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Estratgia Como Prtica

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARAN

SETOR DE CINCIAS SOCIAIS APLICADAS

PROGRAMA DE POS-GRADUAO EM CINCIA, GESTO E TECNOLOGIA DA

INFORMAO

MARIA FERNANDA PACHECO TELMA

O USO DAS FERRAMENTAS DE WEB ANALYTICS NO PROCESSO DE

INTELIGNCIA COMPETITIVA DAS ORGANIZAES

CURITIBA

2011

MARIA FERNANDA PACHECO TELMA

O USO DAS FERRAMENTAS DE WEB ANALYTICS NO PROCESSO DE

INTELIGNCIA COMPETITIVA DAS ORGANIZAES

Dissertao apresentada como requisito parcial para a obteno do ttulo de Mestre em Cincia, Gesto e Tecnologia da Informao do Programa de Ps-Graduao em Gesto da Informao da Universidade Federal do Paran. Orientadora: Profa. Dra. Denise Fukumi Tsunoda.

CURITIBA

2011

FOLHA DE APROVAO

RESUMO

Este trabalho tem por finalidade o levantamento de ferramentas de pesquisa com abordagem especfica para mdias digitais, e busca contribuir no apenas com o fortalecimento da adoo de prticas de Inteligncia Competitiva nas organizaes, mas, sobretudo, para com as perspectivas metodolgicas e as prticas que compe o estado da arte nesta rea. Com o advento de novas tecnologias digitais, impactantes transformaes so observadas nos processos sociais, tecnolgicos e culturais, sobretudo no que diz respeito aos processos organizacionais. A nova ordem a insero nas mdias sociais, e isto de forma estratgica, sempre buscando formas de inovar e mensurar os resultados das suas aes tticas. Pretende-se demonstrar um determinado conjunto de ferramentas de Web Analytics disponveis no mercado, propondo uma metodologia de aplicao para os trs nveis da organizao: estratgico, ttico e operacional. O trabalho inicia com referencial terico que introduz ao assunto pesquisado, comeando com os conceitos de Web Analytics, sua ligao com os conceitos e processos de Inteligncia Competitiva aplicados web, e uso da tecnologia e de ferramentas para o monitoramento e mensurao de dados. Apresenta, a seguir, uma metodologia inovadora adaptada realidade brasileira, para categorizao das mtricas de acordo com quatro conjuntos de objetivos: provocar o dilogo entre os usurios, promover defensores da marca ou da organizao, oferecer facilidade no suporte e estimular a inovao do contedo. Como coroamento do trabalho, apresentado um estudo de caso com aplicao das ferramentas de Web Analytics para uma situao real, colocando-se ferramentas utilizadas, resultados esperados, alm de sugestes para melhores prticas de mercado. As anlises mostram como as referidas prticas podem auxiliar na identificao de padres comportamentais e quanto s especificidades de uma comunidade on-line, alm de identificar possveis insights para aes e tendncias de consumo. As consideraes finais apontam as limitaes, dificuldades e restries do presente estudo, bem como aponta algumas das tendncias e novas fronteiras a serem exploradas em estudos futuros na rea.

Palavras chave: Mtricas. Estratgias Digitais. Buzzmarketing.

ABSTRACT

This work aims at raising research tools with a specific approach to digital media, and seeks to contribute not only to strengthen the adoption of competitive intelligence practices in organizations, but especially to the methodological perspectives and practices that make the state of the art in this area. With the advent of new digital technologies, striking changes are observed in social processes, technological and cultural rights, particularly with regard to organizational processes. The new order is the inclusion in social media, and this in a strategic way, always looking for ways to innovate and measure the results of their tactical actions. It was intend to demonstrate a particular set of Web Analytics tools, available in the market, proposing a methodology for applying for the three organizational levels: strategic, tactical and operational. The work begins with the theoretical framework that introduces the subject studied, starting with the concepts of Web Analytics, its connection with the concepts and processes of Competitive Intelligence applied to the web, and use of technology and tools for monitoring and measuring data. It presents, then, an innovative methodology adapted to Brazilian conditions, to classify the metrics according to four sets of objectives: to provoke dialogue among users, promote brand advocates or organization, offering ease of support and stimulate innovation. As the crowning work presents a case study with application of Web Analytics tools to a real situation, placing the tools used, expected results, and suggestions for best market practices. The analysis shows how these practices can help identify behavioral patterns and on the specifics of an online community, and identify possible actions and insights into consumer trends. The concluding remarks point out the limitations, difficulties and restrictions of this study and points out some of the trends and new frontiers to be explored in future studies in the area.

Keywords: Metrics. Digital Strategies. Buzzmarketing.

LISTA DE ILUSTRAES

FIGURA 1 AMBIENTE EXTERNO ORGANIZACIONAL ........................................ 17 FIGURA 2 CICLO DE INTELIGNCIA COMPETITIVA .......................................... 23 FIGURA 3 REPRESENTAO DO MODELO DE MATURIDADE EM WEB

ANALYTICS .................................................................................................. 29 FIGURA 4 TEMPO NA PGINA E TEMPO NO SITE ............................................ 40 FIGURA 5 TAXA DE REJEIO ............................................................................ 41 FIGURA 6 FASES DA PESQUISA E OBJETIVOS ESPECFICOS ....................... 47 FIGURA 7 UTILIZAO DE FERRAMENTAS DE WEB ANALYTICS NO

MUNDO ........................................................................................................ 50 FIGURA 8 PARMETROS PARA ANLISE DE FERRAMENTAS DE WEB

ANALYTICS .................................................................................................. 51 FIGURA 9 PARMETROS PARA ANLISE DE FERRAMENTAS PARA

MONITORAMENTO DE MDIAS SOCIAIS ................................................... 53 FIGURA 10 ESTRATGIAS DE PRESENA EM MDIAS SOCIAIS ..................... 56 QUADRO 1 QUADRO DE REFERNCIA E ESTRUTURA PARA MTRICAS ...... 58 FIGURA 11 MEDIO DE DILOGO .................................................................... 60 FIGURA 12 SHARE OF VOICE ............................................................................. 61 FIGURA 13 ENGAJAMENTO ................................................................................. 63 FIGURA 14 TAXA DE CONVERSO ..................................................................... 64 FIGURA 15 PROMOVER DEFENSORES DA MARCA.......................................... 66 FIGURA 16 DEFENSORES ATIVOS ..................................................................... 67 FIGURA 17 DEFENSORES INFLUENTES ............................................................ 67 FIGURA 18 IMPACTO............................................................................................ 69 FIGURA 19 FACILITAR O SUPORTE.................................................................... 71 FIGURA 20 TAXA DE RESOLUO ..................................................................... 72 FIGURA 21 TEMPO DE RESOLUO .................................................................. 73 FIGURA 22 PONTUAO DE SATISFAO ........................................................ 74 FIGURA 23 ESTIMULAR A INOVAO ................................................................ 76 FIGURA 24 TENDNCIAS ..................................................................................... 77 FIGURA 25 AFINIDADE E SENTIMENTO POSITIVO ........................................... 78 FIGURA 26 AFINIDADE E SENTIMENTO NEGATIVO .......................................... 78 FIGURA 27 AFINIDADE E SENTIMENTO NEUTRO ............................................. 79 FIGURA 28 IMPACTO............................................................................................ 79 FIGURA 29 PAINEL DE VOTAO DE PROMOO DO EVENTO

MARKETING 2.0 .......................................................................................... 85 QUADRO 2 QUADRO DE REFERNCIA E ESTRUTURA PARA MTRICAS ...... 90

LISTA DE GRFICOS

GRFICO 1 PUBLICAO ACADMICA SOBRE INTELIGNCIA ...................... 18 GRFICO 2 FOCO DA INTELIGENCIA COMPETITIVA NAS ORGANIZAES .. 21 GRFICO 3 - UTILIZAO DE FERRAMENTAS DE WEB ANALYTICS NO

BRASIL .............................................................................................. 49 GRFICO 4 MEDIO DE DILOGO ................................................................... 62 GRFICO 5 PAINEL DE CONTROLE GOOGLETM ANALYTICS ........................... 82 GRFICO 6 PAINEL DE CONTROLE GOOGLETM ANALYTICS: USO DO SITE .. 83 GRFICO 7 PAINEL DE CONTROLE GOOGLETM ANALYTICS: VISO

GERAL DOS VISITANTES, COBERTURA E ORIGENS DE TRFEGO. ......................................................................................... 83

GRFICO 8 PAINEL DE CONSULTA PARA OPES CURTIR ........................ 84 GRFICO 9 PAINEL DE CONSULTA PARA OPES CURTIR ........................ 85 GRFICO 10 PAINEL DE CONSULTA PARA OPES CURTIR ...................... 86 GRFICO 11 VISUALIZAES DE PGINA ........................................................ 86 GRFICO 12 DADOS DEMOGRFICOS .............................................................. 87 GRFICO 13 MENES ....................................................................................... 88 GRFICO 14 NMERO DE SEGUIDORES .......................................................... 88

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABRAIC Associao Brasileira de Inteligncia Competitiva

CERN Organizao Europia para Pesquisa Nuclear em Genebra

CRM Customer Relationship Management

HTML HyperText Markup Language

HTTP HyperText Transfer Protocol

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica

IC Inteligncia Competitiva

KPI Key Performance Indicator

PEN Plano Estratgico de Negcio

PETI Plano Estratgico de Tecnologia de Informao

PNAD Pesquisa Nacional de Amostra de Domiclios

PV Page View

ROI Retorno sobre o Investimento

SCIP Society of Competitive Intelligence of Professionals

SEM Search Engine Marketing

SEO Search Engine Optimization

SMA Social Marketing Analytics

TI Tecnologia da Informao

Tp Time on page

Ts Time on site

URL Universal Resource Locator

UV Unique Visitor

WWW World Wide Web

SUMRIO

1 INTRODUO ............................................................................................. 10

1.1 FORMULAO DO PROBLEMA DE PESQUISA ........................................ 12 1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................ 13 1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA ........................................................................ 13 1.4 ORGANIZAO DO DOCUMENTO ............................................................ 14 2 FUNDAMENTAO TERICA E EMPRICA .............................................. 16 2.1 INTELIGNCIA COMPETITIVA .................................................................... 16 2.3 O SURGIMENTO DA WEB ANALYTICS ...................................................... 24 2.4 INTELIGENCIA COMPETITIVA NA WEB..................................................... 26 2.5 ALINHAMENTO DO USO DOS SISTEMAS DE WEB ANALYTICS COM

a ESTRATGIA E INTELIGENCIA COMPETITIVA DA ORGANIZAO .... 30 2.6 WEB ANALYTICS E MTRICAS DE DESEMPENHO ................................. 32 2.6.1 As regras comerciais tradicionais valem tanto para o ambiente real

quanto para o ambiente virtual ............................................................... 35 2.6.2 Aprendizagem e melhoria contnua ....................................................... 35 2.6.3 Definio de ferramentas de trabalho .................................................... 36 2.6.4 Desenvolvimento do prprio sistema de mtricas ............................... 36 2.7 MONITORAMENTO DO AMBIENTE WEB ................................................... 37 2.8 MTRICAS ................................................................................................... 38 2.8.1 Ambiente interno ...................................................................................... 38 2.8.2 Ambiente externo ..................................................................................... 43 3 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS ..................................................... 45

