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CLÁUDIA MORI PEREIRA TECNOLOGIA DE SABONETES São Paulo 2007

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CLÁUDIA MORI PEREIRA

TECNOLOGIA DE SABONETES

São Paulo 2007

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS CLÁUDIA MORI PEREIRA

TECNOLOGIA DE SABONETES

Trabalho apresentado à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso do curso de Farmácia/ FMU sob orientação da Profa. Ms. Elissa Arantes Ostrosky.

São Paulo 2007

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CLÁUDIA MORI PEREIRA

TECNOLOGIA DE SABONETES

___________________________________________________________________

Profa. Ms Elissa Arantes Ostrosky FMU – Orientador

___________________________________________________________________ Profa. Ms Patrícia Veríssimo Staine

FMU

___________________________________________________________________ Flavia Iglesias Milani Givaudan do Brazil

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Dedico este trabalho aos meus pais Dilson e Vera Lúcia, que me ensinaram maravilhas da vida e que hoje sem eles eu não estaria aqui, ás minha irmãs Dé e Day que tanto me agüentam e colaboram que todas as coisas que eu fiz e faço dêem certo.

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AGRADECIMENTOS

À Deus em primeiro lugar, por todas as bênçãos que ele me concedeu, por estar sempre comigo em toda trajetória da minha vida, sempre me dando força fazendo

com que eu acredite que eu possa muito mais do que eu imagine.

À Elissa, exemplo de pessoa com uma forma toda especial de ser e incentivar, pela orientação, dedicação, carinho e amizade formada.

À Bárbara Pessoa pelo carinho e amizade verdadeira, e aos seus pais que tenho como segunda família.

À Givaudan, principalmente aos meus colegas do laboratório que direta ou indiretamente contribuíram para a concretização deste trabalho em especial ao Walter Soares, Izabel Vicente e Talita Sandolin pelo apoio, carinho, amizade.

À minha Batian, Ditian e Vó Maria, pessoas mais do que importante na minha vida, exemplos de coragem, amor, determinação, sabedoria, fé e perseverança.

À todos os meus tios, por ser uma família espetacular, cheia de alegria e entusiasmo com quem eu posso sempre contar.

À todos os meu primos, que são pessoas importantes pela minha felicidade e alegria.

À Gláucia Abraços, que tanto me ajudou nesses últimos anos pela minha formação, por toda dedicação e pela amizade.

Ao Alessandro Lucas e sua família, pelo companheirismo, carinho e amizade.

À Patrícia Staine por compor minha banca examinadora e pelo exemplo de farmacêutica que dedica até o fim da nossa profissão, pelo carinho e amizade.

Meus agradecimentos a esta Faculdade e seus Professores, responsáveis pela minha formação.

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“Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível e, de repente, você estará fazendo o impossível.” (São Francisco de Assis)

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RESUMO

O sabonete é originado de uma reação de saponificação de ácido graxo com

álcalis livres. Nos últimos anos, ele tem passado por evolução tecnológica na sua

fabricação. Com essa tecnologia o surgimento de novos tipos de bases proporciona

diversidade no mercado e incorporação de aditivos, resultam em atender as

necessidades funcionais e pessoais de cada consumidor. Tudo isso agrega a uma

variedade de marcas no mercado que atende todas as classes, gêneros, faixas

etárias, etnia, tratamentos corporais entre outros. Com isso proporciona opções

diversas de escolha ao consumidor em relação ao custo – benefício.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Processo de Saponificação ...................................................................p. 40

Figura 2: Posicionamneto da Marcas ...................................................................p. 44

Figura 3: Sabonete Skin Care ..............................................................................p. 45

Figura 4: Sabonete Skin Care ..............................................................................p. 45

Figura 5: Sabonete Beauty ...................................................................................p. 46

Figura 6: Sabonete Family ...................................................................................p. 46

Figura 7: Sabonete de Perfumação ......................................................................p. 47

Figura 8: Sabonete Deofreshness.........................................................................p. 48

Figura 9: Sabonete Deofreshness ........................................................................p. 48

Figura 10: Sabonete Antibacteriano .....................................................................p. 49

Figura 11: Sabonete Antibacteriano .....................................................................p. 49

Figura 12: Sabonete Baby ....................................................................................p. 50

Figura 13: Sabonete Baby ....................................................................................p. 50

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Formas polimórficas do sabão e suas características ..........................p. 15

Quadro 2: Influência do esforço mecânico ............................................................p. 16

Quadro 3: Fases polimórficas e suas formações e propriedades .........................p. 18

Quadro 4: Fases polimórficas e suas características ............................................p. 19

Quadro 5: Formulação da base comum ................................................................p. 20

Quadro 6: Composição da base sintética..............................................................p. 22

Quadro 7: Formulação da base sintética...............................................................p. 22

Quadro 8: Formulação da base combo ................................................................p. 23

Quadro 9: Formulação da base translúcida .........................................................p. 24

Quadro 10: Formulação da base transparente .....................................................p. 25

Quadro 11: Valor de sequestramento do EDTA SÓDICO ....................................p. 33

Quadro 12: Parâmetros de controle microbiológico em cosméticos .....................p. 36

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SÚMARIO I. INTRODUÇÃO .......................................................................................... p. 12 II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................................... p. 14 1. ESTRUTURA DO SABÃO....................................................................... p. 14 1.1 FORMAS POLIMÓRFICAS DO SABÃO ................................................ p. 15 2. BASES – TECNOLOGIA E SEUS DIFERENTES TIPOS........................ p. 20 2.1 BASE COMUM....................................................................................... p. 20 2.2 BASES SINTÉTICAS ............................................................................. p. 21 2.3 BASE COMBINADAS OU COMBOS ..................................................... p. 22 2.4 BASE TRANSLÚCIDAS ......................................................................... p. 23 2.5 BASE TRANSPARENTES ..................................................................... p. 24 3. MATÉRIAS PRIMA PARA SABONETES................................................ p. 25 3.1 MATÉRIAS SAPONIFICÁVEIS .............................................................. p. 26 3.1.1 ÓLEOS E GORDURAS ANIMAIS E VEGETAIS ................................. p. 26 3.2 MATÉRIAS ALCALINOS PARA SAPONIFICAÇÃO............................... p. 28 3.2.1 SODA CAUSTICA OU HIDRÓXIDO DE SÓDIO (NaOH).................... p. 28 3.2.2 POTASSA CÁUSTICA OU HIDRÓXIDO DE POTÁSSIO (KOH) ........ p. 29 3.2.3 AMÔNIA .............................................................................................. p. 29 3.2.4 ETANOLAMINAS ................................................................................ p. 29 3.3 COADJUVANTES .................................................................................. p. 29 3.3.1 CLORETO DE SÓDIO......................................................................... p. 30 3.3.2 CARBONATO DE SÓDIO ................................................................... p. 30 3.3.3 CARBONATO DE CÁLCIO ................................................................. p. 30 3.3.4 SILICATOS ALCALINOS..................................................................... p. 30 3.3.5 FOSFATOS ......................................................................................... p. 31 3.3.6 ÁLCOOIS ............................................................................................ p. 31 3.3.7 ANTIOXIDANTES ............................................................................... p. 31 4. ADITIVOS PARA SABONETES .............................................................. p. 31 4.1 SEQUESTRANTES................................................................................ p. 32 4.2 ANTIOXIDANTES .................................................................................. p. 33 4.3 CORANTES E PIGMENTOS.................................................................. p. 34 4.4 POLÍMEROS E SILICONES................................................................... p. 34 4.5 ANTIMICROBIANOS E ANTIBACTERIANOS........................................ p. 35 4.6 EXTRATOS E ÓLEOS NATURAIS ........................................................ p. 37 4.6.1 ÓLEO DE BURITI................................................................................ p. 37 4.6.2 ALGAS MARINHAS ............................................................................ p. 37 4.6.3 ÓLEO EXTRAÍDO DA SEMENTE DE ANDIROBA ............................. p. 38 4.6.4 ÓLEO DA CASTANHA DO PARÁ....................................................... p. 38 4.6.5 ÓLEO DA MARACUJÁ........................................................................ p. 38 4.6.6 ÓLEO DE MURUMURU...................................................................... p. 38 5. ASPECTOS TECNOLÓGICOS DE FABRICAÇÃO E ACABAMENTO DE SABONETES ........................................................... p. 39 5.1 SELEÇÃO DE MATÉRIAS-GRAXAS ..................................................... p. 39 5.2 PROCESSO E REAÇÃO DE SAPONIFICAÇÃO ................................... p. 40 5.3 LAVAGEM DO SABÃO .......................................................................... p. 41 5.4 REFINAÇÃO DO SABÃO....................................................................... p. 41 5.5 RESFRIAMENTO DO SABÃO ............................................................... p. 41 5.6 SECAGEM ............................................................................................. p. 41

