proposto pelo software. Para manter essa disposição fixa para
todas as medidas, foi feita no solo uma marcação com fita adesiva (VILASBOAS e
SANDOVAL, 2008).
19
FIGURA 1 - Foto em perfil mostrando os marcadores cutâneos posicionados EIAS e
na EIPS da voluntária.
20
FIGURA 2 - Identificação, para o reconhecimento do software, da posição dos
marcadores cutâneos das EIAS e EIPS e medição do ângulo de inclinação da pelve.
21
FIGURA 3 - Identificação, para o reconhecimento do software, da posição dos
marcadores cutâneos das EIAS e EIPI e medição do ângulo de inclinação da pelve.
22
3.2.3. Goniômetro
a) Instrumento
Goniômetro universal CARCI® e régua milimetrada de 30 cm.
b) Procedimento
O voluntário permaneceu na posição ortostática para que o avaliador,
sentado ao lado deste pudesse localizar a EIAS e a EIPI. Para a obtenção desta
medida foram necessários dois avaliadores, de forma que um deles se posicionou
atrás do voluntário, segurando e nivelando a régua milimetrada sobre a EIPI do
dimídio avaliado. Para medir a inclinação pélvica, o outro avaliador, sentado ao lado
da hemipelve correspondente, posicionou o eixo do goniômetro aberto em um
ângulo de 180º sobre a lateral da EIAS. O braço fixo do goniômetro foi mantido
horizontalmente enquanto o braço móvel foi levado em direção à régua milimetrada
para que o ângulo de inclinação pélvica fosse fornecido pelo goniômetro. Foi
convencionado que o valor neutro corresponde a 180°; valores entre 179° e 181°
equivalem à posição normal; a pelve foi considerada em retroversão para valores
inferiores a 179° e em anteversão para valores superiores a 182° (DETSCH e
CANDOTTI, 1998).
Para todas as avaliações da inclinação pélvica acima descritas, os
voluntários trajaram uma vestimenta que permitiu a visualização das espinhas
ilíacas, estavam em posição ortostática com o antebraço fletido à 90º no dimídio
correspondente à avaliação e os pés foram posicionados de duas maneiras.
Primeiramente, os voluntários foram solicitados a assumir posição funcional dos pés
em ortostatismo, ou seja, aquela que eles utilizam no seu dia-a-dia. Para isso, foram
orientados a caminhar uma distância de dois metros e parar sobre uma folha de
papel pardo sobre a qual foi marcado, com um pincel atômico, o contorno dos pés.
Este procedimento teve o intuito de gerar uma reprodutibilidade da posição de
parada funcional dos pés adotada pelos voluntários nas diferentes técnicas de
medidas de inclinação pélvica.
Em seguida, as diferentes avaliações foram repetidas com cada voluntário
adotando, entretanto, uma posição dos pés controlada, ou seja, os pés foram
23
mantidos em uma posição padronizada, na qual estes estavam posicionados a uma
distância equivalente àquela entre os acrômios (NGUYEN e SCHULTZ, 2007). Essa
disposição dos pés também foi reproduzida em uma folha de papel para assegurar o
mesmo posicionamento controlado dos pés de cada voluntário durante as
avaliações.
As medidas descritas acima foram realizadas três vezes em ambas as
hemipelves, com cada uma das técnicas de avaliação clínica e em ambas as
posições dos pés. Foi utilizada para análise a média aritmética dos valores obtidos
(FREBURGER e RIDDLE, 1999; PRUSHANSKY, 2008; NGUYEN e SCHULTZ,
2007; SHULTZ e NGUYEN, 2007).
3.3. Medida da amplitude de movimento em extensão da coluna lombar
a) Instrumento
Foi utilizado o Flexímetro da marca SANNY®.
b) Procedimento
Para avaliação da extensão da coluna lombar o voluntário permaneceu na
posição ortostática, frente a um espaldar, com a pelve e os membros inferiores
apoiados neste, e as mãos segurando em uma das barras do mesmo. Os pés
permaneceram unidos e posicionados a uma distância de dois centímetros da
parede. O flexímetro foi colocado lateralmente no tórax, no nível do apêndice
xifóide, com o medidor voltado para um dos avaliadores que permanecia
estabilizando os joelhos, impedindo, assim, a flexão destes, enquanto o outro
estabilizava a pelve, evitando que esta se deslocasse durante a execução do
movimento (MONTEIRO, 2005). O voluntário foi então solicitado a realizar a
extensão máxima do tronco e o valor observado no flexímetro anotado. Foram
coletadas três medidas e a média aritmética destas foi utilizada na análise dos
dados.
24
3.4. Avaliadores
Todas as medidas clínicas efetuadas foram realizadas por dois avaliadores
treinados que realizaram testes de confiabilidade intra-examinador e, para tanto,
reavaliaram os voluntários sete dias após a primeira coleta de dados. Estes testes
revelaram valores de ICC (coeficiente de correlação intra-classe) considerados
excelentes (SZKLO e NIETO, 2000) visto que, para a medida do comprimento dos
membros inferiores, da flexibilidade em extensão da coluna lombar, do perímetro
pélvico e do IMC, os ICC’s foram, respectivamente, 1.00, 0.99, 1.00 e 1.00. Os
valores de ICC das variáveis de desfecho estão dispostos na TABELA 1. Todos os
testes estatísticos foram realizados no nível de significância α= 0,05 e o software
Statistical Package for Social Sciences (SPSS ®) versão 15.0 foi utilizado para
realização dos mesmos.
