Coleção Educação Especial Na Perspectiva

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Coleção educação especial na perspectiva da educação inclusiva Volume 6 Metodologia do Trabalho Científico

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Aborda a questão da metodologia

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  • Coleo educao especial na perspectiva da educao inclusiva

    Volume 6

    Metodologia doTrabalho Cientfico

  • ColeoEducao especial na perspectiva da educao inclusiva

    Editoras:Claud i a Reg ina Mosca Gi ro to

    Sandra E l i Sa r to re to de Ol i ve i r a Mar t in s

    Volume 1:Prticas pedaggicas: entre as teorias e metodologias, as necessidades educativas especiais

    Volume 2:Avaliao, formao docente e perspectivas da educao inclusiva : eixos do atendimento educacional especializado

    Volume 3:A construo da educao inclusiva: enfoque multidisciplinar

    Volume 4:Acessibilidade na escola inclusiva : tecnologias, recursos e o atendimento educacional especializado

    Volume 5:Polticas e prticas pedaggicas em atendimento educacional especializado

    Volume 6:Metodologia do Trabalho Cientfico: aspectos introdutrios

  • M a r i a C a n d i d a S o a r e s D e l - M a s s o

    Metodologia do Trabalho Cientfico:

    Aspectos Introdutrios

    Marlia2012

    Logomarca da oficina literria.Em elipse de contorno azul, mapa estilizado do estado de So Paulo, parte da logomarca da unesp. Sobre ele, uma caneta tinteiro. Ao redor da elipse, as palavras oficina literria. Logomarca da Capes. Linha curva aberta circula uma elipse na horizontal. No centro, um circulo verde. Abaixo, em caixa alta, a sigla Capes. Logomarca da Editora Cultura Acadmica. As palavras em letras maisculas pretas. Cultura acadmica em negrito. Uma linha amarela divide as palavras cultura acadmica de editora.

  • UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTAFACULDADE DE FILOSOFIA E CINCIAS

    Diretora: Profa. Dra. Maringela Spotti Lopes FujitaVice-Diretor:Dr. Heraldo Lorena Guida

    Copyright 2012 Conselho Editorial

    Conselho Editorial da rea de HumanasBernardete Angelina Gatti (Fundao Carlos Chagas/Brasil)Fernando Jos Brcena Orbe (Universidad Complutense de Madrid/Espanha)Itala Maria Loffredo DOttaviano (Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)/Brasil)Licnio Carlos Viana da Silva Lima (Universidade do Minho/Portugal)Mario Ariel Gonzlez Porta (Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo/Brasil)Myriam Mnica Southwell (Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales - FLACSO/Argentina)Paulo Borba Casella (Universidade de So Paulo-USP/Brasil)Susana Frisancho Hidalgo (Pontifica Universidad Catlica del Per/Peru)Walter Omar Kohan (Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)/Brasil)

    Ficha catalogrfica

    Servio de Biblioteca e Documentao Unesp - campus de Marlia

    Editora afiliada:

    Cultura Acadmica selo editorial da Editora Unesp

    P912 Metodologia do Trabalho Cientfico: aspectos introdutrios / Maria Candida Soares Del-Masso Marlia : Oficina Universitria ; So Paulo : Cultura Acadmica, 2012.

    66 p. (Educao especial na perspectiva da educao inclusiva) - volume 6

    Inclui bibliografia.ISBN 978-85-7983-314-4

    1. Metodologia do Trabalho Cientfico. 2. Metodologia de Pesquisa. 3. Atendimento Educacional Especializado. I. Autor. II. Ttulo..

    CDD 371.9

    Em azul escuro, logomarca da ABEU, Associao Brasileira de Editoras Universitrias.A logomarca so letras estilizadas da sigla da associao, compostas pela vista da cabea de livros, com o contorno do miolo e capa. A letra A um livro na com a lombada para cima. A letra B so dois livros, um sobre o outro, com a lombada para a direita. A letra E tambm composta por dois livros sobrepostos, com a lombada para a esquerda. A letra U tem a lombada para baixo. Abaixo da sigla, as palavras associao brasileira das editoras universitrias.

  • Sumrio

    Apresentao da Coleo ............................................................................ 7

    Prefcio ....................................................................................................... 9

    Apresentao ............................................................................................... 13

    1 Metodologia do Trabalho Cientfico: aspectos introdutrios ..................... 15

    2 Estratgias de Elaborao do Trabalho Cientfico ...................................... 19

    3 Estrutura Formal do Trabalho Cientfico .................................................. 233.1 Estrutura do Projeto de Pesquisa............................................................ 243.1.1 Capa e Folha de Rosto ........................................................................ 253.1.2 Sumrio .............................................................................................. 253.1.3 Introduo ......................................................................................... 263.1.3.1 Objetivo da Pesquisa ....................................................................... 263.1.4 Reviso de Literatura .......................................................................... 273.1.5 Trajetria Metodolgica ...................................................................... 273.1.5.1 Universo da Pesquisa ....................................................................... 273.1.5.2 Participantes .................................................................................... 283.1.5.3 Instrumentos ................................................................................... 293.1.5.4 Procedimentos para a Coleta de Dados ........................................... 303.1.5.5 Procedimento para a Anlise dos Dados .......................................... 313.1.6 Cronograma ....................................................................................... 313.1.7 Referncias ......................................................................................... 333.1.8 Apndice ............................................................................................ 343.1.9 Anexo ou Anexos ................................................................................ 343.2 Estrutura da Monografia de Concluso de Curso ................................... 35

  • 3.2.1 Capa e Folha de Rosto ........................................................................ 353.2.2 Ficha Catalogrfica ............................................................................. 353.2.3 Dedicatria e Agradecimentos ............................................................ 363.2.4 Resumo .............................................................................................. 363.2.5 Lista de Ilustraes ............................................................................. 373.2.6 Sumrio .............................................................................................. 383.2.7 Introduo ......................................................................................... 383.2.7.1 Objetivo da Pesquisa ....................................................................... 383.2.8 Reviso de Literatura .......................................................................... 403.2.9 Trajetria metodolgica ..................................................................... 413.2.9.1 Universo da Pesquisa ....................................................................... 413.2.9.2 Participantes .................................................................................... 433.2.9.3 Instrumentos ................................................................................... 453.2.9.4. Procedimento para a Coleta de Dados ............................................ 463.2.9.5 Procedimento para a Anlise dos Dados .......................................... 473.2.10 Resultados e Discusses .................................................................... 483.2.11 Consideraes Finais ........................................................................ 513.2.12 Referncias ....................................................................................... 523.2.13 Apndice .......................................................................................... 523.2.14 Anexo ou Anexos .............................................................................. 53

    Referncias .................................................................................................. 53

    APNDICE 1 ............................................................................................. 55

    APNDICE 2 ............................................................................................. 58

  • 7Apresentao da Coleo

    A Coleo intitulada Educao Especial na perspectiva da Educao Inclusiva trata-se de uma obra constituda por seis volumes que tem por finalidade retratar, nacionalmente, os melhores trabalhos de monografias apresentados no Seminrio Presencial Atendimento Educacional Especializado na Educao Inclusiva: possibilidades e desafios do Sc XXI, do curso de Especializao em Atendimento Educacional Especializado, na perspectiva da educao inclusiva. Esse curso, realizado na modalidade a distncia (Lato Sensu) pelo Departamento de Educao Especial, da Faculdade de Filosofia e Cincias UNESP Cmpus de Marlia/SP, foi financiado com recursos da Secretaria de Educao Continuada, Alfabetizao, Diversidade e Incluso - SECADI, sob intervenincia da Fundao de Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior CAPES, Universidade Aberta do Brasil UAB e Ministrio da Educao MEC.

    Aps processo seletivo das monografias, submetidas a uma Comisso Cientfica composta por renomados pesquisadores brasileiros, os seis volumes em questo foram organizados por profissionais vinculados a diversas instituies nacionais de ensino superior. Os volumes trazem importantes contribuies para pensar a materializao da escola inclusiva, no que tange s temticas: polticas educacionais; formao de professores; organizao de prticas pedaggicas especializadas; e acessibilidade aplicada ao Atendimento Educacional Especializado, alm de compartilhar aspectos introdutrios sobre a organizao do trabalho cientfico em Educao

  • 8Especial, referncia utilizada na concretizao desta obra pelos diferentes autores e co-autores envolvidos.

    Orientada por tais temticas, essa Coleo convida o leitor a refletir sobre os inmeros desafios do sistema pblico de ensino rumo consolidao da educao inclusiva, uma vez que os volumes apresentam os modos singulares como os professores e/ou profissionais da rede pblica de ensino do pas, em processo de formao continuada, discutiram temas conflitantes, por vezes antagnicos, que perpassam a compreenso sobre o papel da Educao Especial no sistema educacional brasileiro. Para tal, a comunicao assncrona, o espao ciberntico e o letramento digital, por intermdio da modalidade de ensino a distncia, possibilitaram retratar a compreenso dos autores acerca dos temas enfatizados nesta obra. Por acreditarmos no carter dinmico do saber cientfico e no movimento de transformao dos sujeitos, como fruto das relaes sociais mediadas, compartilhamos essa Coleo com a expectativa de que possa contribuir e fomentar reflexes e prticas direcionadas edificao da escola que acolhe, reconhece e enfrenta as diferenas presentes em seu contexto.

    Claudia Regina Mosca GirotoSandra Eli Sartoreto de Oliveira Martins

    Editoras

  • 9Prefcio

    A objetividade, em ltima anlise, o elemento de sustentao da atividade cientfica, seja essa desenrolada enquanto cincia natural ou cincia social. Ser objetivo, em essncia, implica em assumir o risco intelectual do erro. Postura esta que remete a aceitao de que h uma realidade emprica passiva de ser decifrada por meio da reflexo e da pesquisa. (SPINK, 1993)

    Parece ser inerente ao Homem o desejo de conhecer e a incansvel busca de respostas para suas indagaes. Ao longo dos tempos, a curiosidade humana torna-se cada vez mais exigente e, se antes, nos primrdios, bastasse o simples olhar desprendido e descompromissado para conhecer; a prtica e experincia com a vida, com o concreto, com a histria e com a cultura, quase que obriga a humanidade a criar novos caminhos para desvendar o desconhecido e para decifrar o que est oculto. Buscar um conhecimento mais refinado, mais exato e com maior rigor, que fosse capaz de ultrapassar a simples percepo humana. Nasce a cincia, a atividade cientfica!

    E a atividade cientfica exige sustentao, demonstrao, argumentao, metodologia. o mtodo que permitir o conhecimento e o avano do homem em sua sede inesgotvel pelo saber, pelo conhecer, pelo inventar, pelo descobrir e pelo criar! Em todas as reas, desde a cincia

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    natural social, revestidas da humanidade, da experincia com a vida e com a prtica social, cultural e histrica, encontra-se uma nova forma de conhecer: a cientfica.