3.1 NATUREZA DO ESTUDO E TIPO DE PESQUISA ...................................... 45 3.2 FASES DA PESQUISA ................................................................................. 47 3.2.1 Fase 01: fundamentao terica ............................................................. 48 3.2.2 Fase 02: levantamento de caractersticas de ferramentas de

monitoramento ......................................................................................... 48 3.2.3 Fase 03: cruzamentos e anlise de dados do ambiente Web ............. 54 3.2.4 Fase 04: estudo de caso ......................................................................... 54 4 ANLISE DE FERRAMENTAS DE WEB ANALYTICS E

MONITORAMENTO DE MIDIAS SOCIAIS .................................................. 55 4.1 QUADRO DE REFERNCIA E ESTRUTURA PARA MTRICAS. ............... 55 4.2.1 Provocar o dilogo entre os usurios .................................................... 59 4.2.2 Share of Voice (participao na mdia) .................................................. 61 4.2.3 Engajamento da audincia ..................................................................... 62 4.2.4 Taxa de converso ................................................................................... 63 4.2.5 Promover defensores da marca .............................................................. 64 4.2.6 Defensores ativos .................................................................................... 66 4.2.7 Defensores influentes ............................................................................. 67 4.2.8 Impacto ..................................................................................................... 68 4.2.9 Facilitar o suporte .................................................................................. 69 4.2.10 Taxa de resoluo ................................................................................. 72 4.2.11 Tempo de resoluo .............................................................................. 72 4.2.12 Pontuao da satisfao ....................................................................... 73 4.2.13 Estimular a inovao ............................................................................. 74 4.2.14 Tendncias ............................................................................................. 76 4.2.15 Afinidade e sentimento .......................................................................... 77

4.2.16 Impacto .................................................................................................... 79 5 APLICAO EMPRICA DAS FERRAMENTAS DE WEB ANALYTICS:

UM ESTUDO DE CASO ............................................................................... 81 6 CONSIDERAES FINAIS ......................................................................... 92

6.1 ATENDIMENTO AOS OBJETIVOS .............................................................. 92 6.2 SUGESTES DE TRABALHOS FUTUROS................................................. 94 REFERNCIAS ......................................................................................................... 95 GLOSSRIO ........................................................................................................... 103

10

1 INTRODUO

Observa-se em nveis mundiais o avano dos meios de comunicao digitais

entre os quais se destaca a Internet.

O acesso Internet no Brasil feito por 67,5 milhes de pessoas,

aproximadamente 35% da populao, conforme mostra a Pesquisa Nacional por

Amostra de Domiclios (PNAD) feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatstica (IBGE) no final de 2009. A cada ano este percentual vem aumentando,

fato incrementado pelas ofertas de novos produtos por empresas provedoras de

servios, combinado com o aquecimento da economia, da manuteno de

crescimento do pas e conseqente elevao da capacidade de consumo das

classes C, D e E.

No Brasil, apesar de incentivos como o Programa Nacional de Banda Larga

(PNBL) do governo federal, ainda observa-se a falta de infraestrutura principalmente

em localidades fora dos grandes centros urbanos. Se comparados ao nmero de

usurios impactados pela Televiso, a diferena ainda maior: 98% dos brasileiros

tem acesso TV, segundo o IBGE (2009).

Porm, fato que o crescimento da mdia digital de massa vem

influenciando o comportamento do brasileiro, que se destaca entre os maiores

usurios de redes sociais do mundo. Em julho de 2010, a empresa especialista em

dados de Internet mundial COMSCORE (2010) publicou pesquisa que revela que o

brasileiro o maior usurio do Twitter do mundo, com 20,8% dos usurios. Outra

estatstica revelada pela mesma fonte a de que as redes sociais mais utilizadas no

Brasil continuam sendo o Orkut, com 36 milhes de acessos, seguidos pelo Twitter e

Facebook, com 12,5 e 8,8 milhes, respectivamente. O uso destas redes impulsiona

uma caracterstica forte do brasileiro que a comunicao, a facilidade para

sociabilizar e gostar de estar sempre conectado a outras pessoas. (TELLES, 2010).

Outra pesquisa no mesmo ramo, organizada pelo IAB Brasil (2009), revela o

comportamento dos tipos de contedos acessados via celulares e smartphones. As

redes sociais esto em primeiro lugar, com 21% dos acessos, seguidos de msica,

jogos e esportes online. As compras pela Internet somam 4%, de toda

movimentao na Web, ndice que vem aumentando a cada ano.

11

E qual a representatividade destes 4% de e-commerce, somente no

Brasil? Um mercado de 11 bilhes de reais, segundo a fonte E-Bit (2009). Do ponto

de vista do Marketing, um mercado representa o conjunto de compradores reais e

potencias de determinado produto, ou seja, o mercado composto por todas as

pessoas dentro de um espao geogrfico que j consomem o produto oferecido, ou

que podem vir a consumi-lo. (FELIPINI, 2010). Trazendo o conceito para a Internet,

podemos considerar que o mercado global para o e-commerce composto pelos

internautas que realizam compras de diversos produtos, tais como: livros,

eletrnicos, msicas e outros.

Nesse cenrio, esto excludos os nmeros de movimentao financeira que

no tenham transao nica e exclusivamente na Internet, da pesquisa pelo produto

at a compra final. O que ainda difcil de mensurar quanto a Internet est

refletindo na deciso de compra do consumidor fora do ambiente Web. O que se

sabe que o consumidor busca cada vez mais informaes no mundo virtual antes

de finalizar sua compra no mundo real. Portanto, a Internet, alm da movimentao

de e-commerce, influencia tambm na escolha da loja, do produto, da marca, enfim,

de todo o comportamento do consumidor na deciso de compra.

Estas informaes serviro de ponto de partida para a execuo do plano de

marketing digital, alinhados estratgia da organizao.

A informao certa, no formato adequado e na hora ideal pode proporcionar

boas oportunidades de negcios. A maioria das organizaes utiliza sistemas de

informao para automatizar seus processos de trabalho, para armazenar e

recuperar dados e para compartilhar informaes. Para os dados disponveis na

Internet, a velocidade da resposta precisa ser muito rpida, portanto, gerenciar

adequadamente as informaes fator essencial para o sucesso do projeto.

(DAVENPORT; HARRIS, 2007).

a partir desse cenrio que se fala em implantar ferramentas de Web

Analytics, juntamente com uma cultura de mtricas. Os esforos se concentram em

pesquisar, organizar e implementar uma metodologia de alinhamento e

planejamento estratgico de informaes Web, sendo direcionados para se entender

o que acontece a partir do momento em que um internauta entra em determinado

site, at que se alcance o seu objetivo final: compra de algum produto, consumo de

contedo, preenchimento de cadastro etc.

12

Sistemas de informao esto sendo cada vez mais utilizados para se obter

vantagem competitiva. Geralmente, as organizaes que obtm sucesso nessa

trajetria so aquelas que conseguem transformar os dados coletados em critrios

acionveis, ou seja, em algum tipo de ao que aprimore a experincia do usurio

enquanto ele tenta realizar alguma tarefa no site. (DAVENPORT; HARRIS, 2007).

Saber quantos visitantes ou compradores acessam o site da organizao e

dos seus concorrentes, o que est sendo comentado nas redes sociais, quais as

experincias de consumo dos internautas, as reaes positivas e negativas sobre a

prpria marca ou produto, so os principais objetivos dessas anlises. As

ferramentas utilizadas para levantar estas informaes so chamadas de

ferramentas de Web Analytics, e sero o tema principal deste trabalho.

(NOPARKER, 2000).

1.1 FORMULAO DO PROBLEMA DE PESQUISA

Inmeros so os dados disponveis na Internet, multiplicando os desafios

que as organizaes enfrentam para transform-los em informaes estratgicas

acionveis. Escolher uma ferramenta de Web Analytics adequada, que possa filtrar o

que ser necessrio para a sua prpria estratgia de comunicao, um deles.

Mesmo com vrias opes de ferramentas disponveis, as organizaes tm

a difcil tarefa de identificar as solues que atendam suas necessidades

especficas. No existe atualmente soluo perfeita para anlise de mdias sociais e

nem mesmo um nico fornecedor que possa efetivamente medir todos os aspectos

dos meios de comunicao social.

Vrios fornecedores desse mercado oferecem ferramentas com interfaces

amigveis, mas na prtica, as empresas se voltam para mltiplas solues de

captura, anlise e interpretao de seus meios de comunicao social. A maioria usa

um amlgama de ferramentas que oferecem informaes limitadas, o que exige

interveno manual para agregar e analisar os dados.

Coloca-se, portanto, o seguinte problema de pesquisa: como as

ferramentas de Web Analytics impactam no sistema de Inteligncia

Competitiva de organizaes com atuao no ambiente Web?

13

1.2 JUSTIFICATIVA

A utilizao de ferramentas de Web Analytics vital para que as

organizaes tornem-se agentes integrantes da rede, investindo nas mdias corretas,

sem desperdcio de verba para comunicao.

Boa parte das empresas que competem no ambiente digital utilizam as

mesmas fontes de informaes que seus concorrentes. Todavia, um sistema de

inteligncia competitiva na Web sugere a necessidade de mais parmetros. Por este

motivo a escolha das ferramentas de Web Analytics e Monitoramento de Mdias

Sociais sero decisivas para mensurar a eficincia das aes. O alinhamento

estratgico entre a organizao e o ambiente digital um importante instrumento de

gesto e, devido recenticidade do assunto, este trabalho ter contribuio na rea.

