CÓDIGOS E LINGUAGENS - TERCEIRO ANO

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01. Quem é pobre, pouco se apega, é um giro-o-giro no vago dos gerais, que nem os pássaros de rios e la-goas. O senhor vê: o Zé-Zim, o melhor meeiro meu aqui, risonho e habilidoso. Pergunto : – Zé-Zim por que é que você não cria galinha d’angola,como todo mundo faz? – Quero criar nada não ... – me deu resposta: – Eu gosto muito de mudar... [...] Belo um dia, ele tora. Ninguém discrepa. Eu, tantas, mesmo digo. Eu dou proteção. [...] Essa não faltou também à minha mãe, quando eu era menino, no sertãozinho de minha terra. [...] Gente melhor do lugar eram todos dessa família Guedes, Jidião Guedes; quando saíram de lá, nos trouxeram junto, minha mãe e eu .ficamos existindo em território baixio da Sirga, da outra banda, ali onde o de-Janeiro vai no São Francisco, o senhor sabe.

ROSA, J. G. . Veredas. Rio de Janeiro: José Olympio (fragmento).

03.

O meu nome é Severino,não tenho outro de pia.Como há muitos Severinos,que é santo de romaria,deram então de me chamarSeverino de Maria;como há muitos Severinoscom mães chamadas Maria,fiquei sendo o da Mariado finado Zacarias,mas isso ainda diz pouco:

há muitos na freguesia,por causa de um coronelque se chamou Zacariase que foi o mais antigosenhor desta sesmaria.Como então dizer quem falaora a Vossas Senhorias

MELO NETO, J. C.

TEXTO II

João Cabral, que já emprestara sua voz ao rio, transfere-a, aqui, ao retirante Severino, que, como o Capibaribe, também segue no caminho do Recife. A autoapresentação do personagem, na fala inicial do texto, nos mostra um Severino que, quanto mais se define, menos se individualiza ,pois seus traços bio-gráficos são sempre partilhados por outros homens.

SECCHIN, A. C.

02.TEXTO I

Onde está a honestidade ?Você tem palacete reluzenteTem joias e criados à vontadeSem ter nenhuma herança ou parenteSó anda de automóvel na cidadeE o povo pergunta com maldade:Onde anda a honestidade?Onde anda a honestidade?O seu dinheiro nasce de repenteE embora não se saiba se é verdadeVocê acha nas ruas diariamenteAnéis, dinheiro e felicidade...Vassoura dos salões da sociedadeQue varre o que encontrar pela sua frentePromove festivais de caridadeEm nome de qualquer defunto ausente...

ROSA, NTEXTO II

Um vulto da história da música popular brasileira re-conhecido nacionalmente, é Noel Rosa. Ele nasceu em 1910 no Rio de Janeiro; portanto se estivesse vivo estaria completando 100 anos. Mas faleceu aos 26 anos de idade, vítima de tuberculose, deixando um acervo de grande valor para o patrimônio cultural brasileiro. Muitas de suas letras representam a socie-dade contemporânea, como se tivessem sido escri-tas no século XXI.

Um texto pertencente ao patrimônio literário-cultural brasi-leiro é atualizável, na medida em que ele se refere a valores e situações de um povo. A atualidade da canção Onde está a honestidade?, de Noel Rosa, evidencia-se por meio

Na passagem citada, Riobaldo expõe uma situação de-corrente de uma desigualdade social típica das áreas rurais brasileiras marcadas pela concentração de terras e pela relação de dependência entre agregados e fazendeiros. No texto, destaca-se essa relação porque o personagem-narrador

Relata ao seu interlocutor a história de Zé-Zim , de-monstrando sua pouca disposição em ajudar seus agregados, uma vez que superou essa condição graças à sua força de trabalho.Descreve o processo de transformação de um meeiro — espécie de agregado — em proprietário de terra.Denuncia a falta de compromisso e a desocupação dos moradores, que pouco se envolvem no trabalho da terra.Mostra como a condição material da vida do sertane-jo é dificultada pela dupla condição de homem livre e, ao mesmo tempo, dependente.Mantém o distanciamento narrativo condizente com sua posição social, de proprietário de terras.

Da ironia, ao se referir ao enriquecimento de origem duvidosa de alguns.Da crítica aos ricos que possuem joias, mas não têm herança.Da maldade do povo a perguntar sobre a honestida-de.Do privilégio de alguns em clamar pela honestidade.Da insistência em promover eventos beneficentes

TEXTO I

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Com base no trecho de Morte e Vida Severina (Texto I) e na análise crítica (Texto II), observa-se que a relação entre o texto poético e o contexto social a que ele faz referência aponta para um problema social expresso literariamente pela pergunta “Como então dizer quem fala /ora a Vossas Senhorias?” A resposta à pergunta expressa no poema é dada por meio da

Descrição minuciosa dos traço biográficos do perso-nagem-narrador.Construção da figura do retirante nordestino como um homem resignado com a sua situação.Representação, na figura do personagem-narrador, de outros Severinos que compartilham sua con-dição.Apresentação do personagem-narrador como uma projeção do próprio poeta, em sua crise existencialDescrição de Severino, que, apesar de humilde, or-gulha-se de ser descendente do coronel Zacarias

04. O hipertexto refere-se à escritura eletrônica não se-quencial e não linear, que se bifurca e permite ao leitor o acesso a um número praticamente ilimitado de outros textos a partir de escolhas locais e sucessivas, em tempo real. As-sim, o leitor tem condições de definir interativamente o fluxo de sua leitura a partir de assuntos tratados no texto sem se prender a uma sequência fixa ou a tópicos estabelecidos por um autor. Trata-se de uma forma de estruturação tex-tual que faz do leitor simultaneamente coautor do texto final. O hipertexto se caracteriza, pois, como um processo de escritura/leitura eletrônica multilinearizado, multisequencial e indeterminado, realizado em um novo espaço de escrita. Assim, ao permitir vários níveis de tratamento de um tema, o hipertexto oferece a possibilidade de múltiplos graus de profundidade simultaneamente, já que não tem sequência definida ,mas liga textos não necessariamente correlacio-nados.