TABELA 1: Resultados dos testes de confiabilidade intra-examinador das variáveis
de medida de posição de pelve
ICC’S DAS VARIÁVEIS DE DESFECHO
Posição funcional dos
pés
Posição padrão dos
pés
Fotogrametria A (EIAS– EIPS) 0,94 0,98
Fotogrametria B (EIAS – EIPI) 0,96 0,94
Goniometria 0,93 0,99
Teste clínico 1 0,97
3.5. Análise estatística
Após a coleta, os dados foram analisados pelo uso do software Statistical
Package for Social Sciences (SPSS ®) versão 15.0e. Inicialmente, realizaram-se
análises descritivas de todas as variáveis coletadas fazendo-se uso de medidas de
tendência central. Em seguida, foram realizados testes de distribuição de
25
normalidade e, posteriormente, o teste paramétrico de correlação de Pearson-r foi
aplicado às medidas que apresentaram distribuição normal no teste de Shapiro-wilk.
Visto que o teste de equilíbrio sagital pélvico fornece variáveis nominais
como resultados, foi realizada uma análise descritiva exploratória com o intuito de
comparar os índices obtidos por este método de avaliação com os demais utilizados
nessa pesquisa.
Para a realização desta análise estatística foram utilizados os dados
obtidos no membro inferior dominante de cada voluntário.
26
4. RESULTADOS
4.1. Análise descritiva
Foram selecionados para participar deste estudo 10 voluntários saudáveis,
dos quais nove eram do sexo feminino e um do sexo masculino, com idades entre
20 e 26 anos e que preencheram os critérios de inclusão. As medidas de tendência
central das características demográficas e clínicas de todos os voluntários estão
disponibilizadas na TABELA 2.
TABELA 2: Características demográficas e clínicas dos participantes (n= 10): idade,
estatura, peso, IMC, perímetro pélvico, comprimento do membro inferior direito,
esquerdo e da diferença entre os MMII.
CARACTERÍSTICAS DEMOGRÁFICAS E CLÍNICAS
Média Máximo Mínimo
Idade (anos) 23,30 (±2,11) † 26,00 20,00
Estatura (m) 1,66 (±0,06) 1,74 1,54
Peso (kg) 58,80 (±11,41) 87,00 45,00
IMC (kg/m2) 21,16 (±3,27) 29,40 17,50
Perímetro Pélvico (cm) 83,40 (±9,24) 97,00 69,00
Comprimento membro inferior direito (cm) 87,00 (± 3,05) 92,00 81,00
Comprimento membro inferior esquerdo
(cm)
87,20 (± 3,39) 92,00 80,00
Diferença entre os MMII (cm) 0,80 (± 0,63) 2,00 0,00
† Média e desvio-padrão das variáveis demográficas e clinicas
Após a aplicação do teste de Pearson-r, não foi encontrada correlação entre
as possíveis variáveis de confusão idade, IMC, perímetro pélvico e diferença entre o
comprimento dos MMII com as medidas de inclinação pélvica obtidas pelos
27
diferentes métodos de avaliação clínica utilizados em ambas as posições dos pés.
Em contrapartida, este mesmo teste quando aplicado nas variáveis de confusão
entre si, demonstrou haver, na amostra estudada, correlação estatisticamente
significativa positiva e moderada (r= 0,668; p= 0,035) entre as variáveis IMC e
perímetro pélvico.
4.2. Análise inferencial
Inicialmente foram realizados testes de distribuição de normalidade de
Shapiro-Wilk que revelaram que todas as variáveis analisadas apresentaram
distribuição normal à exceção do teste de equilíbrio sagital pélvico, em ambas as
posições de parada dos pés. Em seguida, realizaram-se testes de correlação de
Pearson-r entre todas as medidas e posições dos pés.
Os resultados dos testes de Pearson-r, evidenciados na TABELA 3,
revelaram uma alta correlação entre os valores de inclinação pélvica obtidos nos
testes de fotogrametria A (EIAS-EIPS) nas duas posições dos pés (r = 0,868; p =
0,001) e também entre os testes de fotogrametria B (EIAS-EIPI) em ambas as
posições dos pés (r = 0,830; p = 0,003), significando, desta forma, que para esta
metodologia de avaliação, a posição dos pés não influencia nos resultados obtidos.
Além disso, a fotogrametria A (EIAS-EIPS) na posição padrão e na posição
funcional dos pés correlaciona-se com a fotogrametria B (EIAS-EIPI) em ambas as
posições, conforme dados da TABELA 3. Este resultado indica que os testes que
utilizam a fotogrametria, tanto com a metodologia que usa como referência a EIPS
como a que utiliza a EIPI fornecem medidas equivalentes.
Adicionalmente, pode-se notar na TABELA 3, que o teste de Pearson-r
indicou uma correlação positiva e significativa (r = 0,771; p = 0,009) entre as
medidas realizadas pela goniometria em ambas as posições dos pés, no entanto,
não evidenciou resultado significativo para as demais correlações realizadas entre
todas as medidas clínicas quantitativas. Estes resultados revelam que os testes que
utilizam a fotogrametria em ambas as referências anatômicas adotadas neste estudo
medem construtos diferentes daqueles que fazem uso do goniômetro, sendo que,
para este último, não há interferência da posição dos pés na mensuração da
inclinação pélvica.
28
TABELA 3: Análise da relação, pelo teste de Pearson-r, entre os métodos de
avaliação da inclinação pélvica que apresentaram distribuição normal.