Diversas abordagens para a operacionalizao deste alinhamento podem

auxiliar a gesto corporativa em decises e influir no desempenho organizacional.

Este estudo justifica-se, portanto, por desenvolver um modelo operacional de

alinhamento estratgico entre objetivos e estratgias de negcio com o uso de

tecnologia para captura de dados e informaes disponveis na internet, convergindo

elementos de alinhamento estratgico com de sistemas integrados de informao:

os principais sistemas de Web Analytics.

1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA

Alinhando-se o tema ao problema de pesquisa apresentam-se, na

sequncia, os objetivos deste trabalho.

Como objetivo geral pretende-se demonstrar um determinado conjunto de

ferramentas de Web Analytics disponveis no mercado, para uma posterior

proposio metodolgica para uso estratgico, ttico e operacional de informaes,

a partir da aplicao emprica das mesmas, em empresas atuantes no ambiente

Web.

Do objetivo geral so derivados os objetivos especficos:

14

a) identificar, analisar e gerar relatrios comparativos de algumas

ferramentas de Web Analytics disponveis no mercado,

preferencialmente gratuitas ou com verses de testes;

b) levantar os tipos de informaes fornecidos pelas ferramentas de Web

Analytics disponveis no mercado;

c) identificar os pontos de convergncia entre Inteligncia Competitiva e

Estratgias das organizaes, com as mtricas escolhidas para cada

tipo de organizao;

d) comparar os tipos de informaes fornecidas pelas ferramentas de

Web Analytics disponveis no mercado com os constantes num sistema

de inteligncia competitiva;

e) apresentar critrios para escolha de ferramentas de Web Analytics,

aplicando-as em estudo de caso.

1.4 ORGANIZAO DO DOCUMENTO

Esta dissertao composta por seis captulos. No primeiro, so

apresentados os elementos bsicos, constituintes do estudo: introduo, formulao

do problema da pesquisa, justificativa, objetivos.

No Captulo 2, apresentam-se as fundamentaes terica e emprica. O

Captulo 3 trata dos procedimentos metodolgicos utilizados, tais como natureza do

estudo, fases de pesquisa e limitaes.

Os Captulos 1, 2 e 3, deram suporte concepo e ao desenvolvimento do

modelo de pesquisa adotado, partindo de breve teoria referente Inteligncia

Competitiva e Planejamento Estratgico. Em seguida, buscou-se referencias tericas

do alinhamento estratgico e a Tecnologia da Informao. Como resultado obteve-

se o modelo preliminar para a pesquisa, os elementos de alinhamento e as variveis

e mtricas de pesquisa correspondentes, que serviram de base para a criao de

um modelo inicial para a formao do Quadro de Referncias e Mtricas.

A partir do Captulo 4, trata-se da descrio sumarizada do processo de

anlise das ferramentas, dos estudos tcnicos, juntamente com as pesquisas,

definio de tendncias e desenvolvimento da sistematizao e padronizao de

15

mtricas, resultando em ideias para novas formas de mensurao e servios na

Web. Fundamenta-se, portanto, o instrumento de pesquisa que serviu de roteiro para

anlise das mtricas propostas. Tambm foi estruturado um modelo de alinhamento

incorporando s etapas do processo de planejamento organizacional com o

planejamento das ferramentas de Tecnologia da Informao, mais especificamente,

as ferramentas de Web Analytics.

No Captulo 5 apresentam-se alguns resultados da aplicao emprica de

algumas ferramentas de Web Analytics em um estudo de caso. O Captulo 6

apresenta as consideraes finais e propostas de continuidade desta pesquisa.

Foi realizada uma anlise de dados para a obteno dos elementos de

alinhamento convergentes ou divergentes entre a teoria e as experincias

vivenciadas no estudo de caso, significativos para o detalhamento do modelo do

Quadro de Referncias e Mtricas.

16

2 FUNDAMENTAO TERICA E EMPRICA

Este Captulo tem a finalidade de apresentar a fundamentao terico-

emprica que sustenta conceitualmente os pressupostos presentes no problema de

pesquisa e que balizaro o levantamento e a posterior anlise dos dados empricos,

tendo em vista o objeto do estudo e a abordagem epistemolgica. De acordo com

Trivios (1987), ao elaborar as bases terico-metodolgicas, o apoio da literatura

imprescindvel para definir com clareza as dimenses e perspectivas que o problema

apresenta e permitir a descoberta e indicao dos suportes tericos do estudo.

Entende-se por teoria a formulao sistemtica de princpios envolvendo a

formulao de aparentes relaes ou princpios subjacentes de certos fenmenos

observados que tenham sido verificados at certo ponto. (WEBSTERS, 1968, s.n.).

Uma teoria pode, tambm, ser vista como sendo uma exposio dos princpios de

uma cincia, ou um conjunto de proposies para ilustrar os fundamentos de um

objeto. (OXFORD PRESS, 2011, s.n.).

No sentido exposto, de que teoria seja um sistema ou um conjunto de ideias

destinadas explicao de algum fenmeno ou situao baseada em princpios

gerais, e tambm, a exposio dos princpios de uma cincia e um conjunto de

proposies para ilustrar os princpios de um assunto. Apresenta-se a seguir

algumas fundamentaes a respeito do tema.

2.1 INTELIGNCIA COMPETITIVA

Na dcada de 1980, Porter (1984, p.11) alertava para a necessidade de um

mecanismo organizado e sistemtico de inteligncia sobre os competidores. Este

seria o embrio para o conceito atual de Inteligncia Competitiva. A motivao para

esta preocupao seria o ambiente externo, pois a formulao da estratgica inclui

a busca por alinhar foras internas da organizao a oportunidades do ambiente,

evitando fraquezas combinadas com ameaas externas. (CHRISTENSEN;

ANDREWS; BOWER, 1974, p. 67).

17

Cada vez mais reconhecida pelos dirigentes de organizaes, crescente a

preocupao com a relevncia das informaes sobre o ambiente externo.

FIGURA 1 AMBIENTE EXTERNO ORGANIZACIONAL FONTE: adaptado de Christensen, Andrews e Bower (1974, p. 67).

Os fornecedores, clientes, governo, competidores, comunidade, fontes de

capital e os novos entrantes do mercado, constituem o ambiente externo das

organizaes. Todos estes atores influenciam a anlise deste ambiente, e quanto

mais competitivo, instvel, complexo, maior a necessidade de analis-lo.

(MAXIMIANO, 2006).

neste contexto que o estudo da Inteligncia Competitiva comea a surgir.

Em 1986, com a criao da norte americana Society of Competitive Intelligence of

Professionals (SCIP), tiveram origem os mtodos utilizados pelos rgos de

Inteligncia governamentais, que visavam basicamente identificar e avaliar

informaes ligadas Defesa Nacional.

No Brasil em 2000, surgiria a Associao Brasileira de Inteligncia

Competitiva (ABRAIC,) (2010). Em seguida, eventos sobre o tema e os primeiros

casos de organizaes brasileiras comeavam a ser apresentados. As ferramentas

de estudo foram adaptadas realidade empresarial e nova ordem econmica

mundial, e incorporadas algumas tcnicas ao processo informacional. O Grfico 1

demonstra a evoluo dos estudos referentes ao tema.

Empresa

Fornecedores

Clientes

Governo

Competidores Comunidade

Fontes de Capital

Entrantes

18

GRFICO 1 PUBLICAO ACADMICA SOBRE INTELIGNCIA FONTE: Coelho (2002, p. 18).

A Cincia da Informao desenvolveu o estudo de Inteligncia Competitiva

no que diz respeito ao gerenciamento de informaes. A rea de Tecnologia da

Informao enfatizou as suas ferramentas de gerenciamento de redes e informaes

e aquelas de minerao de dados. E finalmente, a Administrao, representada por

suas reas de estratgia, marketing e gesto. So estas algumas das reas que

delimitam quais informaes so levantadas e qual o papel da Inteligncia

Competitiva dentro da organizao, alinhadas com a definio de Gonzales (2001):

Num mundo em que a competio atual e a potencial so crescentes, em que os consumidores tornam-se cada vez mais exigentes, em que a informao flui de forma veloz e a baixo custo, em que as empresas reinventam-se constantemente, em que fuses e aquisies so uma constante, em que o ciclo de vida dos produtos encurta-se significativamente, e em que tais produtos tornam-se cada vez mais commodities, uma rea produtora de informaes passa a ser vital. (GONZALES, 2001, s.n.).

Essa citao uma radiografia da situao atual sobre a competitividade

entre as empresas. Aquelas que sobrevivem ou tem sucesso, esto investindo nas

reas de inteligncia.

A ABRAIC define Inteligncia Competitiva, doravante denominada IC, como

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

1975 1980 1985 1990 1995 2000

N

de p

ub

lica

es

ABI GALE PASCAL INSPEC LISA

Bases de Dados Internacionais :

19

um processo informacional proativo que conduz melhor tomada de deciso, seja ela estratgica ou operacional. (...) Visa descobrir as foras que regem os negcios, reduzir o risco e conduzir o tomador de deciso a agir antecipadamente, bem como proteger o conhecimento gerado. (ASSOCIAO BRASILEIRA DE INTELIGNCIA COMPETITIVA, 2010).

A definio dada pela Society of Competitive Intelligence of Professionals

(SCIP), segue a mesma linha, e enfatiza o aspecto da tica:

(...) programa sistemtico e tico para coleta, anlise e gerenciamento de informao externa que pode afetar planos, decises e operaes de uma empresa. Posto de outro modo, IC o processo de realar a competitividade do mercado por meio de um maior e indiscutivelmente tico entendimento dos concorrentes e do ambiente competitivo. Especificamente, a coleta e anlise legais de informaes quanto s capacidades, vulnerabilidades e intenes dos concorrentes, conduzida pelo uso de banco de dados e outras fontes abertas e por meio de investigaes ticas (SOCIETY OF COMPETITIVE INTELLIGENCE OF PROFESSIONALS, 2010).