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5.7 MISTURA DE INGREDIENTES ............................................................. p. 42 5.8 LAMINAÇÃO .......................................................................................... p. 42 5.9 EXTRUSÃO............................................................................................ p. 42 5.10 ESTAMPAGEM .................................................................................... p. 42 5.11 EMBALAGEM....................................................................................... p. 43 6. TIPOS DE SABONETES ......................................................................... p. 44 6.1 SKIN CARE............................................................................................ p. 45 6.2 BEAUTY................................................................................................. p. 46 6.3 FAMILY .................................................................................................. p. 46 6.4 PERFUME.............................................................................................. p. 47 6.5 DEOFRESHNESS.................................................................................. p. 48 6.6 ANTIBACTERIANO................................................................................ p. 49 6.7 BABY...................................................................................................... p. 50 III. CONCLUSÃO ......................................................................................... p. 51 IV. REFERÊNCIAS ...................................................................................... p. 52

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I. INTRODUÇÃO

Não existem evidências exatas sobre o uso do sabonete para higiene pessoal

na era do Cristianismo. Na Bíblia, no velho testamento existe uma passagem no livro

de Jeremias, mas há dúvidas á respeito dessa referência ser sobre o verdadeiro

sabão. Em uma segunda passagem da Bíblia na página final do velho testamento no

livro Malaquias em que se comprova a primeira formulação do sabão feito através de

gordura de animal com cinzas de plantas, isso se deu a 2800 a.C na Babilônia. Mais

foi somente em 130 a 200 d.C em que o médico Galen menciona o uso do sabão na

higiene pessoal (CAÇAR, 1999).

A manufatura do sabão se deu origem na região mediterrânea da Europa no

final do milênio e os locais que foram pioneiros em sua produção eram: Marselha na

França e Savona na Itália, mas foi na Inglaterra a partir do século XVII que o sabão

ganhou a sua expansão comercial e industrial. E somente no século XX, que o

sabão alcançou a popularidade no uso em higiene pessoal (CAÇAR, 1999).

O sabonete é composto de uma mistura de sais sódicos de diferentes ácidos

graxos naturais (gordura) e tem como finalidade remover o filme oleoso e partículas

de sujeira da pele. O sabonete naturalmente é biodegradável e por isso necessita de

uma menor incorporação com outros ativos químicos, disso se tem o grande

potencial que o sabonete tem no mercado mundial em relação ao seu uso e ao seu

custo benefício (RITTNER, 1995a).

Em relação ao marketing e inovações tecnológicas ate à década de 80, as

mudanças foram relativamente lentas tomando uma aceleração na década de 90

para os dias atuais. Essas mudanças se tiveram pela necessidade dos fatores

socioeconômicos, pelas diferentes classes sociais, concorrência comercial devido

aos diferentes produtos do mercado e na criação de novos produtos com a

necessidade de um marketing de inovação tecnológica para ampliar o mercado

comercial, ocorrendo um aceleramento na inovação da tecnologia de sabonetes com

o custo efetivo (MCGEE, 1994).

Atualmente, temos no mercado mundial, diversos tipos de formulação para

sabonetes levando em consideração sua composição. Essas variedades geram

também diversos métodos e processos de produção de sabonetes. Do tradicional

sabonete feito dos sais de sódio ou de potássio, combinados com ácidos graxos

incluindo os sabonetes transparentes, os opacos, os translúcidos, os sabonetes

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feitos de matéria prima sintética que diminui o uso do sebo natural e sabões (laundry

soaps), geralmente utilizando sebos de qualidade inferior (GEORGE;

SERDAKOWSKI, 1994).

Este trabalho tem como objetivo, demonstrar as novas tecnologias de

sabonetes tendo em foco as suas inovações e beneficios na higiene pessoal e suas

diversas aplicações no mercado de cosméticos mundial.

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II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 1. ESTRUTURA DO SABÃO

O sabão anidro sólido é formado basicamente pela saponificação dos ácidos

graxos, que por sua vez são formados por grupos de cadeias de carbonos, ligados a

um grupo terminal metila e a um grupo terminal carboxila (COOH). Um ácido típico,

como o esteárico, que constitui uma maior porcentagem encontrada em um sabão

comum pode ser expresso da seguinte forma:

CH3 (CH2 )10 O = C – O - Na

O ácido esteárico por sua vez é formado por células unitárias de cristal

ligadas uma sobre a outra e lado a lado por uma força intensa. É a mais forte coesão

dos grupos carboxílicos (CH3). Por ser composto basicamente de ácidos graxos, o

sabão possui uma estrutura sólida cristalina (NEVES, 2000).

O sabão é um sal alcalino de ácido graxo que tem uma dissociação eletrolítica

quando entra em contato com a água. Cargas positivas ficam com os íons de álcali

enquanto as cargas negativas ficam com os radicais de ácidos graxos. O ânion é um

complexo possuindo a cadeia parafínica e o restante do grupo carboxílica, sendo o

terminal carboxílico hidrofílico e o terminal parafínico hidrofóbico, sabendo que

quanto menor a cadeia parafínica, menos hidrofóbico será o radical, portanto maior

será a solubilidade em água (NEVES, 2000).

A cadeia parafínica hidrofóbica busca naturalmente o equilíbrio com o grupo

carboxílico hidrofílico, essa é a característica básica dos surfactantes (agentes

tensoativos) de sais alcalinos de ácidos graxos (WOOLLANT, 1985).

Possuem diversas formas comprovadas para o sabão anidro como α β δ ω

sendo de mera importância, no qual possuem características bastante diferentes

(RITTNER, 1995b).

De acordo com Woollant (1985) em temperaturas elevadas (250ºC) os sabões

se fundem e resultam na secação súbita das suas constantes físicas, isto indica uma

mudança de fase, quando são aquecidos em temperaturas características são

denominadas temperatura genotípica ou Tc, no qual se estabelece próximo ao valor

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dos ácidos graxos do sabão, tendo uma transformação invisível e quando a

temperatura baixa novamente a sua forma original reaparece.

Formam fibras brancas de sabão sólido quando se tem a temperatura

genotípica (Tc) correlacionada com as soluções isotrópicas ou anisotrópicas.

