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  • São Paulo, 2017

    2ª capa CMYKCMYK

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  • OUTLOOK FIESP 2027

    Dados Internacionais de Catalogação na PublicaçãoDIVISÃO DE BIBLIOTECA - DIBD/ESALQ/USP

    Federação das Indústrias do Estado de São Paulo Outlook Fiesp 2027: projeções para o agronegócio brasileiro / Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.- São Paulo: FIESP, 2017.

    86 p. : il.

    ISBN: 978-85-7201-029-0 1. Agronegócio 2. Projeções 3. Economia 4. Fertilizantes 5. Crédito rural 6. Economia Agrícola 7. Área plantada 8. Produção 9. Consumo doméstico 10. Exportação 11. Uso da terra I. Título

    CDD 338.13 F293o

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  • PROJEÇÕES PARA O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

    PresidentePaulo Skaf

    DEPARTAMENTO DO AGRONEGÓCIO

    Diretor TitularMario Sergio Cutait

    DiretoresDivisão de Insumos: Welles Clovis PascoalDivisão de Produtos de Origem Vegetal: Laerte MoraesDivisão de Produtos de Origem Animal: Francisco Sérgio TurraDivisão de Nozes e Castanhas: José Eduardo Mendes de Camargo

    GerenteAntonio Carlos P. Costa

    Equipe TécnicaAnderson dos SantosFabiana C. FontanaGregory Honczar

    CONSULTORIA MB AGRO

    DiretorAlexandre Mendonça de BarrosJosé Carlos Hausknecht

    Equipe TécnicaAna Laura MenegattiCesar de Castro AlvesEduardo PessinaFrancisco QueirozRenata Marconato

    Federação das Indústrias do Estado de São PauloDepartamento do Agronegócio – DEAGRO

    Av. Paulista, 1.313, 5º andarCEP: 01311-923 – São Paulo – SP

    [email protected]

    Projeto Gráfico e Diagramação: Studio MRKRevisão: Hassan AyoubImpressão: Gráfica HRosa fiesp.com.br/outlook

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  • OUTLOOK FIESP 2027

    O cenário brasileiro para 2018 é de retomada mais consistente da economia. O desemprego

    deve cair e a taxa básica de juros tende a ficar em patamar historicamente baixo. No curto

    prazo, o setor de alimentos estará entre os mais beneficiados pela recuperação do poder

    de compra da população, com impacto positivo no consumo de produtos que dependem

    mais do mercado interno. É o caso das proteínas animais, como as carnes e os derivados

    do leite, e também dos alimentos mais elaborados.

    Em prazo mais longo, as reformas estruturais já feitas e as que ainda virão darão

    maior eficiência ao Estado e abrirão caminho para implementar políticas públicas

    mais eficazes. A agrícola, por exemplo, poderá iniciar sua migração para um modelo

    mais robusto. Com novos cortes na taxa básica de juros – e sua permanência em nível

    adequado –, o custo do governo para a equalização do crédito rural tenderá a cair, o que

    abrirá espaço para finalmente haver um seguro de renda.

    Só que, neste cenário, o real tende a ficar mais valorizado em relação ao dólar, o que

    deve significar margens apertadas aos produtores, como ocorreu em 2017, exigindo

    investimentos cada vez maiores em tecnologia e gestão. Vale ressaltar que são os ganhos

    de produtividade que permitirão os aumentos futuros de safra.

    Com a economia nos trilhos, teremos condições de avançar, com foco nos debates sobre

    a resolução dos grandes problemas e no aprimoramento de segmentos-chave para o

    desenvolvimento da nossa sociedade.

    O Outlook Fiesp 2027 mostra que o agronegócio brasileiro, responsável em grande parte

    pelo início da recuperação econômica em 2017, continuará, certamente, como um dos

    protagonistas do Brasil que queremos ser.

    CARTA DE APRESENTAÇÃO

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  • PROJEÇÕES PARA O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

    Se o ritmo de crescimento da produção e das exportações será inferior ao dos últimos

    dez anos, o desempenho será significativamente superior ao restante do mundo para a

    maioria dos produtos analisados, aumentando ainda mais a presença internacional dos

    alimentos, fibras e energia produzidos no País.

    Dessa maneira, o agronegócio brasileiro terá, ao longo da próxima década, um papel

    cada vez mais importante no cenário internacional, contribuindo de forma decisiva para

    a garantia da segurança alimentar global.

    Boa leitura a todos!

    Paulo Skaf

    Presidente

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  • OUTLOOK FIESP 2027

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    Resultados das Projeções

    1. Considerações sobre as Projeções(Notas Metodológicas)

    10

    2. A Macroeconomia Brasileirae os Desafios para 2018

    3. O Cenário Macroeconômico no Brasile seus reflexos no Agronegócio 16

    4. Algodão...........................................................................................20

    5. Arroz.................................................................................................

    .....................................

    ...........................................

    13...........................................................

    24

    6. Café....................................................................................................28

    7. Cana-de-açúcar, Açúcar e Etanol......................................32

    8. Celulose...........................................................................................37

    9. Feijão.................................................................................................41

    10. Milho..................................................................................................44

    11. Soja: Grão, Farelo e Óleo.......................................................47

    12. Suco de Laranja........................................................................... 51

    13. Trigo..................................................................................................55

    14. Carne Bovina................................................................................59

    15. Carne de Frango e Ovos.........................................................64

    16. Carne Suína....................................................................................68

    17. Lácteos.............................................................................................72

    18. Piscicultura.....................................................................................76

    19. Fertilizantes...................................................................................78

    20. Uso da Terra..................................................................................82

    Í N D I C E

    PRODUTOS DE ORIGEM VEGETAL

    FERTILIZANTES

    PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL

  • PROJEÇÕES PARA O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

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    Resultados das Projeções

    1. Considerações sobre as Projeções(Notas Metodológicas)

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    2. A Macroeconomia Brasileirae os Desafios para 2018

    3. O Cenário Macroeconômico no Brasile seus reflexos no Agronegócio 16

    4. Algodão...........................................................................................20

    5. Arroz.................................................................................................

    .....................................

    ...........................................

    13...........................................................

    24

    6. Café....................................................................................................28

    7. Cana-de-açúcar, Açúcar e Etanol......................................32

    8. Celulose...........................................................................................37

    9. Feijão.................................................................................................41

    10. Milho..................................................................................................44

    11. Soja: Grão, Farelo e Óleo.......................................................47

    12. Suco de Laranja........................................................................... 51

    13. Trigo..................................................................................................55

    14. Carne Bovina................................................................................59

    15. Carne de Frango e Ovos.........................................................64

    16. Carne Suína....................................................................................68

    17. Lácteos.............................................................................................72

    18. Piscicultura.....................................................................................76

    19. Fertilizantes...................................................................................78

    20. Uso da Terra..................................................................................82

  • OUTLOOK FIESP 2027

    Nesta edição do Outlook Fiesp, o cenário foi marcado pela grande variação entre as safras 2015/2016 e 2016/2017. Na primeira,

    as baixas produtividades tanto da soja quanto, principalmente, de milho, provocaram escassez no mercado interno. No caso

    do milho, os preços explodiram, prejudicando as cadeias das carnes.

    Na safra 2016/2017, a oferta foi abundante, fruto das excelentes produtividades em praticamente todas as principais regiões

    produtivas do País, que proporcionaram uma safra recorde. Também tivemos boas produtividades em outros países

    importantes, como os EUA, o que pressionou para baixo os preços internacionais. Da mesma forma, no açúcar, passamos de

    cotações recordes em 2016 para um cenário de preços mais baixos em 2017. A valorização da moeda brasileira em relação

    ao dólar também não contribuiu para uma melhor precificação dos produtos agrícolas.

    Apesar do risco climático inerente ao setor, projetamos um cenário de menor volatilidade externa nos mercados agrícolas,

    após uma estabilização dos preços das commodities em geral. No mercado interno entendemos que, apesar do risco político

    devido às incertezas quanto as eleições de 2018, trabalhamos com um cenário de retomada do crescimento econômico.

    Nesse sentido, a eventual escolha de um presidente que não dê continuidade às reformas econômicas implementadas

    constitui um risco considerável ao cenário macroeconômico, prejudicando a retomada definitiva do crescimento econômico

    do País, com consequências para as estimativas aqui apresentadas.

    Mesmo com um horizonte previsto de menor volatilidade, com a retomada da política econômica adequada e voltada ao

    crescimento sustentado, muitas incertezas continuam presentes e permeiam o universo das projeções, adicionando um

    grau maior de dificuldade no exercício aqui desenvolvido de prever o futuro.

    As estimativas de crescimento mundial e nacional determinam a demanda pelos produtos agropecuários e as variações

    cambiais trazem mudanças na competitividade do setor. Além disso, a crise econômica acaba afetando outras variáveis,

    como a disponibilidade de crédito e o endividamento das empresas, com efeitos significativos sobre o agronegócio.

    CONSIDERAÇÕESSOBRE AS PROJEÇÕES

    (Notas Metodológicas)

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  • PROJEÇÕES PARA O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

    Utilizamos como cenário-base a perspectiva de que o momento mais turbulento da economia já passou e que o ajuste

    macroeconômico ocorrido até aqui permitirá uma retomada mais consistente do crescimento a partir de 2018. Consideramos

    também que não haverá interrupção abrupta do crescimento mundial e que, apesar da desaceleração dos países emergentes,

    a demanda por alimentos seguirá aquecida, mesmo que em taxas inferiores às observadas nos últimos anos.

    No mais, o Outlook Fiesp tem o intuito de trazer elementos para discussões acerca dos diversos setores envolvidos com o

    agronegócio e, com isso, auxiliar a identificação de gargalos e a elaboração de propostas para o futuro do setor, possibilitando

    antever as ações necessárias diante do crescimento esperado.

    O modelo, aperfeiçoado ao longo dos últimos anos, estabelece um balanço de oferta e demanda mundial que mantenha

    consistência entre as principais economias produtoras e consumidoras de alimentos do mundo. A consistência é avaliada a

    partir das relações estoque/uso que devem manter o mercado estabilizado no longo prazo.

    O modelo de projeção da produção brasileira, no caso das commodities consideradas, parte de um balanço mundial da

    produção e consumo de alimentos, no qual a demanda de cada país é estabelecida a partir das expectativas de aumento da

    população e do crescimento da renda per capita, combinados às elasticidades-renda dos alimentos em cada um dos países.