Marcuschi, L. A.

O computador mudou nossa maneira de ler e escrever, e o hipertexto pode ser considerado como um novo espaço de escrita e de leitura. Definido como um conjunto de blocos autônomos de texto, apresentado em meio eletrônico com-putadorizado e no qual há remissões associando entre si diversos elementos, o hipertexto

É uma estratégia que, ao possibilitar caminhos total-mente abertos, desfavorece o leitor, ao confundir os conceitos cristalizados tradicionalmente.É uma forma artificial de produção da escrita que, ao desviar o foco da leitura, pode ter como consequên-cia o menosprezo pela escrita tradicional.Exige do leitor um maior grau de conhecimentos pré-vios, por isso deve ser evitado pelos estudantes nas suas pesquisas escolares.Facilita a pesquisa, pois proporciona uma informação específica, segura e verdadeira em qualquer site de busca ou blog oferecidos na internet.Possibilita ao leitor escolher seu próprio percurso de leitura, sem seguir sequência predeterminada, cons-tituindo-se em atividade mais coletiva e colaborativa.

05. Estrada

Esta estrada onde moro, entre duas voltas do caminho,Interessa mais que uma avenida urbana.Nas cidades todas as pessoas se parecem.Todo mundo é igual. Todo mundo é toda a gente.Aqui, não: sente-se bem que cada um traz a sua alma.Cada criatura é única.Até os cães.Estes cães da roça parecem homens de negóciosAndam sempre preocupados.E quanta gente vem e vaiE tudo tem aquele caráter impressivo que faz meditar:Enterro a pé ou a carrocinha de leite puxada por umbodezinho manhoso.Nem falta o murmúrio da água, para sugerir, pela vozdos símbolos,Que a vida passa! que a vida passa!E que a mocidade vai acabar.

BANDEIRA, M.

A lírica de Manuel Bandeira é pautada na apreensão de significados profundos a partir de elementos do cotidiano. No poema Estrada, o lirismo presente no contraste entre campo e cidade aponta para

O desejo do eu lírico de resgatar a movimentação dos centros urbanos, o que revela sua nostalgia comrelação à cidade.A percepção do caráter efêmero da vida, possibilitada pela observação da aparente inércia da vida rural.A opção do eu lírico pelo espaço bucólico como pos-sibilidade de meditação sobre a sua juventude.A visão negativa da passagem do tempo, visto que esta gera insegurança.A profunda sensação de medo gerada pela reflexão acerca da morte.

06. As doze cores do vermelho

Você volta para casa depois de ter ido jantar com sua amiga dos olhos verdes. Verdes. Às vezes quando você sai do escritório você quer se distrair um pouco. Você não suporta mais tem seu trabalho de desenhis-ta. Cópias plantas réguas milímetros nanquim com-passo 360º. de cercado cerco. Antes de dormir você quer estudar para a prova de história da arte mas sua menina menor tem febre e chama você. A mão dela na sua mão é um peixe sem sol em irradiações notur-nas. Quentes ondas. Seu marido se aproxima os pés calçados de meias nos chinelos folgados. Ele olha as horas nos dois relógios de pulso. Ele acusa você de ter ficado fora de casa dia todo até tarde da noite en-quanto a menina ardia em febre. Ponto e ponta. Dor perfume crescente...

CUNHA, H. P. As doze cores do vermelho. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2009.

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A literatura brasileira contemporânea tem abordado, sob di-ferentes perspectivas, questões relacionadas ao universo feminino. No fragmento, entre os recursos expressivos utili-zados na construção da narrativa, destaca-se a

Repetição de “você”, que se refere ao interlocutor da personagem.Ausência de vírgulas, que marca o discurso irritado da personagem.Descrição minuciosa do espaço do trabalho, que se opõe ao da casa.Autoironia, que ameniza o sentimento de opressão da personagem.Ausência de metáforas, que é responsável pela obje-tividade do texto.

07. Estamos em plena “Idade Mídia” desde os anos de 1990, plugados durante muitas horas semanais (jovens entre 13 e 24 anos passam 3h30 diárias na Internet, garan-te pesquisa Studio Ideias para o núcleo Jovem da Editora Abril), substituímos as cartas pelos e-mails, os diários intí-mos pelos blogs, os telegramas pelo Twitter, a enciclopédia pela Wikipédia, o álbum de fotos pelo Flickr. O YouTube é mais atraente do que a TV.

PERISSÉ, G. A escrita na Internet. Espe-cial Sala de Aula. São Paulo, 2010 (frag-mento).

Cada sistema de comunicação tem suas especificidades No ciberespaço, os textos virtuais são produzidos com-binando-se características de gêneros tradicionais. Essa combinação representa,

Na redação do e-mail, o abandono da formalidade e do rigor gramatical.No uso do Twitter, a presença da concisão, que aproxima os textos às manchetes jornalísticas.Na produção de um blog, a perda da privacidade, pois o blog se identifica com um diário No uso do Twitter, a falta de coerência nas mensa-gens ali veiculadas, provocada pela economia de palavras.Na produção de textos em geral, a soberania da au-toria colaborativa no ciberespaço.

