COGNIÇÃO e DOR - anestesiologiausp.com.br · AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA e DOR Programa de...

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AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA e DOR Programa de Educação Continuada em Fisiopatologia e Terapêutica da Dor Equipe de Controle da Dor da Divisão de Anestesia do Instituto Central do Hospital das Clínicas FMUSP Fabiana Goto Neuropsicóloga IPq - FMUSP Especialização em Dor HCFMUSP LINEU Laboratório de Investigações em Neuropsicologia IPq HCFMUSP 06/04/2016 1

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AVALIAÇÃO

NEUROPSICOLÓGICA

e DOR Programa de Educação Continuada em Fisiopatologia e

Terapêutica da Dor

Equipe de Controle da Dor da Divisão de Anestesia do Instituto Central do

Hospital das Clínicas – FMUSP

Fabiana Goto

Neuropsicóloga – IPq - FMUSP

Especialização em Dor – HCFMUSP

LINEU – Laboratório de Investigações em Neuropsicologia – IPq – HCFMUSP

06/04/2016 1

Neuropsicologia

SNC

Comportamento

Personalidade

Funções Cognitivas

2

Antiguidade: localização da alma

Crânios pré-históricos trepanados

3

Ciência moderna

Cérebro consolidado

como órgão

responsável pelos

processos mentais e

pelo comportamento

Localizacionismo

(frenologia): Franz

Joseph Gall (1757-

1828)

4

1848 – Caso Phineas Gage

5

O Cérebro

7

Lobo Frontal Personalidade/ emoções

Inteligência

Atenção/ concentração

Julgamento

Movimentos Corporais Voluntários

Resolução de problemas

Linguagem (fala e escrita)

Planejamento

Habilidades sociais

Lobo Parietal Sensações de toque, dor e temperatura

Reconhecimento de tamanho, forma e

cor

Percepção espacial

Percepção visual

Lobo Temporal Linguagem (compreensão)

Memória

Processamento de informações auditivas

Sequenciamento

Organização de informações

Aprendizado

Lobo Occipital Integração e processamento de

informações visuais

Cognição

Cognição é a forma como o cérebro

percebe, aprende, recorda e pensa

sobre toda informação captada através

dos cinco sentidos.

10

Neuropsicologia

Inserida nas ciências relacionadas à

cognição e como método para mapear

lesões e disfunções cerebrais

Estudos com indivíduos que sofreram

lesões durante as guerras

Pacientes com epilepsia

11

Neuropsicologia

Mudança de foco:

Estabelecimento de extensão, impacto e

consequências cognitivas, comportamentais

e na adaptação emocional e social que

lesões ou disfunções cerebrais podem

promover nas pessoas.

12

Funções Cognitivas

Linguagem

Funções Motoras

Atenção

Memória

Funções Executivas

13

Linguagem

14

Linguagem

Capacidade de transformar ideias em sinais que

possibilitam a comunicação com o outro

Instrumento de transmissão de informações

Expressão de identidade, pensamentos,

sentimentos e expectativas

Lateralização da linguagem na população geral:

◦ 90% dominância no hemisfério esquerdo

◦ 5% dominância no hemisfério direito

◦ 5% em ambos os hemisférios

15

Linguagem

1) Funções Expressivas

o Fala Espontânea (articulação e discurso)

o Fluência verbal

o Vocabulário

o Nomeação

o Leitura / Escrita

(ditado e cópia)

2) Funções Receptivas

o Compreensão

16

Teste de Nomeação

17

Funções Motoras

Ao se observar uma habilidade motora sendo

executada, extraem-se importantes informações

que auxiliarão na organização e na execução

de comportamentos motores e sociais futuros.

A habilidade é definida como movimentos

intencionais necessários para atingir uma

determinada meta.

18

Estruturas cerebrais relacionadas à

Atenção

Sistema Reticular

Tálamo

Estriado

Córtex parietal posterior

Córtex pré-frontal

Giro do cíngulo anterior

Sistema límbico 20

Estas regiões inibem ou facilitam a

resposta atencional, de acordo com a

pertinência da informação, o estado

motivacional e o direcionamento.