    As previsões de renda utilizadas são as divulgadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e da população, pela Organização

    das Nações Unidas (ONU). No caso brasileiro, as estimativas de crescimento da economia foram feitas pela MB Associados,

    com base em seu modelo macroeconômico de consistência para o País.

    Do ponto de vista da oferta, a produção de alimentos é estimada com base na tendência da produtividade e da área disponível

    em cada um dos principais produtores. O Brasil é variável-chave para o fechamento do balanço internacional, dado que é

    uma das poucas regiões em que ainda é possível obter ganhos de produtividade, aliados ao aumento da área agrícola,

    ao contrário, por exemplo, dos EUA, onde a produção só pode crescer a partir de ganhos restritos de produtividade ou de

    menor produção de uma determinada commodity em detrimento de outra, pelo remanejamento de uma área produtiva

    relativamente fixa.

    Obtida a produção brasileira necessária para que a relação estoque/consumo mundial se mantenha em um patamar em que

    os preços justifiquem o crescimento da oferta global, as áreas demandadas para alcançar tais produções são estimadas a

    partir da curva projetada de produtividade para cada uma das commodities agrícolas em cada uma das regiões brasileiras.

    Uma peculiaridade no caso do etanol é que o consumo interno brasileiro é derivado de um modelo de crescimento e

    depreciação da frota de veículos em função do PIB, tendo como variável exógena a participação dos veículos Flex Fuel nas

    vendas totais.

    Para a celulose, a demanda por áreas plantadas com florestas vem dos novos investimentos em fábricas programados pelo

    setor, que, no longo prazo, atendam à demanda para exportação e para o mercado interno da celulose produzida no País.

    As áreas e as produtividades esperadas são as variáveis de entrada no modelo de demanda de fertilizantes da agricultura

    brasileira. Associando essa produtividade com a curva de resposta à adubação, estabelece-se a necessidade de NPK por

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  • OUTLOOK FIESP 2027

    hectare para cada cultura. Multiplicando a área total de cada cultura pela necessidade desse NPK, chega-se ao consumo de

    NPK para as lavouras. Adicionando a esse consumo o de fertilizantes para as pastagens, o reflorestamento e a adubação de

    base para abertura de novas áreas, totaliza-se a demanda total de NPK para o Brasil até 2027.

    A partir dos projetos de investimento no aumento da capacidade instalada de produção de fertilizantes no País, estima-se

    a oferta doméstica futura de nutrientes, tendo como pressuposto um nível histórico de utilização da capacidade instalada.

    Com a oferta desses nutrientes por região, o balanço entre demanda e oferta é calculado, obtendo-se a necessidade de

    importação em 2027.

    Como a maior parte dos projetos de novas plantas de fertilizantes está suspensa ou foi postergada, nesta edição optamos

    por elaborar apenas um cenário de oferta para o setor. Nesse cenário, consideramos apenas as plantas em processo de

    instalação e, com isso, existe um aumento significativo da dependência externa no suprimento da necessidade brasileira de

    fertilizantes no horizonte projetado.

    Vale ressaltar, como observação para todo este trabalho, que as projeções adotam pressupostos que podem ser modificados

    ao longo do período considerado: eventos climáticos mais severos, abertura de novos mercados, modificação de status

    sanitário e redução ou aumento do protecionismo internacional são apenas algumas das variáveis que podem afetar as

    expectativas para determinado produto.

    Em alguns produtos como o arroz, feijão, trigo e leite, a produção é primordialmente direcionada pela demanda do mercado

    doméstico, dado que, para estes o País não se configura como grande player no mercado internacional.

    Devido à possibilidade de alteração nas estimativas em razão dos fatores de risco inerentes ao setor agrícola ou a mudança

    nas expectativas macroeconômicas, a partir desta edição as previsões serão revisadas de forma periódica ao longo do

    ano ou caso algum evento mais relevante signifique uma modificação importante das perspectivas para as commodities

    analisadas. As atualizações realizadas poderão ser acompanhadas através do endereço: www.fiesp.com.br/outlook.

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  • PROJEÇÕES PARA O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

    A MACROECONOMIA BRASILEIRAE OS DESAFIOS PARA 2018

    São três as perguntas que influenciarão a trajetória da produção agropecuária brasileira na próxima década. A macroeconomia

    nacional se encontrará em um ponto de clivagem a partir de 2018? O modelo agrícola brasileiro deverá se alterar nos

    próximos anos, em função do modelo macroeconômico que desenhará o desenvolvimento do País? Há uma nova revolução

    tecnológica em curso na agricultura? As respostas a essas três perguntas delinearão o futuro da área plantada, da produção

    e da produtividade agrícola na próxima década.

    É fato que 2018 projeta uma encruzilhada para a economia brasileira. Houve uma mudança expressiva no modelo

    macroeconômico adotado pelo País a partir da troca presidencial ocorrida em meados de 2016. A volta do tripé

    macroeconômico adotado no início da década passada, ou seja, câmbio flutuante, meta de inflação e equilíbrio fiscal,

    alterou a rota da política econômica e dos principais preços da economia.

    A aceitação do diagnóstico, pelo governo atual, de que o principal desafio macroeconômico do País é a recuperação das

    contas públicas mudou substancialmente o direcionamento das ações por parte do Executivo Federal. A política econômica

    transparente adotada tanto pelo Ministério da Fazenda quanto pelo Banco Central estabeleceu novas bases para os

    investidores avaliarem o risco do País, embora tenha tornado claro que o tamanho do rombo fiscal exige um grande esforço

    para recolocar as contas públicas novamente em uma trajetória de equilíbrio.

    Em novembro de 2016, o governo conseguiu aprovar uma lei que limita, para a próxima década, os seus próprios gastos

    reais (descontada a inflação) ao que se gastou no ano anterior. Assim, espera-se que, conforme a economia volte a crescer e,

    com isso, a arrecadação se recupere, o tamanho do Estado como participação do PIB se reduzirá com o tempo. A sobra de

    recursos arrecadados permitirá reduzir progressivamente a dívida pública, que em um curto espaço de tempo saltou de 56%

    com relação ao PIB em 2013, para números próximos a 80% em 2017 e 2018.

    É certo que a redução das taxas de juro que já se iniciou em 2017 ajudará a recompor a equação fiscal. A taxa básica de juros

    em 2016 encontrava-se em 14,25%. Espera-se que no fim de 2017 ela alcance níveis ao redor de 7%, o que representaria

    importante elemento para a redução do déficit nominal do governo.

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  • OUTLOOK FIESP 2027

    A queda nas taxas de juro tem o duplo efeito de acelerar a recuperação econômica e, com ela, a arrecadação, ao mesmo

    tempo que diminui sobremaneira o pagamento de juros por parte do setor público. Nota-se, nesse ponto, o quão relevante

    para a recuperação do equilíbrio fiscal é a continuidade da política econômica no sentido de dar consistência à manutenção

    de juros baixos na economia.

    No campo fiscal, contudo, há um elemento central que ainda precisa ser corrigido, que é grande o suficiente para

    desestabilizar a promissora recuperação fiscal. Já está claro às lideranças do País que é preciso promover uma reforma na

    Previdência Social, posto que o crescente déficit oriundo dessa conta torna impossível manter a regra de teto do gasto real

    do poder público.

    O governo atual propôs rever as regras da Previdência, mas a conturbada situação política impediu que a pauta fosse votada

    em 2017. As lideranças legislativas seguem prometendo que o tema será levado a votação até o início de 2018, embora,

    provavelmente, fique restrito apenas ao limite da idade mínima para a aposentadoria.

    Seja como for, é bom ter presente para os cenários construídos para o Outlook Fiesp, que o divisor de águas que diferencia

    os cenários de médio prazo será o resultado da eleição presidencial de 2018 e a agenda a ser seguida pelo presidente eleito.

    Caso a pauta seja a continuidade das reformas econômicas, é possível ver um ciclo de recuperação com crescimento do PIB,

    juros baixos, inflação contida e progressiva melhora da situação fiscal do País. Caso a agenda retorne aos marcos populistas

    anteriores, é provável que o Brasil siga na direção oposta em relação a todos esses indicadores.

    Há boa chance de o País entrar em uma década de crescimento econômico, caso a agenda reformista persista. O momento

    é raro na história econômica brasileira. A profunda recessão que marcou o período de 2014 a 2016 dá claros sinais de se

    encerrar em 2017. As projeções indicam que o PIB deve crescer entre 0,7% e 1% em 2017 e de 3% a 4% em 2018. A taxa de

    desemprego segue alta, mas já começou a cair no segundo semestre de 2017 e desenha-se, para 2018, a continuidade dessa

    queda.

    É interessante notar que a recuperação econômica ocorre em um momento de baixa inflação. As principais fontes que

    projetam o indicador sinalizam para porcentuais inferiores a 3% em 2017 e para algo ao redor de 4% em 2018. A queda

    dos índices de preços foi muito sustentada pela excepcional safra agrícola colhida em 2017, mas é fato que está em curso a

    quebra da inércia inflacionária, que transbordou para o setor de serviços e para os salários.

    É matéria bem conhecida a questão da inércia inflacionária em um país em que diversos preços são indexados à inflação

    passada. Por ser um preço macroeconômico central, a indexação dos salários tende a manter a espiral preço-salário

    relativamente ativa. A alta da inflação é repassada aos salários futuros, o que mantém a demanda em alta e, com ela, a

    inflação. A indexação generalizada de preços acaba por exigir da política monetária juros relativamente elevados.

    Assim, o momento atual de queda da inflação constitui oportunidade rara para trazer a economia para um equilíbrio de

    preços e juros em patamares baixos. Esse equilíbrio pode ser mantido no médio prazo, caso a política econômica siga a

    trajetória consistente adotada atualmente.

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  • PROJEÇÕES PARA O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

    Há, ainda, outro elemento raro na história do Brasil, que é o excepcional equilíbrio nas contas externas do País. O ano de

    2017 deve marcar um saldo recorde na balança comercial, da ordem de US$ 71 bilhões, forte o suficiente para trazer as

    transações correntes para um superávit de cerca de US$ 12 bilhões. O saldo positivo na conta corrente contará ainda com

    cerca de US$ 85 bilhões de Investimentos Externos Diretos (IED), o que sinaliza excelente oferta de dólares e a manutenção

    da força relativa da moeda brasileira. Vale notar adicionalmente que o nível de reservas externas é da ordem de US$ 380

    bilhões, o que configura quadro de muita estabilidade nas contas brasileiras.

