Claudia Hersz

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claudia hersz portfolio

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portfolio da artista visual, que vive e trabalha no Rio de Janeiro Visual artist, lives and works in Rio de Janeiro Artiste visuel qu' habite et travaille à Rio de Janeiro

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claudia hersz

portfolio

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Trabalhos

KHAZA | 2011-11

Espaço Cultural Municipal Sergio Porto | Rio de Janeiro, RJ | Rio de Janeiro, RJ

Scènes de La Vie aux tropiques | série em curso a partir de 2010

Palimpsesto foi apresentado no Abre Alas 2011 |A Gentil Carioca | Rio de Janeiro, RJ

Algumas obras selecionadas para Rumos ITAÚ Cultural- Edição 2011/2012

C’ est tout la même chose | intervenção

Projeto Vitrine Efêmera | Estudio Dezenove

ToYS é NóIS | 2010

Centro Cultural Justiça Federal – Cinelândia | Rio de Janeiro, RJ

A Minha Coleção | série em curso a partir de 2008

De Humani Corporis Fabrica ( Ceci n’est pas um Magritte) | série em curso a partir de 2003

Ninhumanos | Intervenção contemplada pelo Prêmio Intervenções Urbanas 2008 em parceria com Ana Miguel

Aterro do Flamengo | Rio de Janeiro, RJ

Etc & Tal

Trabalhos diversos

Dama | Performance

Apresentações diversas desde 2006

Para Anna Pink | performance

Festival Performance Presente Futuro Vol III | Oi Futuro | Rio de Janeiro, RJ

Curriculum

Artigos de jornais e revistas

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::KHAZA:: | 2011

Espaço Cultural Municipal Sergio Porto | Rio de Janeiro, RJ

Scènes de La Vie aux tropiques

série em curso a partir de 2010

obras apresentadas na ::KHAZA::

Palimpsesto foi apresentado no Abre Alas 2011 | A Gentil Carioca | Rio de Janeiro, RJ | 2011

Rumos ITAÚ Cultural | Edição 2011/2012

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Paisagem: Como se faz (ao meu amor)

Adentra-se uma casa e se percebe a sair em viagem. Aqui, de onde vemos ali, aos poucos, nos encontramos no difícil papel de ser o outro do outro.

Aparentemente, remissionando à francesa, Claudia Hersz atualiza o jogo da representação e localiza toda a memória do futuro que possa haver nessa poderosa

fantasia do presente.

No estranho momento em que o Rio de Janeiro se faz embevecido pelo reflexo de sua própria face na Baía de Guanabara (podendo não notar que se

ajoelha sobre um formigueiro), constata-se a pertinência e conveniência da herança do autocrítico humor judaico que dá o tom desta mostra. Contudo, a

energia afetiva que move este tapete e inspira esta exposição tem como motor imóvel o maravilhamento por essa trajetória familiar ter chegado aqui – e, não

exatamente, por ter se originado acolá. Mas, como se sabe, ninguém deve esquecer bagagem no aeroporto.

Quem viaja nestes tapetes voadores do Saara carrega tempo naquela caixa e nos livros, links e hiperlinks. Quem vive nesta casa vê, ao longe, o que, por

agora, parece ser a linha de chegada - e do horizonte. São miragens, projeções, revelações, criações, críticas e edições de quem viaja enquanto vigia. Como é

incrível ter passado nesse lugar!

Dona Fryderika, sentindo a nuvem de chumbo pesar sobre os judeus da Hungria, trocou tudo por Nilópolis. A tristeza que viveu e viu foi reflexo nítido

naqueles úmidos olhos - até quando, assassinada, os fechou pra sempre. As fotos de Vovó Fryda estão na caixa. Claudia Hersz cresceu ao som de iídiche em casa,

brincando no pátio da igreja vizinha e temendo o dia em que seria catequizada à força. A complexa condição da dupla nacionalidade judaico-brasileira fez de

Claudia uma estrangeira nativa, cuja mezuzah, palavra de Deus, é um mecanismo musical que, ao girar a manivela, toca “hava naguila, hava naguila, hava

naguila, ora iê iê ô Oxum”.