    E conhecer de forma cientfica supera o senso-comum do conhecimento e impe o rigor da pesquisa, embora submetida ao tempo e espao histrico, portanto, tambm revestida de provisoriedade e dependente das evidncias disponveis pela cultura e pela histria do tempo presente. Dessa forma, conhecer submeter o objeto ao conhecimento ou atividade cientfica, com contornos cientficos, com a rigidez da reflexo e da pesquisa.

    No fcil a iniciao no mundo da pesquisa cientfica, compreender suas exigncias, suas estratgias, suas tcnicas, suas nuances. E nesse contexto que Maria Candida nos presenteia com sua obra e com a riqueza da descrio, do detalhamento da trajetria metodolgica da atividade cientfica. Um presente! Principalmente para os iniciantes no mundo da pesquisa e da construo do conhecimento. Ao descrever minuciosamente os passos do trabalho cientfico, nos brinda com um material extremamente rico para o ensino e para a aprendizagem, para aqueles que ensinam os passos iniciais da pesquisa e para aqueles que iniciam, muitas vezes de forma tmida e assustada, o caminho da pesquisa.

    Sua obra tem, ainda, outro valor a ser destacado. Apresenta uma linguagem simples, de fcil compreenso e, ao mesmo tempo, com toda profundidade necessria para o fazer cientfico. Alm disso, volta-se, tambm, para o professor que se torna pesquisador e que de uma forma mais apurada, procura compreender seu cotidiano e dos processos polticos-pedaggicos da aprendizagem. Torna cincia sua percepo. Quanto isso belo! A cincia inserida no cotidiano e o cotidiano compreendido pela cincia.

    isso que nos permite, enquanto humanidade, avanar. Buscar novos caminhos, nas no apenas sustentados em nossa percepo, mas justificados pelos resultados alcanados pela pesquisa cientfica, que nos obriga a superar nossas prprias intenes, para nos sustentar nas evidncias empricas e tericas do conhecimento.

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    Estou certa de que esta uma obra muito bem vinda ao mundo acadmico e educacional, que traa diretrizes para construo do conhecimento e que desvenda, de forma simples e acessvel, o caminho do conhecer.

    Por fim, gostaria de dizer que, certamente, a leitura dessa obra e sua manuteno enquanto referencial de metodologia do trabalho cientfico, escrito com maestria pela autora Maria Candida Soares Del-Masso, muito tem a acrescentar ao mundo acadmico e educacional, pois permite a reflexo sobre a atividade cientfica, suas possibilidades e seus limites, mas, essencialmente, o seu rigor. Esta ser, sem dvida, uma obra de referncia para o incio e manuteno da pesquisa cientfica.

    Anna Augusta Sampaio de OliveiraPedagoga, mestre em Educao Especial e doutora em Educao. Docente

    de graduao e ps-graduao da Faculdade de Filosofia e Cincias da UNESP, campus de Marlia. E-mail: [email protected]

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    Apresentao

    primeira vista, a Pesquisa Cientfica pode parecer assustadora, difcil e complicada. Todavia, ela apenas um exerccio lgico: fazemos isso... porque queremos eliminar alguma dvida, ou saber algo sobre um determinado tema. Porm, no s essa questo. O que faremos com o resultado obtido, com base em nosso questionamento? No basta querer saber algo, pesquisar sobre um determinado assunto e no ter aplicabilidade para os resultados encontrados. Esse um aspecto de significativa importncia para o trabalho cientfico, pois os resultados precisam ser operacionalizados, ou sugerirem novos estudos, novas pesquisas, confirmarem ou no uma dada informao que de nosso conhecimento, ou ainda permitir que se comparem os resultados alcanados em diferentes realidades, demonstrando as particularidades de cada uma delas.

    Surge um outro elemento a ser considerado, ou seja, a importncia do contexto sociocultural. Os dados encontrados nesse contexto seriam os mesmos em realidades diferentes? Que caractersticas so apresentadas nessa determinada realidade? Que pistas ela nos oferece, para a compreenso de uma determinada situao?

    Esse o papel fundamental da pesquisa cientfica: remeter-nos a questionamentos, a dvidas, a sanar dvidas, a refletir, a sugerir novos estudos, novas pesquisas, entre outras aes, tendo como base procedimentos metodolgicos fidedignos e claramente definidos. Entretanto, tambm no basta desejar investigar esses diferentes contextos, se a ao no for estruturada e planejada toda a sua execuo.

  • 14

    Para isso, devemos seguir alguns critrios que iremos discutir neste texto. Primeiro, apresentaremos as Estratgias de elaborao do trabalho cientfico e, em seguida, a Estrutura formal do trabalho cientfico, que ser dividida entre a estrutura do Projeto de Pesquisa e a estrutura da Monografia, delineado ao logo desta obra.

    Antes entrar no texto propriamente dito, o livro convidar a todos a traar uma discusso das estratgias de elaborao e estrutura formal do trabalho cientfico, fundamental compreendermos a diferena existente entre conhecimento cientfico e conhecimento de senso comum, condio que possibilitar a adequada problematizao do tema de estudo. A diferena na compreenso do termo pesquisa est no entendimento de seu uso no senso comum (no cotidiano) e no seu uso cientfico, construdo a partir de um referencial terico-metodolgico que gere novos conhecimentos cientficos. Para o seu uso cientfico, recorremos elaborao de um trabalho previamente estruturado, com objetivos claros e procedimentos terico-metodolgicos definidos, aspectos que iremos discutir ao logo desta obra. Bom estudo a todos!

    Maria Cndida Del Masso

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    1 Metodologia do Trabalho Cientfico: aspectos introdutrios

    Quando iniciamos a reflexo sobre um trabalho cientfico, o primeiro aspecto que nos vem mente a ansiedade intelectual em responder a algo e realizar um estudo, uma pesquisa. Antes do incio do trabalho, precisamos saber: Por que queremos conhecer esse algo? Onde queremos chegar com esse estudo? O que faremos com os resultados encontrados? Os resultados ajudaro o cotidiano profissional?

    Para enfrentar essas e outras inmeras questes, precisamos ter um objetivo claro e definido, a fim de identificarmos se os motivos desses questionamentos respondem a dvidas profissionais ou pessoais. No caso de dvidas pessoais, muitas vezes so resolvidas em nvel de senso comum, sem a necessidade de uma pesquisa cientfica e sem a preocupao com a fidedignidade e comprovao dos resultados obtidos.

    No caso de dvidas profissionais, elas podem ser desencadeadas a partir do senso comum, mas, para serem sanadas com fidedignidade, necessitamos do respaldo terico-metodolgico que sustente os argumentos utilizados e as respostas e resultados encontrados, mediante a realizao de uma pesquisa cientfica.

    primeira vista, a Pesquisa Cientfica pode parecer assustadora, difcil e complicada. Todavia, ela apenas um exerccio lgico: fazemos isso... porque queremos eliminar alguma dvida, ou saber algo sobre um determinado tema. Porm, no s essa questo. O que faremos com o resultado obtido, com base em nosso questionamento? No basta

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    querer saber algo, pesquisar sobre um determinado assunto e no ter aplicabilidade para os resultados encontrados. Esse um aspecto de significativa importncia para o trabalho cientfico, pois os resultados precisam ser operacionalizados, ou sugerirem novos estudos, novas pesquisas, confirmarem ou no uma dada informao que de nosso conhecimento, ou ainda permitir que se comparem os resultados alcanados em diferentes realidades, demonstrando as particularidades de cada uma delas.

    Surge um outro elemento a ser considerado, ou seja, a importncia do contexto sociocultural. Os dados encontrados nesse contexto seriam os mesmos em realidades diferentes? Que caractersticas so apresentadas nessa determinada realidade? Que pistas ela nos oferece, para a compreenso de uma determinada situao?

    Esse o papel fundamental da pesquisa cientfica: remeter-nos a questionamentos, a dvidas, a sanar dvidas, a refletir, a sugerir novos estudos, novas pesquisas, entre outras aes, tendo como base procedimentos metodolgicos fidedignos e claramente definidos. Entretanto, tambm no basta desejar investigar esses diferentes contextos, se a ao no for estruturada e planejada toda a sua execuo.

    Para isso, devemos seguir alguns critrios que iremos discutir neste texto. Primeiro, apresentaremos as Estratgias de elaborao do trabalho cientfico e, em seguida, a Estrutura formal do trabalho cientfico, que ser dividida entre a estrutura do Projeto de Pesquisa e a estrutura da Monografia.

    Antes da discusso das estratgias de elaborao e estrutura formal do trabalho cientfico, fundamental compreendermos a diferena existente entre conhecimento cientfico e conhecimento de senso comum, condio que possibilitar a adequada problematizao do tema de estudo.

    No que diz respeito a essa diferenciao, Carraher (2008, p. 21) argumenta:

    O exerccio do senso crtico num determinado campo exige conhecimento ntimo das questes conceituais, das tradies, dos conflitos atuais, dos paradoxos e dos estilos comunicativos enfim, um conhecimento das prticas e da rede de significados naquele campo. Por isso, o senso crtico exige, alm de certos processos cognitivos e

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    atitudes, uma experincia ampla no campo especfico de conhecimento em que se atua.

    Nessa perspectiva, fica evidente o papel do pesquisador em diferentes contextos e em diferentes situaes. Ele deve considerar o seu entorno, ao elaborar a proposta de pesquisa, e compreender que em cada contexto onde a pesquisa for aplicada os resultados obtidos sero os mais diversos possveis.

    A compreenso do termo pesquisa bastante ampla e est presente em nossas atividades dirias: quando pesquisamos o preo dos produtos em um supermercado, quando pesquisamos uma nova receita culinria, na internet, quando pesquisamos determinada palavra, no dicionrio, entre outras situaes do nosso cotidiano.

    No sentido mais estrito do termo pesquisa, visando criao de um corpo de conhecimento sobre certo assunto, Gatti (2007, p. 9-10) ressalta:

    O ato de pesquisar deve apresentar certas caractersticas especficas. No buscamos, com ele, qualquer conhecimento, mas um conhecimento que ultrapasse nosso entendimento imediato na explicao ou na compreenso da realidade que observamos. Um conhecimento que pode at mesmo contrariar esse entendimento primeiro e negar as explicaes bvias a que chegamos com nossas observaes superficiais e no-sistemticas. Um conhecimento que obtemos indo alm dos fatos, desvendando processos, explicando consistentemente fenmenos segundo algum referencial.

    A diferena na compreenso do termo pesquisa est no entendimento de seu uso no senso comum (no cotidiano) e no seu uso cientfico, construdo a partir de um referencial terico-metodolgico que gere novos conhecimentos cientficos. Para o seu uso cientfico, recorremos elaborao de um trabalho previamente estruturado, com objetivos claros e procedimentos terico-metodolgicos definidos, aspectos que iremos discutir no item seguinte.