A SCIP (2010) acrescenta ainda que a IC, adotada por organizaes de

todos os tamanhos, prov aos tomadores de deciso informaes antecipadas sobre

mudanas no cenrio competitivo e permitindo que eles tomem decises

fundamentadas sobre diversas questes, desde marketing, P&D e tticas de

investimento at estratgias de negcio de longo prazo. A empresa que adota

prticas de IC, analisando os movimentos da concorrncia, antecipa o

desenvolvimento do mercado e no simplesmente reage s mudanas.

Pesquisas divulgadas pela SCIP mostram que organizaes que adotam

programas de IC tm maior lucratividade frente a outras que no incorporaram esta

filosofia, alm de ajud-las a se organizarem internamente. Gonzales (2001) afirma

ainda que:

De um modo geral, elas so depositrias de grande quantidade de informaes, as quais alimentam seu processo decisrio. No entanto, comum que as informaes se encontrem dispersas pelas diversas reas que compe a empresa. Junt-las, analis-las e dar-lhes uma interpretao que contenha um carter corporativo constitui o grande desafio do processo de inteligncia competitiva. (GONZALES, 2001, s.n.)

20

O sucesso da implementao, porm, est diretamente relacionado cultura

da organizao. Dependendo do nvel de adoo de processos de IC que ser

possvel

julgar o valor das informaes coletadas e catalogadas, formular hipteses acerca dos objetivos, intenes e movimentos potenciais dos concorrentes e, finalmente, testar e refinar tais hipteses atravs das informaes que lhes chegam. (CARVALHO, 1995, p. 54).

Ainda dentro deste conceito, a aplicabilidade da inteligncia competitiva

depender de processos internos da organizao, explanados a seguir.

2.2 PROCESSOS DE INTELIGNCIA COMPETITIVA

Do contedo exposto sobre Inteligncia Competitiva (IC) no Item anterior,

conclui-se que manter um processo de IC na organizao, significa ter um processo

estruturado, tico e sistemtico de coleta, anlise e disseminao de informaes

sobre o ambiente competitivo. (ASSOCIAO BRASILEIRA DE INTELIGNCIA

COMPETITIVA, 2010). Para iniciar a adoo deste processo, porm, importante

seguir trs questionamentos: Que foras competitivas afetam o setor onde a

organizao est inserida? Que mudanas esto ocorrendo no ambiente? Que

impacto estas mudanas trazem para a organizao?. (RANGEL, 2010).

Sem esses questionamentos, invivel entregar aos tomadores de deciso

a inteligncia apropriada no tempo adequado, para que estes possam tomar

decises, desenvolver estratgias efetivas e agir proativamente. Os produtos de

inteligncia apresentam informaes que reduzem os riscos no processo decisrio.

(McGEE; PRUSAK, 1995).

Seguindo o roteiro de perguntas, uma pesquisa da empresa CORTEX

INTELLIGENCE (2010) nos anos de 2006-2007 apresentou tal questionamento para

14 empresas modelo em adoo de processos de IC. As foras competitivas do

ambiente externo que mais afetam as organizaes e se tornaram foco do processo

de IC so as seguintes, em ordem decrescente de influncia:

21

GRFICO 2 FOCO DA INTELIGENCIA COMPETITIVA NAS ORGANIZAES FONTE: Pesquisa Cortex Intelligence 2006/2007 (2010).

A importncia de monitorar e antecipar movimentos dos competidores

certamente a principal preocupao, com 81% do peso para a tomada de deciso.

O lanamento de um novo produto, por exemplo, eventualmente coloca a

organizao em desvantagem, perdendo fatia de mercado. Ou ento, uma deciso

errada do concorrente representa um fator de sucesso para a organizao que, de

posse da informao em questo, poder tomar a direo correta.

No que se refere s foras do ambiente externo, o comportamento dos

competidores influenciar diretamente os novos negcios. Identificar e avaliar as

oportunidades para entrada em novos negcios est em segundo lugar na

preocupao dos tomadores de deciso.

Como todas essas foras so dependentes entre si, o foco na avaliao dos

produtos vem logo em seguida. Novos negcios dependero sempre de produtos ou

servios de qualidade, sendo, portanto, tambm foco de um processo de IC,

melhorar o desempenho do processo de concepo e desenvolvimento de produtos.

Consequentemente, as vendas melhoram o desempenho do processo comercial.

Monitorar e antecipar mudanas tecnolgicas tem sido um foco crescente,

alcanando 30% do esforo em IC. Processos tecnolgicos podem diminuir custos e

aumentar a competitividade da organizao no ambiente em que est inserida.

O mesmo pode ser dito sobre o fator Macroeconomia, pois no atual

ambiente global e diante de crises financeiras consecutivas, tem influenciado o

7%

7%

19%

24%

30%

45%

51%

60%

81%

Fuses e Aquisies

Fornecedores

Regulao

Macroeconomia

Tecnologia

Vendas

Produtos

Novos Negcios

Competidores

22

cenrio de importaes e exportaes, monitorando e antecipando mudanas

macroeconmicas que impactem a empresa.

A regulamentao do setor a que pertence cada tipo de organizao obriga

ao constante monitoramento e antecipao de mudanas regulatrias que impactem

em seu cenrio de atuao, colocando este requisito como importante parmetro de

avaliao no processo de IC. Os fornecedores, para melhorar o desempenho do

processo de compras, bem como fuses e aquisies, avaliam alvos para aquisio

ou monitoramento de movimentos de compra e venda de empresas no mercado.

importante ressaltar que fuses e aquisies podem mudar completamente o cenrio

de um setor de mercado.

A pesquisa demonstrada nesta Seo ratifica o conceito de Kotler e

Armstrong (1993), em que um sistema de inteligncia competitiva deve primeiro

identificar os tipos vitais de informaes competitivas e as melhores fontes dessas

informaes. A partir disto, o sistema deve, continuamente, coletar informaes do

campo (por meio da equipe de vendas, dos canais de distribuio, dos fornecedores,

de pesquisas de mercado, das associaes comerciais, entre outros) e de dados

publicados (publicaes governamentais, palestras, artigos). Em seguida, o sistema

deve avaliar a validade e confiabilidade da informao, interpret-la e organiz-la de

forma apropriada e, finalmente, enviar as melhores informaes para os diversos

nveis decisrios da organizao.

Estabelecido o conceito operacional de Inteligncia Competitiva, faz-se

necessrio apresentar um modelo conceitual do Ciclo de IC. Dentre os vrios

modelos encontrados na bibliografia pesquisada, optou-se pelo modelo Ciclo de

Inteligncia de Kahaner (1996), por ser bastante didtico e dentro do objetivo do

presente trabalho:

23

FIGURA 2 CICLO DE INTELIGNCIA COMPETITIVA FONTE: Kahaner (1996, 58).

O primeiro passo proposto o planejamento e direo, em que necessrio

identificar o questionamento dos usurios do processo de IC e suas necessidades

de informao. O passo seguinte a identificao e coleta de informaes primrias,

secundrias, pblicas e no pblicas disponveis, a qual requer habilidade, desde a

escolha da tecnologia at a identificao das fontes de informaes relevantes.

De posse das informaes coletadas, o passo seguinte o que os autores

denominam gerador de inteligncia, no qual as informaes so transformadas em

avaliao significante, que resultam em anlises e possveis resultados

organizao. A anlise emite julgamentos e concluses, produtos de um grupo de

especialistas analisando as informaes obtidas nos passos anteriores. O passo

final do processo a disseminao e entrega da inteligncia gerada a seus usurios

para a tomada de deciso. (McGEE; PRUSAK, 1995).

Aps a implementao do modelo de Inteligncia Competitiva,

imprescindvel a etapa de avaliao, adaptao e melhoria, visando assegurar a

realizao dos resultados propostos; assegurar a credibilidade do sistema; manter

um processo de avaliao contnuo, interativo, focado no desempenho; e a

manuteno de um sistema de alimentao contnuo de bancos de dados.

Ciclo de Inteligncia Competitiva

24

2.3 O SURGIMENTO DA WEB ANALYTICS

A World Wide Web (WWW) que significa Rede Mundial de Computadores foi

proposta primeiramente por Tim Berners-Lee, no evento da Organizao Europia

para Pesquisa Nuclear em Genebra (CERN), em 1989. Neste perodo foram

apresentados os conceitos de Universal Resource Locator (URL), HyperText

Transfer Protocol (HTTP), e HyperText Marckup Language (HTML), que se

espalharam pelo mundo com o contnuo interesse pelo desenvolvimento da Rede. A

Web a mais conhecida aplicao da Internet, at os dias atuais. (SMITH, 2010).

comum a confuso entre os conceitos de Internet e Web, facilmente

considerados sinnimos. No entanto, a primeira uma coletnea de redes e

funcionalidades de mecanismos de transportes de dados, entre as mais conhecidas,

os e-mails. J a Web um sistema de gerenciamento que permite a conectividade

multimdia de diversos documentos. Este sistema estruturado organiza os recursos

da Internet gerados em todo o mundo, como uma biblioteca digital com bilhes de

pginas de informaes, incluindo mecanismos de busca e servidores conectados

entre si.

A Web um sistema universal de arquivamento e disponibilizao de

informao de diversos tipos, incluindo textos, grficos, imagens, vdeos e udio.

A interface Web grfica e amigvel, o que facilitou sua popularizao e uso

disseminado. (SMITH, 2010).

A partir do nascimento da Internet, ferramentas e tecnologias comearam a

ser desenvolvidas, focadas nas reas de Tecnologia da Informao. No incio, a

simples digitao de um endereo e URL trazia uma pgina Web com arquivo de

textos e links. O servidor onde estava hospedada esta pgina gerava um log de

acesso, muito simples naquela poca, pois cada acesso equivalia solicitao de

um arquivo. Esses logs do servidor capturavam no apenas o acesso ao website,

mas tambm traziam informaes adicionais, como: nome do arquivo, hora,

endereo IP, identificador do navegador, sistema operacional, e outros.

Essas informaes utilizavam uma linguagem tcnica, sendo limitadas ao

uso da equipe de Tecnologia da Informao (TI). A partir de ento, o Dr. Stephen

Turner, em 1995, foi um dos primeiros a criar um programa de anlise do arquivo de

log amplamente disponvel na Web, o Analog. Nascia, oficialmente, a Web Analytics.