O próprio corpo de Deus está aqui. Carregado, líquido, no “Salade - Petite Hommage a N.L.”, tem cheiro de flor de laranjeira, toque de mão de mãe e cor

de ouro de Rosa. Se tapete voador fosse peça de batalha naval, estaríamos no C 20. Mas não estamos pra esse jogo.

Em Khaza - título que faz referência aos Khazares, povo asiático europeu convertido ao judaísmo no século VII, origem dos ashkenazim e da família de

Hersz -, não há detalhe que não se endereçam a olhos curiosos. Claudia é uma artista que, sem proselitismos, acredita no fazer, na habilidade, no capricho, no

detalhe e no uso de toda e qualquer técnica e material que à mão, ao cérebro e ao coração se oferecem.

Se o movimento resultante de tudo isso é de desbravar o desconhecido continente tempo, nestes trabalhos, atravessamos dois níveis de tempo: o da

história social e cultural e o das narrativas individuais. Nesta exposição, são criados teia rítmica e tecidos temporais, construídos a partir de links que nos

transportam a (des)memórias, (con)vivências, criações, transcendências e (in)existências. As tapeçarias-pinturas que flutuam no espaço (sem saber de onde e

para onde abrem suas janelas) foram cosidas, cozidas e ressituadas. As imagens que, um dia, estrangeiros usaram para explicar sociedades, seus espaços e

costumes rugem das feiras de antiguidade e, se, depois do cajado de Abraão, são novas, os mundos são novos.

Bernardo Mosqueira

Outubro de 2011

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http://www.youtube.com/watch?v=eH91M36aKvc

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Scènes de La Vie aux Tropiques: Promenade Carioque | tinta acrílica, bordado e betume sobre gobelin | 85 (L) x 60 (A) cms | 2011

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Scènes de La Vie aux Tropiques: Le Samba | tinta acrílica, bordado e betume sobre gobelin, latão | 53 (L) x 58 (A) cms | 2011

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Scènes de La Vie aux Tropiques: Le Candomble et Dimanche au Parc du Flammand (díptico) | tinta acrílica sobre gobelin e latão

135 (L) x 65 (A) cms | 2011

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Scènes de La Vie aux Tropiques: Le Roi Ciel | tinta acrílica sobre gobelin e latão | 63 (L) x 65 (A) cms | 2011

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Scènes de La Vie aux Tropiques: Pain et Brioche | tinta acrílica sobre gobelin e latão | 150 (L) x 85 (A) cms | 2011

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Scènes de La Vie aux Tropiques: Face de Paysage | Pintura em porcelana | 28 cms de diâmetro | 2011

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Palimpsesto | gobelin tecido a mão em algodão circa 1900, tapeçaria em lã circa 1960 e 2010 | 135 (L) x 110 (A) cms | 2009

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IDÍLIO

Idílio? Esquece. Do Big Bang para cá tudo o que existe é uma imensa ânsia de expansão.

Visceralidades, malícias, danças do acasalamento atravessando épocas numa sucessão vertiginosa de diferentes retratos e

paisagens, como que lançados num superacelerador de partículas.

O que está é o que sempre esteve.

Esquece o idílio. Na calçada, o gato sonha de olhos abertos em degustar um suculento pássaro fresco. E os pássaros, estes

animais sacanas (sim, esquece tudo o que você aprendeu com a Branca de Neve), dão rasantes cada vez mais baixos e

cantam, cantam, dão rasantes e cantam sacanamente sobre o gato, que sonha na seca com idílios.

Na beira de um rio em Paris cresceu Louise Bourgeois, tingindo e lavando lãs para o restauro de tapeçarias. Tapetes

tecidos, desfeitos, reconstruídos como cidades no pós-guerra, com lãs de ovelhas diversas trabalhadas por gerações

diversas em países diversos.

Atravessamentos.

Ao levar seus filhos para conhecer o local, tinham encanado o rio.

Esquece o idílio.

Quando as luzes do Aterro começam a se acender, à maresia se misturam odores humanos, e os gatos e os pássaros

sacanas dormem.

Íbis incrustada na pedra, a imagem dessa capital nunca vai apodrecer.

Cidade feniciana, felliniana, fellacciana, o Rio de Janeiro atravessa,

e me arrebenta.