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  • 19

    2 Estratgias de Elaborao do Trabalho Cientfico

    Para realizarmos uma pesquisa cientfica, so necessrios diferentes procedimentos, atitudes e investigaes, a fim de chegarmos resoluo de um determinado tpico, de um determinado problema e, para isso, precisamos organizar as Estratgias de Elaborao do Trabalho Cientfico. Essa organizao envolve os aspectos que orientam a investigao cientfica e devem considerar os itens conforme descritos abaixo:

    Escolha e delimitao do assunto de pesquisa, a partir de um domnio determinado de objetos de conhecimento;

    Demarcao da perspectiva de abordagem;

    Problematizao do tema (identificao do tema, em forma de problema);

    Formulao de hipteses centrais e/ou auxiliares, e

    Formulao dos objetivos a serem atingidos atravs das hipteses identificadas no estudo.

    Esses pontos so fundamentais para a organizao da Parte Demonstrativa do Trabalho Cientfico, ou seja, precisamos justificar a razoabilidade da pesquisa, a viabilidade e a pertinncia das questes

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    apresentadas na descrio das hipteses do trabalho cientfico, que culminar na identificao do objetivo de estudo.

    Aps claramente definidos os itens acima, importante a organizao da estrutura formal do trabalho, isto , a diviso do trabalho em introduo, desenvolvimento e consideraes finais, de modo geral, com os respectivos subitens, em cada um desses itens. Apresentaremos aqui um breve relato de cada item, sendo que a anlise detalhada ser feita no tpico 3 Estrutura Formal do Trabalho Cientfico.

    Na Introduo do Trabalho Cientfico, devemos apresentar claramente a justificativa para a escolha do tema de pesquisa, ressaltando os motivos dessa investigao, o que incentivou o autor a pesquisar esse tema e o que pretende responder para, em seguida, definir o objetivo da pesquisa cientfica.

    No item seguinte, o autor deve organizar o desenvolvimento do trabalho cientfico, que consiste da parte terica, quer dizer, reviso de literatura, e da trajetria metodolgica, que a realizao da parte prtica do estudo.

    Com base na reviso de literatura e na parte prtica do estudo, obteremos os resultados da pesquisa cientfica, que sero expostos no item Consideraes Finais (concluses do trabalho), momento em que sero explicitadas as respostas aos questionamentos iniciais, justificando se o objetivo primeiro foi ou no alcanado, qual a aplicabilidade prtica dos resultados obtidos com essa pesquisa, quais outros estudos essa pesquisa pode sugerir, entre tantos outros aspectos importantes, observados durante a execuo do trabalho cientfico.

    Na Estrutura formal do trabalho, discutiremos os itens para a elaborao do Projeto de Pesquisa e, posteriormente, para a redao da Monografia de Concluso de Curso, temas do tpico 3.

    Para iniciarmos um trabalho cientfico, devemos considerar outros aspectos que no esto presentes em sua estrutura formal, mas que, sem eles, dificilmente realizaremos um trabalho consistente teoricamente.

    Um primeiro passo organizarmos o nosso mtodo de trabalho. Essa uma ao individual e cada pesquisador deve elaborar seu cotidiano

  • 21

    de estudo. Idealmente, devemos estabelecer horrios semanais que sero dedicados ao Trabalho Cientfico e seguirmos esses horrios com certa rigidez. Para a elaborao do Projeto de Pesquisa e, posteriormente, da Monografia de Concluso de Curso, necessitamos de tempo, pois essa uma construo que precisa de maturidade intelectual que decorre das leituras feitas, das reflexes tericas, das anlises dos contedos das disciplinas cursadas, das discusses com o orientador, dos dilogos com os colegas, entre outros elementos que o pesquisador julgar necessrio.

    Outro passo importante nos cercarmos de diferentes materiais tericos, que daro suporte redao do Projeto de Pesquisa e da Monografia de Concluso de Curso. O pesquisador deve ter em mos os seguintes livros, para esclarecer as possveis dvidas, durante a redao do texto da pesquisa cientfica:

    Dicionrio da Lngua Portuguesa;

    Dicionrio da Lngua Inglesa;

    Livro de Gramtica da Lngua Portuguesa;

    Dicionrio de Regncia Verbal.

    No item seguinte, analisaremos a construo do trabalho cientfico propriamente dito e quais os itens que o compem, tanto para a preparao do Projeto de Pesquisa, quanto para a Redao da Monografia do Curso, que so requisitos junto aos Programas de Ps-Graduao Lato Sensu e Stricto Sensu.

    No Brasil, os Programas de Ps-Graduao Lato Sensu e Stricto Sensu se diferenciam, basicamente, pela carga horria de durao, pela abordagem dos contedos programticos das diferentes disciplinas e pelos objetivos de cada curso, nos diferentes Programas.

    Especializao: Com a carga horria mnima de 360 horas e com a obrigatoriedade da elaborao de uma monografia, artigo ou produto experimental, denominado Trabalho de Concluso de Curso. O Curso de Especializao (Ps-Graduao Lato Sensu) objetiva a resoluo de problemas do cotidiano profissional;

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    Mestrado: Tem a durao de dois anos e meio e a obrigatoriedade do desenvolvimento de uma dissertao, com defesa pblica mediante uma banca composta por trs professores, com nvel mnimo de Doutor ou titulao equivalente. O Curso de Mestrado (Ps-Graduao Stricto Sensu) pode ser Acadmico para a formao de professores e/ou pesquisadores, ou Profissional para a formao e/ou preparao de mo-de-obra qualificada para o mercado de trabalho;

    Doutorado: Tem a durao de quatro anos e a obrigatoriedade do desenvolvimento de uma tese indita, com defesa pblica mediante uma banca composta por cinco professores, com nvel mnimo de Doutor ou titulao equivalente. O Curso de Doutorado (Ps-Graduao Stricto Sensu) objetiva a formao de professores e/ou pesquisadores de alto nvel de conhecimento terico, na rea de estudo;

    Ps-doutorado: Tem a durao de um ano, perodo necessrio para que o professor/pesquisador realize uma pesquisa junto de um pesquisador de significativa importncia, na rea de estudo.

    importante o entendimento dessas subdivises, pois elas ainda geram desconhecimento e confuses conceituais.

    No item seguinte, iremos apresentar a organizao e analisar os itens que constituem o Projeto de Pesquisa e a Monografia de Concluso de Curso.

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    3 Estrutura Formal do Trabalho Cientfico

    A Estrutura Formal do Trabalho Cientfico tem o intuito de orientar a elaborao do Projeto de Pesquisa e, posteriormente, a elaborao da Monografia de Concluso de Curso. Os itens que compem o Projeto e a Monografia so praticamente os mesmos, sendo que a Monografia incorpora mais contedo terico, a parte prtica do estudo, expondo os resultados e discusses e as consideraes finais.

    QUADRO 1: Diferena entre Projeto de Pesquisa e Monografia de Concluso de Curso.Quadro com os elementos do projeto de pesquisa e da monografia de concluso de curso. Estrutura. Projeto de pesquisa: capa e folha de rosto. Estrutura. Monografia de concluso de curso. Capa, folha de rosto, ficha catalogrfica, dedicatria, agradecimentos, resumo, lista de ilustraes. Elementos pr-textuais. Projeto de pesquisa: sumrio, 1 introduo e justificativa, 1.1 objetivos, 2 reviso de literatura, 3 trajetria metodolgica, 3.1 universo de pesquisa, 3.2 participantes, 3.3 instrumentos, 3.4 procedimentos para coleta de dados, 3.5 procedimentos para anlise de dados, 3.6 cronograma. Elementos pr-textuais. Monografia de concluso de curso: sumrio, 1 introduo e justificativa, 1.1 objetivos, 2 reviso de literatura (pode ter subitens), 3 trajetria metodolgica, 3.1 universo de pesquisa, 3.2 participantes, 3.3 instrumentos, 3.4 procedimentos para coleta de dados, 3.5 procedimentos para anlise de dados, 4 resultados e discusses, 5 consideraes finais. Elementos ps-textuais. Projeto de pesquisa e monografia de concluso de curso: referncias, apndice, anexos.

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    O primeiro passo do Projeto de Pesquisa identificar o tema de estudo e justificar o motivo da referida escolha, ressaltando o que levou o pesquisador a estudar esse assunto e quais contribuies os resultados podero sugerir.

    importante salientar que todo o material utilizado para a redao do Projeto de Pesquisa dar incio redao da Monografia de Concluso de Curso. Conforme apresentado no Quadro 1, podemos observar que os dados contidos no Projeto de Pesquisa e na Monografia de Concluso de Curso seguem a mesma estrutura, mudando apenas a complexidade do contedo informacional.

    Em seguida, examinaremos cada um dos itens que compem o Projeto de Pesquisa, de acordo com o Quadro 1.

    3.1 Estrutura do Projeto de Pesquisa

    Os itens indicados a seguir, todos obrigatrios, visam elaborao do Projeto de Pesquisa, com o intuito de estruturar um texto objetivo, coerente e consistente. A proposta de estudo dever ter como fio condutor a investigao de demandas, fragilidades observadas no contexto profissional e que venham responder s necessidades do cotidiano de trabalho.

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    O Projeto de Pesquisa dever conter, no mximo, 15 pginas tamanho A4, redigido em fonte tamanho 12, para o corpo do texto, com espaamento entre linhas de 1,5 e fonte tamanho 11, para as citaes, com espaamento simples entre linhas, de acordo com as normas da Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT) NBR 15287/2011 (Informao e Documentao - Projeto de Pesquisa).

    O tempo verbal do Projeto de Pesquisa dever ser o futuro do presente, pois a atividade ainda ser realizada; deve-se empregar, preferencialmente, a 1 pessoa do plural, pois nem sempre realizamos, sozinhos, as aes, atividades e estudos.

    3.1.1 Capa e Folha de Rosto

    Todo trabalho cientfico comea com uma boa organizao e apresentao, contendo o ttulo do trabalho, o nome do pesquisador e do orientador, a identificao da instituio qual o pesquisador est vinculado, o nvel em que o estudo efetivado (graduao, ps-graduao etc.), entre outras informaes necessrias.

    A redao do Projeto de Pesquisa dever seguir as determinaes tcnicas da Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT), conforme NBR 15287/2011.

    A estrutura formal para a redao do Projeto de Pesquisa, segundo as normas do Curso de Especializao em Atendimento Educacional Especializado, encontra-se no Apndice 1 e DEVER SER SEGUIDA RIGOROSAMENTE.

    O ttulo do Projeto de Pesquisa fundamental para indicar a proposta de trabalho e dever ser definido juntamente com o orientador. Deve tambm ser informativo e instigar o leitor leitura do texto.

    3.1.2 Sumrio

    No sumrio, descrevemos a sequncia dos itens que integram o trabalho e o respectivo nmero da pgina, para a devida localizao dos textos pelo leitor.

  • 26

    A forma correta de redao deste item pode ser consultada nas normas da ABNT NBR 6027/2003.

    3.1.3 Introduo

    Na Introduo, fazemos a justificativa do trabalho cientfico, enfatizando o que nos levou a pesquisar esse tema, quais questes gostaramos de responder, onde pretendemos utilizar os resultados encontrados, entre outros aspectos que julgamos necessrios. Ao final da introduo, elaboramos o objetivo da pesquisa.

    3.1.3.1 Objetivo da Pesquisa

    Neste item, devemos apresentar o objetivo da pesquisa, a partir dos argumentos usados na Introduo do Projeto de Pesquisa, pontuando o(s) resultado(s) transformador(es) das aes propostas.