CORRELAÇÃO ENTRE OS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA INCLINAÇÃO
PÉLVICA
r p
Fotogrametria A (EIAS-EIPS) posição funcional
Fotogrametria B (EIAS-EIPI) posição funcional
Fotogrametria A (EIAS-EIPS) posição funcional
Fotogrametria A (EIAS-EIPS) posição padrão
Fotogrametria A (EIAS-EIPS) posição funcional
Fotogrametria B (EIAS-EIPI) posição padrão
Fotogrametria B (EIAS-EIPI) posição funcional
Fotogrametria A (EIAS-EIPS) posição padrão
Fotogrametria B (EIAS-EIPI) posição funcional
Fotogrametria B (EIAS-EIPI) posição padrão
Fotogrametria A (EIAS-EIPS) posição padrão
Fotogrametria B (EIAS-EIPI) posição padrão
Goniometria posição funcional
Goniometria posição padrão
0,871
0,868
0,773
0,880
0,830
0,886
0,771
0,001*
0,001*
0,009*
0,001*
0,003*
0,001*
0,009*
* níveis de significância de p< 0,05
Observando as medidas de inclinação pélvica realizadas nos voluntários
adotando a posição funcional dos pés (TABELA 4), é possível notar que no grupo
que apresentou anteversão pelo teste de equilíbrio sagital pélvico, os valores
29
medidos pelas fotogrametrias A (EIAS-EIPS) e B (EIAS-EIPI) variaram de +7º a +26º
enquanto que na goniometria a variação foi de +5º a +18º.
Entre os voluntários classificados com a pelve em retroversão pelo teste de
equilíbrio sagital pélvico, os valores gerados pelas fotogrametrias A (EIAS-EIPS) e B
(EIAS-EIPI) variaram de -1º a +17º. Já a goniometria forneceu valores entre -12º e
+5º para os mesmos voluntários.
Por fim, para aqueles que foram classificados com a pelve neutra pelo teste
de equilíbrio sagital pélvico, as fotogrametrias A (EIAS-EIPS) e B (EIAS-EIPI)
mediram valores entre -2º e +14º enquanto a avaliação com o goniômetro variou de
+3º a +28º.
TABELA 4: Análise descritiva exploratória da relação entre o teste de equilíbrio
sagital pélvico e os demais métodos de avaliação da inclinação pélvica, com os
voluntários na posição de parada funcional dos pés.
POSIÇÃO FUNCIONAL DOS PÉS
Voluntários Teste Clínico Fotogrametria A
(EIAS-EIPS)
Fotogrametria B
(EIAS-EIPI)
Goniometria
1 Anteversão +20° +10° +18°
4 Anteversão +20° +7° +5°
7 Anteversão +26° +10° +18°
8 Anteversão +20° +14° +11°
6 Retroversão +17° +7° +5°
9 Retroversão +8° -1° -12°
2 Neutra +10° -2° +10°
3 Neutra +11° +1° +11°
5 Neutra +14° +7° +3°
10 Neutra +10° +1° +28°
30
Analisando as medidas dispostas na TABELA 5, realizadas com os
voluntários adotando a posição padrão dos pés, verifica-se que quando o teste de
equilíbrio sagital pélvico indicou, segundo sua classificação, anteversão pélvica, as
fotogrametrias A (EIAS-EIPS) e B (EIAS-EIPI) geraram medidas que variaram de -1º
a +21º e a goniometria de +3º a +36º.
Já para os três voluntários que apresentaram retroversão no teste
supracitado, as fotogrametrias A (EIAS-EIPS) e B (EIAS-EIPI) revelaram ângulos de
inclinação pélvica que variaram entre -2º e +10º e a avaliação com o goniômetro
forneceu valores entre -6º e +19º.
O voluntário que apresentou pelve neutra no teste de equilíbrio sagital pélvico
na referida posição dos pés obteve os valores 10º e 0º na avaliação pelas
fotogrametrias A (EIAS-EIPS) e B (EIAS-EIPI), respectivamente, e +8º na medida
com o goniômetro.
TABELA 5: Análise descritiva exploratória da relação entre o teste de equilíbrio
sagital pélvico e os demais métodos de avaliação da inclinação pélvica com os
voluntários adotando a posição padrão dos pés.
POSIÇÃO PADRÃO DOS PÉS
Voluntários Teste Clínico Fotogrametria A
(EIAS-EIPS)
Fotogrametria B
(EIAS-EIPI)
Goniometria
1 Anteversão +21° +12° +14°
4 Anteversão +18° +5° +3°
5 Anteversão +16° +1° +12°
7 Anteversão +21° +6° +36°
8 Anteversão +20° +10° +8°
10 Anteversão +12° -1° +24°
2 Retroversão +8° 0° +19°
6 Retroversão +10° 0° +12°
9 Retroversão +8° -2° -6°
3 Neutra +10° 0° +8°
31
A TABELA 6 mostra os resultados obtidos pelo teste de equilíbrio sagital
pélvico, para cada voluntário em ambas as posições dos pés adotadas neste estudo,
revelando que em três dos dez voluntários avaliados, a mudança na posição dos pés
gerou influência nos resultados fornecidos pela avaliação observacional da
inclinação pélvica.
TABELA 6: Análise descritiva exploratória da relação entre os resultados obtidos
pelo teste de equilíbrio sagital pélvico, para cada voluntário, em ambas as posições
dos pés adotadas.