Carmen Molinari

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Scènes de La Vie aux Tropiques: La Pinacothèque de la Cour | Colagem, lápis de cor e nanquim sobre quebra-cabeças | 140(L) x 95 (A) | 2011

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C’est tout la même chose | intervenção | 2011

Projeto Vitrine Efêmera | Estudio Dezenove | Rio de Janeiro, RJ

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Funções equivalentes e o mito da serpente

A equivalência forma conteúdo é muitas vezes negligenciada quando deixamos de lado algum dos elementos constitutivos da obra de

arte, isto é, não observamos que o resultado advém de todos os fatores de uma equação elaborada que o artista realiza entre o que é visível

e o que está por ser visto. Não raro encontramos literaturas

Neste projeto, C´est tout la même chose, que realiza para o Vitrine Efêmera, Claudia Hersz volta a tecer sua longa mortalha já iniciada e

desfeita em projetos anteriores e esclarece que sua odisseia nos traz a premissa de que veremos senão aquilo que já vimos antes (é tudo a

mesma coisa). Uma provocação pautada em trabalhos seus como Dama – mulher e seda sobre vinil e Damas – as que cortam e as que

brotam.

Ao reformular e reconstituir caminhos que percorreu, entende a artista na síntese de suas ações o enunciado duchampiano étant donnés.

Sabe que arte é matemática e, sendo dado que forma conteúdo, toma o que vê ao lado do que pensa.

Decerto não podemos atravessar duas vezes o mesmo rio, não percebemos da mesma maneira o mesmo episódio, não interpretamos um

texto sob os mesmos prismas. Estamos em constante mutação com novidades na abordagem que fazemos de aspectos amplos no

conhecimento que adquirimos ao longo da vida. Com Claudia não é diferente. A intervenção que faz é arquitetada de modo a servir ao olhar

e ao raciocínio um único cenário que se estende para além dos limites da vitrine indo até a calçada à frente num jogo de sedução com o

público que movimenta e altera a obra com sua presença fugaz sobre o tapete quadriculado.

Contudo, não deixa escapar em sua lógica proposicional que forma e conteúdo são inseparáveis e que a aparência não é arbitrária.

Suas bonequinhas de porcelana, umas com facas e outras com arbustos na cabeça, estão dispostas em um jogo de damas. Elas nos falam

de um confronto iminente. Umas cortam, outras brotam, forças contrárias, antagônicas, porém imprescindíveis umas às outras. Em verdade

são a mesma pessoa todas elas, tal e qual encontramos na Cabala o Mito da Serpente em sua essência dualística apoiada nos símbolos da

dupla natureza humana. Lembremos que Abel e Caim são tidos naquela doutrina como opostos de uma mesma entidade, tanto quanto a

Serpente (tentação) e Jeová (abnegação).

A todo mito temos um rito conjugado. Para Claudia, seu rito final é o que dizia Merleau-Ponty em A dúvida de Cézanne: “o artista não deve

apenas criar e exprimir uma ideia deve enraizá-la na consciência dos outros.”

Osvaldo Carvalho

agosto de 2011

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Bom dia, Claudia ou: Tudo Diverge

Embora não nos tenhamos encontrado n'A Vitrine, lá

estivemos a observar com calma seu tecido tabuleiro

de tons assemelhados, quase no neutro (campo

intensivo que impede que haja “a mesma coisa”:

primeira boa negação do título!); sobre ele, o sólido

elevado (variações de planos: segunda boa negação

do título!); sobre o sólido, o jogo de cavalheiros

(“homens que dançam com damas” e damas

“mulheres que dançam com cavalheiros”); logo:

terceira boa negação do título! Dispostos quase todos

os seres frente à frente carregam eles sua diferidas

ereções plásticas: punhal duro; púbis eriçado (assim:

quarta boa negação do título!). Aquele seu

monumento flagra o Momento Único, quase inviável:

Eros não é em um só tempo e total e coletivamente

hormonal. Seria preciso talvez algum traço, algum,

que marcasse o sexo - a guerra - o encontro- o

desejo - a vontade de domínio - a força da lâmina -

o vigor do capim, que marcasse seus distúrbios:

negar-se-ia mais e mais o título. Mas há em você, na

coisa feita, AMOR, afecção; para dar-lhe carne

diversa: dois aproximam-se, destacam-se, negam o

igual, dizem sim à DIFFÉRENCE.