    Conforme indicado por Silva (2006, p.11), em seu Projeto de Pesquisa junto Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo, o objetivo de seu estudo foi

    [...] identificar os projetos e/ou programas desenvolvidos em instituies Totais e Semi-totais do municpio de Marlia dirigidos s pessoas com deficincia, aos idosos e/ou as pessoas com deficincia idosas; caracterizar nessas instituies os critrios de elegibilidade para atendimento, os servios oferecidos aos usurios, a composio da equipe multiprofissional, com especial nfase na rea da Terapia Ocupacional. Conseqentemente, investigar como e se essas instituies se preparavam para essa nova realidade, qual seja, atuar na rea do envelhecimento humano de pessoas com deficincia.

    Ao atingir os objetivos primeiros do estudo, ser alcanado o objetivo secundrio em sugerir aes que promovam, populao com deficincia que envelhece, a melhoria da qualidade de vida, principalmente em relao contribuio do profissional Terapeuta Ocupacional nesse processo de otimizao da sade e longevidade.

  • 27

    3.1.4 Reviso de Literatura

    A reviso de literatura para a redao do Projeto de Pesquisa consiste em um texto breve, contendo as principais contribuies sobre o tema de estudo publicadas em revistas indexadas e livros de referncia da rea, demonstrando que o estudo inovador, relevante e trar novidades para a temtica escolhida. A forma para a redao das referncias empregadas dever seguir as Normas da ABNT NBR 6023/2002.

    Na Biblioteca Digital da Faculdade de Filosofia e Cincias (FFC) da UNESP, campus de Marlia, possvel acessar o texto que orienta a redao das citaes e das referncias do trabalho cientfico.

    3.1.5 Trajetria Metodolgica

    A trajetria metodolgica pode ser subdividida de vrias maneiras, dependendo da organizao de cada curso e de cada rea de conhecimento. Os autores adotam diferentes terminologias, tais como: Metodologia, Investigao Metodolgica, Material e Mtodo, tendo todos o mesmo objetivo.

    Neste item, consideramos como o trabalho ser conduzido, qual o universo de pesquisa, quem sero os participantes, os procedimentos que sero seguidos, entre outras informaes sobre o estudo.

    Para o Curso de Especializao em Atendimento Educacional Especializado, usaremos os itens e os termos apresentados a seguir, os quais demonstram, com clareza, o contexto no qual a pesquisa ser desenvolvida.

    3.1.5.1 Universo da Pesquisa

    O universo da pesquisa descreve o contexto onde o estudo ser realizado, onde os dados sero coletados, onde estaro os participantes do estudo.

    No exemplo abaixo, transcrevemos a descrio do universo de pesquisa escolhido por Bolani (2007, p.07):

  • 28

    O nosso universo de pesquisa ser a Diretoria Regional de Educao da Freguesia do /Brasilndia que atende a regio de Casa Verde, Cachoeirinha, Imirim, Limo, Freguesia do e Brasilndia, regio essa composta por 15 CEIs com administrao direta que atendem aproximadamente 2047 crianas na faixa etria de 0 a 3 anos de idade distribudas em 197 turmas. Nesse contexto, sero identificados os alunos com deficincia intelectual includos nas turmas regulares, para posterior sorteio dos que participaro do estudo.

    No caso de pesquisa bibliogrfica, o universo de pesquisa pode ser descrito da seguinte maneira, conforme Freitas (2008, p.09):

    Tomamos como fontes de pesquisa as publicaes nacionais em revistas e peridicos indexados junto Biblioteca Nacional bem como na base eletrnica de dados disponvel na Biblioteca Central da Faculdade de Filosofia e Cincias da UNESP, campus de Marlia. [...]

    Em nosso estudo, pretendemos apresentar e comentar a viso de autores sobre o tema central da pesquisa, enfatizando as diferenas ou semelhanas existentes entre os conceitos de deficincia mental e de deficincia intelectual.

    3.1.5.2 Participantes

    Este item dever informar quem sero os participantes do estudo, ou seja, o pblico-alvo, destacando o local de procedncia, caracterizao dessa populao (gnero, grau de escolaridade, faixa etria etc.), entre outros dados relevantes para justificar o desenvolvimento do trabalho junto a esse grupo. Vieira (2010, p.15) focaliza os participantes de seu estudo:

    Faro parte do universo de pesquisa 10% dos alunos regularmente matriculados em cada uma das sries dos 9 cursos de graduao da FFC UNESP, campus de Marlia, do perodo diurno, conforme apresentado na Tabela 1, perfazendo um total de 108 alunos. Esses alunos sero selecionados a partir da aplicao da Tabela de Nmeros Equiprovveis.

    Aps a seleo, os alunos sero contatados para participarem voluntariamente do estudo. Em caso de recusa, esse aluno ser substitudo pelo seguinte da lista, seguindo a escala do sorteio.

  • 29

    No caso de pesquisa bibliogrfica, como no h participantes do estudo, a informao sobre a parte prtica da pesquisa dever ser exposta no item Universo de Pesquisa.

    3.1.5.3 Instrumentos

    No item Instrumentos, contemplamos as informaes referentes ao material empregado e ao mtodo escolhido para realizarmos a pesquisa. Os materiais podem ser os mais diversos possveis, tais como: roteiro de entrevista individual, roteiro para entrevista grupal tambm conhecido como grupo focal , questionrio com perguntas fechadas, questionrio com perguntas abertas, ou contendo as duas formas, entre outros. Caso o instrumento a ser utilizado no estudo j esteja definido, importante anex-lo ao Projeto de Pesquisa.

    No Projeto de Pesquisa elaborado por Vieira (2010, p.15-16), a autora descreveu detalhadamente o instrumento adotado em seu estudo:

    O instrumento para a coleta de dados ser um questionrio com questes abertas e fechadas (Anexo 1). As questes devero ser respondidas pelos alunos selecionados para identificar dados sociodemogrficos e acadmicos (idade, gnero, curso, srie), com vistas a mapear o perfil dos participantes. As perguntas abertas versaro sobre a noo de envelhecimento humano, de representao social da velhice e outros

    Quadro 1: Identificao dos Cursos de Graduao da FFC. Quadro com 8 colunas (curso, perodo, aluno por curso, 1 ano, 2 ano, 3 ano, 4 ano e total) e 7 linhas (arquivologia, biblioteconomia, cincias sociais, pedagogia, fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional). Curso: arquivologia. Perodo: diurno. Alunos por curso: 30. 1 ao 4 ano: 3 alunos por ano. Total de participantes: 12. Curso: biblioteconomia. Perodo: diurno. Alunos por curso: 35. 1 ao 4 ano: aproximadamente 4 alunos por ano. Total de participantes: 16. Curso: cincias sociais. Perodo: diurno. Alunos por curso: 35. 1 ao 4 ano: aproximadamente 4 alunos por ano. Total de participantes: 16. Curso: pedagogia. Perodo: diurno. Alunos por curso: 40. 1 ao 4 ano: 4 alunos por ano. Total de participantes: 16. Curso: fisioterapia. Perodo: integral. Alunos por curso: 40. 1 ao 4 ano: 4 alunos por ano. Total de participantes: 16. Curso: fonoaudiologia. Perodo: integral. Alunos por curso: 35. 1 ao 4 ano: aproximadamente 4 alunos por ano. Total de participantes: 16. Curso: terapia ocupacional. Perodo: integral. Alunos por curso: 40. 1 ao 4 ano: 4 alunos por ano. Total de participantes: 16.

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    aspectos importantes para essa temtica para que identifiquemos o conhecimento bsico dos alunos a respeito dos aspectos sociais da velhice. Outro aspecto a ser investigado em relao representao de envelhecimento humano que possuem quando chegam universidade, verificando, inclusive, se houve mudana dessa concepo a partir do contato com idosos no campus universitrio e nas atividades curriculares quando da realizao do estgio do seu curso.

    Previamente, realizaremos um estudo piloto, com alunos do curso de graduao, perodo noturno, para verificar a necessidade de adequao das questes contidas no questionrio. Tambm realizaremos a anlise documental das grades curriculares e dos os planos de ensino dos cursos pesquisados, para verificar a existncia de disciplinas que contemplem a temtica do envelhecimento humano.

    Os resultados recebero a anlise de contedo e a anlise estatstica descritiva para posterior anlise de todos os dados.

    3.1.5.4 Procedimentos para a Coleta de Dados

    No item Procedimentos para a Coleta de Dados, devemos informar como a coleta ser realizada, descrevendo esse processo, detalhadamente. No caso do uso de entrevista, devemos explicitar como ela ser feita: se for gravada, informar o tempo mdio de durao de cada entrevista, local de realizao da entrevista, entre outras informaes relevantes. No caso do uso de questionrio, devemos informar como ser aplicado: se for enviado via correio convencional ou eletrnico, qual o tempo que o participante ter para devolver o material respondido; se for aplicado pelo prprio pesquisador, qual o tempo de durao dessa atividade etc., alm de outras formas de coleta de dados.

    No item Procedimentos para a Coleta de Dados do Projeto de Pesquisa desenvolvido por Vieira (2010, p.16), as atividades previstas foram descritas da seguinte forma:

    A coleta de dados junto aos alunos de cada um dos cursos de graduao ser feita em uma nica sesso de coleta de dados, com a durao mdia aproximada de 20 minutos, mediante aplicao de questionrio impresso auto-explicativo, com a presena da pesquisadora.

    Os docentes de cada uma das disciplinas que ministraro aulas na data da coleta sero contatados previamente para que autorizem a sada de seus alunos para participarem da pesquisa.

  • 31

    A Direo da FFC, campus de Marlia, a Presidente da Comisso Permanente de Ensino e o Presidente do Comit de tica em Pesquisa sero contatados para conhecimento e providncias necessrias para o desenvolvimento do estudo.

    importante que o pesquisador tenha toda a cautela necessria para a realizao dessa coleta de dados, inclusive com a anuncia dos participantes envolvidos, mediante assinatura de termo de consentimento de uso livre das informaes para fins de pesquisa, mantendo o anonimato dos envolvidos.

    3.1.5.5 Procedimento para a Anlise dos Dados

    No Projeto de Pesquisa, necessrio prever como os dados coletados sero analisados, no contexto do estudo, e quais modalidades de anlise recebero: por exemplo, se tero anlise de contedo, anlise estatstica ou outros procedimentos de anlise.

    No item de Anlise dos Dados do estudo desenvolvido por Vieira (2010, p.17), observe-se como ela alude ao procedimento:

    Aps a coleta mediante aplicao do questionrio, os contedos sero categorizados para a anlise de contedo referente s questes qualitativas e anlise estatstica descritiva dos contedos quantitativos. Os resultados desta pesquisa sero apresentados no item que denominaremos Resultados e Discusses.

    3.1.6 Cronograma

    Para a execuo do Projeto de Pesquisa, fundamental o planejamento das atividades, mediante a apresentao do cronograma, o qual demonstrar o tempo destinado a cada uma das etapas propostas para a investigao. Essas informaes evidenciam tambm a exequibilidade do estudo, auxiliando o pesquisador no cumprimento das metas propostas.