Com trabalho mecânico do sabão em temperaturas elevadas, superiores a Tc pode-

se obter um produto com características bem diferentes dos produtos obtidos

trabalhados em uma Tc mais baixa

O trabalho mecânico, em temperaturas elevadas a Tc tem a formação de

cristais, equivalendo a uma cristalização em condições de agitação intensiva, isto

favorece a ter uma nucleação em detrimento do crescimento de cristais já formados,

e irá obter cristais menores de sabão, favorecendo assim uma melhor transparência

(RITTNER, 1995b).

1.1 FORMAS POLIMÓRFICAS DO SABÃO

Segundo Rittner (1995b) o sabão possui uma estrutura cristalina que são

aglomerados de micelas formado por fibras ou grânulos.

As formas polimórficas possuem diferentes tipos de estruturas cristalina

obtendo várias características e propriedades diferentes para o mesmo sabão, em

estado sólido (NEVES, 2000).

No quadro 1, observa-se 4 fases polimórficas do sabão com as seguintes

características e propriedades:

FASE

CRISTALINA

(forma polimórfica)

ESPAÇAMENTO DAS ARESTAS DO CRISTAL D/N em

AMSTRONG

ALFA α

BETA β

DELTA δ

ÔMEGA ω

2,45 e 3,65

2,75

2,85 e 3,55

2,95

Quadro 1: Formas polimórficas do sabão e suas características ( RITTNER,

1995b).

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Que se definem pelas distâncias entre as arestas dos cristais, medidas pelos

métodos de difração com o raio X.

Estas formas cristalinas de sabões hidratados possuem características como,

composição das gorduras, umidade e eletrólitos. Fatores como, tamanho dos

cristais, coesão entre os cristais, quantidade de aglomerados cristalinos entre outros,

podem ser afetados na sua forma ou características do produto final de acordo com

o processamento adotado (RITTNER, 1995b).

Quando resfriado o sabão refinado apresenta uma mistura de fases:

• Fase ω: Com resfriamento muito rápido.

• Fase β: Com resfriamento lento.

As fases do sabão irão determinar suas características tais como fusão,

solubilidade, etc. A firmeza (dureza) são influenciadas não só pelas fases, mas

também pela coesão e tamanho dos cristais (RITTNER, 1995b).

O esforço mecânico na base de sabão provoca modificações em suas

propriedades demonstradas abaixo no quadro 2:

INFLUÊNCIA DO ESFORÇO MECÂNICO NO SABÃO

fases presentes numero de

extrusões ω β

espumação

relativa firmeza relativa

0

100%

0%

100

100

10 25% 75% 435 122

30 5% 95% 455 124

Quadro 2: Influência do esforço mecânico (RITTNER, 1995).

Em relação à umidade nas suas diversas fases, modifica de acordo com a

natureza dos ácidos graxos envolvidos, sendo:

• O palmitato de sódio existindo na fase β em hidratos com 2,4 até

95% de água e na fase ω tem-se uma faixa muito mais restrita.

• O óleo de coco e o óleo de babaçu têm-se a sua estabilidade na

fase ω.

Sabões transparentes possuem a mesma estrutura de sabões comuns

diferenciando-se apenas no tamanho dos cristais na sua formação cristalina. A

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formação cristalina obtida por um resfriamento rápido inibe o crescimento dos

cristais formando cristais pequenos, e isto auxilia na formação dos sabões

transparentes. Existem formas para obter o crescimento desses cristais, um já dita é

o resfriamento rápido, outras formas de se obter a transparência é na utilização de

inibidores de crescimento adequados, em formulações de matérias graxas que

favoreça a formação de cristais pequenos ou na utilização do esforço mecânico na

base do sabão com temperaturas mais elevadas ao do ponto Tc de transição. A

transparência do sabão é encontrada na fase ω devido à formação de micro –

cristais diferentemente da fase β que se caracteriza pelo resfriamento lento e

formação de cristais maiores (WOOLLANT, 1985).

Para obtenção de um sabão transparente em fase β (caso se deseje obter um

sabonete transparente com maior espumação) é necessário adotar uma posição

entre os fatores opostos exigentes: (RITTNER, 1995b).

• Quando se tem resfriamento instantâneo em condições agitadas há

um favorecimento na obtenção de micro – cristais em fase ω, para

transformação da fase ω para fase β é necessário a aplicação do

esforço mecânico através de laminação e extrusão em uma

temperatura elevada ao Tc.

• O uso de matérias graxas ricas em ácido palmítico favorece a

obtenção da fase β em forma estável.

Um exemplo de mudança de fases através de processos adequados pode-se

obter através de um sabão típico comercializado, o 80/20 (80% de sebo 20% de óleo

de coco) obtido 100% na fase β, mediante a esforços mecânicos de laminação e/ou

laminação aquecido a 85ºC e deixado esfriar lentamente ele se solidifica com 100%

em fase ω, este mesmo sabão submetido a outro esforço mecânico mais intensivo

em temperatura 10 a 15ºC será totalmente convertido para fase δ (RITTNER,

1995b).

Nos quadros 3 e 4, observa-se as diferentes formas e características que

diferem as fases de um sabão.

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FASE α FASE β FASE ω FASE δ

CONDIÇÕES DE FORMAÇÃO

não existe

nas

condições

usuais de

fabricação de

sabão

esfriamento

lento de sabão

refinado

laminação e

extrusão de

sabão refinado

agitação de

fase ômega em

temperaturas

mais elevadas,

onde a fase

beta é estável

esfriamento

rápido de

sabão refinado

aquecimento

adicional de

fase beta

favorecimento

por

temperaturas

mais elevadas,

umidades mais

baixas e

presença de

ácidos graxos

de baixo peso

molecular

presença de

ácidos graxos

láurico e oléico

favorecimento

por

temperaturas

mais baixas,

umidade mais

alta e

presença de

ácidos graxos

de peso

molecular

elevado

transformação

da fase beta

por extrusão

de sabões de

umidade

elevada e em

temperaturas

acima do

ambiente

IDENTIFICAÇÃO POR RAIO X

diâmetro do

anel 7,5 e 4,5 cm 6,35 cm 5,85 cm 6,05 e 4,65 cm

espaçamento

das arestas

2,45 e 3,65

angstroms 2,75 angstroms 2,95 angstroms

2,85 e 3,55

angstroms

IDENTIFICAÇÃO POR DSC (DIFERENCIAL SCANNING CALORIMETRY)

absorção

térmica

101-180

joules/grama

181-300

joules/grama

Inferior a 100

joules/grama

Quadro 3: Fases polimórficas e suas formações e propriedades (RITTNER, 1995b).

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FASE α FASE β FASE ω FASE δ

CARACTERÍSTICAS

firmeza -

100

escala arbitrária

maior firmeza

90

firmeza

intermediária

40

menor firmeza

perda por

raspagem em

água

- 2,4% do peso 0,5% do peso 1,7% do peso

imersão em

água -

incha e

desintegra

não incha e não

desintegra

racha com

pequena

inchação

solubilidade - dissolução rápida pouco solúvel mais solúvel do

que ômega

espuma - espumação fácil espumação

inferior a beta

espumação

melhor que

ômega

transparência -

pode adquirir

aspecto

translucente,

quando os

cristais de

tamanho e

orientação

corretas são

prensados de

forma adequada

não transparente não conhecida

densidade - - menor do que

beta -

fusão -

em teste

dilatométricos as

formas beta e

ômega

apresentam

diferenças de 2-

3ºC nos pontos

de fusão

- -

Quadro 4: Fases polimórficas e suas características (RITTNER, 1995b).

