COLÉGIO ESTADUAL RUI BARBOSA ENSINO … · condição meramente animal e produz capacidades...
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COLÉGIO ESTADUAL RUI BARBOSA
ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO E PROFISSIONAL.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
Nova Laranjeiras
2012
2
Projeto Político Pedagógico
Colégio Estadual Rui Barbosa
Ensino Fundamental, Médio e Profissional
“Ninguém caminha sem aprender a caminhar, sem aprender a fazer o caminho caminhando,
refazendo e retocando o sonho pelo qual se pôs a caminhar.”
Paulo Freire
3
SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO................................................................................................................5
2. IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO...............................................................7
2.1 DADOS DO ESTABELECIMENTO................................................................................7
2.2 HISTÓRICO........................................................................................................................8
3. MARCO SITUACIONAL OU DIAGNÓSTICO.............................................................10
4. MARCO CONCEITUAL OU FUNDAMENTAÇÃO......................................................22
5. MARCO OPERACIONAL OU PROPOSIÇÃO DE AÇÕES ........................................41
6. PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR – CONCEITO.......................................49
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................49
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................50
9. ROTEIRO PLANO DE ESTÁGIO OBRIGATÓRIO E DO ESTÁGIO NÃO
OBRIGATÓRIO.................................................................................................................52
10. MATRIZ CURRICULAR – ENSINO FUNDAMENTAL.............................................54
11. MATRIZ CURRICULAR – ENSINO MÉDIO..............................................................55
12. MATRIZ CURRICULAR – EDUCAÇÃO PROFISSIONAL......................................56
13. CALENDÁRIO ESCOLAR – DIURNO.........................................................................57
14. CALENDÁRIO ESCOLAR – NOTURNO....................................................................58
15. CALENDÁRIO ESCOLAR –EDUCAÇÃO PROFISSIONAL....................................59
16. PLANO DE AÇÃO DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR............................................60
17.PROPOSTA CURRICULAR DE ARTE..........................................................................63
18. PROPOSTA CURRICULAR DE CIÊNCIAS................................................................99
19. PROPOSTA CURRICULAR DE EDUCAÇÃO FÍSICA...........................................113
4
20. PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO RELIGIOSO..........................................124
21. PROPOSTA CURRICULAR DE GEOGRAFIA.........................................................134
22. PROPOSTA CURRICULAR DE HISTÓRIA..............................................................146
23. PROPOSTA CURRICULAR DE LÍNGUA PORTUGUESA.....................................160
24. PROPOSTA CURRICULAR DE MATEMÁTICA.....................................................184
25. PROPOSTA CURRICULAR DE BIOLOGIA.............................................................199
26. PROPOSTA CURRICULAR DE FILOSOFIA............................................................211
27. PROPOSTA CURRICULAR DE FÍSICA....................................................................219
28. PROPOSTA CURRICULAR DE QUÍMICA...............................................................230
29. PROPOSTA CURRICULAR DE SOCIOLOGIA.......................................................244
30. PROPOSTA CURRICULAR DE L.E.M. – INGLÊS .................................................259
31. PROPOSTA CURRICULAR DE L.E.M. – ESPANHOL ...........................................284
32. PROPOSTA CURRICULAR DE EDUCAÇÃO ESPECIAL .....................................292
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1. APRESENTAÇÃO
Tendo em vista que a escola precisa acompanhar os avanços científicos e tecnológicos
propomos uma educação que deve estar voltada para a autonomia pedagógica, a ética, para a
valorização da diversidade cultural, para a busca da identidade e do conhecimento, nas suas
diferentes formas de organização das pessoas, dos saberes, das práticas, dos tempos e dos
espaços que necessitam de articulação e integração.
Neste novo cenário, será preciso reconstruir o saber da escola, as relações
interpessoais e a formação do professor. Diante deste quadro, cabe ressaltar o que nos diz o
psicólogo Chileno Claúdio Naranjo: “se quisermos mudar o mundo, é preciso mudar as
pessoas que estão neste mundo”, sendo que esta mudança só pode ser feita através da
educação.
É importante salientarmos a passagem do ensino de 8 anos para o de 9 anos que será
implantado agora no ano de 2012 de forma simultânea assim como, a instrução nº 008/2011
determina, sendo um momento onde passamos a repensar o seu conjunto, pois, surge uma
nova práxis dos educadores, com reflexões sobre o homem, a sociedade e a escola e seus
determinantes para o trabalho pedagógico transformador.
A preocupação com a ampliação do tempo de ensino obrigatório, no Brasil, não é
recente, o que pode ser observado na legislação educacional ao longo da história da educação
brasileira, como uma demanda da sociedade em virtude de transformações sociais,
econômicas e políticas. Neste âmbito a concepção de infância como fase distinta da vida
adulta, ganha destaque com o historiador francês Ariés. Em seus estudos , Ariés analisa
diferentes significados atribuídos a infância, em especial sua pesquisa é considerada relevante
pelo fato de que contribui para a compreensão da infância como um conceito historicamente
construído.
Vygostsky(2007) também aborda a concepção de infância e de desenvolvimento
infantil como uma construção histórica e nos diz que ao analisarmos o desenvolvimento
humano, nos tornaremos humanos a partir da interação com outros seres.
A educação, por sua vez, é um dos aspectos da cultura entendida como, “por um lado,
a transformação que o homem opera sobre o meio e, por outro, os resultados dessa
transformação.” (SAVIANI, 1991, p.40). Transformação que se efetiva pelo trabalho humano,
uma vez que, pela ação que exerce sobre a natureza, transformando-a, o homem extrapola o
meramente natural e cria o mundo da cultura, o mundo humano.
Educar, portanto, é humanizar. Isso significa afirmar que “a natureza humana não é
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dada ao homem, mas é por ele produzida sobre a base da natureza biofísica.
Consequentemente, o trabalho educativo é o ato de produzir, direta e intencionalmente em
cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo
conjunto dos homens” (SAVIANI, 1992, p. 21). Destaca-se que o trabalho é elemento central
na constituição do homem como ser social. É por meio do trabalho que o homem supera a
condição meramente animal e produz capacidades especificamente humanas. Pode-se afirmar
essa passagem do ser natural para o social porque, o homem ao trabalhar, além de modificar a
natureza modifica-se a si mesmo, em todos os aspectos que o constituem social e
biologicamente (LUKACS, 1981).
O Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual Rui Barbosa Ensino Fundamental,
Médio e Profissional começou a ser reformulado após a construção das Diretrizes
Curriculares Nacionais, através da qual iniciou-se a discussão das Diretrizes Pedagógicas e
Administrativas para a Educação Básica do Estado do Paraná, reflexões sobre a escola que
temos e a escola que queremos, do conhecimento da comunidade em que atua e dos resultados
até então obtidos.
Pode-se dizer que o Projeto Político Pedagógico para a nossa comunidade escolar
representa o nosso plano global, podendo ser entendido como a sistematização nunca
definitiva, de um processo de planejamento participativo onde estão envolvidos nesta análise
a equipe administrativa, pedagógica, professores, alunos, agentes educacionais e comunidade.
Este se concretiza no decorrer de sua caminhada, sendo um instrumento teórico-metodológico
para a intervenção e mudança da realidade.
O PPP é, portanto, um documento oficial que facilita, norteia e organiza as atividades,
sendo mediador de decisões, da condução das ações e da análise dos seus resultados e
impactos. Ainda se constitui num retrato da memória sócio-cultural e histórica construída,
num registro que permite à escola rever a sua intencionalidade e sua história, sendo um
planejamento que prevê ações a curto, médio e longo prazo intervindo diretamente na prática
pedagógica, administrativa, e financeira diária, incluindo desde os conteúdos, avaliações e
funções até as relações que se estabelecem dentro da escola e entre a escola e a comunidade.
Neste sentido, podemos entender que o Projeto Político Pedagógico norteia o trabalho
da escola por encaminhar ações para o futuro com base no presente e no passado, com uma
gestão democrática participativa na melhoria da qualidade do ensino, em relação a ideologia
do tipo de sujeitos que a escola pretende formar, articulados com ações, que se preocupam
com a formação de cidadãos críticos, participativos, responsáveis e sujeitos de sua própria
história.
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2. IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO
2.1 DADOS DO ESTABELECIMENTO
Escola: Colégio Estadual Rui Barbosa – Ensino Fundamental, Médio e Profissional.
Código: 00627
Endereço: Rodovia Municipal João Antônio Wollf, s/nº
Telefone: (42) 36371129
Site da Escola: www.nljruibarbosa.seed.pr.gov.br
E-mail Institucional: [email protected]
Município: Nova Laranjeiras
Código do Município: 1714
Entidade Mantenedora: Secretaria de Estado da Educação (SEED)
NRE: Laranjeiras do Sul
Código: 31
Distância da Escola até o NRE: 20 Km
Código do INEP: 41103572
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2.2 HISTÓRICO
Nova Laranjeiras foi fundada por imigrantes descendentes de italianos vindos do Rio
Grande do Sul na década de 40, com a construção da estrada e da ponte que liga o Brasil com
o Paraguai.
Apesar destes primeiros moradores na época serem analfabetos, sempre tiveram como
prioridade a educação para seus filhos, contanto que, todos os prédios escolares até hoje
construídos foram em terrenos doados pelos mesmos.
A primeira escola foi construída pelos membros da comunidade no ano de 1956, num
espaço cedido pelo senhor Aldino Passarin (in memória), tendo como mestre de obra o senhor
Vicente Petró (in memória).
Esta escola recebeu o nome de Escola Pública de Rio das Cobras, contava com uma
turma multi-seriada de 26 alunos, sendo a primeira professora Maria do Carmo Magalhães.
Com o aumento da demanda construiu-se outra escola com quatro salas de aula, uma
secretaria e três banheiros, num terreno doado pelo Sr. Aldino Passarin (in memória), numa
área equivalente a 5.000 m2, na gestão do então Prefeito de Laranjeiras do Sul, Alcindo Natel
de Camargo, durante o governo de Paulo Pimentel.
Este prédio escolar foi inaugurado em maio de 1968 e passou a denominar-se pelo Decreto-
Lei nº 10010 de 02 de maio de 1968 de Casa Escolar Rui Barbosa.
A partir de 1970, começou a funcionar na Casa Escolar Rui Barbosa, uma turma de “1ª
série do Ginásio”, extensão do Ginásio Estadual Floriano Peixoto de Laranjeiras do Sul.
Em 1978, foi ampliada a construção com mais duas salas de aula durante a gestão do
Prefeito Amandio Ziguer Babinski e do governador Jaime Canet Junior.
Com a resolução de nº 108/83 foi autorizada o funcionamento das 5ª e 6ª séries e a
Escola passou a denominar-se Escola Estadual Rui Barbosa – Ensino de 1º Grau. Pela
resolução 1001/84 foi autorizada à implantação de 7ª e 8ª séries.
Em 1989 foi realizado o Reconhecimento do Curso do Ensino 1º GRAU-REGULAR pela
resolução nº1301/89.
De acordo com a resolução nº 569/91 foi autorizado o funcionamento do Ensino do 2º Grau
Regular - Educação Geral - Preparação Universal com implantação gradativa, junto ao
Parecer Nº 0171/199 e por determinação da mesma resolução passou a denominar-se Colégio
Estadual Rui Barbosa - Ensino de 1º e 2º Graus.
Em 1994, o curso de 2.grau - Educação Geral, foi reconhecido pela resolução nº
6453/94 e o parecer 0257/1994-CEE.
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No ano de 1996, foi concluída a ampliação do prédio escolar com mais três salas de aula, um
laboratório, uma biblioteca, uma cozinha e a parte administrativa.
Conforme a Resolução Secretarial nº 3.120/98 de 11/09/98 o Colégio Estadual Rui
Barbosa Ensino de 1.º e 2.º Graus passou a denominar-se, Colégio Estadual Rui Barbosa,
Ensino Fundamental e Médio.
Com a Resolução nº 2732/02 e o Parecer nº 0447/2002-CEE foi efetivado o
Reconhecimento do Ensino Fundamental. Com a Resolução nº 2734/02 e o Parecer nº 424/02-
CEE, foi renovado o reconhecimento do Ensino Médio.
Em 2004 pela Resolução 1622/04 foi autorizada a Educação de Jovens e Adultos, Ensino
Fundamental – Fase II, pelo Sistema de Ensino Presencial. Formaram-se uma turma em 2005
e outra turma em 2006, ano em que ocorreu a cessação desta modalidade de Ensino.
Ainda em 2004, na Gestão do Governador do Estado do Paraná Roberto Requião e do
Prefeito Municipal Nelci da Rosa, foi iniciada a construção do novo prédio do Colégio
Estadual Rui Barbosa com área de 8.269.22m², com adaptações para portadores de deficiência
e concluída em 2005. A Inauguração aconteceu em no ano de 2006 com o início das
atividades neste novo prédio.
No ano 2006, através da resolução 2368/06 foi autorizada uma Sala de Recursos -
Ensino Fundamental para atender alunos com Deficiência Mental e Distúrbios de
Aprendizagem, também em 2006 o Colégio Estadual Rui Barbosa passou a ser Escola Base
da Casa Familiar Rural Enio Eduardo Dalla Santa, que em 2007 passou a ministrar o Curso
Técnico em Agropecuária.
Em 2007 foi alterado o endereço do Estabelecimento de Ensino, pela resolução nº
2901/07 e o Parecer 1584/07-CEF, de: Rua Professor Estanislau Kuratkowski, nº 70, para:
Rodovia Municipal João Antonio Wolff, s/nº.
Em 2008 foi efetivado e autorizado oficialmente o funcionamento do Curso Técnico
em Agropecuária Área Profissional: Recursos Naturais, Integrado ao Ensino Médio com
oferta presencial, desde 2007, implantação gradativa, pelo Parecer 983/08-CEE.
No ano de 2008 foi autorizado o funcionamento do Curso de Complementação
Curricular - Atividades Literárias, Artes Visuais, Jogos (Viva Escola) a partir do início de
2009, Implantação Simultânea - pela Resolução Secretarial 3683/2008.
No ano de 2009 realizou-se a Renovação de Reconhecimento do Ensino Fundamental
de 5ª a 8ª Séries com a Resolução nº 1139/09. Com a Resolução nº 1269/09 e o Parecer nº
886/09-CEF, ficou renovado o Reconhecimento do Ensino Médio.
A partir do ano de 2010 foi implantado o CELEM - Centro de Línguas Estrangeiras
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Modernas com a abertura de uma turma no período noturno de Língua Espanhola.
Em 2011 o Colégio passou a ofertar o PACC com duas turmas na disciplina de
Educação Física: uma de tênis de mesa e outra de Voleibol e futsal.
No inicio de 2012 o Colégio passará a ofertar o ensino de 9 anos assim como a
Instrução Nº 008/2011- SUED/SEED.
3. MARCO SITUACIONAL ou DIAGNÓSTICO
A Constituição da República Federativa do Brasil no seu artigo 205 cita: “A educação
é direito de todos, e dever do Estado e da família”, será promovido e incentivado com a
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para trabalho, e a LDB 9394 / 96 em seu artigo 8º e
9º explicita que cabe a União:
* a coordenação da política nacional de educação;
* a elaboração do Plano Nacional de Educação;
* o estabelecimento de Diretrizes e Competências para a educação básica;
* a disseminação de informações sobre a educação e avaliação do rendimento escolar em
todos os níveis de ensino.
As mudanças pelas quais passa o Brasil têm colocado na ordem do dia a reflexão sobre
o papel da educação na transformação da realidade brasileira. O governo tem colocado como
principal meta minimizar os efeitos de séculos de injustiça social, resquícios de um passado
escravista, cuja abolição manteve os escravos sem terra e seus filhos sem escola. A esses se
juntaram, ao longo da história, uma legião de brancos excluídos, aumentando ainda mais as
desigualdades e exclusão social não só econômica, mas também sócio-cultural. A realidade
brasileira, em certas circunstâncias não dispõe de políticas educacionais que garantam o
acesso de todos à escola e a qualidade do ensino.
Dentre elas, destaca-se: dificuldade no transporte escolar, estradas rurais danificadas,
desistência, reprovação, falta de vagas. Por outro lado, se fizermos uma retrospectiva, o Brasil
caminha a passos largos num trabalho voltado para recuperar a capacidade de gerenciamento
da economia, criando um ambiente adequado a investimentos e à produção, lançando bases
para a atual retomada do crescimento sustentável, sendo promovido, portanto, uma série de
reformas, entre elas a Lei de Falências. Além disso, houve estímulo ao mercado imobiliário e
a desoneração tributária, associado às medidas de inclusão social, o modelo produziu melhor
distribuição de renda e democratizou os benefícios desse novo ciclo de crescimento.
Além da detalhada agenda de reformas voltadas para a melhoria do ambiente
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econômico, elevando a competitividade das empresas e a redução de seus custos de produção,
deu-se ênfase a medidas que permitiram elevar o padrão de consumo das camadas excluídas
da sociedade brasileira.
O modelo capitalista, naquele momento, precisava cada vez mais da escolarização dos
trabalhadores, assim como as religiões pensavam na doutrinação das classes sociais. Se antes
bastava educar apenas os filhos das camadas privilegiadas, numa relação particular entre o
“mestre” e o seu aluno, com a revolução amplia-se o debate sobre a necessidade da
universalização de ser atingida, como constatavam os economistas, os iluministas e os
religiosos.
Com o controle mais rigoroso da frequência escolar e a implantação de ações educativas
complementares, de combate a evasão escolar, de superação das desigualdades, de incentivo a
permanência e promoção dos alunos do Ensino Fundamental e Médio, foi preciso sensibilizar
e mobilizar toda a comunidade escolar, na construção das mudanças que não são apenas
econômicas e sociais, mas também culturais.
O Paraná como atividade econômica tem uma agricultura diversificada, os
rendimentos obtidos no Estado estão entre os maiores do país, a estrutura agrária é formada
predominantemente de pequenas e médias Instituições, cumprindo importante papel social, de
geração de emprego e renda no campo.
O comportamento da economia paranaense também está sendo influenciado
conjunturalmente pela recuperação da renda do agronegócio e do segmento exportador, este
novo perfil da economia do Estado aponta agora para um novo espaço de desenvolvimento.
Na educação nos últimos anos o Paraná apresenta uma história de avanços e
retrocessos, trabalhando permanentemente na organização do Currículo Básico que após
amplo processo de discussões e reflexões sobre as novas diretrizes que conduziriam a
educação no Estado, organizou-se um novo plano curricular, amplamente divulgado e
seguido. Este momento foi significativo, mas sofreu descontinuidade, devido às mudanças de
políticas públicas de educação em novas gestões governamentais.
Com a nova lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 e a troca de
gestão do Governo Federal foram lançados os PCN’s com uma ampla divulgação e
socialização das novas propostas curriculares as quais o Paraná passou a adotar esses
parâmetros.
A partir de 1999 o Conselho Nacional de Educação iniciou a reforma curricular que
viria direcionar a organização curricular, as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs). Num
primeiro momento estas não foram discutidas no nosso Estado e a proposta pedagógica da
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escola não foi baseada nessas diretrizes, gerando uma ausência de um trabalho sistemático
(neoliberal a partir da gestão 2003 - 2006, estabelecendo como linha de ação da SEED a
retomada da discussão coletiva do currículo). A concepção adotada é a de uma produção
social que almeja construir uma intervenção a partir do que está sendo vivido, pensado e
realizado nas e pelas escolas.
A referência adotada no Programa de Reformulação Curricular deve estar norteada
com o compromisso da redução das desigualdades sociais; articulação das propostas
educacionais com o desenvolvimento econômico, social, político e cultural; a defesa da
educação básica e da escola pública gratuita; articulação de todos os níveis e modalidades de
ensino, juntamente com a compreensão dos profissionais da educação como sujeitos
epistêmicos.
Ressalta, ainda, os conteúdos científicos e a tecnologia como alavanca para a formação
do cidadão apto para conviver nesta sociedade globalizada.
Faz-se importante também ver o município enquanto espaço de políticas públicas e de
poder que forma a comunidade, ou seja, um espaço uno e plural que traduz as ações
cotidianas dos cidadãos.
O município de Nova Laranjeiras aos seus 31 anos de criação e 20 anos de
emancipação, é essencialmente agrícola e pecuarista, destacando-se nas produções de milho,
feijão, frutas, verduras e legumes, contribuindo para a industrialização de produtos como
carne, leite e grãos.
Para isso, trabalha a fim de dotar os estabelecimentos de educação infantil e dos
ensinos fundamental e médio, com educação de qualidade valorizando o local como espaço
cultural de aprendizagem.
O Município de Nova Laranjeiras segue as políticas estaduais e federais de educação.
Os educandos são 70% provenientes da zona rural e dependem de transporte escolar, onde a
renda destas famílias é basicamente da agricultura e pecuária leiteira. O município é pobre,
tendo um dos mais baixos níveis de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano do Brasil).
Aproximadamente 30% dos alunos que residem na zona urbana são filhos de comerciantes ou
de empregados nas diversas áreas como construção, atendentes, funcionários públicos do
governo estadual ou municipal.
A sociedade é composta de uma diversidade cultural, social econômica significativa e
possui educação infantil, fundamental, média e profissionalizante, baseada na democracia
como estilo de trabalho onde se observam os princípios de igualdade, justiça e participação.
Os direitos e deveres são discutidos para uma melhor socialização.
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A escola básica enfrenta desafios diários rumando à educação onde principalmente se
assegura a cidadania, a cultura e o conhecimento. Para isso os educadores precisam atender às
perspectivas da sociedade contemporânea.
A escola pública deve ser entendida como escola de todos e para todos, onde os
diferentes grupos socioeconômicos, étnicos e culturais se fazem presentes, Educação do
Campo, Educação e Cultura Afro-Brasileira, Educação para a Diversidade, Educação
Ambiental, História do Paraná, Educação para o Exercício da Cidadania, Educação Inclusiva
para alunos com Necessidades Especiais.
Com isso há um maior enriquecimento de experiências, favorecendo a interação em
busca de aperfeiçoamento, construindo identidade através dos temas a serem trabalhados
como Prevenção ao Uso Indevido de Drogas, Sexualidade Enfrentamento à Violência na
Escola, visando também ao uso das Tecnologias Educacionais assim irá vencendo os desafios
que são assegurar o direito ao conhecimento, o aprender a aprender, a ser, a fazer e a conviver.
Mesmo com 70% dos alunos que vivem no meio rural, o Colégio seguindo a sua
função, vem proporcionando a interação e a inclusão com as mais variadas culturas existentes,
reconhecendo, valorizando e aprendendo com as diferenças.
Neste sentido o Colégio Estadual Rui Barbosa oferece Ensino Fundamental Séries
Finais, Ensino Médio e Profissionalizante, atendendo alunos com necessidades especiais
através da Salas de Recurso, conforme Instrução 12/08 e Salas de Apoio à Aprendizagem,
Instrução 007/11 acompanhando-os nas dificuldades de aprendizagem nas disciplinas de
Língua Portuguesa e Matemática, sendo também a Escola Base para a Casa Familiar Rural
Ênio Eduardo Dalla Santa. Ofertamos o CELEM (Centro de Línguas Estrangeiras Modernas)
– Espanhol, como curso de língua optativa para o aluno. O Colégio oferece o Programa PACC
( Programa de atividades curriculares em contra turno conforme instrução nº 004/2011) na
disciplina de educação física nas modalidades de tênis de mesa e vôlei/futsal.
O trabalho pedagógico do Colégio Estadual Rui Barbosa está centrado no processo de
aprendizagem, pois os profissionais da educação buscam, incessantemente, melhores meios de
auxiliar os alunos para sanar as suas dificuldades.
Os professores almejam uma escola inclusiva, onde haja organização do trabalho
educativo com todos os sujeitos do processo, articulando nas especificidades das diferentes
funções onde cada um dos profissionais tem um papel fundamental no processo educativo,
cujo resultado não depende só da sala de aula, mas também da vivência e da observação de
atitudes corretas e respeitosas no cotidiano da escola. Faz-se necessário que haja
disponibilidade de material, espaço ou equipamento quando deles se necessita, adequação do
14
material a prática pedagógica com boa condição de uso e de acordo com a realidade,
valorização e uso de tudo que se possui, uma organização que favoreça o convívio entre as
pessoas, onde temos como objetivo um outro tipo de projeto educativo, um novo olhar na
organização curricular, para que a escola na construção do Projeto Político Pedagógico
corresponda aos interesses da classe trabalhadora, permitindo-nos assim, compreender melhor
as positividades e os limites do trabalho pedagógico, ampliando sempre as possibilidades de
intervenção.
Os pais também querem compartilhar das decisões e informações, preocupados com a
qualidade da educação, que a escola exija dos pais a participação nas reuniões sobre a vida
escolar de seus filhos, chamando a atenção dos alunos sobre suas responsabilidades,
preocupando-se também com os problemas sociais existentes na atualidade. Além desse
aspecto é importante que os pais resignifiquem uma atenção maior sobre a escola, apoiando o
professor, numa relação de auxílio à organização da prática pedagógica.
Os educandos do Colégio Estadual Rui Barbosa querem que a Escola ofereça
condições necessárias para o desenvolvimento de todo o processo de aprendizagem, bem
como uma maior disponibilidade de horários diversificados para a participação dos Programas
de Complementação Curricular oferecidos pela Secretaria Estadual de Educação.
Reconhecem ter uma escola com excelente estrutura, porém necessitam de mais trabalho de
pesquisa e mais leitura, projetos para melhor socialização no ambiente educativo, sabendo que
o respeito, alegria, solidariedade, a disciplina o exercício dos direitos e deveres são práticas
que desenvolvem e fortalecem a noção de cidadania.
Vários fatores contribuem para que se repense, no momento atual, a aprendizagem e o
ensino da língua escrita, nos anos iniciais de escolarização: a organização do ensino
fundamental em ciclos, com a configuração de um ciclo inicial em que o aprender a ler e a
escrever sobressai como o objetivo mais relevante; a inclusão de crianças de 6 anos no ensino
fundamental nos obriga a redimensionar a pratica de ensino com novos conceitos e novas
propostas teóricas e metodológicas, desta maneira não podemos nos esquecer que os nossos
alunos no decorrer de dois anos ainda serão provenientes da oferta de série, os quais no
presente momento apresentam sérias dificuldades de aquisição dos conteúdos básicos, pois
são provenientes de um ciclo de aprovações constantes para não oferta da referida série que o
educando necessitava repetir.
Faz-se importante destacar que a Secretaria do Estado e os Núcleos Regionais de
Educação disponibilizaram as orientações e acompanhamentos quanto a implantação do
ensino fundamental de 9 anos, mas houve muita falta de entendimento por parte dos gestores
15
municipais, mesmo entre as Instituições de Ensino da rede particular, não esquecendo que esta
implementação esbarrou na estrutura física e na demanda educacional que foi insuficiente
para o momento.
Os Agentes Educacionais I e II estão motivados cada vez mais, capacitando-se através
do Programa de Formação Profissional - Pró-Funcionário e demais cursos de Formação
Continuada, reconhecendo a importância de sua função, bem como de seu caráter educativo
no ambiente escolar. Há interação com o corpo docente e discente em regime de participação
das atividades e colaboração nos Programas e Projetos da Escola.
O Agente Educacional tem como função levar o conhecimento de forma organizada
garantindo um ambiente agradável e materiais disponíveis, dando suporte às ações da escola
na área administrativa, pedagógica e infraestrutura escolar. A convivência social que acontece
entre os alunos e os agentes educacionais se reflete na aprendizagem como um todo, uma vez
que os agentes educacionais interagem com conhecimentos diversos desde a organização da
vida escolar, a documentação oficial, a alimentação servida aos alunos, os hábitos de higiene e
cuidados pessoais, bem como a conservação dos bens públicos. O trabalho educacional se
desenvolve direta e indiretamente através de várias formas com atividades práticas e no
convívio diário com alunos, professores, equipe pedagógica, direção e pais dentro do
ambiente escolar.
Quanto à localização o presente estabelecimento se encontra no centro da cidade,
próximo a creche municipal e a COHAPAR, na Rodovia Municipal João Antonio Wolff,
dispondo de uma excelente Infraestrutura física e pedagógica, com dez salas de aula, um
laboratório de informática, um laboratório de física, química e biologia, uma sala de múltiplo
uso, uma biblioteca, uma secretaria, uma sala para professores com armários e dois banheiros,
uma sala para direção, uma sala para equipe pedagógica, uma sala para documentação, um
refeitório, uma cozinha e uma quadra poliesportiva coberta, um almoxarifado para materiais
esportivos. Já quanto a materiais o mesmo dispõe de ótimo acervo bibliográfico, contando
também com vinte computadores do Programa Paraná Digital e mais dez do PROINFO.
Possui dois projetores de imagens, seis aparelhos de DVD e cinco aparelhos de som, dez
televisões multimídia com entrada USB, um PC EDUCACIONAL COM PROJETOR DE
VÍDEO (MEC) mais quatro computadores do Programa Paraná Digital para a secretaria do
colégio, cinco impressoras, um aparelho de fax, três aparelhos de telefone, um computador
para o SERE, um para a direção, um para documentação escolar e um computador para a
rádio CERB, um computador para a biblioteca escolar, uma câmera digital e uma filmadora.
O Colégio Estadual Rui Barbosa atende nove turmas no período matutino, sendo elas:
16
6ª A, 7ª A , 7ªB, 8ªA, 8ªB, 9ªA, 1ªA, 2ªA, 3ªA, sala de recurso e sala de apoio à aprendizagem
nas disciplinas de língua portuguesa e matemática com alunos com defasagem de
aprendizagem das 5ª e 8ª séries do Ensino Fundamental em dias estabelecidos de acordo com
a organização do presente estabelecimento. No período vespertino atendemos nove turmas,
sendo elas: 6ªB, 7ªC, 8ªC, 9ªB, 9ªC, 1ªB, 2ªB, 3ªB, sala de recurso e sala de apoio à
aprendizagem nas disciplinas de língua portuguesa e matemática com alunos com defasagem
de aprendizagem das 6ª e 9ª anos do Ensino Fundamental que acontece de acordo com o
cronograma específico do estabelecimento e o Programa PACC ( Programa de atividades
curriculares em contra turno conforme instrução nº 004/2011) que inicia às 12:50 e finaliza às
16:30, perfazendo quatro horas. No período noturno dispomos do Ensino Médio, assim como:
1º, 2º, 3º ano, juntamente com o curso Técnico em Agropecuária – Eixo Tecnológico:
Recursos Naturais, integrado ao Ensino Médio do Colégio Estadual Rui Barbosa – Ensino
Fundamental, Médio e Profissional (Escola Base), com desenvolvimento curricular da
Pedagogia da alternância, na Casa Familiar Rural Enio Eduardo Dalla Santa, do município de
Nova Laranjeiras e aprovação do Plano de Curso reestruturado e adequado à Deliberação nº.
03/08 – CEE/PR. Oferecemos também o Centro de Línguas Estrangeiras Modernas –
CELEM, em Espanhol perfazendo um total de quatro turmas semanais que tem seu horário
conforme calendário próprio, horário de funcionamento é das 8h às 17h em regime de
alternância, e nas semanas de estudos os alunos pernoitam na própria Escola.
Quanto ao quadro docente dispomos de oito professores de Língua Portuguesa, seis
professores de Matemática, três de Artes, quatro de História, dois de Filosofia, quatro de
Ciências, cinco de Geografia, três de Educação Física, um de Ensino Religioso, quatro de L.E.
M Inglês, três de Física, um de Química, dois de Biologia, um de Sociologia, três Pedagogas,
cinco Agentes Educacional I e seis Agentes Educacionais II. Atendemos aproximadamente
551 alunos, sendo que ministramos 5 aulas diárias por turno e 25 semanais, com início no
período matutino 7h20min às 11h40min, no período vespertino 12h50min às 17h10min, no
período noturno 18h40min ás 22h50min.
A hora-atividade é organizada de acordo com o dia estipulado para cada disciplina,
lembrando que, algumas vezes não conseguimos deixar o professor naquele dia específico
sugerido pelo Núcleo Regional de Educação, pois o mesmo tem vários estabelecimentos de
ensino ao qual leciona, e sendo assim adequamos conforme as necessidades dos
estabelecimentos, no entanto, a maioria dos casos estão em conformidade, assim como
representado no quadro abaixo:
17
2ªFEIRA 3ª FEIRA 4ª FEIRA 5ª FEIRA 6ª FEIRA
HISTÓRIA, FILOSOFIA,
SOCIOLOGIA,
ENS.RELIGIOSO E
GEOGRAFIA.
LÍNGUA
PORTUGUESA
E LEM.
ED.FíSICA E
ARTE
BIOLOGIA,
CIÊNCIAS E
QUÍMICA.
MATEMÁTICA E
FÍSICA.
Quanto aos índices de aproveitamento escolar, citamos nas modalidades do Ensino
Fundamental e Médio, o número de matrículas, as taxas de aprovação, reprovação e abandono
escolar desde o ano letivo de 1998 até o ano letivo de 2010, conforme tabela abaixo:
1998
Rendimento Escolar Movimento Escolar Ensino Matrículas
Aprovação Reprovação Abandono
Fundamental 366 87,98% 3% 1,64%
Médio 272 86,04% 3,30% 4,41%
Total Geral 638 87,01% 3,15% 3,02%
1999
Rendimento Escolar Movimento Escolar Ensino Matrículas
Aprovação Reprovação Abandono
Fundamental 354 81,64% 3,39% 0%
Médio 400 76,25% 3,75% 2%
Total Geral 754 78,94% 3,57% 1%
2000
Rendimento Escolar Movimento Escolar Ensino Matrículas
Aprovação Reprovação Abandono
Fundamental 315 80,88% 4,18% 1,63%
Médio 431 76,63% 3,02% 4,29%
Total Geral 746 78,75% 3,60% 2,96%
18
2001
Rendimento Escolar Movimento Escolar Ensino Matrículas
Aprovação Reprovação Abandono
Fundamental 328 74,15% 10,23% 0,28%
Médio 461 71,52% 5,27% 2,97%
Total Geral 789 72,83% 7,72% 1,62%
2002
Rendimento Escolar Movimento Escolar Ensino Matrículas
Aprovação Reprovação Abandono
Fundamental 89,10% 9,90% 1,00%
Médio 81,60% 9,30% 9,10%
Total Geral 85,35% 9,60% 5,05%
2003
Rendimento Escolar Movimento Escolar Ensino Matrículas
Aprovação Reprovação Abandono
Fundamental 92,80% 6,60% 0,60%
Médio 91,20% 4,80% 4,00%
Total Geral 92,00% 5,70% 2,30%
2004
Rendimento Escolar Movimento Escolar Ensino Matrículas
Aprovação Reprovação Abandono
Fundamental 92,20% 5,80% 2,00%
Médio 85,50% 6,90% 7,60%
Total Geral 88,85% 6,35% 4,80%
2005
Rendimento Escolar Movimento Escolar Ensino Matrículas
Aprovação Reprovação Abandono
Fundamental 89,30% 9,20% 1,50%
Médio 89,30% 7,20% 3,50%
Total Geral 89,30% 8,20% 2,50%
19
2006
Rendimento Escolar Movimento Escolar Ensino Matrículas
Aprovação Reprovação Abandono
Fundamental 93,21% 5,01% 1,78%
Médio 91,82% 7,39% 0,79%
Total Geral 92,52% 6,20% 1,28%
2007
Rendimento Escolar Movimento Escolar Ensino Matrículas
Aprovação Reprovação Abandono
Fundamental 331 97,29% 2,41% 030%
Médio 259 91,90% 6,17% 1,93%
Tec. Em Agro. 19 100% 0% 0%
Total Geral 609 95,08% 3,94% 0,98%
2008
Rendimento Escolar Movimento Escolar Ensino Matrículas
Aprovação Reprovação Abandono
Fundamental 358 96,37% 3,63% 0%
Médio 240 93,34% 5% 1,66%
Tec. Em Agro. 34 94,12% 5,88% 0%
Total Geral 634 95.10% 4,27% 0,63%
2009
Rendimento Escolar Movimento Escolar Ensino Matrículas
Aprovação Reprovação Abandono
Fundamental 345 94,79% 4,35% 0,86%
Médio 216 94,63% 5,37% 5,37%
Tec. Em Agro. 41 97,56% 2,44% 0%
Total Geral 614 93,33% 4,39% 2,28%
20
2010
Rendimento Escolar Movimento Escolar Ensino Matrículas
Aprovação Reprovação Abandono
Fundamental 324 95.1% 4.6% 0.3 %
Médio 228 86.9% 11.4% 1.7%
Tec. Em Agro. 46 97.9% 0.0% 2.1%
Total Geral 598 93.3% 5.4% 1.3%
O porte do Estabelecimento corresponde ao nível 4, distribuídos em 2 turnos e 3
períodos (01,03 e 05).
As avaliações externas da Instituição são realizadas sempre que há necessidade de
saber como está sendo desenvolvido todo o processo pedagógico e estrutural da mesma. Estas
podem ser através de conversações com alunos, em reuniões de pais, reuniões com as
Instâncias colegiadas entre outros.
O índice de distorção da relação idade x série em nossa Instituição é baixo.
Quanto à classificação que é o procedimento que a Instituição de ensino adota para
posicionar o aluno na etapa de estudos compatível com a idade, experiência e
desenvolvimento adquiridos por meios formais ou informais e a reclassificação, que é um
processo pedagógico que se concretiza através da avaliação do aluno matriculado e com
frequência na série/ano/ disciplina(s) sob a responsabilidade do estabelecimento de ensino
que, considerando as normas curriculares, encaminha o aluno à etapa de estudos/carga horária
da(s) disciplina(s) compatível com a experiência e desempenho escolar demonstrados,
independentemente do que registre o seu Histórico Escolar. Já quanto à progressão parcial
(dependência), a presente instituição oferta em forma de plano de estudos para os alunos
transferidos de outro estabelecimento e que se encontram cursando à dependência aonde
estudavam, para que os mesmos tenham regularização de sua vida escolar.
Quanto às condições de atendimento aos alunos com necessidades educacionais
especiais, o colégio dispõe de sala de recurso com ambientes adaptados para portadores de
necessidades físicas especiais, assim como banheiros, rampas entre outros.
As características da comunidade escolar são bem distintas, ao mesmo tempo em que
os pais apóiam a escola, também deixam na incumbência da mesma o processo de ensino e
aprendizagem, ficando muitas vezes a desejar no acompanhamento e direcionamento da
formação de seus filhos(as). Temos também que considerar que os pais de nossos discentes
querem que eles estudem, e trilhem um caminho de sucesso, mas acreditamos que para a
21
maioria deles acompanhar o processo de ensino aprendizagem dos filhos é dificultada pela
própria formação que receberam ao longo de suas vidas por falta de oportunidades e políticas
públicas adequadas.
A formação dos profissionais da educação é de graduação plena na área de atuação,
mas contamos também com um mestrando e vários especialistas todos extremamente
comprometidos com a sua profissão e dois acadêmicos.
Partindo-se do pressuposto de que o conhecimento científico é uma produção social (e,
portanto, envolve uma ampla teia de sujeitos e relações e resulta de uma complexa base de
conhecimentos já elaborados ao longo da história) parece evidente a dificuldade de o aluno,
individualmente, como fruto de sua própria subjetividade, construir conhecimentos. A
produção de novos conhecimentos requer, não só a interação entre sujeitos, como o domínio
prévio de uma significativa bagagem de conhecimentos já disponíveis na sociedade. Assim,
quando se diz que o aluno vai “produzir seu próprio conhecimento”, deve-se entender que o
aluno está, neste caso, produzindo sua elaboração subjetiva acerca do real, a partir dos
elementos (experiências empíricas, teorias, explicações, etc.) que o professor, como mediador,
disponibiliza para ele. Por outro lado, a prática pedagógica não deve se configurar como uma
inculcação mecânica e acrítica de descrições, classificações, regras e dados isolados, pois não
há aprendizagem sem uma participação ativa, cognitiva e prática, do aluno. Entende-se, assim,
que ao isolar um dos elementos do processo, dando-lhe primazia sobre o outro, ambas as
perspectivas são problemática.
A relação ensino-aprendizagem se expressa como relação entre sujeitos. Com efeito, o
processo pedagógico constitui uma relação entre os dois sujeitos, com características
específicas do professor e do aluno, e a relação que se estabelece entre eles é de ensino-
aprendizagem. Assim, tal como não se pode negar ao aluno o caráter de sujeito do processo,
da mesma forma não se nega igual caráter ao professor. Ou seja, ambos são sujeitos do
mesmo processo, entretanto com participações diferenciadas. Ao professor, enquanto detentor
dos fundamentos do conhecimento científico cabe o papel de mediador, ou seja, de
desenvolver procedimentos adequados para viabilizar a apropriação desse conhecimento pelos
alunos. A esta cabe o esforço teórico-prático dessa apropriação. Portanto a relação ensino-
aprendizagem implica a referência a método, processo e estratégias.
Considera-se que a relação desenvolvida pelos profissionais deste estabelecimento e
seus discentes é de respeito, carinho, comprometimento e preocupação, onde todos os
envolvidos neste processo são correlatores de uma rotina de trabalho e realizações diárias, que
se tornam molas propulsoras de todo um processo educacional de qualidade.
22
Considerando, que a formação continuada dos professores é coisa séria, levada com
comprometimento e dedicação, a mesma vem a ser um dos itens que interfere decisivamente
no comportamento de nossos profissionais, pois quanto mais aprofundamento teórico-
metodológico mais práticas consistentes se findam.
Quanto ao trabalho com as instâncias colegiadas o mesmo se realiza pautado em ajuda
mútua e muito esforço, pois é sabido que para que a organização da entidade escolar aconteça
competentemente os aspectos qualitativos devem sobrepor-se aos quantitativos.
4. MARCO CONCEITUAL ou FUNDAMENTAÇÃO
O Colégio Estadual Rui Barbosa – Ensino Fundamental, Médio e Profissional
reconhece que o conhecimento é o fator principal da produção, colocando como competência
fundamental o amor ao conhecimento, uma aprendizagem permanente e uma formação
continuada, tendo como ponto específico a construção da cidadania.
Formar cidadãos empreendedores, responsáveis e criativos depende de uma boa
estrutura familiar, buscando resgatar valores éticos, sociais, morais e culturais, valorizando o
ser humano através de desafios que os levam a traçar objetivos no trabalho de transformar a
sociedade, colocando mais humanismo nas ações e buscando a justiça social.
Lembrando que esse ano de 2012 é o ano da implantação do ensino de 9 anos, o qual
se faz indispensável à compreensão do conceito de infância, não esquecendo que a mesma
sofreu transformações históricas, que se evidenciam tanto na literatura pedagógica, quanto na
legislação e nos debates educacionais, em especial a partir da década de 1980, no Brasil. Os
de bates políticos em torno da constituição de 1988 e os estudos de diversas áreas do
conhecimento contribuem para o questionamento da concepção de naturalização das
desigualdades das crianças eram determinadas por fatores econômicos culturais e sociais.
Assim, à medida que a sociedade organizada exerceu pressões sobre o Estado, este passa a
incorporar, nos textos legais, o entendimento da criança como sujeito de direitos. Exemplos
destes textos legais são a Constituição de 1988, o Estatuto da Criança e do Adolescente, nos
anos de 1990, a LDB nº 9394/96, além de textos curriculares que tratam da especificidade da
infância (KRAMER, 2006).
Se no contexto político, as diferentes concepções sobre a infância justificaram as
políticas educacionais, com limites e possibilidades; no contexto pedagógico, a discussão e
definição de uma concepção de infância é primordial na condução do trabalho.
Entre os estudos sobre uma concepção de infância como fase distinta da vida adulta,
ganha destaque o historiador francês Ariés. Em seus estudos, Ariés analisa diferentes
23
significados atribuídos à infância em especial nos séculos XVII e XVIII. Segundo este autor
até o fim da Idade Média não se existia um sentimento de infância como etapa específica da
vida humana portanto com características e necessidades próprias. Ariés afirma que é no fim
da Idade Média que se inicia um processo de mudança, pois a infância passa a ser encarada
como sinônimo de fragilidade e ingenuidade, sendo alvo da atenção de adultos. Já no século
XVIII, a concepção sobre infância passa pelo disciplinamento e pela moral, exercidas
especialmente por um processo educacional impulsionado pela Igreja e pelo Estado. Esta
concepção marca a educação das crianças particularmente no período do capitalismo
industrial, no século XIX. Embora com ressalvas, sua pesquisa é considerada relevante pelo
fato de que contribui para a compreensão da infância como um conceito construído
historicamente.
Diante do exposto a nossa comunidade escolar definiu criança como um ser social em
desenvolvimento, que constrói o conhecimento a partir das interações que estabelece com as
pessoas e o meio em que vive. A infância é uma fase do desenvolvimento do ser humano que
compreende dos sete aos doze anos. A infância é uma etapa biologicamente útil, que se
caracteriza como sendo o período de adaptação progressiva ao meio físico e social, a
adaptação, aqui, é equilíbrio, cuja conquista dura toda a infância e adolescência e define a
estruturação própria destes períodos existenciais. E, conforme ensina o psicólogo Jean Piaget
(1985), “ Educar é adaptar o indivíduo ao meio social-ambiente”.
Em cada estágio há um estilo característico através do qual a criança constrói seu
conhecimento.
Primeiro estágio I Sensório motor (ou prático) 0 – 2 anos: trabalho mental: estabelecer
relações entre as ações e as modificações que elas provocam no ambiente físico; exercício dos
reflexos; manipulação do mundo por meio da ação. Ao final, constância/permanência do
objeto.
Segundo estágio Pré-operatório (ou intuitivo) 2- 6 anos: desenvolvimento da
capacidade simbólica (símbolos mentais: imagens e palavras que representam objetos
ausentes); explosão linguística; características do pensamento (egocentrismo, intuição,
variância); pensamento dependente das ações externas.
Terceiro estágio Operatório-concreto 7 – 11 anos: capacidade de ação interna:
operação. Características da operação: reversibilidade/invariância – conservação (quantidade,
constância, peso, volume); descentração/capacidade de seriação/capacidade de classificação.
Quarto estágio Operacional-formal (abstrato) – 11 anos a operação se realiza através
da linguagem (conceitos). O raciocínio é hipotético-dedutivo (levantamento de hipóteses;
24
realização de deduções). Essa capacidade de sair-se bem com as palavras e essa
independência em relação ao recurso concreto permite: ganho de tempo; aprofundamento do
conhecimento; domínio da ciência da filosofia.
Concepção de Letramento e Escrita: A capacidade de escrever, ler e compreender
entende-se como letramento. O primeiro contato da criança com a escrita ocorre visualmente
e não acontece necessariamente na escola, e sim no ambiente em que vive. Durante o processo
de alfabetização em que vive. Durante o processo de alfabetização a criança começa a
assimilar o desenho da letra ao som.
Alfabetização: É o processo da aprendizagem do sistema alfabético e ortográfico de
leitura e escrita das técnicas para seu uso.
O sistema de escrita e as convenções para seu uso constituem uma tecnologia
inventada e aperfeiçoada pela humanidade ao longo de milênios: desde os desenhos e
símbolos usados inicialmente até a extraordinária descoberta de que, em vez de desenhar ou
simbolizar aquilo de que se fala, podiam ser representados os sons da fala por sinais gráficos,
criando-se assim o sistema alfabético; desde a escrita em tabletes de barro, em pedra, em
papiro, em pergaminho, até a também extraordinária invenção do papel; desde o uso de
estiletes e pincéis como instrumentos de escrita até a invenção do lápis e da caneta. E
convenções foram sendo criadas: convenções sobre o uso do sistema alfabético, resultando no
sistema ortográfico; a convenção de que as palavras devem ser separadas, na escrita, por um
pequeno espaço em branco; no mundo ocidental, a convenção de que se escreve de cima para
baixo e da esquerda para a direita.
Assim, um dos passaportes para a entrada no mundo da escrita é a aquisição de uma
tecnologia, a aprendizagem de um processo de representação: codificação de sons em letras
ou grafemas e decodificação de letras ou grafemas em sons; a aprendizagem do uso adequado
de instrumentos e equipamentos: lápis, caneta, borracha, régua,…; aprendizagem da
manipulação de suportes ou espaços de escrita: papel sob diferentes formas e tamanhos,
caderno, livro, jornal...; a aprendizagem das convenções para o uso correto do suporte: a
direção da escrita de cima para baixo, da esquerda para a direita.
A essa aprendizagem do sistema alfabético e ortográfico de escrita e das técnicas para
seu uso é que se chama alfabetização. Apenas com a aquisição da tecnologia da escrita, de um
dos “passaportes” não se tem entrada no mundo da escrita, um outro “passaporte” é
necessário: o desenvolvimento de competências para o uso da leitura e da escrita nas práticas
sociais que as envolvem. Ou seja, não basta apropriar-se da tecnologia – saber ler e escrever
apenas com um processo de codificação e decodificação, como quando dizemos: esta criança
25
já sabe ler, já sabe escrever, é necessário também saber usar a tecnologia, apropriar-se das
habilidades que possibilitam ler e escrever de forma adequada e eficiente, nas diversas
situações em que precisamos ou queremos ler ou escrever, diferentes gêneros e tipos de textos
em diferentes suportes, para diferentes objetivos, em interação com diferentes interlocutores,
para diferentes funções: para informar ou informar-se para interagir, para imergir no
imaginário, para ampliar conhecimento, para seduzir ou induzir, para divertir-se, para
orientar-se, para apoio à memória, para catarse...
A esse desenvolvimento de competência para o uso da tecnologia da escrita é que se
chama letramento.
Escrita: Olhando o passado do ensino da língua escrita, na etapa inicial da
escolarização, e tendo procurado entendê-lo, talvez possamos explicar este presente de
insatisfação e incertezas pela oscilação, que marcou o passado, entre ora priorizar a aquisição
do sistema de escrita, a alfabetização, ora priorizar as práticas de uso desse sistema, o
letramento, resultando no presente, em dúvidas sobre como resolver essa aparente dicotomia.
Adolescência e Juventude é a fase da transição entre a infância e a idade adulta
caracterizada pela forma de pensar: sistemática, lógica e hipotética de acordo ao Estatuto da
Criança e Adolescência, essa fase compreende dos 12 anos aos 17 anos. No âmbito escolar e
educacional é fundamental que se analise as necessidades e os problemas enfrentados pelos
adolescentes e jovens, pois encontram-se em um período conflitante devido as formas de
comportamento, considerando seus gostos, atitudes, estilos de vida, forma de ser, condições
sociais e culturais.
Também constata-se que esta é a fase do desenvolvimento humano que marca a
transição entre a infância e a idade adulta. Com isso essa fase caracteriza-se por alteração em
diversos níveis: físico, mental e social e representa para o indivíduo um processo de
distanciamento de formas de comportamento e privilégios típicos da infância e de aquisição
de características e competências que o capacitem a assumir os deveres e papéis sociais do
adulto. É importante salientar que “adolescência” é um termo geralmente utilizado em um
contexto científico com relação ao processo de desenvolvimento bio-psico-social. Como
pode-se ver o fim da adolescência não é marcado por mudanças de ordem fisiológica, mas
sobretudo de ordem sócio-cultural; assim a adolescência toma como fim a maioridade civil de
18 anos.
Adolescência e juventude são fenômenos de forte caracterização cultural e sua
definição esta intimamente ligada à transformação da compreensão do desenvolvimento
humano e também a transformação da forma como cada geração adulta se define a si própria.