    O cronograma pode ser redigido em diferentes formas. Um exemplo encontra-se descrito abaixo:

    Esta pesquisa ser desenvolvida no perodo de 6 meses.

  • 32

    O cronograma de atividades deve vir ao encontro do que foi proposto no objetivo do Projeto de Pesquisa, para que o desenvolvimento do estudo possa realmente ser alcanado.

    No projeto de Gomes (2007, p.12), o cronograma de atividades segue as atividades ms a ms, conforme se pode verificar abaixo:

    Esta pesquisa ser desenvolvida num perodo de 12 meses

    Quadro com cronograma de trabalho. O perodo de execuo de um ano, dividido em 4 trimestres. Reviso de literatura: 1 ao 4 trimestre. Pesquisa junto s bases de dados para identificar o objeto de estudo: 2 e 3 trimestres. Elaborao do relatrio parcial: 2 trimestre. Anlise dos dados pesquisados: 3 e 4 trimestres. Apresentao da pesquisa em eventos cientficos: 1 ao 4 trimestres. Reunies de orientao: 1 ao 4 trimestres. Redao do relatrio final: 4 trimestre.

    Outro modelo de cronograma de atividades pode contemplar perodos do ano, como o adotado por Freitas (2008, p.15):

    Esta pesquisa ser desenvolvida num perodo de 12 meses.

    Quadro com cronograma de trabalho. Leitura e anlise da bibliografia selecionada: 1 ao 6 ms. Reunies com a orientadora: 1 ao 6 ms. Anlise dos dados pesquisados: 1 ano 6 ms. Apresentao da pesquisa em eventos cientficos: 2 ao 6 ms. Redao do relatrio final: 6 ms.

  • 33

    3.1.7 Referncias

    Para a redao das Referncias, devemos identificar todo o material bibliogrfico lido e citado no corpo do trabalho, de acordo com as normas ABNT NBR 6023/2002. Segundo as normas, no usamos mais o termo

    Tabela.Cronograma de atividades. Escolha do tema de pesquisa: maro. Definio da rea e delimitao do tema: abril e maio. Elaborao do projeto de pesquisa: abril e maio. Levantamento e seleo das referncias: abril a agosto. Leitura do material identificado: abril a dezembro. Fichamento das leituras realizadas: abril a dezembro. Coleta de dados: junho a novembro. Anlise e interpretao dos dados: agosto a dezembro. Redao do texto da monografia: outubro a janeiro. Orientao: maro a fevereiro. Defesa da monografia: fevereiro.

  • 34

    Referncias Bibliogrficas, haja vista a possibilidade de citarmos artigos, livros, documentos, entre outros, disponveis por meio eletrnico, desde que contenham todas as informaes necessrias e se refiram a fonte de domnio confivel. No caso de obras que contenham a Ficha Catalogrfica, esta deve ser consultada para a correta citao da Referncia.

    As formas para redao das referncias usadas no texto do Projeto de Pesquisa podem ser consultadas na Biblioteca Digital da FFC UNESP, campus de Marlia, disponvel no endereo: http://www.marilia.unesp.br/index.php?CodigoMenu=217&CodigoOpcao=217.

    3.1.8 Apndice

    So os materiais elaborados pelo autor do Projeto de Pesquisa e que subsidiam a realizao das diferentes atividades do estudo. Por exemplo, o roteiro de entrevista que o autor elaborou, ou o questionrio para a coleta de dados, entre outros materiais.

    3.1.9 Anexo ou Anexos

    So os materiais de outros autores que foram utilizados no estudo. Por exemplo, se o autor aplicou um questionrio ou uma escala j validada cientificamente por outro pesquisador (outro autor).

    importante lembrar que todo o contedo do Projeto de Pesquisa ser aproveitado para a redao da Monografia, a partir do aprofundamento terico-metodolgico e da complexificao dos procedimentos de pesquisa.

    Na elaborao do texto da Monografia de Concluso de Curso, usamos praticamente a mesma estrutura do Projeto de Pesquisa, conforme se observa no Quadro 1. Exclumos o item cronograma e acrescentamos outros itens, que daro noo do todo do trabalho realizado.

  • 35

    3.2 Estrutura da Monografia de Concluso de Curso

    3.2.1 Capa e Folha de Rosto

    Como mencionamos, quando da elaborao do Projeto de Pesquisa, para a redao da Monografia de Concluso de Curso de Especializao em Atendimento Educacional Especializado, fundamental a organizao, redao e estrutura, as quais devero ser seguidas, rigorosamente, conforme o Apndice 2.

    A redao do texto dever seguir as orientaes tcnicas da Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT). Para a redao final da Monografia, devemos incluir, na parte Pr-Textual, aps a Capa e a Folha de Rosto (itens presentes no Projeto de Pesquisa), os seguintes itens:

    Ficha Catalogrfica Dedicatria Agradecimentos Resumo Lista de Ilustraes

    3.2.2 Ficha Catalogrfica

    A Ficha Catalogrfica um documento tcnico e dever ser redigida ao trmino do trabalho por um profissional da rea, ou seja, um Bibliotecrio. A redao desse documento segue especificidades, de acordo com dados da Biblioteca Nacional.

    Essa informao essencial para que a Monografia de Concluso de Curso de Especializao em Atendimento Educacional Especializado possa ser catalogada corretamente, nas bibliotecas para onde for enviada, alm de subsidiar outros autores, no caso de citao do trabalho.

  • 36

    3.2.3 Dedicatria e Agradecimentos

    Estes itens so opcionais para a redao final do trabalho cientfico. Caso o autor queira empreg-los, eles devero ser redigidos separadamente. Os contedos so pessoais e ficam a critrio exclusivo do autor do texto.

    3.2.4 Resumo

    O resumo fundamental para o trabalho cientfico, pois possibilita que outros autores conheam a pesquisa realizada. O texto deve ser claro, pontual, objetivo, e ter coerncia na redao, quer dizer, conter os aspectos introdutrios justificativa do trabalho, objetivo , desenvolvimento e consideraes finais, incluindo informaes essenciais ao entendimento da pesquisa. O texto no deve ter mais que uma pgina, em espaamento simples e sem pargrafo.

    Alm dos dados acima, devero fazer parte do resumo informaes bsicas, ou seja, o local onde o trabalho foi efetivado, o pblico-alvo, qual o problema estudado, quais os resultados obtidos e qual a soluo proposta para a resoluo do problema.

    Ao final, o autor dever identificar as palavras-chave da pesquisa 4 termos dados estes que sero usados para a redao da Ficha Catalogrfica e para a indexao, em diferentes sistemas de busca.

    A seguir, apresentamos o resumo da Monografia de Concluso de Curso de Toyota (2009, p. 6):

    TOYOTA, M. A. Viso do Empregador quanto incluso da pessoa com deficincia no mercado de trabalho: Possveis contribuies para a Terapia Ocupacional. 2009. 95p. Trabalho de Concluso de Curso (Graduao em Terapia Ocupacional). Faculdade de Filosofia e Cincias, Universidade Estadual Paulista. Marlia, SP. 2009.

    RESUMOO trabalho uma das atividades humana que garante ao indivduo a sua real incluso na vida social. Considerando o grande nmero de pessoas com deficincia em idade ativa para o trabalho no Brasil e a legislao de 1988, que garante a eles a reabilitao profissional e a incluso no mercado de trabalho, investigamos atravs deste estudo a viso do empregador em relao a essa incluso, abordando questes que investigaram as dificuldades

  • 37

    encontradas, os aspectos positivos e os negativos do ponto de vista da empresa na efetivao da pessoa com deficincia em seu quadro de funcionrios. Verificamos tambm a opinio do empregador quanto qualificao profissional, habilidades, inabilidades, desempenho e relacionamento profissional da pessoa com deficincia no ambiente de trabalho; como realizado o processo de seleo, treinamento, requisitos para contratao; a aptido da empresa para receber a pessoa com deficincia e os motivos apresentados pelo empregador pela no contratao dessa mo-de-obra. O primeiro contato com o empregador foi mediante convite enviado para vrias empresas da cidade de Marlia-SP e regio, do qual apenas sete aceitaram participar do universo de estudo atravs de uma entrevista. Os resultados, aps anlise de contedo e anlise estatstica descritiva, sugeriram que com o passar dos anos a viso do empregador alterou-se em relao ao trabalhador com deficincia e a incluso desse no mercado de trabalho modificou-se, medida que vem a necessidade da abordagem do lado social e do pensamento de que a incluso transmite uma imagem positiva para a empresa, pois anteriormente a incluso era vista como uma forma de gerar imagem negativa alm de possveis riscos de contgio para outros funcionrios. Contudo, a falta de qualificao profissional da pessoa com deficincia e o no conhecimento por parte dos empregadores de locais que realizem tal reabilitao, foram pontos que sugeriram que a falha na divulgao dos centros de reabilitao ainda permanece. Esses resultados so de fundamental importncia para subsidiar aes futuras junto aos programas de reabilitao profissional, junto ao meio empresarial e junto ao curso de graduao em Terapia Ocupacional sugerindo a importncia de aes integradas e a relevante atuao do Terapeuta Ocupacional nessa rea de atividade.

    Palavras-chave: reabilitao profissional, terapia ocupacional, profissionalizao da pessoa com deficincia, mercado de trabalho.

    3.2.5 Lista de Ilustraes

    A Lista de Ilustraes deve ser utilizada, caso o autor contemple, no texto da Monografia: Quadros, Tabelas, Grficos, Figuras etc. Essa lista redigida separadamente e dever conter as pginas onde o material for citado.

    Para exemplificarmos esse item, citamos, abaixo, parte da Lista de Ilustraes empregada por Cavalcante (2008, p.04) em seu estudo:

    LISTA DE ILUSTRAESFigura 1 Mapa das Diretorias Regionais de Educao... 22Figura 2 Idade dos participantes......................................23Figura 3 Tempo no magistrio..........................................24Figura 4 Escolaridade dos participantes...........................25

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    [...]Tabela 1 Gnero dos participantes...................................23 Tabela 2 Idade dos participantes......................................23

    3.2.6 Sumrio

    No sumrio, descrevemos a sequncia do trabalho e as respectivas pginas, em ordem numrica crescente, para a localizao dos contedos pelo leitor. A forma para a redao do item a mesma usada no Projeto de Pesquisa.

    3.2.7 Introduo

    Na Introduo, apresentamos a justificativa do trabalho cientfico, a partir do texto inicial redigido no Projeto de Pesquisa. importante destacar o que nos levou a pesquisar esse tema, quais questes gostaramos de responder, onde utilizaremos os resultados obtidos, entre outros aspectos relevantes. Podemos, igualmente, pontuar novas questes que tenham surgido, ao longo do trabalho, justificando a incluso dessa temtica.

    Ao final da introduo, assim como no Projeto, delineamos o objetivo da pesquisa cientfica e uma sntese do que ser abordado, em cada um dos captulos que iro compor a reviso de literatura do estudo e o procedimento metodolgico adotado.