08. O novo boca a bocaTomara que não seja verdade, porque, se for, os críti-cos, comentaristas, os chamados formadores de opi-nião, todos corremos o risco de perder nossa razão de ser e nossos empregos. Há uma nova ameaça à vista. Dizem que a Internet será em breve, já está sendo, o boca a boca de milhões de pessoas, isto é, vai substituir aquele processo usado tradicionalmen-te para recomendar um filme, uma peça, um livro e até um candidato. Não mais a orientação transmitida pela imprensa e nem mesmo as dicas dadas pessoal-mente – tudo seria feito virtualmente pelos mecanis-mos de mobilização da rede.

VENTURA, Z. O Globo, 19 set. 2009 (frag-mento).

Segundo o texto, a Internet apresenta a possibilidade de modificar as relações sociais, na medida em que estabele-ce novos meios de realizar atividades cotidianas. A preocu-pação do autor acerca do desaparecimento de determina-das profissões deve-se

Às habilidades necessárias a um bom comunicador, que podem ser comprometidas por problemas pes-soais.À confiabilidade das informações transmitidas pelos internautas, que superam as informações jornalísti-cas.Ao número de pessoas conectadas à Internet, à rapi-dez e à facilidade com que a informação acontece.Aos boatos que atingem milhões de pessoas, levan-do a população a desacreditar nos formadores de opinião.Aos computadores serem mais eficazes do que os profissionais da escrita para informar a sociedade.

09. As normas da concordância verbo-nominal cons-tituem um padrão privilegiado para o que se considera ‘o português culto’. De acordo com tais normas:

O sujeito – simples ou composto, singular ou plural – 1. quando vem posposto, deixa o verbo no singular, como em: Falta políticas de proteção do idioma contra a en-trada injustificada de palavras estrangeiras.Se o núcleo do sujeito é um pronome indefinido singu-2. lar, seguido de um complemento no plural, o verbo fica no plural, como em: Nenhum dos empréstimos oportu-nos acabaram por ser traduzidos ou aportuguesados.O verbo haver, no sentido de existir, é impessoal, mas 3. em alguns contextos admite a concordância no plural, como em: Ao longo dos séculos, houveram intercâm-bios comerciais, contatos entre povos, viagens, grandes ondas migratórias, disseminação de fatos culturais.Em alguns casos, o verbo ser pode concordar com o 4. predicativo e não com o sujeito, como em: O emprésti-mo de palavras estrangeiras são fenômenos legítimos da dinâmica das línguas.A concordância do verbo é, fundamentalmente, com o 5. núcleo do sujeito, como em: Até hoje, a experiência das crianças mostra como é fácil fazer gestos virarem des-enhos quando elas aprendem a escrever.

As observações são aceitáveis, do ponto de vista da correção gramatical, apenas nas afirmativas(A) 1, 2 e 3 (B) 2, 3 e 5 (C) 1, 2 e 4 (D) 3 e 4 (E) 4 e 5

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Nas duas questões a seguir, assinale, na coluna I, as afirmativas verdadeiras e, na coluna II, as falsas.

Morte e vida severina

- Desde que estou retirandosó a morte vejo ativa,só a morte depareie às vezes até festiva;só morte tem encontradoquem pensava encontrar vida,e o pouco que não foi mortefoi de vida severina(aquela vida que é menosvivida que defendida,e é ainda mais severinapara o homem que retira).

(João Cabral de Melo Neto. Morte e vida Severina: e outros poemas. Rio de Janeiro: Obje-tiva, 2009. p. 109)

Emigração e as consequências

A fome é o maior martírioQue pode haver neste mundo,Ela provoca delírioE sofrimento profundoTira o prazer e a razãoQuem quiser ver a feiçãoDa cara da mãe da peste,Na pobreza permaneça,Seja agregado e padeçaUma seca no Nordeste

(Patativa do Assaré. Patativa do Assaré uma voz do Nor-deste. Introd. e seleção Syl-vie Debs. São Paulo: Hedra, 2000, p. 93)

ABC do Nordeste flagelado

N – Naquele duro transporteSai aquela pobre genteAgüentando pacienteO rigor da triste sorteLevando a saudade forteDe seu povo e seu lugarSem nem um outro falarVão pensando em sua vidaDeixando a terra queridaPara nunca mais voltar

(Patativa do Assaré. Patativa do Assaré uma voz do Nor-deste. Introd. e seleção Sylvie Debs. São Paulo: Hedra, 2000, p. 125)

10. Considerando os excertos acima no contexto dos poemas a que pertencem, analise as afirmativas abaixo e con-clua.

I II

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2 2

3 34 4

O significado do adjetivo “severina”, que, no primeiro excerto, é utilizado para nomear uma espécie de “sobrevi-da”, caracterizada pela pobreza e pela degradação, também permeia o segundo e o terceiro excertos.O último excerto trata de pessoas que abandonam sua terra e renegam a sua cultura por vergonha da situação vivida.A inversão da frase “vida e morte” no título do poema ao qual pertence o primeiro excerto, comumente usada pelos falantes de língua portuguesa, sugere que, para os retirantes da seca, a morte sobrepuja a vida.Na construção dos três excertos, os poetas recorrem à mesma figura de construção que é a anáfora.Os três excertos pertencem a poemas cuja forma adotada em sua construção é o soneto.