26
O ensino-aprendizagem é um processo contínuo-formativo, composto de inúmeros
fatores, os quais são determinados a partir de uma relação direta entre educador e educando
mediados pelo meio aonde estão inseridos e pelos condicionantes que são diferenciados a
partir de cada realidade.
Para se analisar os vários conceitos que envolvem o processo ensino-aprendizagem é
necessário ter-se em mente as diferentes épocas nas quais estes se desenvolveram, como
também compreender sua mudança no decorrer da história de produção do saber do homem.
Atualmente, não só na área da educação mas também em outras áreas, como a da
saúde, pensa-se no indivíduo como um todo - paradigma holístico. Parte-se de uma visão
sistêmica e portanto, amplia-se o conceito de educação, o conceito do processo de ensino-
aprendizagem.
O processo de ensino-aprendizagem tem sido historicamente caracterizado de formas
diferentes que vão desde a ênfase no papel do professor como transmissor de conhecimento,
até as concepções atuais que concebem o processo de ensino-aprendizagem com um todo
integrado que destaca o papel do educando.
As reflexões sobre o estado atual do processo de ensino-aprendizagem nos permite
identificar um movimento de ideias de diferentes correntes teóricas sobre a profundidade do
binômio ensino e aprendizagem. Entre os fatores que estão provocando esse movimento
podemos apontar as contribuições da Psicologia atual em relação à aprendizagem, que leva
todos a repensar a prática educativa, buscando uma conceptualização do processo ensino-
aprendizagem.
Apesar de tantas reflexões, a situação atual da prática educativa das escolas ainda
demonstra a massificação dos alunos com pouca ou nenhuma capacidade de resolução de
problemas e poder crítico-reflexivo, a padronização dos mesmos em decorar os conteúdos,
além da dicotomia ensino-aprendizagem e do estabelecimento de uma hierarquia entre
educador e educando.
A solução para tais problemas está no aprofundamento de como os educandos
aprendem e como o processo de ensinar pode conduzir à aprendizagem.
Acrescenta-se ainda que a solução está em partir da teoria e colocar em prática os
conhecimentos adquiridos ao longo do tempo de forma crítica-reflexiva-laborativa: crítica e
reflexiva para pensar os conceitos atuais e passados e identificar o que há de melhor;
laborativa não só para mudar mas para criar novos conhecimentos.
Ainda no processo da história da produção do saber, permanece na atualidade o
desafio de tornar as práticas educativas mais condizentes com a realidade, mais humanas e,
27
com teorias capazes de abranger o indivíduo como um todo, promovendo o conhecimento e a
educação.
Concepção de Trabalho: O trabalho é categoria central na análise de Saviani. O
homem se humaniza (ou se desumaniza) pelo trabalho na medida em que é por esta prática
que ele transforma a realidade (natureza) adaptando-a as suas necessidades. Ao transformá-la,
ele mesmo se transforma mediado pelas relações que estabelece no processo de produção.
Desse modo, pelo trabalho o homem se auto produz, alterando sua visão de mundo. Segundo
SAVIANI (1991, p.19);
“Diferentemente dos outros animais, que se adaptam a
realidade natural tendo sua existência garantida
naturalmente, o homem necessita produzir
continuamente sua própria existência. Para tanto, em
lugar de se adaptar à natureza, ele tem que adaptar a
natureza a si, isto é, transformá-la. E isto é feito pelo
trabalho”.
Pode-se afirmar, desta forma que o que diferencia o homem dos outros animais é o
processo de trabalho. O trabalho não é qualquer tipo de atividade, mas uma ação em que seu
agente antecipa mentalmente e de forma intencional visando atingir, por este meio um fim.
Conforme Antunes (1998, p.121) “O trabalho desenvolve-se pelos laços de cooperação
social existentes no processo de produção material. O ato de produção e reprodução da vida
humana realiza-se pelo trabalho. È a partir do trabalho, em sua cotidianidade, que o homem
torna-se ser social, distinguindo-se de todas as formas não humanas”.
A educação é uma exigência do e para o processo de trabalho no qual é, ela própria,
um processo de trabalho e este é tido como princípio educativo. Nas palavras de Saviani
(1991, p.15), “ o homem não se faz homem naturalmente, ele nasce sabendo ser homem, vale
dizer, ele não nasce sabendo sentir, pensar, avaliar, agir. Para saber pensar e sentir, para saber
querer, agir ou avaliar é preciso aprender o que implica o trabalho educativo”. Portanto, a
educação como processo de trabalho não-material se torna parte do e para o processo de
trabalho material (a luta pela sobrevivência diária).
Concepção de Escola: Diante de tantas ideias e conceitos que envolvem o sistema
educacional, sentimos que é necessário compreendermos a concepção de escola, bem como
buscar entender a realidade. Hoje, a busca incessante pelo conhecimento passou a ser mais
que um diferencial na formação dos sujeitos. Estar em constante aprendizado passou a ser
28
requisito básico para qualquer pessoa que queira manter um alto nível de empregabilidade e
intelectualidade na sociedade. A escola deve fazer questão de contribuir nessa evolução, não
preparando apenas cidadãos para a vida, pois ela é a própria vida, um local de vivência da
cidadania.
Segundo Frigotto (1999), “a escola é uma instituição social que, mediante sua prática
no campo do conhecimento, dos valores, atitudes e mesmo por sua desqualificação articulam
determinados interesses e desarticulam outros”. Nessa contradição existente no seu interior,
está a possibilidade da mudança, haja vista as lutas que aí são travadas. Portanto, pensar a
função social da escola implica repensar o seu próprio papel, sua organização e os atores que
a compõem.
Assim, pensar a função social da educação e da escola implica problematizar a escola
que temos na tentativa de construirmos a escola que queremos. Nesse processo, a articulação
entre os diversos segmentos que compõem a escola e a criação de espaços e mecanismos de
participação são prerrogativas fundamentais para o exercício do jogo democrático, na
construção de um processo de gestão democrática.
Desta forma, a escola, no desempenho de sua função social de formadora de sujeitos
históricos, precisa ser um espaço de sociabilidade que possibilite a construção e a socialização
do conhecimento produzido, tendo em vista que esse conhecimento não é dado a priori. Trata-
se de conhecimento vivo e que se caracteriza como processo em construção.
Para Petitat (1994), a escola contribui para a reprodução da ordem social. No entanto,
ela também participa de sua transformação, às vezes intencionalmente. Outras vezes as
mudanças se dão, apesar da escola.
Concepção de Conselho de Classe: O conselho de classe é uma reunião onde a
equipe pedagógica, professores, direção, alunos, pais e a comunidade escolar discutem acerca
da aprendizagem seus desempenhos e avaliações, porque, mais do que saber as notas e a
aprovação ou reprovação do aluno, objetiva-se encontrar os pontos de dificuldade tanto do
aluno quanto da própria instituição de ensino. Desta forma, busca-se a reformulação nas
práticas escolares a partir das reflexões realizadas nos conselhos de classe, não esquecendo
que ele é um dos vários mecanismos que possibilitam a gestão democrática.
Sendo o conhecimento uma informação elaborada, o Colégio Estadual Rui Barbosa
tem a preocupação de despertar o gosto pelo conhecimento, tornando significativo,
contextualizado e real, envolvendo-o não só no intelectual, mas também afetivamente,
incorporando vivências concretas ao que se vai aprender, criando a capacidade de usar estas
competências em novas vivências.
29
O conhecimento não é fragmentado. Para entender e explicar os fenômenos científicos
e tecnológicos é preciso compreender o conhecimento como um todo, integrado e
interrelacionado.
Temos como visão de escola, um contexto que abriga espaço físico, elementos
humanos e ações pedagógicas, colocando em discussão permanente com a comunidade
escolar as melhorias que se farão necessárias. A Escola proporciona uma educação voltada à
formação de caráter, ao resgate da essência do ser humano e a formação de sujeitos
conscientes de sua ação transformadora na construção de uma sociedade mais justa, centrado
no saber elaborado como instrumento de luta social. De acordo com a pedagogia histórico-
crítica e a concepção filosófica e dialética, nós podemos dizer que o Colégio Estadual Rui
Barbosa tem o ensino com a finalidade de promover a interação entre aluno e conhecimento,
de modo a possibilitar o acesso e a incorporação de elementos culturais essenciais a sua
transformação enquanto síntese das múltiplas relações sociais, atividades que promovam a
reflexão-ação sobre a realidade, possibilitando um processo mais significativo de apropriação,
e produção de novos conhecimentos, socialização e a produção do saber.
Com este propósito a Inclusão e a Diversidade são temas que povoam as discussões na
área educacional, os sujeitos têm suas identidades determinadas pelo contexto social e
histórico em que sua existência é produzida. A vida em sociedade pressupõe o
reconhecimento das multiculturas advindas da acelerada tecnologização e das complexas
transformações nos modos de produção social que fazem surgir novas formas de acúmulo do
capital e distribuição de renda na contemporaneidade. Assim, constitui verdade inquestionável
o fato de que, a todo o momento, as diferenças entre homens fazem-se presentes, mostrando e
demonstrando que existem grupos humanos dotados de especificidades naturalmente
irredutíveis. As pessoas são diferentes de fato, em relação a cor da pele e dos olhos, quanto ao
gênero e a sua orientação sexual, com referência as origens familiares e regionais nos hábitos
e gostos, no tocante ao estilo. Em resumo os seres humanos são diferentes, pertencem a
grupos variados, convivem e desenvolvem-se em culturas distintas. São então diferentes de
direito. É o chamado direito a diferença; o direito de ser, sendo diferente (FERREIRA e
GUIMARÃES, 2003, p. 37).
Sendo assim os serviços de apoio pedagógico especializado realizam-se no contexto
de sala de aula, ou em contra turno, por meio da oferta de recursos humanos, técnicos,
tecnológicos, físicos e materiais, tendo por objetivo possibilitar o acesso e a complementação
do currículo comum ao aluno. Quando realizados em classes especiais ou em instituições
especializadas da rede pública ou conveniadas são denominadas serviços especializados
30
conforme previsto na legislação.
Para que isso se concretize, este estabelecimento de ensino visa otimizar a provisão de
serviços e recursos para o atendimento de todos os alunos em função das necessidades
individuais, reconhecendo que a escola tem como fim desenvolver as capacidades
acadêmicas, cognitivas, afetivo-emocionais e sociais que potencializem o desenvolvimento
pessoal de todos os educandos, buscando a participação de todos os segmentos da
comunidade escolar como conselho escolar, pré-conselho de classe, conselho de classe, pós-
conselho de classe, representantes de turmas, APMF (Associação de Pais, Mestres e
Funcionários), em trabalho coletivo através de uma administração democrática, delegando
responsabilidades a profissionais da escola para tomar decisões e planejar ações a serem
desenvolvidas.
A educação é o processo por meio do qual os indivíduos assemelham-se e
diferenciam-se. A educação é o movimento que permite aos homens e mulheres apropriarem-
se da cultura, estabelecendo com ela uma identidade, uma proximidade que os leva a
tornarem-se iguais; mas esse movimento, ao ser produzido, é mediado por condições
subjetivas, o que faz com que os indivíduos tornem-se iguais e diferentes ao mesmo tempo.
Tal movimento atribui à educação uma dimensão de realização social, e outra, de realização
individual. (SILVA, 2008, p. 23).
Dessa forma, também entende-se por processo educativo a busca pelo conhecimento
científico, político, econômico, cultural e social, a formação de valores, criticidade e
autonomia. Toda ação educativa é intencional. Disto decorre que todo processo educativo
fundamenta-se em pressupostos e finalidades, a partir do que, se infere, não há neutralidade
possível nesse processo. Ao determinar as finalidades da educação, quem o faz tem por base
uma visão social de mundo, que orienta a reflexão bem como as decisões tomadas acerca
desse processo.
Em nossa sociedade, marcada por práticas sociais excludentes e por uma educação
escolar tradicionalmente assentada na dominação e no controle do indivíduo, qualquer
intenção de formação humana voltada para a emancipação deve tomar como objetivo uma
formação cultural voltada para a “auto-reflexão crítica”( ADORNO, 1995, 1996). Deve-se
pensar, assim, na possibilidade de uma formação que leve em consideração a capacidade do
indivíduo tornar-se autônomo – intelectual e moralmente, isto é, que seja capaz de interpretar
as condições histórico -culturais da sociedade em que vive de forma crítica e reflexiva,
impondo autonomia às suas próprias ações e pensamentos.
A educação é uma prática social, uma atividade específica dos homens situando-se
31
dentro da história, ela não muda o mundo, mas o mundo pode ser modificado pela sua ação na
sociedade e nas suas relações de trabalho.
A educação é a apropriação pelo cidadão e pela comunidade do conhecimento
científico, político e cultural acumulado pela humanidade ao longo da história para garantir-
lhe satisfação de suas necessidades e realizar suas aspirações. A escola como instrumento de
transformação da sociedade, auxilia na modificação das relações de produção e das diferenças
entre as classes sociais. A escola é mediadora do saber e da educação presente no trabalho
concreto dos homens, que criam novas possibilidades de cultura, sendo a mesma aquela que
da condições para superação do estado de sobrevivência, por proporcionar saberes da vida
cotidiana, formação científica e tecnológica, saber como necessidade de compreensão social.
O homem é um ser natural e social, ele age na natureza transformando-a segundo suas
necessidades e para além delas, sua ação é intencional e planejada mediada pelo trabalho e
pelo conhecimento, interferindo na sociedade que é um agrupamento tecido por uma série de
relações diferenciadas e diferenciadoras e configuradas pelas experiências individuais do
homem.
O conhecimento pressupõe as concepções de homem, de mundo, e das condições
sociais que geram, configurando as dinâmicas históricas que apresentam as necessidades
humanas a cada momento mudando a forma de interferir na realidade. Portanto a cidadania é
um processo ideológico de formação de consciência pessoal e social dos seus direitos e
deveres reconhecendo que sua emancipação autonomia depende do esforço próprio.
É pela educação que cada indivíduo integra-se ao estágio de desenvolvimento
histórico do meio sócio-cultural onde nasce e cresce, sendo por meio da ação pedagógica que
pode-se construir um trabalho humano passivo de avaliação, o objeto do trabalho do ensino, o
educando, é ao mesmo tempo objeto e sujeito. Objeto porque é matéria pela qual se aplica o
trabalho e cuja transformação se busca.
Busca-se uma aprendizagem significativa atendendo as diferenças a diversidade, a
interculturalidade, e investe nas ações que valorizem e potencializam a disponibilidade do
aluno para a aprendizagem que busque estabelecer relações entre seus conhecimentos prévios
sobre um assunto e o que está aprendendo sobre ele. O aluno precisa tomar para si a
necessidade e a vontade de aprender e para que isso aconteça é preciso que a prática didática
garanta condições para que essa atitude favorável se manifeste e prevaleça, integrado pelo
trabalho interdisciplinar e pela contextualização, privilegiando a construção de conhecimentos
e entendimentos, colocando a teoria e a prática aplicadas ao cotidiano do aluno, dando ênfase
na produção e sistematização dos sentidos.
32
A escola pública é um dos lugares privilegiados onde as crianças e jovens podem
ampliar os seus saberes, em face da complexidade da sociedade contemporânea, e assim
tornarem-se capazes de exercerem a sua condição de cidadãos, num país marcado por
profundas desigualdades sociais.
Nessa perspectiva, a função principal da escola é o trabalho com o conhecimento que
propicie aos alunos oportunidades de aprendizagem para que adquiram “chaves conceituais de
compreensão de seu mundo e de seu tempo; deve ainda permitir que tomem consciência das
operações que mobilizem durante a aprendizagem, contribuindo para que prossigam na
relação de conhecimento, que é desvendamento, compreensão e transformação do que se dá a
conhecer” (Sampaio, 1998, p. 147). É imprescindível levar em consideração o perfil dos
alunos atendidos, valorizando a cultura dos alunos do campo, que esta cultura esteja presente
na organização do ensino aprendizagem, a faixa etária, as séries em que encontram maiores
dificuldades de se adaptarem à escola e de se apropriarem dos conteúdos, além de suas
condições sócio-econômicas, culturais e religiosas.
Portanto, a escola, sendo democrática, assegura aos alunos uma melhor apropriação e
reelaboração de novos conhecimentos através da transmissão sistemática dos conteúdos de
ensino, os conhecimentos produzidos e acumulados no movimento histórico pela humanidade.
Para isso é de suma importância que os educadores compromissados com esta visão de
educação, diante de inúmeros problemas, colocam-se na perspectiva de analisar, explicitar e
propor ações para uma prática escolar que efetiva essa educação que queremos.
A avaliação é um instrumento que subsidia o trabalho do professor como elemento de
sua prática, sobre a criação de novos instrumentos de trabalho e a retomada de aspectos que
devem ser revistos, ajustados ou conhecidos como adequados para o processo de ensino
aprendizagem individual ou de todo o grupo. Para o aluno, é o instrumento de tomada
de consciência de suas conquistas, dificuldades e possibilidades para a reorganização de seu
investimento na tarefa de aprender. Para a escola, possibilita definir prioridades e localizar
quais aspectos das ações educacionais demandam maior apoio.
Isto exige uma reflexão crítica permanente sobre a prática pedagógica com os
educandos. O ideal é que, frequentemente se busque uma forma pela qual os educandos
possam participar da avaliação. E, que seja, o trabalho do professor com os alunos e não do
professor consigo mesmo.
Está avaliação crítica da prática vai revelando a necessidade de permanente reflexão
nas ações educativas levando em consideração respeito à autonomia, à dignidade e à
identidade do educando. As qualidades e as virtudes são construídas por nós no esforço que
33
nos impomos para diminuir a distância entre o que dizemos e o que fazemos. Este esforço, o
de diminuir a distância entre o discurso e a prática. (Paulo Freire).
Para tanto, o educador deve estar disposto a dar um novo encaminhamento para a
prática de avaliação escolar, preocupando-se em redefinir ou em definir propriamente os
rumos de sua ação pedagógica, pois ela não é neutra, como todos nós sabemos. Ela se insere
num contexto maior e está a serviço dele. Então, o primeiro passo que nos parece fundamental
para redirecionar os caminhos da prática da avaliação é assumir um posicionamento
pedagógico claro e explícito.
Claro é explícito de tal modo que possa orientar diuturnamente a prática pedagógica, no
planejamento na execução e na avaliação. (Cipriano C. Luckesi).
A avaliação deverá utilizar procedimentos que assegurem o acompanhamento do pleno
desenvolvimento do aluno, evitando-se a comparação dos alunos entre si, de forma que a
avaliação adotada neste estabelecimento de ensino é diagnóstica, contínua e cumulativa de
forma que a avaliação tenha a função da democratização do ensino, sendo assumida como um
instrumento de compreensão do estágio de aprendizagem em que o aluno se encontra, tendo
em vista, tomar decisões suficientes e satisfatórias, para que possa avançar no seu processo de
aprendizagem.
Portanto, entendemos que a avaliação ideal precisa ser diagnóstica, contínua, dialética
e formativa, considerando a interação, o esforço e a aprendizagem, tornando assim um aluno
crítico – agente transformador da sociedade em que vive, exercendo sua cidadania.
A Gestão Escolar participativa na escola produz efeitos culturais importantes contribui
para desempenho da comunidade escolar, é importante saber que, numa gestão democrática, é
preciso lidar com conflitos e opiniões diferentes. O conflito faz parte da vida. Mas precisamos
sempre dialogar com os que pensam diferente de nós e, juntos negociar.
Algumas características da gestão escolar democrática são: o compartilhamento de
decisões e informações, a preocupação com a qualidade da educação e com relação ao custo
benefício, a transparência (capacidade de deixar claro para a comunidade como são usados os
recursos da escola, inclusive os financeiros). Assim, a comunidade aproxima-se da escola,
contribuindo para a tomada de decisões e permitindo transparência administrativa, gestão de
recursos financeiros e controle público de suas ações e decisões, ao permitir e reconhecer o
patrimônio das instituições educativas, bibliotecas e equipamentos, como um bem público
comum, expressão de valor reconhecido por todos, que oferecem vantagens e benefícios
coletivos.
É importante estabelecer coletivamente a participação dos representantes dos vários
34
segmentos da comunidade escolar em torno das finalidades e objetivos que contribuam para
definição de metas e ações, expressando o interesse e ideias, concepções e meios adequados
para realização de uma grande mudança social na vida do indivíduo como ser pensante.
Compartilhar decisões significa envolver pais, alunos, professores, funcionários e outras
pessoas da comunidade na administração escolar. Quando as decisões são tomadas pelos
principais interessados na qualidade da escola, a chance de que dêem certo é bem maior.
Como a democracia também se aprende na escola a participação deve se estender a todos os
alunos, até mesmo as crianças. (Ferreira S.Carapeto)
O Conselho Escolar é um espaço de debates e decisões que implica em atender as
questões prévias, deve permitir que professores e funcionários pais e alunos explicitem seus
interesses e suas reivindicações. É um órgão de natureza deliberativa, consultiva e fiscal
participando das decisões administrativas e pedagógicas inclusive da construção do PPP.
O Conselho de Classe se preocupa com processos avaliativos capazes de auxiliar no
trabalho pedagógico tendo como eixo central situações didáticas para que a aprendizagem
ocorra.
O Conselho de Classe é constituído pelo(a) diretor(a) e/ou diretor(a) auxiliar, pela
equipe pedagógica, por todos os docentes e os discentes por meio de: Pré-Conselho de Classe
com toda a turma em sala de aula, sob a coordenação do professor representante de turma e/ou
pelo(s) pedagogo(s) e/ou direção; Conselho de Classe Integrado, com a participação da equipe
de direção, da equipe pedagógica, da equipe docente, da representação facultativa de alunos e
pais de alunos por turma e/ou série. Pós-Conselho de Classe com a participação dos pais,
professores, equipe pedagógica, direção, agentes educacionais, alunos e representação
facultativa do Conselho Escolar.
A APMF tem como objetivo integrar a família, escola e comunidade devem
supervisionar verbas públicas recebidas e aplicadas pela escola. A APMF busca um trabalho
coletivo, formar o educando para o exercício da cidadania, procurando desenvolver um
trabalho com a família, através da participação nas atividades pedagógicas como elaboração
do calendário escolar e construção do PPP.
As relações de trabalho na escola devem ser de forma integra, onde professores,
funcionários, equipe pedagógica, administrativa e comunidade escolar participem elaborando
seu plano de trabalho juntos criando estratégias que permitam gerar mudanças positivas, com
flexibilidade e eficiência garantindo assim a identidade da instituição escolar.
A proposta de organização do conhecimento de estabelecimento de ensino está em
consonância no artigo 26 Lei 9394/96 da LDB, que assim se pronuncia: “Os currículos do
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Ensino Fundamental e Médio deve ter uma base nacional comum para legitimar a unidade e a
qualidade da ação pedagógica na diversidade nacional a partir da área do conhecimento”.
Define, também, que as escolas utilizarão a Parte Diversificada a de suas propostas
curriculares para enriquecer e complementar a Base Nacional Comum de modo a propiciar
aos alunos conhecimentos necessários para que estabeleçam relações entre a educação
fundamental e a vida cidadã através da articulação entre vários de seus aspectos como: saúde,
a sexualidade a vida familiar e social, o meio ambiente, o trabalho, a ciência e a tecnologia, a
cultura e as linguagens. Além disso, a lei define para a Parte Diversificada a inserção de
temáticas de interesse da comunidade no currículo escolar. “Em cada sistema de ensino e
estabelecimento escolar possui características regionais e locais da sociedade, da cultura, da
economia e da clientela.”
Currículo é um importante elemento constitutivo da organização escolar. Currículo
implica, necessariamente, a interação entre sujeitos que tem o mesmo objetivo e a opção por
um referencial teórico que o sustente.
Currículo é uma construção social do conhecimento, pressupondo a sistematização dos
meios para que esta construção se efetive; a transmissão dos conhecimentos historicamente
produzidos e as formas de assimilá-los, portanto, produção, transmissão e assimilação são
processos que compõem uma metodologia de construção coletiva do conhecimento escolar.
(Ilma. Passos Alencastro Veiga)
A educação esta intimamente ligada à política da cultura. O currículo nunca é apenas
um conjunto neutro de conhecimentos, que de algum modo aparece nos textos e nas salas de
aula de uma nação. Ele é sempre parte de uma tradição seletiva, resultado da seleção de
alguém, da visão de algum grupo acerca do que seja conhecimento legítimo. É produto das
tensões, conflitos e concessões culturais, políticas e econômicas que organizam e
desorganizam um povo.
Grundy (1987) assegura que:
“O currículo não é um conceito, mas uma construção cultural. Isto é, não se trata de
um conceito abstrato que tenha algum tipo de existência fora e previamente à experiência
humana. É antes, um modo de organizar uma série de práticas educativas” (p.5).
Fundamentando-se nos princípios teóricos propõe-se que o currículo da Educação
Básica ofereça ao estudante, a formação necessária para o enfrentamento com vistas à
transformação da realidade social, econômica e política de seu tempo. “Segundo Gramsci
“em sua defesa de uma educação na qual o espaço de conhecimento na escola, deveria
equivaler humanístico e tecnológico esse é o princípio.
36
O conhecimento escolar é dinâmico é não uma mera simplificação do conhecimento
científico, que se adequaria à faixa etária e aos interesses dos alunos. Daí a necessidade de
promover na escola, uma reflexão aprofundada sobre o processo de produção do
conhecimento escolar, uma vez que ao mesmo tempo ele é processo e produto, a análise e a
compreensão do processo de produção do conhecimento escolar ampliam a compreensão
sobre as questões curriculares.
Os conteúdos e ações pedagógicas devem ser norteadores, provisórias, e flexíveis, para
isso deve-se ter organização, discussão e análises frequentes onde haja ideia integradora para
que o educando, inserido nessa sociedade globalizada onde o avanço tecnológico e científico
estão presentes, possa ter uma postura inovadora.
Na organização curricular é preciso considerar a dinâmica dos conteúdos; elemento
mediador entre o mundo concreto e o conhecimento científico; fornecer explicações legítimas
para os fenômenos sociais e naturais inserindo-os na sociedade moderna; se levará em conta
as características sociais, culturais e psicológicas; conteúdo para fins de estimular a reflexão
que dêem condições para o domínio de códigos e símbolos que serão pré-requisitos para
aprendizagens posteriores; perspectivas de temas geradores são grandes núcleos em torno dos
quais se podem agrupar temas, problemas e diferenciações internas de cultura; temas
socioculturais como elemento de um diálogo problematizador provocando curiosidade,
inquietação, necessidade de investigação que levará o aluno a entender a sua realidade.
O currículo é uma práxis antes que um objeto estático emanado de um modelo
coerente de pensar a educação ou as aprendizagens necessárias das crianças e dos jovens, que
tão pouco se esgota na parte explícita do projeto de socialização cultural nas escolas. É uma
prática, expressão, da função socializadora e cultural que determinada instituição tem e que
reagrupa em torno dele uma série de subsistemas ou práticas diversas, entre as quais se
encontra a prática pedagógica desenvolvida em instituições escolares que comumente
chamamos ensino. É uma prática que se expressa em comportamentos práticos e diversos. O
currículo, como projeto baseado num plano construído e ordenado, relaciona a conexão entre
determinados princípios e uma realização dos mesmos, algo que se há de comprovar e que
nessa expressão prática concretiza seu valor. É uma prática na qual se estabelece um diálogo,
por assim dizer, entre agentes sociais, elementos técnicos, alunos que reagem frente a ele,
professores que modelam, etc. Desenvolver esta acepção do currículo como âmbito prático
tem o atrativo de poder ordenar em torno deste discurso as funções que cumpre e o modo
como se realiza, estudando – o processualmente: se expressa numa prática e ganha significado
dentro de uma prática de algum modo prévio e que não é função apenas do currículo, mas de
37
outros determinantes. É o contexto da prática, ao mesmo tempo, que é contextualizado por
ela.
A relação ensino-aprendizagem se expressa como relação entre sujeitos. Com efeito,
o processo pedagógico constitui uma relação entre dois sujeitos, com características
específicas – o professor e o aluno, e a relação que se estabelece entre eles é de ensino-
aprendizagem. Assim, tal como não se pode negar ao aluno o caráter de sujeito do processo,
da mesma forma não se nega igual caráter ao professor. Ou seja, ambos são sujeitos do
mesmo processo, entretanto, com participações diferenciadas. Ao professor, enquanto detentor
dos fundamentos do conhecimento científico cabe o papel de mediador, ou seja, de
desenvolver procedimentos adequados para viabilizar a apropriação desse conhecimento pelos
alunos. A estes cabe o esforço teórico-prático dessa apropriação.
A concepção de mundo vista como um ser humano sujeito da história, não está
“colocado” no mundo, mas ele é o mundo, faz o mundo, faz cultura. O homem do campo não
é atrasado e submisso; antes, possui um jeito de ser peculiar; pode desenvolver suas
atividades pelo controle do relógio mecânico ou do relógio “observado” no movimento da
Terra, manifesto no posicionamento do Sol. Ele pode estar organizado em movimentos
sociais, em associações ou atuar de forma isolada, mas o seu vínculo com a terra é fecundo.
Ele cria alternativas de sobrevivência econômica num mundo de relações capitalistas
selvagens;
A tecnologia é de uma forma geral, o encontro entre ciência e engenharia. Sendo um
termo que inclui desde as ferramentas e processos simples, tais como uma colher de madeira e
a fermentação da uva, até as ferramentas e processos mais complexos já criados pelo ser
humano, tal como a Estação Espacial Internacional e a dessalinização da água do mar.
Freqüentemente, a tecnologia entra em conflito com algumas preocupações naturais de nossa
sociedade, como o desemprego, a poluição e outras muitas questões ecológicas, filosóficas e
sociológicas.
Pensar em formas diferenciadas de como encaminhar práticas pedagógicas é pensar
em tecnologias que desenvolvam e aprofundem os conhecimentos científicos a partir de um
embasamento teórico, que dimensione o momento histórico atual contextualizando os temas
direcionando os educandos a uma visão ampla e aprofundada das relações sociais de
produção, saberes do cotidiano, organização política e econômica.
Cultura é um conjunto de características de uma sociedade, geradas no inter-
relacionamento humano, preservadas, aprimoradas e reproduzidas ao longo do tempo, em
princípio, sem maiores críticas. Ao se produzir cultura, portanto, produz-se educação. Cultura
38
é entendida, neste contexto, como toda produção humana que se constrói a partir das relações
do ser humano com a natureza, com o outro e consigo mesmo. Não pode ser resumida apenas
a manifestação artística, devendo ser compreendida como os modos de vida, que são os
costumes, as relações de trabalho, familiares, religiosas, de diversão, festas etc. Trata-se de
elementos culturais presentes os quais caracterizam os diferentes sujeitos no mundo e,
portanto, os diferentes povos do campo. A cultura é gerada na prática social produtiva de cada
uma das categorias sociais dos povos do campo.
Esses conteúdos culturais devem estar presentes nas práticas pedagógicas, pois são
eles que fazem a escola ter um sentido na formação dos alunos.
A organização política se dá no âmbito escolar, nas características da gestão, que pode
ser mais democrática ou mais autoritária. No ambiente escolar, a organização de familiares ou
pais e mães dos alunos, a organização dos estudantes, a organização dos funcionários, dos
professores etc. indicam formatos políticos, apresenta demandas, faz denúncias em torno das
políticas públicas.
A gestão da educação, no contexto das transformações que se operam no mundo do
trabalho e das relações sociais, na “era da globalização” e na chamada “sociedade do
conhecimento”, atravessa também uma fase de profunda transformação que se constitui num
conjunto de diferentes medidas e construção que objetivam: “Alargar o conceito de escola”;
reconhecer e reforçar sua autonomia e promover a associação entre escolas e a sua integração
em territórios educacionais mais vastos e adotar modalidades de gestão específicas e
adaptadas à diversidade das situações existentes.
A gestão democrática da educação é, hoje, um valor já consagrado no Brasil e no
mundo, embora ainda não totalmente compreendido e incorporado à prática social global e à
prática educacional brasileira e mundial. È indubitável sua importância como um recurso de
participação humana e de formação para a cidadania. É indubitável sua necessidade para a
construção de uma sociedade mais justa e igualitária e a sua importância como fonte de
humanização.
A gestão escolar, numa perspectiva democrática, tem características e exigências
próprias. Para efetivá-la é precisos procedimentos que promovam o envolvimento e a
participação de toda a comunidade escolar. É preciso analisar as relações entre participação,
diretrizes legais e o direito à educação, incentivar e fortalecer procedimentos de participação
da comunidade escolar e local na gestão da escola, descentralizando os processos de decisão e
dividindo responsabilidades.
A Gestão democrática pressupõe uma maneira de atuar coletivamente, oferecendo aos
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membros da comunidade local e escolar, pais, alunos, professores, funcionários, Conselho
Escolar e APMF, oportunidades de participação.
A direção escolar deve deixar clara sua dimensão pedagógica, ao assegurar o acesso de
todos às informações sobre a prática pedagógica que a escola desenvolve, assegurando que
cada segmento se reúna independentemente e autonomamente para tomar ciência de
informações e discutir propostas nos âmbitos financeiros, pedagógicos e administrativos.
Assim o gestor estará respeitando a especificidade da escola. Que é de assegurar a
todos que nela atuam o acesso ao saber elaborado.
A escola constitui espaço de produções novas, experiências e relações, ao mesmo
tempo, interação, união de ideias, e ações que busquem o respeito e a individualidade de cada
um. Nessa perspectiva, a gestão participativa desenvolve a capacidade decisória de cada
segmento.
Quanto à cidadania, o Estado ofereceu direitos aos trabalhadores, como na década de
1930, caracterizando a cidadania como algo “dado, doado”, ou seja, como outorgada. Os
trabalhadores rurais não “ganham” a terra, eles conquistam-na.
O estudo da Constituição da República Federativa do Brasil (1988), do documento
Declaração Universal dos Direitos Humanos (aprovado pela Organização das Nações Unidas
em dezembro de 1948) e da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (aprovada pela
Assembléia Francesa em 1798) contribuem para pensar a cidadania conquistada em
contraposição à cidadania outorgada. Os movimentos sociais lutam para conquistar os direitos
sociais como educação, saúde, trabalho, moradia entre outros; lutam, portanto, pela conquista
da cidadania como direito e como dever.
Pensar em formas diferenciadas de como encaminhar práticas pedagógicas é pensar
em tecnologias que desenvolvam e aprofundem os conhecimentos científicos a partir de um
embasamento teórico, que dimensione o momento histórico atual contextualizando os temas
direcionando os educandos a uma visão ampla e aprofundada das relações sociais de
produção, saberes do cotidiano, organização política e econômica.
É preciso repensar o espaço escolar e as formas de encaminhamento metodológico
induzirão a uma reorganização dos tempos escolares, pois um modelo de aula fechado, por
exemplo, em cinquenta minutos por disciplina, nem sempre permite desenvolver atividades
que levem em conta essas outras possibilidades. Assim, a construção do projeto político-
pedagógico da escola requer a reflexão sobre tais questões.
A escola é o lugar (espaço) das relações educativas formais. O mundo atual, porém,
exige que na escola sejam valorizados lugares em que acontece a educação, na sua vertente
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informal e não-formal. A roça, a mata, os rios ou o mar, associações comunitárias etc. São
lugares educativos que, às vezes, justamente por causa do contato diário, passam
despercebidos, esquecidos no momento da elaboração dos planejamentos de ensino.
A organização interna da escola dispõe de dois tipos básicos de estruturas:
administrativa e pedagógica.
A estrutura administrativa assegura a locação e gestão de recursos humanos, físicos e
financeiros. Já a estrutura pedagógica, refere-se às interações políticas, às questões de ensino
aprendizagem e as de currículo, visando o desenvolvimento do trabalho pedagógico, bem
como a participação coletiva de toda a comunidade escolar. Tais como:
- Currículo escolar como instrumento de interação entre os sujeitos com um mesmo objetivo:
a construção social do conhecimento, levando em conta a realidade social dos alunos com
disciplinas e conteúdos condizentes com a realidade.
- Estabelecer relação entre conteúdo e finalidade.
- Métodos e recursos didáticos facilitadores de aprendizagem.
- Respeito à identidade cultural do aluno.
- Articulação dos saberes das áreas de conhecimento, do aluno, do contexto histórico-social e
a função de mediador que o professor tem.
- Relação professor-aluno.
- Formação continuada objetivando uma prática mais dinâmica.
- Livro didático como apoio pedagógico.
- Equipe pedagógica completa.
- Apoio dos pais, enfim a toda a comunidade escolar.
- Material de apoio, equipamentos, espaço físico.
O conceito de cidadania sempre esteve fortemente “ligado” à noção de direitos,
especialmente os direitos políticos, que permitem ao indivíduo intervir na direção dos
negócios públicos do Estado participando de modo direto ou indireto na formação do governo
e na sua administração, sejam ao votar (direto), seja ao concorrer a cargo público (indireto).
No entanto, dentro de uma democracia, a própria definição de Direito, pressupõe a
contrapartida de deveres, uma vez que em uma coletividade os direitos de um indivíduo são
garantidos a partir do cumprimento dos deveres dos demais componentes da sociedade.
A história da cidadania confunde-se em muito com a história das lutas pelos direitos
humanos. A cidadania esteve e está em permanente construção; é um referencial de conquista
da humanidade, através daqueles que sempre lutam por mais direitos, maior liberdade,
melhores garantias individuais e coletivas, e não se conformam frente às dominações
41
arrogantes, seja do próprio Estado ou de outras instituições ou pessoas que não desistem de
privilégios, de opressão e de injustiças contra uma maioria desassistida que não se consegue
fazer ouvir, exatamente por que se lhe nega a cidadania plena cuja conquista, ainda que tardia,
não será obstada. Ser cidadão é ter consciência de que é sujeito de direitos. Direitos à vida, à
liberdade, à propriedade, à igualdade, enfim, direitos civis, políticos e sociais. Mas este é um
dos lados da moeda. Cidadania pressupõe também deveres. O cidadão tem de ser consciente
das suas responsabilidades enquanto parte integrante de um grande e complexo organismo
que é a coletividade, a nação, o Estado, para cujo bom funcionamento todos têm de dar sua
parcela de contribuição. Somente assim se chega ao objetivo final, coletivo: a justiça em seu
sentido mais amplo, ou seja, o bem comum.
A organização social do tempo é um elemento que simultaneamente reflete e constitui
as formas organizacionais mais amplas de uma dada sociedade. Dentre os meios de
organização do tempo social destaca-se o tempo de escola que, sendo a mais importante
referência para a vida das crianças e adolescentes, tem sido, no mundo contemporâneo, um
pilar para a organização da vida em família e da sociedade em geral.
O tempo é um elemento fundamental para a compreensão não apenas dos processos
civilizatórios, num sentido mais amplo, mas também dos processos de criação, acumulação e
distribuição de riquezas materiais e simbólicas nas sociedades. Na teoria marxista, ele está
presente na determinação do valor da mercadoria, que é função do tempo de trabalho
socialmente necessário à sua produção e, também, na possibilidade de criação da mais-valia,
ou seja, de apropriação do tempo excedente convertido em valor. Em Bourdieu (1998a), o
tempo aparece na formulação da noção de capital cultural, sendo o elemento imprescindível
ao seu processo de incorporação. Nos dois casos, a medida de tempo é parte importante na
compreensão de estruturas e representações sociais complexas.
O Programa de Atividades Complementares Curriculares em Contraturno visa à
melhoria da qualidade do ensino por meio da ampliação de tempos, espaços e oportunidades
educativas realizadas na escola ou no território em que está situada, em contraturno, a fim de
atender às necessidades socioeducacionais dos alunos.
As atividades complementares curriculares ofertadas em contraturno devem estar
vinculadas ao Projeto Político-Pedagógico da Escola, respondendo às demandas educacionais
e aos anseios da comunidade.
5. MARCO OPERACIONAL ou PROPOSIÇÃO DE AÇÕES
42
Este estabelecimento de ensino estará buscando a participação de todos os segmentos
da comunidade escolar como conselho escolar, conselho de classe, representantes de turma,
APMF, em trabalho coletivo através de uma gestão democrática delegando responsabilidades
a profissionais da escola para tomar decisões e planejar ações a serem desenvolvidas neste
novo ensino de nove anos.
Definindo desta forma ações relativas a formação continuada levantando as necessidades de
cada segmento e fundamentando teoricamente as reuniões pedagógicas. Desta forma podemos
elencar algumas ações:
O Colégio Oferta os programas CELEM – PACC e Salas de Apoio à Aprendizagem. A
Sala de Apoio a Aprendizagem tem o objetivo de atender às dificuldades de aprendizagem de
crianças que freqüentam as séries finais do Ensino Fundamental, para os alunos da 5ª Série/6º
Ano e 8ª Série/9º ano, a abertura da Sala de Apoio se dá de forma automática. Para as demais
séries, a abertura deve ser solicitada. Esses alunos participam de aulas de Língua Portuguesa e
Matemática no contra turno, participando de atividades que visam à superação das
dificuldades referentes aos conteúdos dessas disciplinas. A Secretaria de Estado da Educação
promove ações e eventos de formação continuada para professores, diretores e equipe
pedagógica, buscando esclarecer os objetivos das Salas de Apoio e promovendo discussões
sobre metodologias. Além disso, o Programa é permanentemente avaliado pela Secretaria,
procurando sempre seu melhor funcionamento e eficiência conforme Instrução 004/11. O
CELEM (Centro de Línguas Estrangeiras Modernas - Espanhol) é optativo para o aluno. O
PACC (Programa de Atividades Curriculares em Contraturno), também é ofertado aos alunos
de forma optativa.
Em atendimento da Lei do estágio n. 11788/2008 e Instrução n. 028/2010/
SUED/SEED a escola prevê o estágio não obrigatório, construindo um roteiro para elaboração
do Plano de Estágio não obrigatório em anexo, para que o mesmo quando um aluno solicitar a
escola possa elaborar o plano de estágio de acordo com a especificidade da demanda
solicitada.
Em relação ao estágio obrigatório, a escola não possui cursos que ofertem.
Mediar momentos mais freqüentes de conversação entre os professores do colégio
com as demais escolas municipais de onde nossos alunos são oriundos, principalmente nesta
transição do ensino de 9 anos.
A articulação das ações entre educação especial e ensino regular no processo de
inclusão onde os professores do ensino regular com professores da sala de recurso e sala de
apoio à aprendizagem, estarão se reunindo por trimestre para discutir os avanços dos alunos
43
com dificuldade de aprendizagem e outros fatores necessários.
As instalações físicas e o mobiliário da escola serão preservados de forma acolhedora,
limpa e bem apresentável criando um ambiente propício para a aprendizagem, durante o ano a
escola estará realizando um trabalho de orientação e conscientização aos alunos sobre
cuidados de limpeza e conservação do prédio e das instalações escolares, também em regime
de colaboração com os agentes educacionais I. Favorecendo o uso comum e democrático do
espaço físico, recursos, equipamentos, materiais, biblioteca e laboratórios, dentro de uma
organização equilibrada através de cronogramas a escola estará proporcionando a distribuição
de uso dos ambientes, equipamentos e materiais pedagógicos favorecendo de maneira
democrática o trabalho de todos os professores, alunos e agentes educacionais I e II.
Proporcionar aos agentes educacionais da escola a participação nos estudos e reflexões feitos
pela escola e SEED.
O Colégio, ou seja, Direção e Equipe Pedagógica realiza, reuniões trimestrais com a
comunidade escolar envolvendo uma série de palestras com profissionais da área como:
médicos, enfermeiras, equipe da secretaria do meio ambiente, etc., os temas que pretendemos
abordar são os seguintes: Bullyng, valores na escola, sexualidade, drogas, meio ambiente,
cidadania, ECA, etc. isto só virá a somar o trabalho que o professor realiza
interdisciplinarmente para análise e discussão com os pais e sugestões, de modo que os
mesmos em especial fiquem informados dos rendimentos escolares apresentados pelos seus
filhos, podendo também estar recebendo em mãos as avaliações e recuperações para poder
juntamente com os professores, direção e equipe pedagógica estar tomando as medidas
cabíveis para uma melhora significativa em seu rendimento escolar, pois é com um trabalho
integrado que os resultados aparecerão.
Os conselhos de classe serão realizados conforme calendário escolar onde os
professores juntamente com a comunidade escolar estarão analisando de um modo geral se os
objetivos foram alcançados, não esquecendo que antecipadamente a este conselho é realizado
um pré-conselho com os alunos por sala.
O Colégio Estadual Rui Barbosa desenvolverá os programas e projetos da Secretaria
Estadual da Educação com competência e responsabilidade, JOGOS COLEGIAIS, entre
outros, assim como, os projetos desenvolvidos pela Direção, APMF, Equipe Pedagógica,
Professores, Alunos, Pais e Comunidade como Atividades Culturais, destacando a
participação da Comunidade Escolar no Desfile Cívico realizado no Dia 16 de maio
(Aniversário do Município de Nova Laranjeiras) entre outros. A presente Instituição
comprometida com a sua missão procura estar sempre interada nas linhas e ações de
44
enfrentamento a evasão escolar, em comum acordo com o programa FICA (Ficha de
Comunicação de Aluno Ausente), a evasão escolar é um fenômeno que desafia governos,
educadores e toda a sociedade ao longo do tempo. Um país com a diversidade sócio-
econômica e cultural como o Brasil, tem problemas da mesma natureza e que se avoluma no
sentido proporcional. Trata-se do abandono da escola pelo aluno durante o ano letivo. Quando
se busca saber quais as causas que levam a essa decisão, verifica-se que são muitas
relacionadas aos problemas familiares, à necessidade que o aluno tem que trabalhar para
ajudar no orçamento familiar, não gostar de estudar, não entender o que as professoras
ensinam, e assim por diante.
A prática pedagógica deve ser facilitador no processo ensino / aprendizagem, sendo
essa prática encaminhada pelos docentes baseada no diálogo e na reflexão conjunta na qual a
relação professor / aluno é mediada pelos conhecimentos a serem transmitidos. O que se torna
necessário, então, é que o professor domine esses conhecimentos, assim como a metodologia
de sua elaboração para que possa exercer seu papel mediador, possibilitando aos alunos
tomarem consciência de sua condição de sujeitos, herdeiros dos conhecimentos dos quais vão
se apropriando, e responsáveis por seu avanço histórico.
Através de uma formação continuada e coletiva o docente estará se preparando para
desempenhar este papel na sala de aula. Daí a importância de conquistar e instituir um horário
de trabalho comum nas escolas, onde os professores possam buscar juntos, as formas de
superar as deficiências da própria formação profissional.
O professor estando constantemente ativo na sua prática pedagógica tendo clareza na
direção que almeja, traçando os objetivos para a conquista terá condição de intervir quando
necessário no processo de ensino/aprendizagem para novos encaminhamentos.
A escola pretende resignificar a hora-atividade como espaço de estudo, reflexão e
interlocução, a organização da hora atividade é determinada a partir da aprovação do horário
do estabelecimento, e também da disponibilidade dos professores, pois alguns trabalham em
escolas diversas no qual dificulta um trabalho disciplinar coletivo, prejudicando a
coordenação das atividades como está determinado por lei.
Em nossa Instituição de Ensino, os alunos que apresentarem dificuldades de
aprendizagem será feita recuperação paralela/concomitante, e sempre que houver
disponibilidade na hora-atividade, os professores realizarão recuperação
paralela/concomitante. A recuperação de estudos é direito dos alunos, independentemente do
nível de apropriação dos conhecimentos básicos. Quanto a verificação do rendimento escolar,
os objetivos irão ser traduzidos em notas que serão computadas trimestralmente por disciplina
45
de 0 (zero) a 10,0 (dez), sendo a média do rendimento exigido 6,0 (seis) no ano conforme
deliberação 007 / 99 da promoção.
MA = 1.º T + 2.º T + 3.º T = 60
3
Síntese do Sistema de Avaliação
Freqüência Rendimento Resultado
75% a 100% 6,0 ou + Aprovado
75% a 100% Menor que 6,0 Reprovado
- 75% Independente Reprovado
75% de freqüência = 600 horas
Para a aprovação exige-se média final igual ou superior a 6,0 (seis virgula zero) e
freqüência igual ou superior a 75% (setenta e cinco por cento).
A avaliação é uma prática pedagógica intrínseca ao processo ensino e aprendizagem,
com a função de diagnosticar o nível de apropriação do conhecimento pelo aluno.
A avaliação é contínua, cumulativa e processual devendo refletir o desenvolvimento
global do aluno e considerar as características individuais deste no conjunto dos componentes
curriculares cursados, com preponderância dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos.
A avaliação deverá utilizar procedimentos que assegurem o acompanhamento do pleno
desenvolvimento do aluno, evitando-se a comparação dos alunos entre si.
O resultado da avaliação deve proporcionar dado que permitam a reflexão sobre a ação
pedagógica, contribuindo para que a escola possa reorganizar
conteúdos/instrumentos/métodos de ensino.
Na avaliação do aluno devem ser considerados os resultados obtidos durante todo o
período letivo, num processo contínuo, expressando o seu desenvolvimento escolar, tomado
na sua melhor forma.
Segundo o Regimento Escolar da Instituição o mesmo, não oferta aos seus alunos
matrícula com Progressão Parcial. As transferências recebidas de alunos com dependência em
até três disciplinas serão aceitas e deverão ser cumpridas mediante plano especial de estudos.
Os estudos concluídos com êxito serão aproveitados.
Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações efetuadas durante o
período letivo, constituindo-se em mais um componente do aproveitamento escolar, sendo
46
obrigatória sua anotação no Livro Registro de Classe.
A promoção é o resultado da avaliação do aproveitamento escolar do aluno, aliada à
apuração da sua freqüência.
Poderão ser promovidos por Conselho de Classe os alunos que demonstrarem
apropriação dos conteúdos mínimos essenciais e que demonstrem condições de dar
continuidade de estudos nas séries/anos seguintes.
Quanto à classificação e a reclassificação, que é um processo pedagógico que se
concretiza através da avaliação do aluno matriculado e com frequência na série/ano/
disciplina(s) sob a responsabilidade do estabelecimento de ensino que, considerando as
normas curriculares, encaminha o aluno à etapa de estudos/carga horária da(s) disciplina(s)
compatível com a experiência e desempenho escolar demonstrados, independentemente do
que registre o seu Histórico Escolar. Já quanto à progressão parcial (dependência), a presente
instituição oferta em forma de plano de estudos para os alunos transferidos de outro
estabelecimento e que se encontram cursando à dependência aonde estudavam, para que os
mesmos tenham regularização de sua vida escolar.
O Conselho de Classe é órgão colegiado de natureza consultiva e deliberativa em
assuntos didático-pedagógicos, fundamentado no Projeto Político Pedagógico da escola e no
Regimento Escolar, com a responsabilidade de analisar as ações educacionais, indicando
alternativas que busquem garantir a efetivação do processo ensino e aprendizagem.
A finalidade da reunião do Conselho de Classe, após analisar as informações e dados
apresentados, é a de intervir em tempo hábil no processo ensino e aprendizagem,
oportunizando ao aluno formas diferenciadas de apropriar-se dos conteúdos curriculares
estabelecidos.
É da responsabilidade da equipe pedagógica organizar as informações e dados
coletados a serem analisados no Conselho de Classe.
A disciplina de Ensino Religioso não se constitui em objeto de retenção do aluno, não
tendo registro de notas na documentação escolar.