    O excelente equilíbrio externo permite que o País não repita momentos do passado, nos quais o quadro internacional

    acabava por tornar a recuperação econômica limitada. Crises políticas como a atualmente vivida afetavam a moeda, uma

    vez que a falta de reservas promovia fortes desvalorizações do real.

    A desvalorização da moeda afetava a inflação, o que gerava elevação das taxas de juro e consequente interrupção da

    recuperação econômica, que, por sua vez, tende a agravar o quadro político. A instabilidade externa acabava por se traduzir

    em instabilidade interna. Eis, pois, que o atual momento de grande equilíbrio externo permite imaginar que, caso o País siga

    a trajetória de reformas estruturantes, o crescimento poderá ser duradouro.

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  • OUTLOOK FIESP 2027

    São várias as implicações dos diferentes cenários macroeconômicos para o agronegócio brasileiro, a partir das eleições de

    2018. Caso a agenda reformista siga adiante, é possível imaginar um quadro de baixas taxas de juro, relevante recuperação

    do poder de consumo interno, decorrente do aumento da renda, da melhora do emprego e de uma moeda relativamente

    mais forte. Caso a agenda populista retorne em um novo governo, provavelmente o inverso se dará, como já mencionado:

    juros mais elevados, real desvalorizado e menor dinamismo do mercado interno.

    Tomando por base o cenário de continuidade das reformas econômicas, é provável que o modelo de política agrícola

    brasileiro se altere de maneira relevante. É fato que o principal eixo da política pública para a agricultura, nas duas últimas

    décadas, foi o crédito rural. Com o passar do tempo, as políticas de intervenção de preços e a gestão de estoques públicos

    de alimentos foram perdendo força, restando a política de crédito rural como eixo central da política agrícola.

    Ensaiou-se uma mudança relativa do programa de seguro rural, mas nos últimos quatro anos houve retrocesso em suas

    metas. Novamente coube ao crédito a compensação pela redução nas demais políticas. Não há dúvida de que o acesso

    ao crédito, a taxas relativamente baixas para os padrões brasileiros, constitui um dos elementos centrais da capacidade da

    agricultura brasileira se expandir. Os estudos de crescimento da agricultura atestam que a correlação entre o crédito e a

    produção, produtividade e área plantada é muito grande.

    Em poucas palavras, o crédito é um fator de produção tão relevante quanto a terra, o fertilizante ou a máquina agrícola.

    Dessa maneira, seria impensável a expansão do agronegócio brasileiro sem a política de crédito rural que norteou a política

    agrícola nacional.

    Não obstante seu papel central em relação ao agronegócio nacional, é fato que, pela primeira vez na história brasileira, a taxa

    de juros da economia (Selic) encerrará o ano abaixo da taxa de juros básica de 8,5% adotada pelo Plano Safra de 2017/2018.

    O CENÁRIO MACROECONÔMICONO BRASIL E SEUS REFLEXOS

    NO AGRONEGÓCIO

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    16

  • PROJEÇÕES PARA O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

    As discussões em torno da reformulação da política de crédito rural sugerem que a ideia de um maior alinhamento entre

    a taxa Selic e os juros do crédito rural pode vir a ocorrer a partir do Plano Safra de 2018/2019, o que reduziria o custo do

    governo para equalização das taxas de juro do crédito rural.

    O modelo agrícola seria então calibrado na direção de uma maior priorização do seguro rural como política de garantia

    de renda ao produtor. Esse novo desenho da política agrícola brasileira somente será possível caso a economia entre no

    círculo virtuoso de crescimento econômico, com inflação e juro estruturalmente baixos e progressiva redução do tamanho

    do Estado.

    Este cenário abre a possibilidade do setor privado potencializar a captação de recursos no mercado a juros livres, por meio

    de operações com diferentes papéis do agronegócio. Ressalta-se a importância da manutenção da vantagem tributária

    desses papéis, para que o mercado privado de crédito voltado ao agronegócio se consolide.

    É importante notar que muitas das empresas e cooperativas do agronegócio não desenvolveram ainda governança para

    se apresentar ao mercado, a fim de captar recursos. Dessa forma, as vantagens tributárias são relevantes para preparar o

    caminho para a ampliação das captações privadas de crédito.

    No curto prazo, o cenário básico tende a favorecer os produtos nos quais o mercado interno tem maior peso no consumo.

    A continuidade da agenda reformista tende a manter o real forte, o que segura os preços das commodities em reais nos

    patamares atuais. Alguns produtos, cuja participação brasileira no mercado internacional não é grande o suficiente para

    influenciar os preços externos, sofrerão as consequências da moeda forte. A soja, o milho e o algodão enquadram-se

    nessa categoria.

    Outros produtos, contudo, como o açúcar, o café e o suco de laranja não sentirão tanto o efeito da valorização do real,

    posto que seus preços internacionais tendem a subir em dólares com o fortalecimento da moeda nacional, dada a alta

    participação das exportações brasileiras no mercado mundial. Na verdade, para essas culturas, esse cenário tende a

    manter os insumos com preços mais baixos, além de promover a desalavancagem das empresas que detêm dívidas

    cotadas em dólares. Nesse sentido, as margens podem melhorar.

    O cenário de recuperação do consumo interno, associado a preços relativamente mais baixos de grãos, ajuda a cadeia da

    pecuária, especialmente de aves, suínos, leite e ovos. É sempre bom ter presente que o consumo per capita de proteína

    animal caiu consideravelmente com a recessão vivida pelo País nos últimos três anos. A queda de quase 10% na renda do

    brasileiro teve efeito expressivo sobre o consumo interno de alimentos, principalmente os de maior elasticidade na renda.

    Resta, por fim, falar acerca do padrão tecnológico no campo. Já se vai quase uma década, desde quando os preços dos

    alimentos inverteram sua tendência secular de queda. Foi no biênio 2007/2008 que os preços agrícolas começaram a subir,

    surpreendendo o mundo.

    A inflação agrícola passou a ser assunto de destaque em todos os países, em especial naqueles importadores de alimentos.

    A história da agricultura mostrou que a resposta da humanidade à escassez foi criar formas de combinar insumos para elevar

    a produtividade agrícola. Não está sendo diferente no choque atual.

    17

  • OUTLOOK FIESP 2027

    A inteligência humana tem trabalhado no sentido de desenvolver sementes mais produtivas, resistentes às pragas ou mais

    tolerantes à seca. Diversas empresas de fertilizantes ampliaram seus investimentos em maior capacidade produtiva e em

    produtos com menores perdas, que combinam nutrientes no grão, com nanotecnologia etc.

    As máquinas agrícolas passaram a embarcar informações georreferenciadas que, combinadas ao sensoriamento remoto,

    permitem uma gestão aprimorada do sistema produtivo. A revolução na tecnologia da informação chega ao campo. O uso

    de “big data” para análise e predição de sistemas agropecuários permitirá novo impulso da produtividade. O amálgama de

    todas essas novas tecnologias resultará em expressivos ganhos de produtividade.

    As excelentes safras colhidas no Brasil e no mundo nos últimos anos seriam resultado do clima perfeito, das novas tecnologias

    ou de ambos os fatores? Provavelmente, de ambos, mas é cedo para responder. Entretanto, não há dúvida de que está em

    curso uma nova revolução agrícola, que afetará as estimativas de produtividade da próxima década.

    18

  • PROJEÇÕES PARA O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

    19

  • OUTLOOK FIESP 2027

    ALGODÃO

    A safra 2016/2017 marcou uma redução da área de algodão no Brasil, em comparação ao período anterior, como reflexo de

    dois fatores principais: a retração dos preços no mercado mundial e a menor disponibilidade de crédito no País.

    A retração nas cotações foi resultado da mudança da estratégia da China para o produto, que na safra 2015/2016 reduziu pela

    primeira vez os seus estoques expressivamente, que vinham sendo acumulados de forma agressiva desde a safra 2011/2012.

    Essa modificação foi acompanhada por quedas nas importações e na produção daquele país, o que levou o preço da fibra a

    alcançar níveis muito baixos em 2016.

    Quanto ao crédito, a crise econômica impactou diretamente a disponibilidade e a tomada de recursos pelos produtores.

    Como o custo de produção do hectare de algodão é significativamente maior comparado a outras culturas, como milho e

    soja, e a redução da tecnologia empregada no cultivo não é possível, é comum ocorrer a retração da área plantada em anos

    de escassez de crédito.

    Porém, vale destacar uma dicotomia no comportamento de área entre as diferentes regiões produtoras. Nos últimos anos,

    o MAPITOBA1 teve consecutivas quebras de safra, devido ao clima. A seca impactou gravemente a produção e a economia

    agrícola local. Como consequência, tanto o produtor de algodão quanto o das demais culturas tiveram seu endividamento

    elevado, o que dificultou a obtenção de financiamento. Logo, a menor disponibilidade de crédito foi agravada pela situação

    da região. Por outro lado, no Centro-Oeste, houve um pequeno incremento de área que compensou parte da redução do

    Nordeste.

    De qualquer forma, o clima na safra 2016/2017 foi quase perfeito e proporcionou produtividades muito elevadas, além de

    beneficiar a qualidade da fibra. Essa situação, aliada a uma maior firmeza dos preços no mercado mundial, propiciou ótimos

    resultados para os produtores, o que foi especialmente importante para o MAPITOBA, pois foram melhoradas suas condições

    financeiras em contraponto aos últimos anos.

    Para a safra 2017/2018, teremos um cenário diferente em relação ao ciclo anterior: é esperado um aumento da área semeada

    e da produção tanto no Brasil quanto no mundo, pois os preços no mercado internacional ofereceram boas oportunidades de

    1 MAPITOBA: Região que inclui partes dos estados do Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia.

    4

    20

  • PROJEÇÕES PARA O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

    travamento antecipado. Outro fator que favorece a recuperação nacional de área plantada é a redução do custo de produção,

    especialmente dos fertilizantes e defensivos.