11. (...) Uma tarde surpreendi no oitão da capela [...] Luís Padilha discursando para Marciano e Casimiro Lopes:- Um roubo. É o que tem sido demonstrado categoricamente pelos filósofos e vem nos livros.Vejam: mais de uma légua de terra, casas, mata, açude, gado, tudo de um homem. Não está certo.- O senhor tem razão, seu Padilha. Eu não entendo, sou bruto, mas perco o sono assuntando nisso. A gente se mata por causa dos outros. É ou não é Casimiro?Casimiro Lopes franziu as ventas, declarou que as coisas desde o começo do mundo tinham dono.- Qual dono! gritou Padilha. O que há é que morremos trabalhando para enriquecer os outros.(...) Conheci que Madalena era boa em demasia, mas não conheci tudo de uma vez. Ela se revelou pouco a pouco, e nun-ca se revelou inteiramente. A culpa foi minha, ou antes, a culpa foi desta vida agreste, que me deu uma alma agreste.(...) Madalena entrou aqui cheia de bons sentimentos e bons propósitos. Os sentimentos e os propósitos esbarraram com a minha brutalidade e o meu egoísmo. Creio que nem sempre fui egoísta e brutal. A profissão é que me deu qualidades tão ruins.

(Graciliano Ramos. São Bernardo. Rio de Janeiro: Re-cord, 1984, pp. 59,60,101,187).

I II

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O romance trata dos grandes latifundiários, ou seja, donos de grandes extensões de terras que se enriquecem apropriando-se do trabalho de pessoas pertencentes às camadas mais pobres da sociedade, sem lhes pagarem o que merecem.“Vida agreste” e “alma agreste”, a que Paulo Honório se refere, significa que ele tinha esses atributos por residir no Nordeste do país.Paulo Honório conseguiu se apropriar da fazenda São Bernardo, da vida das pessoas que trabalhavam com ele, porém não conseguiu se apropriar da vida de Madalena, sua esposa.A narrativa traz uma das características predominantes na escritura de Graciliano Ramos, que é a elaboração através de períodos breves, obtendo o máximo de efeito com o mínimo de recursos.Paulo Honório, perseguido pelo remorso, utiliza -se da narrativa em terceira pessoa, para contar a sua própria história e, com isso, afastar seus fantasmas

Considerando os fragmentos acima no contexto do romance, analise as afirmativas e conclua.

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12. Na casa a que o retirante chega, estão cantando ex-celências para um defunto, enquanto um homem, do lado de fora, vai parodiando as palavras dos cantadores:— Finado Severino,quando passares em Jordãoe os demônios te atalharemperguntando o que é que levas...— Dize que levas cera,capuz e cordãomais a Virgem da Conceição.— Finado Severino,etc. ...— Dize que levas somentecoisas de não:fome, sede, privação.— Finado Severino,etc. ..— Dize que coisas de não,ocas, leves:como o caixão, que ainda deves.— Uma excelênciadizendo que a hora é hora.— Ajunta os carregadoresque o corpo quer ir embora.— Duas excelências...— ... dizendo é a hora da plantação.— Ajunta os carregadores...— ... que a terra vai colher a mão.

MELO NETO, João Cabral de. Morte e Vida Severina. Alfaguara Brasil, 2007.

O eu lírico, consciente de que Severino não tem noção 1. do que o espera ao longo de sua jornada, em vários momentos do fragmento analisado, demonstra um certo desdém em relação ao problema de Severino.O que se pede a Severino, por meio das excelências 2. cantadas, é uma tentativa de adverti-lo do quanto a sua peregrinação é simples e fácil, do quanto a sua peregri-nação é pouco relevante.O defunto, velado pelos cantadores de excelência, não 3. é uma figura incomum da região por onde Severino ca-minha; logo a “morte” de outros não é uma ocorrência exótica para Severino.Em razão de sua estrutura textual – ver, por exemplo, o 4. uso do sinal de travessão – o fragmento analisado tem relação de semelhança com a estrutura de um texto dito dramático.Severino, no momento em que chega à casa onde es-5. tão sendo cantadas excelências, encontra um ambiente que será frequente durante boa parte de sua caminha-da: a ambiência da morte.

Está CORRETO o que se afirma em

(A) I, II e III.(B) I, III e IV.(C) II, III e V.(D) II, IV e V.(E) III, IV e V.

Considerando a natureza do texto poético e suas funções estéticas, analise as afirmativas a seguir:

Festa no Brejo

“A saparia desesperadacoaxa coaxa coaxa.O brejo vibra que nem caixa de guerra.Os sapos estão danados.A lua gorda apareceue clareou o brejo todo.Até a lua sobe o coroda saparia desesperada.A saparia toda de Minascoaxa no brejo humilde.Hoje tem festa no brejo!”

ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia poética. Rio de Janeiro: Re-cord, 2001

Os sapos

(...)O sapo-tanoeiro,Parnasiano aguado,Diz: – “Meu cancioneiroÉ bem martelado.Vede como primoEm comer os hiatos!Que arte! E nunca rimoOs termos cognatos.(...)

BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Frontei-ra, 2007.