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2. BASES – TECNOLOGIA E SEUS DIFERENTES TIPOS As formulações e tecnologias utilizadas para bases de sabonetes se tornam

cada vez mais complexas ao passar dos anos, devido ao enorme número de

ingredientes e aditivos que surgem para sua fabricação, com o objetivo principal

focando custo - beneficio, esses ingredientes buscam cada vez mais efeitos

sensoriais de hidratação e conforto, proporcionar proteção e cuidado, cada vez mais

ativas á nossa pele (JUEZ, 1995).

Diante desta complexidade, atualmente, têm-se no mercado diversos tipos de

bases das quais seguem as mais importantes, junto das suas propriedades,

formulações, benefícios e desvantagens (JUEZ, 1995).

2.1 BASE COMUM

Maior parte dos tipos de sabonetes do mercado, esse tipo de base tem por

característica ser de baixo custo por conter muitas vezes cargas (carbonatos em

geral). Na maior parte são isentos de glicerina e de aditivos que ajudam no sensorial

da pele, possui o pH de difícil ajuste (EDMUND, 1994).

Em sua formulação temos como tensoativos aniônicos naturais do sabão,

corantes, conservantes, antioxidantes (BHT), antimicrobianos (triclosan), fragrância /

perfume que tem como objetivo mascarar o odor da base e perfumar suavemente a

pele, abaixo uma composição básica desse tipo de sabonete (EDMUND, 1994):

No quadro 5, segue a formulação da base comum.

Ingrediente Porcentagem (%)

Massa base (Sabão) Qsp

Água 2

Dióxido de titânio 0,10 – 0,25

BHT 0,03 – 0,05

Fragrância 0,50 – 2,00

Quadro 5: Formulação da base comum (SOUZA, 2002).

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2.2 BASES SINTÉTICAS

Para esse tipo de base, a mais usada dentre os diversos tipos de base

sintética comercializadas no mercado. Por ser uma base sintética, não é de fácil

produção, mas se torna uma base mais estável que as outras por não depender de

matérias – primas naturais é uma grande tendência no mercado futuro das indústrias

de sabonetes (CANEDA, 1998).

Suas vantagens:

• Maior sinergia a novos aditivos e tecnologias para sensoriais da pele.

• pH de fácil ajuste.

• Possui um marketing positivo de fácil aceitação no mercado.

Suas desvantagens:

• Alto custo na sua comercialização e no processo de fabricação.

• Alto custo de matérias – primas.

• Maior dificuldade em sua produção.

Estas bases possuem como características:

• Boa capacidade de limpeza e espumante.

• Confere sensação de emoliência a pele.

• Melhor desenvolvimento / fixação odor.

• Pele adquire toque sedoso / macio.

• Tratamento.

• Suavidade.

• Menor produtividade.

• Maior compatibilidade com a epiderme (TASSANO, 1994).

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No quadro 6, é apresentado a composição da base sintética.

Componentes Concentração (%)

Substâncias detergentes 40 – 60

Substâncias estruturantes / emolientes 10 – 30

Substâncias inertes (cargas) 0 – 20

Aditivos (perfumes, umidade, corantes,

ativos) Qsp

Quadro 6: Composição da base sintética (SOUZA, 2002).

No quadro 7, formulação da base sintética.

Ingrediente Porcentagem (%)

Cocoil isetionato de Na 61.75

Ácido esteárico 25.00

Lauril sarcosinato de Na 6.00

Álcool graxo etoxilado 2.00

Dióxido de titânio 0,50

EDTA tetrassódico 0.10

Fosfonato sódico 0.10

BHT 0.05

Água 3.00

Fragrância 1.50

Quadro 7: Formulação de base sintética (SOUZA, 2002).

2.3 BASES COMBINADAS OU COMBOS

Este tipo de base tem como característica a combinação de diversos tipos de

bases, tendo uma enorme diversidade de formulação. A mais usada e conhecida é a

base combo tipo swing. Esta base tem como característica seu baixo custo e um

maior apelo comercial em relação à base comum possuem glicerina em sua

formulação e aditivos que ajudam no seu efeito sensorial (TASSANO, 1994).

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No quadro 8, formulação da base combinada.

Ingrediente Porcentagem (%)

Massa base (Sabão) Qsp

Água 2.00

Glicerina 2.00 – 6.00

Dióxido de titânio 0.10 – 0.25

BHT 0.03 – 0.05

Fragrância 0.50 – 2.00

Quadro 8: Formulação da base combo (SOUZA, 2002).

É bom lembrar que a base combo ou base combinada é a combinação dos

diversos tipos de bases existentes por isso podemos ter combinações do tipo, base

sintética com base comum, base sintética com base translúcida, entre outras; tudo

isso implicará em um maior custo tanto em relação a produção como

comercialização (TASSANO, 1994).

2.4 BASE TRANSLÚCIDA

As bases translúcidas têm como características seu visual e apelo comercial é

um sabonete que permite a passagem de certa quantidade de luz, transmitindo uma

sensação de um produto que propõe mais limpeza, mais perfumação e sensação de

refrescância (EDMUND, 1994).

Vantagens:

• Custo baixo em relação ao sabonete sintético.

• Grande aceitação ao mercado.

• Ser menos agressivo a epiderme em relação aos outros sabonetes devido

à quantidade de glicerina.

• Melhor perfumação

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Desvantagens:

• Custo baixo – médio.

• Método de produção mais lento.

• Menor durabilidade.

• Menor quantidade de aditivos no mercado para incorporação nesses tipos

de bases (EDMUND, 1994).

No quadro 9, formulação da base translúcida.

Ingrediente Porcentagem (%)

Massa base (Sabão) 80.00

Ácido esteárico 2.00

Glicerina 2.00 – 5.00

Açúcar 3.00 – 6.00

Propilenoglicol 0.00 – 2.00

BHT 0.05

EDTA (40%) 0.10

Perfume Qsp

Corante Qsp

Salicilato de sódio 1.00

Quadro 9: Formulação de base translúcida (SOUZA, 2002).

2.5 BASE TRANSPARENTE

O sabonete transparente possui uma pequena parte do mercado. Por ser uma

base de baixa dureza e alto custo, o sabonete acaba se tornando pouco competitivo

com os demais (TOKOSH, 1993).

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Vantagens:

• Menos agressivo a pele.

• Fácil perfumação que os demais.

Desvantagens:

• Por ser um sabonete fundido existe um número bem reduzido de aditivos

que possam ser incorporados nesta base para ajudar no sensorial da pele.

No quadro 10, formulação da base transparente.

Ingrediente Porcentagem (%)

Fase 1

Ácido esteárico 16.00

Óleo de mamona 10.00

Óleo de Babaçu 18.00

Fase 2

NaOH (50%) 14.00

Etanol 10.00

Glicerina 15.00

EDTA Na 00.10

BHT 00.05

Fase 3

Lanolina Etoxilada 2.00

Água branda 15.00

Corante Qsp

Perfume Qsp

Quadro 10: Formulação da base transparente (SOUZA, 2002).

3. MATÉRIAS PRIMAS PARA SABONETES

Na fabricação de sabonetes são utilizadas matérias primas que podem ser

classificadas em categorias como:

• Matérias saponificáveis

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• Matérias alcalinos para saponificação

• Coadjuvantes (MATERIAIS..., 1982, p. 16-17).

3.1 MATÉRIAS SAPONIFICÁVEIS

Possuem matérias graxas que têm a finalidade de trazer a parte aniônica de

sua molécula, a partir da reação de saponificação com materiais alcalinos que

formam sais de ácidos orgânicos, e possuem propriedades tensoativas e

detergência (RAFAEL, 1994).