    Esse cenário de incremento da oferta global, de cerca de 13% segundo o USDA, versus uma expectativa de crescimento do

    consumo de apenas 4%, apontaria naturalmente para uma tendência de redução dos preços internacionais, até porque não é

    esperada uma pressão compradora na China para 2018, que dará seguimento à forte utilização de seus estoques.

    Por outro lado, a recuperação das cotações do petróleo, que encarece a produção de fibras sintéticas, ao mesmo tempo

    favorece a aquisição de fibras naturais, o que deverá manter os preços equilibrados e próximos à média de 2017.

    Apesar de a perspectiva para 2018 ser de clima favorável para todo o Brasil e de não haver quebras previstas para o MAPITOBA,

    é esperado um crescimento maior no Centro-Oeste do que nas regiões Norte e Nordeste. Esse descompasso de área entre as

    regiões ainda deve se manter no horizonte das projeções e a recuperação do cultivo seguirá uma dinâmica mais lenta nos

    estados mais afetados pela seca recente.

    21

  • OUTLOOK FIESP 2027

    Variação entre 2016/17 a 2026/27

    Produção, Área e Produtividade Brasileira do Algodão

    Consumo Doméstico e Exportação Líquida de Algodão

    Consumo doméstico

    26%

    Exportação líquida

    60%

    Participação Regional na Produção de Algodão

    Nota:* A soma das participações, quando maiores/menores que 100%, é explicada pelo sistema de arredondamento. Fonte: Outlook Fiesp Elaboração: FIESP/DEAGRO e MBAGRO

    Produção

    46%

    Área Plantada

    38%

    Produtividade

    6% Pro

    duçã

    o (1

    000

    t) e

    Área

    (100

    0 ha

    )10

    00 t

    Prod

    utiv

    idad

    e (k

    g/ha

    )

    Produção Área Produtividade

    -

    200

    400

    600

    800

    1.000

    1.200

    1.400

    2016/17 2026/27

    Consumo doméstico Exportação líquida

    2026/27Produção Total: 2,2 Milhões de Toneladas

    2016/17Produção Total: 1,5 Milhão de Toneladas

    Participação*:

    Norte 0%

    Nordeste 26%

    Sudeste 2%

    Sul 0%

    Centro-Oeste 72%

    Participação*:

    Norte 1%

    Nordeste 29%

    Sudeste 2%

    Sul 0%

    Centro-Oeste 69%

    1.560

    1.600

    1.640

    1.680

    1.720

    1.760

    -

    500

    1.000

    1.500

    2.000

    2.500

    2016/17 2026/27

    22

  • PROJEÇÕES PARA O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

    1,3 MILHÃOde toneladas líquidas exportadas

    em 2026/2027*

    Fonte : Outlook Fiesp Elaboração: FIESP/DEAGRO e MBAGRONotas: *Comparativo entre as safras 2016/2017 e 2026/2027 - Projeção de 10 anos. ** A soma das participações, quando maiores/menores que 100%, é explicada pelo sistema de arredondamento.

    demanda doméstica

    0,7milhão de t

    2016/17

    0,9milhão de t

    2026/27

    6%será o crescimento da produtividade (t/ha)

    1,61,7

    2016/20172026/2027

    produção por região

    de hectares plantados1,3 MILHÃO

    crescimento de 38% em relação à safra 2016/2017

    crescimento de 26%

    crescimento de 60% em relação à safra 2016/2017

    ALGODÃO(PLUMA)

    Crescimento (de 2016/17 a 2026/27)Participação em 2026/27**Sul

    0%0%

    Norte

    132%1%

    Centro-Oeste

    38%69%

    Sudeste

    31%2%

    Nordeste

    67%29%

    de toneladas produzidas2,2 MILHÕES

    crescimento 46% em relação à safra 2016/2017

    23

  • OUTLOOK FIESP 2027

    Depois de uma safra problemática, devido ao excesso de chuvas causado pelo fenômeno El Niño, a temporada 2016/2017

    trouxe uma das melhores produtividades já vistas nas lavouras brasileiras de arroz, recuperando a produção e garantindo

    suprimento tanto para o consumo interno quanto para a exportação.

    Com a retomada da oferta, os preços no mercado interno recuaram para patamares históricos, indicando que a eficiência dos

    produtores será decisiva para assegurar que o plantio da safra 2017/2018 tenha uma rentabilidade adequada.

    Por ser um produto cujas características de consumo se diferenciam em cada mercado, o comércio internacional do grão

    fica restrito a países com hábitos de consumo semelhantes. O arroz consumido no Brasil é similar ao produzido no Paraguai,

    Uruguai e Argentina. Portanto, as importações brasileiras são originárias desses parceiros comerciais.

    Nos últimos anos, observamos o aumento das exportações brasileiras e o País se tornar um exportador líquido em algumas

    safras. Este tem sido um fator importante para o equilíbrio do mercado interno, mesmo em períodos de menor competiti-

    vidade do grão. Embora os países importadores do produto nacional sejam, em sua maioria, de baixa renda, é de elevada

    importância a consolidação desse movimento para a continuidade do crescimento da produção doméstica. Nesse sentido,

    é fundamental o empenho do setor em efetivar a abertura de novos mercados, para que as exportações se mantenham em

    patamares elevados.

    Dada a vasta extensão territorial do Brasil e os diferentes tipos de solo e clima, a possibilidade de produção de arroz sob dis-

    tintos sistemas de cultivo é uma realidade. Nas áreas em que é possível o alagamento, dá-se o cultivo irrigado, enquanto nas

    demais o plantio é de sequeiro ou de terras altas.

    O sistema irrigado, característico da Região Sul do País, possui elevados rendimentos e um alto grau de especialização, o

    que favorece a continuidade e a concentração da produção brasileira ao longo dos anos. Isso possibilitou um foco bastante

    específico para a cultura naquela região, com investimentos em pesquisas para o desenvolvimento genético e tecnologias de

    manejo, por exemplo, tornando esses locais cada vez mais competitivos. Nesse sentido, no horizonte das projeções, o Sul do

    País continua sendo responsável por atender a maior parte do consumo nacional.

    ARROZ

    5

    24

  • PROJEÇÕES PARA O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

    Já as demais regiões produtoras utilizam o cultivo de sequeiro, atendendo alguns mercados específicos. Nesse sistema, a tec-

    nologia empregada é menor, o que acaba por refletir em níveis reduzidos de produtividade, seja porque o plantio desse arroz,

    em sua maioria, é utilizado como opção de redução de custo na formação de pastagens, seja porque a produção é voltada

    para a subsistência.

    Vale destacar que há polos produtivos nas regiões Centro-Oeste e Norte, com produtores tecnificados que obtêm melhores

    produtividades, sendo esse potencial de ampliação da oferta reforçado nas projeções. Porém, no Cerrado, o cultivo de arroz

    de sequeiro compete com a soja e o milho, o que dificulta o crescimento do volume produzido.

    Para a próxima safra projetamos uma redução da produtividade média da cultura, o que levará à diminuição da produção. No

    entanto, o mercado deve continuar abastecido. Por outro lado, as últimas revisões climáticas apontam para uma maior pos-

    sibilidade de ocorrência de La Niña, o que seria benéfico para a cultura na Região Sul e poderia surpreender com a elevação

    da produção total do País.

    25

  • OUTLOOK FIESP 2027

    Variação entre 2016/17 a 2026/27

    Nota:* A soma das participações, quando maiores/menores que 100%, é explicada pelo sistema de arredondamento. Fonte: Outlook Fiesp Elaboração: FIESP/DEAGRO e MBAGRO

    Produção, Área e Produtividade Brasileira do Arroz

    Consumo Doméstico e Exportação Líquida de Arroz

    Consumo doméstico Exportação líquida

    Produção

    12%

    Área Plantada

    -4%

    Produtividade

    16%

    Participação Regional na Produção de Arroz

    Consumo doméstico

    7%

    De importadorpara exportador

    1,5 milhãode toneladas

    líquidas

    Prod

    utiv

    idad

    e (K

    g/ha

    )

    Produção Área Produtividade

    Prod

    ução

    (100

    0 t)

    e Ár

    ea (1

    000

    ha)

    1000

    t

    2016/17 2026/27

    14.000

    12.000

    10.000

    8.000

    6.000

    4.000

    2.000

    -2.000

    -

    2026/27Produção Total: 13,8 Milhões de Toneladas

    2016/17Produção Total: 12,3 Milhões de Toneladas

    Participação*:

    Norte 9%

    Nordeste 4%

    Sudeste 0%

    Sul 81%

    Centro-Oeste 6%

    Participação*:

    Norte 8%

    Nordeste 2%

    Sudeste 0%

    Sul 83%

    Centro-Oeste 6%

    5.500

    5.750

    6.000

    6.250

    6.500

    6.750

    7.000

    7.250

    -

    2.000

    4.000

    6.000

    8.000

    10.000

    12.000

    14.000

    2016/17 2026/27

    26

  • PROJEÇÕES PARA O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

    16%

    em 2026/2027*

    Fonte : Outlook Fiesp Elaboração: FIESP/DEAGRO e MBAGRONotas: *Comparativo entre as safras 2016/2017 e 2026/2027 - Projeção de 10 anos. ** A soma das participações, quando maiores/menores que 100%, é explicada pelo sistema de arredondamento.

    será o crescimento da produtividade (t/ha)

    6,27,2

    2016/20172026/2027

    produção por região

    demanda doméstica

    12,3milhões de t

    11,5milhões de t

    (Safra 2016/17) (Safra 2026/27)

    crescimento de 7%

    ARROZ

    de 200 MILtoneladas líquidas importadas

    em 2016/17

    para 1,5 MILHÃOde toneladas líquidas exportadas

    em 2026/27

    consumo per capita(kg/hab/ano)

    54,9(Safra 2016/17)

    55,2(Safra 2026/27)

    Sul

    14%83%

    Norte

    -2%8%

    20%6%

    Centro-Oeste

    Sudeste

    -10%0%

    Nordeste

    Crescimento (de 2016/17 a 2026/27)Participação em 2026/27**

    -25%2%

    redução de -4% em relação à safra 2016/2017

    de hectares plantados1,9 MILHÃO

    crescimento de 12% em relação à safra 2016/2017

    de toneladas produzidas13,8 MILHÕES

    estável

    27

  • OUTLOOK FIESP 2027

    CAFÉ

    Em 2017, segundo dados do segundo levantamento da Conab, o Brasil deve registrar uma safra de café em torno de 11%

    menor em relação à anterior, que marcou recorde histórico de produção (56,1 milhões de sacas segundo o USDA, ou 51,4

    milhões de sacas pelos dados da Conab). Essa queda se deve à característica bienal1 da produção dos cafés arábicos, que

    influencia de forma relevante o total produzido, uma vez que essa variedade representa perto de 75% da oferta nacional.