Beijos, admirável Claudia.

Roberto Corrêa dos Santos

Setembro de 2011

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ToYS é NóIS | 2010

Centro Cultural Justiça Federal – Cinelândia | Rio de Janeiro, RJ

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Toys é Nóis

“Lutei para escapar da infância o mais cedo possível . E assim que consegui , vol tei correndo pra ela. “

Orson Welles

Viver a infância –no passado ou agora– é o passaporte de entrada para essa exposição. A artista estabelece o seu campo

de ação entre o universo lúdico e o artístico. Lúdico está ligado ao prazer, centrado no sentido amplo da palavra brincar, jogar –

e é esse convite que nos é feito aqui.

Como numa volta ao passado, uma reminiscência localizada na memória deste período da vida – onde o sonho e a

realidade se misturam – numa atmosfera de esperança, faz-de-conta e uma forte dose de ironia, Claudia criou um mundo à

parte. Por meio de uma postura crítica e humorada, os trabalhos da artista aparecem como alegorias sobre a história da arte,

combinando aspectos estéticos e existenciais.

O visitante precisa estar atento e aguçar a percepção para identificar e entender onde a obra acontece. Percebemos de

imediato que a escala foi rearranjada. A modificação da escala traz uma mudança de sentido. Incômodo? Não para a curadora,

que vive numa escala especial. Assim como Emília na Chave do Tamanho mexe onde não deve e as criaturas mudam suas

escalas, a artista nos convida a atravessar o espelho de Alice e cair no mundo maravilhoso de Claudia Hersz, mundo calcado na

reordenação do objeto cotidiano. Um universo de experiências da vida incorporado ao universo da arte. Em sua casa-ateliê, ela

acumula objetos achados – restos para muitos – e esses objetos-restos são como seus prolongamentos nesse estar no mundo.

O exercício do fazer com prazer possibilita uma reflexão em que o jogo adere à arte, aceita brincadeiras, incertezas e

dúvidas, num mundo onde habitualmente tudo deve ser certo ou errado. E isso nos recorda o que nos faz humanos: além de

sermos homo sapiens, somos homo ludens também.

Isabel Sanson Portella

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A Metáfora | hall da Justiça Federal | MDF e espelho

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A Metáfora e o Não | MDF, metal e espelho de acrílico | 300 (L) x 220 (A) x 180 (P) cms – (Variáveis) | 2009

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Sic Transit Gloria Mundi | MDF e livros | 240 (L) x 80 (A) x 240 (P) cms | 2010

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Isso até criança faz | desenhos de Picasso sobre lousinha mágica | 200 (L) x 70 (A) x 3 (P) cms | 2004

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Quem é o Rei? | estojo , plástico, espelho côncavo e metal | 34(L) x 14 (A) X 14 (P) | 2010

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O Joker não é Bobo não...| Espelho de acrílico, cabinhos e corrente de aço, moeda | 240 (L) x 80 (A) x 240 (P) cms | 2010

http://www.facebook.com/video/?id=701133154#!/video/video.php?v=434452933154

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ToYS é NóIS | video projeção em 4 ms (L) x 3ms (A) | duração: 1’ 50”

https://www.facebook.com/claudia.hersz#!/video/video.php?v=435771008154

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A Minha Coleção

série em curso a partir de 2008

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A Minha Coleção

A Minha Coleção é composta por miniaturas de obras de arte.

Esta série, iniciada em 2008 e ainda em curso, foi pensada

inicialmente como a Coleção da Barbie, o que acabou por ser

determinante na escala da maior parte dos trabalhos (a escala

1/Barbie é aproximadamente 1/8), e também num certo

“desvio para o rosa” em trabalhos iniciais.

Acabei me dando conta que a Barbie jamais colecionaria arte

e assumi que eu não era apenas a produtora e curadora -

papéis que me outorguei quando comecei - mas que esta era

A Minha Coleção, ligada a meus afetos, desejos, admiração ou

simplesmente à percepção de que algumas obras ficam

interessantes miniaturizadas (perdendo a alma e a aura que

tinham em seus tamanhos normais).