Com base no Parnasianismo e nos trechos dos poemas de Drummond e de Bandeira e, ainda, com relação à estética a que os autores dos trechos estão vinculados, analise as afirmativas a seguir:

Em ambos os poemas, fica claro o combate ao verso tradicional, o que se evidencia não apenas nos trechos com a 1. prosaica presença dos sapos mas também em quase todas as composições dos autores modernistas analisados.Drummond, em “Festa no Brejo”, e Bandeira, em “Os Sapos”, fazem clara homenagem ao verso tradicional, tendo 2. em vista que ambos, se observadas biografia e produção literária, sempre se posicionaram como adeptos da métrica excessivamente rígida.Pode-se dizer que Drummond, em “Festa do Brejo” intertextualiza com o poema “Os Sapos”, de Bandeira.3. O poema de Drummond ilustra dois procedimentos fundamentais à estética literária modernista: a) negação de toda e 4. qualquer estética que a antecede e b) rigor excessivo com o léxico formal.O título dos poemas e a temática neles tratada sugerem ao leitor reflexões sobre algumas ideologias da estética lite-5. rária modernista, defendidas tanto porr Drummond quanto por Bandeira.

Está CORRETO o que se afirma em(A) 1, 2 e 3 (B) 1, 3 e 4 (C) 1, 3 e 5 (D) 2, 3 e 4 (E) 2, 3 e 5

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14. Leia os textos abaixo:

I - A situação de um trabalhadorPaulo Henrique de Jesus está há quatro meses desempregado. Com o Ensino Médio completo, ou seja, 11 anos de estudo, ele perdeu a vaga que preenchia há oito anos de encarregado numa transportadora de valores, ganhando R$800,00. Desde então, e com 50 currículos já distribuídos, só encontra oferta para ganhar R$300,00, um salário mínimo. Ele aceitou trabalhar por esse valor, sem carteira assinada, como garçom numa casa de festas para fazer frente às despesas. (O Globo, 20/07/2005.)

II - Uma interpretação sobre o acesso ao mercado de trabalho Atualmente, a baixa qualificação da mão-de-obra é um dos responsáveis pelo desemprego no Brasil.

A relação que se estabelece entre a situação (I) e a interpretação (II) e a razão para essa relação aparece em:

II explica I - Nos níveis de escolaridade mais baixos há dificuldade de acesso ao mercado de trabalho.I reforça II - Os avanços tecnológicos da Terceira Revolução Industrial garantem somente o acesso ao trabalho para aqueles de formação em nível superior.I desmente II - O mundo globalizado promoveu desemprego especialmente para pessoas entre 10 e 15 anos de estudo.II justifica I - O desemprego estrutural leva a exclusão de trabalhadores com escolaridade de nível médio incomple-to.II complementa I - O longo período de baixo crescimento econômico acirrou a competição, e pessoas de maior es-colaridade passam a aceitar funções que não correspondem a sua formação.

Buscando a Cristo

A vós correndo vou, braços sagrados,1. Nessa cruz sacrossanta descobertos,2. Que, para receber-me, estais abertos,3. E, por não castigar-me, estais cravados.4. A vós, divinos olhos, eclipsados5. De tanto sangue e lágrimas abertos6. Pois, para perdoar-me, estais despertos,7. E, por não condenar-me, estais fechados.8. A vós, pregados pés, por não deixar-me,9. A vós, sangue vertido, para ungir-me,10. A vós, cabeça baixa p‘ra chamar-me.11. A vós, lado patente, quero unir-me,12. A vós, cravos preciosos, quero atar-me,13. Para ficar unido, atado e firme.14.

(GUERRA, Gregório de Ma-tos. Poemas Escolhidos. São Paulo: Editora Cultrix, 1989).

15.

Considerando a escola literária Barroco, analise as afirmativas a seguir:O soneto apresenta metonímias que vão relacionando as partes de Cristo (“braços”, “olhos”, “pés”, “sangue”, “ca-1. beça”), substituindo, aos poucos, o todo: Cristo crucificado. Com esse recurso, percebe-se que cada uma das partes do corpo revela uma atitude acolhedora, de bondade e de comiseração, o que assegura ao eu lírico fé e confiança.Nesse poema, é perceptível o trabalho com figuras de linguagem representando o aspecto conceptista do Barroco. É 2. um jogo de palavras que se desenvolve também com outros recursos, como as anáforas em “Vós” (v. 5, 9, 10, 11, 12 e 13), o que parece registrar o desejo do eu lírico de se encontrar com Cristo.No soneto, nota-se uma das características típicas da estética barroca, o uso de situações ambivalentes, que per-3. mitem a dupla interpretação, como se vê nessa passagem – “braços abertos e cravados” (presos); os braços estão abertos para receber o fiel e, ao mesmo tempo, fechados para não castigá-lo pelos pecados cometidos.O texto expõe, de maneira exemplar, ao longo dos versos decassílabos, em linguagem rebuscada, o tema do fusionis-4. mo na personificação do fiel, que reconhece os sinais do acolhimento de Cristo e, por isso, esse fiel manifesta o seu desejo de “ficar unido, atado e firme”, reforçando ainda a constatação da fragilidade humana.Por suas idiossincrasias quanto à visão dos pares antagônicos – pecado/perdão – o poeta utiliza, no final do poema, 5. alguns versos livres e brancos, com os quais obtém um efeito mais leve, de caráter religioso, também cultivado pelo conceptista Padre Vieira.