TESTE DE EQUILÍBRIO SAGITAL PÉLVICO
Voluntários Posição funcional Posição padrão
1 Anteversão Anteversão
2 Neutra Retroversão
3 Neutra Neutra
4 Anteversão Anteversão
5 Neutra Anteversão
6 Retroversão Retroversão
7 Anteversão Anteversão
8 Anteversão Anteversão
9 Retroversão Retroversão
10 Neutra Anteversão
Por fim, quando correlacionou-se os testes clínicos quantitativos com a
amplitude de movimento em extensão da coluna lombar observou-se que não houve
correlação estatisticamente significativa entre estas variáveis independente da
posição dos pés adotada.
Em contrapartida, houve uma correlação negativa e moderada (r = -0,662 e p
= 0,037) entre a amplitude de movimento em extensão e o IMC nesta amostra, como
pode ser notado na TABELA 6. Entretanto, ao observamos os valores de ADM em
32
extensão obtida pelos voluntários individualmente, notou-se que havia uma
disparidade entre estes. Em função disso, retirou-se da amostra o voluntário com
maior valor de IMC e menor ADM de extensão e, com os dados dos nove voluntários
restantes, realizou-se novamente o teste de correlação e, desta vez, não houve
correlação estatisticamente significativa.
TABELA 7: Valores de IMC e ADM em extensão dos voluntários.
VALORES DE IMC E ADM EM EXTENSÃO DA COLUNA LOMBAR
Voluntários
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
IMC (kg/m2)
22,2
20,4
19,5
19,8
20,8
17,5
19,6
19,4
23,0
29,4
ADM extensão lombar ( graus)
35
57
36
48
46
44
56
36
44
20
33
5. DISCUSSÃO
Os resultados apontados nos testes de confiabilidade intra-examinador
obtidos neste estudo revelam que todas as medidas realizadas são altamente
reprodutíveis quando tem-se um avaliador devidamente treinado.
A amostra utilizada neste estudo foi formada por jovens saudáveis e as
maiores variações encontradas nas variáveis demográficas e clínicas dizem respeito
às diferenças entre os sexos, visto que foi recrutado um voluntário do sexo
masculino. Inicialmente, foi prevista a participação de voluntários de ambos os
sexos, de forma pareada, mas em virtude do tempo escasso para a realização deste
estudo foram utilizados os dados obtidos apenas no estudo piloto, ou seja, do teste
de confiabilidade. Tendo em vista os objetivos deste trabalho, acredita-se que esta
amostra heterogênea não deve ter gerado influência sobre as técnicas de avaliação
utilizadas em relação à sua reprodutibilidade e sobre a associação dos resultados
das mesmas. Após a realização do cálculo amostral, pretende-se aumentar a
amostra para garantir um poder de estudo superior a 80%.
Como esperado, encontrou-se correlação positiva e moderada entre as
variáveis IMC e perímetro pélvico nos voluntários avaliados, corroborando a
premissa de que quanto maior a massa do indivíduo, maior o perímetro pélvico por
ele apresentado. Isso é esperado, principalmente, no sexo feminino em função de
um maior acúmulo de panículo adiposo na região pélvica.
A maioria dos estudos que avaliaram a inclinação da pelve utilizando o
Software de Avaliação Postural (SAPo) para a análise fotogramétrica mediram a
angulação entre a espinha ilíaca ântero-superior e póstero-superior (EIAS-EIPS) de
acordo com o protocolo proposto por este software (FERREIRA, 2005; SACCO,
2003; PENHA, 2005; VILASBOAS e SANDOVAL, 2008). Já Iunes (2005), utilizando
o mesmo software em seu estudo, verificou a posição da pelve no plano sagital a
partir da relação entre a espinha ilíaca ântero-superior e a póstero-inferior (EIAS-
EIPI) e encontrou um nível excelente de confiabilidade interexaminador quando são
utilizadas estas referências anatômicas. A partir dos resultados obtidos pela análise
estatística no presente estudo, podemos inferir que a fotogrametria A (EIAS-EIPS) e
a fotogrametria B (EIAS-EIPI) apresentam uma alta correlação, o que demonstra que
a avaliação da inclinação pélvica pode ser realizada usando-se como referência
anatômica tanto a espinha ilíaca ântero-superior e a póstero-superior (EIAS-EIPS)
34
quanto a espinha ilíaca ântero-superior e a póstero-inferior (EIAS-EIPI). No entanto,
não foram encontrados na literatura estudos que relacionassem as medidas de
inclinação pélvica obtidas utilizando como referência as marcações anatômicas
citadas acima.
A partir dos resultados encontrados é possível inferir também que a
goniometria não fornece medidas equivalentes às obtidas pelas fotogrametrias, não
sendo, portanto, instrumentos que avaliam uma mesma variável. Sacco (2007)
verificou em seu estudo que há confiabilidade paralela entre a fotogrametria
computadorizada e a goniometria para a avaliação de ângulos articulares nos
membros inferiores, exceto para o ângulo Q. Entretanto, não foram encontrados
estudos que comparassem estes dois instrumentos na avaliação da posição da
pelve no plano sagital. Assim, é possível que estes instrumentos, quando utilizados
na avaliação da inclinação da pelve, tenham construtos díspares e, desta forma, não
mensurem, especificamente, a inclinação pélvica no plano sagital.