Atualmente, a coleção conta com miniaturas de trabalhos dos

seguintes artistas: Andy Warhol, Anna Bella Geiger, Barrão,

Beuys, Cildo Meirelles, Jarbas Lopes, Kosuth, Louise

Bourgeois, Lucio Fontana, Magritte, Marcel Duchamp, Nelson

Leirner, Rauschenberg e Tunga

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O meu Anna Bella | Parafina pigmentada, alumínio, purpurina e ferro | 16 (L) x 5,5 (A) x 2 (P) cms | 2009

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O meu Duchamp | Moldagem em sabonete glicerinado | 7,5 (L) x 6,5 (A) x 9 (P) cms | 2008

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O meu Beuys | Tinta acrílica sobre madeira, madeira, parafina e arame | 5,5 (L) x 11 (A) x 5,5 (P) cms | 2008

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O meu Nelson Leirner | Anilina sobre madeira e plástico | 14 (L) x 8,5 (A) x 8,5 (P) cms | 2009

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O meu Kosuth | Plástico, fotografia, impressão sobre papel sulfite | 2008

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O meu Jarbas Lopes | plástico | 10 (L) x 10 (A) x 0,5 (P) cms | 2010

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O meu outro Duchamp | madeira, tinta PVA e plástico abs cromado | 2010

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My Gritte | Seda, papel, madeira e plástico O meu Tunga | fios de aço e lacinho de fita

19 (L) x 26 (A) x 8 (P) cms | 2011 2010

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De Humani Corporis Fabrica

(Ceci n’est pas um Magritte)

série em curso a partir de 2003

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"Visível e móvel, meu corpo está no mundo das coisas, é uma delas, está preso no

tecido do mundo e sua coesão é a de uma coisa. Mas, porque vê e se move, mantém as coisas à sua volta - as coisas são um anexo ou um prolongamento dele, estão

incrustadas em sua carne, fazem parte de sua definição plena e o mundo é feito da

mesma matéria que o corpo”.

Merleau-Ponty em "O Olho e o Espírito"

Desdobramentos da série “Ceci n’est pas um Magritte”

Claudia Hersz menciona Merleau-Ponty em O Olho e o Espírito. Naturalmente que seu trabalho se inclina sobre determinadas

idéias de Ponty, como a noção de carnalidade, e é compreensível que possamos perceber (com todos os sentidos) em seus

objetos, ecos das idéias do filósofo. Aí a artista encontra pontos de referência e vínculos efetivos com a tradição.

Mas os objetos de Claudia, construídos com látex, a partir de impressões no corpo, engendram um campo diferente e nos falam

de um espaço distinto.

Utilizando o látex, a artista produz impressões a partir da pele. A pele por sua vez é o maior órgão sensorial do corpo humano. É

a superfície sobre a qual o mundo se inclina, no processo sensível constituído de impressão, sensação e percepção. As obras,

então, apontam para a superfície, linha limítrofe entre o dentro e o fora. É este o espaço acionado e este espaço tem

profundidade que se manifesta pela ressonância, e em reverberações já não da pele, mas do limite. O espaço não existe nem

para dentro, nem para fora, existe na ressonância.Há profundidade na superfície. Seu poder é fazer vibrar. Esta é sua ação.

Disto nos fala Claudia Hersz.

Isto a distingue.

Alberto Saraiva

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Fatoração | látex, dióxido de titânio e borracha | 70 (L) x 20 (A) x 40 (P) cms

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Remix [Magritte-Bourgeois] | Látex líquido, dióxido de titânio, algodão e ilhoses metálicos | 46 (L) x 292 (A) x 25 (P) cms

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Ninhumanos

Intervenção contemplada pelo Prêmio Intervenções Urbanas 2008 em parceria com Ana Miguel

Aterro do Flamengo | Rio de Janeiro, RJ

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Ninhumanos

A área do Aterro do Flamengo, como todo mundo sabe, já pertenceu ao mar.