25

(KAUSHIK, 2009). Ainda de acordo com o autor, os relatrios gerados tornaram-se

mais acessveis e claros, podendo ser utilizados por equipes de marketing e outras

pessoas interessadas, alm das equipes de TI. A partir do ano de 1995, foram

desenvolvidos os contadores de pginas pela empresa chamada Web-Counter,

expondo as estatsticas de nmeros de visitantes para cada pgina Web. A Web

Analytics comercial iniciou-se vrios anos mais tarde, quando a WebTrends

desenvolveu um analisador gramatical do arquivo de log padro, acrescentando-lhe

melhorias e adicionando tabelas e grficos de usabilidade e interpretao

melhoradas.

Com a popularizao da Web a partir do ano 2000, a Web Analytics foi

firmemente solidificada como disciplina. Os dados fornecidos eram crescentes, e as

fontes, otimizadas, apresentavam vrios desafios e eram constantemente objeto de

discusso e estudos para os desenvolvedores de websites e equipes de marketing.

A Web Analytics Association (2010) props, em 2006, uma definio padro

para a Web Analytics: A Web Analytics o monitoramento objetivo, coleta, medio,

relatrio e anlise dos dados quantitativos da Internet para otimizar os Websites e as

iniciativas de marketing na Web.

No cenrio atual, conforme citao de Kaushik (2009), a

Web Analytics apenas uma criana insegura. A criana cresceu um pouco desde o nascimento e pode alimentar-se mais ou menos sozinha, porm, h muito crescimento e mudana diante dela. (KAUSHIK, 2009, 11).

Com o crescimento, um conjunto cada vez maior de dados complexos est

disponvel. Porm, o que fazer com estes dados, como us-los, qual informao ser

extrada so apenas alguns dos desafios enfrentados pelas organizaes.

Neste contexto, caracterizado por mudanas drsticas e conceitos sendo

questionados, sintomtico que a mudana na cultura da organizao oferea um

contraste s abordagens tradicionais, e simbolize a busca por crenas adequadas

que orientem o desenvolvimento de novas abordagens. Em outras palavras, a

filosofia bsica de atuao, que prov um quadro de referncia que orienta as

estratgias competitivas, e d forma ao processo gerencial. (AGRASSO NETO;

ABREU, 2000).

Consequentemente, o sucesso da estratgia depende do grau de

compatibilidade desta com as crenas enraizadas nas estruturas e nos sistemas

26

existentes na organizao. A estratgia consiste na definio de objetivos de longo

prazo da organizao, planejamento das aes necessrias e alocao dos recursos

relevantes para atendimento dos objetivos definidos. (CHRISTENSEN; ANDREWS;

BOWER,1974).

Nesse contexto, deve-se reforar o impacto do uso das ferramentas de Web

Analytics sobre os sistemas de tomada de deciso e sobre a cultura solidificada nas

organizaes, sendo previsvel uma mudana radical na estratgia de Inteligncia

Competitiva. (TURBAN; McLEAN; WETHERBE, 2004).

2.4 INTELIGENCIA COMPETITIVA NA WEB

Considerando a constante evoluo de mercado e o nmero crescente de

informaes vitais tomada de decises, faz-se necessrio s organizaes dispor

de um processo de Inteligncia Competitiva com o apoio das tecnologias pertinentes

que daro suporte coleta, ao monitoramento, ao armazenamento, anlise e

distribuio das informaes. Para o ambiente Web, este processo precisa ser ainda

mais acurado, devido ao crescimento exponencial de informaes disponveis em

diversas plataformas e tecnologias. (FRANCO, 1997).

Cada meio de comunicao tem sua caracterstica, tais como os meios

tradicionais TV, rdio e mdia impressa. Mas na Internet que o consumidor tem a

possibilidade de gritar para outras pessoas o que sente, pensa ou percebe sobre

determinado assunto. neste canal que a interao do consumidor com marcas ou

produtos ocorre com maior proximidade frente aos demais, com troca de

informaes, contato individualizado, e respostas mais rpidas. (KOTLER;

KARTAJAYA; SETIAWAN, 2010).

Por essa razo, o monitoramento do ambiente competitivo Web ir analisar a

publicidade planejada; que a compra de espao e aparies pelos anunciantes, e

a publicidade espontnea; gerada a partir de comentrios feitos por consumidores,

blogueiros, twiteiros, e por todas as conversas instantneas geradas nas redes

sociais.

O consumidor atual torna-se engajado com a marca com a qual se identifica

se tiver uma boa experincia de compra. Quando no est satisfeito, porm, pode

27

ser o propulsor de comentrios negativos e expor na rede todos os pontos fracos da

marca ou produto, que antes poderiam ficar ocultos. (KOTLER; KARTAJAYA;

SETIAWAN, 2010). Neste momento a empresa deve interagir para que possa

reverter alguma situao negativa, ou usar esta ferramenta como fonte propulsora

no canal de comunicao com o cliente.

A indstria deve ouvir o que o consumidor tem a dizer. Monitorando as redes

sociais e interagindo com os consumidores, o anunciante poder pesquisar

constantemente a repercusso de sua marca e de seus produtos. (BARBAN;

CRISTOL; KOPEC, 2001).

A definio dos objetivos ser o ponto de partida para uma campanha digital

de sucesso. Se o foco da campanha for analisar a percepo que os consumidores

sobre um produto, servio, experincia, por exemplo, as aes e o monitoramento

devero ser focadas em estratgias de branding, que a percepo do pblico, e

no da organizao, para a marca avaliada. Para o gerenciamento da reputao,

dever haver um monitoramento dirio, acompanhando o lanamento de um produto

ou de uma campanha, para que a resposta possa ser imediata: segmentao

(resultado da diviso de um mercado em pequenos grupos), posicionamento (tcnica

na qual os mercadlogos tentam criar uma imagem ou identidade para um produto,

marca ou empresa), relacionamento; buzzmarketing (tratado adiante), ou a venda

direta, o e-commerce. (FREITAS, 2010).

Conhecer a percepo dos usurios, seu nvel de engajamento e o volume

de conversas parte de toda estratgia adotada em mdias sociais. O

monitoramento auxilia a mensurao do retorno sobre o investimento, sendo

tambm vital para o planejamento das aes. (RANGEL, 2010).

A partir do incremento da Web 2.0, novos formatos de sites, redes sociais e

ferramentas de busca surgiram rapidamente. Este formato teve incio com os Blogs e

o Orkut, em 2005. Logo em seguida, no ano de 2006, surge o Youtube. Em 2007 a

febre mundial o Facebook, sendo logo ultrapassado em nmero de usurios pelo

site de micro blogs Twitter, surgido em 2009. No Brasil, o Orkut o site de

relacionamento mais utilizado, porm, segundo dados do GoogleTM Trends (2010),

nos ltimos meses do ano de 2010 o Twitter j vem alcanando novos recordes,

aumentando sua participao na preferncia dos internautas. (PAVARIN, 2009).

Com tantas opes de exposio de contedo e mdia, novos formatos

publicitrios surgem, e o respectivo investimento precisa ser distribudo de acordo

28

com o pblico de cada uma delas. A deciso de investimento publicitrio depende

dos resultados e anlises geradas pelas ferramentas de monitoramento. Por este

motivo, a velocidade necessria para atualizao destas ferramentas, deve ser igual

ou superior velocidade com que surgem estes novos canais.

Em Competing on Analytics, Davenport e Harris (2007) fornecem uma

viso dos estgios das empresas na utilizao de informaes. Para isso, criou um

modelo com cinco estgios de evoluo no tocante ao uso da anlise de informao

para direcionar seu desempenho e valor:

a) deficientes analticos: o que aconteceu no nosso mercado?

Neste nvel, os dados so usados apenas para melhorar as operaes

da empresa;

b) anlise localizada: como podemos melhorar nosso negcio?

As empresas que se encontram nesta fase utilizam as anlises para

melhorar as atividades funcionais, anlise de retorno sobre

investimento, j existe um incio do uso de informaes. Porm, sem

alinhamento estratgico da organizao;

c) aspirantes analticos: podemos extrapolar tendncias existentes?

A anlise para desenvolvimento de competncia distinta e a anlise de

desempenho futuro, faz parte de alinhamento estratgico vertical, o

topo da hierarquia comea a se envolver;

d) empresas analticas: como inovar para nos diferenciar?

Neste nvel, a anlise das informaes um direcionador importante de

desempenho e valor;

e) lderes analticos: como permanecer na liderana?

Este o nvel pleno da utilizao da inteligncia analtica.

O modelo descrito acima mostra a estimativa sintetizada das estratgias da

organizao, e representa uma previso do comportamento do concorrente, cuja

finalidade guiar as aes estratgicas e de marketing da empresa, alm de

delimitar as alternativas contingenciais que devem ser planejadas e acionadas caso

necessrias. (CARVALHO, 1995, s.n.). a sntese do resultado da anlise e

interpretao de todos os dados e informaes coletadas.

Seguindo os conceitos Davenport e Harris (2007), Stphane Hammel, uma

das referncias na rea de Web Analytics, descreveu um modelo de maturidade

adaptado ao modelo de estgios da competio analtica para mtricas Web. Estes

29

modelos orientam as organizaes a planejar como podem evoluir para melhorar a

utilizao das mtricas. A situao atual e para onde se pretende ir, para

especializar as aes de Web Analytics e chegar a estgios mais avanados. A

Figura 3 representa o Modelo de Maturidade em Web Analytics.

FIGURA 3 REPRESENTAO DO MODELO DE MATURIDADE EM WEB ANALYTICS FONTE: adaptado de Carneiro (2010); Hammel (2009).

O nvel um da Figura 3 representa a organizao que se encontra na fase

inicial de Mtricas Web. Quando se encontra neste nvel, j existe alguma tecnologia

envolvida no levantamento dos dados ou at mesmo uma ferramenta de logs,

porm, no utilizada na tomada de deciso. O dado no chega aos nveis

hierrquicos estratgicos. ndices como Page Views (PV), Unique Visitors (UV) e

nmero de visitantes, so mtricas bsicas de medidas de desempenho.

O segundo nvel refere-se Anlise de Comportamento. Nesta fase, a

empresa j tem foco em mtricas e processos de coleta de informaes, tais como:

anlise do caminho do cliente no site, anlise do funil de compra, Teste A/B (testes

de usabilidade que desenvolvedores de sites podem fazer para avaliar se o design

serve ao proposito dele, qualquer que seja) e outros testes. nesta fase que a

tomada de deciso comea a ser desenvolvida mediante ferramentas de anlises,

pois as anlises de KPIs (Key Performance Indicators) iro demonstrar as mtricas

chave de desempenho na gesto de objectivos.