Visto que não foram descritos, pela literatura vigente, valores normativos em
graus para a classificação da posição da pelve em anteversão, retroversão e neutra,
não foi possível relacionar os resultados do teste de equilíbrio sagital pélvico com os
ângulos encontrados pelos demais instrumentos de avaliação. Fedorak et al (2003)
sugeriram em seu estudo que somente o uso da avaliação visual não é
recomendado para examinar a postura do paciente, bem como Clark et al (1997)
afirmaram que a avaliação qualitativa da postura realizada essencialmente pela
observação, tem apresentado pouca reprodutibilidade e apontaram a necessidade
da utilização de instrumentos de avaliação objetivos e quantitativos. Corroborando
esta afirmação, a análise exploratória realizada neste estudo possibilitou a
observação da grande variação existente entre os valores apresentados pelos
voluntários nas medidas clínicas quantitativas utilizadas comparativamente à análise
nominal. Assim, indivíduos classificados como possuidores de uma mesma
inclinação da pelve no plano sagital pelo método nominal de avaliação
apresentaram valores extremamente díspares em graus e, adicionalmente,
indivíduos que receberam uma classificação diferente na análise observacional
apresentaram variação em graus semelhante. Em contrapartida, Detsch e Candotti
(2001), em seu estudo sobre a postura de escolares, compararam a medida obtida
com o goniômetro com aquela gerada pela posturografia para avaliação da pelve e
35
encontrou 72,08% de acertos entre elas e, muito embora estes autores tenham
considerado estes valores como satisfatórios, vale ressaltar a inexistência de análise
estatística específica para avaliar a relação entre estes instrumentos no estudo em
questão.
No presente estudo, foi possível observar que a mudança na posição dos pés
dos voluntários gerou influência na avaliação da inclinação pélvica realizada pelo
teste nominal, no entanto, não houve diferença estatisticamente significativa entre as
medidas de inclinação pélvica obtidas tanto pelas fotogrametrias A (EIAS-EIPS) e B
(EIAS-EIPI) quanto pela goniometria, em ambas as posições dos pés adotadas,
indicando que não houve, nesta amostra e com a utilização da metodologia adotada,
interferência da posição dos pés na avaliação da inclinação pélvica dos voluntários,
quando esta foi realizada pelos métodos quantitativos. Cabe salientar, entretanto,
que durante a coleta dos dados foi possível observar que a mudança no
posicionamento dos pés dos voluntários gerava alterações no alinhamento de outras
articulações dos membros inferiores. Contudo, não foram coletados dados objetivos
desta condição visto que o alinhamento das demais articulações dos MMII não foi
avaliado. É viável hipotetizar, no entanto, que é provável que os voluntários
avaliados neste estudo tenham utilizado estratégias motoras não controladas na
metodologia desta pesquisa, tais como alterações nos tornozelos e/ou joelhos.
Assim, pode ser que os mesmos tenham ativado determinados grupamentos
musculares e/ou estressado estruturas periarticulares de tal forma que a alteração
da angulação da inclinação da pelve não tenha sido a estratégia motora de
predileção para estes indivíduos. Porém, é possível que em indivíduos com
alterações nas estruturas supracitadas e/ou com sintomatologia dolorosa nas
mesmas adotem, como estratégia motora, adaptações na cintura pélvica quando a
posição dos pés é modificada. Em virtude disto, faz-se necessária a realização de
novos estudos que analisem a influência da posição dos pés na inclinação pélvica
em voluntários com doença instalada e/ou na vigência de quadros álgicos bem como
de estudos com voluntários saudáveis nos quais se faça uma avaliação e controle
do alinhamento articular das demais articulações dos MMII quando se altera a
posição dos pés.
Finalmente, a análise estatística indicou que a ADM em extensão da coluna
lombar não se relaciona com nenhum dos métodos quantitativos de avaliação da
inclinação pélvica utilizados neste estudo. Uma vez que é notório que sob a
36
perspectiva biomecânica a cintura pélvica e a coluna lombar estão em constante
equilíbrio, de modo que alterações em um destes segmentos promove mudanças no
outro (BIENFAIT, 1995) e, paralelamente, quanto maior a inclinação anterior da
pelve, maior será a ADM em extensão da coluna lombar (LEVINE e WHITTLE, 1996;
KISNER e COLBY, 1992), este resultado pode indicar que talvez nenhum dos testes
utilizados avalie de maneira fidedigna a inclinação da pelve. Assim, novos estudos
devem avaliar a validade concorrente destes métodos de avaliação da inclinação da
pelve utilizando, como medida padrão ouro, o exame radiográfico. Além disso, faz-se
necessário um estudo que avalie a validade convergente da ADM em extensão da
coluna lombar com a medida de inclinação de pelve validada pela literatura.
Ainda a partir da observação dos resultados, pode-se inferir que o voluntário
excluído da análise que verificou a relação entre IMC e ADM de coluna lombar
influenciou o resultado originalmente obtido, o que pode indicar que, apesar de ser
um indivíduo jovem e saudável com um grande volume de massa muscular, este
apresentava ou uma retração da cadeia anterior e/ou uma fraqueza dos extensores
de tronco. Desta forma, aparentemente não há influência do IMC na ADM em
extensão da coluna lombar em voluntários sem retração de cadeia anterior e/ou com
fraqueza de musculatura extensora de tronco.
37
6. CONCLUSÃO
Com base nos resultados obtidos no presente estudo, observou-se que nem
sempre é possível comparar resultados obtidos em pesquisas que fizeram uso de
testes de avaliação de inclinação de pelve distintos. Além disso, a posição dos pés
parece gerar influência nos resultados fornecidos pela avaliação nominal, no
entanto, parece não influenciar na inclinação da pelve em jovens saudáveis nos
testes clínicos quantitativos mais utilizados pela literatura. Os testes realizados com
fotogrametria, independente de utilizarem como referência anatômica a espinha
ilíaca póstero-superior, ou a póstero-inferior, geram avaliações semelhantes.