São constituídos por:

3.1.1 Óleos e gorduras animais e vegetais

Os óleos e gorduras são produtos naturais de origem animal e vegetal, sendo

a sua constituição química expressa na estrutura abaixo (MOTTA, 2007):

R’-COO-CH2

l

R’-COO-CH2

l

R’-COO-CH2

Estes produtos são obtidos através de várias matérias primas, que constituem

uma função química chamada de triglicerídeos, estes ao reagirem quimicamente

irão formar o sabão e o glicerol, os quais podem ser indentificados na reação abaixo

(RITTNER, 1995c):

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R’-COO-CH2 R’-COO-Na CH2OH

l

R’-COO-CH2 + 3NaOH R’-COO-Na + CHOH

l

R’-COO-CH2 R’-COO-Na CH2OH

triglicerídeo soda sabões glicerol

R’-COO-CH2 CH2OH

l l

CHOH + NaOH R-COO-Na + CH-OH

l l

CH2OH CH2OH

monoglicerídeo soda sabão glicerol

Os ácidos graxos livres, ao reagirem com álcalis irão dar origem ao sabão e a

água (RITTNER, 1995c).

R’-COO-CH + NaOH R-COO-Na + H2O

ác.graxo soda sabão água

A quantidade de álcali necessária para transformar uma matéria graxa em

sabão é designada por índice de saponificação dessa matéria graxa e normalmente

e expressa pelo consumo em miligramas de hidróxido de potássio (KOH) por grama

de matéria graxa. O consumo de soda cáustica (NaOH) para saponificar

completamente uma matéria graxa e produzir o sabão sódico correspondente pode

ser calculado a partir do índice de saponificação dessa matéria graxa (NEVES,

2000):

% SODA CÁUSTICA = 0, 0714 X ÍNDICE DE SAPONIFICAÇÃO

O índice de iodo, sendo uma medida do grau de insaturação do óleo, é

importante na medida em que se conhecendo o seu valor pode se prever se a

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matéria prima produzirá um sabão duro ou mole. Em geral, quanto maior for o grau

de insaturação de um óleo, mais mole e mais solúvel será o sabão formado

(RAFAEL, 1994).

Segundo RITTNER (1995c) o título é o ponto de fusão da mistura de ácidos

graxos de um triglicerídeo. O título de uma matéria graxa depende, do seu peso

molecular e do seu grau de insaturação. Quanto maior o peso molecular médio de

um óleo ou gordura, mais elevado será o seu titulo. Enfim quanto maior o índice de

saponificação de um triglicerídeo, menor será o seu título e mais mole e mais solúvel

será o sabão formado.

3.2 MATÉRIAS GRAXAS PARA SAPONIFICAÇÃO

As matérias graxas que têm a finalidade de trazer a parte catiônica de sua

molécula, a partir da reação de saponificação com materiais saponificáveis que

formam sais de ácidos orgânicos, e possuem propriedades tensoativas e

detergência (RAFAEL, 1994).

São constituídos por:

3.2.1 Soda caustica ou Hidróxido de sódio (NaOH)

É de extrema importância esta matéria prima para obtenção de sabões, sendo

responsável pela transformação de glicerídeos nos sais sódicos de ácidos graxos

(MOTTA, 2007). Abaixo confere-se a reação de saponificação.

H2C – OOC –R CH2 –OH R`- COONa

HC - OOC- R` + 3NaOH CH- OH + R`- COONa

H2C – OOC – R` CH2 –OH R`- COONa

triglicerídeo soda glicerol sabão

R – COOH + NaOH H2O + R – COONa

ácido graxo soda água sabão

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De acordo com RITTNER (1995) estes R` são as matérias primas

diferenciadas, que reagem com soda. Para se ter uma saponificação é necessário

saber o índice de saponificação, o qual é expresso em miligramas de KOH

necessários para pode saponificar completamente um grama da matéria .

Outras características da soda caustica são que, possui farta disponibilidade

no mercado, baixo custo, produz sabão de dureza e solubilidade adequadas para

comercialização sob a forma em barra (NEVES, 2000).

3.2.2 Potassa cáustica ou Hidróxido de potássio (KOH)

É um sólido cristalino, mais caro em relação ao Hidróxido de sódio, formação

de sabões moles, menos agressivo á pele, é utilizado na fabricação de sabões

líquidos e em pasta (MOTTA, 2007).

3.2.3 Amônia

Utilizados em determinados sabões especiais, proveniente de reações com

ácidos graxos. Forma sabões moles e pegajosos (NEVES, 2000).

3.2.4 Etanolaminas

Segundo NEVES (2000) são utilizados na fabricação de sabões para lavagem

á seco, como aditivos para controle de espumas. Necessita da presença de ácidos

graxos livres para se ter uma saponificação, pois não reagem com os triglicerídeos.

Ex: trietanolamina (maior utilização).

3.3 COADJUVANTES

São todos os produtos que, embora dispensáveis são utilizados em

formulações de sabão como simples carga, veículo no processo de fabricação e

tendo como objetivo minimizar o custo de produção (RAFAEL, 1994).

Podemos citar:

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3.3.1 Cloreto de Sódio Sal comum (sal de cozinha), sólido cristalino, muito solúvel em água,

abundante na natureza, baixo custo, na indústria saboeira tem como sua principal

finalidade a operação de refino, utilizado como eletrólito para estabilizar e precipitar

o sabão, permitindo que tenha a separação da glicerina, aumenta a dureza do sabão

(MOTTA, 2007).

Sua descrição química é:

Peso molecular 58,45

Peso específico 2,61

Ponto de fusão 804ºC

Solubilidade a 20ºC 36 partes para 100 partes de água

Solubilidade a 100ºC 39 partes para 100 partes de água

3.3.2 Carbonato de sódio Utilizado como carga, mais conhecido como barrilha, pode se ter uma

lavagem com um pH acima de 9,5 assim, obtendo um poder de limpeza maior.

Possui uma outra característica como carga de sabões, no qual consegue precipitar

cátions Ca2+ e Mg2+ na forma de carbonato, facilitando a ação do sabão em águas

duras (RITTNER, 1995c).

3.3.3 Carbonato de cálcio Possui a mesma função do óxido de titânio e o óxido de zinco, eles verificam

aos sabões uma maior brancura, facilita a incorporação de corantes, aumenta na

cremosidade da espuma, diminui a formação de rachaduras, e resulta ao produto

final uma maior dureza (NEVES, 2000).

3.3.4 Silicatos Alcalinos Precipita sais de Ca2+ , Mg2+ e Fe2+ existentes em águas duras, atua como

antioxidante, minimizando a rancificação do sabão, aumenta a firmeza do sabão,

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reduz a deformação da barra de sabão na prateleira, age como dispersante,

mantendo a sujeira fora da superfície que está sendo lavada (RAFAEL, 1994).

3.3.5 Fosfatos

Segundo RITTNER (1995c) os fosfatos têm finalidade de reduzir os efeitos

desfavoráveis de águas duras, pois se obtém a precipitação pelo sequestramento de

sais de cálcio e magnésio, evitando a uma reposição de sais insolúveis e eliminando

cátions polivalentes no qual a presença deste poderia afetar a estabilidade da

emulsão. Por estas propriedades e custos baixos de fabricação, eles se tornam

aditivos e materiais de enchimento preferidos dos fabricantes de sabões e

detergentes sintéticos, tendo entre 70 – 75% do produto final.

3.3.6 Álcoois

Tem a propriedade de conferir a transparência aos sabões. Os álcoois

polihidroxilados como a glicerina, sorbitol, manitol, etilenoglicol são os mais usados e

mais eficientes sendo ótimos umectantes (MOTTA, 2007).