Está CORRETO o que se afirma em(A) 1, 2 e 3 (B) 1, 3 e 4 (C) 2, 3 e 4 (D) 2, 4 e 5 (E) 3, 4 e 5

Bartolomé Esteban Murillo

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Não é difícil constatar preconceitos sociais atra-vés do emprego vocabular de muitas pessoas. Ora, por que os veículos de comunicação em geral usam expressões diferenciadas para referir-se, por exemplo, ao ato de roubar? Não há como discor-dar que as expressões “roubo” e “desvio de verbas” têm, praticamente, o mesmo valor semântico, mas causam impactos totalmente diferentes. Se nos questionarmos sobre o porquê da dife-rença vocabular no tratamento de pessoas com esco-laridades ou Contas bancárias menores às de outros, identificaremos eufemismos utilizados de maneira a evidenciar muitos preconceitos de ordem social. Através de um olhar mais atento a “detalhes” assim, percebe-se que o eufemismo não é usado apenas por pessoas educadas mas também por pessoas que alimentam preconceitos sociais, infelizmente. Identificar tais preconceitos abre caminho para discussões e reflexões construtivas sobre as conce-pções subjacentes à forma como rotulamos as pes-soas e as distribuímos em grupos e classes sociais diferentes. A prática do respeito indiscriminado supõe a superação de preconceitos que os eufemismos es-trategicamente escondem.

(http://www.planetaeducacao.com.br/novo/artigo.asp?artigo=1495, com adap-tações)

Em algumas situações usa-se a expressão “os menos fa-vorecidos” para se referir à população pobre do país. De acordo com o Texto, essa escolha vocabular dá oportunida-de a que façamos as seguintes considerações:

A visão discriminatória de algumas pessoas pode es-1. tar refletida na escolha lexical de seu discurso. Embora funcionem como “atenuadores”, certas expressões ma-nifestam concepções preconceituosas veladas.A linguagem usada por crianças do interior rural – con-2. forme a teoria da variação linguística – revela que nen-huma manifestação linguística é, intrinsecamente, me-lhor que outra. A uniformidade das línguas é hoje um mito em dissolução.A ideia de que o “eufemismo é um recurso que atenua 3. a dureza de alguma afirmação” está contida desde a morfologia da palavra: o prefixo ‘eu’ remete para esse aspecto. Tal prefixo também está presente na palavra ‘eufonia’.O texto sugere que existem “normas de um bom com-4. portamento linguístico”, pelo que certas expressões de-vem ser socialmente evitadas, embora a intenção maior do texto seja a de demonstrar o viés discriminatório em-butido nesse “bom comportamento”.Se a língua fosse usada com inteira correção gramati-5. cal, não teríamos manifestações linguísticas preconcei-tuosas, pois a norma-padrão assegura uma interação verbal socialmente relevante e respeitosa.

São aceitáveis apenas as considerações feitas nas alter-nativas:

(A) 1 e 2(B) 1 e 3(C) 1, 2, 3 e 4(D) 2 e 5 (E) 3, 4 e 5

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16.Poema de sete faces

Quando eu nasci, um anjo tortodesses que vivem na sombradisse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

As casas espiam os homensque correm atrás de mulheres.A tarde talvez fosse azul,não houvesse tantos desejos.(....)Meu Deus, por que me abandonastese sabias que eu não era Deusse sabias que eu era fraco.Mundo mundo vasto mundo,se eu me chamasse Raimundoseria uma rima, não seria uma solução.Mundo mundo vasto mundomais vasto é o meu coração.

(Carlos Drummond de Andrade. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964. p. 53.)

No verso “Meu Deus, por que me abandonaste” do texto 2, Drummond retoma as palavras de Cristo, na cruz, pouco antes de morrer. Esse recurso de repetir palavras de outrem equivale a

(A) emprego de termos moralizantes.(B) uso de vício de linguagem pouco tolerado.(C) repetição desnecessária de idéias.(D) emprego estilístico da fala de outra pessoa.(E) uso de uma pergunta sem resposta.

17.Eufemismo e classe social

Entende-se por eufemismo a figura de lingua-gem que atenua a dureza de alguma afirmação. Por isso, muitos a chamam de “a linguagem dos educados”, uma vez que, em geral, se constitui falta de educação e de sensibilidade o emprego de deter-minados vocábulos que certamente causarão dissa-bores aos envolvidos num processo de comunicação, em determinadas circunstâncias. Contudo, se refletirmos sobre nossa atual reali-dade, perceberemos que tal figura de linguagem tem sido constantemente utilizada para fazer uma pre-conceituosa separação entre classes sociais deste país repleto de desigualdades. Abro parênteses apenas para comentar que pre-conceitos na língua portuguesa existem e precisam ser combatidos. Um bom exemplo de preconceito social refletido na forma de falar é o do personagem Chico Bento, de Maurício de Sousa. A este persona-gem são atribuídos valores de linguagem diferentes, se os compararmos aos dos demais personagens, apenas por ele retratar uma criança que mora no in-terior.

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Não é difícil constatar preconceitos sociais atra-vés do emprego vocabular de muitas pessoas. Ora, por que os veículos de comunicação em geral usam expressões diferenciadas para referir-se, por exemplo, ao ato de roubar? Não há como discor-dar que as expressões “roubo” e “desvio de verbas” têm, praticamente, o mesmo valor semântico, mas causam impactos totalmente diferentes. Se nos questionarmos sobre o porquê da dife-rença vocabular no tratamento de pessoas com esco-laridades ou Contas bancárias menores às de outros, identificaremos eufemismos utilizados de maneira a evidenciar muitos preconceitos de ordem social. Através de um olhar mais atento a “detalhes” assim, percebe-se que o eufemismo não é usado apenas por pessoas educadas mas também por pessoas que alimentam preconceitos sociais, infelizmente. Identificar tais preconceitos abre caminho para discussões e reflexões construtivas sobre as conce-pções subjacentes à forma como rotulamos as pes-soas e as distribuímos em grupos e classes sociais diferentes. A prática do respeito indiscriminado supõe a superação de preconceitos que os eufemismos es-trategicamente escondem.