    Por outro lado, a produção de conilon foi maior que a do ciclo anterior.

    Ainda que o Espírito Santo, o principal estado produtor, não tenha se recuperado totalmente da seca de 2015, que trouxe

    consequências gravíssimas no ano sequente para as indústrias de solúvel, torrado e moído, a produção total dessa variedade

    cresceu 27% no Brasil em 2017, ainda de acordo com os dados preliminares da Conab. As boas safras em Rondônia e na Bahia,

    o clima em geral positivo ao longo de 2016 e 2017, além dos preços relativos elevados quando comparados aos do arábica,

    contribuíram para essa recuperação.

    Mesmo com a entrada de uma safra menor em 2017, a produção recorde de 2016, associada à ausência de problemas em

    outros países produtores, restringiu uma eventual alta de preços do café no começo do ano, ainda que parte dos produtores

    tenha retido as vendas, o que reduziu a quantidade exportada nesse período.

    Porém, essa estratégia adotada pelos produtores não surtiu efeito em termos de preços, uma vez que, se as exportações

    brasileiras evoluíram apenas 1,2% entre outubro de 2016 e junho de 2017, as vendas globais avançaram 5,6% nesse mesmo

    período, o que manteve o equilíbrio dos estoques nos países consumidores e ajudou a limitar uma reação mais duradoura

    nas cotações.

    Em resumo, quanto às perspectivas de curto prazo: 1) as menores exportações brasileiras deixaram um estoque de passagem

    elevado, que deve favorecer o fluxo das vendas externas; 2) a menor safra brasileira de 2017 terá o contraponto das boas

    expectativas de produção nos países concorrentes, como Vietnã, Colômbia e Indonésia, o que mantém um panorama

    equilibrado do ponto de vista do abastecimento; 3) caso o clima seja positivo para os cafezais brasileiros nos próximos meses,

    1 O ciclo bienal ou bienalidade é a alternância de safras com alta e baixa produtividade, uma característica fisiológica do café arábica, que resulta em uma variação do market share do Brasil no comércio internacional de um ano para o outro.

    6

    28

  • PROJEÇÕES PARA O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

    o País poderá colher novamente uma safra recorde em 2018. Há chances razoáveis de que, além da natural recuperação da

    produção de café arábica, a produção de conilon do Espírito Santo também seja bem melhor, fortalecendo a oferta nacional.

    Não obstante, uma preocupação recente na cafeicultura brasileira, ainda pouco quantificada, mas que pode vir a se tornar um

    problema mais relevante, é o crescimento da incidência de broca nas lavouras, o que deprecia o produto e reduz o rendimento.

    O alto custo e a dificuldade de controle dessa praga por parte dos cafeicultores cresceram significativamente nos últimos dois

    anos, após o principal inseticida utilizado para esse fim ter sido banido. Esse problema pode se tornar ainda maior, caso os

    produtores não se mantenham vigilantes com os níveis de infestação ou descuidem da limpeza dos cafezais após a colheita,

    pois os grãos que caem no chão durante a colheita e não são recolhidos, servem de alojamento para a broca, atingindo a

    lavoura no ano seguinte.

    29

  • OUTLOOK FIESP 2027

    Produção, Área e Produtividade Brasileira do Café

    Variação entre 2017/18 a 2027/28

    ** Produtividade baseada na área em produção.Fonte : Outlook Fiesp Elaboração: FIESP/DEAGRO e MBAGRONotas: * A soma das participações, quando maiores/menores que 100%, é explicada pelo sistema de arredondamento.

    Produção Área Produtividade**

    Produção

    Área Plantada

    -8%

    Produtividade

    36%

    27%Pr

    oduç

    ão (1

    000

    saca

    s) e

    Ár

    ea P

    lant

    ada

    (100

    0 ha

    )

    Prod

    utiv

    idad

    e (s

    cs/h

    a)**

    Consumo doméstico

    Exportação líquida

    28%

    26%

    Consumo Doméstico e Exportação Líquida de Café

    Consumo doméstico Exportação líquida

    1000

    saca

    s

    40.000

    35.000

    30.000

    25.000

    20.000

    15.000

    10.000

    5.000

    -2017/18 2027/28

    Participação Regional na Produção de Café2027/28

    Produção Total: 56,9 Milhões de Sacas2017/18

    Produção Total: 44,8 Milhões de Sacas

    Participação*:

    Norte 3%

    Nordeste 4%

    Sudeste 90%

    Sul 2%

    Centro-Oeste 1%

    Participação*:

    Norte 3%

    Nordeste 3%

    Sudeste 92%

    Sul 1%

    Centro-Oeste 1%

    8.00

    12.00

    16.00

    20.00

    24.00

    28.00

    32.00

    -

    10.000

    20.000

    30.000

    40.000

    50.000

    60.000

    2017/18 2027/28

    2.000

    30

  • PROJEÇÕES PARA O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

    em 2027/2028*CAFÉ

    Notas: *Comparativo entre as safras 2017/2018 e 2027/2028 - Projeção de 10 anos. ** A soma das participações, quando maiores/menores que 100%, é explicada pelo sistema de arredondamento.

    demanda doméstica

    20,7milhões de sacas(Safra 2017/18)

    26,1milhões de sacas(Safra 2027/28)

    36%será o crescimento da produtividade*** (sacas/ha)

    24,032,8

    2017/20182027/2028

    produção por região

    queda de -8% em relação à safra 2017/2018

    crescimento de 26%

    39,1 MILHÕESde sacas exportadas

    crescimento de 28% em relação à safra 2017/2018

    crescimento de 19%

    consumo per capita(kg/hab/ano)

    5,9(Safra 2017/18)

    7,0(Safra 2027/28)

    Crescimento (de 2017/18 a 2027/28)Participação em 2027/28**

    Sul

    -10%1%

    -3%1%

    Norte

    13%3%

    Centro-Oeste

    Sudeste

    30%92%

    Nordeste

    8%3%

    crescimento de 27% em relação à safra 2017/2018

    Fonte : Outlook Fiesp Elaboração: FIESP/DEAGRO e MBAGRO*** Produtividade baseada na área em produção.

    de hectares plantados2,0 MILHÕES

    de sacas produzidas56,9 MILHÕES

    31

  • OUTLOOK FIESP 2027

    CANA-DE-AÇÚCAR, AÇÚCAR E ETANOL

    Depois de cinco anos consecutivos de superávit, o déficit registrado na safra global 2015/2016, encerrada em setembro de

    2016, elevou os ânimos no setor. A frustração da safra de cana-de-açúcar no Brasil, combinada a uma moagem mais voltada

    ao etanol, por conta das alterações tributárias em vários estados do País, e o recuo na produção dos principais produtores

    de açúcar do mercado – principalmente a Índia e a União Europeia, levaram os estoques de açúcar a patamares baixos o

    suficiente para sustentar um preço médio no ano acima dos 20 centavos de dólar por libra-peso.

    Em outubro de 2016, o contrato de açúcar número 11 em Nova York alcançou seu maior valor no ano, 23,8 centavos de dólar

    por libra-peso. A perspectiva de uma nova quebra de safra na Índia, o segundo maior produtor mundial, mantinha até então

    as expectativas de um novo déficit global na safra 2016/2017. Além disso, o câmbio mais desvalorizado contribuiu para que os

    preços do açúcar no mercado doméstico fossem recordes.

    Nos meses que se seguiram, as projeções de crescimento para a produção de diversas regiões, como União Europeia, Tailândia

    e China, além do Brasil, começaram a corroer as expectativas de déficit da safra 2016/2017. No caso brasileiro, mesmo com

    uma colheita de cana menor, a moagem foi direcionada ao açúcar, elevando sua produção sobre a temporada anterior.

    As vendas do etanol hidratado perderam o fôlego do ano anterior, ao mesmo tempo que a apreciação do real em relação ao

    dólar abriu uma janela para as importações de etanol de milho dos EUA, principalmente para abastecer a Região Nordeste do

    País, levando à queda nos preços do etanol no fim de 2016 e início de 2017, em plena entressafra do produto.

    Em setembro de 2017, as projeções já apontavam para um novo superávit entre a oferta e a demanda de açúcar para a safra

    mundial 2017/2018, iniciada em outubro. O plantio de beterraba na União Europeia apresentou forte crescimento, assim como

    na Rússia. China, Índia e Tailândia, por sua vez, apontam para aumentos significativos na safra de açúcar. O preço do contrato

    do produto em NY, neste momento, fechou em 14,3 centavos de dólar por libra-peso. A valorização da moeda brasileira fez

    com que os preços em reais caíssem ainda mais: comparando os preços em outubro de 2016 com agosto de 2017, houve uma

    redução de 40% nas cotações.

    Apesar dessa volatilidade apresentada nos últimos dois anos, o mercado internacional do açúcar dá pistas de continuar

    sendo, no prazo contemplado pelo Outlook Fiesp, promissor para o Brasil.

    7

    32

  • PROJEÇÕES PARA O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

    O País, como benchmarking no que se refere aos custos de produção do açúcar bruto, possui um fôlego adicional na

    comparação com o da maioria dos demais produtores. A União Europeia não terá estímulo para continuar expandindo sua

    produção de beterraba em 2018 com o nível atual de preços, mesmo com o fim da política de cotas de produção da região a

    partir de setembro de 2017. Muitos países estão implementando políticas de uso de combustíveis renováveis, que direcionarão

    à produção de matérias-primas para os biocombustíveis.

    Com isso, a esperada melhora na economia brasileira para os próximos anos deve levar a uma retomada da demanda de

    etanol pela frota nacional, que tende a se tornar cada vez mais Flex. A nova política de reajustes de preços da Petrobras, ainda

    que promova uma maior volatilidade, permite balizar os preços dos combustíveis no mercado interno aos internacionais,

    dando mais transparência ao mercado. Por fim, planos de incentivo ao benefício ambiental dos biocombustíveis, como o

    Renovabio, abrem perspectivas bastante positivas para esses mercados.