Def

icie

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icas

Web

PV, UV, Visitas

Contedo Principal

Demogrfico

Tecnologia

Referncia

Capacidade

Segurana

VISAO DE TI, SEM INFORMAES PARA TOMADA DE DECISO

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caliz

ada:

de

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Anlise de Caminho

Anlise de Funil

Teste A/B

Anlise de KPIs

Dashboard

FOCO EM MTRICAS E PROCESSO, DIRECIONADO A NEGCIOS

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Segmentao

Mecanismos de Busca

Otimizao de Campanha

Pessoas

Alertas de KPI

OTIMIZAO DE CANAIS

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Anlise de Multi-Canais

Anlise de Custos

Valor do Consumidor

Personalizao

Anlise de Contedo

ANLISE DE PROCESSO PARA DEFINIR DECISOES

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Anlise de vendas de multicanal

Integrao com sistemas legados

Planegamento Estratgico

Anlise Preditiva

ANLISE ESTRATGICA

30

no terceiro nvel que os dados comeam a chegar aos nveis hierrquicos

estratgicos. O direcionamento da organizao tem como referncia as informaes

geradas pela rea de marketing, e j utiliza as informaes baseadas nas mtricas

para decidir portflio de produtos, segmentao, otimizao de campanhas e canais.

A anlise volta-se ao desempenho futuro.

Na fase quatro encontram-se as empresas analticas, na busca pela

diferenciao. Os sistemas de Customer Relationship Management (CRM) (conjunto

de ferramentas que automatizam as funes de contato com o cliente,

compreendendo sistemas informatizados que objetiva ajudar as companhias a criar

e manter um bom relacionamento com seus clientes, armazenando e inter-

relacionando de forma inteligente, informaes sobre suas atividades e interaes

com a empresa)so bastante adotados, e a cultura de mtricas domina as decises

de valor do consumidor, personalizao na comunicao, anlise de contedo. A

inovao o objetivo principal.

Na quinta e ltima fase, encontram-se as empresas lderes, com plena

utilizao da inteligncia analtica. O foco permanecer na liderana, sempre

buscando integrao com os sistemas legados, anlise preditiva e, finalmente, o

planejamento estratgico.

A identificao e coleta contnuas de informaes secundrias o prximo

passo, para posterior transformao da informao coletada em inteligncia

acionvel. Por fim, a inteligncia gerada para usurios destas ferramentas, trazem a

compreenso e otimizao das mtricas web, para uso de sites (Web Analytics).

Parte-se agora para o entendimento da relao dos nveis estratgicos da

organizao com as ferramentas de monitoramento. Nesta Seo, procura-se

evidenciar as principais contribuies e crticas relacionadas ao tema.

2.5 ALINHAMENTO DO USO DOS SISTEMAS DE WEB ANALYTICS COM A

ESTRATGIA E INTELIGENCIA COMPETITIVA DA ORGANIZAO

O impacto da tecnologia de informao (TI) no desempenho dos negcios

tem sido bastante discutido durante esta ltima dcada. So constantes as

pesquisas nas reas de negcio e nas reas de TI, para examinar as necessidades

31

e os benefcios deste alinhamento (REICH; BENBASAT, 1996; SABHERWAL;

CHAN, 2001). Os executivos de TI tambm tm considerado o alinhamento entre as

estratgias de negcio e de TI como um dos objetivos principais da rea, pela

possibilidade de identificao de novas oportunidades de negcios e pela obteno

de vantagens competitivas baseadas em solues de TI. (NIEDERMAN;

BRANCHEAU; WETHERBE, 1991; PORTER, 2001).

Entretanto, apesar da concordncia geral sobre o impacto positivo do

alinhamento nas organizaes, ainda existem alguns elementos inibidores do

processo como um todo, tais como problemas de comunicao, perda de recursos

ou de comprometimento (LEDERER; SETHI, 1997; REICH; BENBASAT, 1996).

No estudo de caso que ser apresentado no Captulo 5, possvel verificar

esta incongruncia. Apesar do sucesso do empreendimento, algumas aes

poderiam ter sido melhoradas caso as equipes tivessem interagido de forma

alinhada. Muitas vezes, algum tipo de deficincia da TI leva os executivos de

negcio a criarem seus prprios departamentos de TI, adquirindo seus prprios

sistemas, alimentando uma base de dados prpria, que dever conter dados

redundantes para a base de dados corporativa.

No caso do presente estudo, algumas ferramentas de Web Analytics podem

ser analisadas somente pelo custo de aquisio, optando-se por uma ferramenta

gratuita. Porm, sem o alinhamento das duas reas, esta escolha pode custar caro.

Dependendo da ferramenta gratuita, necessrio um alto grau de interao manual,

encarecendo o processo com custos de pessoal qualificado para operar a

ferramenta. Deixa-se assim de utilizar o potencial da TI como uma aplicao de

novos canais para fazer negcio e como viabilizadora de reduo de custos da

operao desses negcios.

Para a estruturao e operacionalizao entre as estratgias de negcio e

de TI, foram consideradas as variveis e mtricas necessrias durante a etapa de

formulao dos planos de negcio, que sero explanadas em quadro parte, o

Quadro de Referncias e Mtricas.

Segundo King (1998) o alinhamento entre o Plano Estratgico de Negcio

(PEN) e o Plano Estratgico de Tecnologia de Informao (PETI) alcanado

quando o conjunto de estratgias de sistemas objetivos, obrigaes e estratgias

derivado do conjunto estratgico organizacional misso, objetivos e estratgias.

No mesmo sentido, Reich e Benbasat (1996) consideram que este elo entre os dois

32

planos corresponde ao grau no qual a misso, os objetivos e os planos de TI

refletem, suportam e so suportados pela misso, pelos objetivos e pelos planos de

negcio.

No que se refere ao alinhamento da estratgia com os sistemas de Web

Analytics, a principal observao ser corresponde adequao e integrao

funcional entre ambiente externo (mercados) e interno (estrutura administrativa e

recursos financeiros, tecnolgicos e humanos) para desenvolver as competncias e

maximizar o desempenho organizacional (HENDERSON; VENKATRAMAN, 1993).

Conforme citado anteriormente, uma ferramenta no faz todo o trabalho, preciso

investimento nas equipes envolvidas.

2.6 WEB ANALYTICS E MTRICAS DE DESEMPENHO

A rpida evoluo da Web e mdia digital nos ltimos anos mostra um

ambiente em constante mudana. Tecnologias surgem, e a comunicao em canais

abertos fora a adaptao principalmente do comportamento do consumidor.

Conseqentemente, estas mudanas so visveis na forma com a qual os

consumidores interagem com as empresas e suas marcas, bem como a maneira

pela qual os consumidores interagem entre si. No entanto, com as conexes e

redes de consumo globalizadas, as mensagens acabam dispersas em diversos

canais de mdias sociais. (BOAR, 2002).

O consumidor atual est tomando decises com base nas novas

informaes que adquire em suas redes de relacionamento virtual, usando este

conhecimento para tomar atitudes e influenciar outras pessoas. Essas informaes

deixam impresses indelveis nas marcas citadas ou comentadas. As organizaes

sem viso de marketing em mdias sociais podem comprometer a relao que tm

com seus consumidores, por no considerarem suas aes como influenciadoras

(RADIAN 6, 2010).

Diante da proporo e da importncia que este assunto tem alcanado,

muitas empresas esto investindo cegamente em marketing para mdias sociais. Em

grande parte, porm, sem medir os resultados de suas iniciativas. Uma abordagem

33

pragmtica utilizando mtricas derivadas de objetivos de negcio minimizaria

desperdcios sobre o valor dos esforos em verba e tempo.

Algumas mtricas para mdias sociais utilizadas atualmente deixam de

entregar insights e oferecem apenas informaes superficiais. Vrias tecnologias

esto surgindo para facilitar a coleta de dados, porm, nenhuma ferramenta isolada

pode medir adequadamente e fornecer informaes para todas as interaes. Assim

como as ferramentas evoluem, as organizaes devem perseverar por meio da

agregao de medidas e avaliao de resultados no contexto de uma estrutura de

marketing voltada para Web Analytics. Por meio do investimento em equipes e

analistas focados nesta rea, melhores sero as decises sobre os investimentos

nestes canais emergentes.

A Web Analytics integra tambm a Social Marketing Analytics, que a

anlise em mdias sociais, amplamente denominada pelo mercado como SMA.

Juntas, formam a disciplina que ajuda a medir os esforos das empresas no

somente em sites da Internet, mas tambm em mdias sociais. Avaliar e explicar o

desempenho das iniciativas no ambiente Web para o contexto de negcios permite

que as organizaes tomem decises baseadas em informao. A Web Analytics

oferece uma medio padro pelo qual as organizaes podem avaliar os seus

esforos e aplicar um sistema pragmtico de gesto baseada em dados.

O principal fator do monitoramento de mdia est na sua capacidade de

captar conversas, sentimentos e menes da marca, por meio de uma ampla gama

de atividades na Internet. Estes recursos ajudam as organizaes a aprender e

utilizar um componente necessrio das mdias sociais: as mtricas.

Algumas solues exigem que os usurios apontem para as ferramentas um

conjunto finito de palavras chave e essencialmente, saber o que est sendo

procurado, enquanto outros capturam uma gama maior de interaes sociais e

auxiliam no processo de descoberta do que se deve pesquisar. Muitas ferramentas

comerciais disponveis hoje tambm oferecem a capacidade de acompanhar as

tendncias em conversas e revelam fatos sobre a atividade de mdia social em um

amplo espectro da Web. Para decidir quais delas utilizar, prope-se um quadro entre

algumas das ferramentas avaliadas (RADIAN 6, 2011), que ser apresentado no

prximo Captulo.

Para que seja possvel definir mtricas personalizadas ou executar uma

anlise sobre algum dado faltante, preciso entender os Key Performance Indicators

34

(KPIs) complexos e ter a capacidade de segmentao e analise dos dados que

ainda esto dispersos. Essas dificuldades podem ser frustrantes em um primeiro

momento, porque as ferramentas no respondem de pronto o que se procura. No

entanto, da mesma forma que as organizaes no podem permitir que

determinados canais de mdias sociais influenciem sua estratgia, e as tticas de

monitoramento tambm no devem ser definidas apenas pela capacidade das

ferramentas (RADIAN 6, 2011).