Por outro lado, a terra empregada na sua consecução já foi montanha. Daí o

sentimento ambíguo quando passamos por ele, mesmo em alta velocidade,

mas particularmente quando nos deixamos levar pelo caprichoso desenho de

Burle Marx, por si só um convite ao passeio a esmo, sem objetivo definido, a

expressão mais pura e simples da vilegiatura. Anda-se pelo Aterro com uma

sensação dúbia, como quem sofre a nostalgia da atmosfera espessa de

quem habita o chão do mar e, simultaneamente, acostumou-se a ver as

coisas desde o alto. Ficamos assim entre peixe e pássaro, nem uma coisa

nem outra. Mas há quem opte. Talvez porque a lógica implacável da vida em

sociedade desloque alguns para a borda, enquanto outros, até por uma

disposição do espírito, preferem ficar nela, como um desses pássaros que

circulam entre nós sem que saibamos nada deles. Foi com uma prova dessa

condição que Claudia Hersz e Ana Miguel se depararam. Deambulando pelo

jardim, perceberam algo estranho no alto de uma árvore cuja imponência se

estampa já no nome: Ficus Benghalensis. Desconfiadas, pediram a um

garoto – Pedro – que subisse para espiar o que havia entre seus galhos.

Pedro voltou com a insólita nova: havia um ninho humano. Precário, singelo,

mas definitivamente um ninho. Com os despojos típicos deixados por gente

que se deixa ficar por ali. Vai daí que elas, num impulso mesclado de afeto e

crítica, porque sempre haverá uma ponta de dúvida se entre aqueles que

temos na conta de expropriados existirá quem prefira não ter posses,

resolveram incrementar o ninho. Ampliaram e tornaram segura a

construção, dotaram-na de algum conforto como luzes e ganchos, pintaram-

na de vermelho e ocuparam-na com um mobiliário macio, preservando, na

medida do possível, sua condição de segredo, mais um dos mistérios que,

como uma brasa adormecida, encrava-se nos interstícios da metrópole.

Agnaldo Farias

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Etc & Tal

Trabalhos diversos

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Nossa Senhora do Glopocob | Imagem fotográfica em moldura antiga | 39 (L) x 59 (A) x 5 (P) cms | 2011

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Broken China | Porcelana, rejunte pigmentado, madeira e metal | 19(L) x 35 (A) x 19(P) cms | 2010

Prêmio Aquisição do 17º Salão de Pequenos Formatos – UNAMA – 2011

Page 62: Claudia Hersz

Você é o Rei – Ave Ubi Bava | Espelho convexo e metal | 4 (L) x 5,3 (A) x 1 (P) cms | 2008

Page 63: Claudia Hersz

My Own Drian | Fotografia | 50(L) x 65 (A) cms | 2006

Page 64: Claudia Hersz

Anna Bella com brinco de pérola | Fotografia | 100 (L) x 135 (A) | 2004

Page 65: Claudia Hersz

Colar de Itu | acrílico, aço e metal | 120 (L) x 170 (A) x 12 (P) cms –variável | 2007

Page 66: Claudia Hersz

Dolphinus Erectus | ossada, plástico cromado e aço | Dimensões variáveis (colar aberto de 430 cms) | 2005 Fotos: Lena Amorim

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DAMA

Incorpo(r)ações – Espaço Bananeiras – Rio de Janeiro, RJ , 2006

Jardim da Delícias – Museu da República – Rio de Janeiro, RJ , 2006 SESC Arte 24hs – Pier Mauá – Rio de Janeiro, RJ, 2010

SESC Cultural – Rio Fashion Business, Marina da Glória – Rio de Janeiro, RJ , 2011

Page 68: Claudia Hersz

DAMA

“Fico num beco qualquer /Numa esquina qualquer

Fico num beco qualquer / Numa esquina qualquer

Sentindo

Meu ego dissolvido na matéria em movimento”

Fausto Fawcett

Não tenho um tempo nem uma meta a cumprir.

Só preciso costurar, não tenho que ser nada.

A mimese.

Ninguém precisa prestar atenção.

Costuro meu próprio vestido, sumindo no chão.

O vestido cresce a cada vez e está enorme,

3 metros de altura.

em seda pura.

Foto de Lena Amorim

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DAMA | Performance | Duração: entre 1 e 3 horas

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Para Anna Pink

Festival Performance Presente Futuro Vol III | Oi Futuro | Rio de Janeiro, RJ

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Para Anna Pink

“Um tear construir inspirou-me um dos deuses.