    Os problemas estruturais do setor ainda não foram solucionados. Muitas empresas estão em estado crítico e levará tempo

    para que o segmento se ajuste. No entanto, começamos a ver o tão esperado movimento de consolidação, com as indústrias

    mais capitalizadas adquirindo ativos e expandindo suas produções, o que permite vislumbrar um crescimento da moagem

    nos próximos anos. Nesse sentido, no período projetado, o Brasil se manterá como maior fornecedor de açúcar do mundo.

    Apesar disso, a demanda de biocombustíveis será o principal vetor de crescimento da produção no setor.

    33

  • OUTLOOK FIESP 2027

    Variação entre 2017/18 a 2027/28

    Produção

    27%

    Área Plantada

    10%

    Produtividade

    15%

    Produção, Área e Produtividade Brasileira da Cana-de-Açúcar

    Consumo doméstico

    6%

    Exportação líquida

    30%

    Consumo Doméstico e Exportação Líquida de Açúcar

    2027/28Mix

    44%Etanol

    Açúcar

    56%

    Destino da Cana-de-Açúcar Produzida no Brasil

    Produção Área Produtividade

    2017/18 2027/28

    Prod

    ução

    (100

    0 t)

    e Ár

    ea (1

    000

    ha)

    Prod

    utiv

    idad

    e (t/

    ha)

    900.000 86

    84

    82

    80

    78

    76

    74

    72

    70

    68

    800.000

    700.000

    600.000

    500.000

    400.000

    300.000

    200.000

    100.000

    -8.000

    Cana para açúcar Cana para etanol

    0%

    20%

    40%

    60%

    80%

    100%

    2017/18 2027/28

    %

    Consumo doméstico Exportação líquida

    -

    5.000

    10.000

    15.000

    20.000

    25.000

    30.000

    35.000

    40.000

    2017/18 2027/28

    1.00

    0 t

    34

  • PROJEÇÕES PARA O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

    Evolução da Frota Brasileira de Veículos

    Participação Regional na Produção de Cana-de-Açúcar2027/28

    Produção Total: 819,9 Milhões de Toneladas2017/18

    Produção Total: 646,3 Milhões de Toneladas

    Participação*:

    Norte 1%

    Nordeste 7%

    Sudeste 65%

    Sul 6%

    Centro-Oeste 21%

    Participação*:

    Norte 1%

    Nordeste 7%

    Sudeste 62%

    Sul 6%

    Centro-Oeste 24%

    ConsumoEtanol Hidratado

    64%

    ConsumoEtanol Anidro

    17%

    Consumo Doméstico de Etanol Anidro e Hidratado

    Hidratado Anidro

    Variação entre 2017/18 a 2027/28

    Frota Total % Frota Flex com Hidratado

    Nota:* A soma das participações, quando maiores/menores que 100%, é explicada pelo sistema de arredondamento. Fonte: Outlook Fiesp Elaboração: FIESP/DEAGRO e MBAGRO

    -

    5.000

    10.000

    15.000

    20.000

    25.000

    2017/18 2027/28

    1.00

    0.00

    0 de

    litr

    os

    -

    10.000

    20.000

    30.000

    40.000

    50.000

    2017/18

    1000

    uni

    dade

    s

    2027/28

    24% 26%

    35

  • OUTLOOK FIESP 2027

    em 2027/2028*

    Fonte : Outlook Fiesp Elaboração: FIESP/DEAGRO e MBAGRONotas: *Comparativo entre as safras 2017/2018 e 2027/2028 - Projeção de 10 anos. ** A soma das participações, quando maiores/menores que 100%, é explicada pelo sistema de arredondamento.

    CANA-DE-AÇÚCAR, AÇÚCAR E ETANOL

    Área Plantada(hectares)

    Produtividade(t/ha)

    crescimento de 10%

    crescimento de 15%

    Mix de produção

    Produção(t)

    crescimento de 23%

    crescimento de 30%

    Exportaçãolíquida (t)

    crescimento de 6%

    Demandadoméstica (t)

    Açú

    car

    Eta

    no

    l

    Crescimento

    (de 2017/2018 a 2027/2028)

    Participação em 2027/28**Sudeste

    21%62%

    Nordeste

    26%7%

    Sul

    29%6%

    Centro-Oeste

    44%24%

    Norte

    30%1%

    Produção(litros)

    crescimentode 41%

    Exportaçãolíquida (l)

    crescimentode 269%

    Demandadoméstica (l)

    crescimentode 41% 26% flex hidratado

    frota brasileira de veículos leves

    produção decana-de-açúcar por região

    Can

    a-d

    e-A

    çú

    car

    46,9 mi 35,9 mi 10,9 mi

    45,6 miunidades

    (2027/28)

    9,7 mi

    36,8 bi 1,0 bi 35,8 bi

    Produção(toneladas)

    crescimento de 27%

    819,9 mi 85Açúcar

    Etanol

    Açúcar

    Etanol

    48% 52%

    2017/18

    2027/28

    44% 56%

    36

  • PROJEÇÕES PARA O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

    Apesar da forte crise econômica enfrentada pelo Brasil em 2016, o setor florestal apresentou números gerais positivos.

    A produção total1 de celulose no País bateu recorde naquele mesmo ano, com 18,8 milhões de toneladas, crescimento de

    8,1%, ultrapassando o Canadá e a China e alcançando a segunda posição no ranking dos maiores produtores mundiais. Nesse

    período, as exportações do produto também foram recordes, aumentando 11,9% e atingindo 12,9 milhões de toneladas.

    No primeiro semestre do ano de 2017 houve elevação nos preços de referência da celulose em torno de US$ 200 por tonela-

    da na Europa, US$ 210 na América do Norte e US$ 150 na Ásia, o que significou pelo menos 25% de valorização no período.

    Do lado da demanda, esses três mercados têm ampliado as compras, liderados pela China, que nos primeiros seis meses

    do ano consumiu 9,6% a mais de fibra curta, ou 7 milhões de toneladas adicionais.

    Quanto à oferta, a fábrica da Ásia Pulp and Paper na Indonésia, com capacidade de produção anual equivalente a 2,8 milhões

    de toneladas de celulose, ainda não opera em ritmo pleno. No Brasil, a Fibria iniciou a operação de sua nova planta industrial,

    denominada Horizonte 2, em Três Lagoas (MS), no fim do mês de agosto de 2017, que processará 1,95 milhão de toneladas

    de celulose por ano, o que, somado à primeira, eleva a capacidade da unidade do município para 3,25 milhões de toneladas

    de celulose anuais.

    Ainda no Brasil, a J&F anunciou a venda da Eldorado Celulose e Papel para a holandesa Paper Excellence. A mudança, se

    concretizada, pode viabilizar a conclusão da segunda unidade da empresa, localizada em Três Lagoas (MS), que deverá somar

    2 milhões de toneladas de celulose por ano ao volume atual, de 1,7 milhão de toneladas. Entretanto, as obras estão paradas

    desde abril.

    Está prevista também a entrada em operação, em 2018, de uma nova fábrica da Metsa na Finlândia, com capacidade de 500

    mil toneladas de celulose por ano.

    Espera-se que a demanda nos mercados europeu e asiático continue aquecida. Porém, uma eventual desaceleração da China

    pode afetar o preço da celulose, evitando que ela alcance patamares mais elevados no mercado internacional. Além disso, há

    CELULOSE

    1 Uma importante diferença do Brasil para os demais concorrentes é que sua produção é em sua maioria de celulose de fibra curta, ideal para a produção de papéis de imprimir, escrever, fins sanitários e para finalidades especiais.

    8

    37

  • OUTLOOK FIESP 2027

    expectativa de correção dos preços internacionais em razão do aumento da oferta de celulose, que surgirá à medida que as

    novas fábricas entrem em produção e atinjam plena capacidade.

    No longo prazo, o Brasil deve continuar ampliando sua participação no mundo, seja para atender à expansão da demanda,

    seja para ocupar a lacuna deixada por empresas menos competitivas, que devem abandonar esse mercado no horizonte

    projetado, potencializando o crescimento das exportações de celulose do País.

    38

  • PROJEÇÕES PARA O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

    Área com Florestas Plantadas para a Produção de Celulose no Brasil

    Oferta e Demanda de Celulose no Brasil

    Consumo doméstico

    Exportação líquida

    63%

    24%

    Produção

    44%

    Participação Regional na Área Plantada com Eucalipto para a Produção de Celulose

    2027Total: 2,9 Milhões de Hectares

    2016Total: 2,6 Milhões de Hectares

    Participação*:

    Norte 6%

    Nordeste 25%

    Sudeste 27%

    Sul 22%

    Centro-Oeste 20%

    Participação*:

    Norte 11%

    Nordeste 23%

    Sudeste 23%

    Sul 18%

    Centro-Oeste 26%

    Variação entre 2016 a 2027

    Nota:* A soma das participações, quando maiores/menores que 100%, é explicada pelo sistema de arredondamento. Fonte: Outlook Fiesp Elaboração: FIESP/DEAGRO e MBAGRO

    Área

    Pla

    ntad

    a (1

    000

    ha)

    1000

    tÁrea Plantada

    12%

    Produção Exportação líquida Consumo doméstico

    0

    500

    1.000

    1.500

    2.000

    2.500

    3.000

    2016 2027

    0

    5.000

    10.000

    15.000

    20.000

    25.000

    30.000

    2016 2027

    39

  • OUTLOOK FIESP 2027

    Crescimento (de 2016 a 2027)Participação em 2027**

    de hectares plantados com eucalipto2,9 MILHÕES

    de toneladas produzidas de celulose27,1 MILHÕES

    20,4 MILHÕESde toneladas

    líquidas exportadas

    em 2027*

    Fonte : Outlook Fiesp Elaboração: FIESP/DEAGRO e MBAGRONotas: *Comparativo entre as safras 2016 e 2027 - Projeção de 11 anos. ** A soma das participações, quando maiores/menores que 100%, é explicada pelo sistema de arredondamento.

    demanda doméstica

    3,3milhões de t

    2016

    4,1milhões de t

    2027

    área plantada para produção de celulose

    crescimento de 12% em relação à safra 2016

    crescimento de 44% em relação à safra 2016

    crescimento de 24%

    crescimento de 63% em relação à 2016

    Sul

    -7%18%

    Norte

    92%11%

    Centro-Oeste

    44%26%

    Sudeste

    -6%23%

    Nordeste

    2%23%

    CELULOSE

    40

  • PROJEÇÕES PARA O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

    O ano de 2016 marcou uma safra de preços excepcionais para o feijão, em virtude da baixa oferta do produto no mercado

    interno. Como algumas culturas concorrentes por área, como a soja e o milho, apresentaram melhor rentabilidade, acabaram

    provocando a redução da área cultivada com o grão. Além disso, o clima desfavorável acarretou perdas de produtividade em

    importantes regiões produtoras.