A vantagem que as ferramentas de monitoramento de mdia esto

melhorando a cada dia. Se a tendncia deste campo do marketing crescente, as

aplicaes acompanham seu desenvolvimento. Dessa forma, capturar dados

gerados por meio da atividade do consumidor em mdias sociais dever gerar os

insights necessrios para o gestor.

Sem dvida uma nova poca na evoluo da Internet, onde as mdias

sociais tm progredido e ultrapassado o status de moda ou utilizao passageira.

Assim, a necessidade de medir os comportamentos e os efeitos desta nova era so

demasiadamente importantes. Em muitas formas de anlise da Web tradicional, no

entanto, no foi possvel conquistar a ateno e o respeito das organizaes, pois

no havia uma base padronizada e consistente de mtricas. (PASQUALON, 2010).

O desenvolvimento da Web Analytics criou oportunidades para beneficiar

organizaes por estabelecer um conjunto comum de normas e definies para as

mtricas desejadas. Estas medidas de referncia, no s oferecem visibilidade para

o sucesso do marketing, mas tambm Inteligncia Competitiva, oferecendo valor e

credibilidade para toda a organizao.

Os objetivos e mtricas descritos neste trabalho podero ser um ponto de

partida para a infraestrutura de medio de mdias sociais. Empresas que utilizarem

as orientaes de Web Analytics aqui propostas, podero atingir ganhos nas

iniciativas de marketing e desenvolver programas fortes e eficazes para seus

clientes e consumidores. Antes de iniciar um plano de implementao de mtricas,

alguns fatores devero ser observados, conforme detalhados nos Itens de 4.1.1 at

4.1.4.

35

2.6.1 As regras comerciais tradicionais valem tanto para o ambiente real

quanto para o ambiente virtual

As marcas esto saltando para dentro do espao digital. Muitas empresas,

no entanto, no esto seguindo as conhecidas regras do comrcio tradicional, antes

mesmo de implementar iniciativas digitais e, consequentemente, ao medir a sua

eficcia. Apenas a coleta de dados digitais sem causa no trar resultado algum,

sem planejamento do que se pretende fazer no ambiente virtual. (RADIAN 6, 2011).

As organizaes que desenvolverem aes em mdias sociais e estratgias

de mtricas-chave alinhadas aos objetivos do negcio, evoluiro rapidamente. Isso

requer uma estratgia pragmtica e um plano de mtricas que no prejudique o uso

das mdias digitais por aqueles que no conseguirem quantificar o impacto das suas

iniciativas de marketing.

2.6.2 Aprendizagem e melhoria contnua

Participantes de mdias sociais ainda esto se adaptando e encontrando seu

caminho em meio a novos ambientes. Estes consumidores exploram as mdias

sociais com apetite voraz, criando desafios de medio para organizaes. Cada

objetivo de negcio mensurvel, no entanto, oferece uma oportunidade para

aprender sobre consumidores e as maneiras pelas quais interagem com as marcas.

A Web Analytics fornece um ponto de vista escalvel para compreender

estes comportamentos, novos testes de iniciativas e melhora a eficcia global da

atividade do marketing. (BAKER, 2008). Ao fazer da aprendizagem e da melhoria

contnua objetivos principais, a atividade de marketing digital se desenvolver em

uma direo positiva.

36

2.6.3 Definio de ferramentas de trabalho

As organizaes devem determinar uma estratgia de medio para a sua

atividade alinhada aos objetivos e as capacidades culturais do ambiente onde est

inserida. Isso exige saber aonde se quer ir com o plano de mdias digitais e como se

pretende chegar l. Solues existentes no mercado devem se alinhar com as

necessidades por meio de ofertas adequadas ou personalizao, e no o contrrio.

No preciso se ater a uma nica ferramenta que exija um alinhamento por

determinao de sua capacidade, mas trabalhar com aquelas que oferecem

flexibilidade e oportunidades de personalizao. (PASQUALON, 2010).

2.6.4 Desenvolvimento do prprio sistema de mtricas

Uma vez descobertos os objetivos de negcios para mdias sociais, o

prximo passo colocar a Web Analytics em ao e comear a medir seus esforos.

Ser necessria a criao de um manual prprio de medio que se alinhe

organizao: nas metas, objetivos, expectativas e aes de seus esforos de

marketing.

Em seguida, o mapeamento desses recursos com tecnologias de medio e

processo para fazer o trabalho. Isso ajudar a assegurar compreenso dos papis e

responsabilidades por meio de esforos de comunicao. Estes esforos sero

posicionados de forma que a divulgao dos resultados do GoogleTM Analytics, por

exemplo, possa ser analisado por um Quadro de Avaliao (OWYANG; LOVETT,

2010), formulado adiante. Ao completar o ciclo de feedback dentro da organizao,

todos estaro alinhados em relao s expectativas, aes e resultados.

Nem todos os objetivos e mtricas iro impactar todos os pblicos, nem ser

este quadro proposto a dar-lhe todos os elementos necessrios para o sucesso. No

entanto, o ato de adotar medidas prprias oferecer vantagem competitiva e ir

diferenciar o usurio da maioria das empresas presentes na Web. Aspectos

especficos do quadro devem ser alinhados com os objetivos de negcios que, por

37

sua vez, iro oferecer a capacidade de medir, avaliar e explicar o desempenho de

iniciativas em mdias sociais.

2.7 MONITORAMENTO DO AMBIENTE WEB

Ao acompanhar o histrico do surgimento dos novos formatos de sites,

pode-se analisar o equivalente surgimento das ferramentas de anlise do ambiente

Web. O site Alexa.com (2010), por exemplo, j foi uma das principais referncias

para se obter informaes sobre um determinado site, pois traz dados como: fluxo

de visitantes, dados demogrficos, nmeros de acesso. Hoje, a ferramenta j no

to utilizada, pois sua metodologia baseada somente em informaes coletadas

por meio de usurios que instalam a barra de ferramentas fornecida pela empresa,

comprometendo a amostra para pesquisa.

Atualmente, existem solues no mercado que utilizam mtodos mais

confiveis, como dados coletados por meio de provedores de acesso e painis de

pesquisa. Algumas destas ferramentas sero analisadas, conforme a seguir:

a) GoogleTM Trends (2010): a ferramenta disponibilizada pelo GoogleTM

permite comparar as visitas nicas dirias de diversos sites

simultaneamente. Os dados disponveis foram coletados a partir de

julho de 2007. Alm de mostrar o nmero de visitantes, possvel

acompanhar os termos e sites relacionados com as pesquisas

realizadas. Estes dados so oriundos de uma variedade de fontes de

informao, tais como: painis de consumidores, crawlers (tipo de rob

de Internet ou agente de software, que em geral, comea com uma lista

de URLs para visitar e, medida que as visita, identifica todos os links

na pgina e os adiciona na lista de URLs para visitar, acessadas

recursivamente de acordo com um conjunto de regras) de busca do

GoogleTM, ferramenta do GoogleTM Analytics e dados de pesquisas de

mercado em geral;

b) Ad Center Labs (2010): o projeto da Microsoft foi iniciado em 2006

para fomentar a publicidade online, principalmente no que se refere ao

uso das ferramentas de Data Mining desta empresa para auxiliar a

38

deciso do investimento publicitrio. O site se torna especialmente

estratgico para iniciar campanhas online. possvel encontrar

tendncias de palavras chave e dados demogrficos relativos a elas,

bem como utilizar a ferramenta para criao automtica de anncios de

acordo com os termos de busca selecionados;

c) Compete.com (2010): mais de dois milhes de usurios de Internet

permitiram que esta empresa monitorasse seus computadores,

formando um painel de consumidores de vrios lugares do mundo. O

servio pago, mas existe uma ferramenta de testes gratuita, com a

qual possvel monitorar o trfego e o engajamento de cada site,

identificando sites similares e analisar palavras chave e estratgias de

busca utilizadas pelos concorrentes;

d) Keyword Spy (2010): apesar de ser uma ferramenta estrangeira, dados

do mercado brasileiro so facilmente extrados deste site. Dentre as

mtricas disponibilizadas esto CPC (Custo por Click), ranking de

palavras chave, anlise de preos para o varejo, alm do diferencial de

rastreamento de palavras chave utilizadas pelos anunciantes

concorrentes.

2.8 MTRICAS

Definidos os objetivos para determinada campanha, o ponto inicial so as

mtricas adotadas. Pode-se dividi-las em mtricas para anlise dos ambientes

interno e externo. Para cada uma delas haver anlises quantitativas e qualitativas.

2.8.1 Ambiente interno

Sero as anlises do trfego existente no prprio site, como por exemplo, o

posicionamento das palavras chave relacionadas ao objetivo da campanha. A

ferramenta GoogleTM Adwords (2010) traz as palavras mais procuradas no ambiente

39

Web em geral, enquanto as ferramentas de Web Analytics trazem o posicionamento

das palavras chave no prprio site da organizao e daquelas que geram o maior

nmero de converses ou Retorno sobre o Investimento (ROI).

O nmero de visitantes de uma pgina tem sido a mtrica utilizada nos

ltimos anos para medir o sucesso do ponto de vista macro. Ela mostra somente,

porm, que uma pessoa veio at o site e consumiu algum contedo. Mas o que o

internauta consumiu, ou o que procurava, e por que veio, no possvel levantar

somente com esta informao. (PASQUALON, 2010).

Algumas mtricas fundamentais para Web sero apresentadas a seguir, e a

correta aplicao das ferramentas de Web Analytics depende da compreenso das

nuances e complexidades de cada uma delas. Observa-se tambm o uso de

palavras em ingls, pois a maioria das ferramentas utiliza esta lngua estas

denominaes.

Inicia-se com a mtrica de Visitas (Visits) ou Visitantes (Visitors), pois

representam a base da pirmide de qualquer mtrica de Web. O relatrio de visitas

informa que algum veio at o site e gastou algum tempo navegando antes de sair.

Tecnicamente, esta experincia e o conjunto de solicitaes so chamados de

sesso. Quando o internauta solicita a primeira pagina de um site, a ferramenta de

Web Analytics inicia uma sesso e cria uma identificao nica, chamada ID. Cada

movimento dentro do site ser registrado neste mesmo ID. A ferramenta gerar um

relatrio analtico apontando o total de visitas durante determinado perodo de

tempo, para cada ID. (PASQUALON, 2010).