Tendo estendido no quarto uma tela sutil e assaz grande, pus-me a tecer. Enganei-os, depois, com fingidas palavras:

“Não vá tanto fio estragar-se. Até que termine este pano - para a mortalha de Laerte,

quando a Moira funesta da morte assaz dolorosa o colher”

Dessa maneira falei, convencendo-lhes o ânimo altivo.

Passo, depois, a tecer nova tela mui grande. De dia. À luz dos fachos, porém, pela noite desteço o trabalho”

Homero

“Para Anna Pink” é uma performance em que duas mulheres coexistem:

Uma faz um bordado à mão e o desmancha – esta existe numa projeção em tamanho real numa tela de musseline (material

algo translúcido) posicionada num canto.

A outra sou eu, presente, atrás dessas camadas de musseline, utilizando a própria tela de projeção para costurar à máquina,

fazendo uma roupa.

Ambas costuramos em tempos distintos e ao mesmo tempo . Pouco a pouco, as duas imagens vão se fundindo quando o suporte

da projeção – várias camadas, num total de 10 metros – vai sendo consumido pela máquina de costura.

Esse trabalho teve seu início quando achei um antigo mostruário de bordados, confeccionado por alguém que fez o curso da

Escola Singer - filial Copacabana, em meados da década de 50. Esse alguém se chamava Anna Pink, e os bordados eram, na

grande maioria, em rosa. Essa mulher, cujo nome comportava sua obra, em 1950 fazia algo tão igual ao que eu faço atualmente

e ao que minha avó fazia em 1920: costurar. E é às Annas Pinks , verdadeiras Penélopes, que dedico esse trabalho, quase um

“desvio para o rosa”

Os mitos são constantemente revisitados por carregarem verdades fundamentais da humanidade, e o trabalho é claramente

inspirada na passagem da Odisséia em que Penélope, a pretexto de esperar Odisseu, resolve enganar seus pretendentes com

uma tecelagem que não finda.

Conta com a participação de Fausto Fawcett, com quem dialogo de forma meio rap, enquanto costuro por trás dos panos,

embaralhando Penélope a outros mitos, entidades, orixás e chacretes, numa Odisséia entre ítaca e Belford Roxo temperada com

notícias do Fantástico.

Page 72: Claudia Hersz

Fotos : Clarisse Canela

Page 73: Claudia Hersz

Fotos : Clarisse Canela e João Penoni

Page 74: Claudia Hersz

Fotos : Clarisse Canela e João Penoni

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Curriculum

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Claudia Hersz | 09/12/1960, Rio de Janeiro, RJ

Formação: Graduada em Arquitetura e Urbanismo na FAU – UFRJ -1982 Curso Arte e Crítica com Anna Bella Geiger e Fernando Cocchiaralle - Parque Lage- RJ - 2001 Workshops com Rosângela Rennó, Carmela Gross e Vik Muniz- Centro Cultural Hélio Oiticica – Rio de Janeiro, RJ - 2002 Curso com Nelson Leirner- RJ – 2003

Exposições e trabalhos:

2011

::KHAZA:: - exposição individual – Espaço Cultural Municipal Sergio Porto – Rio de Janeiro, RJ Selecionada para o programa Rumos Itaú Cultural edição 2011/2012 Abre Alas – Galeria A Gentil Carioca – Rio de Janeiro, RJ 17º Salão de Pequenos Formatos – UNAMA– Prêmio Aquisição – Belém, PA Performance DAMA – SESC Cultural – Rio Fashion Business, Marina da Glória – Rio de Janeiro, RJ Galeria do Poste – Praça São Salvador – Rio de Janeiro, RJ C’est tout la même chose – Projeto Vitrine Efêmera – Estudio Dezenove – Rio de Janeiro, RJ

2010

Performance Presente Futuro Vol III - Espaço Oi Futuro – Rio de Janeiro, RJ Exposição Individual TOYS É NóIS – Centro Cultural Justiça Federal- – Rio de Janeiro, RJ SESC Arte 24hs – Pier Mauá –– Rio de Janeiro, RJ Eternal Feminine Plural -OIT – Organização Internacional do Trabalho - Genebra, Suiça Simultâneo – Viradão Carioca – Ruas do Centro, Rio de Janeiro, RJ