Os resultados obtidos pelo aluno no decorrer do ano letivo serão devidamente
inseridos no sistema informatizado, para fins de registro e expedição de documentação
escolar.
Parágrafo Único: As avaliações serão somatórias, de provas descritivas, objetivas,
orais, de atividades diversificadas (seminários, pesquisas, atividades experimentais) de acordo
com os critérios adotados por cada professor. Caberá ao professor a oferta de no mínimo três
instrumentos avaliativos. Estes deverão ser obrigatoriamente duas avaliações escritas e um
47
trabalho.
Quanto ao enfrentamento realizado pelo presente estabelecimento de ensino no
combate às Drogas, a Violência e a Indisciplina, o mesmo realiza um trabalho de
conscientização e prevenção, com palestras, trabalhos interdisciplinares, aulas diferenciadas e
motivacionais, onde o educando se sinta sujeito de sua própria história, contamos também
com o auxílio da patrulha escolar.
O presente estabelecimento realiza também a semana de Orientação sobre a gravidez
na adolescência (lei nº. 16105/2009), com um trabalho interdisciplinar, confecção de cartazes
e teatros, palestras com profissionais da saúde para melhor esclarecimento, vídeos de
conscientização e prevenção, dentre tantos outros.
O atendimento aos alunos inclusos no ensino regular se dá de forma organizada e
comprometida, pois os mesmos participam da sala de recurso obtendo atendimento
individualizado e de qualidade, auxiliando-os no dia a dia do processo de ensino-
aprendizagem e preparando-os para uma autonomia significativa.
Quanto ao programa SAREH (Serviço de Atendimento à Rede de escolarização
Hospitalar) Res. 2527/2007, os alunos são atendidos no hospital em que se encontram para
tratamento, sendo dada a continuidade pelo estabelecimento de ensino após sua volta, é um
trabalho de equipe onde os profissionais da escola e do SAREH devem estar em constante
conversação. No momento não dispomos de nenhum aluno em tratamento. O Colégio
contempla a lei 6202/75 que beneficia as aluna gestante (exercícios domiciliares).
De acordo com a instrução 09/11 SUED/SEED que decorre do diagnóstico e das
concepções definidas pelo coletivo escolar os conteúdos assim como:
História do Paraná ( LEI Nº 13381/01);(somente para o ensino de História);
História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena (LEI 11645/08) no âmbito de todo o
Currículo;
Música (LEI Nº 11645/08); ( somente para o ensino de Artes)
Prevenção Ao Uso Indevido de Drogas;
Sexualidade Humana;
Educação Ambiental (LF. Nº 9795/99 (DEC. Nº 4281/02)
Educação Fiscal;
Enfrentamento a Violência Contra a Criança e o Adolescente;
Direito das Crianças e Adolescentes (L.F. Nº 11525/07);
Educação Tributária ( DEC. Nº 1143/99) (PORT. Nº 411/02).
Serão trabalhados pelos nossos docentes em seus conteúdos programáticos de maneira
48
diversificada e dinâmica oportunizando um conhecimento mais amplo e consistente,
priorizando a metodologia de trabalho.
O Colégio dispõem de Equipe Multidisciplinar as quais são instâncias de organização
do trabalho escolar, preferencialmente coordenadas pela equipe pedagógica, e instituídas por
Instrução da SUED/SEED, de acordo com disposto no art. 8º da Deliberação nº 04/06
CEE/PR, com a finalidade de orientar e auxiliar o desenvolvimento das ações relativas à
Educação das Relações Étnico-Raciais e ao Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira,
Africana e Indígena, ao longo do período letivo. As Equipes Multidisciplinares se constituem
por meio da articulação das disciplinas da Base Nacional Comum, em consonância com as
Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica e Diretrizes Curriculares Nacionais para
a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira
e Africana, com vistas a tratar da História e Cultura da África, dos Africanos,
Afrodescendentes e Indígenas no Brasil, na perspectiva de contribuir para que o aluno negro e
indígena mire-se positivamente, pela valorização da história de seu povo, da cultura, da
contribuição para o país e para a humanidade.
Contempla também a Lei nº. 9795/99, que institui a política nacional de educação ambiental.
Permite-se concluir que existem alguns pontos na educação brasileira, que podem ser
chamados de gargalos, ou seja, de estrangulamento do sistema educacional. Quando se
observa as análises de diferentes autores sobre o fenômeno de evasão escolar, verifica-se que
teoria e prática se complementam. Há uma relação de causa e efeito no que refere às causas e
conseqüências.
Alunos oriundos de grupo familiar com menor renda, com problemas diversos de
ordem social, econômicos e psicológicos, são os que mais evadem da escola. Além dos
problemas abordados, que são a necessidade de trabalhar para contribuir com o orçamento
familiar, encontram dificuldades no transporte escolar, que é obrigação das três esferas do
governo.
Mas há problemas de baixa estima, que certamente tem que ser considerado, pois o
aluno perde a disposição de lutar por dias melhores, quando verifica as diferenças entre as
condições dele e de seus colegas.
É preciso ainda levar em conta as questões que envolvem os alunos dentro de um contexto
escolar, principalmente os oriundos do Ensino Fundamental – séries iniciais, pois os mesmos
se sentem despreparados para o início do 6 ano. A Instituição buscará articular com a Escola
Municipal no final do ano letivo uma simulação com aulas de 50 minutos e um revezamento
de professores, para que os alunos possam se adequar com maior facilidade no início do ano
49
letivo.
O que se viu é que há uma relação de problemas sociais, econômicos e político-
administrativos que precisam ser repensados, planejado com estratégias mais inteligentes,
para que a sociedade brasileira não continue pagando um preço tão caro pela ausência de
melhor aproveitamento nos investimentos educacionais, que não são suficientes e parcela
significativa desperdiçada na evasão escolar.
A escola para funcionar em uma perspectiva democrática, perpassa por uma prática
participativa de todos os segmentos escolares (pais, professores, alunos, funcionários, direção
e equipe pedagógica).
6. PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR - CONCEITO
A Proposta Pedagógica Curricular é a expressão de uma determinada concepção de
educação e de sociedade, pensada filosófica, histórica e culturalmente no PPP. Ela é
construída pelos professores das disciplinas e mediada pela equipe pedagógica, os quais
lançam mão dos fundamentos curriculares historicamente produzidos para proceder a esta
seleção de conteúdos e métodos com sua respectiva intencionalidade.
7. CONSIDERAÇÔES FINAIS
Tendo em vista, a democratização do ensino, pode-se dizer que a educação é o
processo por meio dos quais os indivíduos assemelham-se e diferenciam-se. A educação é o
movimento que permite aos homens e mulheres apropriarem-se da cultura, estabelecendo com
ela uma identidade, uma proximidade, que os leva a tornarem-se iguais; mas, esse movimento,
ao ser produzido, é mediado por condições subjetivas, os que fazem com que os indivíduos
tornem-se iguais e diferentes ao mesmo tempo.
Sendo assim, a escola como instituição social, que tem como função a democratização
dos conhecimentos produzidos historicamente pela humanidade, e um espaço de mediação
entre sujeito e sociedade. Compreender a escola como mediação significa entender o
conhecimento como fonte para efetivação de um processo de emancipação humana e, logo, de
transformação social. O que implica em ver o papel político da escola atrelado ao papel
pedagógico e, mais, dimensionar a prática pedagógica, em todas as suas características e
determinantes com intencionalidade e coerência, o que transparece um compromisso político
ao garantir que o processo de ensino e aprendizagem esteja a serviço da mudança necessária.
Portanto, o PPP é um instrumento que descreve e revela a escola, para além de suas
intenções e concepções, é uma forma de organizar o trabalho pedagógico da escola. A
50
responsabilidade da construção deste projeto de sociedade e de educação é de toda a
comunidade escolar, sendo um “processo democrático de decisões, preocupa-se em ministrar
uma forma de organização do trabalho pedagógico que supere os conflitos, buscando eliminar
as relações competitivas, corporativas e autoritárias, rompendo com a rotina do mundo
impessoal e racionalizado da burocracia que permeia as relações no interior da escola.
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAPELO, Maria Regina Clivati. Diversidade Cultural Desigualdades Sociais: Primeiras
aproximações – Universidade do Oeste Paulista. (UNOESTE)
LUCCHESI, Martha A.S. O Diretor de Escola Pública – Rio de Janeiro: DP.& PA, 2000,p.231
– 248.
PIMENTA, Selma Garrido – Organização do Trabalho na escola – PUC / São Paulo, 1985 a.
VEIGA, Ilma Passos A. (Org.). Projeto Político Pedagógico na Escola. Uma Construção
Possível – 20ª edição, Papiros Editora. 1995.
LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da Aprendizagem Escolar 3ª edição, Editora Cortez
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa – São
Paulo: Paz e Terra, 1996.
VEIGA, Ilma. Passos A. Perspectivas para reflexão em torno do Projeto Político Pedagógico.
Campinas, SP: Papirus 1998, p.9 – 32.
SACRISTÁN, J. Gimeno. O Currículo. Uma Reflexão sobre a Prática 3ª edição Artemed
Editora, Porto Alegre, 2000.
LUCCHISI, Martha Abrahão S. Rio de Janeiro: DP&PA, 2000, p. 231 – 248.
LDB, Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional Lei 9394/96.
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO – História do Município: Nova Laranjeiras -
2004
SAMPAIO, 1998
FERREIRA S.CARAPETO
PETITAT, André. Produção da escola/Produção da sociedade: análise sócio-histórica de
alguns momentos decisivos da evolução escolar no ocidente. Porto Alegre: Artes Médicas.
1994
EDUCAÇÃO, Conselho Estadual, Deliberação 007/99 - Estado do Paraná.
FRIGOTTO, Gaudêncio. A produtividade da escola improdutiva. São Paulo, Cortez. 1999.
SAVIANI, Dermeval. Pedagogia Histórico-Critica: Primeiras Aproximações. São Paulo.
Cortez: Autores Associados, 1991 e 1992.
51
KRAMER, S. As crianças de 0 a 6 anos nas políticas educacionais no Brasil: Educação
Infantil é fundamental. Educação e Sociedade. Campinas. 2006.
PIAGET. Jean. Psicologia e Pedagogia.Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1985.
ANTUNES, R. Adeus ao Trabalho. São Paulo. Cortez. Editora UNICAMP. 1998.
SILVA. Mônica Ribeiro. Currículo e Competências: a formação administrada. São Paulo.
Cortez, 2008.
ADORNO, Theodor W. Educação e Emancipação. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra. 1995.
LUKÁCS. G. O Trabalho. Ontologia do ser social. 1981.
52
ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO PLANO DE ESTÁGIO
OBRIGATÓRIO E DO ESTÁGIO NÃO-OBRIGATÓRIO
Identificação da Instituição de Ensino:
DADOS DO ESTABELECIMENTO
Escola: Colégio Estadual Rui Barbosa – Ensino Fundamental, Médio e Profissional.
Código: 00627
Endereço: Rodovia Municipal João Antônio Wollf, s/nº
Telefone: (42) 36371129
Site da Escola: www.nljruibarbosa.seed.pr.gov.br
E-mail Institucional: [email protected]
Município: Nova Laranjeiras
Código do Município: 1714
Entidade Mantenedora: Secretaria de Estado da Educação (SEED)
NRE: Laranjeiras do Sul
Código: 31
Distância da Escola até o NRE: 20 Km
Código do INEP: 41103572
· Identificação do curso e eixo tecnológico
· Professor orientador
53
· Justificativa
· Objetivos do estágio
· Local(ais) de realização do estágio obrigatório
· Carga-horária e período de realização de estágio obrigatório
· Atividades de estágio
· Atribuições da instituição de ensino
· Atribuições do Coordenador de Curso, Coordenador de Estágio, Professor
orientador de Estágio, Supervisor de estágio (Enfermagem)
· Atribuições da parte concedente
· Atribuições do responsável pela supervisão de Estágio na parte concedente
· Atribuições do estagiário
· Forma de acompanhamento do estágio
· Avaliação do estágio
54
GRADE CURRICULAR – ENSINO FUNDAMENTAL 2012.
55
GRADE CURRICULAR – ENSINO MÉDIO 2012.
56
GRADE CURRICULAR – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA – 2012.
57
CALENDÁRIO ESCOLAR – DIURNO 2012.
58
CALENDÁRIO ESCOLAR – NOTURNO 2012.
59
CALENDÁRIO ESCOLAR – CASA FAMILIAR RURAL 2012.
60
COLÉGIO ESTADUAL RUI BARBOSA
ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO E PROFISSIONAL
RODOVIA MUNICIPAL JOÃO ANTONIO WOLFF, S/N.
NOVA LARANJEIRAS – PARANÁ
E-mail: [email protected]
FONE (042) 3637-1129
PLANO DE AÇÃO DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR – 2011
IDENTIFICAÇÃO DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR:
Colégio Estadual Rui Barbosa – E.F.M.P.
Nova Laranjeiras – Paraná
NRE: Laranjeiras do Sul
Integrantes da Equipe Multidisciplinar:
Dimas Thiago Silva
Dirlei Provin Zys
Elvio Schafranski
Fernando José Chusca
Helio Schafranski
Luci Mara Braga Schafranski
Lucineia Romancini
Rafael Acanjo Fortuna
Sandra Silva Baldissera
Silvana Aparecida Trolez
OBJETIVOS:
Fazer com que os alunos valorizem a cultura e os costumes Africanos e indígenas,
introduzidos à cultura brasileira através dos negros e índios;
Chamar a atenção dos alunos quanto às diversas formas de se viver e conviver mutuamente;
Ampliar o senso crítico entre os educando em relação as condições de igualdade de direitos,
deveres entre as etnias.
61
JUSTIFICATIVAS DAS AÇÕES A SEREM REALIZADAS:
No âmbito escolar, sempre foi trabalhado informalmente atividades relacionadas à
cultura Afro-brasileira, Africana e Indígena. Porém, a partir de 2003, a Lei 10.639/2003 torna
obrigatório o ensino da História e Cultura afro-brasileira e Africana em todas as disciplinas e,
a partir de 2008, a Lei 11645/08 – inclui, além destas, a História e Cultura Indígena.
Em nosso cotidiano, torna-se muito mais evidente este trabalho, pois estamos
localizados nas proximidades de uma das maiores reservas indígenas do Paraná, sabendo que
as aldeias atendem seus alunos nas suas próprias escolas, existe a questão da convivência
social rotineira.
AÇÕES A SEREM DESENVOLVIDAS:
Nossa comunidade escolar abrange alunos e professores Afros descendentes e
Indígenas.
Fora do âmbito escolar, convivemos muito com os indígenas, pois como já
mencionamos em nosso Município localiza-se uma das maiores reservas indígenas do Paraná.
O trabalho realizado é acima de tudo baseado na consciência humana, seguindo as leis
que regem a legalidade da prática e convívio. Estas questões são temas de discussões durante
todo o ano letivo. Nosso Colégio intensifica a questão do respeito pelos índios, suas culturas,
ressaltando isso principalmente no mês de abril, onde nossos alunos participam de uma
confraternização esportiva entre nosso Colégio e o Colégio Estadual Indígena Rio da Cobras.
Em relação à Consciência Negra, no mês de novembro é dada uma maior ênfase na confecção
de cartazes, teatros, poesias entre outros.
Todas as disciplinas trabalham as questões étnico-raciais, mas em história, arte e
Literatura é desenvolvido um trabalho mais profundo sobre as questões, resgatando através da
história, da arte em si e de variados textos, todo nosso processo de descendência que nada
mais é de que somos brasileiros. As leis que amparam as etnias são inseridas de forma legal e
pedagógica em todas as disciplinas, sendo contemplados nos planejamentos e plano de
trabalho docente do professor, principalmente no desenvolvimento dos trabalhos, ou seja, em
suas metodologias.
O Colégio Estadual Rui Barbosa orienta sobre situações que venham a acontecer sobre
qualquer discriminação, analisando as formas e os materiais didáticos utilizados pelo Colégio.
CRONOGRAMA:
O trabalho será realizado durante todo o período letivo de 2011.
62
AVALIAÇÕES DAS AÇÕES REALIZADAS PELA EQUIPE:
A avaliação ocorrerá sob forma de observação do trabalho individual e/ou grupo, dos
trabalhos expositivos e orais, da mudança de comportamento em relação ao preconceito
racial, pesquisas, palestras, oficinas, debates, dentre outras. Buscaremos através de reuniões
de pais, questioná-los quanto a este desenvolvimento, fazendo com que participem e opinem
sobre nosso trabalho.
REFERÊNCIAS:
DECLARAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE OS DIREITOS DOS POVOS
INDÍGENAS. RIO DE JANEIRO, 2008.
DECRETO Nº 5.051 DE 19 DE ABRIL DE 2004.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED / RESOLUÇÃO 3399/2010-
GS/SEED E INSTRUÇÃO Nº 010/2011-SUED/SEED
PLANO NACIONAL DE IMPLEMENTAÇÃO DAS DCEs PARA RELAÇÕES
ETNICORRACIAIS E PARA O ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA AFROBRASILEIRA
E AFRIACANA.
RESOLUÇÃO Nº 01 DE 17 DE JUNHO DE 2004-CNE/CP.
CADERNOS TEMÁTICOS DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS /
EDUCANDO PARA AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS II. SEED/GOVERNO DO
PARANÁ.
CADERNOS TEMÁTICOS – HISTÓRIA E CULTURAAFRO-BRASILEIRA E
AFRICANA. SEED/GOVERNO DO PARANÁ.
CADERNOS TEMÁTICOS – EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA.SEED/GOVERNO DO
PARANÁ.
AFRICA: HORIZONTES E DESAFIOS NO SÉCULO XXI. CHARLES PENNAFORTE.
ATUAL EDITORA.2011.
63
COLÉGIO ESTADUAL RUI BARBOSA
ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO E PROFISSIONALIZANTE
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE
ARTE
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
NOVA LARANJEIRAS – FEVEREIRO DE 2012
64
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Durante o período colonial, nas vilas e reduções jesuíticas, a congregação católica
denominada Companhia de Jesus desenvolveu, para grupos de origem portuguesa,
indígena e africana1, uma educação de tradição religiosa cujos registros revelam o uso
pedagógico da arte. Nessas reduções, o trabalho de catequização dos indígenas se dava com
os ensinamentos de artes e ofícios, por meio da retórica, literatura, música, teatro, dança,
pintura, escultura e artes manuais. Ensinava-se a arte ibérica da Idade Média e
renascentista, mas valorizavam-se, também, as manifestações artísticas locais (BUDASZ,
in NETO, 2004, p. 15).
Esse contexto foi importante na constituição da matriz cultural brasileira e
manifesta-se na cultura popular paranaense, como por exemplo, na música caipira em sua
forma de cantar e tocar a viola (guitarra espanhola); no folclore, com as Cavalhadas
em Guarapuava; a Folia de Reis no litoral e segundo planalto; a Congada da Lapa,
entre outras que permanecem com algumas variações.
No mesmo período em que os jesuítas atuaram no Brasil – século XVI ao XVIII – a
Europa passou por transformações de diversas ordens que se iniciaram com o Renascimento e
culminaram com o Iluminismo. Nesse processo houve a superação do modelo teocêntrico
medieval em favor do projeto iluminista, cuja característica principal era a convicção de que
todos os fenômenos podem ser explicados pela razão e pela ciência.
Nesse contexto, o governo português do Marquês de Pombal expulsou os Jesuítas
do território do Brasil e estabeleceu uma reforma na educação e em outras instituições
da Colônia. A chamada Reforma Pombalina fundamentava-se nos padrões da Universidade
de Coimbra, que enfatizava o ensino das ciências naturais e dos estudos literários.
Apesar dessa Reforma, na prática não se registrou efetivas mudanças. Nos espaços
dos colégios jesuítas passaram a funcionar colégios-seminários dirigidos por outras
congregações religiosas, onde padres-mestres eram responsáveis pelo ensino que continuou
organizado sob a tradição pedagógica e cultural jesuítica, ou seja, uma educação estritamente
literária, baseada nos estudos de gramática, retórica, latim e música (AZEVEDO, 1971).
Por sua vez, a dimensão artística é fruto de uma relação específica do ser humano e o
conhecimento.
A disciplina de Arte contribui significamente para a humanização dos sentidos, ou
seja, para superação da condição de alienação e repressão à qual os sentidos humanos foram
submetidos. O ensino da arte concentra em sua especificidade, conhecimentos de diversos
65
campos, possibilitando um diálogo entre as disciplinas escolares e ações que favoreçam uma
unidade de trabalho pedagógico. Por isso, essa dimensão do conhecimento deve ser entendida
para além da disciplina de arte.
Entre esses colégios-seminários, destacaram-se o de Olinda e o Franciscano do Rio de
Janeiro. Constituídos no início do século XIX, incluíam em seus currículos estudos do
desenho associado à matemática e da harmonia na música como forma de priorizar a
razão na educação e na arte, o que estava de acordo com os princípios do Iluminismo.
Em 1808, com a vinda da família real de Portugal para o Brasil, uma série de obras e
ações foram iniciadas para atender, em termos materiais e culturais, a corte portuguesa.
Entre essas ações, destacou-se a vinda de um grupo de artistas franceses encarregado da
fundação da Academia de Belas-Artes, na qual os alunos poderiam aprender as artes e ofícios
artísticos.
Esse grupo ficou conhecido como Missão Francesa, cuja concepção de arte
vinculava-se ao estilo neoclássico, fundamentado no culto à beleza clássica. Em termos
metodológicos, propunham exercícios de cópia e reprodução de obras consagradas, o que
caracterizou o pensamento pedagógico tradicional de arte.
FUNDAMENTOS TEÓRICOS-METODOLÓGICOS
As diferentes formas de pensar a Arte e o seu ensino são constituídas nas
relações socioculturais, econômicas e políticas do momento histórico em que se
desenvolveram. Nesse sentido, as diversas teorias sobre a arte estabelecem referências
sobre sua função social, tais como: da arte poder servir à ética, à política, à religião, à
ideologia; ser utilitária ou mágica; transformar-se em mercadoria ou simplesmente
proporcionar prazer.
O enfoque dado ao ensino de Arte na Educação Básica funda-se nos nexos
históricos entre arte e sociedade. Nesse sentido, são abordadas as concepções arte como
ideologia, arte como forma de conhecimento e arte como trabalho criador, tendo como
referência o fato de serem as três principais concepções de arte no campo das teorias críticas,
as quais têm no trabalho sua categoria fundante.
Assim, torna-se importante explicitar como o ser humano transformou o mundo
construindo simultaneamente a história, a sociedade e a si próprio através do processo
do trabalho que constituiu o universo simbólico composto pela linguagem, pela filosofia,
pelas ciências e pela arte. Tudo isso, no conjunto, compõe algo que é exclusivamente humano:
66
o mundo da cultura.
Algumas formas de conceituar arte foram incorporadas pelo senso comum em
prejuízo do conhecimento de suas raízes históricas e do tipo de sociedade (democrática
ou autoritária, por exemplo) e de ser humano (essencialmente criador, autônomo ou
submisso, simples repetidor ou esclarecido) que pretendem formar, ou seja, a que concepção
de educação vinculam-se. São elas:
• Arte como mímeses e representação;
• Arte como expressão;
• Arte como técnica (formalismo).
ARTE COMO MÍMESIS E REPRESENTAÇÕES
As mais antigas interpretações da arte foram desenvolvidas na Grécia Antiga, a partir
das ideias do filósofo grego Platão, nascido em Atenas (427 a 347 a.C.) e têm por definição
que arte é mimeses (imitação).
Considerado um dos principais pensadores gregos, Platão, com seu idealismo, marcou
profundamente a filosofia ocidental. Seu pensamento baseava-se na diferenciação entre
o mundo inteligível – o mundo das ideias, da inteligência – e o mundo das coisas
sensíveis, o mundo dos seres vivos e da matéria.
Platão afirmava que o mundo das ideias era o único mundo verdadeiro; o mundo
sensível era apenas sombra ou cópia daquele. Segundo essa forma de pensar, “a mímesis da
arte é uma ficção tão consumada que dá a impressão (‘falsa’, adverte a moral platônica) de
realidade” (BOSI, 1991, p. 29).
ARTE COMO EXPRESSÃO
Com os filósofos e artistas românticos do final do século XVIII, a concepção de
arte mudou de perspectiva e se contrapôs ao modelo fundamentado na representação
fiel ou idealizada da natureza. Passou, então, a ser considerada obra de arte toda expressão
concretizada em formas visível/audível/dramática ou em movimentos de sentimentos e
emoções.
O movimento romântico defendia que a arte deveria libertar-se das limitações das
concepções anteriores – mímesis e representação – e, ao mesmo tempo, deslocava para
o artista/criador a chave da compreensão da arte. A beleza da obra de arte passou a
consistir não mais na “adequação a um modelo ou a um cânone externo de beleza, mas na
beleza da expressão, isto é, na íntima coerência das figuras artísticas com o sentimento
67
que as anima e suscita.” (PAREYSON, 1989, p. 29).
ARTE COMO TÉCNICA ( FORMALISMO)
Outra concepção de arte a ser analisada é o formalismo que se vinculou à
pedagogia tecnicista dos anos de 1970 e ainda está presente na prática escolar. O formalismo
na arte supervaloriza a técnica e o fazer do aluno e tem origem num movimento artístico do
início do século XX, em que o “aspecto essencial” da obra de arte era o “produtivo,
realizativo (sic), executivo” (PAREYSON, 1989, p. 31). O artístico era evidenciado e
supervalorizado como forma significante, o que resultou no formalismo ou na ideia da forma
pela forma. No formalismo considera-se a obra de arte pelas propriedades formais de sua
composição. As ideias expressas na obra são consideradas puramente artísticas; o artista não
se detém, nem dá importância ao tema. O fundamental é como se apresenta, se estrutura e se
organiza e não o que a obra representa ou expressa.
Hoje a disciplina de Arte no Ensino Fundamental e Médio contempla as linguagens
das artes visuais, da dança, da música e do teatro, visando o desenvolvimento integral do
educando. Sob essa nova visão a Arte é apresentada como área de conhecimento que requer
espaço e Constancia como todas as áreas do currículo escolar. Os conteúdos estruturantes
selecionados por essa disciplina vem constituir a base para a prática pedagógica.
O educando estabelece relações entre seus trabalhos artísticos individuais e grupais.
Aprender arte desenvolve a atividade artística e estética, aprecia mento da Arte, bem como, a
capacidade de situar a produção social da arte nas diversas épocas culturais.
2.1 Arte na Educação Básica
O ensino de arte deve basear-se num processo de reflexão sobre a finalidade da
educação, os objetivos específicos dessa disciplina e a coerência entre tais objetivos os
conteúdos programados (os aspectos teóricos) e a metodologia proposta. Pretende-se que os
alunos adquiram conhecimentos sobre a diversidade de pensamento e de criação artística para
expandir sua capacidade de criação e desenvolver o pensamento critico.
O conhecimento estético está relacionado à apreensão do objeto artístico como criação
de cunho sensível e cognitivo.
O conhecimento da produção artística está relacionado aos processos do fazer e da
criação, toma em consideração o artista no processo da criação das obras desde de suas raízes
históricas e sociais, as condições concretas que subsidiam a produção, o saber cientifico e
nível técnico alcançado na experiência com materiais; bem como modo de disponibilizar a
68
obra ao público, incluindo as de da criação e divulgação das obras, nas diversas áreas como
artes visuais, dança, música e teatro.
2.1.1 Arte como fonte de humanização
A arte é fonte humanização e por meio dela o ser humano se torna consciente de sua
existência individual e social; percebe-se e se interroga é levado a interpretar o mundo e a
si mesmo. A arte ensina a desaprender os princípios das obviedades atribuídas aos objetos
e ás coisas, é desafiadora, expõe contradições emoções e os sentidos, a visão do mundo,
aguçar o espírito critico, para que o aluno possa situar-se como sujeito de sua realidade
histórica.
Arte como forma de conhecimento
Como conhecimento a arte pode revelar aspectos do real, não em sua objetividade- o
que constitui tarefa especifica da ciência, mas em sua relação com a indivualidade
humana. Assim, a existência humana é o objeto especifico da arte, inda que nem sempre o
homem seja o objeto da representação artística.
A arte como forma sensível, apresenta não uma imitação da realidade, mas uma visão
do mundo socialmente construída através da maneira especifica com que a percepção do
artista a apreende.
Arte como ideologia
Os sujeitos trabalham e compõem uma organização social, ou seja, “participam em
uma atividade econômica e política, participam também em atividades religiosas, morais
e estéticas filosóficas”. Assim “a ideologia encontra-se a tal ponto presente em todas as
atividades humanas que não é discernível da experiência vivida”. Dessa forma, a
ideologia abrange não simplesmente elementos dispersos de conhecimentos, noções e
etc.., mais também o processo de simbolização, a transposição mítica, o gosto, o estilo, a
moda em suma o modo de vida em geral (POULANTZAS, 1986, p. 200-201).
Ideologia como um elemento de coesão social, de relação de pertencimento a um
grupo, a uma classe ou uma sociedade, função que tanto pode garantir a manutenção dos
modelos vigentes, quanto possibilitar ações e reações no sentido de transformá-los.
Ideologia como portadora e difusora do pensamento hegemônico, como elemento de
imposição de interesses de uma casse social sobre outra, formas de ser e pensar que
dissimulam a realidade, que visam manter e legitimar a dominação.
Arte como trabalho criador
Para compreender a arte como trabalho criador ou criação artística parte-se do fato do
trabalho configurar toda ação histórica e socialmente desenvolvida pelo homem sobre a
69
natureza (ou sobre o mundo humanizado). Assim, o ser humano vem produzindo sua
existência e se constituindo como ser histórico e social.
No trabalho artístico os elementos individuais ou sociais de conteúdo e de forma não
estão dissociados. O conteúdo é sempre conteúdo de uma forma: não é exclusivamente
determinado pelo que está composto na obra, mas como está composto, isto é, o modo pelo
qual o artista, consciente ou inconscientemente expressa o conteúdo, as tendências sociais do
seu tempo (FISCHER, 2002).
OBJETIVO GERAL
Que no transcorrer do Ensino Fundamental e Médio, o aluno poderá desenvolver sua
competência estética e artística nas diversas modalidades da área de Artes Visuais, Dança,
Música e Teatro, na produção de trabalhos pessoais e grupais, para que possa,
progressivamente apreciar, desfrutar, valorizar e julgar os bens artísticos de distintos povos e
culturas produzidas ao longo da história e na contemporaneidade.
As linguagens artísticas possibilitarão a educação estética, que dará ao aluno as
condições de traduzir a leitura da realidade, espera-se que os alunos tenham adquirido
competências de sensibilidade e de cognição nas diversas linguagens artísticas, diante de sua
produção e no contato com o patrimônio cultural artístico.
CONTEÚDOS
ARTE - ENSINO FUNDAMENTAL
6ºANO – ÁREA MÚSICA
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃ
O
MOVIMENTO
S E
PERÍODOS
ABORDAGE
M
PEDAGÓGIC
A
EXPECTATIVAS
DE
APRENDIZAGE
M
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ritmo
Melodia
Escalas:
diatônica
pentatônica
cromática
Greco-Romana
Oriental
Ocidental
Africana
Nesta série, o
trabalho é
direcionado
para a
estrutura e
organização
Compreensão dos
elementos que
estruturam e
organizam
a música e sua
relação
70
Improvisação da arte em
suas origens
e outros
períodos
históricos; nas
séries
seguintes,
prossegue o
aprofundame
nto dos
conteúdos.
Percepção dos
ele-
mentos
formais na
paisagem
sonora e
na música.
Audição
de diferentes
ritmos e
escalas
musicais.
com o movimento
artístico no qual
se
originaram.
Desenvolvimento
da formação dos
sentidos rítmicos e
de
intervalos
melódicos e
harmônicos.
7ºANO - ÁREA MÚSICA
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS
E PERÍODOS
ABORDAGEM
PEDAGÓGIC
A
EXPECTATIVAS
DE
APRENDIZAGEM
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Altura
Duração
Timbre
Ritmo
Melodia
Escalas
Música popular
e
étnica (ocidental
Nesta série é
importante
relacionar
Compreensão das
diferentes formas
musicais populares,
71
Intensidade
Densidade
Gêneros:
folclórico,
indígena, popular
e
étnico
Técnicas: vocal,
ins-
trumental e mista
Improvisação
e oriental)
o conhecimento
com
formas
artísticas
populares e o
cotidiano
do aluno.
Percepção dos
modos
de fazer
música, através
de diferentes
formas
musicais.
Teorias da
música.
Produção de
trabalhos
musicais com
características
populares
e composição
de sons da
paisagem
sonora.
suas origens e
práticas
contemporâneas.
Apropriação
prática e
teórica de técnicas e
modos de
composição
musical.
8º ANO - ÁREA MÚSICA
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS
E PERÍODOS
ABORDAGEM
PEDAGÓGICA
EXPECTATIVAS
DE
APRENDIZAGEM
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Altura Ritmo Indústria Cultural Nesta série o Compreensão
72
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Melodia
Harmonia
Tonal, modal e a
fusão de ambos.
Técnicas: vocal,
ins-trumental e
mista
Eletrônica
Minimalista
Rap, Rock, Tecno
trabalho
poderá enfocar o
significado
da arte na
sociedade
contemporânea e
em outras
épocas,
abordando a
mídia
e os recursos
tecnológicos
na arte.
Percepção dos
modos
de fazer música,
através
de diferentes
mídias.
(Cinema, Vídeo,
TV e
Computador)
Teorias sobre
música e
indústria
cultural.
Produção de
trabalhos
de composição
musical
utilizando
equipamentos
e recursos
tecnológicos.
das diferentes
formas musicais
no Cinema e nas
mídias, sua função
social e ideológica
de veiculação e
consumo.
Apropriação
prática
e teórica das
tecnologias e
modos
de composição
musical nas mídias;
relacionadas à
produção,
divulgação
e consumo.
73
9º ANO - ÁREA MÚSICA
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS
E PERÍODOS
ABORDAGEM
PEDAGÓGICA
EXPECTATIVAS
DE
APRENDIZAGEM
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ritmo
Melodia
Harmonia
Técnicas: vocal,
ins-
trumental e mista
Gêneros: popular,
folclórico e étnico.
Música Engajada
Música Popular
Brasileira.
Música
Contemporânea
Nesta série, tendo
em
vista o caráter
criativo da
arte, a ênfase é na
arte
como ideologia e
fator
de transformação
social.
Percepção dos
modos
de fazer música e
sua
função social.
Teorias da
Música.
Produção de
trabalhos
com os modos
de organização e
composição
musical,
com enfoque na
Música
Engajada.
Compreensão da
música como fator
de
transformação
social.
Produção de
trabalhos
musicais, visando
atuação do sujeito
em
sua realidade
singular
e social.
74
6º ANO - ÁREA ARTES VISUAIS
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS
E PERÍODOS
ABORDAGEM
PEDAGÓGICA
EXPECTATIVAS
DE
APRENDIZAGEM
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Ponto
Linha
Textura
Forma
Superfície
Volume
Cor
Luz
Bidimensional
Figurativa
Geométrica,
simetria
Técnicas:
Pintura,
escultura,
arquitetura...
Gêneros: cenas
da
mitologia...
Arte Greco-
Romana
Arte Africana
Arte Oriental
Arte Pré-
Histórica
Nesta série o
trabalho é
direcionado para
a estrutura e
organização da
arte em suas
origens e outros
períodos
históricos; nas
séries
seguintes,
prossegue o
aprofundamento
dos
conteúdos.
Estudo dos
elementos
formais e sua
articulação
com os
elementos de
composição e
movimentos
e períodos das
artes
visuais.
Teoria das Artes
Visuais.
Compreensão dos
elementos que
estruturam e
organizam as artes
visuais e sua relação
com o movimento
artístico no qual se
originaram.
Apropriação prática
e teórica de técnicas
e modos de
composição visual.
75
Produção de
trabalhos de
artes visuais.
7º ANO - ÁREA ARTES VISUAIS
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS
E PERÍODOS
ABORDAGEM
PEDAGÓGICA
EXPECTATIVAS
DE
APRENDIZAGEM
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Ponto
Linha
Forma
Textura
Superfície
Volume
Cor
Luz
Proporção
Tridimensional
Figura e fundo
Abstrata
Perspectiva
Técnicas:
Pintura,
escultura,
modelagem,
gravura...
Gêneros:
Paisagem,
retrato, natureza
morta...
Arte Indígena
Arte Popular
Brasileira e
Paranaense
Renascimento
Barroco
Nesta série é
importante
relacionar o
conhecimento
com formas
artísticas
populares e o
cotidiano
do aluno.
Percepção dos
modos de
estruturar e
compor as
artes visuais na
cultura
destes povos.
Teorias das artes
visuais.
Produção de
trabalhos
de artes visuais
com
Compreensão
das diferentes
formas artísticas
populares, suas
origens e práticas
contemporâneas.
Apropriação
prática e teórica de
técnicas e modos de
composição visual.
76
características
da cultura
popular,
relacionando
os conteúdos
com o
cotidiano do
aluno.
8º ANO - ÁREA ARTES VISUAIS
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS
E PERÍODOS
ABORDAGEM
PEDAGÓGICA
EXPECTATIVAS
DE
APRENDIZAGEM
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Linha
Forma
Textura
Superfície
Volume
Cor
Luz
Semelhanças
Contrastes
Ritmo Visual
Estilização
Deformação
Técnicas:
desenho,
fotografia,
audio-
visual e mista...
Indústria Cultural
Arte no Séc. XX
Arte
Contemporânea
Nesta série o
trabalho
poderá enfocar o
significado da
arte na
sociedade
contemporânea
e em outras
épocas,
abordando a
mídia e os
recursos
tecnológicos na
arte.
Percepção dos
modos
de fazer
Compreensão das
artes visuais em
diversos no Cinema e
nas mídias, sua
função
social e ideológica de
veiculação e
consumo.
Apropriação prática
e teórica das
tecnologias e modos
de composição das
artes visuais nas
mídias, relacionadas
à
produção,
divulgação
77
trabalhos com
artes visuais nas
diferentes
mídias.
Teoria das artes
visuais e
mídias.
Produção de
trabalhos
de artes visuais
utilizando
equipamentos e
recursos
tecnológicos.
e consumo.
9º ANO - ÁREA ARTES VISUAIS
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS
E PERÍODOS
ABORDAGEM
PEDAGÓGICA
EXPECTATIVAS
DE
APRENDIZAGEM
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Linha
Forma
Textura
Superfície
Volume
Cor
Luz
Bidimensional
Tridimensional
Figura-fundo
Ritmo Visual
Técnica:
Pintura,
grafitte,
performance...
Gêneros:
Paisagem
urbana, cenas do
Realismo
Vanguardas
Muralismo e Arte
Latino-Americana
Hip Hop
Nesta série,
tendo em
vista o caráter
criativo da
arte, a ênfase é
na arte
como ideologia e
fator
de
transformação
social.
Compreensão da
dimensão das Artes
Visuais enquanto
fator
de transformação
social.
Produção de
trabalhos, visando
atuação do sujeito
em
sua realidade
78
cotidiano... Percepção dos
modos
de fazer
trabalhos
com artes visuais
e sua
função social.
Teorias das artes
visuais.
Produção de
trabalhos
com os modos
de organização e
composição
como fator
de
transformação
social.
singular
e social.
6º ANO - ÁREA TEATRO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS
E PERÍODOS
ABORDAGEM
PEDAGÓGICA
EXPECTATIVAS
DE
APRENDIZAGEM
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Personagem:
expressões
corporais,
vocais,
gestuais e
faciais
Enredo, roteiro.
Espaço Cênico,
adereços
Técnicas: jogos
teatrais, teatro
indireto e direto,
Greco-Romana
Teatro Oriental
Teatro Medieval
Renascimento
Nesta série o
trabalho é
direcionado para
a estrutura
e organização da
arte
Compreensão
dos elementos
que estruturam e
organizam o teatro
e sua relação com
os movimentos
79
Ação
Espaço
improvisação,
manipulação,
máscara...
Gênero:
Tragédia,
Comédia e
Circo.
em suas origens
e outros
períodos
históricos; nas
séries seguintes,
prossegue
o
aprofundamento
dos
conteúdos.
Estudo das
estruturas
teatrais:
personagem,
ação
dramática e
espaço cênico
e sua articulação
com
formas de
composição em
movimentos e
períodos
onde se
originaram.
Teorias do
teatro.
Produção de
trabalhos com
teatro.
artísticos nos quais
se
originaram.
Apropriação prática
e
teórica de técnicas e
modos de
composição
teatrais.
7º ANO - ÁREA TEATRO
80
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS
E PERÍODOS
ABORDAGEM
PEDAGÓGICA
EXPECTATIVAS
DE
APRENDIZAGEM
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Personagem:
expressões
corporais,
vocais,
gestuais e
faciais
Ação
Espaço
Representação,
Leitura
dramática,
Cenografia.
Técnicas: jogos
teatrais, mímica,
improvisação,
formas
animadas...
Gêneros:
Rua e arena,
Caracterização.
Comédia dell’
arte
Teatro Popular
Brasileiro e
Paranaense
Teatro Africano
Nesta série é
importante
relacionar
o conhecimento
com
formas artísticas
populares e o
cotidiano
do aluno.
Percepção dos
modos
de fazer teatro,
através
de diferentes
espaços
disponíveis.
Teorias do teatro.
Produção de
trabalhos
com teatro de
arena, de
rua e indireto.
Compreensão das
diferentes formas
de representação
presentes no
cotidiano, suas
origens e práticas
contemporâneas.
Apropriação prática
e
teórica de técnicas e
modos de
composição
teatrais, presentes no
cotidiano.
8º ANO - ÁREA TEATRO
81
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS
E PERÍODOS
ABORDAGEM
PEDAGÓGICA
EXPECTATIVAS
DE
APRENDIZAGEM
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Personagem:
expressões
corporais,
vocais,
gestuais e
faciais
Ação
Espaço
Representação
no
Cinema e Mídias
Texto dramático
Maquiagem
Sonoplastia
Roteiro
Técnicas: jogos
teatrais, sombra,
adaptação
cênica...
Indústria Cultural
Realismo
Expressionismo
Cinema Novo
Nesta série o
trabalho
poderá enfocar o
significado da
arte na
sociedade
contemporânea
e em outras
épocas,
abordando a
mídia e os
recursos
tecnológicos na
arte.
Percepção dos
modos de
fazer teatro,
através de
diferentes
mídias.
Teorias da
representação
no teatro e
mídias.
Produção de
trabalhos de
representação
utilizando
Compreensão das
diferentes formas
de representação
no Cinema e nas
mídias, sua função
social e ideológica de
veiculação e
consumo.
Apropriação prática
e teórica das
tecnologias e modos
de composição da
representação nas
mídias; relacionadas
à
produção,
divulgação
e consumo.
82
equipamentos e
recursos
tecnológicos.
9º ANO - ÁREA TEATRO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS
E PERÍODOS
ABORDAGEM
PEDAGÓGICA
EXPECTATIVAS
DE
APRENDIZAGEM
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Personagem:
expressões
corporais,
vocais,
gestuais e
faciais
Ação
Espaço
Técnicas:
Monólogo,
jogos teatrais,
direção, ensaio,
Teatro-Fórum...
Dramaturgia
Cenografia
Sonoplastia
Iluminação
Figurino.
Teatro Engajado
Teatro do
Oprimido
Teatro Pobre
Teatro do
Absurdo
Vanguardas
Nesta série,
tendo em
vista o caráter
criativo da
arte, a ênfase é
na arte
como ideologia e
fator
de
transformação
social.
Percepção dos
modos de
fazer teatro e sua
função
social.
Teorias do
teatro.
Criação de
trabalhos
com os modos
de organização e
Compreensão da
dimensão ideológica
presente no teatro e o
teatro enquanto fator
de transformação
social.
Criação de trabalhos
teatrais, visando
atuação do sujeito
em
sua realidade
singular
e social.
83
composição
teatral
como fator de
transformação
social.
6º ANO - ÁREA DANÇA
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS
E PERÍODOS
ABORDAGEM
PEDAGÓGICA
EXPECTATIVAS
DE
APRENDIZAGEM
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Movimento
Corporal
Tempo
Espaço
Kinesfera
Eixo
Ponto de Apoio
Movimentos
articulares
Fluxo (livre e
interrompido)
Rápido e lento
Formação
Níveis (alto,
médio e
baixo)
Deslocamento
(direto
e indireto)
Dimensões
(pequeno
e grande)
Técnica:
Improvisação
Pré-história
Greco-Romana
Renascimento
Dança Clássica
Nesta série o
trabalho
é direcionado
para a
estrutura e
organização
da arte em suas
origens
e outros períodos
históricos; nas
séries
seguintes,
prossegue o
aprofundamento
dos
conteúdos.
Estudo do
movimento
corporal, tempo,
espaço
Compreensão
dos elementos
que estruturam e
organizam a dança
e sua relação com o
movimento artístico
no qual se
originaram.
Apropriação prática
e
teórica de técnicas e
modos de
composição
da dança.
84
Gênero:
Circular
e sua articulação
com os
elementos de
composição
e movimentos e
períodos
da dança.
Teorias da
dança.
Produção de
trabalhos
com dança
utilizando
diferentes modos
de
composição.
7º ANO - ÁREA DANÇA
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS
E PERÍODOS
ABORDAGEM
PEDAGÓGICA
EXPECTATIVAS
DE
APRENDIZAGEM
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Movimento
Corporal
Tempo
Espaço
Ponto de Apoio
Rotação
Coreografia
Salto e queda
Peso (leve e
pesado)
Fluxo (livre,
interrompido e
conduzido)
Dança Popular
Brasileira
Paranaense
Africana
Indígena
Nesta série é
importante
relacionar o
conhecimento
com formas
artísticas
populares e o
cotidiano do
aluno.
Compreensão das
diferentes formas de
dança popular, suas
origens e práticas
contemporâneas.
Apropriação
prática e teórica de
técnicas e modos
de composição da
85
Lento, rápido e
moderado
Niveis (alto,
médio e
baixo)
Formação
Direção
Gênero:
Folclórica,
popular e étnica
Percepção dos
modos de
fazer dança,
através de
diferentes
espaços onde é
elaborada e
executada.
Teorias da
dança.
Produção de
trabalhos
com dança
utilizando
diferentes modos
de
composição.
dança.
8º ANO - ÁREA DANÇA
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS
E PERÍODOS
ABORDAGEM
PEDAGÓGICA
EXPECTATIVAS
DE
APRENDIZAGEM
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Movimento
Corporal
Tempo
Espaço
Giro
Rolamento
Saltos
Aceleração e
desace-
leração
Direções (frente,
atrás, direita e
Hip Hop
Musicais
Expressionismo
Indústria
Cultural
Dança Moderna
Nesta série o
trabalho
poderá enfocar o
significado da
arte na
sociedade
contemporânea
e em outras
Compreensão das
diferentes formas de
dança no Cinema,
Musicais e nas
mídias, sua função
social e ideológica de
veiculação e
consumo.
86
esquerda)
Improvisação
Coreografia
Sonoplastia
Gênero: Indústria
Cultural e
espetáculo
épocas,
abordando a
mídia e os
recursos
tecnológicos na
arte.
Percepção dos
modos de
fazer dança,
através de
diferentes
mídias.
Teorias da dança
de palco e
em diferentes
mídias.
Produção de
trabalhos
de dança
utilizando
equipamentos e
recursos
tecnológicos.
Apropriação prática
e teórica das
tecnologias e modos
de composição da
dança nas mídias;
relacionadas à
produção,
divulgação
e consumo.
9º ANO - ÁREA DANÇA
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS
E PERÍODOS
ABORDAGEM
PEDAGÓGICA
EXPECTATIVAS
DE
APRENDIZAGEM
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Movimento
Corporal
Kinesfera
Ponto de Apoio
Vanguardas
Dança Moderna
Nesta série,
tendo em
Compreensão da
dimensão da dança
87
Tempo
Espaço
Peso
Fluxo
Quedas
Saltos
Giros
Rolamentos
Extensão (perto e
longe)
Coreografia
Deslocamento
Gênero:
Performance
e moderna
Dança
Contemporânea
vista o caráter
criativo da
arte, a ênfase é
na arte
como ideologia e
fator
de
transformação
social.
Percepção dos
modos de
fazer dança e sua
função
social.
Teorias da
dança.
Produção de
trabalhos
com os modos
de organização
e composição da
dança como
fator de
transformação
social.
enquanto fator de
transformação
social.
Produção de
trabalhos
com dança, visando
atuação do sujeito
em
sua realidade
singular
e social.
ARTE - ENSINO MÉDIO
ÁREA MÚSICA
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS
E PERÍODOS
ABORDAGEM
PEDAGÓGICA
EXPECTATIVAS
DE
APRENDIZAGEM
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
88
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ritmo
Melodia
Harmonia
Escalas
Modal, Tonal e
fusão
de ambos.
Gêneros: erudito,
clássico, popular,
étnico, folclórico,
Pop ...
Técnicas: vocal,
instrumental,
eletrônica,
informática e
mista
Improvisação
Música Popular
Brasileira
Paranaense
Popular
Indústria
Cultural
Engajada
Vanguarda
Ocidental
Oriental
Africana
Latino-
Americana
No Ensino
Médio é
proposta uma
retomada
dos conteúdos do
Ensino
Fundamental e
aprofundamento
destes
e outros
conteúdos de
acordo com a
experiência
escolar e cultural
dos
alunos.
Percepção da
paisagem
sonora como
constitutiva
da música
contemporânea
(popular e
erudita), dos
modos de fazer
música e
sua função
social.
Teoria da
Música.
Produção de
trabalhos
com os modos
de organização e
Compreensão
dos elementos
que estruturam
e organizam a
música e sua relação
com a sociedade
contemporânea.
Produção de
trabalhos
musicais, visando
atuação do sujeito
em
sua realidade
singular
e social.
Apropriação prática
e
teórica dos modos de
composição musical
das diversas culturas
e
mídias, relacionadas
à
produção,
divulgação
e consumo.
89
composição
musical,
com enfoque na
música
de diversas
culturas.
ENSINO MÉDIO - ÁREA ARTES VISUAIS
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS
E PERÍODOS
ABORDAGEM
PEDAGÓGICA
EXPECTATIVAS
DE
APRENDIZAGEM
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Ponto
Linha
Forma
Textura
Superfície
Volume
Cor
Luz
Bidimensional
Tridimensional
Figura e fundo
Figurativo
Abstrato
Perspectiva
Semelhanças
Contrastes
Ritmo Visual
Simetria
Deformação
Estilização
Técnica: Pintura,
desenho,
modelagem,
instalação
performance,
fotografia,
gravura
Arte Ocidental
Arte Oriental
Arte Africana
Arte Brasileira
Arte Paranaense
Arte Popular
Arte de
Vanguarda
Indústria
Cultural
Arte
Contemporânea
Arte Latino-
Americana
No Ensino
Médio é
proposta uma
retomada
dos conteúdos do
Ensino
Fundamental e
aprofundamento
destes
e outros
conteúdos
de acordo com a
experiência
escolar e
cultural dos
alunos.
Percepção dos
modos
de fazer
Compreensão
dos elementos
que estruturam e
organizam as artes
visuais e sua relação
com a sociedade
contemporânea.
Produção de
trabalhos
de artes visuais
visando a atuação
do sujeito em sua
realidade singular e
social.