(http://www.planetaeducacao.com.br/novo/artigo.asp?artigo=1495, com adap-tações)

Em algumas situações usa-se a expressão “os menos fa-vorecidos” para se referir à população pobre do país. De acordo com o Texto, essa escolha vocabular dá oportunida-de a que façamos as seguintes considerações:

A visão discriminatória de algumas pessoas pode es-1. tar refletida na escolha lexical de seu discurso. Embora funcionem como “atenuadores”, certas expressões ma-nifestam concepções preconceituosas veladas.A linguagem usada por crianças do interior rural – con-2. forme a teoria da variação linguística – revela que nen-huma manifestação linguística é, intrinsecamente, me-lhor que outra. A uniformidade das línguas é hoje um mito em dissolução.A ideia de que o “eufemismo é um recurso que atenua 3. a dureza de alguma afirmação” está contida desde a morfologia da palavra: o prefixo ‘eu’ remete para esse aspecto. Tal prefixo também está presente na palavra ‘eufonia’.O texto sugere que existem “normas de um bom com-4. portamento linguístico”, pelo que certas expressões de-vem ser socialmente evitadas, embora a intenção maior do texto seja a de demonstrar o viés discriminatório em-butido nesse “bom comportamento”.Se a língua fosse usada com inteira correção gramati-5. cal, não teríamos manifestações linguísticas preconcei-tuosas, pois a norma-padrão assegura uma interação verbal socialmente relevante e respeitosa.

São aceitáveis apenas as considerações feitas nas alter-nativas:

(A) 1 e 2(B) 1 e 3(C) 1, 2, 3 e 4(D) 2 e 5 (E) 3, 4 e 5

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(A)

(B)

(C)

(D)

(E)

18. No texto o leitor poderá encontrar respostas às seguintes perguntas:

Qual a classe social em que têm origem os chamados 1. eufemismos e onde, consequentemente, cresce o uso de tais expressões?Pode a linguagem comum prestar-se a criar ou reforçar 2. percepções discriminatórias da realidade?Existem estratégias verbais que representam, social-3. mente, o uso cortês ou o uso polido da língua?Duas expressões linguísticas podem corresponder ao 4. mesmo valor semântico, mas provocarem repercus-sões sociais distintas?Quais as desigualdades sociais que mais diretamente 5. afetam o nível de escolarização da população brasilei-ra?

O Texto traz respostas apenas às perguntas feitas na al-ternativa:(A) 2, 3 e 4 (D) 1, 2 e 5(B) 1 e 3 (E) 3, 4 e 5(C) 1, 2 3 e 4

19. O uso formal da língua, em contextos sociais públi-cos, exige, entre outros cuidados, o respeito às normas da concordância verbo-nominal. Considerando esse aspecto, analise as opções abaixo e os respectivos comentários.

No Brasil, o crescimento das cadeias de fast-food oco-1. rreram com um ritmo especialmente acelerado nas ca-madas sociais mais baixas. O verbo sublinhado deve ficar no plural para concordar com o núcleo do sujeito –‘ cadeias’.A este personagem são atribuídos valores de lingua-2. gem diferentes. Também seria gramaticalmente correto dizer: A este personagem é atribuído valores de lingua-gem diferentes. A concordância verbonominal seria, no caso, com o termo ‘personagem’.Por que os veículos de comunicação usa expressões 3. diferenciadas para referir-se, por exemplo, ao ato de roubar? A concordância do verbo sublinhado não é con-siderada correta pela norma-padrão, pois o núcleo do sujeito está no plural.Encontram meios eficazes de combater a obesidade, 4. responsável por 30% das mortes no Brasil, a classe mé-dia e os ricos. O verbo deve ficar no plural, concordando com o sujeito composto – ‘classe média’ e ‘os ricos’, mesmo estando esses termos pospostos ao verbo.Nenhum dos preconceitos sociais persistem a uma boa 5. e consistente reflexão. A concordância está conforme a norma-padrão. O núcleo do sujeito (‘preconceitos so-ciais’) está no plural e atrai o verbo para essa flexão.

As observações são aceitáveis, do ponto de vista da co-rreção gramatical, apenas nas alternativas:

(A) 1, 2 e 3 (B) 2, 3 e 4 (C) 1, 2 e 4 (D) 3 e 4 (E) 4 e 5

20. Uma relação que se pode estabelecer entre gran-des momentos da história política brasileira e sua criação literária está na observação:

Da luta pela Independência do Brasil e o Romantis-mo.Das lutas entre os povos indígenas e a poesia par-nasiana.Dos costumes sociais da elite urbana e a poesia lírica do Arcadismo.Das tensões entre portugueses e indígenas e a supe-ração proposta pelo Simbolismo.Dos ideais da vanguarda europeia modernista e os romances do Realismo.