    O consumo interno, mesmo em períodos de quebra de safra e aumento de preços, é bastante estável, o que torna difícil o

    ajuste do mercado em momentos de baixa oferta do produto, causando elevação significativa dos preços. Embora tenha

    ocorrido um aumento das importações, o produto trazido de fora acaba sendo principalmente o feijão-preto, que é bastante

    semelhante ao produzido no Brasil. Já a situação das outras variedades, das quais quase não há a produção em outros países,

    ficou ainda mais crítica e o seu suprimento por meio de importações é inviável.

    Em 2017, os produtores responderam aos estímulos de preço elevando a área de cultivo. Como o clima colaborou com a

    produtividade, o que se viu foi um aumento expressivo da oferta e a consequente redução dos preços. Para a safra 2017/2018,

    considerando-se a expectativa de clima favorável ao bom desenvolvimento da cultura, estima-se uma produção dentro da

    normalidade, com área plantada adequada à demanda pelo produto.

    Para o médio e longo prazo, projetamos uma redução da área cultivada, devendo o crescimento da produtividade ser o principal

    responsável pela manutenção da oferta necessária ao atendimento da demanda nacional. Já o comércio internacional deve

    seguir baixo no período projetado, em razão da escassez de oferta das variedades consumidas nos diferentes países.

    Para que se tenha uma mudança no mercado internacional do produto, teria de haver uma expansão da produção de

    variedades com a finalidade específica de suprir o mercado externo. Portanto, para que se tenha o aumento da exportação,

    seria necessária uma ação coordenada entre a produção e a comercialização do feijão, para atender ao padrão de consumo

    dos mercados de destino, uma vez que atributos como cor, sabor, textura e outras características do feijão são muito específicas

    para cada mercado e expandir a exportação é um desafio.

    Além do mais, a perecibilidade do produto é alta, o que dificulta sua estocagem. Dadas essas especificidades do produto, não

    consideramos essas alterações no mercado no horizonte das projeções.

    FEIJÃO

    9

    41

  • OUTLOOK FIESP 2027

    Produção, Área e Produtividade Brasileira de Feijão

    Consumo Doméstico e Importação Líquida de Feijão

    Consumo doméstico Importação líquida

    Participação Regional na Produção de Feijão

    2026/27Produção Total: 3,7 Milhões de Toneladas

    2016/17Produção Total: 3,4 Milhões de Toneladas

    Participação**:

    Norte 4%

    Nordeste 20%

    Sudeste 24%

    Sul 28%

    Centro-Oeste 25%

    Participação**:

    Norte 3%

    Nordeste 17%

    Sudeste 24%

    Sul 27%

    Centro-Oeste 29%

    Variação entre 2016/17 a 2026/27*

    Notas: * Valores referentes as 3 safras do feijão.** A soma das participações, quando maiores/menores que 100%, é explicada pelo sistema de arredondamento.

    Fonte: Outlook Fiesp Elaboração: FIESP/DEAGRO e MBAGRO

    Produção

    10%

    Área Plantada

    Produtividade

    8%

    1%Pr

    oduç

    ão (1

    000

    t) e

    Área

    (100

    0 ha

    )

    Prod

    utiv

    idad

    e (k

    g/ha

    )

    Consumo doméstico6%

    Importação Líquida-33%

    Produção Área Plantada Produtividade

    -

    500

    1.000

    1.500

    2.000

    2.500

    3.000

    3.500

    4.000

    2016/17 2026/27

    1000

    t

    1.000

    1.020

    1.040

    1.060

    1.080

    1.100

    1.120

    1.140

    1.160

    1.180

    2.900

    3.000

    3.100

    3.200

    3.300

    3.400

    3.500

    3.600

    3.700

    3.800

    2016/17 2026/27

    42

  • PROJEÇÕES PARA O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

    em 2026/2027*FEIJÃO

    Fonte : Outlook Fiesp Elaboração: FIESP/DEAGRO e MBAGRONotas: *Comparativo entre as safras 2016/2017 e 2026/2027. Valores referentes as 3 safras. - Projeção de 10 anos. ** A soma das participações, quando maiores/menores que 100%, é explicada pelo sistema de arredondamento.

    participaçãono total produzido

    36%2ª safra

    38%1ª safra

    26%3ª safra

    8%será o crescimento da produtividade (t/ha)

    1,11,2

    2016/20172026/2027

    produção por regiãodemanda doméstica

    3,6milhões de t

    (Safra 2026/27)

    3,4milhões de t

    (Safra 2016/17)

    crescimento de 6%

    Crescimento (de 2016/17 a 2026/27)Participação em 2026/27**Sul

    Norte

    -7%3%

    Centro-Oeste

    28%29%

    7%27%

    Sudeste

    9%24%

    Nordeste

    -5%17%

    consumo per capita(kg/hab/ano)

    16,0(Safra 2016/17)

    16,0(Safra 2026/27)

    de toneladas produzidas3,7 MILHÕES

    crescimento de 10% em relação à safra 2016/2017

    de hectares plantados3,2 MILHÕES

    crescimento de 1% em relação à safra 2016/2017

    estável

    na Safra 2026/27

    43

  • OUTLOOK FIESP 2027

    MILHO

    Após 2016 ter marcado um período bastante conturbado na oferta de milho no Brasil, devido à seca que reduziu drasticamen-

    te a produção, o ano de 2017 destacou-se por uma safra recorde, que superou todas as expectativas. A despeito da elevação

    de área tanto na primeira como na segunda safra, o que por si só já tenderia a gerar uma oferta maior, a produtividade atingida

    pela lavoura deu um salto significativo. Além do clima muito favorável, a tecnologia empregada no cultivo foi essencial para o

    comportamento apresentado. O resultado foi um ano de farta disponibilidade no mercado interno, principalmente depois da

    colheita da segunda safra, o que provocou forte queda de preços à medida que o produto entrava no mercado.

    A partir do último trimestre de 2016, verificamos a cotação do milho caminhar de patamares historicamente elevados para a

    paridade de exportação no segundo semestre de 2017. Nesse período, foi importante a atuação do Ministério da Agricultura,

    que promoveu leilões para facilitar o escoamento da produção, principalmente em locais com logística mais cara, que impac-

    ta diretamente o preço do produto e prejudica significativamente a rentabilidade do produtor.

    Dessa forma, especialmente o Centro-Oeste recebeu apoio para distribuir a farta produção local. A colheita da segunda safra

    amplificou sobremaneira a oferta interna, ressaltando as dificuldades logísticas, assim como a baixa capacidade de arma-

    zenagem do País, que recorreu a silos bolsa e também a estoques a céu aberto em locais de clima mais seco. A situação foi

    agravada pelo ritmo mais lento de comercialização da soja ao longo do ano, em razão dos baixos preços do produto e da

    expectativa de um repique de mercado.

    Até o começo da colheita da safra 2017/2018, o milho nos armazéns precisará dar espaço para a soja que será colhida. Para

    esse ciclo, os elevados estoques de passagem e a pressão baixista sobre os preços internos deverão resultar na redução da

    área de milho na primeira safra e, no melhor dos cenários, na estabilização da área na segunda safra, impactando negati-

    vamente a produção. Mesmo com esse cenário, não é esperada escassez do produto no mercado interno, pois haverá um

    carregamento de estoque significativo da safra anterior, mesmo com as excelentes vendas externas de 2017, que consolidam

    o Brasil como um dos principais exportadores mundiais.

    Em relação ao consumo do grão, observa-se que o setor de carnes, que sofreu com o alto custo do insumo em 2016 e com os

    efeitos da crise econômica, que resultaram na redução da demanda doméstica, está ainda em processo de recuperação, o

    que limita uma expansão mais robusta das aquisições de milho no mercado interno no curto prazo, situação que deverá se

    normalizar nos próximos anos.

    10

    44

  • PROJEÇÕES PARA O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

    Produção

    20%

    Área Plantada

    10%

    Produtividade

    10%

    Produção, Área e Produtividade Brasileira de Milho

    Prod

    ução

    (100

    0 t)

    e Ár

    ea (1

    000

    ha)

    Prod

    utiv

    idad

    e (K

    g/ha

    )

    Consumo Doméstico e Exportação Líquida de Milho

    Consumo doméstico Exportação líquida

    1000

    t

    Consumo doméstico

    14%

    Exportação líquida

    75%

    Participação Regional na Produção de Milho2026/27

    Produção Total: 117,7 Milhões de Toneladas2016/17

    Produção Total: 97,7 Milhões de Toneladas

    Participação**:

    Norte 3%

    Nordeste 7%

    Sudeste 13%

    Sul 28%

    Centro-Oeste 50%

    Participação**:

    Norte 4%

    Nordeste 6%

    Sudeste 12%

    Sul 24%

    Centro-Oeste 54%

    Variação entre 2016/17 a 2026/27*

    Notas: *Valores referentes as 2 safras do milho. ** A soma das participações, quando maiores/menores que 100%, é explicada pelo sistema de arredondamento.