A partir das Visitas possvel calcular os Visitantes nicos (Unique Visitors)

quantidade de pessoas que acessam o site. Para que isto seja possvel, a

ferramenta de Web Analytics usar uma soluo chamada cookie no navegador do

visitante. Segundo Komando (2005),

So chamados cookies de rastreamento (tracking cookies). Digamos que visita o site da Cirurgia de Crebro XYZ. H um banner de propaganda l e ele est conectado a uma empresa de servios de publicidade. Ele baixa um cookie. O cookie diz Esta pessoa visitou o site da Cirurgia de crebro XYZ. Em seguida, voc entra num site de transplante de corao. O banner de publicidade associado com a mesma empresa de publicidade. O navegador envia o cookie para o banner de publicidade. O anncio acrescenta a anotao de que voc visitou o site de transplante de corao. Depois de um tempo, o tracking cookie constri um perfil de seus interesses. A empresa de servios de publicidade vende esta informao. Por isso voc

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comea a receber propaganda de equipamentos mdicos. (KOMANDO, 2005).

Cada vez que algum visita o site a partir do mesmo navegador, o ID deste

cookie persistente usado para reconhecer que o mesmo navegador retornou. Ao

gerar um relatrio para qualquer perodo de tempo, portanto, a mtrica Visitantes

nicos corresponder soma de todos os IDs nicos e persistentes de cookies

durante um dado perodo de tempo.

Nem sempre cada visitante nico ser a mesma pessoa, pois o navegador

pode ser utilizado por pessoas diferentes, ou compartilhado. Alm disso, alguns

navegadores bloqueiam os cookies. Mesmo assim, a mtrica de Visitantes nicos

uma aproximao eficiente para o nmero de pessoas que visitam o site. (FREITAS,

2010).

Depois de Visitas e Visitantes, a prxima mtrica fundamental o tempo

gasto pelos visitantes em uma pgina, tanto individual quanto por sesso. A Figura 4

ilustra como o Tempo em uma pgina ou em um site medido de fato:

FIGURA 4 TEMPO NA PGINA E TEMPO NO SITE FONTE: Kaushik (2009).

O internauta solicita uma Pgina Principal, o que d incio sesso do site, e

continua acessando mais duas pginas. A diferena entre o Tempo na Pgina (Time

on Page (Tp)) e o Tempo no Site (Time on Site (Ts)) que o primeiro ser

contabilizado para cada pgina acessada, e o segundo ser a soma, o tempo gasto

durante a sesso no site. No exemplo da Figura 4, o Tempo na Pgina individual:

dez segundos, trinta e cinco segundos e dois minutos, respectivamente. O Tempo no

Site ser o total, dois minutos e quarenta e cinco segundos.

Essa mtrica importante sob vrios aspectos. Para sites de contedo, por

exemplo, o objetivo reter o internauta o maior tempo possvel. J para um site de

Pagina Principal

Tempo (Time)

10 segundos

Pgina 2

Tempo (Time)

35 segundos

Pgina 3

Tempo (Time)

02 minutos

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e-commerce, se o internauta fica muito tempo em uma pgina ou sesso, pode

significar que no est encontrando o produto que deseja e sair do site antes de

finalizar a compra. possvel saber o tempo gasto, mas isoladamente, a mtrica no

pode trazer as razes para tal. (FREITAS, 2010).

neste sentido que a terceira mtrica, Taxa de Rejeio (Bounce Rate),

mede o comportamento dos visitantes. Ao visitar o site, o usurio poder gastar

bastante tempo na primeira pgina e sair, ou ento clicar em uma segunda pgina

ou guia. A Taxa de Rejeio mede o percentual de sesses no site com apenas a

primeira pgina visualizada. Em termos de engajamento, esperado que o visitante

permanea um tempo considervel e que procure por mais contedo. Se isto no

ocorre, possvel que haja problemas no site e a Taxa de Rejeio seja alta.

Na Figura 5, a tela do GoogleTM Analytics demonstra como so visualizados

os resultados dessa mtrica:

FIGURA 5 TAXA DE REJEIO FONTE: Freitas (2010).

importante, portanto, observar que uma mtrica nunca deve ser observada

isoladamente. possvel que haja uma alta Taxa de Rejeio, e que o tempo no site

seja alto, o que torna o resultado positivo.

A Taxa de Sada (Exit Rate) indica em qual pgina o visitante abandonou o

site. Difere da mtrica anterior, pois mede o abandono do site depois de o usurio ter

visitado diversas pginas na mesma sesso, enquanto a Taxa de Rejeio mede a

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sada sem que o usurio tenha visitado outras pginas dentro do mesmo site ou

sesso.

A partir dessas mtricas possvel entender e medir a Taxa de Converso

(Convertion Rate). Expressa de forma percentual, definida pela diviso do nmero

de Resultados pelo nmero de Visitantes nicos. O nmero de Resultados a

quantidade de finalizaes de pedidos de compras, ou finalizao de objetivos do

site, tais como: preenchimento de cadastro, visita at a ltima pgina da sesso,

acesso ao contedo desejado.

As sete mtricas apresentadas at aqui so quantitativas. Todas trazem

respostas baseadas em nmeros, quantidade de vezes que algum visita o site, a

frequncia das Visitas, percentuais de converso, dentre outras. A ltima mtrica a

ser discutida, o Engajamento (Engagement), tem cunho qualitativo, pois tem

mensurao difcil de somente por meio de Fluxo de Cliques e outros dados de Web

Analytics.

(...) dados quantitativos (Web Analytics) so limitados no sentido em que eles podem medir o grau de Engajamento, mas no o tipo de

engajamento. O grau de engajamento positivo ou negativo estende-se por um contnuo que varia de baixo envolvimento, ou seja, o estado psicolgico da apatia, at um alto grau de envolvimento. Uma pessoa engajada algum com um envolvimento acima da mdia com o objetivo com o qual ela se relaciona. (KAUSHIK, 2009, p. 78).

Atrair usurios com alto grau de Engajamento o objetivo de todos os sites.

Quanto mais envolvido, mais pginas um mesmo visitante acessa, mais profunda

ser sua jornada e mais alto ser o seu grau de Engajamento. Ainda assim, no

possvel diferenciar o tipo de engajamento: positivo ou negativo, relevante ou

irrelevante, e quantidade de buzz gerado. Nesta mesma linha Kaushik (2009) cita

Theo Papadakis para diferenciar o grau e o tipo de engajamento:

Clientes podem estar engajados positiva ou negativamente com uma

empresa ou produto. Um exame aprofundado do tipo revelaria seu contedo,

geralmente uma mistura de estados emocionais e crenas racionais como

acontecem no caso do engajamento positivo, incluindo simpatia, confiana, orgulho

etc. (KAUSHIK, 2009).

43

2.8.2 Ambiente externo

O monitoramento do ambiente externo busca a percepo dos internautas,

perante a organizao ou assunto pesquisado, na Web em geral. As medies sero

quantitativas quando referentes presena da marca; enumeradas pelos nmeros

de fs no Facebook, seguidores no Twitter, links no Digg, favoritos no Delicious, ou

trfego de referncia de redes sociais.

O posicionamento em buscas tambm um dos fatores de popularidade de

um site ou perfil em redes sociais. A popularidade atribuda a partir de links

externos pginas que tm links apontados para o site analisado. Os motores de

busca contm um conjunto de algoritmos para determinar a importncia das pginas

na Web, denominado pagerank. Suas propriedades so utilizadas por especialistas

em otimizao dos motores de busca as ferramentas de SEM (Search Engine

Marketing) e SEO (Search Engine Optimization). Alm de utilizadas para gerar

trfego, o objetivo destas ferramentas o trfego de qualidade: trazer aquele

internauta que pode reverter visitas em objetivos pontuais, tais como gerar vendas,

cadastros, reteno, retorno nas visitas ou inscries em mailing.

As informaes qualitativas podem ser analisadas por meio do buzz gerado

na rede. importante uma ressalva no que se refere ao buzz, termo bastante

utilizado no ambiente Web, principalmente nas mdias sociais. Com tantas

informaes fluindo entre os internautas, natural que haja um processo seletivo de

informao e de estmulos. Conforme definio de Spencer J. Brown, CEO de uma

das mais importantes agncias de publicidade mundial,

o buzz parece originar-se de nossos colegas e no de uma organizao especfica. Se algo bom e seus amigos o mandam para voc por que bom, eis a o buzz marketing. Mas se voc recebe o comunicado de uma empresa que quer se passar por boa, isso simples propaganda e no buzz marketing. Assim, o truque consiste em gerar buzz para a companhia sem que esse marketing parea originar-se dela. (SALZMAN; MATATHIA; OREILLY, 2003, p. 14).

O buzz apresenta potencial na arena global justamente porque gerado

pelo pblico. E isso significa que a mensagem pode ser adaptada como convm

enquanto sendo transmitida de um grupo a outro. Na Internet este territrio livre,

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e os comentrios gerados pelos internautas criam um boca a boca em torno de

determinado assunto, produto, marca, ou organizao. So comentrios impossveis

de controlar, mas passveis de monitorar.

Esse monitoramento estratgico, pois consiste em interagir com os

geradores de buzz, podendo reverter movimentos negativos, ou acelerar os

positivos. Esta interao chamada de buzz marketing, pois se utiliza da

comunicao e conectividade dos usurios, e por meio do monitoramento, chega-se

ao objetivo da campanha publicitria na Web.

[...] o buzz marketing orgnico; baseia-se no valor conversacional; deve-se s pessoas conhecidas; estratgico e espalha-se dos geradores de tendncias para os disseminadores de tendncias e da para o pblico consumidor. (SALZMAN; MATATHIA; OREILLY, 2003, p. 15).

O momento ou forma de interagir ser decisivo para o sucesso de uma

campanha. A partir do buzz possvel medir a positividade de comentrios e posts,

ou mesmo o ndice de satisfao de internautas. Com o monitoramento e utilizao

das ferramentas corretas, perceptvel se o opinante tem um perfil de cliente,

disseminador de tendncia, ou consumidor final. Podem ocorrer comentrios de

concorrentes ou ex-clientes insatisfeitos. Outros dados inerentes, tais como natureza