2009

7ª Bienal do Mercosul - http://www.bienalmercosul.art.br/7bienalmercosul/es/claudia-hersz NANO – Studio44 –Estocolmo – Suécia Suco de Caju – Galeria Meninos de Luz – Rio de Janeiro, RJ Piscinão da Benvinda – Galeria Murilo Castro- Belo Horizonte, MG Bideiro – atuação na residência artística de Jarbas Lopes no Conjunto do Pedregulho –RJ Despacho – Ateliê da Imagem – Rio de Janeiro, RJ J

2008

Prêmio Interferências Urbanas 2008 , em parceria com Ana Miguel – NINHUMANOS – RJ Criação de mestre-sala e porta-bandeira da Pimpolhos da Grande Rio - Sambódromo, RJ Estranha - Espaço Durex, RJ Art Exhibition da Annual NYC Anarchist Bookfair – Judson Memorial Church – New York, NY Participação na revista O Ralador– Rio de Janeiro, RJ

2007

Pimpolhos da Grande Rio - Sambódromo– Rio de Janeiro, RJ Lusovideografia- Espaço Oi Futuro– Rio de Janeiro, RJ Promove workshop no CEFAV - Centro de Formação em Artes Visuais –Recife, PE

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FOME – Projeto Ocupação - Museu Murillo La Greca - Recife, PE Associados- Espaço Orlândia – Rio de Janeiro, RJ J Prêmio Chave Mestra- Casarão da UNEI- Santa Teresa – Rio de Janeiro, RJ FotoFrame 2007- Espaço Durex– Rio de Janeiro, RJ

2006

Feliz Aniversário, Nelson Leirner - Casa da Xiclet - São Paulo, SP III Semana Cutural em Santa Teresa- Conexão Contemporânea, Funarte, RJ Incorpo(r)ações - Espaço Bananeiras – Rio de Janeiro, RJ Nanoexposição - Galeria da UFES - Vitória,ES VIII Salón Internacional de Arte Digital Havana, Cuba e web Curadoria da mostra UniDuniTê – Estúdio 260 – Rio de Janeiro, RJ A Organização -mostra de cinema- Cine Odeon,RJ Camisa "Educação" - Galeria A Gentil Carioca – Rio de Janeiro, RJ Jardim da Delícias – Museu da República – Rio de Janeiro, RJ Fake – Galeria Novembro Arte – Rio de Janeiro, RJ

2005

Nós amamos o Recife e nosso trabalho também! - Museu Murillo La Greca - Recife, PE Nanoexposicion - ARTBO - Bogotá, Colômbia Nanoexposição - Galeria Murilo Castro - Belo Horizonte, MG Pyrata - Barca rio-Niterói, RJ Rede de Trocas - Projéteis Redemergências - Funarte, RJ Circuito Integrado – Estúdio 260, RJ FotoRio – Fotoframe – Espaço Durex – Rio de Janeiro, RJ Figura 9 – Museu da República – Rio de Janeiro, RJ Zona Oculta – CEDIM, RJ / SESC -Nova Iguaçu, RJ

2004

Salão Aberto - Casa das Retortas - São Paulo - SP Posição 2004 - Parque Lage – Rio de Janeiro, RJ Coletiva "Vestível" - Imaginário Periférico - Centro Cultural Nova Friburgo - RJ Salão de m.a.i.o. - Interferências urbanas na cidade de Salvador - BA Salão de Beleza -espaço MAMÃE - Recife, PE

2003

X Salão da Bahia - Salvador - BA Coletiva Tête-a-tête - Grupo Miolo - Museu da República – Rio de Janeiro, RJ Coletiva Tempo de Validade - Espaço Bananeiras – Rio de Janeiro, RJ

2002

Iº Salão de Arte Contemporânea de São José dos Campos- FCCR-SP Coletiva Ponto de Fuga / Ponto de Vista - Grupo Miolo -Crea – Rio de Janeiro, RJ Coletiva Canteiro de Obras - Circo Voador– Rio de Janeiro, RJ

Prêmios:

Prêmio Interferências Urbanas 2008 – projeto NINHUMANOS contemplado por premiação e realizado no Parque do Flamengo Prêmio Aquisição do 17º Salão de Pequenos Formatos – UNAMA – 2011

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Artigos de jornais e revistas

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