Entretanto, a medida obtida pelo teste que faz uso do goniômetro não se relaciona
com estes. Em função da dificuldade de se utilizar os testes observacionais faz-se
necessária a realização de estudos que informem os valores normativos de
inclinação de pelve de acordo com o sexo e a idade dos indivíduos. Por fim, não há
relação de nenhum dos testes clínicos utilizados com a ADM em extensão da coluna
lombar em jovens saudáveis, havendo a necessidade de que novos estudos avaliem
a validade concorrente dos testes clínicos com o exame radiográfico e a validade
convergente destes com a ADM ativa em extensão da coluna lombar para subsidiar
a avaliação fisioterápica e as intervenções advindas desta.
38
7. REFERÊNCIAS
BEATTIE, P. et al. Validity of Derived Measurements of Leg-Length Differences
Obtained by Use of a Tape Measure. Phys Ther, v.70, n.3, p.150-163, 1990.
BIENFAIT, M. Os desequilíbrios estáticos: fisiologia, patologia e tratamento
fisioterapêutico. 4. ed. São Paulo: Summus, 1993. 149 p.
BURDETT, R.G.; BROWN, K.E.; FALL, M.P.. Reability and validity of four
instruments for measuring lumbar spine and pelvic positions. Phys Ther, 1986.
CLARK, S., ROSE, D. J. FUJIMOTO K. Generalizability of the limits of stability test in
the evaluation of dynamic balance among older adults. Arch Phys Med Rehabil, v.
78, p. 1078-1084, 1997.
CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE. Aprova diretrizes e normas regulamentadoras
de pesquisa envolvendo seres humanos. Resolução nº. 196/96, de 10 de outubro de
1996. Disponível em: http://www.ufrgs.br/bioetica/res19696.htm. Acesso em: 10 out
2008.
DAY, J.W.; SMIDT, G.L.; LEWMANN, T. Effect of pelvic tilt on standing posture.
Phys Ther, v.64, n.4, p.510-516, 1984.
DETSCH, C.; CANDOTTI, C. T. A incidência de desvios posturais em meninas de 6
a 17 anos da cidade de Novo Hamburgo. Rev Mov, POA, v. 15, p. 43-56, 2001.
DUNK, N. M. et al. The reliability of quantifying upright standing postures as a
baseline diagnostic clinical tool. J Manipulative Physiol Ther, v. 27, n. 2, p. 91-96,
feb 2004.
DUNK, N. M.; LALONDE, J.; CALLAGHAN, J. P. Implications for the use of postural
analysis as a clinical diagnostic tool: reliability of quantifying upright standing spinal
postures from photographic images. J Manipulative Physiol Ther, v. 28, n. 6, p.
386-392, jul/aug 2005.
39
FARIA, C.D.C.M.; LIMA, F.F.P.; TEIXEIXA-SALMELA, L.F. Estudo da relação entre o
comprimento da banda iliotibial e o desalinhamento pélvico. Rev Bras Fisioter, v.10,
n.4, p.373-379, 2006.
FEDORAK C., et al. Reliability of the visual assessment of cervical and lumbar
lordosis: How good are we? Spine, v. 28, n. 16, p. 1857-1859, 2003.
FERREIRA, E. A.G. Postura e controle postural: desenvolvimento e aplicação de
método quantitativo de avaliação postural. 2005. 80 p. Faculdade de Medicina,
Universidade Federal de São Paulo. São Paulo, 2005.
FREBURGER, J.K.; RIDDLE, D.L.. Measuring of sacroiliac joint dysfunction: a
multicenter intertester reliability study. Phys Ther, v.79, n.12, 1999.
GNAT, R.; SAULICZ, E. Induced static asymmetry of the pelvis is associated with
functional asymmetry of the lumbo-pelvo-hip complex. J Manipulative Physiol Ther,
v.31, n.3, p. 204-211, mar/apr 2008.
IUNES, D.H. et al. Confiabilidade intra e interexaminadores e repetibilidade da
avaliação postural pela fotogrametria. Rev Bras Fisioter, v.9, n.3, p. 327-334, 2005.
JUNQUEIRA, L. Anatomia Palpatória: pelve e membros inferiores. 1. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. 166 p.
KISNER, C.; COLBY, L. A. Exercícios terapêuticos: fundamentos e técnicas. 2. ed.
São Paulo: Manole, 1992. 708 p.
LEE, D. A cintura pélvica: uma abordagem para o exame e o tratamento da região
lombar, pélvica e do quadril. 2. ed. São Paulo: Manole, 2001. 196 p.
LEVANGIE, P.K. The association between static pelvic asymmetry and low back
pain. Spine, v.15, n.24, Supl.12, p.1234-1242, 1999.
LEVINE, D.; WHITTLE, M. W. The effects of pelvic movement on lumbar lordosis in
the standing position. JOSPT, v. 24, n. 03, p. 130-135, 1996.
40
MONTEIRO, G. A.; Avaliação da flexibilidade: manual de utilização do
flexímetro Sanny. São Bernardo do Campo, SP: American Medical do Brasil, 2005.
NGUYEN, A. D.; SCHULTZ, S. J. Sex differences in clinical measures of lower
extremity alignment. J. Orthop Sports Phys Ther, v. 37, n. 7, p. 389-398, 2007.