Apropriação prática
e teórica dos modos
de composição das
artes visuais nas
diversas culturas e
90
e esculturas,
arquitetura,
história
em quadrinhos...
Gêneros:
paisagem,
natureza-morta,
Cenas do
Cotidiano,
Histórica,
Religiosa,
da Mitologia...
trabalhos
com artes visuais
nas
diferentes
culturas e
mídias.
Teoria das artes
visuais.
Produção de
trabalhos
de artes visuais
com os
modos de
organização
e composição,
com
enfoque nas
diversas
culturas.
mídias, relacionadas
à
produção,
divulgação
e consumo.
ENSINO MÉDIO - ÁREA TEATRO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS
E PERÍODOS
ABORDAGEM
PEDAGÓGICA
EXPECTATIVAS
DE
APRENDIZAGEM
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Personagem:
expressões
corporais,
vocais,
gestuais e
faciais
Técnicas: jogos
teatrais, teatro
direto
e indireto,
mímica,
ensaio, Teatro-
Teatro Greco-
Romano
Teatro Medieval
Teatro Brasileiro
Teatro
Paranaense
No Ensino
Médio é
proposta uma
retomada
dos conteúdos do
Ensino
Compreensão
dos elementos
que estruturam e
organizam o teatro
e sua relação com o
movimento artístico
91
Ação
Espaço
Fórum
Roteiro
Encenação e
leitura
dramática
Gêneros:
Tragédia,
Comédia, Drama
e
Épico
Dramaturgia
Representação nas
mídias
Caracterização
Cenografia,
sonoplastia,
figurino
e iluminação
Direção
Produção
Teatro Popular
Indústria
Cultural
Teatro Engajado
Teatro Dialético
Teatro Essencial
Teatro do
Oprimido
Teatro Pobre
Teatro de
Vanguarda
Teatro
Renascentista
Teatro Latino-
Americano
Teatro Realista
Teatro
Simbolista
Fundamental e
aprofundamento
destes
e outros
conteúdos
de acordo com a
experiência
escolar e
cultural dos
alunos.
Estudo da
personagem,
ação dramática e
do espaço cênico
e sua articulação
com os
elementos
de composição e
movimentos e
períodos
do teatro.
Teorias do
teatro.
Produção de
trabalhos
com teatro em
diferentes
espaços.
Percepção dos
modos de
fazer teatro e sua
função
no qual se
originaram.
Compreensão da
dimensão do teatro
enquanto fator de
transformação
social.
Produção de
trabalhos
teatrais, visando
atuação do sujeito
em
sua realidade
singular
e social.
Apropriação prática
e teórica das
tecnologias e modos
de composição da
representação nas
mídias; relacionadas
à
produção,
divulgação
e consumo.
Apropriação prática
e
teórica de técnicas e
modos de
composição
teatrais.
ENSINO MÉDIO - ÁREA DANÇA
92
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS
E PERÍODOS
ABORDAGEM
PEDAGÓGICA
EXPECTATIVAS
DE
APRENDIZAGEM
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Movimento
Corporal
Tempo
Espaço
Kinesfera
Fluxo
Peso
Eixo
Salto e Queda
Giro
Rolamento
Movimentos
articulares
Lento, rápido e
mo-
derado
Aceleração e
desace-
leração
Níveis
Deslocamento
Direções
Planos
Improvisação
Coreografia
Gêneros:
Espetáculo,
industria cultural,
étnica, folclórica,
populares e salão
Pré-história
Greco-Romana
Medieval
Renascimento
Dança Clássica
Dança Popular
Brasileira
Paranaense
Africana
Indígena
Hip Hop
Indústria
Cultural
Dança Moderna
Vanguardas
Dança
Contemporânea
No Ensino
Médio é
proposta uma
retomada
dos conteúdos do
Ensino
Fundamental e
aprofundamento
destes
e outros
conteúdos
de acordo com a
experiência
escolar e
cultural dos
alunos.
Estudo do
movimento
corporal, tempo,
espaço e sua
articulação
com os
elementos
de composição e
movimentos e
períodos
da dança.
Percepção dos
Compreensão
dos elementos
que estruturam e
organizam a dança
e sua relação com o
movimento artístico
no qual se
originaram.
Compreensão das
diferentes formas de
dança popular, suas
origens e práticas
contemporâneas.
Compreensão da
dimensão da dança
enquanto fator de
transformação
social.
Compreensão das
diferentes formas de
dança no Cinema,
musicais e nas
mídias,
sua função social
e ideológica de
veiculação e
consumo.
Apropriação prática
93
modos de
fazer dança,
através de
diferentes
espaços onde
é elaborada e
executada.
Teorias da
dança.
Produção de
trabalhos de
dança utilizando
equipamentos e
recursos
tecnológicos.
Produção de
trabalhos
com dança
utilizando
diferentes modos
de
composição.
e teórica das
tecnologias e modos
de composição da
dança nas mídias;
relacionadas à
produção,
divulgação
e consumo.
METODOLOGIA
Os alunos precisam adquirir e desenvolver saberes que levem a conhecer, compreender
e envolver-se com a arte. Portanto educar esteticamente é ensinar a ver, ouvir criticamente,
interpretar a realidade a fim de ampliar as possibilidades de fruição e expressão artística. É
necessário que dêem continuidade a conhecimentos práticos e teóricos aprendidos
anteriormente. E para isso tentaremos desenvolver três aspectos que se constituem como base
para a ação pedagógica teorizar, sentir e perceber o trabalho artístico sendo:
- Teorizar : fundamenta e possibilita ao aluno que perceba e aproprie a obra artística,
bem como, desenvolva um trabalho artístico para formar conceitos artísticos.
- Sentir e perceber: são as formas de apreciação, fruição, leitura e acesso à obra de
94
arte.
- Trabalho Artístico: é a prática criativa, o exercício com os elementos que
compõe uma obra de arte.
O trabalho em sala poderá iniciar por qualquer um desses momentos, ou pelos três
simultaneamente. Ao final das atividades, em uma ou várias aulas, espera-se que o aluno
tenha vivenciado cada um deles.
Nesse sentido, durante as aulas de Arte, bem como nas abordagens, dar-se-á ênfase aos
temas contemporâneos:
- História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena – (Lei nº 11.645/2008)
- Prevenção ao uso indevido de drogas
- Sexualidade Humana
- Ética e Cidadania
- Educação do Campo
- Educação Ambiental (Lei Federal nº 9795/1999) (Decreto nº 4201/2002)
- Educação Fiscal
- Enfrentamento à violência contra a criança e o adolescente;
- Direito da Criança e do Adolescente (Lei Federal nº 11.525/2007)
- Educação Tributária (Decreto nº 1143/1999) (Portaria nº 413/02)
Com este trabalho será privilegiada a participação do aluno por meio de pesquisa,
interesse, diálogo e produção, buscando sempre superar a aquisição mecânica do
conhecimento através do auxílio dos recursos audiovisuais como: TV Pendrive, vídeo, rádio,
retroprojetor, DVD, data show, etc.
A humanização dos objetos e dos sentidos, a familiarização cultural e o saber estético,
bem como o trabalho artístico.
Para isso nos fixaremos no ver, sentir, e fazer através de:
Aulas expositivas
Leitura de obras produzidas
Aulas teóricas e práticas
Experimentação com técnicas e materiais diversos
Exposição de trabalhos realizados pelos alunos
Participação efetiva com materiais solicitados.
AVALIAÇÃO
A concepção de avaliação para a disciplina de Arte proposta nestas Diretrizes
95
Curriculares é diagnóstica e processual. É diagnóstica por ser a referência do professor
para planejar as aulas e avaliar os alunos; é processual por pertencer a todos os
momentos da prática pedagógica. A avaliação processual deve incluir formas de avaliação
da aprendizagem, do ensino (desenvolvimento das aulas), bem como a autoavaliação dos
alunos.
De acordo com a LDB (n. 9.394/96, art. 24, inciso V) a avaliação é “contínua e
cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os
quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais”. Na
Deliberação 07/99 do Conselho Estadual de Educação (Capítulo I, art.8º), a avaliação almeja
“o desenvolvimento formativo e cultural do aluno” e deve “levar em consideração a
capacidade individual, o desempenho do aluno e sua participação nas atividades realizadas”.
De fato, a avaliação requer parâmetros para o redimensionamento das práticas
pedagógicas, pois o professor participa do processo e compartilha a produção do aluno. Ou
seja, a avaliação permite que se saia do lugar comum, dos gostos pessoais, de modo que se
desvincula de uma prática pedagógica pragmatista, caracterizada pela produção de resultados
ou a valorização somente do espontaneísmo. Ao centrar-se no conhecimento, a avaliação
gera critérios que transcendem os limites do gosto e das afinidades pessoais, direcionando
de maneira sistematizada o trabalho pedagógico.
Assim, a avaliação em Arte supera o papel de mero instrumento de medição da
apreensão de conteúdos e busca propiciar aprendizagens socialmente significativas para o
aluno. Ao ser processual e não estabelecer parâmetros comparativos entre os alunos,
discute dificuldades e progressos de cada um a partir da própria produção, de modo que leva
em conta a sistematização dos conhecimentos para a compreensão mais efetiva da realidade.
O método de avaliação proposto nestas Diretrizes inclui observação e registro do
processo de aprendizagem, com os avanços e dificuldades percebidos na apropriação do
conhecimento pelos alunos. O professor deve avaliar como o aluno soluciona os problemas
apresentados e como ele se relaciona com os colegas nas discussões em grupo. Como sujeito
desse processo, o aluno também deve elaborar seus registros de forma sistematizada. As
propostas podem ser socializadas em sala, com oportunidades para o aluno apresentar,
refletir e discutir sua produção e a dos colegas.
É importante ter em vista que os alunos apresentam uma vivência e um capital cultural
próprio, constituído em outros espaços sociais além da escola, como a
Família, grupos, associações, religião e outros. Além disso, têm um percurso escolar
diferenciado de conhecimentos artísticos relativos à Música, às Artes Visuais, ao Teatro e à
96
Dança.
O professor deve fazer um levantamento das formas artísticas que os alunos já
conhecem e de suas respectivas habilidades, como tocar um instrumento musical, dançar,
desenhar ou representar. Durante o ano letivo, as tendências e habilidades dos alunos para
uma ou mais áreas da arte também devem ser detectadas e reconhecidas pelo professor.
Esse diagnóstico é a base para planejar futuras aulas, pois, ainda que estejam definidos
os conteúdos a serem trabalhados, a forma e a profundidade de sua abordagem
dependem do conhecimento que os alunos trazem consigo.
Essa é outra dimensão da avaliação, a zona de desenvolvimento proximal,
conceito elaborado por Lev Semenovich Vigotsky que trabalha a questão da
apropriação do conhecimento. Vigotsky argumenta que a distância entre o nível de
desenvolvimento real, determinado pela capacidade de resolver um problema sem ajuda, e o
nível de desenvolvimento potencial, determinado pela resolução de um problema sob a
orientação de um adulto ou em colaboração com outro de um problema sob a orientação de
um adulto ou em colaboração com outro colega, é denominado de zona de desenvolvimento
proximal.
Portanto, o conhecimento que o aluno acumula deve ser socializado entre os colegas e,
ao mesmo tempo, constitui-se como referência para o professor propor abordagens
diferenciadas.
A fim de se obter uma avaliação efetiva individual e do grupo, são necessários vários
instrumentos de verificação tais como:
• trabalhos artísticos individuais e em grupo;
• pesquisas bibliográfica e de campo;
• debates em forma de seminários e simpósios;
• provas teóricas e práticas;
• registros em forma de relatórios, gráficos, portfólio, áudio-visual e outros.
Por meio desses instrumentos, o professor obterá o diagnóstico necessário para o
planejamento e o acompanhamento da aprendizagem durante o ano letivo, visando às
seguintes expectativas de aprendizagem:
• A compreensão dos elementos que estruturam e organizam a arte e sua relação
com a sociedade contemporânea;
• A produção de trabalhos de arte visando à atuação do sujeito em sua realidade
singular e social;
• A apropriação prática e teórica dos modos de composição da arte nas diversas
97
culturas e mídias, relacionadas à produção, divulgação e consumo.
É importante e indispensável citar a avaliação para alunos com necessidades educacionais,
sendo assim uma adaptação curricular e consequentemente no método avaliativo da
aprendizagem do mesmo.
RECUPERAÇÃO SIMULTÂNEA
Fará de forma imediata possibilitando ao aluno uma nova chance para entrega dos
trabalhos ou apresentações do que lhe foi proposto, pesquisa, trabalho prático, entrega de
atividades, apresentações em sala na cooperação com o grupo e outros a fim de que se
aproprie de outra forma do conteúdo trabalhado.
AVALIAÇÃO DIFERENCIADA
Trata-se de um ajuste necessário para atender as necessidades educacionais de alunos.
É adaptação do processo de avaliação, seja por meio de modificação de técnicas, instrumentos
utilizados, diferentes procedimentos de avaliação, (oral, mista...), adaptando-se aos diferentes
estilos e possibilidades de expressão dos alunos.
BLIOGRAFIAS
KOSIK, K. Dialética do Concreto. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do. Diretrizes Curriculares de Arte para a
Educação Básica. Departamento de Educação Básica. Curitiba, 2008.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do. Departamento de Ensino Médio.
LDP: Livro Didático Público de Arte. Curitiba: SEED-PR, 2006.
AZEVEDO, F. A cultura brasileira. 5. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1971.
BENJAMIN, T. W. Magia e técnica, arte e política. Obras escolhidas. Vol.1.
São Paulo: Brasiliense, 1985
BERTHOLD, M. História mundial do teatro. 2. ed. Campinas: Perspectiva,
2004.
BOSI, A. Reflexões sobre a arte. São Paulo: Ática, 1991.
BRASIL. Leis, decretos, etc. Lei n. 5692/71: lei de diretrizes e bases da educação
nacional, LDB. Brasília, 1971.
98
BRASIL. Leis, decretos, etc. Lei n. 9394/96: lei de diretrizes e bases da educação
nacional, LDB. Brasília, 1996.
BRUGGER, W. Dicionário de filosofia. São Paulo: Parma, 1987.
CHARLOT, B. Da relação com o saber. Porto Alegre: Artmed, 2000.
FERREIRA, A. B. de H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2.ed. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1986.
FISCHER, E. A necessidade da arte. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
FORQUIN, J. C. Escola e cultura: as bases epistemológicas do conhecimento escolar.
Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1993.
GOMBRICH, E. H. Arte e ilusão. São Paulo: M. Fontes, 1986.
HAUSER, A. História social da arte e da literatura. São Paulo: Martins Fontes, 1995.
MARQUES, I. Dançando na escola. São Paulo: Cortez, 2005 categoria da estética. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 1970.
MAGALDI, S. Iniciação ao Teatro. São Paulo: Editora Ática, 2004.
99
COLÉGIO ESTADUAL RUI BARBOSA – ENSINO FUNADAMENTAL, MÉDIO E
PROFISSIONALIZANTE.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR.
CIÊNCIAS.
NOVA LARANJEIRAS – 2012
100
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA DISCIPLINA.
Segundo as DCE`s de Ciências, o objeto de estudo dessa disciplina é o conhecimento
cientifico que resulta da investigação da natureza, ou seja, tudo que faz parte do universo.
Porém cabe ao ser humano analisar e agir de forma racional interpretando os fenômenos
naturais e suas inter-relações.
No decorrer da história, alguns acontecimentos importantes nortearam o pensamento
do homem e, consequentemente, uma mudança na sua forma de entender o mundo e
transmitir conhecimento.
De acordo com Kneller (1980), citado nas DCE's (2008) “a historicidade da ciência
está ligada não somente ao conhecimento científico, mas também às técnicas pelas quais esse
conhecimento é produzido, as tradições de pesquisa que o produzem e as instituições que as
apoiam. Nesses termos, analisar o passado da ciência e daqueles que a construíram, significa
identificar as diferentes formas de pensar sobre a Natureza, interpretá-la e compreendê-la nos
diversos momentos históricos.”
Pensadores importantes contribuíram com seus estudos durante séculos para que o
conhecimento científico se desenvolvesse, como Leonardo da Vinci Nicolau Copérnico,
Galileu Galilei, René Descartes, Isaac Newton, Lavoisier, e dos inovadores para a época,
Charles Darwin e Gregor Mendel.
Segundo Gaston Bachelard (1884-1962), citado nas DCE's (2008), existem três
grandes períodos do desenvolvimento do conhecimento científico: o estado pré-científico
que representa um período marcado pela construção racional e empírica do conhecimento
científico; o estado científico em que um único método científico é constituído para a
compreensão da Natureza; e o estado do novo espírito científico que configura-se como um
período fortemente marcado pela aceleração da produção científica e a necessidade de
divulgação, em que a tecnologia influenciou e sofreu influências dos avanços científicos.
O ensino de Ciências, no Brasil, foi influenciado pelas relações de poder que se
estabeleceram entre as instituições de produção científica, pelo papel reservado à educação na
socialização desse conhecimento e no conflito de interesses entre antigas e recentes
profissões, “frutos das novas relações de trabalho que se originaram nas sociedades
contemporâneas, centradas na informação e no consumo” (MARANDINO, 2005, p. 162),
citado nas DCE's 2008.
Os museus de história natural, juntamente com outras antigas instituições como as
101
universidades e os institutos de pesquisa, contribuíram para a consolidação
e institucionalização das ciências naturais no país ao longo do século XIX. (DCE's 2008).
Na Primeira República (1889-1930), as poucas instituições escolares que existiam
nas cidades, frequentadas pelos filhos da elite, contratavam professores estrangeiros
dedicados a ensinar conhecimento científico em caráter formativo. Aos filhos da classe
trabalhadora, principalmente agricultores, era destinado um ensino em que os professores não
tinham formação especializada, trabalhavam em várias escolas e ensinavam conhecimento
científico sob caráter informativo (GHIRALDELLI JR., 1991).
Então, o mesmo conhecimento produzido pela pesquisa científica era organizado,
selecionado e socializado de formas diferenciadas. Porém, a organização curricular em
disciplinas tem sido prática hegemônica na história do currículo (MACEDO e LOPES, 2002).
O ensino de Ciências na escola não pode ser reduzido à integração de campos de
referência como a Biologia, a Física, a Química, a Geologia, a Astronomia, entre outras. A
consolidação desta disciplina vai além e aponta para “questões que ultrapassam os campos de
saber científico e do saber acadêmico, cruzando fins educacionais e fins sociais” (MACEDO e
LOPES, 2002, p. 84), de modo a possibilitar ao educando a compreensão dos conhecimentos
científicos que resultam da investigação da Natureza, em um contexto histórico-social,
tecnológico, cultural, ético e político.
Segundo as DCE's 2008, a disciplina de Ciências iniciou sua consolidação no
currículo das escolas brasileiras com a Reforma Francisco Campos, em 1931, com objetivo de
transmitir conhecimentos científicos provenientes de diferentes ciências naturais de referência
já consolidadas no currículo escolar brasileiro.
Na disciplina de Ciências, então, transmitiam-se informações gerais por meio de
metodologia centrada na aula expositiva, não-dialogada, que exigia a memorização da
biografia de cientistas importantes e da divulgação dos conhecimentos provenientes de suas
descobertas. Desse modo, privilegiava-se a quantidade de informações científicas em prejuízo
de uma abordagem de base investigatória.
Na década de 1940, com a Reforma Capanema, o ensino objetivava a preparação de
uma “elite condutora” e para tal, “a legislação era clara: a escola deveria contribuir para a
divisão de classes e, desde cedo, separar pelas diferenças de chances de aquisição cultural,
dirigentes e dirigidos” (GHIRALDELLI JR., 1991, p. 86).
Em 1946 surgiu o IBECC (Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura), cujo
objetivo era “promover a melhoria da formação científica dos estudantes que ingressariam no
ensino superior e, assim, contribuir de forma significativa ao desenvolvimento nacional”
102
(BARRA e LORENZ, 1986, p. 1971) e, desse modo, melhorar a qualidade do ensino.
Com o IBECC, a realidade do ensino de Ciências sofreu mudanças significativas, pois
foram estimuladas discussões sobre os livros didáticos de Ciências, e o desenvolvimento de
pesquisas e treinamento de professores, bem como a implantação de projetos que
influenciaram a divulgação científica na escola. (BARRA e LORENZ, 1986). (DCE's 2008).
Em meados da década de 1950, o contexto mundial acompanhava uma tendência em que
ciência e tecnologia foram reconhecidas como atividades essenciais no desenvolvimento
econômico, cultural e social (KRASILCHIK, 2000).
Com o apoio das sociedades científicas, das universidades e de acadêmicos
renomados, apoiados pelo governo dos EUA e da Inglaterra, foram elaborados projetos que
visavam a formação e a identificação de uma elite com reflexos da política governamental, de
uma concepção de ciência neutra e de uma concepção de educação científica centrada em
aulas que procuravam reproduzir os modelos científicos por meio da experimentação. Tais
ideias atingiram a escola brasileira na década de 1960 pela necessidade de preparação dos
estudantes “mais aptos” para a defesa do progresso, da ciência e da tecnologia nacionais.
As decisões políticas instituídas na LDB n. 4024/61 apontaram para o fortalecimento
e consolidação do ensino de Ciências no currículo escolar. Um dos avanços em relação às
reformas educacionais de décadas anteriores foi a ampliação da participação da disciplina de
Ciências Naturais no currículo escolar, ampliando para todas as séries da etapa ginasial a
necessidade do preparo do indivíduo (e da sociedade como um todo) para o domínio dos
recursos científicos e tecnológicos por meio do exercício do método científico.
Assim, o objetivo maior com o ensino de Ciências seria preparar o cidadão para
pensar lógica e criticamente, para que o mesmo tivesse condições de tomar decisões com base
em informações e dados (KRASILCHIK, 2000).
Com o golpe militar de 1964, o ensino de Ciências passou a assumir compromisso de
suporte de base para a formação de mão-de-obra técnico-científica no segundo grau, visando
às necessidades do mercado de trabalho e do desenvolvimento industrial e tecnológico do
país, sob controle do regime militar.
Com as crises ambientais, o aumento da poluição, a crise energética e a efervescência
social, manifestada em movimentos como a revolta estudantil e as lutas antissegregação
racial, ocorridas entre 1960 e 1980, determinaram profundas transformações nas propostas
das disciplinas científicas em todos os níveis de ensino (KRASILCHIK, 2000, p. 89).
O objetivo primordial do ensino de Ciências, anteriormente focado na formação do
futuro cientista ou na qualificação do trabalhador, voltou-se, neste momento histórico, à
103
análise das implicações sociais da produção científica, com vistas a fornecer ao cidadão
elementos para viver melhor e participar do processo deredemocratização iniciado em 1985.
O método científico fortemente marcado e utilizado como estratégia de investigação
no ensino de Ciências cedeu espaço para aproximações entre ciência e sociedade, com vistas a
correlacionar a investigação científica a aspectos políticos, econômicos e culturais. Nesse
sentido, em termos práticos, o currículo escolar valorizou conteúdos científicos mais
próximos do cotidiano, no sentido de identificar problemas e propor soluções.
Nesse contexto histórico, ao final da década de 1980 e início da seguinte, no
Estado do Paraná, a Secretaria de Estado da Educação propôs o Currículo Básico para o
ensino de 1° grau, construído sob o referencial teórico da pedagogia histórico-crítica. No
início dos anos 1990, ainda sob a LDB n. 5692/71, apresentou avanços consideráveis para o
ensino de Ciências, assegurando sua legitimidade e constituição de sua identidade para o
momento histórico vigente. (DCE's 2008).
Com a promulgação da LDB n. 9394/96, que estabeleceu as Diretrizes e Bases
para a Educação Nacional, foram produzidos os Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCN) que propunham uma nova organização curricular em âmbito federal. Em 2003, com as
mudanças no cenário político nacional e estadual, iniciou-se no Paraná um processo de
discussão coletiva com objetivo de produzir novas Diretrizes Curriculares para estabelecer
novos rumos e uma nova identidade para o ensino de Ciências. (DCE's 2008).
A história da disciplina de Ciências, além de estar ligada ao conhecimento cientifico,
deve observar as técnicas, tradições e as instituições que ajudam na construção, desse
conhecimento, refletindo sobre o passado da ciência e dos cientistas podemos observar
diferentes formas de interpretar a natureza em diversas épocas históricas.
A Ciência é resultante de uma construção coletiva, histórica e complexa da atividade
humana, que está em processo de constantes mudanças, sociais, tecnológicas, culturais, éticas
e políticas. Os diferentes modelos científicos nos permitem interpretações dos elementos que
integram a natureza e suas relações, porém esses modelos nem sempre conseguem demonstrar
como a natureza realmente é.
A disciplina de Ciências deve proporcionar que a partir do saber cientifico o educando
possa compreender os fenômenos da natureza em todos os contextos. O conhecimento da
ciência deve levar o educando a compreender o processo histórico onde se dá a evolução e a
elaboração dos conceitos científicos, uma vez que estes são elaborados a partir das
necessidades concretas de existência humana. O aluno precisa compreender as relações que se
estabelecem entre os seres da natureza, buscando soluções para situações individuais ou
104
coletivas.
O ensino de Ciências na escola não pode ser reduzido à integração de campos de
referência como a Biologia, a Física, a Química, a Geologia, a Astronomia, entre outras. A
consolidação desta disciplina vai além e aponta para “questões que ultrapassam os campos de
saber científico e do saber acadêmico, cruzando fins educacionais e fins sociais” de modo a
possibilitar ao educando a compreensão dos conhecimentos científicos que resultam da
investigação da Natureza, em um contexto histórico-social, tecnológico, cultural, ético e
político. (DCE, 2008)
A seleção dos conteúdos de ensino de Ciências deve considerar a relevância dos
mesmos para o entendimento do mundo no atual período histórico para constituição da
identidade da disciplina e compreensão do seu objeto de estudo, bem como facilitar a
integração conceitual dos saberes científicos na escola, (DCE, 2008).
Os educandos buscam aprender novos conhecimentos baseando-se sempre em
conteúdos que sejam significativos para sua vida, esse trabalho deve proporcionar, a
construção do próprio conhecimento e suas relações com o meio cientifico. O professor de
Ciências atua como orientador e mediador do processo de ensino-aprendizagem e o estudante
deve colaborar para ampliar esse processo, atribuindo sentido e significado aos conteúdos.
O ensino de Ciências torna-se importante porque contribui para que o aluno possa
compreender as relações entre a humanidade e a natureza, assim como, sua historicidade,
buscando assim soluções para os mais diversos problemas. Lembrando que precisamos visar
sempre, a integração dos alunos, através da inclusão social, respeitando suas diferenças de
aprendizagens e estimulando sua participação.
OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA.
O ensino de Ciências tem como objetivos gerais que o aluno adquira um conjunto de
conceitos e conhecimento que o ajudem a entender a natureza, o mundo científico e
tecnológico em que vivemos, capacitando-o nas escolhas que faz como pessoa e cidadão.
Assim sendo, o aluno deverá:
Identificar o conhecimento científico como resultado do trabalho de gerações em busca do
conhecimento para a compreensão do mundo, valorizando-o como instrumento para o
exercício da cidadania.
• Valorizar progressivamente a aplicação do vocabulário científico coletando dados e
buscando informações como forma precisa e sintética para representar e transmitir os
conhecimentos sobre a natureza e as tecnologias.
105
Desenvolver hábitos de saúde cuidado corporal, concebendo à saúde pessoal, social e
ambiental como bens individuais e da coletividade que se devem praticar.
Identificar os elementos da natureza, percebendo-os como parte de processos de relações,
interações e transformações reconhecendo um limite para sua retirada, reconhecendo a
interdependência entre os seres vivos e os demais elementos da natureza.
Comparar descobertas e invenções humanas com mudanças sociais, políticas, ambientais e
vice-versa.
Compreender a tecnologia como recurso para resolver as necessidades do homem,
diferenciando os usos corretos e úteis daqueles prejudiciais ao equilíbrio da natureza.
Despertar uma postura para a aprendizagem: curiosidade, interesse, mobilização para a
busca e organização de informações, autonomia e responsabilidade na realização de
suas tarefas como estudante reelaborando seus conhecimentos.
Desenvolver a reflexão sobre as relações entre ciência, sociedade e tecnologia,
considerando as questões éticas envolvidas.
Buscar uma integração entre os alunos respeitando suas diferenças para que se tornem
cidadãos críticos, transformadores e atuantes na sociedade.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES.
6° ANO.
Astronomia .
-Universo.
-Astros.
-Sistema Solar.
-Movimentos Celestes.
-Movimentos Terrestres.
Matéria.
-Constituição da Matéria.
Sistemas Biológicos.
-Níveis de Organização.
Energia.
106
-Formas de Energia
-Conversão de Energia.
-Transmissão de Energia.
Biodiversidade.
-Organização dos Seres Vivos.
-Ecossistema.
- Evolução dos Seres Vivos.
7º ANO.
Astronomia
-Astros.
-Movimentos Celestes.
-Movimentos Terrestres.
Matéria
-Constituição da Matéria.
Sistemas Biológicos
-Célula.
-Morfologia e Fisiologia dos Seres Vivos.
Energia
-Formas de Energia.
-Transmissão de Energia.
Biodiversidade
-Origem da Vida.
-Organização Dos Seres Vivos.
-Sistemática.
8º ANO.
Astronomia
-Origem e Evolução do Universo.
107
Matéria
-Constituição da Matéria.
Sistemas Biológicos
-Célula
-Morfologia e Fisiologia dos Seres Vivos.
Energia
-Formas de Energia.
Biodiversidade
-Evolução dos Seres Vivos.
9º ANO.
Astronomia
-Astros.
-Gravitação Universal.
Matéria
-Propriedades da Matéria.
Sistemas Biológicos
-Morfologia e Fisiologia dos Seres Vivos.
-Mecanismos de herança genética.
Energia
-Formas de Energia.
-Conversão de Energia.
Biodiversidade
-Interações Ecológicas.
108
FUNDAMENTOS METODOLÓGICOS DA DISCIPLINA.
A disciplina de Ciências visa preparar o educando para entender os conceitos
científicos e suas relações com a natureza, de modo que ele possa entender as informações,
formar suas próprias opiniões e construir o seu conhecimento.
A metodologia de ensino deve promover interrelações entre os conteúdos
selecionados, de modo a promover o entendimento do objeto de estudo da disciplina de
Ciências. Essas interrelações devem se fundamentar nos Conteúdos Estruturantes. (DCE,
2008)
O ensino de Ciências deve facilitar a aprendizagem através de várias práticas
pedagógicas, levando-se sempre em consideração a história da Ciência, pois esta contribui
para a melhoria do ensino de Ciências porque propicia melhor integração dos conceitos
científicos escolares, prioritariamente sob duas perspectivas: como conteúdo específico em si
mesmo e como fonte de estudo que permite ao professor compreender melhor os conceitos
científicos. Buscando informações nas divulgações científicas para suprir a defasagem entre
o conhecimento científico e o conhecimento científico escolar, permitindo a veiculação em
linguagem acessível do conhecimento que é produzido pela ciência e dos métodos
empregados nessa produção.
As atividades experimentais contribuem para a superação de obstáculos na
aprendizagem de conceitos científicos, não somente por propiciar interpretações, discussões,
confrontos de ideias entre os estudantes, mas também pela natureza investigativa;
possibilitando assim, ao aluno, a capacidade de entender a realidade, interpretar fatos de
caráter científico e posicionar-se criticamente.
A apresentação do conteúdo se fará partindo do conhecimento prévio do aluno, de suas
vivências para, a partir desses saberes compreender os conceitos científicos, sua organização e
elaboração, fazendo uso de estratégias que procurem estabelecer relações interdisciplinares
contextuais, envolvendo dessa forma conceitos de outras disciplinas e questões tecnológicas,
sociais, culturais, éticas e políticas.
Para isso é necessário que os conteúdos específicos de Ciências sejam entendidos em
sua complexidade de relações conceituais, não dissociados em áreas de conhecimento físico,
químico e biológico, mas visando uma abordagem integradora.
Partindo do pressuposto que o saber científico é uma construção humana, de caráter
provisório, podendo ser falível e intencional, baseada nos conteúdos estruturantes básicos que
se estendem até os conteúdos específicos da disciplina. Proporcionando aos alunos elementos
109
para questionar em que o conhecimento científico está a serviço do bem comum, permitindo
uma compreensão mais elaborada do mundo.
As aulas práticas tanto com atividades experimentais como de campo, apresentam uma
das possibilidades de tratamento dos conteúdos com caráter de ilustração, concretização e
reflexão. Permitem a contextualização do conteúdo na medida em que aproxima o aluno da
realidade.
Os recursos didáticos e tecnológicos como vídeo, DVD, retroprojetor, TV pendrive, rádio,
máquina fotográfica, mapas, periódicos, cartazes, torso humano, atlas, livros e informativos
permearam este ensino, pois abrem um leque de possibilidades para a apropriação dos
conteúdos pelos alunos e proporcionando uma aprendizagem significativa.
Considerando a lei que trata da História e Cultura Afro-brasileira, Africana e Indígena
( Lei Nº 11645/08), esse assunto poderá ser abordado em diferentes momentos dos conteúdos
estruturantes, tais como: no conteúdo estruturante sistemas biológicos relacionando a
alimentação e seu contexto cultural, bem como em genética e também quando tratamos sobre
a evolução no conteúdo estruturante biodiversidade.
Prevenção ao uso indevido de drogas e sexualidade humana são assuntos que fazem
parte do conteúdo estruturante sistemas biológicos, sendo abordado quando se trata dos
sistemas do corpo humano, da célula, dos fungos, e no conteúdo estruturante matéria, quando
trata da química no dia a dia.
Educação Ambiental ( LF. Nº 9795/99, Dec. Nº 4201/02) está relacionada a
praticamente todos os conteúdos estruturantes da disciplina sendo abordado cotidianamente.
Educação Fiscal e a Educação Tributária ( Dec. Nº 1143/99) ( Port. Nº 413/02) estão
presentes no cotidiano dos alunos, porém normalmente não são lembrados ou questionados,
mas durante a discussão de vários conteúdos, tais como: riquezas minerais, alimentos, fauna e
flora, genética, química, célula, é possível lembrar que tudo o que gera renda ou lucro
acarreta algum tributo e buscar informações sobre cada um e suas aplicações.
Enfrentamento a violência contra a criança e o adolescente; Direito das crianças e
adolescentes (L.F Nº 11525/07); são temas que permitem discussões em diversos momentos
dos conteúdos, e também em diversas situações, construindo uma prática de conscientização e
responsabilidade, conversando sobre os direitos e preparando os educandos para que tenham
conhecimento dos mesmos, explicando sobre a história e os motivos da criação do ECA,
levando os alunos a serem conscientes e responsáveis, defendendo-se quando necessário e
tornando-se adultos que saberão também respeitar as futuras gerações.
Na abordagem da grande maioria dos conteúdos, é utilizada uma metodologia variada,
110
visto que nossa escola também faz parte do projeto de inclusão social e temos alunos
portadores de necessidades educacionais especiais, fazendo com que durante o
desenvolvimento dos trabalhos, todos os alunos possam ser atendidos.
AVALIAÇÃO.
A avaliação no ensino de Ciências deve ser contínua, diagnóstica, cumulativa e
processual devendo refletir no desenvolvimento do educando como um todo, considerando as
características individuais deste, no conjunto dos componentes curriculares cursados, onde
deverá prevalecer os aspectos qualitativos sobre os quantitativos.
No processo de ensino – aprendizagem, a avaliação é importante, pois, pode levar o
educando o um momento de interação e construção do conhecimento de forma significativa,
portanto, o professor deve refletir e planejar suas metodologias a serem utilizadas.
Os conteúdos estruturantes, básicos e específicos serão, trabalhados e desenvolvidos
levando-se em conta sua realidade e os critérios estabelecidos, tais como:o conhecimento da
História da Ciência como fator determinante na construção dos conceitos científicos; a
interpretação de conceitos e a diferenciação do científico e do espontâneo; a reflexão sobre
modelos científicos; a compreensão dos fundamentos teóricos; a relação dos resultados das
atividades experimentais com os conceitos científicos; conhecimento do conceito científico
em relação as informações de divulgação científica. Possibilitando aos alunos expressar os
avanços na aquisição do conhecimento, interpretando, discutindo, relacionando, refletindo,
analisando, justificando e se posicionando conforme seu próprio ponto de vista.
Portanto, a avaliação se caracteriza como um processo que objetiva explicitar o grau
de compreensão da realidade, emergentes na construção do conceito. Isso se dará através de
confronto de textos, trabalhos em grupo, produção de textos, elaboração de quadro-mural,
experimento, provas diversas, trabalhos de pesquisa, cartazes, desenhos, relatórios e outros.
Quando os resultados das avaliações forem insatisfatórios, cabe ao professor buscar as
causas dessas dificuldades, corrigindo as possíveis falhas e distorções ocorridas ao longo do
processo, realizando a recuperação de forma permanente, concomitante ao ensino
aprendizagem, sendo ela simultânea nos casos necessários levando em consideração as
dificuldades encontradas pelos alunos, proporcionando uma nova possibilidade de
aprendizagem e um melhor aproveitamento escolar.
111
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação.
Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares de Ciências para os anos finais
do Ensino Fundamental. Curitiba, 2008.
BRASIL. Lei nº 9394/96. Diretrizes e bases da Educação Nacional. Editora do Brasil S/A,
Art. 13, p. 10.
OBRAS CONSULTADAS
CANTO, Eduardo Leite do. Ciências Naturais: Aprendendo com o cotidiano. 3ª edição. Ed. Moderna. São Paulo, 2009.
GASPAR, Alberto. Experiências de Ciências, 1ª Edição. Editora Ática. São Paulo, SP:2005.
GHIRALDELLI JR., P. História da educação. São Paulo: Cortez, 1991.
KRASILCHIK, M. O professor e o currículo de Ciências. São Paulo: EPU/Edusp,
1987.
LOPES, A. C. Conhecimento escolar: ciência e cotidiano. Rio de Janeiro: UERJ,
1999.
LOPES, M. M. O Brasil descobre a pesquisa científica: os museus e as Ciências
naturais no século XIX. São Paulo: Hucitec, 1997.
MACEDO, E. F. de; LOPES, A. C. A estabilidade do currículo disciplinar: o caso das
Ciências. In: LOPES, A. C; MACEDO, E. (Org.). Disciplinas e integração curricular:
história e políticas. Rio de Janeiro: DP&A, 2002, p. 73 – 94
SAVIANI, D. Pedagogia Histórico-crítica: primeiras aproximações. 5ed. Campinas, SP:
Autores associados, 1995.
112
Projeto político Pedagógico – Colégio Estadual Rui Barbosa - EFMP.
Regimento Escolar – Colégio Estadual Rui Barbosa – EFMP.
113
COLÉGIO ESTADUAL RUI BARBOSA - ENSINO FUNDAMENTAL MÉDIO E
PROFISSIONALIZANTE
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE
EDUCAÇÃO FÍSICA
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
NOVA LARANJEIRAS – 2012
114
1.0 – FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA DISCIPLINA
O surgimento da Educação Física se obteve a partir do século XIX e tinha como
intuito a aplicação de preceitos de moralidade, bem como instaurar a ordem social, adaptando
o modo de viver dos novos cidadãos configurados na sociedade. A partir da Proclamação da
Republica, começou a discussão sobre as instituições escolares e as políticas educacionais que
eram praticadas pelo antigo regime. A princípio, a burguesia brasileira depositava na
ginástica, a responsabilidade de promover através de exercícios físicos, a saúde do corpo, o
pudor e os hábitos condizentes com a vida urbana.
As práticas pedagógicas escolares da Educação Física se fortaleceram com as
instituições militares e pela medicina, onde seus modelos eram provindos da Europa e sendo
incorporados nos currículos brasileiros.
Esses modelos visavam melhorar o funcionamento do corpo e dependia de técnicas
construídas com base no conhecimento biológico e tinha a tarefa de construir corpos
saudáveis e dóceis que levassem o sujeito a um maior processo produtivo. Preponderando
uma visão mecanicista e instrumental sobre o corpo, o método ginástico francês priorizava o
desenvolvimento da mecânica corporal. Conforme esse modelo, melhorar o funcionamento do
corpo e a eficiência do gasto
energético ,dependia de técnicas que atribuíam à Educação Física a tarefa de formar corpos
saudáveis e disciplinados, possibilitando a formação de seres humanos aptos para adaptarem-
se ao processo de industrialização que se iniciava no Brasil (SOARES, 2004).
A Educação Física foi consolidada realmente no contexto escolar, somente a partir
da Constituição de 1937 e tinha como objetivos a doutrinação, dominação e contenção dos
ímpetos da classe popular, enaltecendo o patriotismo, a hierarquia e a ordem. Os militares
fazem então um grande investimento na política esportiva, certos de que assim teríamos uma
nítida melhoria da saúde do povo brasileiro, tendo conseqüentemente mais homens aptos ao
serviço militar, que nesta época continha uma grande quantidade de jovens dispensados por
incapacidade física (LEANDRO, 2002, p. 43). Além desses, ela pregava princípios higienistas
para um corpo forte e saudável, com atividades ligadas a formação de um corpo masculino
robusto, voltado para a defesa familiar e da pátria, e o feminino caracterizado pelas formas
feminis e também preparação para a maternidade futura.
Ainda nessa década (30), o esporte começou a ser difundido e confundido com a
Educação Física. Uma série de medidas foi implantada para ressaltar o sentimento de
valorização da pátria por meio dos esportes. Foram criados vários centros esportivos e
115
importados especialistas que dominavam técnicas de algumas modalidades esportivas. Trata-
se não mais do esporte da escola, mas sim do esporte na escola. Isto é, os professores de
Educação Física se encarregaram de reproduzir os códigos esportivos nas aulas de Educação
Física, sem se preocupar com a reflexão crítica desse conhecimento. A escola tornou-se um
celeiro de atletas, a base da pirâmide esportiva (BRACHT, 1992, p. 225).
Com o passar dos anos a Educação Física se tornou obrigatória e objetivava formar
mão de obra fisicamente adestrada e capacitada para o mercado de trabalho, além da sua
obrigação pela defesa da pátria.
A partir de 1964, o esporte ganhou mais ênfase no Brasil na área de Educação Física e
os professores começaram a freqüentar cursos de pós-graduação nos Estados Unidos na área
esportiva. O esporte se tornou uma hegemonia nas escolas e os currículos passaram a tratá-lo
com maior ênfase, através do método tecnicista que era centrado na competição e no
desempenho, sendo seu objetivo central formar atletas para representar o país em competições
internacionais. As práticas escolares de Educação Física passaram a ter como fundamento
primeiro a técnica esportiva, o gesto técnico, a repetição, enfim, a redução das possibilidades
corporais a algumas poucas técnicas estereotipadas (TABORDA DE OLIVEIRA, 2001, p.
33).
Já no início da década de 90, um momento significativo para o Estado do Paraná foi à
elaboração do currículo básico onde está embasado na Pedagogia Histórico-Crítica da
educação e caracteriza-se por uma proposta avançada onde a instrumentalização do corpo
deveria dar lugar a formação humana do aluno em todas as suas dimensões.
O Currículo Básico foi produzido num período de emergência, na educação, do
chamado “discurso crítico”. Esse discurso pretendia reformular a educação e,
conseqüentemente, a disciplina de Educação Física, a partir de reflexões históricas e sociais
que desvelassem os mecanismos de desigualdade social e econômica, para então legitimar e
concretizar um projeto de transformação social. O objetivo central da criação do Currículo
Básico foi o projeto de reestruturação do currículo das escolas públicas do Paraná (...)
(NAVARRO, 2007,p. 49).
Com o passar dos anos a Educação Física rompeu com as perspectivas da aptidão
física fundamentada em aspectos técnicos e fisiológicos, destacando outras questões
consideradas relevantes relacionadas às dimensões culturais, sociais, políticas afetivas no
tratamento dos conteúdos, baseada em concepções teóricas que discutem corpo e movimento.
É fundamental entender a importância Educação Física como uma área que possibilita aos
alunos uma ampliação da visão e trata um tipo de conhecimento denominado cultura corporal,
116
onde representas formas culturais do movimentar-se humano historicamente produzido pela
humanidade. Nesse sentido, entende-se que a prática pedagógica da Educação Física no
âmbito escolar deve tematizar as diferentes formas de atividades expressivas corporais,
sistematizadas aqui nos seguintes conteúdos estruturantes: Esporte, Ginástica, Lutas, Dança,
Jogos e Brincadeiras (DIRETRIZES CURRICULARES ,2008, p 14).
Dentro de um projeto mais amplo de educação do estado do Paraná, entende-se a
escola como um espaço que, dentre outras funções, deve garantir o acesso aos alunos ao
conhecimento produzido historicamente pela humanidade.Nesse sentido, partindo de seu
objeto de estudo e de ensino, Cultura Corporal, a Educação Física se insere neste projeto ao
garantir o acesso ao conhecimento e à reflexão crítica das inúmeras manifestações ou práticas
corporais historicamente produzidas pela humanidade, na busca de contribuir com um ideal
mais amplo de formação de um ser humano crítico e reflexivo, reconhecendo-se como sujeito,
que é produto, mas também agente histórico, político, social e cultural(DIRETRIZES
CURRICULARES ,2008, p. 15 e 16).
A Educação Física se insere nesta Proposta ao garantir o acesso ao conhecimento e à
reflexão crítica das inúmeras manifestações como:
- Praticar atividades corporais, valorizando o tempo disponível, bem como ter a capacidade
de alterar e interferir nas regras, tornando-as adequadas ao grupo e favorecendo a sua
inclusão.
- Analisar, compreender e manipular os elementos no contexto sociocultural, despertando-o
para o senso crítico e relacionando-o com as práticas da cultura corporal do movimento.
- Aprofundar as noções e conceitos de esforço, intensidade e freqüência, buscando
aprofundamento teórico-prático de forma a construir e adaptar melhorias na qualidade de
vida.
A partir desses objetivos e partindo dessa posição que estas Diretrizes apontam a
Cultura Corporal como objeto de estudo e ensino da Educação Física, visamos a participação
dos alunos em atividades culturais, como parte integrante do ensino-aprendizagem,
possibilitando a eles maior valorização e vivência de modo concreto no cotidiano escolar.
2.0 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES BÁSICOS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL
6° ANO
CONTEÚDO ESTRUTURANTE CONTEÚDOS BÁSICOS
117
ESPORTE Coletivos
Individuais
JOGOS E BRINCADEIRAS Jogos e brincadeiras populares
Brincadeiras e cantigas de roda
Jogos de tabuleiro
Jogos cooperativos
DANÇA Danças folclóricas
Danças de rua
Danças criativas
GINÁSTICA Ginástica rítmica
Ginásticas circenses
Ginástica geral
LUTAS Lutas de aproximação
Capoeira
7° ANO
CONTEÚDO ESTRUTURANTE CONTEÚDOS BÁSICOS
ESPORTE Coletivos
Individuais
JOGOS E BRINCADEIRAS Jogos e brincadeiras populares
Brincadeiras e cantigas de roda
Jogos de tabuleiro
Jogos cooperativos
DANÇA Danças folclóricas
Danças de rua
Danças criativas
Danças circulares
GINÁSTICA Ginástica rítmica
Ginásticas circenses
Ginástica geral
118
LUTAS Lutas de aproximação
Capoeira
8° ANO
CONTEÚDO ESTRUTURANTE CONTEÚDOS BÁSICOS
ESPORTE Coletivos
Radicais
JOGOS E BRINCADEIRAS Jogos e brincadeiras populares
Jogos dramáticos
Jogos de tabuleiro
Jogos cooperativos
DANÇA Danças circulares
Danças criativas
GINÁSTICA Ginástica rítmica
Ginásticas circenses
Ginástica geral
LUTAS Lutas com instrumento mediador
Capoeira
9° ANO
CONTEÚDO ESTRUTURANTE CONTEÚDOS BÁSICOS
ESPORTE Coletivos
Radicais
JOGOS E BRINCADEIRAS Jogos de tabuleiro
Jogos cooperativos
Jogos dramáticos
DANÇA Danças circulares
Danças criativas
GINÁSTICA Ginástica rítmica
Ginástica geral
LUTAS Lutas com instrumento mediador
Capoeira
119
2.1 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES BÁSICOS PARA O ENSINO MÉDIO
1ª, 2ª e 3ª SÉRIE
CONTEÚDO ESTRUTURANTE CONTEÚDOS BÁSICOS
ESPORTE Coletivos
Individuais
Radicais
JOGOS E BRINCADEIRAS Jogos dramáticos
Jogos de tabuleiro
Jogos cooperativos
DANÇA Danças folclóricas
Danças de rua
Danças de salão
GINÁSTICA Ginástica artística/olímpica
Ginásticas de academia
Ginástica geral
LUTAS • Lutas com aproximação
• Lutas que mantêm a distância
• Lutas com instrumento mediador
• Capoeira
3.0 METODOLOGIA
A Educação Física é parte do projeto geral de escolarização e, como tal, deve estar
articulada ao projeto político-pedagógico, pois tem seu objeto de estudo e ensino próprios, e
trata de conhecimentos relevantes na escola. Por isso as aulas de Educação Física não são
apêndices das demais disciplinas e atividades escolares, nem um momento subordinado e
compensatório para as “durezas” das aulas em sala.
Ao incluir o aluno na elaboração das propostas de ensino e aprendizagem será
considerada sua realidade social e pessoal, sua percepção de si e do outro, suas dúvidas e
necessidades de compreensão desta mesma realidade.
120
A escola tem o papel preponderante para eliminação das discriminações e para
emancipação dos grupos discriminados, ao proporcionar acesso aos conhecimentos
científicos, a registros culturais diferenciados, à conquista de racionalidade que rege as
relações sociais e raciais, necessidades especiais, a conhecimentos avançados, indispensáveis
para consolidação e concerto das nações como espaços democráticos e igualitários. A
relevância dos estudos de temas decorrentes da História e Cultura Afro-brasileira e Africana,
Indígena (11.645/3/2008), Meio Ambiente ( 9795/99), Educação do Campo, Educação Fiscal,
Educação em Direitos Humanos ,Prevenção ao Uso Indevido de Drogas, Sexualidade assim
como Indígena e Meio Ambiente, dizem respeito a todos os brasileiros, uma vez que devem
educar-se enquanto cidadãos atuantes no seio de uma sociedade multicultural e pluriétnica,
capazes de construir uma nação democrática.
As aulas serão efetivadas na quadra de esportes, em outros lugares do ambiente escolar
e em diferentes tempos pedagógicos.
Utilizaremos várias formas de trabalho, bem como os seguintes recursos tecnológicos e
didáticos:
Os conteúdos em Educação Física serão trabalhados respeitando as individualidades
físicas, rítmicas, psíquicas e motoras buscando a compreensão e vivências das diferentes
formas de praticar esportes. Modismo, valores estéticos, percepção, desenvolvimento das
capacidades físicas e habilidades motoras serão relacionados às atividades desportivas.
A partir da inclusão, pode-se constituir um ambiente de aprendizagem significativa, que
faça sentido ao aluno, no qual ele tenha a possibilidade de fazer escolhas, trocar informações,
estabelecer questões e construir hipóteses na tentativa de responde-las.
Professor e alunos podem participar de uma integração cooperativa de construção e
descoberta, em que o professor promove uma visão organizada do processo e o aluno
contribui com o elemento novo, trazendo a síntese da atualidade para o movimento da
aprendizagem.