3.3.7 Antioxidantes

De acordo com NEVES (2000) são substâncias usadas em proporções

inferiores a 0,50% no qual se tem o objetivo de retardar o processo de rancificação

do sabão. Nas indústrias podemos encontrar hiposulfito de sódio, silicato de sódio,

tiosulfito de sódio.

4. ADITIVOS PARA SABONETES

Aditivos em sabonetes são utilizados para que se tenha uma melhor

performance com o melhoramento em suas propriedades físicas e química e

também estes são utilizados para um apelo comercial (PAVLICHKO, 1997).

Hoje em dia com toda essa tecnologia, podemos encontrar diversos aditivos

que tem como finalidade: obter limpeza e ao mesmo tempo dando hidratação e

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suavidade a pele, evitar a oxidação dando assim uma maior vida útil ao sabonete,

evitar rachaduras, obter ação antimicrobiana e antibacteriana, dar cor ao sabonete,

enfim, agem como doadores de propriedades específicas ao produto final

(PAVLICHKO, 1997).

Estes aditivos devem ser utilizados em quantidades especificas para que não

provoque alterações indesejáveis na pele, como irritação, alergia, entre outros. (Ex:

tripolifosfato, EDTA, NTA) (CORAZZA, 1995).

Aditivos para melhoria do sabonete podem ser citados:

• Silicones

• Polímeros

• Antioxidantes

• Seqüestrantes

• Antimicrobianos e antibacterianos

• Corantes e pigmentos

• Extratos e óleo naturais

4.1 SEQUESTRANTES

Essas substâncias são capazes de reagir com determinados íons de metais

em solução no qual exerce uma ação de bloqueio, impedindo a reação desses íons

com ânions presentes. Em algumas circunstâncias, eles podem redissolver

precipitados de certos cátions metálicos, mantendo-os em solução na forma de

complexos (RITTNER, 1995c).

Os sequestrantes são influenciados por muitos fatores como:

• Ocorrência de um estado de equilíbrio com precipitados

• Tipo e concentração do cátion a seqüestrar

• Tipo e concentração do ânion sequestrante

• Tipo e concentração de ânions precipitantes

• Presença de outros cátions

• Presença e quantidade total de íons

• pH e temperatura

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O valor de sequestramento é a quantidade de um íon metálico que pode ser

seqüestrado por um determinado sequestrante, esta reação ocorre entre um mol de

cada um deles. Abaixo conferimos no quadro o valor teórico de sequestramento do

EDTA sódico (sal sódico do ácido etileno diamino sulfônico) para estes íons

metálicos (RITTNER, 1995c).

Confere-se o valor de sequestramento no quadro abaixo:

íon metálico quantidade seqüestrada por 100 gramas de

EDTA

Mg++ 6,4

AL+++ 7,2

Co++ 10,5

Mn++ 14,4

Fe++ou Fe+++ 14,7

Ni++ 15,4

Pb++ 54,5

Calculado com relação molar 1:1 para o sal sódico

Quadro 11: Valor de sequestramento do EDTA SÓDICO (RITTNER, 1995c).

4.2 ANTIOXIDANTES

Os antioxidantes são utilizados com finalidade de evitar ou retardar as

reações de oxidação de matérias graxas, no qual levariam a rancificação oxidativa

dos sabões e também o desenvolvimento de odores desagradáveis (DIEZ, 2000).

Os antioxidantes mais utilizados e conhecidos são:

• BHA (Hidroxianisol butilado)

• BHT (Hidroxi – tolueno butilado)

• THBP (2, 4, 5 trihidroxi – butirofenona)

Estes devem ter como características:

• Solúveis em água

• Resistência a álcalis

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4.3 CORANTES E PIGMENTOS

Os corantes são utilizados em sabonetes transparentes ou translúcidos,

embora são mais instáveis a luz. Já os pigmentos, são usados em sabonetes

opacos numa dispersão hidrossolúvel sendo bem mais estáveis a luz (RITTNER,

1995c).

Os corantes e pigmentos devem tem características como:

• Ser quimicamente compatíveis com outros ingredientes presentes

• Ter estabilidade durante todo o processo entre sua fabricação e

utilização

• Ter a sua distribuição uniforme no produto, sem ter a formação de

agregados e segregações (RITTNER, 1995c).

4.4 POLÍMEROS E SILICONES

Os polímeros são formados a partir da reação de polimerização de óxido de

eteno. Eles têm como finalidade minimizar rachaduras no qual estas, tornam o

produto pouco atrativo (DIEZ, 2000).

Possuem como características:

• Diminuir a perda de água quando ficam em contato com o ar

• Tem propriedades higroscópicas , o qual possuem um filme

umectante que permanece na pele após a sua utilização, isto auxilia

na manutenção ou reposição da umidade natural da pele.

• Manutenção da hidratação natural da pele

• Confere toque sedoso

• Melhor fixação de essência

• É utilizado com veículos para a incorporação de princípios ativos e

conservantes

• Alto ponto de fulgor

• Boa estabilidade térmica

• Baixa volatilidade

• Boa resistência à dureza de água e sais metálico (DIEZ, 2000).

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4.5 ANTIMICROBIANOS E ANTIBACTERIANOS

Os aditivos antimicrobianos e antibacterianos são utilizados para que se tenha

a inativação da contaminação por fungos e bactérias e outros agentes patogênicos.

Sendo que o crescimento microbiano ou bacteriano pode ocorrer por uso de aditivo

inadequado ou quando em quantidade insuficiente, fazendo com que o

microrganismo se adapte ao meio, tornando ineficaz o aditivo (KAJS, 1986).

As conseqüências da presença de microrganismos são:

• Alteração das características do sabonete (cor, odor, aspecto

visual)

• Torná-lo prejudicial ao consumidor

A utilização excessiva pode causar:

• Irritação ou sensibilidade da pele ao contato com o sabonete

• Elevar o custo do produto

Estes aditivos devem respeitar as legislações de acordo com parâmetros para

controle microbiológico de produtos cosméticos (KAJS, 1986).

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No quadro 12, demonstra-se os parâmetros de controle microbiológico para

produtos cosméticos.

ÁREA DE APLICAÇÃO E FAIXA ETÁRIA

LIMITES DE ACEITABILIDADE

TIPO - I PRODUTOS PARA USO INFANTIL

PRODUTOS PARA ÁREA DOS OLHOS

PRODUTOS QUE ENTRAM EM CONTATO COM MUCOSAS

Contagem de microorganismos mesófilos totais aeróbios, não mais que 102 UFC/g ou ml

Limite máximo: 5 x 102 UFC/g ou ml

Ausência de Pseudomonas aeruginosa em 1g ou 1ml;

Ausência de Staphylococcus aureus em 1g ou 1ml;

Ausência de Coliformes totais e fecais em 1g ou 1ml;

Ausência de Clostrídios sulfito redutores em 1g (exclusivamente para talcos).

TIPO - II DEMAIS PRODUTOS COSMÉTICOS SUSCEPTÍVEIS A CONTAMINAÇÃO MICROBIOLÓGICA

Contagem de microorganismos mesófilos totais aeróbios, não mais que 103 UFC/g ou ml;

Limite máximo: 5 x 103 UFC/g ou ml

Ausência de Pseudomonas aeruginosa em 1g ou 1ml;

Ausência de Staphylococcus aureus em 1g ou 1ml;

Ausência de Coliformes totais e fecais em 1g ou 1ml;

Ausência de Clostrídios sulfito redutores em 1g (exclusivamente para talcos).

Quadro 12: Parâmetros de controle microbiológico em produtos cosméticos (BRASIL, 1999).