    3.2.7.1 Objetivo da Pesquisa

    Neste item, devemos explicitar o objetivo da pesquisa, com base nos argumentos esboados no Projeto de Pesquisa. Em seguida ao objetivo, devemos mencionar, sucintamente, o que iremos abordar em cada um dos captulos.

    No estudo de Bolani (2008, p.9-10), a autora relata:Assim, o objetivo fundamental de nossa pesquisa consiste em investigar as representaes sociais dos profissionais de escolas da rede regular de ensino municipal da Cidade de So Paulo sobre incluso, para tentar entender os pensamentos, os no ditos, os contedos velados que fazem parte dessas representaes e que esto diretamente influenciando

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    e interferindo a compreenso e a ao inclusiva (ou excludente) desses profissionais. De modo geral, teremos informaes a respeito de um contexto mais amplo que a comunidade escolar, a sociedade, nossos representantes polticos e nossas polticas pblicas.

    Para tal estudo faz-se necessrio a realizao de uma pesquisa exploratria, de campo e qualitativa e o tema da incluso ser pesquisado no mbito Educacional, o qual recebe influncia direta do mbito social, familiar e das polticas pblicas. [...]

    Com os resultados obtidos atravs da investigao das representaes sociais dos profissionais poderemos sugerir aes especficas, ou gerais, junto aos profissionais da educao para melhor adequar seus conhecimentos, pensamentos e aes pedaggicas para efetivar a incluso nos moldes estabelecidos nas produes acadmicas, ou construir coletivamente nos projetos pedaggicos das escolas novas propostas de aes inclusivas no estigmatizantes, preconceituosas ou, melhor dizendo, que possam existir projetos pensados e planejados para atender todas as diferenas, minorias, deficincias que esto e que viro a freqentar as escolas.

    No captulo 1 traaremos uma breve apresentao da noo de Incluso sob a perspectiva legal, analisando as diretrizes nacionais. Em seguida, descreveremos sucintamente a Poltica Nacional e suas Diretrizes para a Educao Especial pontuando algumas consideraes a respeito do trabalho da Secretaria de Educao Especial do Ministrio da Educao do Brasil e da Poltica Municipal de Incluso da Cidade de So Paulo.

    No captulo 2 reuniremos algumas conceituaes tericas a respeito da noo de incluso, tanto na perspectiva nacional quanto internacional. Para escolher e definir as principais referncias utilizaremos como critrio de seleo a produo realizada em mbito acadmico, produes de instituies que so referncias na produo de conhecimento sobre incluso e, publicaes e projetos de instncias governamentais.

    No captulo 3 apresentaremos a trajetria metodolgica que orientou nossa pesquisa, ou seja, o universo da pesquisa, participantes, instrumentos utilizados; procedimentos de coleta de dados, anlise de dados qualitativos e por fim os resultados e discusses.

    Em um estudo bibliogrfico, como o de Freitas (2010a, p. 47-8 ), por exemplo, assim se definiu o objetivo de pesquisa:

    O objetivo deste estudo consiste em identificar quais as concepes de deficincia mental / deficincia intelectual so apresentadas na literatura e em qual perspectiva esto centradas, quais sejam: mdica, estatstica ou social sugerindo a vertente utilizada pelo autor como

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    embasamento para seu estudo e se h referncia no texto pessoa com deficincia que envelhece. Caracterizados esses critrios procuramos localizar por meio de revistas e peridicos artigos referentes temtica estudada, qual seja, a do envelhecimento humano da pessoa com deficincia intelectual. Identificados os dados, realizamos uma anlise reflexiva sobre a cientificidade na qual se encontram tais estudos e quais concepes tericas figuram no texto e que se referem ao processo de envelhecimento humano da pessoa com deficincia intelectual.

    3.2.8 Reviso de Literatura

    A reviso de literatura da Monografia de Concluso de Curso consiste em um texto complexo, tendo como referencial terico as principais publicaes sobre o tema, veiculadas em revistas indexadas, em livros da rea e em outros meios de divulgao cientfica que abordem a questo de estudo.

    Uma fonte de consulta que poderemos utilizar, para a reviso de literatura do trabalho, para citaes de estudos, entre outras informaes destinadas realizao de um trabalho cientfico, encontra-se disponvel na Biblioteca Digital da FFC / UNESP Marlia no endereo: http://www.marilia.unesp.br/index.php?CodigoMenu=217&CodigoOpcao=275

    A reviso de literatura poder ser subdividida em itens, conforme a temtica escolhida. O texto abaixo, por exemplo, um dos captulos do Trabalho de Concluso de Curso de Pedagogia de Souza (2007, p. 7):

    [...] 2 OS TEMAS TRANSVERSAIS E AS BASES CURRICULARES: UMA PROPOSTA PARA A INTERGERACIONALIDADE2.1 A transversalidade no contexto educacional: suas origens2.2 A transversalidade sob vrios olhares: a busca pela justia social2.3 O Currculo: aspectos norteadores2.4 Algumas consideraes sobre a configurao do currculo no Brasil

    2.5 Transversalidade: uma proposta para a intergeracionalidade.

    Essa subdiviso, citada no Sumrio, deve ser seguida para a elaborao da monografia.

  • 41

    Na redao do texto final da Monografia, podemos nos servir de diferentes recursos estilsticos, ao nos referirmos e citarmos outros textos e/ou autores, tais como a prpria citao, a parfrase e o comentrio. Quando o sujeito da escrita o autor do trabalho, poder usar como recurso estilstico a exposio de um tema, a descrio ou ainda a narrao. Outros recursos possveis so as construes tericas, apelando-se para a analogia, a metfora e/ou os modelos.

    3.2.9 Trajetria metodolgica

    A trajetria metodolgica, conforme vimos no item que discutiu a redao do Projeto de Pesquisa, pode ser subdividida de vrias maneiras, dependendo da organizao de cada curso.

    No contexto do Curso de Especializao em Atendimento Educacional Especializado, empregaremos os itens abaixo, para a redao desta parte da Monografia de Concluso de Curso:

    Universo de Pesquisa Participantes Instrumentos Procedimentos para a Coleta de Dados Procedimentos para a Anlise de Dados

    3.2.9.1 Universo da Pesquisa

    No universo da pesquisa, descrevemos o contexto onde o estudo foi feito, onde os dados foram coletados e onde esto presentes os participantes da pesquisa. No exemplo abaixo, temos a descrio do universo do estudo realizado por Silva (2008, p.54), em uma das Diretorias Regionais de Educao da Secretaria Municipal de Educao da cidade de So Paulo:

    A Diretoria Regional de Educao So Mateus composta por 40 EMEFs, 41 EMEIs, 01 EMEFM; 27 CEI Diretas; 03 CEUs compostos por 01 EMEF, 01 EMEI, 01 CEI cada um e mais os centros esportivos e culturais, localizados nos bairros de So Mateus, So

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    Rafael e Sapopemba; 27 CEI Indireta; 22 CEI Conveniada; 02 Escolas Particulares; 02 CIEJA; 41 MOVA; 01 Coordenadoria de Educao e 06 Outros PMSP, totalizando 161 unidades diretas e mais 51 unidades indiretas. Entende-se por CEIs indiretas as Unidades Educacionais Conveniadas com a Secretaria de Educao do Municpio de So Paulo.

    Neste item, possvel incluir figuras, mapas de localizao onde foi feita a coleta de dados, entre outras informaes, com o intuito de clarificar o contedo do texto, desde que preservadas as referncias de autoria da figura.

    Na caracterizao do Universo de Pesquisa, podemos igualmente abordar o mapeamento do local e como a escola se insere nesse contexto; qual a localizao do local de coleta, na dimenso do municpio que realiza a pesquisa; quantas pessoas compem esse local, em nvel macro e em nvel do local de coleta; como a comunidade se organiza; quais aes existem, voltadas para a questo de estudo entre outros dados que favorecero a compreenso do leitor acerca do espao da pesquisa.

    Figura 1: Localizao do Universo de Pesquisa (SILVA, 2008)

    Mapa da cidade de So Paulo com diviso de bairros.

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    No estudo de Bolani (2008), o universo de pesquisa foi descrito, incluindo aspectos populacionais, da seguinte forma:

    O nosso universo de pesquisa foi a Diretoria Regional de Educao da Freguesia do /Brasilndia, da cidade de So Paulo, que atende a regio de Casa Verde, Cachoeirinha, Imirim, Limo, Freguesia do e Brasilndia, regio essa composta por 15 CEIs com administrao direta que atenderam, em 2007, 2047 crianas de 0 a 3 anos de idade distribudas em 197 turmas. Nesse contexto foram identificados 4 alunos com deficincia intelectual que estavam includos nas turmas regulares, conforme apresentado na Tabela 1. Essa Diretoria tambm possui 31 EMEIs que atenderam, em 2007, 19.089 crianas de 3 a 6 anos de idade distribudos em 561 turmas e dentre elas 30 foram indicadas ao CEFAI como com deficincia intelectual includas nas classes regulares. Esses dados esto indicados na Tabela 2.

    3.2.9.2 Participantes

    No item denominado Participantes, apresentamos a caracterizao da populao-alvo do estudo, o local de procedncia desses indivduos, caractersticas pessoais de cada um deles, como gnero, idade, grau de escolaridade, entre outros dados relevantes para o estudo. Pelo texto de Bolani (2008), em sua investigao, a caracterizao dos participantes de sua pesquisa foi clara e objetiva; em acrscimo, fornece um quadro de apoio leitura.

    Neste item iremos analisar os dados de identificao dos participantes deste estudo que so professoras da Diretoria Regional de Educao da Freguesia do / Brasilndia. Esses dados encontram-se descritos na Tabela 3.

    Em relao aos dados apresentados na tabela acima, pudemos identificar que a idade dos participantes da pesquisa variou entre 26 e 51 anos de idade sento todos do gnero feminino. Dos 8 participantes, 4 deles possui nvel de escolaridade superior completo e 4 participantes possui ps-graduao. Em relao ao tempo de trabalho no magistrio, as participantes possuem de 8 a 25 anos nessa atividade profissional. Desse grupo, 5 participantes informaram no acumular cargo e 3 apontaram que acumulam algum cargo no seu cotidiano profissional. Acrescido a isso, todos os participantes j lecionaram para alunos com deficincia intelectual e apenas 1 participante informou possuir pessoa com deficincia na famlia, no identificando o tipo de deficincia.

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    Todos trabalham na Educao Infantil e a faixa etria das crianas atendidas por esses professores variou de 2 6 anos de idade.

    TABELA 3 Caracterizao dos Participantes

    Tabela com a caracterizao dos participantes (P1 a P8). P1. Idade: 28 anos. Gnero: feminino. Escolaridade: superior completo. Tempo de magistrio: 10. Local de trabalho: EMEI. Acumula cargo: sim. Faixa etria atendida: 4 a 6 anos. Leciona para aluno com deficincia: deficincia intelectual. Tem pessoa com deficincia na famlia: no.