Pretende-se trabalhar as temáticas de Cultura Afro Brasileira e Africana, Indígena
(11.645/3/2008), Meio ambiente ( 9795/99), Educação do Campo), Educação Fiscal e
Tributária Dec. Nº 1143/99, Portaria Nº413/02, educação em Direitos Humanos,
enfrentamento a violência contra a criança e o adolescente Direito das Crianças e
Adolescentes LF Nº 11525/07, Prevenção ao Uso Indevido de Drogas,
Sexualidade,mostrando essas culturas presentes em nossa vida cotidiana, como culinária,
música, festas, religiões, danças, vocabulários e preservação, resgatando, preservando,
121
incentivando e valorizando essas manifestações e, supostamente apresentando nas respectivas
datas de suas comemorações.
O encaminhamento das aulas, mediante os conteúdos de ginástica, esportes, jogos,
lutas e dança, tem como base o corpo em movimento, proporcionando ao educando uma
tomada de consciência, contribuindo para o desenvolvimento de suas possibilidades de
aprendizagem.
Utilizaremos várias formas de trabalho, bem como os seguintes recursos tecnológicos e
didáticos:
- Exposição de vídeos na TV PENDRIVE;
- Leitura de textos relacionados aos conteúdos pesquisados na biblioteca;
- Pesquisa e produção de conhecimento através da Internet, no laboratório de Informática do
programa Paraná Digital;
- Projeções e audio-visuais através do retroprojetor , data show, som profissional, rádio
escolar, câmera digital e filmadora;
- Quadra de espotes, pátio da escola.
- Bolas: futsal,handebol,basquetebol, voleibol, tênis de mesa, frescobol.
- Jogos de mesa: xadrez, damas trilha, general, palitos e dominó.
- Colchonetes, bambolês, cordas raquetes,cones, elásticos.
- Discussão de assuntos (debates. questionamentos e reflexões)
- Projetos interdisciplinares
- Elaboração de jogos e gincanas
- Resgate de brincadeiras populares e culturais
- Elaboração de coreografias
- Confecção de materiais alternativos
Assim a Educação Física contribuí para a educação do indivíduo através do ato
educativo, que é o resultado de um processo de ação dinâmica, onde os envolvidos no
processo de ensino-aprendizagem estão conscientes e exercitam a sua criatividade durante
todo o processo.
4.0 AVALIAÇÃO
Discutir com os alunos os critérios a serem avaliados, contribuindo no atendimento do
programa a ser desenvolvido no período letivo como também ampliará a compreensão dos
122
alunos sobre o que buscamos alcançar, responsabilizando a todos pela trajetória a ser
percorrida.
Estabelecer relações entre conhecimentos, conceitos, valores e atitudes; integrando-se a
dimensão emocional e sensível do corpo à cultura corporal e ampliando sua compreensão de
saúde e bem-estar, tendo em vista a promoção da qualidade de vida, buscando do aluno o seu
próprio valor como ser humano integrado na sociedade.
Utilização da auto-avaliação como um momento para a reflexão do educando sobre as
contribuições, no seu crescimento profissional e coletivo, sobre seu próprio desempenho,
buscando assim, a mudança da conduta e posicionamento do educando sobre o processo de
construção do conhecimento contínuo.
A avaliação deve ser cumulativa, somatória, processual, diagnóstica e contínua, baseados
no comprometimento e envolvimento do aluno, de acordo com as diversidades, alunos
portadores de necessidades especiais, respeitando a vivência dos mesmos, podendo utilizar os
seguintes instrumentos de avaliação:
- Debates e palestras
- Participação
- Avaliação teórica e pratica
- Avaliação oral
- Produção de textos
- Seminários
- Trabalhos individuais
- Trabalhos em grupos
- Pesquisas
- Relatórios
A recuperação simultânea será realizada através da retomada dos conteúdos, após a
verificação que os mesmos não foram assimilados pelos alunos, podendo ocorrer a qualquer
momento do ano letivo durante as aulas teóricas e práticas.
A recuperação simultânea será realizada através de:
- Pesquisas bibliográficas
- Participação em eventos
- Retomada dos conteúdos trabalhos
123
Devemos avaliar nosso aluno como um todo, pois ele pensa, sente e age e não é
possível desassociar corpo e mente; pois somente assim podemos atingir o ápice do
desenvolvimento do ensino aprendizagem.
5.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
BRACHT, Valter. Educação Física e aprendizagem social. Porto Alegre: Magister,1992.
LEANDRO, Marcilene Rosa. Educação física no Brasil: uma história política. Monografia
(Licenciatura em Educação Física) - Curso de Educação Física, Centro Universitário
UniFMU, São Paulo, 2002. 69f.
NAVARRO. Rodrigo Tramutolo. Os caminhos da Educação Física no Paraná: do
Currículo Básico às Diretrizes Curriculares. Dissertação (Mestrado) – Setor de
Educação – Universidade Federal do Paraná. Curitiba: UFPR, 2007. 179f.
OLIVEIRA, Marcus Aurélio Taborda de. A Revista Brasileira de Educação Física e
Desportos (1968–1984) e a experiência cotidiana de professores da Rede
Municipal de Ensino de Curitiba: entre a adesão e a resistência. Tese (Doutorado em
História e Filosofia da Educação) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo,
2001. 398f.
PARANÁ. Diretrizes Curriculares de Educação Física para os anos finais do ensino
Fundamental e para o Ensino Médio. Curitiba. SEED , 2006 e 2008.
SOARES, Carmen Lúcia.Educação Física: raízes européias e Brasil. 3 ed. Campinas:
Autores Associados, 2004.
6.0 OBRAS CONSULTADAS
PPP- PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO DA ESCOLA. Colégio Estadual Rui
Barbosa Ensino Fundamental Médio e Profissionalizante
124
COLÉGIO ESTADUAL RUI BARBOSA – ENSINO FUNADAMENTAL, MÉDIO E
PROFISSIONALIZANTE.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR.
ENSINO RELIGIOSO.
NOVA LARANJEIRAS – 2012
125
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Um dos grandes desafios da escola e da disciplina de Ensino Religioso é efetivar uma
prática de ensino voltada para a superação do preconceito religioso, como também,
desprender-se do seu histórico confessional catequético, para a construção e consolidação do
respeito à diversidade cultural e religiosa.
Assim, a disciplina de Ensino Religioso deve oferecer subsídios para que os estudantes
entendam como os grupos sociais se constituem culturalmente e como se relacionam com o
sagrado. Essa abordagem possibilita estabelecer relações entre as culturas e os espaços por
elas produzidos, em suas marcas de religiosidade.
Nesta perspectiva, o Ensino Religioso contribuirá para superar desigualdades étnico-
religiosos, para garantir o direito Constitucional de liberdade de crença e de expressão e, por
consequência, o direito à liberdade individual e política. Dessa forma atenderá um dos
objetivos da educação básica que, segundo a LDB9394/96, é o desenvolvimento da cidadania.
O desafio mais eminente da nova abordagem do Ensino Religioso é, portanto, superar
toda e qualquer forma de apologia ou imposição de um determinado grupo de preceitos e
sacramentos, pois, na medida em que uma doutrinação religiosa ou moral impõe um modo
adequado de agir e pensar, de forma heterônoma e excludente, ela impede o exercício da
autonomia de escolha, de contestação e até mesmo de criação de novos valores
Esta escola tem como base o ensino de qualidade, assim, se intensificou as discussões
sobre o papel do ensino básico e a necessidade de projetar para a sociedade cidadãos críticos.
Esta disciplina deverá garantir, no mínimo o conhecimento científico e cultural das maiores
organizações religiosas como: Budismo, Islamismo, Cristianismo, hinduísmo, religiões afro-
brasileiras (Candomblé e Umbanda) e as religiões indígenas e aborígines. Entendendo que
esta disciplina, bem ministrada, garante aos nossos educando o conhecimento pelo menos das
principais religiões, consequentemente respeitá-las nada mais é do que o cumprimento da
própria Constituição Brasileira e da LDBEN. O Ensino Religioso, de matrícula facultativa,
constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, sendo
oferecido, sem ônus para os cofres públicos, de acordo com a preferência manifestada pelos
alunos ou por seus responsáveis, em caráter;
I- confessional, de acordo com a opção religiosa do aluno ou do seu
responsável, ministrado por professores ou orientadores religiosos
preparados e credenciados pelas respectivas igrejas ou entidades
religiosas; ou
126
II- interconfessional, resultante de acordo entre as diversas entidades
religiosas, que se responsabilizarão pela elaboração do respectivo
programa.
Perante o exposto, a maior preocupação deste estabelecimento é formar cidadão e
promover o conhecimento, levando o educando a apropriar-se do mesmo, entendendo as
organizações religiosas, as suas simbologias, seus lugares sagrados, enfim, as especificidades
de cada cultura, credo, filosofia ou religião, já que o objeto de estudo desta disciplina é o
“Sagrado”.
É necessário possibilitar ao educando conhecimentos a respeito não só da experiência
do sagrado e também das organizações religiosas, os fundamentos de vida não religiosos, que
levam à compreensão da realidade, mostrando a todos que existe liberdade de escolha.
Enfim, o Ensino Religioso, ao tratar do sagrado, busca explicitar a experiência que
perpassa as diferentes culturas expressas tanto nas religiões , como em outras manifestações
recentes, como podem existir na comunidade escolar.
O Ensino Religioso fundamenta-se na fenomenologia religiosa e objetiva
instrumentalizar o aluno com o conhecimento de fenômeno religioso, tendo como ponto de
partida, a realidade sociocultural do mesmo, com enfoque no conhecimento religioso
acumulado pela humanidade.
Ao longo da historia, o ser humano, vai construindo e reconstruindo formas de
relacionamentos na tentativa de superar sua limitação, fragilidade, provisoriedade, ou seja, sua
finitude. Desde que desenvolver sua capacidade de relacionamentos o ser humano vem se
indagando: Quem sou? Por que estou aqui? Para onde vou? A resposta de cada uma dessas
perguntas implica respectivamente na busca do autoconhecimento, no sentido de vida e do
transcendente.
Podemos ver e sentir além do habitual através de 4 situações:
• A natureza experimentando, vendo e sentindo a sua harmonia;
• a arte sensibiliza e eleva o espírito humano;
• o encontro um instante de comunhão profunda;
• o culto um momento de enlevo e de iluminação.
FUNDAMENTAÇÃO TEORICA
A escola tem como função básica a construção e socialização do conhecimento
historicamente produzido e ocupado pela humanidade.
Ao longo da história, vai construindo e reconstruindo formas de relacionamento na
127
tentativa de superar sua limitação, fragilidade, provisoriedade, ou seja, sua finitude. Desde
que desenvolver sua capacidade de relacionamento o ser humano vem se indagando: quem
sou? Por que estou aqui? Para onde vou? A resposta a cada uma dessas perguntas implica
respectivamente na busca do auto conhecimento, no sentido de vida e do transcendente
através das diversas religiões.
O Ensino Religioso fundamenta-se nos princípios teóricos e propõe que a disciplina ofereça
aos estudantes a formação necessária para o enfrentamento com vistas á transformação da
realidade social, econômica e política de seu tempo.
No Brasil, a atuação de alguns segmentos sociais/culturais vem consolidando o
reconhecimento da diversidade religiosa e demandando da escola o trabalho pedagógico com
o conhecimento sobre essa diversidade, frutos das raízes culturais brasileiras.
OBJETIVOS GERAIS
Compreender o conjunto de fatos, acontecimentos, manifestações e expressões de ordem
material e espiritual, que envolvem o ser humano na busca de sua satisfação plena;
Proporcionar o conhecimento, a partir das experiências religiosas no contexto sociocultural do
aluno;
Analisar o papel das tradições religiosas na estruturação e manutenção das diferentes culturas;
Contribuir para a formação, reflexão informação e vivência de valores éticos,
O diálogo inter-religioso e a superação dos preconceitos;
Promover a educação para a paz, desenvolvendo atitudes éticas que qualifiquem as relações
do ser humano consigo mesmo, com outro e com a natureza.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Os conteúdos básicos serão trabalhados seguindo os três Conteúdos Estruturantes:
paisagem religiosa, universo simbólico religioso e o texto sagrado, são os que ajudam a
entender o sagrado. A linguagem usada é a cientifica, tendo como objetivo superar as
tradicionais aulas de Religião, sendo que é vedada qualquer forma de proselitismo e
doutrinação.
Os conteúdos abordados perpassarão todo o currículo da disciplina de Ensino
Religioso, de modo a permitir uma análise mais complexa de sua presença nas diferentes
manifestações religiosas, logo culturais, políticos e sociais, sempre analisando durante a
apresentação dos conteúdos o conhecimento local do educando.
Focar as aulas de Ensino Religioso, criativas e objetivas, levando o educando a ter
128
mais interesse pela disciplina e consequentemente do conhecimento, sendo pela leitura,
imagens, jogos, histórias em quadrinhos, palestras ministradas por pessoas de religiões
diferentes da comunidade escolar, e para reforçar este conhecimento realizar pesquisas através
do Laboratório de Informática, levando o educando a conhecer outros mundos, outras formas
de crenças e religiões, bem como a TV Multimídia que é outro recurso tecnológico que faz o
educando a sair do seu mundo e conhecer outras religiões que não tem em seu local através,
de vídeos, recortes de filmes, músicas e outros.
AVALIAÇÃO
Sabe-se que não há aferição de notas ou conceitos que impliquem aprovação ou
reprovação do aluno, Mediante este fato, a escola junto aos professores propôs que se registre
o processo avaliativo por meio de instrumentos que permitam à escola e aos demais a
identificação dos progressos obtidos na disciplina, ou seja, o conhecimento adquirido pelo
educando em torno do objeto de estudo do Ensino Religioso, o Sagrado, sua complexidade,
pluralidade, amplitude e profundidade segundo a proposta já planejada pelos professores em
torno das diretrizes curriculares no Plano de Trabalho Docente.
O desenvolvimento do educando será observado mediante a presença nas aulas de
Ensino Religioso, bem como a realização das atividades propostas à eles, visando a disciplina,
o respeito, tanto pelos colegas como pela religião, enfim, seu comportamento como cidadão..
A forma que será avaliada os conteúdos e a apropriação dos mesmos, será através da
participação dos educando nas atividades propostas, sendo: este textos, slides, recortes de
filmes, vídeos, imagens, desenhos, leituras e debates, pesquisas, diversas formas de avaliar
chamando a atenção e o interesse do aluno em resolver as atividades e buscar mais
conhecimento envolvendo a participação dos pais ou responsáveis, para amadurecer a idéia
não só na sala de aula, e sim em toda a sociedade escolar que se deve respeitar sempre na
diversidade religiosa e cultural do local, do país, enfim, do mundo.
Através de todas estas propostas de atividades, tende-se a observar de forma criteriosa,
se o educando esta adquirindo o conhecimento dos conteúdos aplicados, através de alguns
exemplos de avaliações como: trabalhos em grupo, transmitindo através do debate o que
realmente entendeu do conteúdo explanado, concluindo uma explicação sobre simbologia,
com desenhos e frases que demonstre qual organização religiosa pertencem as referidas
imagens, e assim sucessivamente. A recuperação dos conteúdos não apropriados por alguns
educando, será realizada através de novas técnicas, novos recursos e novos critérios, levando
ao educando a possibilidade de apropriar-se de todos os conteúdos trabalhados.
129
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:
Para a disciplina de Ensino Religioso, três são os conteúdos estruturantes, a saber:
Paisagem Religiosa, Universo Simbólico Religioso e Texto Sagrado.
Segundo Gil e Alves (2005) esses conteúdos estruturantes referem-se,
respectivamente: Toda forma de sacralização de um objeto depende, integralmente, da
experiência do sentimento religioso. Ele constitui a manifestação religiosa por excelência, que
escapa à razão conceitual e é reconhecida através de seus efeitos. As paisagens, os símbolos,
os textos são frutos dessa experiência e, por essa razão, ela atravessa todos os conteúdos da
disciplina de Ensino Religioso. Secretaria de Estado da Educação do Paraná.
Paisagem Religiosa - à materialidade fenomênica do Sagrado, a qual é apreendida
através dos sentidos. É a exterioridade do Sagrado e sua concretude, os espaços Sagrados.
Universo Simbólico Religioso - à apreensão conceitual através da razão, pela qual se
concebe o Sagrado pelos seus predicados e reconhece-se a sua lógica simbólica. É entendido
como sistema simbólico e projeção cultural.
Texto Sagrado - à tradição e à natureza do Sagrado enquanto fenômeno. Neste sentido
é reconhecido através das Escrituras Sagradas, das Tradições Orais Sagradas e dos Mitos.
Tais conteúdos não devem ser abordados isoladamente, pois são referências que se
relacionam intensamente, contribuem para a compreensão do objeto de estudo e orientam a
definição dos conteúdos básicos e específicos de cada série.
Conteúdos básicos para o 6ºano:
Organizações Religiosas
As organizações religiosas compõem os sistemas religiosos de modo
institucionalizado. Serão tratadas como conteúdos, sob a ênfase das principais características,
estrutura e dinâmica social dos sistemas religiosos que expressam as diferentes formas de
compreensão e de relações com o Sagrado. Poderão ser destacados:
• os fundadores e/ou líderes religiosos;
• as estruturas hierárquicas.
Ao tratar dos líderes ou fundadores das religiões, o professor enfatizará as implicações
da relação que eles estabelecem com o Sagrado, quanto a sua visão de mundo, atitudes,
produções escritas, posições político-ideológica, etc.
Exemplos de organizações religiosas podem ser: o budismo (Sidarta Gautama), o
130
cristianismo (Cristo), confucionismo (Confúcio), o espiritismo (Allan Kardec), o taoísmo
(Lao Tsé), etc.
Lugares Sagrados
Lugar é o espaço familiar para o sujeito, é o local onde se dão suas relações diárias.
Constrói-se o entendimento de lugar na relação de afetividade e de identidade onde o
particular e histórico acontecem. O que torna um lugar Sagrado são a identificação e o valor
atribuído a ele, ou seja, onde ocorreram manifestações culturais religiosas. Assim, os Lugares
Sagrados são simbolicamente onde o Sagrado se manifesta. Destacam-se:
• lugares na natureza: rios, lagos, montanhas, grutas, cachoeiras, etc.;
• lugares construídos: templos, cidades sagradas, cemitérios, etc.
No processo pedagógico, professor e aluno podem identificar Lugares Sagrados para
as diferentes tradições religiosas em função de fatos considerados relevantes, tais como morte,
nascimento, pregação, milagre, redenção ou iluminação de um líder religioso, sem deixar de
levar os educando a entender a partir dos lugares que são sagrados no local que vive.
A peregrinação, a reverência, o culto e as principais práticas de expressão religiosa
também consagram porções do espaço e as tornam lugares Sagrados. Os templos, as
sinagogas, as igrejas, as mesquitas, os cemitérios, as catacumbas, as criptas e os mausoléus,
assim como elementos da natureza quando consagrados, constituem igualmente Lugares
Sagrados. Para as culturas indígenas e aborígines, por exemplo, os rios, as montanhas, os
campos, etc. São extensões das divindades e, por essa razão, são Sagrados.
Textos Sagrados orais ou escritos
São ensinamentos Sagrados, transmitidos de forma oral ou escritos pelas diferentes
culturas religiosas, como em cantos, narrativas, poemas, orações, pinturas rupestres,
tatuagens, histórias da origem de cada povo contadas pelos mais velhos, escritas cuneiformes,
hieróglifos egípcios, etc. Entre eles, destacam Ensino Religioso se os textos grafados tal como
o dos Vedas, o Velho e o Novo Testamento, o Torá, o Alcorão e também os textos Sagrados
das tradições orais das culturas africana e indígena.
Símbolos Religiosos
Os Símbolos Religiosos são linguagens que expressam sentidos, comunicam e
exercem papel relevante para a vida imaginativa e para a constituição das diferentes religiões
no mundo. Neste contexto, o símbolo é definido como qualquer coisa que veicule uma
concepção; pode ser uma palavra, um som, um gesto, um ritual, um sonho, uma obra de arte,
131
uma notação matemática, cores, textos e outros que podem ser trabalhados conforme os
seguintes aspectos:
• dos ritos; • dos mitos; • do cotidiano.
Entre os exemplos a serem apontados, estão: a arquitetura religiosa, os mantras, os
paramentos, os objetos, etc.
CONTEÚDOS BÁSICOS DE ENSINO RELIGIOSO PARA O 70 ANO
Temporalidade Sagrada
O que diferencia o tempo Sagrado do tempo profano é a falta de homogeneidade e
continuidade. Enquanto o homem, em sua vida profana, experimenta a passagem do tempo
em que, basicamente, um momento é igual ao outro, na vida religiosa, o homem experimenta
momentos qualitativamente diferentes.
Nos ritos, nas festas, nas orações, o homem experimenta um momento especial que
pode ser sempre recuperado em outra ocasião. Por essa razão, os ritos são,
predominantemente, periódicos. O tempo profano, por sua vez, não pode nunca ser
recuperado, pois é entendido segundo a ideia de uma sucessão de “agoras”. O passado nunca
pode ser, nesse sentido, revivido. Ele dá lugar constantemente ao presente em que se está.
O tempo profano está ligado, essencialmente, à existência humana. Inicia-se com o
nascimento do homem e tem seu fim com a morte. O tempo do divino está, por outro lado,
além da vida simplesmente, animal do homem e, por isso, se caracteriza geralmente pela ideia
de eternidade. Ao homem religioso está sempre aberta a possibilidade de parar a duração
temporal profana e, por meio de ritos e celebrações, entrar em contato com o Sagrado. Essa
ideia de tempo sagrado é justamente no que fundamenta a perspectiva de vida após a morte
que marca, essencialmente, as religiões.
Pode-se trabalhar a Temporalidade Sagrada apresentando nas aulas de Ensino
Religioso o evento da criação nas diversas tradições religiosas, os calendários e seus tempos
Sagrados (nascimento do líder religioso, passagem de ano, datas de rituais, festas, dias da
semana, calendários religiosos). Entre os exemplos podemos citar o Natal (cristão), Kumba
Mela (hinduísmo), Losar (passagem do ano tibetano) e outros.
Festas Religiosas
Festas Religiosas são os eventos organizados pelos diferentes grupos religiosos, com
objetivo da reatualização de um acontecimento primordial: confraternização, rememoração
dos símbolos, períodos ou datas importantes. Entre eles, destacam-se:
• peregrinações; • festas familiares; • festas nos templos; • datas comemorativas.
132
Entre os exemplos a serem apontados, estão: Festa do Dente Sagrado (budista),
Ramadã (islâmica), Kuarup (indígena), Festa de Iemanjá (afro-brasileira), Pessach (judaica),
Natal (cristã), pode-se também apresentar as Festas Religiosas, do município, como a Festa da
Padroeira Nossa Senhora da Salete, que é uma festa cristã da Igreja Católica, Café Colonial
dos Espíritas e de outras religiões.
Ritos
Ritos são celebrações das tradições e manifestações religiosas que possibilitam um
encontro interpessoal. Essas celebrações são formadas por um conjunto de rituais. Podem ser
compreendidas como a recapitulação de um acontecimento sagrado anterior; servem à
memória e à preservação da identidade de diferentes tradições e manifestações religiosas, e
podem remeter a possibilidades futuras decorrentes de transformações contemporâneas.
Os ritos são um dos itens responsáveis pela construção dos espaços sagrados.
Dentre as celebrações dos rituais nem todos possuem a mesma função. Destacam-se:
• os ritos de passagem; • os mortuários; • os propiciatórios, entre outros.
Entre os exemplos a serem apontados, estão: a dança (Xire), o candomblé, o
kiki (kaingang, ritual fúnebre), a via sacra, o festejo indígena de colheita, etc.
Vida e morte
As religiões procuram dar explicações aos seus adeptos para a vida além da morte, as
respostas elaboradas nas diversas tradições e manifestações religiosas e sua relação com o
Sagrado podem ser trabalhadas sob as seguintes interpretações: o sentido da vida nas tradições
e manifestações religiosas; a reencarnação: além da morte, ancestralidade, espíritos dos
antepassados que se tornam presentes, e outras; ressurreição; apresentação da forma como
cada cultura/organização religiosa encara a questão da morte e a maneira como lidam com o
culto aos mortos, finados e dias especiais para tal relação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sendo assim, podemos dizer que o Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual
Rui Barbosa – EFMeP é um documento que expressa a veracidade deste estabelecimento,
contendo uma produção conjunta de uma ação coletiva e de uma gestão democrática e
participativa, onde todos os
envolvidos no processo educacional são responsáveis pelo processo de aquisição do
133
conhecimento formal, assim como, pela formação do indivíduo em sua totalidade, como ser
atuante na sociedade pertencente.
Por fim faz-se necessário enfatizar o comprometimento de todos os envolvidos neste
processo os quais trabalham incessantemente para o sucesso da educação, que é sem dúvida o
alicerce para a construção de um mundo melhor, mais justo, humano e igualitário, onde todos
tenham as mesmas oportunidades, os mesmos direitos e deveres.
REFERÊNCIAS
Diretrizes Curriculares de Ensino Religioso para a educação básica, 2008;
Caderno Pedagógico de Ensino Religioso, 2009;
PPP - Projeto Político Pedagógico;
Consulta on line: http://www.ensinoreligioso.seed.pr.gov.br/
ADORNO, TW. Educação e Emancipação. São Paulo: Paz e Terra, 1995.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei no 9394/96. Brasília. 1996.
EDLER CARVALHO. Rosita. Educação Inclusiva: com os pingos nos is.Porto Alegre:
Mediação, 2004.
FREIRE. Paulo. A Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa.
São Paulo: Paz e Terra, 1996.
MOREIRA, Antonio Flávio Barbosa. Algumas Reflexões Sobre a Escola do Conhecimento.
2003 ( texto produzido pela SEED).
SAVIANI, Demerval. Pedagogia Histórico-crítica. 3a ed. São Paulo: Cortez: Autores
Associados, 1992.
VAZQUEZ. Adolfo Sánchez.Civilização Brasileira, Ètica. 23a ed. Rio de Janeiro: 2002.
DCEs, Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do
Paraná- Educação do Campo - 2006
GÊNERO E DIVERSIDADE NA ESCOLA: Formação de Professoras/es em Gênero,
Orientação Sexual e Relações Étnico-Raciais. Livro de Conteúdo. Versão 2009 – Rio de
Janeiro: CEPESC; Brasília: SPM, 2009.
134
COLÉGIO ESTADUAL RUI BARBOSA
ENSINO FUNDADAMENTAL, MÉDIO E PROFISSIONALIZANTE
PROSPOSTA CURRICULAR GEOGRAFIA
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
NOVA LARANJEIRAS, FEVEREIRO DE 2012
135
APRESENTAÇÃO
Contextualizando a Geografia como a ciência que tem como pressupostos, dentre
outros, a análise, organização, planejamento e gestão do espaço (CORRÊA, 2003), remete-se,
portanto a importância do professor e do aluno conhecerem e reconhecerem a realidade do
local ao qual estão inseridos.
A ciência Geográfica, dentre outros pressupostos, estuda as relações e transformações do
homem em seu meio, sendo assim o espaço o resultado histórico e técnico dessas alterações, e
suas discussões acerca do pensamento geográfico evoluem a partir das mudanças nas suas
concepções.
Apesar de o homem desde seus primórdios alterar o seu ambiente, a Geografia só
começa a tomar corpo como ciência a partir do século XV, período que se iniciam as grandes
navegações. Dessa maneira, a Geografia era somente descritiva, onde as potências Ibéricas do
período, financiavam viagens marítimas, e descobertas, terras, rotas, povos, entre outros era
relatado. Nesse período a ciência Geográfica teve grandes contribuições, entre elas podemos
citar de Humboltd, Hettner, Ratzel, La Blache, entre outros, foram de grande importância para
a Geografia que hoje conhecemos como Tradicional (MORAES, 2008).
Enquanto na Europa principalmente na Alemanha e França a Ciência geográfica já
estava sistematizada desde o Séc. XIX, no Brasil só iria ser consolidada em 1930. Nesse
contexto as pesquisas relacionadas à área da Geografia eram desenvolvidas buscando
compreender e descrever o ambiente físico- nacional objetivando os interesses do Estado.
Essa forma de abordagem perpetuou por boa parte do século XX, caracterizando-se na escola
pelo caráter decorativo/enciclopedista, voltada pela descrição do espaço, na formação e
fortalecimento do nacionalismo, essa corrente Teórica e Metodológica é conhecida como
Geografia Tradicional.
No entanto as mudanças no campo econômico, político, social e cultural associado ao
modo de produção após a 2ª Guerra Mundial exigiu-se uma nova postura do pensamento
geográfico. As discussões que se sobressai nessa época centraram-se em torno da Geografia
Crítica, voltada para o método do materialismo dialético histórico. A Geografia Crítica como
linha teórica metodológica, deu novas interpretações aos conceitos geográficos e ao objeto de
estudo da Geografia.
No Paraná a Geografia Crítica sofreu avanços e retrocessos, somente como política
educacional desenvolvida a partir de 2003, que enfatiza a importância do professor pensador e
pesquisador da sua disciplina, que podemos voltar os estudos relacionando o objeto de estudo
136
da disciplina e os conteúdos a serem trabalhados.
Desta forma, entende-se que estudar a Geografia é antes de tudo entender que ela faz
parte do nosso cotidiano, contudo para essa compreensão, faz-se necessário problematizar os
conteúdos visando a abrangência destes, e assim, possibilitar a compreensão do objeto de
estudo da Geografia; o espaço geográfico, sendo nosso intuito despertar o interesse do aluno
quanto a sua análise, compreendendo de maneira reflexiva e racional.
O espaço geográfico é entendido como um local apropriado pela sociedade, composto
por objetos (naturais, culturais e técnicos) e ações (relações sociais, culturais, políticas e
econômicas) inter-relacionados (SANTOS, 1996), sendo um conjunto indissociável de
sistemas e objetos que responde a condições sociais e técnicas presentes num dado momento
histórico (SANTOS, 2008). Sendo assim, o espaço Geográfico é um produto da apropriação,
transformação e tecnificação do meio vivido, no decorrer de seu processo histórico.
Portanto, a construção histórica do espaço está intrinsecamente ligada a Geografia,
sendo extremamente importante conhecermos o passado para entendermos nosso presente,
pois, conforme Lefébvre, apud Corrêa (2003), o espaço nada mais é que o local da reprodução
das relações sociais de produção. Nessa perspectiva o estudo da Geografia deve contribuir
para leitura da realidade espacial, voltada para produção e transformação do espaço. Para que
isso aconteça o professor de Geografia deverá ter domínio dos conceitos relacionados à
Geografia, tais como, paisagem, lugar, território, região, escala, globalização, entre outros,
bem como, relacioná-los sempre a partir da realidade do educando, possibilitando que esse
analise o seu local de maneira racional e crítica para posteriormente fazer uma análise mais
correta do global.
Oliveira (1989, p.142) ressalta que é necessário: “compreender o espaço produzido
pela sociedade em que vivemos hoje, suas desigualdades e contradições, as relações de
produção que nela se desenvolvem e a apropriação que essa sociedade faz da natureza”. Para
a compreensão espacial é importante destacar e entender, dentre outros, os conceitos básicos
da ciência Geográfica: sociedade, natureza, território, região, paisagem e lugar. Sendo
imprescindível a interpretação destes conceitos, uma vez que, o espaço geográfico não pode
ser entendido sem uma relação com os agentes que envolve os mesmos.
Assumindo uma concepção crítica para o ensino da Geografia apontamos os conteúdos
estruturantes da Geografia: A dimensão econômica, a dinâmica cultural e demográfica, a
questão socioambiental e política, procurando visar um estudo capaz de fornecer aos alunos
conhecimentos específicos de Geografia, com os quais esses lhes serviam como base para
uma análise crítica das relações sócioespaciais, nas diversas escalas geográficas, do local ao
137
global, esse pensamento se faz presente nas Diretrizes Curriculares (2009), visto que os
conceitos estruturantes são os saberes relacionados a campos de estudos de uma ciência,
considerados fundamentais para compreensão do seu objeto no ambiente da Educação Básica.
É importante salientar que os conteúdos estruturantes se interrelacionam e reúnem em seus
conteúdos básicos e específicos, os grandes conceitos geográficos, o que contribui para a
compreensão do espaço geográfico.
Assim a Geografia na Educação Básica, principalmente nos anos finais do Ensino
Fundamental e durante todo o Ensino Médio, deve contribuir no desenvolvimento do modo de
pensar e construir, trabalhando com intuito desenvolver no discente sua capacidade de fazer a
leitura espacial da realidade em que vive. A Geografia possibilitará ao aluno a compreensão
desse espaço, uma vez que ele faz parte do mesmo. Nesse sentido, adquirindo o saber
geográfico, esse será capaz de entender e explicar as relações, enfocando as dinâmicas, as
transformações e compreendendo os processos sociais, físicos e biológicos que abrangem os
modos de produzir, de existir e de perceber o ambiente e a sociedade.
Nesse sentido, visando uma melhor aprendizagem por parte dos alunos os conteúdos
serão divididos em trimestres, os quais seguem abaixo.
6 ANO
1. DIMENSÃO SOCIOAMBIENTAL.
2. DIMENSÃO ECONÔMICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO.
3. DIMENSÃO CULTURAL E DEMOGRÁFICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO.
4. DIMENSÃO POLÍTICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO.
138
CONTEÚDOS BÁSICOS
Formação e transformação das paisagens naturais e culturais.
Dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e
produção.
A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais.
A distribuição espacial das atividades produtivas e a (re)organização do espaço geográfico.
As relações entre campo e a cidade na sociedade capitalista.
A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores estatísticos da
população.
A mobilidade populacional e as manifestações socioespaciais da diversidade cultural.
As diversas regionalizações do espaço geográfico.
7 ANO
1. DIMENSÃO SOCIOAMBIENTAL.
2. DIMENSÃO ECONÔMICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO.
3. DIMENSÃO CULTURAL E DEMOGRÁFICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO.
4. DIMENSÃO POLÍTICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO.
Conteúdos Básicos
A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração do território brasileiro.
A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e
produção.
As diversas regionalizações do espaço brasileiro.
As manifestações socioespaciais da diversidade cultural.
A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores estatísticos da
população.
Movimentos migratórios e suas motivações.
O espaço rural e a modernização da agricultura.
A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a urbanização.
A distribuição espacial das atividades produtivas, a (re)organização do espaço geográfico.
139
A circulação de mão-de- obra, das mercadorias e das informações.
8º ANO
1. DIMENSÃO SOCIOAMBIENTAL.
2. DIMENSÃO ECONÔMICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO.
3. DIMENSÃO CULTURAL E DEMOGRÁFICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO.
4. DIMENSÃO POLÍTICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO.
CONTEÚDOS BÁSICOS
Diversas regionalizações do espaço geográfico.
A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios do continente
americano.
A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado.
O comércio em suas implicações socioespaciais.
A circulação da mão-de-obra, do capital, das mercadorias e das informações.
A distribuição espacial das atividades produtivas, a (re)organização do espaço geográfico.
As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista.
O espaço rural e a modernização da agricultura.
A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores estatísticos da
população.
Os movimentos migratórios e suas motivações.
As manifestações sociespaciais da diversidade cultural.
Formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais
9 ANO
1. DIMENSÃO SOCIOAMBIENTAL.
140
2. DIMENSÃO ECONÔMICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO.
3. DIMENSÃO CULTURAL E DEMOGRÁFICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO.
4. DIMENSÃO POLÍTICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO.
Conteúdos Básicos
As diversas regionalizações do espaço geográfico.
A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado.
A revolução tecnico-científico-informacional e os novos arranjos no espaço da produção.
O comércio mundial e as implicações socioespaciais.
A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios.
A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores estatísticos da
população.
As manifestações socioespaciais da diversidade cultural.
Os movimentos migratórios mundiais e suas motivações.
A distribuição das atividades produtivas, a transformação da paisagem e a (re)organização do
espaço geográfico.
A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e
produção.
O espaço em rede: produção, transporte e comunicações na atual configuração territorial.
CONTEÚDOS BÁSICOS E ESTRUTURANTES PARA O ENSINO MÉDIO
1º ANO
1. DIMENSÃO SOCIOAMBIENTAL.
2. DIMENSÃO ECONÔMICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO.
3. DIMENSÃO CULTURAL E DEMOGRÁFICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO.
4. DIMENSÃO POLÍTICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO.
Conteúdos Básicos
A formação e transformação das paisagens.
A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e
produção.
A distribuição espacial das atividades produtivas e a (re)organização do espaço geográfico.
A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais.
141
A revolução técnico-científica-informacional e os novos arranjos no espaço da produção.
O espaço rural e a modernização da agricultura.
O espaço em rede: produção, transporte e comunicação na atual configuração territorial.
A circulação de mão-de-obra, do capital, das mercadorias e das informações.
Formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios.
As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista.
A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a urbanização
recente.
A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores estatísticos da
população.
Os movimentos migratórios e suas motivações.
As manifestações socioespaciais da diversidade cultural.
O comércio e as implicações socioespaciais.
As diversas regionalizações do espaço geográfico.
As implicações socioespaciais do processo de mundialização.
A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado.
METODOLOGIA
Entendemos que a melhor metodologia é aquela que contribui para a nossa prática
pedagógica, que estabelece o diálogo entre aluno/professor e o conhecimento vivido pelos
discentes nos mais diversos ambientes em suas relações sociais. Essa possibilita compreender
o conteúdo – conhecimento científico e que problematiza a situação, estimulando o aluno a
reflexão racional. Diante desse concepção realizaremos uma metodologia crítica e dinâmica,
interligando teoria, prática e realidade, entendendo que ambas não podem ser trabalhadas de
forma isoladas. Desta forma é imprescindível que a Geografia contemple um estudo que vise
abordar a totalidade dos conceitos fazendo uma interrelação entre os conteúdos estruturantes e
os conhecimentos específicos.
Nesse contexto, visando uma melhor aplicabilidade metodológica, utilizaremos
diferentes materiais didáticos, incluindo livros, textos, jornais, mapas, maquetes, fotos,
músicas, entrevistas e recursos audiovisuais. Também utilizaremos como recursos
tecnológicos a TV multimídia, Data-Show e a sala de ambiente de informática, entre outros
que auxilie a compreensão das temáticas abordadas. Tudo isso para construirmos uma aula de
maneira interativa, aliando o ensino sistematizado da disciplina ao contexto tecnológico que
142
vivemos.
Além dos trabalhados em sala de aula e dentro do espaço físico da escola, poderemos
realizar, quando possível, aulas de campo, que ajudarão o aluno a fazer as relações entre
teoria, prática e a realidade. Também estaremos aproveitando a localização da escola para
realizar alguns trabalhos voltados para a realidade do discente e que contemple seus
conhecimentos vivenciados no dia-a-dia.
Em nosso trabalho docente serão desenvolvidos diferentes trabalhos acerca dos
conteúdos sobre a história, Afro-Brasileira Indígena, educação do campo, sexualidade,
drogadição ética, violência, dando enfoque ao direito das crianças e adolescentes segundo a
lei nº 11525/07.
Na apropriação do espaço e formação da cultura brasileira, tentará desmistificar idéias,
concepções, conceitos pré julgados dos povos indígenas, contribuindo desta forma no
entendimento do o processo de formação territorial do Paraná e do Brasil.
Neste processo, o professor no papel de mediador do ensino-aprendizagem deve
utilizar as mais variadas metodologias possíveis tais como: observação e análise do espaço
geográfico, estimular a análise de pesquisa desse espaço, análise de documentos, fotos,
desenhos, gravuras, figuras, cartões postais, charges, imagens de satélites, mapas, filmes,
problematização e soluções de fenômenos sociais, políticos, econômicos e naturais que
ocorrem no espaço geográfico. Ainda como recursos a serem utilizados podemos citar a:
exploração de poesias e músicas, interpretação de textos, notícias de jornal, TV, revistas,
gráficos, tabelas, produção de textos individuais e coletivos, aulas de campo, entre outras, que
possibilitem uma melhor aprendizagem dos educandos.
Assim, em nosso trabalho docente buscaremos aulas que estimulem os alunos a buscar,
pesquisar, encontrar soluções e formular novos problemas, e, acima de tudo, valorizar as
diversidades existentes em nosso ambiente escolar e social.
AVALIAÇÃO
A partir dos encaminhamentos metodológicos desenvolvidos pelo professor, a
avaliação deverá ser contínua, para perceber os avanços e dificuldades dos alunos no processo
de apropriação do conhecimento. Para que isso aconteça, o professor deve acompanhar a
realização das atividades desenvolvidas pelos alunos e também observar o avanço
estabelecido pelos mesmos entre o conhecimento obtido na escola e o conhecimento
cotidiano, possibilitando para que o aluno, assim construa seu próprio conhecimento, um
143
conhecimento relacionado com seu dia-a-dia (conhecimento empirico) e com o conhecimento
escolar (conhecimento cientifico), com a junção destes dois conhecimentos o aluno fica apto a
desenvolver seu próprio conhecimento (conhecimento cognitivo); assim se faz necessário
aprendendo como se dá a contextualização na prática, envolvendo a realidade do aluno.
A avaliação no ensino de Geografia é num processo contínuo e cumulativo, utilizando-
se de vários meios como: pesquisas de campo, trabalhos individuais e coletivos, seminários,
filmes, documentários, fotografias, mapas, cartazes, painéis, croquis, produções de textos,
músicas, coletânea de reportagens, projetos, visitas e Internet, trabalhos com mapas, vídeo,
provas e pela própria participação do aluno em sala de aula.
Dessa maneira, o professor percebe se o aluno apropriou-se dos conhecimentos para
compreender a dinâmica em que interagem os fatores naturais, sociais, econômicos e políticos
no cotidiano de cada um.
Para os alunos com necessidades educacionais especiais, os trabalhos, provas e outros,
são diferenciados e elaborados segundo a necessidade de cada um.
Avaliar é analisar a prática pedagógica de todos os evolvidos, com objetivo de corrigir
rumos e repensar situações para que o ensino e aprendizagem ocorram de maneira
significativa (SEED, 2009). Nossa avaliação buscará acompanhar e desenvolver
integralmente os movimento de aprendizagem do aluno, voltada a apreensão conceitual e
desenvolvimento da capacidade de pensar, explicar, escrever, criticar e transformar, acerca do
conteúdo desenvolvido dentro e fora de sala de aula, além daqueles de vivência e
sistematização ao longo dos anos pelos discentes.
A avaliação será somativa, continuada e crítica, não punitiva, contemplando critérios e
práticas, tais como leitura e interpretação de textos, exercícios avaliativos podendo ser
cumulativos no decorrer do trimestre, leitura e construção de diferentes tipos de mapas,
trabalhos intra e extra classe, relatórios de campo, aula ou imagens, seminários, provas
dissertativas e objetivas, entre outros, sendo somativa, totalizando-se no mínimo em três
avaliações, distribuídas em três pontos de trabalhos intra e extra classe e sete em avaliações
intra classe. As recuperações ocorrerão de maneira paralela, concomitante, ao processo de
ensino aprendizagem de, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos, de
acordo com os conteúdos trabalhados no decorrer do trimestre, essas avaliações ocorrerão
quando os alunos não virem atingir a média necessária, ou mesmo quando não obterem a nota
máxima. Cabe esclarecer que após a cada avaliação ocorrerá uma nova aula, de recapitulação
de conteúdos trabalhados anteriormente a primeira avaliação, para em seguida ocorrer a
avaliação de recuperação de conteúdos, permanecendo sempre a maior nota entre essas duas,
144
por meio dessas três avaliações, cujas notas serão somadas a cada trimestre, assim, o discente
obterá a sua média (CERB, 2010). Esses diferentes critérios foram escolhidos em virtude de
contemplar as diferentes formas de se comunicar dos alunos, buscando atender as
diversidades presentes em nossa sala de aula.
Para uma melhor apreensão desses critérios, os discentes serão esclarecidos quanto ao
tipo de avaliação desenvolvida em cada aula e em cada trimestre, para que esses possam ter
maior clareza, quanto aos conteúdos avaliados e juntos, professor e aluno possam ter uma
melhor interação, visando sempre um melhor aprendizado de ambas as partes. A avaliação
tem como meta final a interação do educador e do aluno voltada para a reflexão crítica,
racional, política e social, de seu ambiente de vivência, para que, dentro de um
encaminhamento decisório, possa atuar de maneira consciente, sendo participativo, tendo
em vista o social e a democracia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Lúcia Marina Alves de.; RIGOLIN, Técio Barbosa. Geografia Geral e do Brasil:
Ensino Médio. São Paulo, 2009.
CORRÊA, R, L. O Espaço Urbano. São Paulo: Ática, 2003.
____________ Espaço, um conceito-chave da Geografia. In: CASTRO, Iná Elias.; GOMES,
Paulo César da Costa.; CORRÊA, Roberto Lobato. (org) Geografia: Conceitos e Temas. Rio
de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. p. 15-47.
Colégio Estadual Rui Barbosa - CERB. Regimento Escolar. Nova Laranjeiras. 2010.
GAMA, Else Marilia Silva Ferreira.; CASTRO, Sílvia Regina Barbosa de. Coleção Elos,
Geografia: Ensino Fundamental. São Paulo: IBEP, 2006.
MORAES, Antõnio Carlos Robert. Geografia: pequena história crítica. São Paulo: Ed.
Hucitec, 2008.
145
OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino. Situação e tendências da Geografia. IN: ____________.
(Org.). Para onde vai o ensino da Geografia? São Paulo: Contexto, 1989. P. 24-29.
SANTOS, M. Por uma Geografia nova. São Paulo: Hucitec, 1996.
___________. A Natureza do Espaço: Técnica e Tempo, Razão e Emoção. São Paulo: USP,
2008. P. 17-128; 143-168.
PARANÁ. Secretaria do Estado da Educação-SEED. Superintendência de Educação.
Departamento de educação básica. Diretrizes Curriculares de geografia. Curitiba: SEED,
2009.
______. Secretaria do Estado da Educação. Eu acompanho a avaliação de meu filho. E
você? Curitiba: SEED - Diretoria de Políticas e Programas Educacionais (DPPE), 2009.
Universidade Estadual do Centro Oeste. Programa de Avaliação Continuada - PAC.
Guarapuava: UNICENTRO, 2009.
146
COLÉGIO ESTADUAL RUI BARBOSA, ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO E
PROFISSIONAL.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR
DE HISTÓRIA
FUNDAMENTAL E MÉDIO
NOVA LARANJEIRAS - 2012
147
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A disciplina de História têm como objetivo trabalhar passado e o presente, dentro de
uma perspectiva interdisciplinar, destacando os fatos, tabelas, épocas, siglas e os
acontecimentos ocorridos desde o princípio da humanidade, até os dias atuais.
A História está sempre em construção, fazendo com que o indivíduo se reconheça
como sujeito ativo no processo, que analisa, compreenda o passado, para se posicionar em
outro quadro social, cultural e familiar, sabendo que é um cidadão e que lhe cabe direitos e
deveres a si e a seus semelhantes.
A articulação entre as dimensões temporais se expressa nas relações de temporalidade,
tais como: processos, mudanças, rupturas, permanências, simultaneidades, transformações,
descontinuidades, deslocamentos e recorrências. Essas periodizações podem ser investigadas
pelas correntes historiográficas, cujas referências, nestas Diretrizes consideram
temporalidades e periodizações próprias.
Cada um se nós é uma peça fundamental da História. Somos nós mesmos que a
construímos. Sua essência, sua filosofia, são análises, à busca e a compreensão dos fatos.
A História favorece a formação de cidadãos críticos, que assumam formas de
participação social, política, econômica, religiosa e cultural, diante da realidade atual,
aprendendo a discernir os limites e as possibilidades de transformação da realidade histórica
na qual se insere.
É necessário pensarmos a História enquanto conhecimento ampliado, tanto pelos
historiadores com seus estudos teóricos (fontes de documentos), como pela aproximação com
as demais áreas de ensino.
Define-se assim, a importância do conhecimento histórico, como elemento
fundamental para compreensão social. É por isso que a História desempenha papel relevante
na formação da cidadania, possibilitando uma visão reflexiva sobre a pessoa enquanto
indivíduo e também elemento de um grupo.
A autonomia da escola, vem retomar o sistema no qual se interligam as práticas
pedagógicas. Somente nesse momento conseguiremos formar jovens que respeitem e
compreendam a importância desses períodos históricos nas diferentes épocas da sociedade.
A crítica que temos em relação ao presente, devemos tê-la quanto ao passado. A
construção de uma relação crítica com o presente, a realidade do aluno com seu conhecimento
prévio, pressupõe o ponto de partida, para a necessidade da construção de uma sociedade mais
justa e fraterna.
148
OBJETIVOS GERAIS
6. Formar cidadãos com capacidade de distinguir seus direitos e deveres.
7. Trocar experiências, gerando novos conhecimentos.
8. Conhecer-se a si mesmo e respeitar as diversas culturas.
9. Estender as diferentes épocas, de acordo com sua divisão histórica.
10. Inserir a escola no mundo atual, através das novas tecnologias.
11. Desenvolver projetos interdisciplinares.
12. Respeitar e compreender a importância de fontes históricas.
13. Distinguir culturas e inserí-las no contexto atual, englobando tradições e
conhecimentos.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E BÁSICOS DO ENSINO FUNDAMENTAL
6ª ANO:
Conteúdos Estruturantes:
Relações de Poder.
Relações de Trabalho.
Relações de Cultura.
Conteúdos Básicos:
A experiência humana no tempo.
Os sujeitos e sua relação com o outro no tempo.
As culturas sociais e a cultura comum.
- Analisar a História em vários ângulos e diferentes fontes históricas, a formação da
sociedade, destacando a importância da convivência em grupos e formas de poder.
Conteúdos Específicos:
1- Introdução ao estudo da História.
2- Como estudar História.
3- Origem do ser humano.
4- Os primeiros povoadores da terra.
149
5- A pré-história brasileira.
6- Mesopotâmia
7- Egito.
8- Hebreus, Fenícios e Persas.
9- Gregos: democracia e cultura.
10- Romanos.
11- China.
12- Roma Antiga: A Crise de Roma e o Império Bizantino.
13- Desafios Educacionais Contemporâneos.
7º ANO:
Conteúdos Estruturantes:
Relações de Trabalho.
Relações de Poder.
Relações de Cultura.
Conteúdos Básicos:
As relações de propriedades.
A constituição histórica do mundo do campo e o mundo da cidade.
Conflitos, resistências e produção cultural campo/cidade.
As relações entre campo e cidade.
Conteúdos Específicos:
1- Os Francos.
2- O Feudalismo
3- Os Árabes e o Islamismo
4- A África Negra antes dos Europeus: o Império de Mali e o Reino do Congo
5- China Medieval
6- Mudanças no Feudalismo
7- Fortalecimento dos Reis
8- Renascimento e Humanismo
9- Reforma e Contrarreforma
10- As Grandes Navegações
11- Astecas, Maias e Incas
150
12- Colonização Espanhola na América
13- Colonização Portuguesa: Administração
14- Economia e Sociedade Colonial
15- Desafios Educacionais Contemporâneos
8º ANO:
Conteúdos Estruturantes:
Relações de Trabalho.
Relações de Poder.
Relações de Cultura.
Conteúdos Básicos:
História das relações da humanidade com o trabalho.