NIEKERK, S. et al. Photographic measurement of upper-body sitting posture of high
school students: a reliability and validity study. BMC Musculoskelet Disord, v. 9,
n.1, p. 100-113, 2008.
NORKIN, C. C.; LEVANGIE, P. K. Articulações: estrutura e função. 2. ed. Rio de
Janeiro: Revinter, 2001. 498 p.
NORKIN CC, WHITE DJ. Medida da amplitude de movimento articular: um guia
para goniometria. Philadelphia: FA Davis Co. 1995.
PENHA, P. J. et al. Postural assessment of girls between 7 and 10 years of age.
Clinics, v. 60, n. 1, p. 09-16, 2005.
PRUSHANSKY, T. et al. Reproducibility of sagitall pelvic tilt measurements in normal
subjects using digital inclinometry. Gait Post, v. 28, p. 513-516, 2008.
SACCO, I. C. N. et al. Análise biomecânica e cinesiológica de posturas mediante
fotografia digital: estudo de casos. Rev Bras Ci e Mov, v. 11, n. 2, p. 25-33, jun.
2003.
SACCO, I.C.N. et al. Confiabilidade da fotogrametria em relação a goniometria para
avaliação postural de membros inferiores. Rev Bras Fisioter, v.11, n.5, p. 411-417,
set/out 2007.
SANDERS, G.; STAVRAKAS, P. A technique for measuring pelvic tilt. Phys Ther, v.
61, n. 1, p. 49-50, jan. 1981.
SANTOS, Ângela. Diagnóstico clínico postural: um guia prático. 2. ed. São Paulo:
41
Summus, 2001. 124 p.
SCHULTZ, S. J. et al. Intratester and intertester reliability of clinical measures of
lower extremity anatomic characteristics: implications for multicenter studies. Clin J
Sport Med, v. 6, n. 2, p. 155-161, mar. 2006.
SCHULTZ, S. J.; NGUYEN A. D. Bilateral asymmetries in clinical measures of lower-
extremity anatomic characteristics. Clin J Sport Med, v. 17, n. 5, p. 357-361, sep.
2007.
SZKLO, R.; e NIETO, F.J. Epidemiology, Beyond the Basis. Aspen Publications. p.
343-404, 2000.
VILASBOAS, P. M.; SANDOVAL, R. A. Análise postural comparativa entre bailarinas
e sedentárias através do Software de Avaliação Postural (SAPO). Lecturas
Educación Física y Deportes, Rev. Digital Buenos Aires, n. 123, ano 13, Buenos
Aires, 2008. Disponível em: http://www.efdeportes.com. Acesso em 02 out 2008.
YOUNG, R. S.; ANDREW, P. D.; CUMMINGS, G. S. Effect of simulating leg length
inequality on pelvic torsion and trunk mobility. Gait Post, v. 11, p.217-223, 2000.
42
APÊNDICE A
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO AOS VOLUNTÁRIOS
CONFORME CAPÍTULO IV DA RESOLUÇÃO NO. 196 DE 10 DE OUTUBRO 1996
DO CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE
RELAÇÃO ENTRE AS DIFERENTES TÉCNICAS CLÍNICAS DE AVALIAÇÃO DA
INCLINAÇÃO DA PELVE
Pesquisadores: Clarissa Xavier de Paula
Wyngrid Porfírio Borel
Orientadora: Prof.ª Jennifer Granja Peixoto
Universidade Federal de Juiz de Fora
Faculdade de Medicina - Departamento de Fisioterapia
CCS – Centro de Ciências da Saúde - Departamento de Fisioterapia sala F-231
Endereço: Campus Universitário – Bairro Martelos, Juiz de Fora – MG.
CEP: 36036-330. Telefone: (32) 3229-3843
O objetivo desta pesquisa é avaliar e analisar as medidas fornecidas por
diferentes técnicas clínicas de avaliação da inclinação da pelve, incluindo
modificações na posição dos pés e relacioná-las entre si. Para tanto, serão
avaliados voluntários saudáveis de ambos os sexos, que não apresentem: escoliose
estrutural observada clinicamente pela presença de giba, diagnóstico médico de
doença inflamatória ou degenerativa crônica nos membros inferiores, endopróteses
e aqueles que apresentarem história de trauma nos membros inferiores ou na coluna
e/ou episódio de lombalgia aguda nos últimos seis meses.
Fui informado (a) de que, inicialmente, serei submetido (a) a uma avaliação
demográfica e clínica inicial onde serão coletados dados sobre idade, sexo, índice
de massa corpórea (IMC), comprimento dos membros inferiores (MMII) e perímetro
pélvico.
Em seguida, serei submetido (a) à avaliação da inclinação da pelve que será
realizada através de quatro métodos de avaliação clínicos distintos, e que, para isto,
será necessário trajar uma vestimenta que permita a visualização da parte superior
43
dos ossos do meu quadril. Serão feitas marcações na minha pele em determinadas
proeminências ósseas e, em um dos procedimentos de análise, serão tiradas
fotografias digitais de cada um dos lados do corpo. As mesmas serão utilizadas,
apenas, para análise e não serão divulgadas em hipótese alguma sem a minha
prévia autorização.
Além disso, fui informado (a) de que todas as medidas serão realizadas três
vezes com cada instrumento de avaliação, e que, será necessário, também, que
seja demarcada a posição dos pés de duas formas (a utilizada no meu dia-a-dia e a
posição padrão adotada neste estudo).