    P2. Idade: 51 anos. Gnero: feminino. Escolaridade: ps-graduao. Tempo de magistrio: 24. Local de trabalho: CEI. Acumula cargo: no. Faixa etria atendida: 3 e 4 anos. Leciona para aluno com deficincia: deficincia intelectual e outras deficincia. Tem pessoa com deficincia na famlia: no.

    P3. Idade: 26 anos. Gnero: feminino. Escolaridade: ps-graduao. Tempo de magistrio: 8. Local de trabalho: EMEI. Acumula cargo: sim. Faixa etria atendida: 5 e 6 anos. Leciona para aluno com deficincia: deficincia intelectual. Tem pessoa com deficincia na famlia: no.

    P4. Idade: 41 anos. Gnero: feminino. Escolaridade: ps-graduao. Tempo de magistrio: 15. Local de trabalho: EMEI. Acumula cargo: no. Faixa etria atendida: 5 e 6 anos. Leciona para aluno com deficincia: deficincia intelectual e outras deficincias. Tem pessoa com deficincia na famlia: no. P5. Idade: 38 anos. Gnero: feminino. Escolaridade: ps-graduao. Tempo de magistrio: 18. Local de trabalho: EMEI. Acumula cargo: sim. Faixa etria atendida: 4 e 5. Leciona para aluno com deficincia: deficincia intelectual, fsica e mltiplas. Tem pessoa com deficincia na famlia: sim. P6. Idade: 45 anos. Gnero: feminino. Escolaridade: superior completo. Tempo de magistrio: 18. Local de trabalho: CEI. Acumula cargo: no. Faixa etria atendida: 2 e 3 anos. Leciona para aluno com deficincia: deficincia intelectual. Tem pessoa com deficincia na famlia: no. P7. Idade: 26 anos. Gnero: feminino. Escolaridade: superior completo. Tempo de magistrio: 14. Local de trabalho: EMEI. Acumula cargo: no. Faixa etria atendida: 3 a 5 anos. Leciona para aluno com deficincia: deficincia intelectual. Tem pessoa com deficincia na famlia: no. P8. Idade: 48 anos. Gnero: feminino. Escolaridade: superior completo. Tempo de magistrio: 25. Local de trabalho: CEI. Acumula cargo: no. Faixa etria atendida: 2 e 3 anos. Leciona para aluno com deficincia: deficincia intelectual. Tem pessoa com deficincia na famlia: no.

    Caso seja interessante, o autor poder usar porcentagem e ndices de frequncia, que podero redimensionar a compreenso da populao participante do estudo.

    Quando se tratar de pesquisa bibliogrfica, no h participantes do estudo, pois a coleta de dados ser efetuada a partir de contedos tericos previamente definidos pelo pesquisador. Esses dados podero ser informados no item Universo de Pesquisa.

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    3.2.9.3 Instrumentos

    Neste item, informarmos ao leitor qual o material utilizado e o mtodo escolhido, para realizarmos a pesquisa.

    Conforme destacamos, na estrutura do Projeto de Pesquisa, na redao da Monografia os materiais escolhidos podem ser os mais diversos possveis, tais como: roteiro de entrevista individual, roteiro para entrevista grupal tambm conhecido como grupo focal , questionrio com perguntas fechadas, questionrio com perguntas abertas, ou contendo as duas formas, entre outros materiais. Caso o instrumento seja adotado no estudo, ele dever ser includo no trabalho (no Apndice ou no Anexo).

    No estudo relatado por Freitas (2010b, p.13-4), o material e o mtodo empregados encontram-se descritos abaixo.

    Para a realizao deste estudo foi necessrio delimitarmos a rea de deficincia a ser pesquisada e, entre as diferentes deficincias, optamos pela deficincia intelectual. Tal escolha no foi aleatria. Em decorrncia de estudos realizados restringimos a pesquisa rea da deficincia intelectual por entendermos que se trata da deficincia que sofre maior discriminao e dificuldade quanto escolarizao e a insero no meio social, principalmente no mercado de trabalho.

    A escolha da forma de abordagem mais adequada para captar o fenmeno investigado resulta do problema que se quer compreender. A escolha da metodologia de pesquisa, bem como das estratgias utilizadas mtodo, tcnicas, instrumentos de coleta de dados esto em conformidade com a viso de homem e de mundo que possumos.

    Para a realizao desta pesquisa, elegemos um Estudo de Caso, que compreendido como uma investigao sistemtica de uma instncia especfica. (Nisbet & Waltt, 1978, citados por Andr, 1984)

    O Estudo de Caso, conforme argumentam Ludke & Andr (1986, p.17):

    (...) sempre bem delimitado, devendo ter seus contornos claramente definidos no desenrolar do estudo. O caso pode ser similar a outros, mas ao mesmo tempo distinto, pois tem um interesse prprio, singular. O interesse, portanto, incide naquilo que ele tem de nico, de particular, mesmo que posteriormente venham a ficar evidentes certas semelhanas com outros casos ou situaes.

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    Assim, neste tipo de investigao, a produo de um conhecimento de abrangncia mais ampla (com alguma vocao generalizante) no o objetivo imediato. No se pretende obter resultados que possam ser universalizados, como anseiam metodologias investigativas de outros tipos.

    A grande virtude desta metodologia, por outro lado, consiste na profundidade analtica que permite, justamente, voltar-se investigao de um objeto rigorosamente circunscrito.

    Outras formas de redao deste item podero ser discutidas e sugeridas pelo orientador da Monografia de Concluso de Curso.

    3.2.9.4. Procedimento para a Coleta de Dados

    Conforme mencionado no Projeto de Pesquisa, os Procedimentos para a Coleta de Dados devem informar como a coleta foi realizada, explicitando os passos do processo, detalhadamente.

    No caso do uso de entrevista, devemos descrever como ela foi efetuada: se foi gravada, informar o tempo mdio de durao de cada entrevista, local de realizao da entrevista, entre outras informaes relevantes. No caso do uso de questionrio, devemos informar como foi aplicado: se foi enviado via correio convencional ou eletrnico, qual o tempo que o participante teve para a devoluo do material respondido; se foi aplicado pelo prprio pesquisador, qual o tempo de durao dessa atividade etc., alm de outras formas usadas para a coleta de dados.

    No estudo de Toyota (2009, p.32), o procedimento de coleta foi assim explicado:

    Inicialmente foi realizado contato com as empresas atravs de ligao telefnica convidando-os a participarem do estudo, explicando detalhadamente do que se tratava a pesquisa. Algumas empresas aceitaram prontamente, outras solicitaram o envio de um ofcio (Apndice D) para possvel concordncia na participao. Vrias empresas no aceitaram participar do estudo, algumas informando o motivo e outras apenas declinando ao convite.

    As empresas que concordaram em participar do estudo foram informadas da realizao da entrevista, as quais foram agendadas previamente com data e horrio conforme a disponibilidade de cada

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    empresa. As entrevistas foram realizadas no prprio local de trabalho e foram gravadas para posterior transcrio e anlise de contedo.

    Antes de iniciarmos a entrevista, explicamos novamente o objetivo do estudo e solicitamos autorizao para que a mesma fosse gravada, informando, igualmente, que os dados gravados seriam utilizados apenas no mbito deste estudo no qual manteramos o total anonimato da empresa. Em seguida, solicitamos ao respondente que assinasse o termo de consentimento livre e esclarecido.

    Na pesquisa implementada por Freitas (2010a, p.50-1), na qual a coleta de dados ocorreu a partir de material bibliogrfico, a autora descreveu esse procedimento da seguinte maneira:

    Primeiramente, identificamos dados referentes temtica de estudo que consistiu em destacar, a partir da anlise a priori, os ttulos dos artigos publicados em peridicos considerando o perodo de Janeiro/1998 at Dezembro/2008 e indexados junto s seguintes bases de dados: Portal de Bibliotecas da Rede UNESP, Portal de Pesquisa e Portal Capes e analisar, num segundo momento, quais as concepes de deficincia mental e de deficincia intelectual eram apresentadas e em qual perspectiva estavam centradas: mdica, estatstica ou social sugerindo a vertente utilizada pelo autor como embasamento para seu estudo.

    Utilizamos essas duas terminologias: deficincia mental e deficincia intelectual, pois a alterao de terminologia ocorreu durante o perodo no qual realizamos nossa investigao.

    3.2.9.5 Procedimento para a Anlise dos Dados

    Na redao da Monografia, demonstramos como os dados coletados foram analisados no estudo e qual a modalidade de anlise que recebeu: estatstica, anlise de contedo, anlise fenomenolgica, entre outros procedimentos de anlise quantitativa e/ou qualitativa.

    Para a anlise de dados de pesquisa, Freitas (2010a, p. 61) relatou:Os resultados obtidos foram analisados por meio de uma leitura crtica acerca de (a) ttulos dos artigos, (b) palavras-chave contidas nos artigos, quando presentes, (c) resumos presentes nos artigos e, quando no estava explcito em nenhuma dessas possibilidades, (d) recorramos ao texto na ntegra. A pesquisa teve como vertente o estudo qualitativo. Foram descartados os artigos que no apresentavam pistas em nenhum

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    dos itens elencados, buscando assim, maior fidedignidade ao universo temtico pesquisado.

    Em um primeiro momento destinado ao levantamento das revistas e peridicos, identificamos a editora responsvel, o ttulo do peridico ou revista, a periodicidade, o nmero do ISSN, o ano, o ms, o volume da publicao, bem como o ttulo do artigo, o nmero de pginas de cada artigo, quando havia e, o nome do autor ou autores.

    Num segundo momento da anlise preservamos nas tabelas (APNDICE A), alguns dados como o ano da publicao, o nmero e ms da mesma, autor, ttulo do artigo, palavras-chave apresentadas no artigo, termos correlatos, sendo esses destinados anlise de palavras-chave que se assemelhavam com as utilizadas para a pesquisa e, por fim, a concepo atribuda a pessoa com deficincia intelectual que envelhece, quando esta estava presente.

    No estudo realizado por Silva (2007, p.18), a anlise dos dados foi descrita do seguinte modo:

    Os contedos da coleta de dados foram categorizados para as respectivas anlises quantitativas e qualitativas. Na anlise destacamos quais os aspectos fundamentais das instituies do municpio de Marlia que atendem a pessoa com deficincia idosa e como elas se preparam para o atendimento pessoa com deficincia em processo de envelhecimento, ressaltando o significativo papel do Terapeuta Ocupacional nas atividades que venham ao encontro de uma adequada qualidade de vida e uma expectativa de vida ativa desses indivduos.

    3.2.10 Resultados e Discusses

    O Item Resultados e Discusses o cerne da pesquisa cientfica, momento em que o pesquisador explicita, pontualmente, o resultado de seu estudo, interpreta os dados e demonstra se os resultados encontrados vm, ou no, ao encontro dos objetivos propostos no projeto de pesquisa.

    A apresentao dos resultados a parte mais importante do trabalho de pesquisa, pois so transcritos todos os dados encontrados no estudo, os quais confirmaro ou refutaro as hipteses levantadas na proposta de pesquisa. Esses dados podero aparecer em diferentes formas, quer qualitativas, quer quantitativas, usando-se quadros, grficos, tabelas, entre outros recursos para clarificar a compreenso do material obtido.