O trabalho e a vida em sociedade.
O mundo do trabalho.
O trabalho e as contradições da modernidade.
As resistências e as conquistas de direito.
Conteúdos Específicos:
1- Africanos no Brasil: dominação e resistência
2- A marcha da colonização
3- A sociedade mineradora
4- A Revolução Inglesa
5- A Revolução Industrial
6- O Iluminismo
7- A formação dos Estados Unidos
8- A Revolução Francesa
9- A Era Napoleônica
10- Independências: Haiti e América.
11- A Emancipação Política do Brasil
12- O Reinado de D. Pedro I: uma cidadania limitada
13- Regências: a unidade ameaçada
14- O Reinado de D. Pedro II: modernização e imigração.
15- Abolição e República
151
16- Os Estados Unidos no Séc. XIX
17- Desafios Educacionais Contemporâneos.
9º ANO:
Conteúdos Estruturantes:
Relações de Trabalho.
Relações de Poder.
Relações de Cultura.
Conteúdos Básicos:
− A formação das instituições sociais.
− A formação do Estado.
− Guerras e revoluções.
Conteúdos Específicos:
1- A Industrialização e o Imperialismo
2- A Revolução Russa
3- República Velha: dominação
4- República Velha: resistência
5- A Grande Depressão: o Fascismo e o Nazismo
6- A Segunda Guerra Mundial
7- O primeiro governo Vargas
8- A Guerra Fria
9- Independências: África e Ásia
10- O Socialismo Real: China, Vietnã e Cuba
11- Guerra e Paz no Oriente Médio
12- Eurico Gaspar Dutra e Getúlio Vargas: redemocratização limitada
13- De Juscelino a Jango: crescimento econômico e populismo
14- Regime Militar: de Castelo Branco a Médici
15- O fim da URSS e a democratização do Leste Europeu
16- Brasil contemporâneo: de Collor a Lula
17- Desafios Educacionais Contemporâneos
152
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA O ENSINO MÉDIO
1º ANO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:
- Relações de trabalho
- Relações de poder
- Relações culturais
CONTEÚDOS BÁSICOS
- Trabalho escravo, servil, assalariado e livre.
- Urbanização e Industrialização.
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
- Fundamentos da História.
- A Pré-História.
- As Civilizações do Oriente Próximo.
- A Grécia Antiga.
- Roma Antiga.
- Reinos Bárbaros e Império Bizantino.
- A Civilização Islâmica.
- Idade Média: Feudalismo e Cruzadas.
- Idade Média: comércio, cidades e Estados.
- Renascimento Cultural: Itália – pólo da Renascença.
- Reforma e Contrarreforma.
- Desafios Educacionais Contemporâneos.
153
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA O ENSINO MÉDIO
2º ANO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
- Relações de trabalho
- Relações de poder
- Relações culturais
CONTEÚDOS BÁSICOS
- O Estado e as Relações de Poder.
- Os sujeitos, as revoltas e as guerras.
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
- A Europa Absolutista.
- Expansão Marítima e Mercantilismo.
- Colonização Portuguesa no Brasil: administração e economia.
- Cultura e sociedade no Brasil Colonial.
- A Colonização espanhola e inglesa na América.
- As revoluções na Inglaterra: Puritana, Gloriosa e Industrial.
- As Luzes da Razão.
- Formação e Expansão dos Estados Unidos.
- A Revolução Francesa e o Império Napoleônico.
- A Independência da América Latina.
- Revoltas e rebeliões coloniais.
- A Construção do Estado do Brasil.
- Período Regencial.
- Desafios Educacionais Contemporâneos.
154
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA O ENSINO MÉDIO
3º ANO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
- Relações de trabalho
- Relações de poder
- Relações culturais
CONTEÚDOS BÁSICOS
- Movimentos sociais, políticos e culturais.
- As guerras e revoluções.
- Cultura e religiosidade.
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
- Industrialização e Socialismo.
- Revoluções Liberais e Nacionalistas na Europa.
- Imperialismo e Neocolonialismo.
- O Segundo Reinado.
- A República Velha.
- Movimentos Sociais e Revolução de 1930.
- A Primeira Guerra Mundial e a Revolução de 1930.
- A Crise do Estado Liberal.
- A Segunda Guerra Mundial.
- O Brasil e a Era Vargas.
- O Mundo da Guerra Fria.
- Brasil: República Populista.
- A descolonização afro-asiática.
155
- Os militares no poder.
- Um panorama da globalização: a nova ordem mundial.
- Desafios Educacionais Contemporâneos.
FUNDAMENTOS METODOLÓGICOS DA DISCIPLINA
A metodologia do ensino de História, no Ensino Fundamental, baseia-se nas Diretrizes
Curriculares, a qual propõe que os conteúdos temáticos priorizem as histórias locais e do
Brasil, ao estabelecer relações e comparações com a história mundial. Para o Ensino Médio, a
proposta é um ensino por temas históricos, ou seja, os conteúdos (básicos e específicos) terão
como finalidade a discussão e a busca de solução para um tema/problema previamentre
proposto.
O trabalho pedagógico com os conteúdos estruturantes, básicos e específicos têm
como finalidade a formação do pensamento histórico dos estudantes em sala de aula, nas
pesquisas escolares, utilizando os métodos de investigação histórica por meio de narrativas
históricas desses sujeitos. Dessa forma os alunos irão perceber que a história está narrada em
diferentes fontes: livros, cinema, canções, palestras, relatos de memória, etc.
O trabalho pedagógico com os conteúdos históricos devem ser fundamentado em
vários autores e suas respectivas interpretações. Assim, espera-se que os alunos, ao concluir a
educação básica, entenda que não existe uma única verdade histórica, e sim, que as verdades
são produzidas a partir de evidências que organizam diferentes problematizações
fundamentadas em fontes diversas, promovendo a consciência da necessidade de uma
contextualização social, política e cultural em cada momento histórico.
O ensino da História leva o aluno à construção do conhecimento histórico por meio de
pesquisa das fontes históricas, fundamentando e problematizando o conteúdo de forma
estruturada através de narrativas históricas produzidas pelos sujeitos. Isso leva a desenvolver
no aluno a sua “autonomia intelectual de forma a realizar análises críticas da sociedade por
meio da consciência histórica”. ( BITTENCOURT, 2004)
O trabalho com fontes históricas leva o aluno a compreender: os limites do livro
didático, as diferentes interpretações de um mesmo acontecimento histórico, a necessidade de
ampliar o universo de seus conhecimentos e que o conhecimento histórico é uma explicação
sobre os acontecimentos do passado.
O trabalho com o livro didático permite ao professor abordar aos alunos os assuntos de
diversas formas: leituras, destaque de ideias principais e secundárias em cada parágrafo,
análise de imagens e ilustrações, mapas, gráficos, relacionar ideias do texto com as imagens e
156
explicá-las e produzir seus textos baseados nas leituras e conhecimentos históricos obtidos.
A biblioteca é também um espaço fundamental para pesquisas, tornando essencial a
orientação do professor sobre o acervo bibliográfico a ser consultado, vindo a ensinar os
alunos a ter hábito de pesquisa e conservação dos livros.
O professor ainda poderá permitir aos alunos o estudo das histórias locais, o qual
enriquece a relação de conteúdos a serem abordados e promove a busca de produções
historiográficas diversas. Sendo assim, o professor poderá abordar sobre: a dimensão local na
construção do conhecimento do passado; a relação entre os fatos de dimensão local e os de
dimensão nacional, continental e mundial; o estudo e a compreensão das histórias locais de
outros povos como os indígenas, os latino-americanos, os africanos eos povos do Oriente; a
função e o valor das instituições incumbidas da conservação do patrimônio e do estudo do
passado (museus, etc.); a utilização e divulgação pública das narrativas históricas locais.
É importante, ao educador, problematizar o conteúdo abordado, de forma que “ensinar
História é construir um diálogo entre o presente e o passado não reproduzindo conhecimentos
neutros e acabados” ( CAINELLI & SCHMIDT, 2004, p. 52 ). Sendo assim, o professor deve
considerar as ideias históricas dos estudantes marcadas pelas suas experiências de vida, seus
meios de comunicação, as concepções históricas da comunidade a qual pertence no que se
refere às ideias de adesão ou críticas.
Interessante levar o aluno a compreender a divisão da História, considerando a
História Antiga, Medieval, Moderna e Contemporânea. O mesmo vale para a classificação
periódica em Brasil-Colônia, Império e República destacando as suas mudanças e
permanências nos hábitos, costumes, regimes políticos e sistemas econômicos das sociedades
estudadas.
O educador deve ainda oferecer procedimentos de pesquisas variadas, individual e em
equipe, local e a distância (internet), promovendo intercâmbio com outros alunos e
professores, possibilitando novas experiências e conhecimentos.
Além dos conteúdos já abordados, o professor dará ênfase aos desafios
contemporâneos:
6. Prevenção ao uso indevido de drogas.
7. Sexualidade Humana.
8. Educação do Campo.
9. Educação Fiscal.
10. Enfrentamento à Violência contra a Criança e o Adolescente.
11. Educação Ambiental.
157
O professor ainda deverá trabalhar as leis que regem o trabalho com os desafios
contemporâneos.
12. Educação Ambiental (Lei Federal nº 9795/1999) (Decreto nº 4201/2002)
13. História do Paraná (Lei 13. 381/2001)
14. História e Cultura Afro-brasileira, Africana e Indígena (Lei 11.645/2008)
15. Música (Lei nº 11.645/2008)
16. Direito da Criança e do Adolescente (Lei Federal nº 11.525/2007)
17. Educação Tributária (Decreto nº 1143/1999) (Portaria nº 413/2002)
Nesse trabalho com os desafios contemporâneos, será privilegiada a participação do
aluno com suas vivências e interesses, buscando sempre levantar questões relevantes ao nosso
cotidiano, priorizando discussões trazidas por esses temas no âmbito escolar por meio de
pesquisa, diálogo e produção, por meio do auxílio dos recursos audiovisuais, como: TV
Pendrive, vídeo, rádio, retroprojetor, DVD, data show, etc.
É preciso oportunizar, no ensino da História, espaço, para que o aluno através da
oralidade, leitura e escrita, se manifeste e interaja com os textos, valorizando os saberes
trazidos por ele e emita opiniões próprias, assumindo-se como sujeito transformador na
sociedade onde vive.
AVALIAÇÃO
Nesta Proposta Curricular propõe-se reflexões sobre a avaliação no ensino da História,
objetiva-se favorecer a busca de coerência entre a concepção de História defendida e as
práticas avaliativas que integram o processo de ensino e de aprendizagem. A avaliação deve
estar a serviço da aprendizagem de todos os alunos, permeando o conjunto das ações
pedagógicas.
Segundo (Luckesi, 2002, p.81) “a avaliação deve ser assumida como um instrumento
de compreensão do estágio de aprendizagem em que se encontra o aluno, tendo em vista
tomar decisões suficientes e satisfatórias para que possa avançar no seu processo de
aprendizagem”.
Na concepção de ensino e de aprendizagem destas Diretrizes Curriculares,
compartilha-se a ideia de Luckesi a respeito da avaliação diagnóstica.
A fim de que as decisões tomadas na avaliação diagnóstica sejam implementadas na
continuidade do processo pedagógico, faz-se necessário o diálogo acerca de questões relativas
aos critérios e à função da avaliação, seja de forma individual ou coletiva. Assim, o
aprendizado e a avaliação serão compreendidos como fenômeno compartilhado, contínuo,
158
processual e diversificado, o que propicia uma análise crítica das práticas que podem ser
retomadas e reorganizadas pelo professor e pelos alunos.
Constantemente, a avaliação será retomada permitindo aos alunos situá-lo como parte
de um coletivo, em que a responsabilidade pelo e com o grupo seja assumida com vistas à
aprendizagem de todos.
Serão proposta maior participação dos alunos no processo avaliativo, valorizando o
papel do professor, ampliando o significado das práticas avaliativas para todos os envolvidos,
cabendo ao professor planejar situações diferenciadas de avaliação.
Ao considerar os conteúdos de História efetivamente tratados em aula, essenciais para
o desenvolvimento da consciência histórica, é necessário ter clareza que avaliar é sempre um
ato de valor. Nas avaliações serão considerados alguns pressupostos, tais como finalidades,
objetivos, critérios e instrumentos, podendo, com isso, permitir rever o que precisa ser
melhorado ou o que já foi apreendido.
Serão utilizadas várias formas avaliativas, tais como:
• Avaliação diagnóstica – permitirá ao professor identificar o desenvolvimento da
aprendizagem dos alunos para pensar em atividades didáticas que possibilitem a compreensão
dos conteúdos a serem trabalhados.
• Avaliação formativa – ocorre durante o processo pedagógico e tem por finalidade
retomar os objetivos de ensino propostos para, a partir dos mesmos, identificar a
aprendizagem alcançada desde o início até o momento avaliado.
• Avaliação somativa – permitirá ao professor tomar uma amostragem de objetivos
propostos no início do trabalho e identificar se eles estão em consonância com o perfil dos
alunos e com os encaminhamentos metodológicos utilizados para a compreensão dos
conteúdos. Esta avaliação é aplicada em período distante um do outro, no final de cada
trimestre.
Avaliar-se à em História alguns elementos históricos baseados na cronologia,
testeminhos, conteúdos estruturantes, linguagens e conceitos históricos, método histórico,
semelhanças e diferenças entre passado e presente, continuidade e mudança da História,
identificação de como sujeitos viveram no passado, considerando suas opiniões, atitudes,
culturas e perspectivas temporais.
Avaliar-se-á a História por meio de atividades que possibilitem a apreensão das
ideias históricas dos estudantes em relação ao tema abordado; atividades que permitam
desenvolver a capacidade de síntese e redação de uma narrativa histórica; atividades que
permitam ao aluno expressar o desenvolvimento de ideias e conceitos históricos; atividades
159
que revelem se o educando se apropriou da capacidade de leitura de documentos com
linguagens contemporâneas, como: cinema, fotografia, histórias em quadrinhos, músicas e
televisão, relativos ao conhecimento histórico.
Importante considerar outras duas formas de avaliar por meio de textos e
imagens. Os textos e imagens serão trabalhados por meio de identificação, leitura, explicação
e interpretação. Esses são indicativos a serem enriquecidos para orientar o planejamento das
práticas avaliativas em consonância com estas Diretrizes.
Deseja-se que, no final do trabalho na disciplina de História, os alunos tenham
condições de identificar processos históricos, reconhecer criticamente as relações de poder
neles existentes, bem como intervirem no mundo histórico em que vivem, de modo a se
fazerem sujeitos da própria História.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBOSA, Elaine Senise. NAZARRO, Newton. PÊRA, Silvio Adegas. Panorama da
História. Curitiba. Editora Positivo, 1ª Edição, 2005.
CURRICULARES, Diretrizes Nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o
ensino da História e Cultura Afro – Brasileira e Africana. Brasília: MEC / Secretaria Especial
de Políticas de Promoção da Igualdade Racial/ Secretaria da Educação continuada,
Alfabetização e Diversidade, 2009.
CURRICULARES, Diretrizes. História. Ensino Fundamental, Curitiba, 2008.
PEDRO, Antonio. História do Mundo Ocidental. Ensino médio. Vol. Único. LIMA, Lizânia
de Souza. CARVALHO, Yone. São Paulo: editora FTD, 2005.
REVISTAS diversas.
TEXTOS Complementares.
160
COLÉGIO ESTADUAL RUI BARBOSA - EFM
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR
LÍNGUA PORTUGUESA
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
NOVA LARANJEIRAS – 2012
161
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA – FUNDAMENTOS TEÓRICOS
Historicamente, o processo de ensino de Língua Portuguesa no Brasil iniciou-se com a
educação jesuítica. Essa educação era instrumento fundamental na formação da elite colonial
ao mesmo tempo em que se propunha a “alfabetizar” e “catequizar” os indígenas (MOLL,
2006, p. 13). A concepção de educação e o trabalho de escolarização dos indígenas estavam
vinculados ao entendimento de que a linguagem reproduzia o modo de pensar, ou seja, a
linguagem se constituía no interior da mente e sua materialização fônica revelava o
pensamento.
Ainda no período colonial, a língua mais utilizada pela população era o tupi. O
português ”era a língua da burocracia” (ILLARI, 2007s/p), ou seja, a língua das transações
comerciais, dos documentos legais. As línguas nativas, e a Língua-Geral (tupi-guarani), foram
aprendidas pelos colonizadores, num primeiro momento, com vistas ao conhecimento
necessário para a dominação da nova terra. Essas línguas continuaram sendo usadas por muito
tempo na comunicação informal por grande parte da população não escolarizada. Entretanto, a
partir do século XVIII, época que coincide com as expedições bandeirantes e a descoberta da
riqueza mineral do solo brasileiro, essa situação do bilinguismo passou a não interessar aos
propósitos colonialistas de Portugal que precisavam manter a colônia e, para isso, a unificação
e padronização linguística constituíram-se fatores de relevância.
A fim de reverter esse quadro, em 1758 um decreto de Marquês de Pombal tornou a
Língua Portuguesa idioma oficial do Brasil, proibindo o uso da língua geral. No ano seguinte,
os jesuítas, que haviam catequizado os índios e produzido literatura em língua indígena, foram
expulsos do Brasil.
A Reforma Pombalina, em 1759, impôs a Língua Portuguesa como idioma-base do
ensino, entre outras medidas que visavam à modernização do sistema educacional, a cargo dos
jesuítas por mais de dois séculos. Tal reforma era reflexo do Iluminismo, que trazia em seu
bojo idéias de reorganização da sociedade por meio de princípios racionais decorrentes do
cartesianismo e do empirismo de século XVII. A Língua Portuguesa passa, então, com a
Reforma Pombalina, a fazer parte dos conteúdos curriculares, mesmo assim seguindo os
moldes do ensino de latim. (LUZ-FREITAS, 2004 s/p).
A Constituição Brasileira, em seu artigo 5º, prescreve: “Todos são iguais perante a lei,
sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à igualdade, à segurança e à propriedade (...)”
Sendo assim, é nos processos educativos, e notadamente nas aulas de Língua Materna,
que os estudantes brasileiros têm a oportunidade de aprimoramento de sua competência
162
linguística, de forma a garantir uma inserção ativa e crítica na sociedade. Portanto, a escola,
especificamente a pública, deve oferecer espaço as práticas de linguagem que possibilite ao
aluno interagir na sociedade.
A Língua Portuguesa tem como fundamentação o trabalho pedagógico, considerando o
processo dinâmico e histórico dos agentes na interação verbal, tanto na constituição social da
linguagem, quanto dos sujeitos que por meio dela interagem.
Ensinar Língua Portuguesa é tornar o aluno um agente social, cultural e político, para
isso é necessário levar em conta o conhecimento de mundo, o seu relacionamento dentro e
fora do contexto escolar, aprendendo a ter voz e fazendo uso da palavra para viver numa
sociedade democrática, valorizando sua realidade, preparando-os para as demandas históricas
sociais.
Como afirma Geraldi (1991, p.6), “a linguagem não é o trabalho de um artesão, mas
trabalho social e histórico seu e dos outros e é para os outros e com os outros que ela se
constitui”, isto é a concepção histórico-crítica que visa a linguagem como este processo, ou
seja, o aluno sendo o sujeito do processo de comunicação e de ação entre si com os outros e
com o meio. Geraldi ainda afirma que não basta dar a palavra ao outro, é necessário
devolver e aceitar a palavra do outro: “É devolvendo o direito à palavra que talvez possamos
um dia ler a história contida, e não contada da grande maioria que hoje ocupa os bancos das
escolas públicas.”(GERALDI, 1990, p. 124)
Visando o repensar sobre o ensino de língua materna e para a reflexão sobre o trabalho
realizado na sala de aula, Gerandi defende uma abordagem com as unidades básicas de ensino
de Português (leitura, produção textual e análise linguística), tendo como ponto de partida o
texto.
Todo este trabalho acontece a longo prazo, no decorrer de todo o Ensino Fundamental
e Médio, visando o contato com a língua oral e escrita. Faz-se necessário salientar também
que quanto maior o contato com a linguagem na diversidade textual, mais clareza se tem de
que o texto é um material verbal carregado de intenções e visões de mundo.
Isso confirma-se por Andrade quando diz que “o trabalho com o texto surge como
uma possibilidade de mudança, na qual o professor assume uma postura interlocutiva com seu
aluno, construindo um projeto mais arrojado e eficaz para a aprendizagem da língua escrita.”
(1995, p.63)
Atribui-se a leitura e a escrita um valor absolutamente positivo, porque ela reverte
benefícios favoráveis ao indivíduo e a sociedade, como forma de expansão do conhecimento,
aprimoramento cultural e maiores condições nas relações sociais.
163
A escola tendo consciência de ser a mediadora do saber, deve proporcionar o domínio
da leitura que signifique além da decodificação, permitindo ao educando que aprenda a ler,
sobretudo, torne-se um leitor capaz de reconhecer a sua identidade, seu lugar social, a
ideologia que percorre o contexto em que vive ou sobrevive. . Em relação ao Ensino da
Literatura, esta vigorou até meados do século XX, esse ensino foi baseado na antiguidade
clássica, importante instrumento do trabalho pedagógico, sendo as antologias literárias.
Quanto ao estudo de Língua Portuguesa e Literatura, estes vem sofrendo importantes
mudanças no ensino, antes o professor conduzia todo o estudo gramatical e literário, o aluno
não passava de um mero ouvinte, atualmente a ensino de Língua e Literatura passa por novos
caminhos em relacionar práticas de ensino, uma vez que o educando, agora se envolva em
discussões e participe ativamente na construção do aprendizado.
O Ensino de Língua Portuguesa e Literatura no Ensino Médio, tem como fundamento
teórico o sociointeracionismo, construindo a partir das contribuições do Teórico Russo
Mikhail Bakhtin. Segundo essa teoria, a língua configura um espaço de interação entre
sujeitos que se constituem através dessa interação. Ela mesma, a língua, também só se
constitui pelo uso, ou seja, movida pelos sujeitos que interagem. De acordo com Geraldi, “a
linguagem não é um trabalho de um artesão, mas trabalho social e histórico seu e dos outros e
é para os outros e com os outros que ela se constituí”.
Assim sendo, através da linguagem o homem se reconhece como ser humano, pois ao
comunicar-se com outros homens e trocar experiências certifica-se de seu conhecimento de
mundo e dos outros com que se interage. Isso lhe permite compreender melhor a realidade em
que está inserido e seu papel como sujeito social.
Bakhtin (1992) ressalta o caráter social da linguagem como enunciação e discurso,
interlocução em que aquele que fala ou escreve é o sujeito, interagindo como interlocutor,
levado por um objetivo, uma necessidade de interação.
Todo o texto é articulação de discursos, são vozes que se materializam como todo
sistema de signos e com coerência atrelada a capacidade de compreensão do indivíduo na vida
comunicativa e expressiva.
O trabalho do professor centra-se no objetivo de desenvolver e sistematizar a
linguagem interiorizada pelo aluno, incentivando-o à verbalização da mesma e o domínio de
outras, utilizadas em diferentes esferas sociais. O estudo da gramática passa a ser uma
estratégia para a compreensão, interpretação, produção de textos, e a literatura integra-se à
área de leitura.
A interação é o que faz com que a linguagem seja comunicativa. Esse principio anula
164
qualquer pressuposto que tenta referendar o estudo da língua isolada do ato interlocutivo.
Segundo Fávero e Koch a palavra texto designa toda e qualquer manifestação da
capacidade do ser humano (...) isto é qualquer tipo de comunicação realizada por um sistema
de signos “(...)”. Ou seja, o texto é único com enunciado, possuídos de múltiplos significados,
e muito mais ele oportuniza as diversas manifestações da linguagem do ser humano.
Em 1984, o livro “O texto na sala de aula”, organizado por João Wanderlei Geraldi,
marcou as discussões sobre o ensino de língua Portuguesa no Paraná, incluindo artigos de
linguistas coco Carlos Alberto Faraco, Sírio Possenti, Percival Leme Britto e o próprio
Geraldi, presentes até hoje nos estudos e pesquisas sobre o ensino. Geraldi, em seu artigo,
defende a abordagem com as unidades Básicas de Ensino de Português (leitura, produção
textual e análise linguística), tendo como ponto de partida o texto.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) do final da década de 1990 também
fundamentaram a proposta para a disciplina de Língua Portuguesa nas concepções
interacionistas.
As DCE’s ( Diretrizes Curriculares Estaduais) é uma proposta que dá ênfase à língua
viva, dialógica, em constante movimentação, permanentemente reflexiva e produtiva. Trata-se
de novos posicionamentos em relação às práticas de ensino, seja pela discussão crítica dessas
práticas, seja pelo envolvimento direto dos professores na construção de alternativas.
De acordo com o PPP (Projeto Político Pedagógico), mais precisamente no ato
situacional, a sociedade brasileira, especificamente a do município é composta de uma
diversidade cultural, social e econômica significativa e possui educação infantil, fundamental
e média, baseada na democracia como estilo de trabalho, onde se observam os princípios de
igualdade, justiça, participação, direitos e deveres são discutidos para uma melhor
socialização. No ato conceitual reconhece-se o conhecimento como fator principal da
produção, colocando como competência fundamental o amor ao conhecimento, uma
aprendizagem permanente e uma formação continuada tendo como ponto específico a
construção da cidadania. No ato operacional, busca-se a participação de todos os segmentos
da comunidade escolar, para juntos, tomar decisões e planejar ações a serem desenvolvidas
para a melhoria da qualidade de ensino.
O ensino da língua portuguesa apresenta, portanto, uma concepção coerente de acordo
com o PPP e as DCEs, asseguradas pela LDB nº 9394/96 nos artigos 12 e 13. Sendo assim, a
ação pedagógica pauta-se numa postura interlocutiva, sendo vivenciada de forma significativa
e interligada com o Projeto Político Pedagógico, com as Diretrizes Curriculares e Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, gerando reflexões, posicionamento e ação
165
transformadora para si e para a sociedade.
OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA
• Conhecer e valorizar a linguagem de seu grupo social como instrumento adequado e
eficiente na comunicação cotidiana.
• Empregar a língua oral em diferentes situações de uso, adequando-as ao contexto, bem
como descobrir as intenções que estão implícitas.
• Usar os conhecimentos adquiridos nas práticas de análise linguística para expandir suas
capacidades e possibilidades do uso da língua.
• Ampliar as habilidades da língua escrita por meio de práticas textuais objetivando cada
vez mais a capacidade de análise linguística e crítica.
• Reconhecer nos diversos tipos de leitura, inclusive a literária, a força expressiva de sua
linguagem, seus sentidos e significados, como experiência pragmática e literária, visando
reflexão, produção e criticidade, permitindo, aos alunos, desenvolver o interesse pelas
leituras e ampliar seus horizontes de expectativas.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA DISCIPLINA
• Criar situações em que os alunos tenham oportunidade de ler, escrever, falar ou
ouvir contextualizando os gêneros e tipos textuais, assim como os elementos gramaticais.
• Utilizar a linguagem para estruturar a experiência e explicar a realidade,
representando assim várias áreas do conhecimento.
• Analisar criticamente os diferentes discursos, inclusive o próprio.
• Usar os conhecimentos adquiridos por meio das práticas de análise linguística para
expandir suas capacidades e possibilidades do uso da língua.
• Fazer com que a aprendizagem da leitura aconteça, tornando-a concreta,
oportunizando aos alunos a criação de hipóteses sobre o que lê e, aos poucos através das
leituras, torná-los donos de seus saberes.
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL
CONTEÚDOS BÁSICOS
6º ANO – ENSINO FUNDAMENTAL
GÊNEROS DISCURSIVOS
166
Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística serão
adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas esferas sociais de
circulação. Os gêneros discursivos desta Proposta Pedagógica estão de acordo com o Projeto
Político Pedagógico, com o Plano de Trabalho Docente e em conformidade com as
características da escola e com o nível de complexidade adequado ao 6º ano. São eles:
- Adivinhas, álbum de família, anedotas, bilhetes, cantigas de roda, carta pessoal, cartão,
cartão postal, causos, comunicado, convites, história em quadrinhos, tiras, diálogos, poesia,
fábula, opinião, charge, piadas, lendas, autobiografia, verbete, aviso, paródias, dramatização,
músicas, contos de fadas, contos de fadas contemporâneos, narrativas fantásticas.
LEITURA
- tema do texto;
- Interlocutor;
- Finalidade;
- Argumentos de texto;
- Discurso direto e indireto;
- Elementos composicionais do gênero;
- Léxico;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, classes gramaticais e suas funções referenciais no
texto, pontuação e seus efeitos de sentido no texto, recursos gráficos (como aspas, travessão,
negrito, hífen, itálico), figuras de linguagem.
- Grafia das palavras;
- Leitura informativa, narrativa e descritiva curtas;
- Identificar ideias básicas;
- Confrontar ideias e argumentar sobre elas, comparando-as com o real;
- Ideias implícitas e explícitas;
- Atribuir significados que extrapolem o texto lido;
- Expor o mesmo texto numa perspectiva diferente, linguagem diferente, épocas diferentes;
- Ler com entonação, ritmo, atribuindo expressão ao texto lido, fazendo o uso correto dos
sinais de pontuação;
- Interpretação textual: conteúdo temático, interlocutores, fonte, intertextualidade,
informatividade, intencionalidade e marcas linguísticas;
- Inferências ao texto lido;
- Leitura de textos informativos, literários e temas/desafios contemporâneos sobre História do
167
Paraná, música, História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, Indígena, educação do campo,
sexualidade, drogadição ética, violência, educação ambiental, fiscal e tributária.
ESCRITA
- Contexto da produção;
- Interlocutor;
- Finalidade do texto;
- Informalidade;
- Argumentatividade;
- Discurso direto e indireto;
- Elementos composicionais do gênero;
- Divisão do texto em parágrafos;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação e
seus efeitos de sentido no texto, acentuação, recursos gráficos (como aspas, travessão,
negrito), figuras de linguagem;
- Processos de formação de palavras;
- Ortografia;
- Concordância verbal e nominal;
- Produção de textos com clareza, argumentação, ortografia, acentuação, margem, título,
pontuação correta, concordância, uso de paragrafação, vocabulário adequado e refacção
textual.
- Registros diversos e pesquisas sobre os temas/desafios contemporâneos sobre História do
Paraná, música, História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, Indígena, educação do campo,
sexualidade, drogadição ética, violência, educação ambiental, fiscal e tributária;
ORALIDADE
- Tema do estudo;
- Finalidade;
- Argumentos;
- Papel do locutor e interlocutor;
- Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos...;
- Adequação do discurso ao gênero (vocabular);
- Turnos de fala;
- Variações/marcas linguísticas;
168
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, recursos semânticos.
- Intencionalidade do texto;
- Particularidades de pronúncia de algumas palavras;
- Relato de histórias lidas e/ou vividas;
- Clareza e sequência na exposição de ideias;
- A pontuação e seus efeitos de sentido no texto.
- Debates sobre assuntos lidos, acontecimentos, vídeos e filmes;
- Interpretação de textos variados, buscando entender sua estrutura e mensagem.
- Comentários sobre temas/desafios contemporâneos a respeito da História do Paraná, música,
história e cultura afro-brasileira e africana, indígena, educação do campo, educação ambiental,
sexualidade, drogadição, violência, direitos da criança e do adolescente, ética e educação
fiscal e tributária.
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL
CONTEÚDOS BÁSICOS
7º ANO – ENSINO FUNDAMENTAL
GÊNEROS DISCURSIVOS
Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística serão
adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas esferas sociais de
circulação. Os gêneros discursivos desta Proposta Pedagógica estão de acordo com o Projeto
Político Pedagógico, com o Plano de Trabalho Docente e em conformidade com as
características da escola e com o nível de complexidade adequado ao 7º ano. São eles:
- poesia, carta, diário, entrevista, história em quadrinhos, tiras, conto, bilhete, notícia, lendas,
canções, propaganda, autobiografia, lendas, contos, narrativas de aventura, narrativas de
terror, músicas, paródias, poemas, pesquisas, resumo, textos descritivos, narrativos e
argumentativos, opinião, cartazes, cartum, charge, entrevista, notícia, sinopses de filmes, blog,
chat, desenho animado, e-mail, filmes, torpedos
LEITURA
- tema do texto;
- Interlocutor;
169
- Finalidade do texto;
- Argumentos de texto;
- Contexto de produção;
- Intertextualidade;
- Informações Implícitas e explícitas;
- Discurso direto e indireto;
- Gêneros textuais;
- Elementos composicionais do gênero;
- Repetição proposital de palavras;
- Léxico;
- Ambiguidade;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, classes gramaticais e suas funções referenciais no
texto, pontuação e seus efeitos de sentido no texto, recursos gráficos (como aspas, travessão,
negrito, hífen, itálico), figuras de linguagem.
- Argumento principal e ideias contidas no texto;
- Particularidades (lexicais, sintáticas e textuais) do texto formal e informal;
- Vozes sociais representadas no texto;
- Atribuir significados que extrapolem o texto lido;
- Ler com fluência, ritmo e entonação, respeitando os sinais de pontuação;
- Leitura de textos informativos, literários e temas/desafios contemporâneos sobre História do
Paraná, música, História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, Indígena, educação do campo,
sexualidade, drogadição ética, violência, educação ambiental, fiscal e tributária.
ESCRITA
- Contexto da produção;
- Interlocutor;
- Finalidade do texto;
- Informatividade;
- Argumentatividade;
- Discurso direto e indireto;
- Conteúdo temático;
- Elementos composicionais do gênero;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação e
seus efeitos de sentido no texto, acentuação, recursos gráficos (como aspas, travessão,
170
negrito), figuras de linguagem;
- Processos de formação de palavras;
- Linguagem formal e informal;
- Acentuação gráfica;
- Ortografia;
- Concordância verbal e nominal;
- Produção de textos com clareza, argumentação, ortografia, acentuação, margem, título,
pontuação correta, concordância, uso de paragrafação, vocabulário adequado e refacção
textual.
- Registros diversos e pesquisas sobre os temas/desafios contemporâneos sobre História do
Paraná, música, História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, Indígena, educação do campo,
sexualidade, drogadição ética, violência, educação ambiental, fiscal e tributária;
ORALIDADE
- Tema do estudo;
- Finalidade;
- Intencionalidade;
- Argumentos;
- Papel do locutor e interlocutor;
- Elementos extralinguísticos: entonação, repetição, pausas, gestos...;
- Adequação do discurso ao gênero (vocabular);
- Clareza e sequência na exposição de ideias;
- Turnos de fala;
- Variações linguísticas;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;
- Semântica.
- Relato de experiências pessoais, histórias familiares, acontecimentos, textos lidos (literários
e informativos);
- Debates sobre vídeos, filmes e programas de televisão;
- Objetividade na argumentação na exposição de ideias;
- Interpretação de textos variados, buscando entender sua estrutura e mensagem.
- Comentários sobre temas/desafios contemporâneos a respeito da História do Paraná, música,
história e cultura afro-brasileira e africana, indígena, educação do campo, educação ambiental,
sexualidade, drogadição, violência, direitos da criança e do adolescente, ética e educação
171
fiscal e tributária.
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL
CONTEÚDOS BÁSICOS
8º ANO – ENSINO FUNDAMENTAL
GÊNEROS DISCURSIVOS
Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística serão
adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas esferas sociais de
circulação. Os gêneros discursivos desta Proposta Pedagógica estão de acordo com o Projeto
Político Pedagógico, com o Plano de Trabalho Docente e em conformidade com as
características da escola e com o nível de complexidade adequado ao 8º ano. São eles:
- poesia, carta, diário, entrevista, história em quadrinhos, tiras, notícia, cartazes, canções,
propaganda, contos, crônicas, romances, narrativas de aventura, narrativas de terror, narrativas
míticas, músicas, paródias, poemas, pesquisas, resumo, textos descritivos, narrativos e
argumentativos e dissertativos, cartum, charge, entrevista, notícia, filmes, sinopses de filmes,
blog, chat, e-mail, relatos de experiências, comercial de TV.
LEITURA
- Conteúdo temático;
- Interlocutor;
- Intencionalidade do texto;
- Argumentos de texto;
- Contexto de produção;
- Intertextualidade;
- Vozes sociais presentes no texto;
- Elementos composicionais do gênero;
- Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, classes gramaticais e suas funções referenciais no
texto, pontuação e seus efeitos de sentido no texto, recursos gráficos (como aspas, travessão,
negrito, hífen, itálico), figuras de linguagem;
- Semântica;
- Operadores argumentativos;
172
- Ambiguidade;
- Sentido figurado;
- Expressões que denotam ironia e humor no texto.
- Linguagem verbal, não-verbal, midiática, infográfica, etc.
- Leitura com fluência, ritmo e entonação, percebendo a importância da pontuação;
- Polissemia da linguagem – variedades de sentidos de uma palavra;
- Conhecer e interpretar textos como literatura de cordel, filmes, músicas e obras literárias,
observando: conteúdo temático veiculado, interlocutores, fonte, ideologia, papeis/vozes
sociais representados, intencionalidade, informatividade, intertextualidade e marcas
linguísticas;
- Leitura de textos sobre os temas/desafios contemporâneos sobre História do Paraná, música,
História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, Indígena, educação do campo, sexualidade,
drogadição ética, violência, educação ambiental, fiscal e tributária.
ESCRITA
- Conteúdo temático;
- Interlocutor;
- Intencionalidade do texto;
- Informatividade;
- Contexto de produção;
- Intertextualidade;
- Vozes sociais presentes no texto;
- Elementos composicionais do gênero;
- Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação e
seus efeitos de sentido no texto, acentuação, recursos gráficos (como aspas, travessão,
negrito), estrangeirismos, figuras de linguagem;
- Concordância verbal e nominal;
- Papel sintático e estilístico dos pronomes na organização, retomadas e sequenciação do
texto;
- Semântica: operadores argumentativos, ambiguidade, significados das palavras, sentido
figurado, expressões que denotam ironia e humor no texto.
- Produção de textos com clareza, argumentação, coesão e coerência, ortografia, acentuação,
margem, título, pontuação correta, concordância, uso de paragrafação, vocabulário adequado.
173
- Registros diversos e pesquisas sobre os temas/desafios contemporâneos sobre História do
Paraná, música, História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, Indígena, educação do campo,
sexualidade, drogadição ética, violência, educação ambiental, fiscal e tributária;
ORALIDADE
- Conteúdo temático;
- Finalidade;
- Argumentos;
- Papel do locutor e interlocutor;
- Turnos de fala;
- Elementos extralinguísticos: entonação, expressão facial, corporal, gestual, pausas...;
- Adequação do discurso ao gênero;
- Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódicas, entre outras);
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;
- Elementos semânticos;
- Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetição, etc.);
- Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.
- Debates sobre assuntos lidos, acontecimentos, vídeos, filmes e situações polêmicas
contemporâneas;
- Interpretação de textos variados, buscando entender sua estrutura e mensagem.
- Relato de experiências pessoais e familiares, eventos, entrevistas, textos literários;
- Debates sobre
- Comentários/debates sobre temas/desafios contemporâneos a respeito da História do Paraná,
música, história e cultura afro-brasileira e africana, indígena, educação do campo, educação
ambiental, sexualidade, drogadição, violência, direitos da criança e do adolescente, ética e
educação fiscal e tributária.
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL
CONTEÚDOS BÁSICOS
9º ANO – ENSINO FUNDAMENTAL
GÊNEROS DISCURSIVOS
174
Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística serão
adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas esferas sociais de
circulação. Os gêneros discursivos desta Proposta Pedagógica estão de acordo com o Projeto
Político Pedagógico, com o Plano de Trabalho Docente e em conformidade com as
características da escola e com o nível de complexidade adequado ao 9º ano. São eles:
- poesia, carta, diário, entrevista, história em quadrinhos, tiras, conto, notícia, cartazes,
canções, propaganda, contos, narrativas (de aventura, de terror, míticas), músicas, paródias,
poemas, pesquisas, resumos, textos descritivos, narrativos e argumentativos e dissertativos,
artigos de opinião, cartum, charge, filmes, sinopse de filmes, blog, chat, e-mail, comercial de
TV, crônica, romance, drama, resenha, lendas, propaganda, anúncio publicitário, literatura de
cordel, histórias de humor e depoimentos.
LEITURA
- Conteúdo temático;
- Interlocutor;
- Intencionalidade do texto;
- Argumentos de texto;
- Processo e contexto de produção;
- Intertextualidade;
- Discurso ideológico presente no texto;
- Vozes sociais presentes no texto;
- Elementos composicionais do gênero;
- Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
- Partículas conectivas do texto;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, classes gramaticais e suas funções referenciais no
texto, paragrafação, pontuação e seus efeitos de sentido no texto, recursos gráficos (como
aspas, travessão, negrito, hífen, itálico), figuras de linguagem;
- Semântica;
- Operadores argumentativos;
- Polissemia;
- Expressões que denotam ironia e humor no texto.
- Estética do texto literário e inferências;
- Confrontar ideias contidas no texto e argumentar sobre elas;
175
- Atribuir significados que extrapolem o texto lido;
- Informações implícitas e explícitas;
- Leitura contrastiva (vários textos sobre o mesmo tema; o mesmo tema em linguagens
diferentes; o mesmo tema tratado em épocas diferentes; o mesmo tema sob perspectiva
diferente);
- Leitura com fluência, ritmo e entonação, percebendo o valor expressivo dos sinais de
pontuação;
- Conhecer e interpretar textos como literatura de cordel, filmes, músicas e obras literárias,
observando: conteúdo temático veiculado, interlocutores, fonte, ideologia, papeis/vozes
sociais representados, intencionalidade, informatividade, intertextualidade e marcas
linguísticas;
- Leitura de textos informativos, literários e temas/desafios contemporâneos sobre História do
Paraná, música, História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, Indígena, educação do campo,
sexualidade, drogadição ética, violência, educação ambiental, fiscal e tributária.
ESCRITA
- Conteúdo temático;
- Interlocutor;
- Intencionalidade do texto;
- Informatividade;
- Contexto de produção;
- Intertextualidade;
- Vozes sociais presentes no texto;
- Elementos composicionais do gênero;
- Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
- Partículas conectivas do texto;
- Progressão referencial no texto;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação e
seus efeitos de sentido no texto, acentuação, recursos gráficos (como aspas, travessão,
negrito), figuras de linguagem;
- Sintaxe de concordância;
- Sintaxe de regência;
- Processo de formação de palavras;
- Vícios de linguagem;
176
- Semântica: operadores argumentativos, modalizadores, polissemia.
- Produção de textos com clareza, argumentação, ortografia, acentuação, margem, título,
pontuação correta, concordância, uso de paragrafação, figuras de linguagem, vocabulário
adequado.
- Registros diversos e pesquisas sobre os temas/desafios contemporâneos sobre História do
Paraná, música, História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, Indígena, educação do campo,
sexualidade, drogadição ética, violência, educação ambiental, fiscal e tributária;
ORALIDADE
- Conteúdo temático;
- Finalidade;
- Argumentos;
- Papel do locutor e interlocutor;
- Elementos extralinguísticos: entonação, expressão facial, corporal, gestual, pausas...;
- Adequação do discurso ao gênero;
- Turnos de fala;
- Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódicas, entre outras);
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, conectivos;
- Elementos semânticos;
- Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetição, etc.);
- Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.
- Debates sobre assuntos lidos, acontecimentos, vídeos e filmes;
- Comentários sobre temas/desafios contemporâneos a respeito da História do Paraná, música,
história e cultura afro-brasileira e africana, indígena, educação do campo, educação ambiental,
sexualidade, drogadição, violência, direitos da criança e do adolescente, ética e educação
fiscal e tributária.
CONTEÚDOS BÁSICOS – ENSINO MÉDIO
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL
GÊNEROS DISCURSIVOS
Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística serão
177
adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas esferas sociais de
circulação.
Será proporcionado estudo de textos do:
- Cotidiano (Álbum de família, Anedotas, Carta Pessoal, Comunicado, Convites,
Causos, Curriculum vitae, Diário, Exposição Oral, Fotos, Músicas, Parlendas, Piadas,
Provérbios, Quadrinhas, Receitas, Relatos de experiências vividas, Trava-línguas);
- Literário/artístico (Autobiografia, Biografias, Contos, Contos de fadas, Contos de
fadas contemporâneos, Crônicas de ficção, Esculturas, Fábulas, Fábulas Contemporâneas,
Haicai, Histórias em Quadrinhos, Lendas, Literatura de Cordel, Memórias, Letras de Músicas,
Narrativas de Aventura, Narrativas de Enigma, Narrativas de ficção científica, Narrativas de
humos, Narrativas fantásticas, Narrativas Míticas, Paródias, Pinturas, Poemas, Romances,
Tankas, Textos dramáticos);
- Escolar (Ata, Cartazes, Debate Regrado, Dialogo/Discussão argumentativa,
Exposição oral, Júri simulado, Mapas, Palestra, Pesquisas, Relato histórico, Relatório, Relatos
de Experiências científicas, Resenha, Resumo, Seminário, Texto argumentativo, texto de
opinião, Verbetes de Enciclopédias);
- Imprensa (Agenda cultural, Anúncio de emprego, Artigo de opinião, Caricatura,
Carta ao leitor, Carta do leitor, Cartum, Charge, Classificados, Crônicas jornalísticas,
Editorial, Entrevista, Fotos, Horóscopo, Infográfico, Manchete, Mapas, Mesa redonda,
Notícia, Reportagens, Resenha Crítica, Sinopses de filmes, tiras);
- Publicitário (Anúncio, Caricatura, Cartazes, Comercial de TV, E-mail, Folder, Fotos,
Slogan, Músicas, Paródia, Placas, Publicidade Comercial, Publicidade Institucional,
Publicidade oficial, Texto Político);
- Político (Abaixo-assinado, Assembleia, Carta de emprego, Carta de solicitação
Debate, Debate Regrado, Discurso político “de palanque”, Fórum, Manifesto, Mesa redonda,
Panfleto);
- Jurídica (Boletim de ocorrência, Constituição brasileira, Contrato, Declaração de
Direitos, Depoimentos, Discurso de Acusação, Discurso de defesa, Estatutos, Leis, Ofício,
Procuração, Regimentos, Regulamentos, Requerimentos);
- Produção e consumo ( Bulas, Manual técnico, Placas, Regras de jogo,
Rótulos/Embalagens);
- Midiática (Blog, Chat, Desenho animado, E-mail, Entrevista, Filmes, Fotoblog,
Home Page, Reality ShoW, Talk Show, Telejornal,Telenovelas, Torpedos, Vídeo Clip, Vídeo
Conferência).
178
LEITURA
• Conteúdo temático
18. Interlocutor;
14. Finalidade do texto;
− Intencionalidade;
− Argumentos do texto;
− Contexto de produção;
− Intertextualidade;
− Vozes sociais presentes no texto;
− Elementos composicionais do gênero;
− Contexto de produção da obra brasileira;
− Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, recursos gráficos como aspas, travessão, negrito;
− Progressão referencial;
− Partículas conectivas do texto;
− Semântica: operadores argumentativos; modalizadores; figuras de linguagem.
ESCRITA
- Conteúdo temático;
- Interlocutor;
- Finalidade do texto;
- Intencionalidade;
- Contexto de produção;
- Intertextualidade;
- Referência textual;
- Vozes sociais presentes no texto;
- Ideologia presente no texto;
- Elementos composicionais do gênero;
- Progressão referencial;
- Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
179
- Semântica: operadores argumentativos; modalizadores; figuras de linguagem;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, Função das classes gramaticais no texto,
conectores, pontuação, recursos gráficos como aspas, travessão, negrito, etc,;
- Vícios de linguagem;
- Sintaxe de concordância;
- Sintaxe de Regência.
ORALIDADE
- Conteúdo temático;
- Conteúdo temático;
- Finalidade;
- Intencionalidade;
- Argumentos;
- Papel do locutor e interlocutor;
- Elementos extralinguísticos: entonação, expressões faciais, corporal e gestual,
pausas...;
- Adequação do discurso ao gênero;
- Turnos da fala;
- Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódias, entre outras);
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;
- Elementos semânticos;
- Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc);
- Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e escrito.
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
O ensino de Língua Portuguesa focaliza a necessidade de dar ao aluno condições de
ampliar o domínio da língua e da linguagem, aprendizagem fundamental para o exercício da
cidadania, visto que as práticas da linguagem são uma totalidade e que o sujeito expande sua
capacidade de uso da linguagem e de reflexão sobre ela em situações significativas de
interlocução.
180
De acordo com as DCEs, a metodologia de ensino da Língua Portuguesa tem como
fundamentação o processo ensino/aprendizagem, baseando-se em propostas interativas, deve
ser consideradas como um processo discursivo da construção do pensamento simbólico e
construtivo de cada aluno e da sociedade em geral.
O professor deverá ter como objetivo desenvolver a linguagem interiorizada pelo
aluno, incentivando a verbalização da mesma, e o domínio de outras, utilizadas em diferentes
esferas sociais, portanto para haver a reflexão sobre a linguagem é necessário considerar
como ponto de partida, a dimensão dialógica da linguagem, presentes nas atividades que
possibilitem, aos alunos e professores, experiências reais de uso da linguagem materna.
Um diagnóstico sensato do que o aluno sabe, deverá ser o princípio das ações, porém,
a finalidade deve visar um saber linguístico amplo, tendo a comunicação com base nas ações.
Esta comunicação deve ser entendida como um processo de construção de significados: a
língua que constrói e desconstrói significados sociais.
A língua deve estar situada dentro das relações humanas, como um meio de interação
verbal. Para que isso aconteça faz-se necessário dar ao aluno oportunidade de ler, analisar e
produzir diferentes tipos de textos, tendo sempre como fonte principal sua prática social, pois
a língua é dialógica por princípio, portanto, não há como separá-la de sua própria natureza,
mesmo em situação escolar.
Nesse sentido, durante as aulas de Língua Portuguesa, bem como nas abordagens, dar-
se-á ênfase aos temas/desafios contemporâneos:
- História do Paraná (Lei nº 13.381/2001);
- História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena – (Lei nº 11.645/2008)
- Música (Lei nº 11.645/2008)
- Prevenção ao uso indevido de drogas
- Sexualidade Humana
- Ética e Cidadania
- Educação do Campo
- Educação Ambiental (Lei Federal nº 9795/1999) (Decreto nº 4201/2002)
- Educação Fiscal
- Enfrentamento à violência contra a criança e o adolescente;
- Direito da Criança e do Adolescente (Lei Federal nº 11.525/2007)
- Educação Tributária (Decreto nº 1143/1999) (Portaria nº 413/02)
Com este trabalho será privilegiada a participação do aluno por meio de pesquisa,
interesse, diálogo e produção, buscando sempre superar a aquisição mecânica do
181
conhecimento através do auxílio dos recursos audiovisuais como: TV Pendrive, vídeo, rádio,
retroprojetor, DVD, data show, etc.
Serão oportunizados espaços onde se exalte a busca da oralidade (valorizando-se a
produção de discursos nos quais o aluno realmente se constitua como sujeito no processo
interativo), da leitura (participando da elaboração dos significados, confrontando o texto lido
com o seu saber, com sua experiência de vida) e da escrita (visando informar, obter
conhecimentos linguísticos, emitir opiniões próprias e produzir, assumindo de fato a autoria
do que escrevem).
Desta maneira, neste processo longitudinal de aprendizagem, o educador estará
permitindo aos alunos o direito ao aperfeiçoamento da língua oral e escrita, agindo e
interagindo, tornando-os agentes transformadores na sociedade onde vivem.