Fui esclarecido (a) de que os possíveis desconfortos gerados em decorrência
da metodologia deste trabalho à qual serei submetido (a) são uma sensação de
fadiga ou cansaço que posso vir a sentir por ter que ficar em pé durante as
avaliações.
Caso eu não deseje mais participar do estudo, terei a liberdade de me retirar,
sem que sobre mim recaia qualquer penalização. Fui esclarecido (a) quanto os
riscos que podem advir da minha participação neste estudo e foi-me informado que,
para a avaliação inicial e para as avaliações clínicas da posição da minha pelve,
estes são mínimos. Se, no entanto, houver prejuízo à minha saúde
comprovadamente causado pelos procedimentos a que serei submetido (a) neste
estudo, serei encaminhado (a) a tratamento adequado sem nenhum custo. Fui
informado (a) de que não receberei qualquer tipo de compensação financeira em
função da minha participação neste estudo e que, no entanto, quaisquer outros
gastos adicionais serão absorvidos pela pesquisa e são de responsabilidade dos
pesquisadores.
Eu li e entendi as informações precedentes. No entanto, todas as dúvidas que
me ocorrerem, o que pode acontecer a qualquer momento e em qualquer fase da
pesquisa, serão esclarecidas prontamente pela equipe responsável. Sei que estou
participando de uma pesquisa e fui também informado (a) que os resultados da
mesma são confidenciais e que as informações obtidas durante as avaliações serão
mantidas em sigilo e não poderão ser consultadas por pessoas leigas sem minha
expressa autorização por escrito. Além disso, essas informações não serão
utilizadas de forma individual, mas apenas para caracterizar um grupo de pessoas
por meio de uma avaliação estatística dos resultados e poderão ser utilizados em
44
atividades de ensino e/ou pesquisa.
Assim, eu_____________________________________________________
RG:________________,endereço:________________________________________
______ e telefone:________________abaixo assinado, concordo em participar de
livre e espontânea vontade deste estudo.
Juiz de Fora, _____de ________________de 200___.
_____________________________________
Assinatura do (a) voluntário (a)
_____________________________________
Testemunha
Responsáveis:
_____________________________ _______________________________
Clarissa Xavier de Paula Wyngrid Porfírio Borel
Pesquisadora Pesquisadora
_______________________________________
Jennifer Granja Peixoto
Orientadora
Em caso de dúvidas com respeito aos aspectos éticos deste estudo, você poderá consultar
o CEP- COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA/UFJF
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA CAMPUS UNIVERSITÁRIO, S/ NO – BAIRRO MARTELOS,
JUIZ DE FORA – MG. CEP 36036.330. TELEFONE: (32) 3229-3788
45
APÊNDICE B
TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA UTILIZAÇÃO DE IMAGEM
Eu,___________________________________________RG:___________________
autorizo a veiculação de minha imagem, através de fotos, no projeto para realização
do TCC: Relação entre as diferentes técnicas clínicas de avaliação da
inclinação da pelve, das graduandas em Fisioterapia Clarissa Xavier de Paula e
Wyngrid Porfírio Borel, sob orientação da professora Jennifer Granja Peixoto, bem
como em apresentações e publicações de natureza técnico-científicas.
Assinando este termo de consentimento, eu estou indicando que concordo em
participar deste estudo.
Juiz de Fora, _____de ________________de 200___.
_____________________________________
Assinatura da voluntária
_____________________________________
Testemunha
Responsáveis:
______________________ _____________________________
Clarissa Xavier de Paula Wyngrid Porfírio Borel
Pesquisadora Pesquisadora
__________________________
Prof.ª Jennifer Granja Peixoto
Orientadora
46
APÊNDICE C
FICHA DE AVALIAÇÃO
Número: ____________
CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
Escoliose estrutural ( ) SIM ( ) NÃO
Diagnóstico médico de doença inflamatória ou degenerativa crônica nos MMII
( ) SIM ( ) NÃO
Endoprótese ( ) SIM ( ) NÃO
História de trauma nos MMII ou na coluna ( ) SIM ( ) NÃO
Episódio de lombalgia aguda nos últimos seis meses ( ) SIM ( ) NÃO
Idade: ________ Sexo: ( ) feminino ( ) masculino
Peso: ________ Estatura: _________ IMC: ________
Perímetro pélvico: ____________________
COMPRIMENTO DOS MMII
Direito Esquerdo
1ª medida
2ª medida
Direito Esquerdo
DOMINÂNCIA DE MEMBRO
INFERIOR
47
Avaliação da inclinação pélvica - pés em posição de parada funcional
TESTE CLÍNICO Direito Esquerdo
1ª medida
2ª medida
3ª medida
GONIÔMETRO Direito Esquerdo
1ª medida
2ª medida
3ª medida
Média aritmética
FOTOGRAMETRIA A Direito Esquerdo
1ª medida
2ª medida
3ª medida
Média aritmética
FOTOGRAMETRIA B Direito Esquerdo
1ª medida
2ª medida
3ª medida
Média aritmética
48
Avaliação da inclinação pélvica – pés em posição controlada
TESTE CLÍNICO Direito Esquerdo
1ª medida
2ª medida
3ª medida
Média aritmética
GONIÔMETRO Direito Esquerdo
1ª medida
2ª medida
3ª medida
Média aritmética
FOTOGRAMETRIA A Direito Esquerdo
1ª medida
2ª medida
3ª medida
Média aritmética
FOTOGRAMETRIA B Direito Esquerdo
1ª medida
2ª medida
3ª medida
Média aritmética
49
ANEXO A
PARECER DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DE JUIZ DE FORA