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    Na discusso dos resultados, o autor contrape os resultados encontrados com os dados citados na reviso de literatura acerca das questes de estudo, mostrando as evidncias a que chegou, ao final de sua pesquisa.

    No estudo de Paiva (2004, p. 17), os resultados foram apresentados da seguinte maneira:

    O tema central desta pesquisa reside, justamente, na compreenso da memria a partir da perspectiva da Teoria da Auto-organizao, incluindo a relao entre essa e a Teoria Sociocultural apresentada por Vygotsky (2000). Para que possamos compreender a importncia da leitura no contexto desta pesquisa, analisamos brevemente a noo de leitura como tambm o surgimento da biblioterapia. Alm desse aspecto, investigamos como a prtica da leitura constituiu-se em um procedimento que auxiliou a preservao das habilidades cognitivas no processo de envelhecimento.

    Centrando o foco nas questes referentes ao desenvolvimento das atividades cerebrais, mais especificamente da memria e das habilidades cognitivas a ela relacionadas, buscamos compreender a noo de memria.

    Conforme aponta Brando (s.d, p. 7), a memria no uma faculdade, mas um processo que liga funes de ordens diferentes. O autor ressalta ainda que:

    O ofcio da memria no lembrar, recompor o que houve e, sim, reconstruir, relembrar atravs de uma recriao, que na arte ou fora dela, representa, isto , traz como fico o que em um tempo antes havia existido com um fato, um feixe real de acontecimentos, nunca mais pode existir como tal. (BRANDO, s.d, p.09)

    Para Izquierdo (2000, p. 09, grifo do autor) memria compreendida como:

    [...] a aquisio, a formao, a conservao e a evocao de informaes. A aquisio tambm chamada de aprendizagem: s se grava aquilo que foi aprendido. A evocao tambm chamada de recordao, lembrana, recuperao. S lembramos aquilo que gravamos, aquilo que foi aprendido. Podemos afirmar que somos aquilo que lembramos, literalmente. No podemos fazer aquilo que no sabemos como fazer, nem comunicar nada que desconheamos, isto , nada que no esteja na nossa memria. No podemos usar como base para projetar nossos

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    futuros possveis quilo que esquecemos ou que nunca aprendemos. Tambm no esto a nossa disposio os conhecimentos inacessveis, nem formam parte de ns os episdios dos quais nos esquecemos ou pelos quais nunca passamos.

    Dessa maneira, entendemos que a noo mais elementar de

    memria est associada a um sistema com habilidades de armazenar e recuperar informaes conforme a necessidade imediata dos indivduos.

    Outra forma para expor os resultados e discusses pode ter o suporte de figuras para auxiliar a compreenso dos dados.

    No trabalho de Bolani (2008, p.41), os resultados foram expostos com o auxlio do grfico reproduzido abaixo:

    Pudemos observar que a porcentagem de alunos com deficincia intelectual frente ao nmero de vagas oferecidas nas escolas representa menos de 1% do total de alunos da educao infantil, tanto do CEI quanto da EMEI. possvel que o diagnstico e o laudo subseqente no confirmem essa informao e devido a isso a existncia de crianas que no aparecem nas estatsticas por falta de confirmao tcnica/profissional, mas que muitas vezes freqentam turmas regulares. Onde esto essas crianas? Ser que essas crianas so atendidas em instituies especializadas ou permanecem em casa devido a no obrigatoriedade da matrcula na educao infantil?

    Grfico 2 Alunos com deficincia intelectual includos em sala regular

    Grfico pizza. Nmero de alunos das EMEIs (Escolas Municipais de Educao Infantil): 19.089 99,8%.Alunos com deficincia intelectual includos em sala regular: 30 - 0,2%.

    TOTAL DE ALUNOS DAS EMEI (Escolas Municipais de Educao infantil)

    19.089

    99,8%

    ALUNOS COM DEFICINCIA

    INTELECTUAL INCLUDOS EM

    SALA REGULAR 30

    0,2%

    N DE ALUNOS DAS EMEI's (Escolas Municipais de Educao Infantil): 19089

    ALUNOS COM DEFICINCIA INTELECTUAL INCLUDOS EM SALA REGULAR: 30

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    3.2.11 Consideraes Finais

    Neste item, o autor deve evidenciar os resultados obtidos com o estudo, podendo enfatizar as possveis limitaes que identificou no trabalho e que no clarificaram as hipteses propostas para a pesquisa.

    Este o momento do encerramento do trabalho de pesquisa, de sorte que o autor pode informar suas reflexes pessoais, aspectos que observou, no decorrer do estudo, os pontos no investigados que identificou, ao longo do trabalho, sugestes para trabalhos futuros, entre outras questes de significativa importncia para a construo do conhecimento cientfico.

    Nas consideraes finais do trabalho de Bolani (2008, p. 57), a autora pontuou:

    Ao finalizarmos o trabalho constatamos o quo difcil fazer pesquisa em nossa sociedade. H infindveis questes burocrticas e empecilhos tcnicos que dificultam a busca de informaes, o acesso aos profissionais que atuam nas escolas e a troca de contedos com os pesquisadores e suas pesquisas. Mas aqui estamos e, apesar de todas as dificuldades, conseguimos finalizar esta empreitada.

    Com a busca das informaes junto aos profissionais professores de Educao Infantil do municpio de So Paulo confirmamos a nossa hiptese de que a incluso educacional tem sido realizada com muita dificuldade e com grandes queixas dos profissionais, descontentamentos e frustraes.

    Analisando os discursos produzidos pelos profissionais e fazendo uso da investigao das representaes sociais que aliceram suas prticas, podemos verificar que as representaes, os saberes difundidos no esto distantes das conceituaes tericas de referncia da rea e as legislaes que as orientam.

    No estudo realizado por Freitas (2010, p. 63-4), as consideraes propostas apontam:

    Como proposto no projeto de pesquisa, os resultados sugerem que ainda insipiente o nmero de pesquisas realizadas para discusso da temtica da pessoa com deficincia intelectual que envelhece, o que dificultou muito a coleta e anlise dos dados.

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    Considerando igualmente essa temtica, os resultados pontuaram questes que poderiam ser desenvolvidas nos aspectos que antecedem a fase de envelhecimento humano. Ou seja, e escola deveria se preparar para orientar, adequadamente, os alunos sobre o mundo do trabalho, estudo esse j pontuado por Del-Masso (2000) em sua tese de doutoramento. Ao preparar o indivduo para o mundo do trabalho estaramos preparando-o para a vida e para a sua insero, quando na fase jovem e adulta, ao mercado de trabalho e, conseqentemente, se preparando para a aposentadoria e envelhecimento humano.

    Entretanto, as temticas que envolvem o mercado de trabalho e a profissionalizao de pessoas com deficincia extremamente complexa e ainda pouco difundida na real acepo do termo trabalho.

    3.2.12 Referncias

    Para a redao das Referncias da Monografia de Concluso de Curso, assim como do Projeto de Pesquisa, devemos apontar todo o material bibliogrfico lido e citado no corpo do trabalho, seguindo as normas ABNT NBR 6023/2002.

    Tambm para a redao da Monografia, usamos o termo Referncias, pela possibilidade de citarmos artigos, livros e documentos, entre outros materiais cientficos disponveis em formato eletrnico, mencionando a devida fonte e a data de acesso a esse material.

    As formas para redao das referncias usadas encontram-se disponveis na Biblioteca Digital da FFC UNESP, campus de Marlia, no endereo http://www.marilia.unesp.br/index.php?CodigoMenu=217&CodigoOpcao=275.

    3.2.13 Apndice

    So os materiais elaborados pelo autor do Projeto de Pesquisa e que subsidiam a execuo das diferentes atividades do estudo. Por exemplo, o roteiro de entrevista que o autor preparou, ou o questionrio para a coleta de dados, entre outros materiais.

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    3.2.14 Anexo ou Anexos

    So os materiais de outros autores que foram utilizados no estudo. Por exemplo, se o autor aplicou um questionrio ou uma escala j validada cientificamente por outro pesquisador (outro autor).

    Para a redao da Monografia, fundamental contemplar esses documentos, para que o leitor conhea, na ntegra, quais os dados que foram empregados para a realizao da pesquisa.

    RefernciasASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 15287: informao e documentao: projeto de pesquisa: apresentao. Rio de Janeiro, 2011.______. NBR 14724: informao e documentao: trabalhos acadmicos: apresentao. Rio de Janeiro, 2011.______. NBR 10520: informao e documentao: citaes em documentos: apresentao. Rio de Janeiro, 2002.______. NBR 6023: Informao e documentao : referncias : elaborao. Rio de Janeiro, 2002. ______. NBR 6028: Informao e documentao: resumo: apresentao. Rio de Janeiro, 2003.______. NBR 6027: Informao e documentao: sumrio: apresentao. Rio de Janeiro, 2003.BOLANI, V. A representao social do professor quanto a incluso: anlise do cotidiano de sala de aula. 2008. 09f. Projeto de Pesquisa (Especializao em Educao Especial) Faculdade de Filosofia e Cincias, Universidade Estadual Paulista Jlio de Mesquita Filho, Marlia, 2008.______. A representao social do professor quanto a incluso: anlise do cotidiano de sala de aula. 2008. 120f. Trabalho de Concluso de Curso (Especializao em Educao Especial) Faculdade de Filosofia e Cincias, Universidade Estadual Paulista Jlio de Mesquita Filho, Marilia, 2008.CARRAHER, D. W. Senso crtico: do dia-a-dia s cincias humanas. So Paulo: Cengage Learning, 2008. 163p.CAVALCANTE, S. G. M. A incluso de alunos com deficincia intelectual na educao infantil da rede municipal de ensino: dificuldades reais. 2008. 84 f. Trabalho de Concluso de Curso (Ps-Graduao Lato Sensu em Deficincia Mental) Faculdade de Filosofia e Cincias, Universidade Estadual Paulista Jlio de Mesquita Filho, Marlia, 2008.

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    FREITAS, M. A. S. Estigmas incorporados pela pessoa com deficincia intelectual com o envelhecimento humano. Marlia: Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo FAPESP, 2008. 20 f. (Projeto de Pesquisa).______. Estigmas incorporados pela pessoa com deficincia intelectual com o envelhecimento humano. Marlia: Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo FAPESP, 2010a. 104f. (Relatrio de Pesquisa).______. Educao e trabalho: quais a possibilidades para a pessoa com deficincia intelectual. Marlia: Fundao de Amparo a Pesquisa do Estado de So Paulo - FAPESP, 2010b. 19f. (Projeto de Pesquisa de Iniciao Cientfica). GATTI, B. A. A construo da pesquisa em educao no Brasil. Braslia: Lber Livro, 2007. 87p.GOMES, R. Entendimento do professor da Rede Municipal de Ensino de So Paulo do que seja Incluso. 2007. 15p. Projeto de Pesquisa (Especializao em Educao Especial) Faculdade de Filosofia e Ci