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21. Para você pensar e responder

Relacione os autores às suas obras e ao movimento literário correspondente

(21) LIMA BARRETO(22) GUIMARÃES ROSA(23) MÁRIO DE ANDRADE(24) NELSON RODRIGUES(25) RAUL POMPEIA(26) JOAQUIM M. DE MACEDO(27) CASTRO ALVES(28) MANOEL DE BARROS(29) JOÃO C DE MELO NETO(30) JORGE AMADO(31) FERNANDO SABINO(32) GREGÓRIO DE MATOS(33) CLARICE LISPECTOR (34) MACHADO DE ASSIS(35) CAIO FERNANDO DE ABREU(36) GONÇALVES DIAS(37) NÉLIDA PIÑON(38) JOSÉ DE ALENCAR(39) AUGUSTO DE CAMPOS(40) HILDA HILST

(01) FERREIRA GOULART(02) CLAUDIO M. DA COSTA(03) VINÍCIUS DE MORAES(04) CARLOS D. DE ANDRADE(05) PLÍNIO MARCOS(06) OLAVO BILAC (07) ALUISIO DE AZEVEDO(08) RAQUEL DE QUEIRÓS(09) JOSÉ LINS DO REGO(10) CORA CORALINA (11) GRACILIANO RAMOS(12) JOÃO UBALDO RIBEIRO(13) ÉRICO VERÍSSIMO(14) TOMÁS A. GONZAGA(15) ADÉLIA PRADO(16) ARIANO SUASSUNA(17) Pe. ANTÔNIO VIEIRA(18) MANOEL A. DE ALMEIDA(19) CRUZ E SOUSA(20) ALPHONSUS DE GUIMARAENS

AUTORES

MOVIMENTOS LITERÁRIOS

(A) ROMANTISMO - (B) PARNASIANISMO - (C) SIMBOLISMO - (D) BARROCO - (E) SIMBOLISMO(F) PRÉ-MODERNISMO - (G) ARCADISMO - (H) MODERNISMO - (I) NATURALISMO - (J) REALISMO

( ) IRACEMA / O GUARANI( ) A ESCRAVA ISAURA( ) TIETA / CAPITÃES DE AREIA( ) VESTIDO DE NOIVA ( ) AMAR, VERBO INTRANSITIVO ( ) ROMANCEIRO DA INCONFIDÊNCIA( ) MORANGOS MOFADOS( ) MUSEU DE TUDO( ) O ATENEU ( ) O MULATO / O CORTIÇO( ) VOZES D’ÁFRICA( ) A PAIXÃO SEGUNDO GH ( ) VIVA O POVO BRASILEIRO( ) PRESSÁGIO / DO DESEJO ( ) VILA RICA ( ) MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS ( ) A MORENINHA( ) MACUNAÍMA( ) MARÍLIA DE DIRCEU( ) ESPUMAS FLUTUANTES( ) QUINCAS BORBA( ) O PÃO DE CADA DIA / O CALOR DAS COISAS ( ) A TERCEIRA MARGEM DO RIO

( ) GRANDE SERTÃO : VEREDAS / SAGARANA( ) O LIVRO DAS IGNORÃÇAS( ) BARULHOS(1987) / MUITAS VOZES(1999)( ) BAGAGEM / A DURAÇÃO DO DIA( ) O HOMEM NU E OUTRAS CRÔNICAS( ) ESTÓRIA DA CASA VELHA DA PONTE( ) USINA / DOIDINHO( ) VIVA VAIA / DESPOESIA( ) OS TIMBIRAS( ) NAVALHA NA CARNE( ) PERTO DO CORAÇÃO SELVAGEM( ) O SANTO E A PORCA( ) TRISTE FIMDE POLICARPO QUARESMA( ) SENTIMENTO DO MUNDO/ CORPO( ) PARA VIVER UM GRANDE AMOR( ) CÂMARA ARDENTE/ KIRIALE( ) SERMÕES( ) VIDAS SECAS / SÃO BERANRDO( ) MENINO DE ENGENHO( ) BROQUEIS / MISSAL( ) CLARISSA / O TEMPO E O VENTO( ) O QUINZE / JOÃO MIGUEL

OBRAS LITERÁRIAS

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22. Que expressão relacionada à religiosidade é men-cionada por Gary?

(A) I’m feeling so small. (B) Holy Ghost. (C) It’s my pledge. (D) A welcome sign. (E) There’s a shadow hanging over me.

A LOVE LETTER

Dear darling,

You ask me if there’ll come a time when I grow tired of you. Never, my love! I’ll give you my loving each night and day. So, I won’t go away! It’s my pledge! I wanna be just as close as the Holy Ghost is. Every breath you take, I’ll be watching you. Then close you eyes and I’ll kiss you. Remember I’ll aways be true. It’s a crazy situation. Love can touch us one time and last for a lifetime. Sometimes I feeI so insecure, like a rolling stone! It’s like I’m waiting for a welcome sign like a hobo in the snow. There’s a shadow hanging over me. I think of your voice, your smile, your hair, your eyes. In my sleepless solitude when I’m lying in my bed I hear he clock tick and I think of you. In this shape I’m in, I’m spending my time and feeling so small. Oh, darling! When will those clouds all disappear? But try to see it my way. We’ll let our dreams come true ‘cause I love you, ain’t nobody gonna stop us now. We’re gonna sing our song and it won’t take long. Let’s have a little patience. Everything’s gonna be all right! I’m missing you!

Gary

LIBERATO, Wilson. Inglês doorway. FTD. São Paulo, 2004.

23. Como podem ser classificados os termos usados no texto, como “wanna”, “cause”, “ain’t” e “gonna”?

(A) Gírias. (B) Erros de gramática. (C) Linguagem informal (D) Falta de padrão linguístico.(E) Norma padrão.

24. O antônimo para “always” na frase “remember I’ll aways be true” is

(A) seldom. (B) rarely. (C) ever. (D) sometimes. (E) never.

25. Who wrote the letter?

(A) Gary did. (B) The girl. (C) The Holy Ghost.(D) A love letter. (E) I’m missing you.