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4.6 EXTRATOS E ÓLEOS NATURAIS

Aditivos naturais são óleos extraídos de plantas, folhas e sementes, que

possuem diversas finalidades como:

• Proteção da pele

• Tratamentos da pele

• Hidratação

• Adstringente

• Antiflamatório

• Antialérgicos

4.6.1 ÓLEO DE BURITI

Esse óleo é rico em ácidos graxos insaturados, e é uma fonte de

carotenóides, pró- vitamina A. Os carotenóides são pigmentos naturais responsáveis

pelo transporte de oxigênio e absorção de energia luminosa (BLOISE, 2003).

Tem como finalidade ocasionar o aumento e melhorar a elasticidade cutânea,

e o mais importante é minimizar e prevenir o ressecamneto da pele devido aos

fatores prejudiciais diários como a exposição da pele à radiação solar. Utilizado em

concentrações de 3 – 10%, pode ser aplicado também em protetores solares,

cremes, loções e óleo de banho (BLOISE, 2003).

4.6.2 ALGAS MARINHAS

Foram feitos estudos que demonstram a ação irritante dos tensoativos

aniônicos e outros sabões das séries homólogos de ácidos graxos e a ação de

redução da irritação através da aplicação do extrato complexo de alga marinha,

assim como a observação de outras vantagens proporcionadas pela utilização do

extrato (CORAZZA et al., 1995).

Esses extratos têm como finalidade reduzir a irritação na pele causada pelos

tensoativos aniônicos naturais do sabão. Proporciona também uma maior absorção

de água e uma espuma mais consistente (espuma cremosa) (CORAZZA Et al,

1995).

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4.6.3 ÓLEO EXTRAÍDO DA SEMENTE DE ANDIROBA Possui estearina e outros ácidos graxos não – saturados. Sendo que as

principais substâncias compostas neste óleo são limonóides e triterpenos que atuam

biologicamente com antiflamatórios, anti-reumática, e ação fago-repelente

(repelência a insetos). Este óleo é amargo, castanho amarelado e de viscosidade

alta, com fase solidificada em temperaturas baixas. Concentração utilizada é a partir

de 3% (FRANQUILINO, 2006).

4.6.4 ÓLEO DA CASTANHA DO PARÁ

É um óleo levemente amarelado, rico em ácidos graxos como o óleico,

linoléico e possui quantidades pequenas de mirísticos, ácidos esteáricos, e

fitoesterol. É rico em vitaminas A, B, C e E, e também apresenta selênio em sua

composição.

Este óleo tem como finalidade de agir no tecido cutâneo, assim formando um

filme que impede a evaporação de água da pele. E também estimula a síntese das

proteínas no organismo (BLOISE, 2003).

4.6.5 ÓLEO DE MARACUJÁ

Este óleo é obtido através da semente do maracujá, possuindo uma

concentração alta de ômega-6 na forma de ácido linoléico (~77%), chamado de

vitamina F, proporcionando proteção à pele. Na sua composição também possui

bioflavonóides que apresentam propriedades sebo – reguladoras (OLIVEIRA, 2003).

4.6.6 ÓLEO DE MURUMURU

Originados das palmeiras da espécie Astrocaryum murumuruate, obtendo o

óleo e gorduras que são ricos em composição graxa em principal, ácidos graxos

láurico e mirísticos. É utilizado na incorporação de sabonetes para que se tenha a

propriedade de proteger e hidratar a pele durante o processo de lavagem, que é o

equilíbrio entre a remoção de partículas de sujeira e proteção da barreira cutânea

(SILVA, 2003).

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5. ASPECTOS TECNOLÓGICOS DE FABRICAÇÃO E ACABAMENTO DE SABONETES

A fabricação de sabão sofreu diversas mudanças desde sua origem. No inicio

fabricação era feita através de conhecimentos empíricos e pessoais e se devia a

uma pessoa “o saboeiro” ele era o principal elemento da fabricação e era tido por

todos como um artista, o processo de fabricação era totalmente artesanal, hoje a

fabricação é totalmente industrializada, os controles de processo computadorizados

e os sistemas robotizados permite um controle de qualidade rígido e continuo na

produção de sabonetes proporcionando um melhor aproveitamento na sua

fabricação (NEVES, 2000).

Uma linha simples de produção acontece na seguinte ordem:

• Seleção de matérias-graxas;

• Processo e reação de saponificação;

• Lavagem do sabão;

• Refinação do sabão;

• Secagem;

• Resfriamento do sabão;

• Mistura de ingredientes;

• Laminação;

• Extrusão;

• Estampagem;

• Embalagem (NEVES, 2000).

5.1 SELEÇÃO DE MATÉRIAS-GRAXAS

A seleção de matérias-graxas é o inicio do processo e uma das fases mais

importantes, pois determina o tipo, a qualidade do sabão que será fabricado e o

processo que será adotado referente ao tipo de sabão escolhido para

produção.Visando características importantes como dureza, solubilidade em água,

espumação, detergência e capacidade de remoção de sujeiras, as matérias graxas

devem ser escolhidas para uma obtenção favorável destas características

(RITTNER, 1995d).

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5.2 PROCESSO E REAÇÃO DE SAPONIFICAÇÃO

O processo de saponificação acontece depois da seleção das matérias-

graxas, na reação de saponificação o álcali (soda, potassa, etc.), reage com o acido

graxo, produzindo sais sódicos de acido graxo (sabão) e outros compostos tais

como água, glicerol, álcool, etc.

A reação de saponificação é exotérmica, em um processo quente a reação é

completa e acontece quase instantaneamente, ela é formada e uma emulsão óleo

em água (SERDAKOWSKI, 1994).

Em processo a frio a reação acontece através de uma forte agitação e tempo

suficiente para que ocorra a reação, diferente do processo a quente o processo a frio

acontece através da emulsão água em óleo. É importante destacar que é nesta fase

que é determinada a extração e recuperação do glicerol (VILLELA, 1994).

Segue abaixo o processo de saponificação:

Figura. 1 Processo de Saponificação (SOUZA, 2002).

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5.3 LAVAGEM DO SABÃO

O sabão obtido através na reação de saponificação é submetido a processos

de lavagem entre as fases de fabricação ate a etapa final de ajuste ou refinação do

sabão, isso acontece com objetivo de eliminar impurezas e substancias gerado

através da reação de saponificação alem de minimizar os odores e proporcionar um

sabão mais neutro, livre de impurezas (NEVES, 2000).

5.4 REFINAÇÃO DO SABÃO

Para obtenção de um sabão claro, neutro e de ótima qualidade o processo de

refinação e muito importante, neste processo através de decantação, pode-se

separar o sabão em duas fases, sabão claro refinado (neat) e o sabão escuro

(niger), o sabão claro é utilizado na fabricação de sabonetes já o sabão escuro é

utilizado na fabricação de sabão em barra, utilizado mais na limpeza domestica

(SPITZ, 1994).

5.5 RESFRIAMENTO DO SABÃO

O processo de resfriamento no seu inicio tem como objetivo transformar um

sabão fluido para um sabão sólido alem de no decorrer do processo manter o sabão

em uma temperatura adequada para extrusão, mantendo assim qualidade dos

ingredientes adicionados tais como aditivos, corantes e fragrância (RITTNER,

1995d).

5.6 SECAGEM

O processo de secagem também ocorre entre as fases de fabricação ate a

etapa final de ajuste ou refinação do sabão, no processo de refinação o sabão ainda

passa por uma secagem a vácuo passando por um processo de desodorização, este

processo tem como maior objetivo obter uma base com uma umidade desejável para

extrusão e confecção do sabonete, essa umidade desejável fica em uma faixa de

12-16%, essa faixa proporciona uma melhor qualidade e conservação dos

ingredientes incorporados no sabonete (SPITZ, 1994).