    Fonte: Outlook Fiesp Elaboração: FIESP/DEAGRO e MBAGRO

    Produção Área Plantada Produtividade

    -

    10.000

    20.000

    30.000

    40.000

    50.000

    60.000

    70.000

    2016/17 2026/27

    5.000

    5.200

    5.400

    5.600

    5.800

    6.000

    6.200

    -

    20.000

    40.000

    60.000

    80.000

    100.000

    120.000

    2016/17 2026/27

    45

  • OUTLOOK FIESP 2027

    em 2026/2027*MILHO

    de hectares plantados19,3 MILHÕES

    de toneladas produzidas117,7 MILHÕES

    10%

    Fonte : Outlook Fiesp Elaboração: FIESP/DEAGRO e MBAGRONotas: *Comparativo entre as safras 2016/2017 e 2026/2027. Valores referentes as 2 safras do milho. - Projeção de 10 anos. ** A soma das participações, quando maiores/menores que 100%, é explicada pelo sistema de arredondamento.

    será o crescimento da produtividade (t/ha)

    5,62016/2017

    6,12026/2027

    produção por região

    crescimento de 10% em relação à safra 2016/2017

    crescimento 20% em relação à safra 2016/2017

    demanda doméstica

    63,8milhões de t

    2026/2027

    56,2milhões de t

    2016/2017

    crescimento de 14%

    crescimento de 75% em relação à safra 2016/2017

    30,5 mide toneladas

    líquidas exportadas(Safra 2016/17)

    53,4 mide toneladas

    líquidas exportadas(Safra 2026/27)

    Crescimento (de 2016/17 a 2026/27)Participação em 2026/27**Sul

    3%24%

    Norte

    71%4%

    Centro-Oeste

    31%54%

    Sudeste

    10%12%

    Nordeste

    11%6%

    35% crescimento na produção de milho 2ª safra participação da 2ª safra na produção total de milho77%2026/2027

    46

  • PROJEÇÕES PARA O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

    SOJA:GRÃO, FARELO E ÓLEO

    O clima, que foi um grande desafio à produção de soja em temporadas anteriores no Brasil, apresentou na safra 2016/2017 um

    comportamento extremamente favorável em praticamente todas as regiões, o que permitiu que as lavouras expressassem o

    seu potencial produtivo. A combinação de um clima bom com o alto nível tecnológico empregado resultou em uma produção

    sem precedentes, acima de qualquer expectativa inicial, passando com sobras a marca dos 100 milhões de toneladas do grão.

    Esse bom desempenho esteve presente em todo o território nacional e reverteu o recente ciclo de perdas no MAPITOBA, devido

    à seca, o que favoreceu a recuperação econômica da região, que tem na agricultura importante vetor de desenvolvimento.

    Embora este tenha sido um ano positivo para todas as culturas da região, a retomada dos investimentos para o ritmo visto

    há alguns anos ainda não deve ocorrer, mas a melhora da situação financeira começa a trazer ânimo novo aos produtores.

    Para a temporada 2017/2018 é esperada outra grande safra de soja. A área plantada novamente apresentará crescimento,

    uma vez que a cultura seguirá como uma das opções mais rentáveis para o produtor brasileiro. Com isso, a soja deve ocupar

    parte da área plantada com milho de primeira safra no ano anterior.

    Apesar disso, as margens esperadas devem ser menores que no passado e, por consequência, o ritmo de crescimento

    esperado em termos de área, também. Embora o custo de produção tenha sido menor em 2017, se comparado à safra

    anterior, o produtor depara-se com preços acomodados no mercado internacional, devido à boa colheita em outros países.

    Se essa tônica de boas safras se mantiver, há pouco espaço para altas nas cotações e o produtor terá de ficar atento às

    oportunidades mais pontuais que surgirem para comercializar a oleaginosa.

    Ademais, o real tem demonstrado tendência de valorização perante o dólar, em razão da melhora nas perspectivas

    econômicas, o que não ajuda na precificação do produto. A menos que ocorra alguma pressão por conta do ambiente

    político, dificilmente essa tendência será revertida. Nesse sentido, as eleições de 2018 podem trazer alguma surpresa, já que

    o quadro ainda é de incertezas.

    11

    47

  • OUTLOOK FIESP 2027

    O clima tem trazido certa preocupação ao setor, seja por algum atraso localizado no plantio da safra 2017/2018, seja pelo

    aumento da probabilidade de ocorrência do fenômeno La Niña, que modelos climáticos têm mostrado. Essa condição, caso

    venha realmente a se estabelecer, aumenta a possibilidade de seca no sul do continente americano e poderá trazer perdas

    para a região, pressionando para cima os preços internacionais.

    No mercado dos derivados de soja, o consumo de óleo segue crescendo no Brasil, influenciado principalmente pelo maior

    uso para a produção de biodiesel. O programa nacional de biocombustível estipula que, em 2018, a mistura de biodiesel

    no diesel passará de 8% para 9%, e que, em março de 2019, passará a 10%, garantindo um contínuo aumento na demanda

    interna de óleo.

    Uma antecipação na adoção desses coeficientes aceleraria o esmagamento interno e favoreceria a redução da exportação

    de óleo. Como o esmagamento se manterá elevado ao longo dos anos, a oferta de farelo de soja para ração animal e para

    exportação será ampla. Ainda assim, no período projetado, a produção brasileira de soja em grãos será suficiente para garantir

    o suprimento tanto do mercado interno como para a expansão da sua participação no comércio mundial.

    Vale observar que as mudanças na política agrícola chinesa têm estimulado o incremento do plantio de soja em detrimento

    de outras culturas, como o milho. O USDA, por exemplo, estima um crescimento de 9,8% na área plantada na safra 2017/2018

    e um aumento da produção de 1,5 milhão de toneladas. No entanto, o aumento do consumo, estimulado pelo crescimento

    econômico e pela produção de carnes, continua sendo maior que o da produção e deveremos, novamente, observar uma

    elevação das importações chinesas nesta safra. Além disso, as restrições impostas à importação de DDGS dos EUA têm

    estimulado o esmagamento no País, devido ao aumento do consumo de farelo de soja.

    Finalmente, o cenário de preços contidos no mercado mundial e a moeda brasileira apreciada apresentam um desafio maior aos

    produtores nacionais, mesmo com uma perspectiva de custos mais contidos: a rentabilidade dependerá fundamentalmente

    dos ganhos de produtividade, como já vimos na última safra. Nesse sentido, há uma busca crescente do setor produtivo por

    novas tecnologias que estão sendo desenvolvidas.

    A agricultura 4.0, a exemplo do que vem acontecendo na indústria, com a utilização cada vez maior de técnicas como a

    agricultura de precisão, sensoriamento remoto, drones, big data etc., leva não só ao aumento da produção, mas também à

    maior eficiência na utilização de insumos e a um menor impacto ambiental. Ainda não conseguimos compreender todas as

    suas consequências, mas, hoje, o produtor que quiser se manter na atividade não pode deixar de olhar esta nova maneira de

    produzir, com o risco de se tornar obsoleto no tempo.

    48

  • PROJEÇÕES PARA O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

    Produção, Área e Produtividade Brasileira de Soja

    Produção Área Produtividade

    Consumo Doméstico e Exportação Líquida de Soja

    Consumo doméstico Exportação líquida

    Produção

    27%

    Área Plantada

    17%

    Produtividade

    8%

    Consumo doméstico

    15%

    Exportação líquida

    43%

    Participação Regional na Produção de Soja2026/27

    Produção Total: 144,4 Milhões de Toneladas2016/17

    Produção Total: 114,0 Milhões de Toneladas

    Participação*:

    Norte 5%

    Nordeste 8%

    Sudeste 7%

    Sul 36%

    Centro-Oeste 44%

    Participação*:

    Norte 6%

    Nordeste 11%

    Sudeste 7%

    Sul 30%

    Centro-Oeste 46%

    Variação entre 2016/17 a 2026/27

    Nota:* A soma das participações, quando maiores/menores que 100%, é explicada pelo sistema de arredondamento. Fonte: Outlook Fiesp Elaboração: FIESP/DEAGRO e MBAGRO

    -

    10.000

    20.000

    30.000

    40.000

    50.000

    60.000

    70.000

    80.000

    90.000

    2016/17 2026/27

    1000

    t

    Prod

    utiv

    idad

    e (k

    g/ha

    )

    Prod

    ução

    (100

    0 t)

    e Ár

    ea (1

    000

    ha)

    3.180

    3.240

    3.300

    3.360

    3.420

    3.480

    3.540

    3.600

    3.660

    -

    20.000

    40.000

    60.000

    80.000

    100.000

    120.000

    140.000

    160.000

    2016/17 2026/27

    49

  • OUTLOOK FIESP 2027

    em 2026/2027*

    Fonte : Outlook Fiesp Elaboração: FIESP/DEAGRO e MBAGRONotas: *Comparativo entre as safras 2016/2017 e 2026/2027 - Projeção de 10 anos. ** A soma das participações, quando maiores/menores que 100%, é explicada pelo sistema de arredondamento.

    SOJA: GRÃO, FARELO E ÓLEO

    crescimento de 17%

    Sudeste

    23%7%

    Crescimento

    (de 2016/2017 a 2026/2027)

    Participação em 2026/27**

    Nordeste

    58%11%

    Sul

    8%30%

    Centro-Oeste

    32%46%

    Norte

    66%6%

    produção de soja em grãospor região

    exportaçãolíquida

    demanda doméstica

    produção(em milhões de toneladas)

    (em milhões de toneladas)

    (em milhões de toneladas)

    Soja em grãos Farelo de soja

    crescimento de 25%

    Óleo de soja

    8%será o crescimento da produtividade (t/ha)

    3,42016/2017

    3,62026/2027

    redução de 22%

    de hectares plantados

    crescimento de 27%

    144,4 micrescimento de 18%

    39,0 micrescimento de 15%

    9,7 mi

    crescimento de 43%

    89,9 micrescimento de 30%

    19 mi 1,2 mi

    crescimento de 15%

    54,4 micrescimento de 16%

    19,8 mi 8,5 mi

    39,7mi

    50

  • PROJEÇÕES PARA O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

    SUCO DE LARANJA

    A produção de laranja no estado americano da Flórida, segundo produtor mundial, aumentou ligeiramente nesta última

    safra 2016/2017, finalizada em setembro. De acordo com o Serviço Nacional de Estatísticas Agrícolas do Departamento

    de Agricultura dos EUA, nesta temporada, a produção de laranja do estado cresceu 200 mil caixas em relação à anterior,

    totalizando 68,7 milhões de caixas colhidas.

    Foi um modesto retorno do crescimento em um setor que estava encolhendo desde a safra 2012/2013. O Greening, doença

    que se disseminou nos pomares da Flórida, principalmente por conta dos furacões que atingem a região, foi o grande

    responsável pela redução de oferta do estado. Os problemas com a doença foram a principal causa para o aumento dos

    custos de produção daquele país, de US$ 2,5 por caixa em 200