AVALIAÇÃO
A avaliação é um processo formativo - contínuo, diagnóstico, dialético e será tratada
como parte integrante das relações ensino-aprendizagem. Segundo Luckesi (2000), “a
avaliação da aprendizagem, é um processo pedagógico útil e necessário para auxiliar cada
educador e cada educando na busca e na construção de si mesmo e do seu melhor modo de ser
na vida”.
É imprescindível que a avaliação seja formativa: o melhor caminho para garantir a
aprendizagem de todos os alunos, pois dá ênfase no aprender. Considera que os alunos
possuem ritmos e processos de aprendizagens diferentes e, por ser contínua e diagnóstica,
aponta as dificuldades, possibilitando assim que a intervenção pedagógica aconteça a todo o
tempo. Informa os sujeitos do processo (professor e aluno), ajuda-os refletir. Faz com que o
professor procure caminhos para que todos os alunos aprendam e participem mais das aulas,
envolvendo-se realmente no processo de ensino e de aprendizagem.
A avaliação contínua possibilita a indicação de caminhos mais adequados e
satisfatórios para a ação pedagógica e deve ser voltada para atender as necessidades dos
educandos na construção do conhecimento e formação da cidadania.
O erro serve para direcionar a prática pedagógica, assumindo papel diagnóstico e
permitindo aos envolvidos no processo, a percepção do conhecimento construído. Com isso,
descaracteriza-se o processo de controle enquanto instrumento de aprovação ou reprovação.
Por outro lado, o acerto desencadeia no educando ações que sinalizam possibilidades de
superação dos saberes apropriados para novos conhecimentos.
Na relação dialética, presente na avaliação, o educando confronta-se com o objeto do
182
conhecimento, que o levará a participação ativa, valorizando o fazer e o refletir. Assim, o erro
no processo ensino-aprendizagem assume caráter mediador, permitindo tanto ao educando
como ao educador rever os caminhos para compreender e agir sobre o conhecimento, sendo
um ponto de partida para o avanço na investigação e suporte para a internalização.
Dessa forma, a avaliação formativa: contínua, diagnóstica e dialética será realizada
através da participação dos alunos nas aulas por meio da sua oralidade e reflexão, leitura,
avaliação escrita, relatórios, produção de textos, pesquisas e trabalhos em grupo. Caso não
ocorra a aprendizagem esperada dos conteúdos propostos, será proporcionada uma
recuperação simultânea de forma a atingir os objetivos propostos.
A recuperação será feita de forma simultânea a cada avaliação, visando a superação
das defasagens de conteúdos e aprendizagem.
O professor será, nesse processo, um mediador, buscando caminhos para que todos
participem das aulas e com este envolvimento haja a aprendizagem esperada.
A avaliação em língua portuguesa e literatura será um processo de aprendizagem
contínuo com vistas a dar prioridade à qualidade e ao desempenho do aluno ao longo do ano
letivo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e Filosofia da Linguagem. Tradução de: Michel e Yara Vieira.
6.ed. São Paulo: Hucitec, 1992.
BRASIL. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes
Curriculares – Língua Portuguesa. Curitiba. 2008.
FARACO, Carlos A.; TEZZA, Cristóvão; CASTRO, Gilberto de. Diálogos com Bakhtin.
Curitiba, PR: Editora UFPR, 2000.
________. Linguagem & diálogo – as idéias lingüísticas de Bakhtin. Curitiba: Criar, 2003.
FARACO & MOURA. Linguagem Nova: livro do professor / Faraco 7 Moura. São Paulo:
Ática, 2005.
183
GERALDI, C.; FIORENTINE, D.; PEREIRA, E. (orgs.). Cartografia do trabalho docente.
Campinas, SP: Mercado das Letras, 1996.
________ . Concepções de linguagem e ensino de Português. In: _______, João W. (org.). O
texto na sala de aula. 2 ed. São Paulo: Ática, 1997.
GERALDI. Portos de Passagem. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
KLEIN, Lígia. Proposta político-pedagógica para o ensino fundamental: governo popular do
Mato Grosso do Sul. Mato Grosso do Sul: SED/Núcleo de Ensino Fundamental, 2000.
KRAMER. Por entre as pedras: arma e sonho na escola. 3. ed. São Paulo: Ática, 2000.
PARANÁ. Secretaria do Estado da Educação. Superintendência de Educação. Departamento
de Educação Básica. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para os anos finais do
Ensino Fundamental e Ensino Médio. Curitiba, 2008
SOARES, Magda. Linguagem e escola: uma perspectiva social. São Paulo: Ática, 1991.
184
COLÉGIO ESTADUAL RUI BARBOSA- E.F.M.P
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR
MATEMÁTICA
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
NOVA LARANJEIRAS – 2012
185
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA DISCIPLINA
A Matemática como disciplina conhecida nos dias atuais vem de uma ampla
construção histórica aperfeiçoada no decorrer dos séculos. Vários povos sentiram a
necessidade de organizar formas, medidas e informações matemáticas padronizando-as para
tornar mais ágil seu trabalho, com isso, ao passar dos anos estes conceitos subsidiaram a
construção de novos conhecimentos que por sua vez estes alavancaram o desenvolvimento da
humanidade.
Os povos antigos desenvolveram os primeiros conhecimentos que vieram compor a
Matemática conhecida hoje. Há menções que os babilônicos por volta de 2.000 a.C., tinham
registros da álgebra elementar que para muitos demarcou o nascimento da Matemática. Como
campo de conhecimento, a Matemática emergiu na Grécia, nos séc. VI a V a.C. onde regras,
princípios lógicos e exatidão de resultados foram registrados. Foi com os pitagóricos que
iniciou a discussão sobre a importância e o papel da Matemática no ensino e na formação das
pessoas. Já com os platônicos buscava-se na Matemática um instrumento que instigaria o
pensamento do homem o que influência o ensino da Matemática até hoje.
No séc. VI a.C., a educação grega valoriza leitura e a escrita e a Matemática se
inseriu um século por seu raciocínio abstrato em questões relacionadas a origem do mundo
que tentava justificar a existência de uma ordem universal e imutável, tanto na natureza como
na sociedade. Essa concepção colocou na disciplina de Matemática uma base racional que
durou até o séc. XVII d.C. Foi nesse período que se desenvolveu a aritmética, geometria,
álgebra e trigonometria.
A Matemática se configurou como disciplina básica na formação de pessoas a partir do
séc. I a.C. desdobrada nas disciplinas de aritmética, geometria, música e astronomia com
demonstrações e a partir do séc. II d.C. privilegiou uma exposição mais completa de seus
conceitos.
Dos séc. V d.C. ao século VII o ensino teve caráter religioso porém no oriente com os
hindus, árabes, persas e chineses ocorreram produções para o conhecimento algébrico.
Entre o séc. VIII e IX o ensino passou por mudanças com o surgimento das escolas
onde passou a se dar ênfase ao latim e foi nesse período que aconteceu as primeiras ideias
sobre o aspecto empírico da Matemática.
Após o séc. XV, com as navegações, atividades comerciais e industriais permitiram
186
descobertas na Matemática, cujos conhecimentos e ensino voltaram-se às atividades práticas.
Já no séc. XVI o conhecimento matemático denominou-se de matemática de grandezas
variáveis devido aos estudos e descobertas referentes à geometria analítica e à projetiva o
cálculo diferencial e integral, à teoria das séries e das equações diferenciais que contribui para
o progresso científico e econômico. O valor da técnica e a concepção mecanicista refletiram
na modernização das manufaturas e no atendimento técnico-militares. No Brasil, na metade
do séc. XVI a educação jesuítica colaborou para a Matemática ser incluída como disciplina na
escola.
No séc. XVII surgiu a concepção de lei quantitativa que levou ao conceito de função e
cálculo infinitesimal cujos elementos caracterizam as bases da matemática de hoje. Desde o
séc. XVI até o séc. XIX o ensino a Matemática é desdobrado em aritmética, geometria,
álgebra e trigonometria e contribuía para formar profissionais como engenheiros, geógrafos e
topógrafos. Com a revolução industrial se define as diferenças entre as classes sociais e a
necessidade de educação para classes para formar trabalhadores e dirigentes do processo
produtivo.
Em 1808 com a chegada da Corte Portuguesa ao Brasil, implementou-se um ensino
por meio de cursos técnicos e militares onde separou-se os conteúdos em Matemática
elementar e Matemática superior.
No desenvolvimento matemático do séc. XIX houve uma reconsideração crítica dos
axiomas, dos métodos lógicos, demonstrações matemáticas, a sistematização e hierarquização
das diversas geometrias, inclusive as não-euclidianas. No final do séc. XIX e início do séc.
XX, o ensino da Matemática foi discutido em encontros internacionais que contribuíram para
legitimar a Matemática como disciplina escolar. Matemáticos que antes eram pesquisadores
tornam-se professores com preocupação no ensino e com estudos psicológicos, filosóficos e
sociológicos que trouxeram a necessidade de um ensino de Matemática que articulasse numa
única disciplina a Aritmética, a Álgebra, a Geometria, a Trigonometria.
O início da modernização do ensino de Matemática no Brasil aconteceu num contexto
de mudanças. Nesse cenário discutia-se o movimento da Escola Nova que propunha um
ensino com uma concepção empírico-ativista que contribuía para a Matemática como
disciplina e essa tendência influenciou na produção de materiais didáticos. Nesse contexto o
estudante era o centro do processo e o professor o orientador da aprendizagem. Até o final da
década de 1950, a tendência que prevaleceu no Brasil foi a formalista clássica baseada no
modelo euclidiano e na concepção platônica de Matemática com a finalidade no
desenvolvimento do pensamento lógico dedutivo com ensino que consistia na memorização e
187
repetição. Após a década de 1950 caracterizou-se a tendência formalista moderna que
valorizava a lógica estrutural das ideias matemáticas com a reformulação do currículo por
meio do Movimento da Matemática Moderna com ensino centrado no professor que
enfatizava o rigor e a precisão da linguagem matemática orientado pela lógica, pelos
conjuntos, pelas relações, pelas estruturas matemáticas e pela axiomatizacão – o que não
respondeu as propostas de ensino pois vivenciou-se um período que se sobressaiu a escola
tecnicista.
Em razão da política econômica desenvolvida pelo governo após o golpe de 1964
passou-se a preocupar-se com o indivíduo para inserir no mercado de trabalho com cursos
profissionalizantes com uma pedagogia centrada nos objetivos instrucionais, nos recursos e
técnicas de ensino.
Entre as décadas de 1960 e 1970 surgiu a tendência construtivista que se estabeleceu
como favorável para discutir o ensino da Matemática na década de 1990 onde o conhecimento
resultava de ações interativas e reflexivas dos estudantes – era vista como uma construção
formada por estruturas e relações abstratas entre formas e grandezas: dava-se ênfase ao
processo.
A tendência socioetnocultural surgiu a partir da discussão sobre a ineficiência do
Movimento Modernista – prática na Etnomatemática: saber dinâmico, prático e relativo.
A tendência histórico-crítica surgiu no Brasil, em 1984 - construção do conhecimento
a partir da prática social e na Matemática construído para atender as necessidades sociais,
econômicas e teóricas de um determinado período histórico. A aprendizagem da Matemática
consiste em criar estratégias que permitam ao aluno atribuir sentido e construir significado às
ideias matemáticas de modo a tornar capaz de estabelecer relações, justificar, analisar, discutir
e criar.
Nesse cenário, no Paraná o ensino da Matemática a nível médio passou a ser visto
como um instrumento para a compreensão, a investigação, a inter-relação com o ambiente e
seu papel de agente de modificação do indivíduo. Foi produzido coletivamente um documento
de referência curricular e o texto de Matemática teve forte influência da pedagogia histórico-
crítica em sua fundamentação. Em 1990 gerou após discussão coletiva o currículo básico que
portaria o germe da Educação matemática e que compõe hoje as diretrizes curriculares.
De acordo com a proposta da LDB 9394/96, no Paraná foram criadas várias disciplinas
que abordavam os campos da Matemática os quais fragmentavam o conhecimento
matemático. A partir de 1998, o MEC distribuiu os PCN que para o Ensino Fundamental
apresentavam conteúdos de Matemática e para o Ensino Médio em desenvolvimento de
188
competências e habilidades destacando os temas transversais o que empobrecia a Matemática.
Atualmente para o ensino da Matemática se tem o resgate da importância do conteúdo
da Matemática e da disciplina. É imprescindível que o estudante se aproprie do conhecimento
de forma que compreenda os conceitos e princípios matemáticos raciocine claramente e
comunique ideias matemáticas, reconheça suas aplicações e aborde problemas matemáticos
com segurança que estão contemplados nas Diretrizes Curriculares.
A Matemática é uma ciência que está em constante construção pelo ser humano, pois
esta área do conhecimento trata-se de uma ciência que é produto do desenvolvimento
histórico do homem, feito a partir de experiências adquiridas, que levou o ser humano a
apreender, compreender e dominar os conceitos matemáticos (métodos, procedimentos,
análise, algoritmos, conjuntos de resultados, etc.), que hoje os nosso estudantes devem
apropriar-se desse conhecimento podendo utilizá-lo em seu benefício, transformando o
educando em um ser capaz de interagir nas mais diversas situações, proporcionando-lhe uma
formação integral do cidadão, sendo assim, o conhecimento matemático instrumentaliza o
estudante a desenvolver atitudes e hábitos de pensamento que possibilita uma maior
compreensão do cotidiano, e serve de pilar para continuidade dos estudos bem como o
exercício no mundo do trabalho.
Nesse contexto o ensino da Matemática no Colégio Estadual Rui Barbosa – EFMP
proporcionará um espaço educacional com o objetivo de criar ambientes culturais
diversificados que contribuam para o conhecimento e para a aprendizagem do convívio social.
OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA
O Ensino da Matemática apresenta os seguintes objetivos:
* Desenvolver atitudes e hábitos de pensamento que permitirão uma maior compreensão
do cotidiano.
* Utilizar-se do ensino da Geometria como ferramenta para a compreensão, descrição e inter-
relação com o espaço em que vive.
* Resolver situações problema utilizando conceitos e procedimentos matemáticos.
* Fazer uso das medidas na resolução de situações do cotidiano bem como elemento de
ligação entre os conteúdos de Números e Álgebra, Grandezas e Medidas, Geometrias e
Tratamento da Informação.
* Compreender a linguagem matemática da informação e sua dinâmica na sociedade de
189
consumo para o entendimento da realidade e nela poder interferir satisfatoriamente.
* Desenvolver o senso crítico para uma análise apurada das informações da realidade que o
cerca e as inter-relações com as demais áreas do conhecimento.
* Dar suporte para a continuidade dos estudos.
* Compreender que o ensino da Matemática é uma ferramenta que auxilia na resolução de
situações do seu dia-a-dia garantindo o exercício de sua cidadania.
* Compreender e relacionar a Matemática com os conteúdos obrigatórios : História do
Paraná , História e cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena , Música , Prevenção do uso
indevido de drogas, Sexualidade humana, Educação Ambiental, Educação Fiscal,
Enfrentamento à violência contra a criança e o adolescente. Direito das crianças e adolescente
e Educação tributária para a formação de sua cidadania.
CONTEÚDOS CURRICULARES
6° ANO.
NÚMEROS E ÁLGEBRA
Sistemas de numeração;
Números Naturais;
Múltiplos e divisores;
Potenciação e radiciação;
Números fracionários;
Números Decimais;
GRANDEZAS E MEDIDAS
- Medidas de comprimento;
Medidas de massa;
Medidas de área;
Medidas de volume;
Medidas de tempo;
Medidas de ângulo;
Sistema Monetário.
GEOMETRIAS
- Geometria Plana;
190
Geometria Espacial.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
− Dados, tabelas e gráficos;
− Porcentagem.
7° ANO.
NÚMEROS E ÁLGEBRA
15. Números inteiros;
16. Números racionais;
17. Equação e inequação do 1º grau;
18. Razão e proporção;
19. Regra de três simples.
GRANDEZAS E MEDIDAS
19. Medidas de temperatura;
20. Medidas de ângulos.
GEOMETRIAS
• Geometria plana;
• Geometria espacial;
• Geometrias não-euclidianas.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
- Pesquisa estatística;
- Média aritmética;
- Moda e mediana;
- Juros simples.
8° ANO.
NÚMEROS E ÁLGEBRA
191
- Números racionais e irracionais;
- Sistemas de equações do 1º grau;
- Potências;
- Monômios e polinômios;
- Produtos notáveis.
GRANDEZAS E MEDIDAS
• Medidas de Comprimento;
• Medidas de área;
• Medidas de volume;
• Medidas de ângulos.
GEOMETRIAS
� Geometria plana;
� Geometria espacial;
� Geometria analítica;
� Geometrias não-euclidianas.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
� Gráfico e informação;
� População e amostra.
9° ANO.
NÚMEROS E ÁLGEBRA
• Números reais;
• Propriedades dos radicais;
• Equação do 2º grau;
• Teorema de Pitágoras;
• Equações irracionais;
• Equações biquadradas;
• Regra de três composta.
192
GRANDEZAS E MEDIDAS
• Relações métricas no triângulo retângulo;
• Trigonometria no triângulo retângulo;
FUNÇÕES
� Noção intuitiva de função afim;
� Noção intuitiva de função quadrática;
GEOMETRIAS
• Geometria plana;
• Geometria espacial;
• Geometria analítica;
• Geometria não-euclidianas.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
• Noções de análise combinatória;
• Noções de probabilidade;
• Estatística;
• Juros compostos.
1ª SÉRIE
NÚMEROS E ÁLGEBRA
- Números reais;
- Equações e inequações exponenciais, logarítmicas e modulares
GRANDEZAS E MEDIDAS
• Medidas de grandezas vetoriais
FUNÇÕES
� Função afim;
� Função quadrática;
193
� Função exponencial
� Função logarítmica
� Função modular
� Progressão aritmética
� Progressão geométrica
GEOMETRIAS
- Geometria plana
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
- Matemática financeira
2ª SÉRIE
NÚMEROS E ÁLGEBRA
• Sistemas lineares;
• Matrizes e Determinantes;
GRANDEZAS E MEDIDAS
• Medidas de informática;
• Medidas de energia;
GEOMETRIA
• Geometria analítica;
• Geometrias não-euclidianas
TRATAMENTO DA INFROMAÇÃO
• Análise combinatória;
• Binômio de Newton;
• Estudo das probabilidades;
194
3ª SÉRIE
NÚMEROS E ÁLGEBRA
• Números complexos;
• Polinômios.
GRANDEZAS E MEDIDAS
• Medidas de área;
• Medidas de volume;
• Trigonometria.
FUNÇÕES
� Função polinomial
- Função trigonométrica.
GEOMETRIAS
• Geometria espacial.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
- Estatística.
METODOLOGIA
Segundo a Diretriz Curricular de Matemática:
“É preciso que o conhecimento matemático seja selecionado, organizado e
transformado em saber escolar- o qual deverá ser expresso pelos conteúdos
estruturantes que se articulam entre si.”
Nesse contexto levar-se-á em consideração a educação matemática devido as suas
especificidades, tais como: o caráter lógico, a precisão dos conceitos e as suas linguagens-
aritmética, algébrica, geométrica, métrica, das funções e estatística.
Dessa forma é necessário valorizar os conhecimentos que o estudante traz de suas
vivências para, a partir desses saberes “promover a difusão do conhecimento matemático já
sistematizado”, que fundamentam a prática docente matemática, os quais serão abordados
195
utilizando-se da resolução de problemas, modelagem matemática, uso de mídias tecnológicas,
etnomatemática , história da matemática e investigação matemática.
A resolução de problemas é uma metodologia pela qual o estudante tem oportunidade
de aplicar conhecimentos matemáticos adquiridos em novas situações, de modo a resolver a
questão proposta. Possibilita compreender os argumentos matemáticos e ajuda a vê-los como
um conhecimento passível de ser aprendido pelos sujeitos do processo de ensino e
aprendizagem. As etapas são: compreender o problema; destacar informações; elaborar um
plano de resolução; executar o plano; conferir os resultados e estabelecer novas estratégias, se
necessário até chegar a uma solução aceitável. O papel da etnomatemática é reconhecer e
registrar questões de relevância social que produzem o conhecimento matemático. É uma
importante fonte de investigação da Educação matemática, pois valoriza a história dos
estudantes pelo reconhecimento e respeito as suas raízes culturais. Relaciona o conteúdo
matemático com o ambiente do indivíduo e suas manifestações culturais e relações de
produção e trabalho. A modelagem matemática tem como pressuposto a problematização de
situações do cotidiano por meio de modelos, fenômenos diários constituem elementos para
análises críticas e compreensões diversas de mundo. Consiste na arte de transformar
problemas reais em matemáticos encontrando modelos para resolvê-los.
Os ambientes gerados por aplicativos informáticos dinamizam os conteúdos
curriculares e potencializam o processo pedagógico. O trabalho com mídias tecnológicas
insere diversas formas de ensinar e aprender e valoriza o processo de produção do
conhecimento. A história da Matemática é um elemento orientador na elaboração de
atividades, na criação das situações-problema, na busca de referências para compreender
melhor os conceitos matemáticos. Permite entender que o conhecimento matemático é
construído historicamente a partir de situações concretas e reais. A investigação matemática
possibilita melhor compreensão da disciplina em questão. É um problema aberto onde o aluno
é chamado a agir como um matemático que envolve conceitos, procedimentos e
representações matemáticas e o que caracteriza é o estilo de conjectura – teste –
demonstração.
Na abordagem dos conteúdos específicos pode-se transitar por todas as tendências da
Educacação Matemática o que permite a formação de conceitos matemáticos com significado
para o estudante.
A realização de exercícios se fará presente de forma que não seja o principal meio de
ensino, mas um apoio a prática didática do educador.
O conhecimento matemático expresso pelos conteúdos será trabalhado através dos
196
cinco conteúdos estruturantes: Geometria, Números e Álgebra, Grandezas e Medidas,
Tratamento da Informação e Funções.
A aprendizagem de Geometria exige do aluno uma maneira específica de raciocinar,
levando-o a explorações e descobertas e deve estar ligado ao cotidiano, à natureza e a todos os
objetos criado pelo próprio homem, pois esta é considerada uma ferramenta para a
compreensão, descrição e inter-relação com o espaço em que vivemos. É um campo fértil para
o exercício de aprender a fazer e aprender a pensar, porque a intuição, o formalismo, a
abstração e a dedução constituem a sua essência.
Na Educação Básica, no contexto da educação matemática, é necessário que os
Números e a Álgebra sejam compreendidos de forma ampla, para que se analisem e
descrevam relações em vários contextos onde situam as abordagens matemáticas, explorando
os significados que possam ser produzidos a partir destes conteúdos.
As Grandezas e Medidas devem ser abordadas no contexto dos demais conteúdos
matemáticos, configurando-se como conteúdo estruturante que possui fundamental
importância, pois favorece o diálogo entre as pessoas, entre os Estados, entre os diferentes
países e entre as instituições internacionais.
O Tratamento da Informação é um conteúdo estruturante que contribui para o
desenvolvimento de condições de leitura crítica dos fatos ocorridos na sociedade e para
interpretação de tabelas e gráfico que, de modo geral, são usados para apresentar ou descrever
informações.
O estudo das Funções ganha relevância na leitura e interpretação da linguagem
gráfica que favorece a compreensão do significado das variações das grandezas envolvidas.
Na abordagem dos conteúdos usaremos vários recursos didáticos e tecnológicos tais
como: lápis, papel, quadro, TV pendrive, computadores e softwares educativos, calculadora,
régua, DVD, data show e livros.
Na medida em que se trabalha os conteúdos estruturantes serão levantadas questões
sobre os seguintes conteúdos obrigatórios: História do Paraná (Lei n°13381/01), História e
cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena ( Lei n°11.645/08), Música ( Lei nº11645/08),
Prevenção do uso indevido de drogas, Sexualidade humana, Educação Ambiental, Educação
Fiscal, Enfrentamento à violência contra a criança e o adolescente. Direito das crianças e
adolescente L.F. N°11.525/07, Educação tributária Dec. N°4.201/02 possibilitando ao
estudante compreender, valorizar e respeitar as diferenças.
197
AVALIAÇÃO
A avaliação no ensino da Matemática será diagnóstica contínua, cumulativa e
processual devendo refletir o desenvolvimento global do aluno e considerar as características
individuais deste no conjunto dos componentes curriculares cursados, com prioridade os
aspectos qualitativos sobre os quantitativos.
Desse modo a avaliação do ensino da matemática deverá:
• contemplar os diferentes momentos do processo de ensino e aprendizagem;
• ser coerente com a proposta pedagógica da escola;
• estar de acordo com a metodologia utilizada pelo professor;
• servir como instrumento que orienta a prática do professor e possibilitará ao aluno a
reflexão do seu processo para possíveis intervenções. Como instrumentos de avaliação
do Ensino de Matemática serão utilizados trabalhos individuais e em grupo,
exercícios, provas, tarefas em classe e em casa, auto-avaliação e outros recursos com
base científica.
É fundamental o diálogo entre professores e alunos, na tomada de decisões, nas questões
relativas aos critérios utilizados para se avaliar, na função da avaliação e nas constantes
retomadas avaliativas. A recuperação é um direito de todos os alunos, para tanto após cada
atividade avaliativa será ofertado um novo instrumento avaliativo que possibilitará uma
melhor aprendizagem do Ensino da Matemática, sendo esta, de forma permanente e
concomitante ao processo de ensino e aprendizagem de acordo com os conteúdos
trabalhados.
REFERÊNCIAS
D’AMBRÓSIO, U., BARROS, J. P. D. Computadores, escola e sociedade. São Paulo:
Scipione, 1986.
D’AMBRÓSIO, U. Etnomatemática: elo entre as tradições e a modernidade. Belo
Horizonte: Autêntica, 2001.
DUARTE, N. O compromisso político do educador no ensino da matemática: In: DUARTE,
198
N; OLIVEIRA, B. Socialização do saber escolar. São Paulo: Cortez, 1987. P. 15.
HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliação Mediadora: uma prática em construção da
pré-escola a universidade. Porto Alegre, Educação & Realidade, 1993.
LUCHESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. 14. Ed. São Paulo: Cortez, 2002.
RIBNIKOV, K. História de las matemáticas. Moscou: Mir, 1987.
PARANÁ – Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação.
Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares de Matemática para os anos
finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio. Curitiba, 2008.
DANTE, Luiz Roberto. Didática da Resolução de Problemas, 12ª edição. Editora Ática. São
Paulo SP, 2005.
CARAÇA, Bento de Jesus. Conceitos Fundamentais da Matemática, 6ª edição. Editora
Gradiva, 2005.
BONJORNO, José Roberto, AYRTON, Olivares. Matemática Fazendo a Diferença 1ª
edição. Editora FTD. São Paulo, 2006.
ARROYO, G. Miguel. Indagações sobre currículo: educandos e educadores, seus direitos
e o currículo. Brasília, Secretaria da Educação Básica, 2007.
CGE/SEED . Desafios Educacionais Contemporâneos. Julho de 2008.
199
COLÉGIO ESTADUAL RUI BARBOSA
ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO E PROFISSIONALIZANTE
PROPOSTA CURRICULAR DE BIOLOGIA
ENSINO MÉDIO
NOVA LARANJEIRAS – 2012
200
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA DISCIPLINA DE BIOLOGIA
A disciplina de Biologia tem como objeto de estudo o fenômeno VIDA. Ao longo da
história da humanidade, muitos foram os conceitos elaborados sobre este fenômeno, numa
tentativa de explicá-lo e, ao mesmo tempo, compreendê-lo. (DCE's 2008)
A preocupação com a descrição dos seres vivos e dos fenômenos naturais levou o ser
humano a diferentes concepções de VIDA, de mundo e de seu papel como parte deste. Tal
interesse sempre esteve relacionado à necessidade de garantir a sobrevivência humana.
(DCE's 2008)
Ao longo da história da humanidade, pode ser observada a preocupação em
compreender os fenômenos da natureza. Foram várias as tentativas para definir o
fenômeno da vida, na Antiguidade, na Idade Média e Idade Moderna.
A história da ciência mostra que tentativas de definir a VIDA têm origem na
antiguidade. Ideias desse período, que contribuíram para o desenvolvimento da Biologia,
tiveram como um dos principais pensadores o filósofo Aristóteles, que deixou
contribuições relevantes quanto à organização dos seres vivos, com interpretações
filosóficas que buscavam, dentre outras, explicações para a compreensão da natureza.
Na idade média, a Igreja tornou-se uma instituição poderosa, tanto no aspecto
religioso quanto no social, político e econômico. O conhecimento sobre o universo,
vinculado a um Deus criador, foi oficializado pela igreja católica que o transformou em
dogma e a concepção teocêntrica permeou as explicações sobre a natureza .
A necessidade de organizar, sistematizar e agrupar o conhecimento produzido pelo
ser humano fez surgir as primeiras universidades medievais, nos séculos IX e X. Nas
universidades, sistematizou-se o conhecimento acumulado durante séculos e passou-se a
discuti-lo de maneira distinta do que ocorria nos centros religiosos.
Com o rompimento da visão teocêntrica e da concepção filosófico-teológica
medieval, os conceitos sobre o ser humano passaram para o primeiro plano, iniciando uma
nova perspectiva para a explicação dos fenômenos naturais.
A história da ciência, na renascença, também foi marcada pelo confronto de ideias.
Ao mesmo tempo em que alguns naturalistas utilizaram o pensamento matemático como
instrumento para interpretar a ordem mecânica da natureza (ROSSI, 2001), outros, como
os botânicos, realizavam seus estudos sob o enfoque descritivo.
Os estudos de zoologia desenvolveram-se mais rapidamente a partir dos avanços
tecnológicos, com o desenvolvimento das técnicas de conservação dos animais que
201
permitiram estudos anatômicos comparativos.
Nesse período surgiram novos conhecimentos biológicos, como por exemplo, a
classificação dos seres vivos numa escala hierárquica.
Diante de discussões sobre a classificação dos seres vivos por diversos naturalistas,
Carl von Linné (1707-1778), considerado o principal organizador do sistema moderno de
classificação científica dos organismos, propôs, em sua obra Systema Naturae (1735), a
organização dos seres vivos a partir de características estruturais, anatômicas e
comportamentais.
Enquanto a zoologia, a botânica e a medicina trataram de explicar a natureza de
forma descritiva, no contexto filosófico discutia-se a proposição de um método científico
a ser adotado para compreender a natureza. Em meio às contradições desse período
histórico, o pensamento do filósofo Francis Bacon (1561-1626) contribuiu para uma nova
visão de ciência, pois recuperou o domínio do ser humano sobre a natureza.
Ao introduzir suas ideias sobre aplicação prática do conhecimento, Bacon, propôs
um procedimento de investigação que “substitui a revelação mística da verdade pelo
caminho no qual ela é obtida pelo controle metódico e sistemático da observação” (FEIJÓ,
2003, p. 18).
Neste período, o filósofo francês René Descartes (1596-1650) contrapõe-se ao
pensamento baconiano considerando que “[...] o domínio e a compreensão do mundo
requerem a aceitação de um poder especial na mente que assegurava a verdade: a razão
humana [...]” (FEIJÓ, 2003, p. 20).
Em meio a mudanças no mundo filosófico, o médico Willian Harvey (1578- 1657),
que, segundo Descartes, possuía “[...] uma visão de mundo baseada em uma filosofia
mecanicista” publica a obra De Modus Cordis, em 1628, propondo um novo modelo
referente à circulação do sangue. Este modelo, foi acolhido por Descartes (1596- 1650)
como uma das bases mais consistentes do que viria a se constituir como pensamento
biológico mecanicista (DELIZOICOV, 2006, p. 282).
Os embates teóricos tornaram-se mais evidentes com o questionamento sobre a
origem da VIDA. As ideias sobre a geração espontânea, aceitas pelos naturalistas até o
século XIX, começaram a ser contrariadas no século XVII, quando o físico italiano
Francesco Redi (1626-1698), entre outros, apresentou estudos sobre a biogênese.
Naquele momento, não foi possível estabelecer conclusões sobre a origem da vida,
pois os conhecimentos desenvolvidos até então impediam esclarecimentos e definições
precisas sobre a natureza evolutiva.
202
O pensamento mecanicista reafirmou-se com a invenção e o aperfeiçoamento de
instrumentos que permitiram ampliar a visão anatômica e fisiológica.
Entretanto, as modificações nas estruturas sociais, políticas e econômicas,
concretizadas no Estado moderno europeu, favoreceram mudanças filosóficas e
científicas. Nesse contexto, conceitos consagrados, tais como a posição central da Terra
no Universo foram desafiados.
Newton, Descartes e outros desenvolveram teorias estritamente mecanicistas dos
fenômenos físicos. Ao final do século XVIII, o conceito de um mundo mutável foi
aplicado à astronomia por Kant e Laplace, que desenvolveram noções sobre evolução
estelar; à geologia, quando vieram à luz evidências de mudanças na crosta terrestre e da
extinção das espécies; aos assuntos humanos, quando o Iluminismo introduziu ideais de
progresso e aperfeiçoamento humanos (FUTUYMA, 1993, p. 03).
Evidências sobre a extinção de espécies forjaram, no pensamento científico
europeu, à luz dos novos achados, proposições para a teoria da evolução em confronto
com as ideias anteriores; e no fim do século XVIII e início do século XIX, a imutabilidade
da VIDA foi questionada com as evidências do processo evolutivo dos seres vivos.
Ao apresentar uma exposição ampliada de sua teoria, em Philosophie Zoologique
(1809), Lamarck, adepto da teoria da geração espontânea, estabeleceu o conceito de
sistema evolutivo em constante mudança; isto é, para ele, formas de vida inferiores
surgem continuamente a partir da matéria inanimada e progridem inevitavelmente em
direção a uma maior complexidade, progressão esta, controlada pelo ambiente.
No início do século XIX, o naturalista britânico Charles Darwin (1809-1882)
apresentou suas ideias sobre a evolução das espécies. Inicialmente, manteve-se fiel à
doutrina da igreja anglicana. Entretanto, os espécimes coletados na viagem pelas Ilhas
Galápagos começaram a lhe fornecer evidências de um mundo mutável.
Ao se afirmar que todos os seres vivos, atuais e do passado, tiveram origem evolutiva
e que o principal agente de modificação seria a ação da seleção natural sobre a ação
individual, criou-se a base para a teoria da evolução das espécies.
Os mecanismos evolutivos foram alvo de discussões. Para se contrapor à teoria
fixista, faltavam a Darwin dados sobre a natureza dos mecanismos hereditários.
As leis que regulam a hereditariedade, tal como foi proposto por Gregor Mendel
(1822-1884), monge agostiniano e estudioso das ciências naturais.
No século XIX, a Biologia fez grandes progressos com a proposição da teoria
celular, a partir de descrições feitas por naturalistas como os alemães Matthias Schleiden
203
(1804-1881), em 1838, e Theodor Schwann (1810-1882), em 1839, ao afirmarem que todas
as coisas vivas – animais e vegetais – eram compostas por células. O aperfeiçoamento dos
estudos sobre a origem da vida contribuiu para a refutação do vitalismo e da ideia de
geração espontânea.
No século XX, a nova geração de geneticistas confirmou os trabalhos de Mendel e
provocou uma revolução conceitual na Biologia que contribuiu para a construção de um
modelo explicativo dos mecanismos evolutivos, vinculados ao material genético, sob
influência do pensamento biológico evolutivo.
Os estudos do geneticista Thomas Hunt Morgan (1866-1945) contribuíram para que a
genética se desenvolvesse como ciência e, aliada aos movimentos políticos e tecnológicos
decorrentes das grandes guerras, promoveu uma ressignificação do darwinismo e deu força
ao processo de unificação das ciências biológicas. Nesse contexto histórico e social, a
Biologia começou a ser vista como utilitária pela aplicação de seus conhecimentos na
medicina, na agricultura e em outras áreas.
Em meados da década de 1970, as discussões acerca do progresso da ciência, do
trabalho científico nas instituições de pesquisa e do pensamento científico de cada época,
expuseram a fragilidade da concepção de ciência ainda limitada a uma epistemologia
empírica.
A Biologia, então, ampliou sua área de atuação e se diversificou. Uma delas é a
biologia molecular, considerada por Mayr (1998) o centro dos interesses biológicos na
atualidade. Tais avanços, sobretudo os relativos à bioquímica, à biofísica e à própria
biologia molecular, permitiram o desenvolvimento de inovações tecnológicas e
interferiram no pensamento biológico evolutivo.
Esses conhecimentos geram conflitos filosóficos, científicos e sociais e põem em
discussão a manipulação genética e suas implicações sobre o fenômeno VIDA.
Essas controvérsias contribuem para que um novo modelo explicativo se constitua
como base para o desenvolvimento do pensamento biológico da manipulação genética.
(DCE's 2008)
Buscou-se na historia da ciência descrita nas DCE's (2008), pensamentos que
contribuíssem para a construção de diferentes concepções sobre o fenômeno VIDA e suas
aplicações na disciplina de biologia.
O aprendizado de Biologia deve permitir a compreensão da natureza viva e dos limites
dos diferentes sistemas explicativos, a compreensão de que a ciência não tem respostas
definitivas para tudo, portanto pode ser questionada e transformada. Contribuindo para o
204
desenvolvimento de uma mentalidade de respeito pela vida, causando maior integração
entre os seres humanos e a natureza.
A Biologia proporciona aos alunos elementos para a compreensão das interações entre
os seres vivos e o ambiente, a importância da tecnologia como instrumento da intervenção
humana nos ecossistemas, construindo e transformando, buscando sempre uma melhoria na
qualidade de vida dos seres que habitam nosso planeta.
O conhecimento de Biologia de forma contextualizada e interdisciplinar traz aos
estudantes uma inovação no processo da compreensão das diversas áreas com que a
Biologia se relaciona.
Contextualizando o ensino da Biologia, os alunos terão possibilidade de relacionar os
conhecimentos adquiridos aos problemas de degradação ambiental e saúde, ao fenômeno
da vida, a diversidade de Espécies, a compreensão do universo. Eles serão capazes de dar
significados e conceitos científicos básicos em Biologia, como por exemplo: célula, seres
vivos, reprodução, evolução, OGM, e poderão ainda responder questões, diagnosticar e
propor soluções para problemas reais a partir de elementos da Biologia.
O ensino de Biologia permite que os alunos do meio urbano e do campo, possam
reconhecer fenômenos por eles observados em seu ambiente a que passam a ser
relacionados a outros fenômenos e compreendê-los melhor; e conhecendo novas pesquisas
e novos conceitos podem interagir com o meio, de forma mais significativa a consciente.
É fundamental que o ensino de Biologia se volte para o desenvolvimento de
conhecimentos que permitam ao aluno, compreender, reelaborar e analisar de forma
crίtica as informações que lhe forem apresentadas.
OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA
- compreender a vida, do ponto de vista biológico como fenômeno que se manifesta de
formas diversas, mas sempre com o sistema organizado e integrado, que interagem com o
meio físico-químico por meio de um ciclo de matéria e de fluxo de energia;
- compreender a diversidade das espécies como resultado evolutivo, que incluem
dimensões temporais e espaciais;
- dar significado a conceitos científicos básicos em Biologia;
- formar questões, diagnosticar e propor soluções para problemas reais e a partir de
elementos da Biologia, colocando em práticas e conceitos;
- identificar as relações entre o conceito científico e o desenvolvimento tecnológico,
considerando a preservação da vida, as condições de vida e as concepções de
205
desenvolvimento sustentável;
- apresentar suposições e hipótese a cerca dos fenômenos biológicos em estudo;
- relacionar degradação ambiental com agravos á saúde humana, entendida como bem
– estar físico, mental e social e não apenas como ausência de doença.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E BÁSICOS
Organização dos Seres Vivos
Classificação dos seres vivos: critérios taxonômicos e filogenéticos
Mecanismos Biológicos
Mecanismos celulares biofísicos e bioquímicos
Sistemas biológicos: anatomia, morfologia e fisiologia:
Mecanismos de desenvolvimento embriológicos:
Biodiversidade
Teorias Evolutivas.
Transmissão das características hereditárias.
Dinâmica dos ecossistemas: relações entre os seres vivos e a interdependência com o
ambiente
Manipulação genética.
Organismos geneticamente modificados
206
METODOLOGIA DO ENSINO DE BIOLOGIA
Compreender o fenômeno da VIDA e sua complexidade de relações, na disciplina de
Biologia, significa analisar uma ciência em transformação, cujo caráter provisório nos permite
reavaliarmos os seus resultados e possibilita repensar, mudar conceitos e teorias elaborados
em cada momento histórico, social, político, econômico e cultural. (DCE, 2008).
A abordagem pedagógica permite que um mesmo conteúdo específico seja trabalhado em
cada um dos conteúdos estruturantes, considerando-se a abordagem histórica que determinou
a elaboração daqueles conteúdos estruturantes e seus objetivos.
Assim, o desenvolvimento dos conteúdos estruturantes deve se dar de forma integrada, a
medida em que se discuta um conteúdo específico. Como exemplo, o conteúdo estruturante
biodiversidade, que requer conhecimentos sobre os mecanismos biológicos e organização dos
seres vivos para compreender porque determinados fenômenos acontecem, como a vida se
organiza na terra e quais implicações dos avanços biológicos são decorrentes da manipulação
genética, com isso, pretende-se discutir o processo de construção do pensamento biológico
presente na história da ciência e reconhecê-la como uma construção humana.
Com a construção de elementos da história, torna-se possível compreender que há uma
ampla rede de relação entre produção científica, o contexto social, o econômico, o político e o
cultural, verificando-se que a formulação, a validade ou não das diferentes teorias científicas,
estão associadas ao momento histórico em que foram propostas e aos interesses dominantes
do período.
Importa, então, conhecer e respeitar a diversidade social, cultural e os conceitos
espontâneos dos alunos, como elementos que podem constituir obstáculos ou favorecer a
aprendizagem dos conceitos científicos, dependendo do encaminhamento metodológico dos
conteúdos.
A história da ciência mostra que tentativas de definir a vida tem origem na
antiguidade, idéias desse período contribuíram para o desenvolvimento da Biologia,que nos
permitiu identificar quatro paradigmas metodológicos, ou marcos conceituais do
conhecimento biológico, o descritivo, o mecanicista, o evolutivo e manipulação genética.
O uso de diferentes imagens com vídeos, transparências fotos e atividades
experimentais são recursos usados com frequência nas aulas de Biologia e requerem uma
problematização em torno da demonstração e da interpretação. Analisar quais os objetivos,
expectativas a serem atingidas, além da concepção da ciência que se agrega a estas atividades
podem contribuir para a compreensão do papel do aluno frente a tais atividades. Uma aula
207
experimental, seja ela de manipulação de material ou demonstrativa, também representa
importante recurso de ensino. Para promover a aprendizagem, não é preciso um aparato
experimental sofisticado, mas sim sua organização, discussão e análise, que possibilita a
interação com fenômenos biológicos, a troca de informações entre os grupos que participam
da aula, e portanto, a emergência de novas interpretações, permitindo que o professor perceba
as dúvidas dos alunos.
Apresentamos para nossos alunos textos de interesse científico e metodológico para sua
interpretação; elaborando problemas e hipóteses que levam os estudantes a pensar sobre
assuntos polêmicos demonstrados pelos meios de comunicação; representando determinados
processos biológicos, problemas ambientais e na área da saúde humana, procurando
estabelecer relação com os conceitos científicos.
Pensamos que o desenvolvimento dos conhecimentos práticos contextualizados
precisam responder às necessidades da vida contemporânea, ampliando seus saberes,
auxiliando-os na leitura e visão de mundo. Levamos nossos alunos a expressar suas dúvidas
e curiosidades, abrindo espaço para suas manifestações, também procuramos elaborar
questões criando situações próximas da realidade, visando ampliar seus interesses pelos
assuntos em estudo. Sabemos que ouvir os estudantes é essencial, pois assim, estaremos
respeitando suas ideias e valorizando todo o conhecimento que eles já possuem.
Observando a lei 11645/08, que trata da História e Cultura Afro-brasileira, africana e
indígena, podemos trabalhar esse assunto no conteúdo estruturante manipulação genética,
dentro dos conteúdos específicos interação gênica e DNA, biomas; e juntamente com lei
9795/99 relativa a Política Nacional de Educação Ambiental, serão abordadas no momento
em que trabalhamos sobre o meio ambiente, valorizando os conhecimentos que esses povos
possuem e o modo como utilizam os recursos naturais para sua sobrevivência.
A prevenção ao uso indevido de drogas é uma constante na disciplina, são vários os
conteúdos em que o assunto é abordado e discutido, dentro do estudo da célula, dos sistemas
do corpo humano, plantas e fungos. Assim como a sexualidade humana, que desperta muito o
interesse dos adolescentes e que muitas vezes buscam na disciplina a resposta para suas
dúvidas em relação ao tema, sendo assim essencial que o assunto seja constantemente
retomado e abordado de várias maneiras diferentes.
A discussão sobre a sexualidade já é uma base abordar também o Enfrentamento à
violência contra a criança e o adolescente, bem como o Direito das crianças e adolescentes (L.
F. nº 11525/07), levar os alunos a conhecer as diversas formas de violência, a denunciá-las e
conscientizar a todos sobre os seus direitos. Esse também é um tema que precisa ser abordado
208
muitas vezes para que seja do conhecimento de todos, e que além de se defender, esses alunos
se tornem, no futuro, adultos conscientes.
A discussão sobre biopirataria, engenharia genética, avanços na medicina, fauna, flora,
são conteúdos que permitem abordar também a educação fiscal e a educação tributária (Dec.
N 1143/99) e (Port. Nº 413/02).
Os instrumentos utilizados são variados e os diversos conteúdos podem ser
trabalhados com debates, excursões, aulas expositivas, jogos, painéis, entrevistas, pesquisas,
trabalhos, elaboração de textos e cartazes, bem como usando os mais variados recursos
audiovisuais, como livros didáticos, revistas, jornais, reportagens, TV pendrive ,TV Paulo
Freire, Paraná digital, Portal dia-a-dia-educação, data show, retroprojetor, laboratórios de
Biologia , microscópios lâminas, incluindo a internet como fonte de pesquisa e visualização
em Cd-rom e DVD.
AVALIAÇÃO
A avaliação deve ser contínua, cumulativa, processual e integral, observando os
progressos ocorridos no desenvolvimento das atividades, baseando-se no aluno como um
todo e não no conhecimento fragmentado.
De acordo com a definição de avaliação proposta na LDB, devemos valorizar mais os
aspectos qualitativos do que os quantitativos, oportunizando aos educandos várias formas
avaliativas, bem como de recuperação.
Os processos avaliativos precisam proporcionar uma análise nos avanços ocorridos no
processo ensino e aprendizagem, provocando a curiosidade e o interesse sobre as novas
descobertas. Temos que incentivá-los a procurar novos conhecimentos utilizando-se de todos
os métodos possíveis.
O processo de avaliação, enfim, deve ser um meio que proporcione ao aluno e ao
professor uma análise dos avanços ocorridos no decorrer do ensino, incentivando a busca
constante de conhecimentos atualizados, orientando-os para o que pode ser melhorado e de
que forma.
Os instrumentos de avaliação utilizados nesta disciplina serão diversificados, de
acordo com o conteúdo desenvolvido poderão ser: atividades descritivas, individuais e em
grupos, bem como trabalhos de pesquisa, interpretação e elaboração de textos, desenhos,
maquetes, esquemas, gráficos, tabelas, confecção de cartazes e murais entre outras formas.
A avaliação é um processo de aquisição e construção dos conhecimentos, por isso
nesta disciplina levamos em consideração os seguintes critérios: compreensão dos diversos
209
mecanismos biológicos, reconhecimento das formas de organização dos seres vivos,
identificação dos avanços das técnicas de manipulação genética e sua importância, e análise
das relações de interdependência dos seres vivos entre si e com o meio.
Quando os resultados das avaliações forem insatisfatórios, cabe ao professor buscar as
causas dessas dificuldades, corrigindo as possíveis falhas ocorrida ao longo do processo,
realizando a recuperação de forma permanente concomitante ao ensino aprendizagem, sendo
ela simultânea nos casos necessários, levando em consideração as dificuldades encontradas
pelos alunos, proporcionando uma nova possibilidade de aprendizagem e um melhor
aproveitamento escolar a partir de retomada de conteúdos, pesquisas e estratégias
diferenciadas daquelas utilizadas no primeiro momento para explicação do conteúdo,
objetivando que todos os alunos possam compreender o assunto proposto.
Enfim, segundo as DCE' s (2008), adota-se como pressuposto a avaliação como
instrumento analítico do processo de ensino aprendizagem que se configura em um conjunto
de ações pedagógicas pensadas e realizadas ao longo do ano letivo, de modo que professores
e alunos tornam-se observadores dos avanços e dificuldades a fim de superarem os
obstáculos existentes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.
Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares de Biologia para o Ensino
Médio. Curitiba, 2008.
Obras Consultadas
FUTUYMA, D. J. Biologia evolutiva. Ribeirão Preto: Sociedade Brasileira de
Genética/CNPq, 1993.
JUNQUEIRA, Luiz c. & CARNEIRO, José. Biologia Celular e Molecular. 8ª edição. Ed.
Guanabara Koogan. Rio de Janeiro, 2005.
KRASICHIK, Myrian. Prática de Ensino de Biologia. 4ª edição. Ed. da Universidade de São
Paulo. São Paulo, 2005.
210
PAULINO, Wilson Roberto. Biologia. 1ª ed. Editora Ática. São Paulo. 2005.
Professores do Estado do Paraná. Biologia, Livro Didático Público. 1ª edição. Editoração da
SEED. Paraná, 2006.
Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual Rui Barbosa – EFMP.
Regimento Escolar do Colégio Estadual Rui Barbosa – EFMP.
211
COLÉGIO ESTADUAL RUI BARBOSA ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
PROFISSIONALIZANTE
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR
DISCIPLINA DE FILOSOFIA
ENSINO MÉDIO
NOVA LARANJEIRAS
2012
212
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
O fim do regime de ditadura no Brasil e o clima de abertura política e
redemocratização que embalou o povo brasileiro na década de 1980 não conseguiu reconduzir
a disciplina de Filosofia à grade curricular de nível básico, apesar da compreensão por parte
da maioria dos intelectuais, de que na reconstrução da democracia era necessária uma reforma
educacional. Segundo Maria Lúcia de Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins, “(A
Filosofia) ... é importante para a formação integral de todos os alunos. Porque, ao estimular
a elaboração do pensamento abstrato, a filosofia ajuda a promover a passagem do mundo
infantil ao mundo adulto. Se a condição do amadurecimento esta na conquista da autonomia
no pensar e no agir, muitos adultos permanecem infantilizados quando não exercitam desde
cedo o olhar crítico sobre si mesmo e sobre o mundo.(ARANHA,2002, pg 01)
A discussão sobre a contribuição que a Filosofia podia dar à construção do Brasil do
século XXI começa oficialmente em 1997 quando o deputado federal Roque Zimmerman
propôs pela primeira vez um projeto de lei no sentido da sua obrigatoriedade, proposta que
estranhamente foi vetada em 2001, pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Aos
governantes parecia cômodo “silenciar a crítica dos pensadores, a fim de garantir a
obediência passiva dos cidadãos”. Em 2003 o senador Ribamar Alves reapresentou o projeto,
com algumas alterações, ao Congresso nacional, como medida paliativa, o CNE publicou em
2006 resolução orientando as redes estaduais de educação a oferecer Filosofia no ensino
médio, enquanto a LDB , no art. 36, determina que, no final do Ensino Médio, o estudante
deverá “dominar os conhecimentos de filosofia (...) necessários ao exercício da cidadania” ,
na pratica no entanto, a filosofia é tratada como tema transversal retirando-lhe o caráter de
disciplina.