A atenção é necessária porque o ambiente

contém muito mais informações do que o

possível de serem processadas e

compreendidas em um determinado

momento. 21

Estruturas cerebrais relacionadas à

Atenção

Componentes da atenção

• Span de atenção ou amplitude atencional

• Atenção seletiva ou concentrada

• Atenção sustentada

• Atenção dividida

• Atenção alternada

22

Teste de Atenção (exemplo)

23

Funções Executivas

Conjunto de processos cognitivos que, de

forma integrada, permitem ao indivíduo:

Direcionar comportamentos a metas

Avaliar eficiência e a adequação desses

comportamentos

Abandonar estratégias ineficientes

Resolver problemas imediatos, de

médio e de longo prazo

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Funções Executivas

Planejamento e organização

Memória de trabalho

Flexibilidade Mental

Programação Motora

Resolução de Problemas

Auto-regulação

Controle Inibitório

Velocidade de Processamento 25

Avaliação de Funções Executivas

26

A Lei da Selva

27

Em situações difíceis, quem analisa o problema e

cria as melhores estratégias

está sempre um passo à frente da concorrência.

Um planejamento adequado

é a garantia de bons resultados!

Tipos de memória

29

Memória de

Curto-Prazo

(Memória de trabalho)

Memória de

Longo-Prazo

Memória

Explícita (consciente)

Memória

Implícita (inconsciente)

Memória

Procedural (habilidades, tarefas)

Memória

Declarativa (fatos, eventos)

Memória

Semântica (fatos, conceitos)

Memória

Episódica (eventos, experiências)

Memória

Avaliação da Memória

30

O doente com dor

31

Além de sintomas sensoriais e emocionais, o funcionamento cognitivo pode estar afetado em pacientes com dor crônica

Existe a hipótese de que, como os sistemas neurais envolvidos na cognição e processamento da dor estão intimamente ligados, eles podem modular um ao outro reciprocamente1

Os estímulos nociceptivos persistentes podem competir com outros estímulos sensoriais, resultando em diminuição do desempenho cognitivo2

32

1. Moriarty et al, 2011

2. Eccleston & Crombez, 1999

Dor demanda atenção, interrompe

ações em andamento e prioriza os

comportamentos adequados para escapar

da ameaça corporal

Na dor crônica, perde-se este sentido de

alerta, tornando-se disfuncional

33

34

35

36

37

38

Déficits cognitivos podem inclusive ser determinantes quanto à adesão ao tratamento, mudanças de comportamento em caso de dor e uso de estratégias de enfrentamento.

O paciente está se comunicando de forma eficiente? Atenção para possibilidade de baixo desempenho devido às disfunções cognitivas.

39

Por que solicitar avaliação neuropsicológica

para meu paciente?

Verificar a existência de déficits cognitivos

Orientar o paciente de forma mais eficaz

Fazer um diagnóstico diferencial

Quando solicitar avaliação neuropsicológica

para meu paciente?

Quando perceber que a cognição está

prejudicando o tratamento

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Avaliação Neuropsicológica

Avaliação Neuropsicológica de

doentes com dor Ambulatório HC-FMUSP

A: Feminino, 20 anos.

◦ Cefaleia crônica há 2 anos.

◦ EVN no momento: 4/10

B: Masculino, 34 anos.

◦ Rompimento do plexo braquial há 2 anos.

◦ EVN no momento: 0/10

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Avaliação Neuropsicológica de

doentes com dor

A B

Memória Curto Prazo ↓↓ ↓↓

Planejamento ↓↓ ↓↓

Velocidade de Processamento ↓↓ ↓↓

Atenção Sustentada ↓↓ ↓

Flexibilidade Mental ↓↓ =↓

Controle Inibitório ↓↓ =

Memória Episódica =↓ =

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Avaliação Neuropsicológica de

doentes com dor

B1 B2

Memória Curto Prazo ↓↓ ↓↓

Planejamento ↓↓ ↓↓

Velocidade de Processamento ↓↓ ↓↓

Atenção Sustentada ↓ =↓

Flexibilidade Mental =↓ =↓

Controle Inibitório = =

Memória Episódica = ↓↓

Memória Visual = =

Aprendizagem = =

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Dor Crônica

DOR

Aspectos Físicos

Aspectos Psicológicos

Sociais

Aspectos Cognitivos

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AVALIAÇÃO

NEUROPSICOLÓGICA

e DOR

Programa de Educação Continuada em Fisiopatologia

e Terapêutica da Dor

Equipe de Controle da Dor da Divisão de Anestesia do Instituto Central

do Hospital das Clínicas – FMUSP

Fabiana Goto

Neuropsicóloga pelo IPq - FMUSP

Especialização em Dor – HCFMUSP

LINEU – Laboratório de Investigações em Neuropsicologia – IPq – HCFMUSP

[email protected]

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