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5.7 MISTURA DE INGREDIENTES

O processo de mistura de ingredientes (aditivos, conservantes, corantes,

fragrância, etc.) no sabonete acontece através de diversos processos, o principal

deles é o de amalgamação. O processo de amalgamação, nada mais é como um

processo de amassamento do sabonete, com o objetivo de obter uma mistura mais

homogênea possível, através de uma maquina chamado Sigma duas ou três hélices

em forma de “S” girando em sentidos contrários amassam a base de sabonete ate

obter homogeneidade (SPITZ, 1994).

5.8 LAMINAÇÃO

A laminação acontece depois de a base ser passada pelo Sigma, a mistura se

torna totalmente homogênea quando passado por esse processo além de efetuar

um esforço mecânico adicional, importante para alguns tipos de base, tais como

base glicerinada translúcida, onde ira aumentar sua transparência. Essa mistura é

feita através de rolos cilíndricos que operam em velocidades diferentes, essa

laminação acontece em uma base com umidade em torno de 11-14% é o processo

final antes da extrusão e confecção final do sabonete (RITTNER, 1995e).

5.9 EXTRUSÃO

A extrusão é feita através de um transportador helicoidal de geometria

adequada composto em seu final por um cone de moldagem e um bocal de

moldagem no qual o sabonete sairá em um formato adequado para ser estampado.

O objetivo principal da extrusão é a compactação da base de sabonete, e é

comum a utilização de extrusoras intermediarias com câmaras de vácuo a fim de

aumentar a compactação da massa de sabonete (SPITZ, 1994).

5.10 ESTAMPAGEM

A estampagem da à forma final ao sabonete e efetuar impressões no

sabonete, essa base vem extrudada e é cortada em tamanhos pré-definidos e

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estampado em formatos determinados por moldes, seu objetivo é proporcionar a

beleza no formato do sabonete (SPITZ, 1994).

5.11 EMBALAGEM

Por envolver diversos aspectos peculiares de natureza técnica, comercial e

psicológico, a embalagem em seu aspecto, forma e beleza são associadas pelo

consumido à qualidade do produto, alem desse atrativo comercial, a qualidade da

embalagem influencia na estabilidade e na vida útil do produto. Cada embalagem

deve ser considerada e especificada especialmente para o produto que ela ira

acondicionar (SPITZ, 1994).

As embalagens são compostas por:

• Envoltórios de papel;

• Cartucho de cartolina;

• Embalagens especiais (celofane, plástico retrátil, etc.) (SPITZ, 1994).

Essas embalagens têm como finalidade técnica evitar:

• Contaminação por agentes externos;

• Oxidação;

• Descoloração;

• Perda de umidade e perfume;

• Danos físicos;

• Formação de mofos (RITTNER, 1995e).

E para isso é necessário que a embalagem atenda os requisitos técnicos como:

• Espessura;

• Resistência;

• Ruptura;

• Resistência a abrasão;

• Uniformidade de cores;

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• Resistência de fechamento;

• Permeabilidade à água, óleos e perfumes.

• Reação química com o produto;

• Comportamentos na exposição em prateleiras de comercialização alem de

muitos outros (SPITZ, 1994).

6. TIPOS DE SABONETES

Hoje em dia para atender um consumidor cada vez mais exigente, sofisticado

e a cultura globalizada foi necessário mudanças adaptações no mercado de

sabonetes. Essas mudanças originaram categorias de sabonetes para determinados

usos, visando atender um tipo ou classe de consumidor específico. Essas categorias

são divididas em características funcionais, físicas e pessoais, como:

• Gênero

• Faixa etária

• Estilos (Esportivos, tradicional, clássica, etc...)

• Tratamento corporal (Esfoliante, Peeling, etc...)

• Etnia

• Dermatológico (MCGEE, 1994).

As marcas de sabonete do mercado mundial se posicionam nessas

categorias citadas abaixo:

Figura 2. Posicionamento das marcas (SOUZA, 2002).

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6.1 SKIN CARE

Marcas com melhor efeito sensorial, com benefício de hidratação suportada

por tecnologia, ex: combinados sabão + sintéticos, com creme hidratante (SOUZA,

2002), mostradas nas figuras 3 e 4.

Figura 3: Sabonete Skin Care (SABONETE, 2007).

Figura 4: Sabonete Skin Care (SABONETE, 2007).

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6.2 BEAUTY

Explora benefício para pele, com ingredientes e variantes de tipo de pele

(MCGEE, 1994), apresentada na figura 5.

Figura. 5: Sabonete Beauty (SABONETE BEAUTY, 2007).

6.3 FAMILY

Marcas que concorrem num segmento de preço mais baixo, com conceito de

sabonete para toda a família (SOUZA, 2002), demonstrada na figura 6.

Figura. 6: Sabonete Family (SABONETE FAMILY, 2007).

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6.4 PERFUME

A fragrância é a identidade da marca, com variantes bem diferenciadas

olfativamente (MCGEE, 1994), mostrada na figura 7.

Figura. 7: Sabonete de perfumação (SABONETE DE PERFUMAÇÃO, 2007).

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6.5 DEOFRESHNESS

Conceito de refrescância, podendo ser acompanhado de apelo desodorante

(SOUZA,2002), demonstrada nas figuras 8 e 9.

Figura. 8: Sabonete Deofreshness (SABONETE FRESH, 2005).

Figura. 9: Sabonete Deofreshness (SABONETE FRESH, 2005b).

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6.6 ANTIBACTERIANO

Marcas com adição de ingredientes com propriedades bactericidas, conceito

de proteção (MCGEE, 1994), apresentada nas figuras 10 e 11.

Figura. 10: Sabonete Antibacteriano (SABONETE PROTEX, 2007).

Figura. 11: Sabonete Antibacteriano (SABONETE PROTEX, 2007b).

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6.7 BABY

Segmento infantil (SOUZA, 2002), Mostrada nas figuras 12 e 13.

Figura. 12: Sabonete baby (SABONETE BABY, 2007).

Figura. 13: Sabonete baby (SABONETE BABY, 2007b).

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III. CONCLUSÃO

Na finalização deste trabalho podemos concluir que cada vez mais a

tecnologia esta voltada para parte sensorial onde as incorporações de novos aditivos

de origem natural ou sintética buscam atender o consumidor cada vez mais

preocupado com o cuidado da pele.

A tecnologia voltada à parte de fabricação busca sempre uma melhoria

continua tendo o controle completo de qualidade do produto, proporcionando a

empresa uma relação custo – benefício vantajoso agregando com a satisfação do

consumidor.

As novas tecnologias para sabonetes têm a finalidade de atingir o consumidor

com necessidades pessoais e específicas ampliando e diversificando o mercado

mundial de sabonetes.

Portanto a tecnologia não está voltada somente para reduzir o custo do

produto e deixá-lo mais acessível ao consumidor mas também para atendê-lo em

suas necessidades funcionais e pessoais de cuidados com a pele e higiene pessoal.

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IV. REFERÊNCIAS BLOISE, I. M. Óleos vegetais e especialidades da floresta amazônica. Cosmetics & Toiletries, São Paulo, v.15, p.46-49, set/out. 2003. Edição em português. BRASIL. Resolução nº 481, de 23 de setembro de 1999. Estabelece os parâmetros de controle microbiológico para os produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes conforme o anexo desta resolução. Disponível em: <http://e-legis.bvs.br/leisref/public/showAct.php?id=259 >acesso em 15 de set. 1999.

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