Uma luz no fim do túnel parece reconduzir a filosofia ao espaço que nunca deveria ter
perdido, e hoje vemos a falência dos valores éticos que o ensino tecnicista não conseguiu
garantir, a sociedade clama por uma reestruturação educacional que dê conta de resgatar tais
valores e eis que surge de um ostracismo de 37 anos, a Filosofia como disciplina obrigatória
para todas as séries do Ensino Médio; no dia 02 de Junho de 2008 o presidente em exercício,
José Alencar, sancionou a lei 11684, que alterou o inciso III do parágrafo 1º do artigo 36 da
LDB. Onde se lia antes que, ao final do ensino médio, o aluno deveria demonstrar “domínio
dos conhecimentos de filosofia (...) necessários ao exercício da cidadania”, agora se lê “IV –
serão incluídas a Filosofia e a (...) como disciplinas obrigatórias em todas as séries do ensino
médio.” Conferindo obrigatoriedade legal aquilo que o CNE apenas regulamentava em caráter
de parecer. Entendemos ser esta uma grande conquista para a educação brasileira que
213
precisa urgentemente ser repensada para atender as lacunas que se verifica na formação
humana. A Filosofia contribuirá decisivamente neste resgate, pois qualquer que seja a
atividade profissional futura ou projeto de vida, enquanto pessoa e cidadão, o aluno precisa da
reflexão filosófica para o alargamento da consciência crítica, para o exercício da capacidade
humana de se interrogar e para a participação mais ativa na comunidade em que vive, além de
um posicionamento fundamentado, diante dos novos problemas que o mundo tecnológico
apresenta. É necessário dar a reflexão ética a mesma velocidade que as transformações
cientificas impuseram a humanidade, também considerar os problemas da convivência e
tolerância imposta por um mundo globalizado que aproxima diferenças e integra diversidades.
O ensino de filosofia em nível médio deve oportunizar ao educando fundamentação
teórica para reflexão critica sobre os grandes temas que inquietam a humanidade e
proporcionando a apropriação de conceitos que fundamentam a sua leitura de mundo como
sujeito e agente de transformação.
Na atual polêmica mundial acerca dos possíveis sentidos dos valores éticos, políticos,
estéticos e epistemológicos, a Filosofia tem um espaço a ocupar e muito a contribuir. Seus
esforços dizem respeito, basicamente, aos problemas e conceitos criados no decorrer de sua
longa história, os quais por sua vez geram discussões promissoras e criativas que
desencadeiam, muitas vezes, ações e transformações. Por isso, permanecem atuais. Um dos
objetivos do Ensino Médio é a formação pluri dimensional e democrática, capaz de oferecer
aos estudantes a possibilidade de compreender a complexidade do mundo contemporâneo,
suas múltiplas particularidades e especializações. Nesse mundo, que se manifesta quase
sempre de forma fragmentada, o estudante não pode prescindir de um saber que opere por
questionamentos, conceitos e categorias e que busque articular o espaçotemporal e sócio-
histórico em que se dá o pensamento e a experiência humana. Como disciplina na matriz
curricular do Ensino Médio, considera-se que a Filosofia pode viabilizar interfaces com as
outras disciplinas para a compreensão do mundo da linguagem, da literatura, da história, das
ciências e da arte.
CONTEÚDOS
Conteúdos Estruturantes:
- Mito e Filosofia
- Teoria do Conhecimento.
- Ética
- Filosofia Política.
- Filosofia da Ciência (ou epistemoslogia)
214
- Estética (ou Filosofia da Arte)
Conteúdos básicos:
- O que é Filosofia
- Importância do Estudo da Filosofia
- A Mitologia e o aparecimento da Filosofia
- Mitologia e Religião
- Nascimento da Filosofia
- Períodos históricos da Filosofia Ocidental
20. Filosofia Antiga
21. Filosofia no Período Medieval
22. Filosofia da Renascença
23. Filosofia Moderna
24. Filosofia Iluminista
25. Filosofia Contemporânea
- Grandes Temas da Filosofia
Ontologia ou Metafísica
Lógica
Epistemologia ou Filosofia da Ciência
Teoria do Conhecimento
Ética
Filosofia Política
Filosofia da História
Filosofia da Arte ou Estética
Filosofia da Linguagem
Filosofia da Religião
- TEORIA DO CONHECIMENTO
- Possibilidade do conhecimento
- O conhecimento e os primeiros filósofos
- O problema do conhecimento no período Moderno.
-Racionalismo
21. Descartes
215
- Empirismo
John Locke
- David Hume
- Kant e a teoria do conhecimento
- A METAFÍSICA
- Cosmogonia e metafísica
- Nascimento do problema Metafísico
- Pré-socráticos
- Platão
- Aristóteles
- Metafísica no Mundo Cristão
Santo Agostinho
Santo Tomas de Aquino
- Decadência do Problema Metafísico
- Metafísica na filosofia contemporânea
- LÓGICA
− O Nascimento da Lógica
− Elementos da Lógica
− A lógica simbólica
- FILOSOFIA DA CIÊNCIA
- Atitude científica
- A ciência na História
- O Ideal científico e a razão instrumental
- FILOSOFIA DA ARTE OU ESTÉTICA
- Arte entre os Gregos
- Arte na Idade Média
- Arte no Renascimento
- Arte no mundo contemporâneo
216
- ÉTICA
• Senso moral e consciência moral
• Ética e violência
• Moralidade No Período Clássico Da Filosofia Grega
• Moral Iluminista
• A liberdade em Jean Sartre
• Bioética
- O PROBLEMA POLÍTICO
- Política Na Grécia Clássica
� Sofistas
� Platão
� Aristóteles
- O Problema Político Na Idade Moderna
• Tomás Hobbes (1588 – 1679)
• Pensamento Político de John Locke
• Nicolau Maquiavel
METODOLOGIA
Diante do desafio de resgatar uma proposta de ensino de filosofia para o Ensino Médio
propomos uma abordagem metodológica que proporcione ao educando, ao mesmo tempo
domínio do saber filosófico acumulado na história da humanidade e uma reflexão sobre os
problemas que perpassam sua própria existência. Para tanto entendemos que se faz necessário
abordar os grandes temas da filosofia numa perspectiva histórica, primeiro compreendendo os
temas em seu tempo para posteriormente contextualiza-lo; é necessário ir ao texto filosófico
ou à história da filosofia sem contudo tratar os conteúdos como a única preocupação do
ensino de filosofia.
Ao incluir o aluno na elaboração das propostas de ensino e aprendizagem será
considerada sua realidade social e pessoal, sua percepção de si e do outro, suas dúvidas e
necessidades de compreensão desta mesma realidade.
A relevância de conteúdos na qual facilita o entendimento do aluno na pratica de
filosofia realizará uma reflexão ao proporcionar acesso aos conhecimentos científicos,
registros culturais diferenciados, tais como são vistos a partir dos estudos de temas
decorrentes da História e Cultura Afro-brasileira e Africana, Indígena (11.645/3/2008), Meio
Ambiente ( 9795/99),História do Paraná,Educação do Campo, Educação Fiscal, Educação em
217
Direitos Humanos ,Prevenção ao Uso Indevido de Drogas, Sexualidade. Esses desafios
contemporâneos serão abordados de forma contextualizada, considerando que são problemas
significativos na vida cotidiana, trabalharemos de uma forma mais prática e ampla esses
temas a partir de videos educativos, filmes que abordam as questões citadas,
documentários,palestras e leituras diversas. Buscaremos através de atividades de pesquisa,
debates e aulas expositiva com a utilização de variados instrumentos tecnológicos, como
internet, multimídia, tv etc, garantir o domínio conceitual e criar um espaço de experiência
filosófica, espaço de provocação do pensamento original, da busca, da compreensão, da
imaginação, da investigação da analise e da re-interpretação dos conceitos bem como
elaboração de novos conceitos. Entendemos que o trabalho do professor é o de propor
problematizações, leituras filosóficas e analise de textos, tomando o cuidado de não interferir
na construção de autonomia de pensamento ao educando. Ao educador é necessário
compreender que ele não esta criando discípulos, mas sim livres pensadores com capacidade
argumentativa e domínio dos pressupostos metodológicos e lógicos.
AVALIAÇÃO
Entendemos a avaliação como um instrumento didático pedagógico com funções
diferenciadas. Ela é diagnóstica e processual, isto é, tem a função de subsidiar e redirecionar
o curso da ação no processo ensino-aprendizagem.
Os instrumentos avaliativos devem contemplar a pluralidade de indivíduos. Para tanto
não se deve prender a um único instrumento de avaliação e perceber as mudanças
quantitativas e qualitativas verificadas no educando. Esta diversidade de instrumentos é
representada por seminários, debates, painéis, entre outro, e, conforme estabelecido no projeto
político pedagógico da escola, corresponderá a um percentual de avaliação formal, avaliação
escrita trimestral e outro percentual através de trabalhos de pesquisa, seminários, debates,
relatórios, murais etc. sendo que todos os critérios avaliativos devem estar claros ao educando
no inicio de cada período trimestral.
A utilização desses meios serão trabalhados de uma forma diferenciada para os alunos de
necessidades especiais, pois eles precisam de recursos e serviços de apoio pedagógico
especializados necessários para o acesso ao currículo e à aprendizagem. Tais como interpretes,
instrutores e professores de apoio entre tantos outros.
A avaliação de Filosofia se inicia com a mobilização para o conhecimento, por meio
da análise comparativa do que o estudante pensava antes e do que pensa após o estudo.
A recuperação dos conteúdos será trabalhada de maneira específica no qual busca visar a
218
dificuldade do aluno referente ao conteúdo trabalhado. A partir da retomada do conteúdo, o
professor procurará identificar essa dificuldade, fazendo com que assim ele busque seus meios
de respostas de uma forma em que utilize o raciocínio a partir de princípios estratégicos, a fim
de que a investigação seja o seu principal foco no processo de criação dos conceitos.
BIBLIOGRAFIA
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofando, introdução a Filosofia. 2ª Edição SP. ed
Moderna, 1993.
CHAUÍ, M. 2000. Convite à filosofia. São Paulo, Ática.
CERLETTI, Alejandro; Kohan, Walter Omar. A filosofia no ensino médio. Brasília: UnB,
1999.
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia. Editora Saraiva, 1996.
Diretrizes Curriculares de Filosofia para Educação Básica.
FILOSOFIA Ed. SEED PR, vários autores, 2006.
HORN Geraldo Balduino (org). Textos filosóficos em dicussão(I): Platão, Maquiavel,
Descartes e Sartre Editora Elenco, Curitiba, 2006.
MODIM, Battista, Introdução à Filosofia, 2ª Edição Edições Paulinas São Paulo, 1980.
219
COLÉGIO ESTADUAL RUI BARBOSA – ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO E
PROFISSIONALIZANTE
PROPOSTA PEDAGOGICA CURRICULAR
DE FÍSICA
ENSINO MÉDIO
NOVA LARANJEIRAS, 2012
220
1- FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA DISCIPLINA
O conhecimento físico é uma das muitas faces da cultura científica, construída por
incontáveis mãos e mentes, erros e acertos, necessidades e fantasias, buscas e encontros não
esperados, que tem como objetivo o estudo do universo,ocupando-se de todos os ramos da
atividade humana.
É histórico que na luta pela sobrevivência a humanidade começou a olhar a natureza
para compreendê-la e fazer uso racional da mesma. Inicialmente as explicações para os
fenômenos naturais baseavam-se em mitos e crenças, ainda no período paleolítico e mais
tarde surgiram às primeiras sistematizações com o povo grego em explicar as variações
cíclicas observadas nos céus onde deram origem à Astronomia e com ela o início do estudo
dos movimentos.
Muitos foram os esforços e contribuição para desvendar os fenômenos naturais. No
entanto, até a idade média, a Ciência conhecida se resumia em Física aristotélica, Astronomia
geocêntrica de Ptolomeu e Geometria euclidiana, até chegarmos ao Renascimento.
Aristóteles defendia que a Terra era redonda e estudando o movimento dos corpos
deduziu que existiam coisas pesadas como os sólidos e líquidos que caem em direção ao
centro da Terra e coisas leves como o ar e o fogo, que se afastam do centro da Terra segundo
Martins, 1997,p.7. Desta forma, quatro elementos formariam o universo: terra, água, fogo e ar.
Como se observava que alguns corpos celestes não se aproximavam nem se afastavam
do centro do universo Aristóteles imaginou que existiria um quinto elemento, o éter que
preencheria acima da Lua sendo o universo dividido em dois mundo: o sublunar e o supra
lunar.
Nesse universo, o movimento dos planetas e da Lua é circular não sendo possível
conceber a inércia e o movimento retilíneo e uniforme num universo que era fechado e finito.
Com São Tomás de Aquino (1225 – 1274) a filosofia medieval tentou conciliar a
tradição cristã ao pensamento greco-romano influenciados por Platão, Aristóteles e a
Astronomia geocêntrica. A cosmologia de Ptolomeu foi aceita pela igreja porque colocava a
Terra como o centro.
Os estudos de Nicolau Copérnico (1473 – 1543) revelavam que o Sol era o centro de
um sistema do qual a Terra era apenas um planeta – modelo heliocêntrico.
Dentro do contexto da Revolução Industrial, Galileu Galilei (1562-1643) mostrou a
Física que conhecemos atualmente desfazendo a física de Aristóteles e a Astronomia de
221
Ptolomeu e reforçando a afirmação do sistema coperniano. O universo deixou de ser finito e o
céu de ser perfeito. O espaço passou a ser descrito em linguagem matemática. Galileu buscava
descrever um fenômeno partindo de uma situação particular para fazer generalizações e
construir leis universais.
Newton completou o que Galileu e Descartes não fizeram, que foi submeter o céu e a
Terra às mesmas leis e descobriu que as quantidades de movimento, grandezas que se
conservam sempre, mesmo em processos em que tudo parece estar mudando. Newton
procurou pelas leis do movimento e pela forma como se dá a interação entre os corpos, a qual
foi enunciada na lei da gravitação Universal dando início a uma nova concepção na qual o
universo seria regido por leis físicas e equações matemática.
A síntese elaborada por Newton explicava de forma satisfatória os fenômenos celestes
e terrestres, por isso o seu trabalho foi considerado o caminho correto para o conhecimento do
universo pelos filósofos europeus iluministas do século XVIII; especialmente na França. Os
franceses estiveram entre os grandes disseminadores da obra de Newton. Mesmo a
termodinâmica, passaria a ter um tratamento quantificado nos moldes do Principia.
Na Inglaterra, na segunda metade do século XVIII, o contexto favorecia o
conhecimento físico com a evolução da termodinâmica, pois a incorporação das máquinas a
vapor à industria trouxe mudanças no modo de produzir bens e contribuiu para
transformações sociais e tecnológicas.
A união entre técnicos e cientistas com o objetivo de entender o calor para melhor
funcionamento das máquinas levou a elaboração das leis da termodinâmica e em 1842, Mayer
concluiu que calor e trabalho são manifestações de energia.
Dentro desta situação, em 1861, Maxwell previu que os campos eletromagnéticos
poderiam se propagar em ondas, que foi confirmado por Hertz. A velocidade destas ondas
coincide com a luz, levando a formulação da teoria eletromagnética da luz, completando
assim, a unificação que Faraday iniciara. Ao lado da teoria da gravitação universal,
desenvolvida por Newton, a teoria do eletromagnetismo, sistematizada por Maxwell,
completou uma visão geral de todos os campos de força até então conhecidos, ao mesmo
tempo em que lançou as bases para a produção e uso de energia elétrica quanto para as
modernas telecomunicações (SEED/ n: MENEZES, 2005,p-21).
O início do século XX foi marcado por uma revolução no campo da Física. Em 1905,
Einstein apresentou a teoria da relatividade ao perceber que as equações de Maxwell não
obedeciam às regras de mudança de referencial da teoria newtoniana.
No período entre guerras vários cientistas tiveram que sair de seu país e buscar refúgio
222
em outros países para realizarem suas pesquisas com maior liberdade que abriram caminho
para o desenvolvimento da mecânica quântica.
Nesta mesma época, em 1934, no Brasil, foi criado o curso de Sciencias Physicas, na
faculdade de Philosophia, Sciencias e letras da Universidade de São Paulo, para formar
bacharéis e licenciados em Física. Isso permitiu ao país que a Física, como campo de
pesquisa e criação de novos conhecimentos, começasse a se desenvolver efetivamente.
Na escola secundária brasileira o ensino de Física era uma realidade desde 1808, com
a vinda da família real ao Brasil e visava atender os anseios da corte com cursos de formação
de engenheiros e médicos.
Em 1837, foi criado no Rio de Janeiro o colégio Pedro II, para servir de modelo para
os demais colégios e foi adotada uma Física matematizada, quantitativa, ensinada por mio de
manuais franceses distantes da realidade brasileira.
Na busca por novas tecnologias de guerra pelo mundo, em 1946, no Brasil foi criada a
primeira instituição direcionada ao Ensino de Ciências onde seu papel era promover a
melhoria da formação científica aos alunos que ingressariam na escola superior. Sua atividade
mais importante foi construir material para o laboratório, livros didáticos e paradidáticos.
Em 1957, com o lançamento do primeiro satélite artificial, fato atribuído ao avanço
científico e tecnológico iniciou-se uma rediscussão sobre o ensino de Ciências, com criticas a
abordagem livresca onde o Brasil adota um projeto que foi concebido para as escolas
americanas, inadequado à realidade brasileira, principalmente devido à precária formação e
qualificação dos docentes.
Diante esse quadro, projetos nacionais começaram a ser desenvolvidos e por meio
destes eram produzidos materiais didáticos e treinavam-se professores. A metodologia
baseava-se nos princípios da tecnologia educacional que tomava o aluno como centro do
processo de ensino-aprendizagem.
Na busca da modernização e desenvolvimento do país pelos militares, pós 1964,
valorizava o ensino de Ciências e para isso necessitava-se de mão-de-obra qualificada e que o
ensino devia preparar os alunos para o trabalho, suprir a demanda aos cursos superiores
inspirado na prática americana como fonte de progresso econômico.
Então ao longo da década de 1970, a educação, em especial no ensino de Ciências, foi
chamado à responsabilidade de levar o Brasil ao desenvolvimento e à modernidade.
Nos anos 80 elaborou-se uma proposta de ensino cuja abordagem dos conteúdos
escolares deveria partir da vivência de professores e alunos. Tal trabalho colocava o professor
no centro do trabalho pedagógico.
223
No Paraná surge a pedagogia histórico-crítica por meio de ideias como Demeval
Saviani que buscava propiciar ao estudante uma sólida educação geral voltada a compreensão
crítica da sociedade para enfrentar as mudanças e atuar sobre elas o que contribuiria para o
desenvolvimento da criticidade dos estudantes.
Na década de 1990 este processo é interrompido e a educação deveria então estar
voltada à competitividade, numa sociedade cada vez mais dominada por recursos tecnológicos
de última geração para servir as novas demandas da educação que passaram a ser explicitadas
por diversos documentos de organismos mundiais. Essa reformulação foi concretizada com a
LDB 9.394/96 com as Diretrizes Curriculares Nacionais e com os PCNs .
Em 2003 foi proposto uma mobilização coletiva com o objetivo de elaborar as
diretrizes curriculares estaduais.
Estas diretrizes buscam construir um ensino de Física centrado em conteúdos e
metodologias capazes de levar estudantes a uma reflexão sobre o mundo das ciências, sob a
perspectiva de que esta não é somente fruto da racionalidade científica. É preciso ver o ensino
da Física “com mais gente e com menos álgebra, a emoção dos debates, a força dos princípios
e a beleza dos conceitos científicos” (MENEZES, 2005).
2- OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA:
A Física na escola de ensino médio deve educar para a cidadania e contribuir para o
desenvolvimento de um sujeito capaz de admirar a beleza da produção científica ao longo da
história e também deve considerar a dimensão crítica do conhecimento sobre o universo de
fenômenos ao fazer perceber a não neutralidade de sua produção, mas seu comprometimento
e envolvimento com aspectos sociais, políticos, econômicos e culturais.
O ponto de partida da prática pedagógica são os conteúdos estruturantes propostos
com base na evolução histórica das ideias e dos conceitos da Física. É fundamental o enfoque
conceitual para além de uma equação matemática, sob o pressuposto teórico o qual se afirma
que o conhecimento científico é uma construção humana com significado histórico e social.
Para chegar ao estágio atual, inúmeras pessoas, ao longo dos séculos, tem refletido,
formulado e testado as mais variadas ideias, hipóteses, teorias para descrever e explicar o
comportamento da natureza. Todo esse trabalho resultou na fantástica quantidade de
conhecimentos acumulados pela física, a ciência que mais tem contribuído para o contínuo
avanço tecnológico do mundo em que vivemos.
A Física está incorporada em nossa cultura, no aparato social e tecnológico de nossos
224
dias, tornando-se, ao mesmo tempo, um instrumento necessário para a compreensão desse
mundo em que vivemos e para atuação naquele que antevemos, sendo o seu conhecimento
indispensável à construção da cidadania, razão pela qual esta disciplina é parte integrante do
Ensino Médio.
Ressalta-se a importância de um enfoque conceitual para além de uma equação
matemática, sob o pressuposto teórico de que o conhecimento cientifico é uma construção
humana com significado histórico e cultural.
O conhecimento da disciplina de Física no Ensino Médio, seu objeto de estudo – o
Universo e sua história, dá ao educando um ensino que permite a atuação social e histórico-
crítica sob o horizonte de transformação de sua vida e o meio que o cerca e o sustenta na
continuidade dos estudos.
3- METODOLOGIA
Ao longo do Ensino Médio, o ensino de Física tem o objetivo de instrumentalizar o
educando do Colégio Estadual Rui Barbosa, para compreender a interação existente entre o
mundo físico e social, coordenar informações, posicionar-se diante delas e construir os seus
conhecimentos. O ensino de Física, desta forma deve possibilitar a capacidade de
entender a realidade, de situar-se no mundo participando de forma ativa na comunidade, ser
capaz de compreender criticamente uma notícia, de ler um texto científico, de entender e
avaliar questões de ordem social e política, organizando os conhecimentos e habilidades
necessárias para que os indivíduos se sintam alfabetizados científica e tecnologicamente
proporcionando o desenvolvimento de uma postura critica e reflexiva frente as descobertas e
os fatos científicos.
Reconhecendo a Física como um campo teórico considerando os conceitos
fundamentais que dão sustentação a teoria dos movimentos, pois para ensinar uma teoria é
necessário o domínio e a utilização de linguagem própria da ciência.
A apresentação dos conteúdos se dá a partir de um conhecimento prévio do aluno e
suas vivências, através de recursos tecnológicos como vídeo, retroprojetor, TV – pendrive,
computador, internet, e outros. Caracterizando a atividade científica como produção humana,
condicionada por vários fatores externos do caráter cultural, social, econômico e político que
abrem um leque de possibilidades para a apropriação dos conteúdos, destacando a importância
da Física como resposta a indagações do ser humano e da sociedade, reconhecendo a
importância da observação e da experimentação, aliadas à reflexão e ao campo de ideias.
225
Determinando experimentalmente fatos como velocidade de um corpo, medidas de distância e
de tempo; Identificando as variáveis que interferem no cotidiano do nosso educando, o estudo
da física nos possibilita o trabalho com materiais alternativos, trazendo para sala de aula
material concreto e de fácil aquisição, tornando o aluno capaz de construir e assim facilitar a
sua compreensão, atingindo os eixos básicos da educação: agir, pensar e fazer.
A construção deste conhecimento será encaminhado através de:
Modelos matemáticos teóricos, são importantes, uma vez que contextualizados, do cotidiano
do educando, para que possam fazer sentido para o aluno.
Experimentação contemplando a curiosidade do aluno. Dela, o aluno consegue valorizar,
sentir, ouvir, enfim, interagir, com os fenômenos. O que torna o aprendizado significativo.
Leitura cientifica de textos, jornais, revistas e internet.
Trechos de filmes que são importantes, pois possuem papel de transformar informações em
conhecimento científico.
Abordar aspectos históricos no Brasil, acultura indígena, as contribuições da luta dos povos
negros na formação da sociedade brasileira.
Discussões sobre as mudanças do meio ambiente e as teorias científicas.
Nas salas de aula o professor usará exposição de conteúdos com explicações
contextualizadas, aulas de experimentações ( laboratoriais, experimentações em sala de aula
ou atividade extra-classe), aulas de leitura, pesquisas e/ou cortes de filme, aulas de resolução
de exercícios de modelos matemáticos.
A abordagem da história da Ciência, a evolução das ideias e conceitos em Física,
caminho quase sempre não-linear, de erros e acertos, avanços e retrocessos. Essa história deve
mostrar também a não-neutralidade da produção científica, suas relações externas, sua
interdependência com os sistemas produtivos, os aspectos sociais, políticos, econômicos e
culturais desta ciência.
A abordagem dos Temas Contemporâneos inseridos na disciplina de Física será
desenvolvida da seguinte forma:
O tratamento de conteúdos pela sua totalidade, ou seja que considera os aspectos
políticos, culturais e econômicos daquele recorte do conhecimento, facilitando a abordagem
dos temas educacionais contemporâneos, tais como a História do Paraná Lei (13381/01) -
História e Cultura Afro-brasileira, Africana e indígena (Lei 11645/08), música, prevenção ao
uso indevido de drogas, sexualidade humana, educação ambiental, educação fiscal,
enfrentamento à violência contra a criança e o adolescente, Direitos das crianças e
Adolescente (Lei 11525/07), Educação tributária Dec.1143/99, Portaria nº 413/02 – Política
226
Nacional de Educação Ambiental (Lei 9795/99). Dec. 4201/02.
Cultura Afro-brasileira e Africana; História e cultura dos povos indígenas; a sua
concepção de Universo e a explicação do movimento, calor e energia.
Os assuntos referentes a Educação Ambiental será trabalhado ao longo do estudo dos
movimentos, termodinâmica e eletromagnetismos, quando da sua apropriação, o estudante
será conduzido a refletir sobre aspectos ambientais e a adoção de uma postura favorável.
4- AVALIAÇÃO
Avaliação deve levar em conta a apropriação dos conceitos, leis e teorias que
compõem o quadro teórico da Física pelos estudantes. Isso pressupõe o acompanhamento
constante do progresso do estudante quanto á compreensão dos aspectos históricos, filosóficos
e culturais, a evolução das ideias em Física e à não-neutralidade da ciência.
Considerando a dimensão diagnóstica, a avaliação é um instrumento para que o
professor conheça o seu aluno antes que se inicie com os conteúdos escolares, quanto para o
desenvolvimento das outras etapas do processo educativo. A princípio é necessário identificar
os conhecimentos dos estudantes, sejam espontâneos ou científicos, pois os mesmos
interferem na aprendizagem no desenvolvimento dos trabalhos. Durante o processo de ensino
é preciso identificar os problemas de aprendizagem dos alunos, suas possíveis causas e, as
possibilidades de intervenção ou revisão do planejamento pedagógico.
A avaliação é um instrumento auxiliar a serviço da aprendizagem dos alunos, cuja
finalidade é sempre ao seu crescimento e sua formação. Sendo instrumento auxiliar do
processo pedagógico deve zelar pela aprendizagem dos alunos aceitando-os na sua
individualidade e diversidade, condição indispensável numa prática pedagógica que seja
democrática e inclusiva.
Aceitar o estudante na sua condição significa dar espaço para que ele se faça ouvir,
independente da sua condição, permitindo uma relação dialógica com o aluno, sem rotulações,
sejam elas verbalizadas ou mesmo em pensamento.
Em síntese, a avaliação oferece subsídios para que tanto o aluno quanto o professor
acompanhem o processo de ensino-aprendizagem. Para o professor, deve ser vista como um
ato educativo essencial para a condução do seu trabalho pedagógico inclusivo, no qual a
aprendizagem seja um direito de todos e a escola pública o espaço onde a educação
democrática deve acontecer.
Na avaliação da aprendizagem, segundo o regimento escolar do Colégio Estadual Rui
227
Barbosa, a avaliação será processual, continua e diagnóstica, sendo portanto somatória
dividida em setenta pontos para provas escritas, orais, práticas, etc. E trinta pontos para
trabalhos seminários, exposições, apresentações entre outros, o mínimo por este
estabelecimento estipulado é de três avaliações. Quanto a recuperação a mesma atende a lei
superior delimitando-se no minimo duas recuperações, mas ficando amarrado ao processo de
ensino aprendizagem conforme a necessidade do educando.
Quanto aos critérios de avaliação de Física, deve-se observar:
* a compreensão dos conceitos físicos essencial para o entendimento de uma unidade de
ensino e aprendizagem planejada;
* a capacidade de entendimento de um texto (compreensão, análise, síntese, etc.) seja ele
literário ou científico, para uma opinião que leve em conta o conteúdo físico;
* na leitura de um texto que não seja de divulgação científica, nos quais os conceitos físicos
não estão explicitados, a avaliação pode partir da elaboração de um novo texto pelo estudante,
cujos conceitos – espera-se – apareçam com mais transparência;
* a capacidade de elaborar um relatório tendo como referência os conceitos, as leis, enfim as
teorias físicas sobre um experimento ou qualquer outro evento que evolva a Física.
Durante o processo avaliativo em Física ao longo do Ensino Médio busca-se que o
estudante:
* Compreenda do ponto de vista clássico, o conceito de momentum – que implica na
concepção de intervalo de tempo, deslocamento e o conceito de velocidade.
* Compreenda a Lei da Gravitação Universal como uma construção científica importante,
pois unificou a compreensão dos fenômenos celestes e terrestres, cujo resultado sintetiza uma
concepção de espaço, matéria e movimento, desde os primeiros estudos sobre a natureza, até
Newton.
* Perceba a ideia de conservação de energia como uma construção humana, originalmente
concebida no contexto da Termodinâmica, como um dos princípios fundamentais da Física e,
a amplitude do Princípio da Conservação da Energia, aplicado a todos os campos da Física,
bem como outros campos externos à Física.
* Entenda no estudo dos fluídos e da mecânica dos fluídos a evolução das ideias que levaram
a formulação do conceito de calor.
* Observe que na natureza, muitos eventos apresentam, em algum momento ou aspecto,
características ondulatórias, o que torna seu estudo importante para a compreensão do
universo físico.
*Compreenda o quadro teórico da termodinâmica, composto por ideias expressas nas suas leis
228
e seus conceitos fundamentais: temperatura, calor e entropia.
*Explique a teoria eletromagnética, suas ideias, definições, leis e conceitos que a
fundamentam.
*Tenha ciência que a partir da formulação das equações de Maxwell e, a comprovação
experimental de Hertz, a luz passou a ser entendida como uma entidade eletromagnética e que
a partir de estudos realizados no final do século XIX e início do século XX levaram ao
estabelecimento da natureza corpuscular da luz (quanta).
5-CONTEÚDOS CURRICULARES
Os conteúdos estruturantes que compõem os campos de estudo da Física e
fundamentam a abordagem pedagógica dos conteúdos específicos são:Movimento,
Termodinâmica e Eletromagnetismo.
A partir dos conteúdos estruturantes, propomos os conteúdos básicos que são
conteúdos prioritários em cada estruturante. Entre os principais destacamos:
Conteúdo Estruturante:
MOVIMENTO
Conteúdos Básicos:
- Momentum e inércia
- Conservação de quantidade de movimento (momentum)
- Variação da quantidade de movimento: impulso
- 2ª Lei de Newton – Princípio fundamental da Dinâmica
- 3ª Lei de Newton e condições de equilíbrio
- Gravidade
- Energia e o Princípio da Conservação da energia
- Variação/transformação da energia de parte de um sistema – trabalho e potência
- Fluidos
- Oscilações
Conteúdo estruturante:
TERMODINÂMICA
Conteúdos Básicos:
- Leis da Termodinâmica:
229
* Lei zero da Termodinâmica
* 1ª Lei da Termodinâmica
* 2 ª Lei da Termodinâmica
* 3ª Lei da Termodinâmica
Conteúdo Estruturante:
ELETROMAGNETISMO
Conteúdos Básicos:
- Carga, corrente elétrica e campo
- Força eletromagnética
- Equações de Maxwell: (lei de Gauss , lei de Coulomb para a eletrostática), lei de Ampère,
Lei de Gauss magnética, Lei de Faraday).
Óptica
6 - REFERÊNCIAS
BURKARTER, Ezequiel. Física – Ensino Médio. SEED- Paraná – 2006
BRASIL/MEC. Lei de Diretrizes e Bases da Educação-LDB 9.394/96
BRASIL/MEC. Diretrizes Para a Educação Escolar Indígena, 2007.
BRASIL/MEC. Diretrizes Para a Educação do Campo, 2007.
SECRETARIA DO ESTADO DE EDUCAÇAO,-SEED: Diretrizes Curriculares de Física do
ensino médio. Curitiba, 2008
TIPLER, Paula A. & MOSCA,Gene. Física: para cientista e engenheiros. Volumes 1, 5ª
edição. Editora LTC , Rio de Janeiro – 2006.
WISNIK, José Miguel. O som e o sentido. Editora companhia das Letras. São Paulo – 1989
TIPLER, Paula Allen. Física Moderna. Editora LTC – Rio de Janeiro – 2006
Resolução CNE/ CEB 01-03 de abril de 2002.
230
Resolução 02 de 28 de abril de 2008.
COLÉGIO ESTADUAL RUI BARBOSA – ENSINO FUNDAMENTAL,
MÉDIO E PROFISSIONAL.
PROPOSTA CURRICULAR DE QUÍMICA
ENSINO MÉDIO
NOVA LARANJEIRAS - 2012
231
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA DISCIPILINA
O desenvolvimento de saberes e de práticas ligadas à transformação da matéria e
presentes na formação das diversas civilizações foram estimulados por necessidades humanas
como a comunicação, o domínio do fogo e o domínio do cozimento.
O domínio do fogo foi a prática que revolucionou a vida do homem o qual obteve
benefícios como a extração, produção e o tratamento de metais.
Na história do conhecimento químico a alquimia é que fez a diferença inicialmente
com os povos persa, egípcio e grego. Chegou à Europa através de textos árabes e estes
buscavam o elixir da vida eterna e a pedra filosofal. No final do séc. XIV e início do séc. XV,
com o fim do feudalismo a alquimia adquiriu uma nova característica – cura de doenças.
Entre os séc. XV-XVI estudos feitos por Para celso possibilitaram o nascimento da
iatroquímica (com fins terapêuticos relacionada com as crenças religiosas), antecessora da
Química.
O conhecimento químico nem sempre esteve relacionado à religião e a alquimia. A
teoria sobre a composição da matéria, surgiu na Grécia antiga e a ideia de átomo com os
filósofos gregos Leucipo e Demócrito que serviu de suporte para os modelos de átomo de
Boyle, Dalton e outros. A teoria atômica foi muito discutida no séc. XIX sendo o ponto
central para o desenvolvimento da Química como ciência.
A Química como ciência teve seu berço na Europa num cenário de desenvolvimento
do modo de produção capitalista, dos interesses econômicos da classe dirigente, da lógica das
relações de produção e das relações de poder que marcaram a constituição desse saber. No
séc. XVII, ocorria à expansão da indústria, do comércio, da navegação e das técnicas militares
e nesse contexto foi fundada, em Paris, a Academie de Sciences e outra similar em Berlim
ligada ao estado. Ao mesmo tempo em Londres foi criada a Royal Society, sem ligação com o
estado.
Durante os séc. XVII e XVIII, com o estudo da química pneumática (Boyle, Priestley,
Cavendish) e com o rigor metodológico de Lavoisier, definiu-se um novo saber: a Química
dividida em várias ramificações procedimentais: alquimia, boticários, iatroquímica e estudo
dos gases.
No séc. XIX essa Química teve a preocupação de explicar a teoria atômico-
moleculares com Dalton, Avogadro, Berzelius e outros e foi neste contexto que a Química se
232
firmou como Ciências onde o avanço desse conhecimento estava relacionado com a
composição e estrutura da matéria.
Os experimentos marcaram a ciência moderna e um dos químicos importantes da
França Antoine Laurent Lavoisier colaborou para a consolidação dessa ciência no séc. XVIII
com o Tratado Elementar da Química a qual propôs uma nomenclatura universal para os
compostos químicos e seus conceitos fundamentais.
Outros fatos importantes que trouxeram avanços para a indústria química foi a solução
para as indústrias de tecido (Bertholet), a construção de torres para a produção contínua de
ácido sulfúrico (Gay-Lussac) corantes e modificação dos processos na indústria têxtil (Henry
Perkins).
No séc. XIX, a ciência moderna se consolidou com Dalton que apresentou a sua teoria
atômica.
Em 1828, Friedrich Wöhler sintetizou a ureia e os cientistas passaram a preparar
compostos orgânicos em laboratório.
Em 1860, foi realizado o 1º Congresso Mundial de Química na Alemanha que a partir
de uma proposta de Kekulé apoiado por Wurtz, 140 químicos discutiram conceitos de átomo,
molécula, equivalente, atomicidade e basicidade. Cannizzaro apresentou um artigo que
diferenciava átomo de molécula e como consequência Julius Lothar Meyer e Dimitri
Ivanovitch Mendeleev organizaram os elementos químicos. Coube a Mendeleev a
classificação dos elementos seguindo a periodicidade de propriedades em função dos pesos
atômicos.
Interesses da indústria na segunda metade do séc. XIX impulsionaram pesquisas e
descobertas sobre o conhecimento químico: conceito de eletrólise, as propostas de modelos
atômicos que ajudaram para o esclarecimento da estrutura da matéria, criação do 1º plástico
artificial, o celulóide e o rayon, a 1ª fibra artificial. Tais descobertas se deram nas indústrias e
não nas instituições de pesquisa.
No final do séc. XIX com os laboratórios de pesquisa a Química se firmou como
disciplina associada aos efetivos resultados na indústria.
No séc. XX a Química e outras Ciências naturais tiveram considerável
desenvolvimento por conta de manter a influência científica para garantir diferentes formas de
poder e controle bélico mundial com investimentos na obtenção de medicamentos, indústria
bélica, estudos nucleares, estrutura atômica e formação das moléculas e mecânica quântica.
Esse estreitamento resultou nas duas guerras mundiais do séc. XX e em discussões sobre ética
na ciência e de seus impactos.
233
Depois da 2ª Guerra o bombardeio de núcleos com partículas aceleradas levou a
produção de novos elementos, desenvolvimento de diferentes materiais.
Nas últimas quatro décadas do séc. XX passou-se a conviver com a crescente
miniaturização dos sistemas de computação, eficiência e ampliação do seu uso, descoberta de
novos materiais, engenharia genética, exploração da biodiversidade, obtenção de diferentes
combustíveis, pelos estudos espaciais e pela farmacologia. A Química se destaca e participa
das diferentes áreas das ciências e colabora no estabelecimento de uma cultura científica, cada
vez mais arraigada no capitalismo e crescente na sociedade, e, por conseguinte na escola.
Segundo Hébrard (2000) o percurso histórico do saber químico contribui para a
constituição da Química como disciplina escolar e se iniciou na França no período de 1863 a
1869. Os conhecimentos da Química foram incorporados à prática dos professores e
abordados de acordo com as necessidades dos alunos.
No Brasil, as primeiras atividades de caráter educativo da Química surgiram no início
do século XIX e disciplina no ensino secundário foi implantada em 1862.
A Primeira Guerra Mundial impulsionou a industrialização brasileira e acarretou o
aumento na demanda da atividade dos químicos onde se abriu as portas para o ensino de
Química de nível superior.
Em 1916, foi fundada a Sociedade Brasileira de Sciences sendo modifica para
Academia Brasileira de Ciências. Já, em 1929 o Brasil com a crise do café passa a investir na
industrialização que possibilitou a modernização do ensino brasileiro. No Paraná, em 1938,
foi criada a Faculdade de Filosofia Ciências e Letras, incluindo o curso de Química. A partir
de 1931, a disciplina de Química passou a ser ministrada de forma regular no currículo do
ensino secundário do Brasil voltados para a apropriação de conhecimentos específicos.
A corrida espacial nos anos 60 fez EUA investir nos ensino das disciplinas de Física,
Química, Biologia e Matemática para formar novos cientistas. As décadas de 50 a 70 o ensino
de Química foi marcado pelo método científico positivista de ensinar por meio da descoberta
e redescoberta sob a influência de programas americanos que preparavam o aluno para ser
cientista.
Em 1961 entra em vigor a Lei 4.024 escrita em um cenário de dominação científico-
cultural norte-americana. Na década de 1970 valorizavam-se as ideias da pedagogia
construtivista piagetiana sob o princípio da construção do conhecimento pelo aluno por meio
de estímulos e atividades dirigidas. Ao longo dos anos 80, ideias do sócio construtivismo
foram agregadas à pedagogia piagetiana. Nesse cenário a SEED do Paraná elaborou o
Currículo Básico para o 1º Grau fundamentado na pedagogia histórico-crítica. Nesta mesma
234
linha foram elaborados documentos para reestruturar o ensino de 2º Grau que apresentava
uma proposta de conteúdos essenciais para a aprendizagem dos conhecimentos químicos
historicamente construídos. No início dos anos 90, as discussões pedagógicas passam a ter
enfoque sociológico entendendo o currículo como espaço de poder. Ainda nessa década
mudanças neoliberais afetam os debates a respeito de currículo onde se buscava reformas para
a formação do trabalhador e o Banco Mundial passou a fazer empréstimos a países como o
Brasil vinculado à adoção de políticas sociais e educacionais que atendessem aos interesses
daquelas mudanças. Ocorrem nesse cenário a aprovação da LDB nº. 9394/96 e a construção
dos PCN – documento balizador para as reformulações curriculares contendo em seu discurso
a busca pelo significado do conhecimento escolar pela contextualização dos conteúdos e pela
interdisciplinaridade onde essa política gerou um esvaziamento dos conteúdos das disciplinas
e no final da década de 90. Sem uma discussão coletiva o Paraná adotou os PCN como
referência para a organização curricular.
Para a democratização do ensino as políticas educacionais atuais construíram com o
coletivo do Paraná as Diretrizes Curriculares para o ensino de Química com prioridades
político-pedagógicos: regate da especificidade da disciplina de Química no que se refere à
abordagem dos conceitos nos âmbitos dos fenômenos químicos das teorias que lhes dão
sustentação e das representações que os simbolizam, avanço na abordagem do conhecimento
químico escolar e recuperação da importância da disciplina de Química que tem como o
objetivo subsidiar reflexões sobre esse ensino e possibilitar direcionamentos e abordagens da
prática docente no processo ensino-aprendizagem. Para isso, o estudo da história da disciplina
e em seus aspectos epistemológicos, defende uma seleção de conteúdos estruturantes que a
identifique como o campo do conhecimento constituído historicamente nas relações políticas,
econômicas, sociais e culturais das diferentes sociedades.
O conhecimento químico é algo em constante transformação e ocorrem em função das
necessidades humanas decorrentes dos processos sociais, políticos e econômicos e a ciência é
preparada e orientada por teorias e/ou modelos que por serem construções humanas com
propósitos explicativos e previstos são provisórios.
A escola é por excelência o local onde se trabalha com o conhecimento científico
historicamente produzido. A Química é uma ciência que permite a compreensão das
substâncias e dos materiais e através de seu conhecimento é possível posicionar-se de forma
crítica; então é com esse intuito que está presente no Ensino Médio, visto que o conhecimento
químico propicia ao estudante compreender os conceitos científicos para entender algumas
dinâmicas do mundo e mudar a sua atitude.
235
Para tanto seu ensino tem como meta instrumentalizar o cidadão-aluno para conviver e
atuar nesta sociedade científico-tecnológica onde a Química aparece como relevante
instrumento para investigação, produção de bens, desenvolvimento sócio-econômico e
interfere diretamente no cotidiano de todas as pessoas.
Acredita-se numa abordagem de ensino de Química voltada a construção e
reconstrução de significados dos conceitos científicos com objetivo de construí-los com
outros conceitos, dando significado em diferentes contextos com inserção do aluno na cultura
científica no desenvolvimento de práticas experimentais, na análise de situações cotidianas e
na busca das relações da Química com a sociedade e a tecnologia.
Nesta proposta, propõe-se que a apropriação do conhecimento químico aconteça por
meio do contato do jovem com o objeto de estudo da Química: as substâncias e os materiais
numa relação dialógica em que a aprendizagem dos conceitos químicos constitua apropriação
de parte do conhecimento científico com o auxílio da atividade experimental
problematizadora para a formação de sujeitos que compreendam e questionem a ciência do
seu tempo.
Os conteúdos que compõem o currículo escolar de Química serão abordados de
maneira qualitativa como forma de explorar o meio em que estão inseridos os alunos.
Na abordagem conceitual do conteúdo químico a experimentação com função
pedagógica de auxiliar na problematização favorece a apropriação efetiva do conceito o que
se tem como resultado o entendimento por parte do aluno de algumas dinâmicas do mundo e a
opção de mudar a sua atitude em relação a ele.
Na presente proposta, o ponto de partida para a organização dos conteúdos são os
conteúdos estruturantes que tem como objetivo desenvolver no educando os conceitos que
perpassam o fenômeno em estudo, possibilitando o uso de representações e da linguagem
química no entendimento das questões que devem ser compreendidas na sociedade permitindo
posturas de comprometimento com a sua comunidade e com o seu planeta.
OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA
O Ensino da Química apresenta os seguintes objetivos:
* Oportunizar o acesso ao conhecimento químico que foi construído ao longo do tempo pela
humanidade para compreender o seu entorno e utilizá-lo de forma crítica para melhorar o seu
dia-a-dia.
236
* Conhecer os diferentes materiais, sua composição, propriedades e transformações para
interagir com os mesmos e compreender a organização microscópica e macroscópica.
* Compreender a influência dos seres vivos sobre a composição química da Terra, caracteriza-
se pelas interações existentes entre hidrosfera, litosfera e atmosfera e pode ser bem explorada
a partir dos ciclos biogeoquímicos.
* Conhecer os novos produtos e materiais químicos produzidos pelo homem como os
produtos farmacêuticos, da indústria alimentícia, dos fertilizantes e dos agrotóxicos
* Compreender e relacionar a Química com os temas: História do Paraná, História e cultura
Afro-Brasileira, Africana e Indígena, Música, Prevenção do uso indevido de drogas,
Sexualidade humana, Educação Ambiental, Educação Fiscal, Enfrentamento à violência
contra a criança e o adolescente. Direito das crianças e adolescente e Educação tributária para
a formação de sua cidadania.
Conteúdos estruturantes e básicos.
Conteúdos estruturantes
Matéria e sua natureza
Biogeoquímica
Química sintética
CONTEÚDOS BÁSICOS
1ª SÉRIE
MATÉRIA
Constituição da matéria
Estados de agregação
Natureza elétrica da matéria
Modelos atômicos
Estudo dos metais
Tabela Periódica
237
SOLUÇÃO
Substância: simples e composta
Misturas
Métodos de separação
Solubilidade
Concentração
Forças intermoleculares
Temperatura e pressão
Densidade
Dispersão e suspensão
Tabela Periódica
LIGAÇÃO QUÍMICA
Tabela Periódica
Propriedade dos materiais
Tipos de ligações em relação às propriedades dos materiais
Solubilidade e as ligações químicas
Interações intermoleculares e as propriedades das substâncias moleculares
Ligações de Hidrogênio
Ligação metálica (elétrons semi-livres)
Ligações sigma e pi
Ligações polares e apolares
Alotropia
GASES
Estados físicos da matéria
Tabela Periódica
Propriedade dos gases (densidade/difusão e efusão, pressão x temperatura, pressão x volume e
temperatura x volume)
Modelo de partículas para os materiais gasosos
Misturas gasosas
238
Diferença entre gás e vapor
Lei dos gases
2ª SÉRIE
VELOCIDADE DAS REAÇÕES QUÍMICAS
Reações químicas
Lei das reações químicas
Representação das reações químicas
Condições fundamentais para a ocorrência das reações químicas (natureza dos reagentes,
contato dos reagentes, teoria de colisão)
Lei da velocidade das reações químicas
Tabela Periódica
EQUILÍBRIO QUÍMICO
Reações químicas reversíveis
Concentração
Relações matemáticas e o equilíbrio químico (constante de equilíbrio)
Deslocamento de equilíbrio (princípio de Le Chatelier): concentração, pressão, temperatura e
efeito dos catalisadores
Equilíbrio químico em meio aquoso (pH, constante de ionização, Ks)
Tabela Periódica
REAÇÕES QUÍMICAS
Reações de Oxi-redução
Reações exotérmicas e endotérmicas
Variação de entalpia
Calorias
Equações termoquímicas
Princípios da termodinâmica
Lei de Hess
Entropia e energia livre
Calorimetria
Tabela Periódica
239
3ª SÉRIE
RADIOATIVIDADE
Modelos atômicos (Rutherford)
Elementos químicos (radioativos)
Tabela Periódica
Reações químicas
Velocidade das reações
Emissões radioativas
Leis da radioatividade
Cinética das reações químicas
Fenômenos radioativos (fissão e fusão nuclear)
FUNÇÕES QUÍMICAS
Funções orgânicas
Funções inorgânicas
Tabela Periódica.
METODOLOGIA
Os conteúdos estruturantes: Matéria e a sua natureza, Biogeoquímica e Química
Sintética, são conhecimentos de grande amplitude que identificam e organizam os campos de
estudos do ensino de Química e são considerados fundamentais para a compreensão de seu
objeto de estudo – substâncias e materiais sustentado pela tríade composição, propriedades e
transformações.
Quando o conteúdo químico for abordado na perspectiva do conteúdo estruturante
Biogeoquímica será relacionado com atmosfera, hidrosfera e litosfera. Quando o conteúdo
químico for abordado na perspectiva do conteúdo estruturante Química Sintética, o foco será
a produção de novos materiais e transformação de outros, na formação de compostos
artificiais. Os conteúdos serão explorados na perspectiva do conteúdo estruturante Matéria e
240
sua natureza por meio de modelos ou representações fazendo a relação do modelo que
representa a estrutura microscópica da matéria com o seu comportamento macroscópico.
Para os conteúdos estruturantes Biogeoquímica e Química Sintética, a significação dos
conceitos ocorrerá por meio de abordagens histórica, sociológica, ambiental, representacional
e experimental a partir dos conteúdos químicos. Porém, para o conteúdo estruturante Matéria
e sua Natureza, tais abordagens são limitadas. Os fenômenos químicos, na perspectiva desse
conteúdo estruturante, será amplamente explorado por meio das suas representações como
fórmulas químicas e modelos.
O conteúdo básico Funções Químicas será explorado de maneira relacional, por que o
comportamento das espécies químicas é sempre relativo, á outra espécie com a qual a
interação é estabelecida.
O processo pedagógico no ensino de Química se inicia pelo conhecimento prévio dos
estudantes, no qual se incluem as idéias preconcebidas sobre o conhecimento da Química, ou
as concepções espontâneas, a partir das quais será elaborado um conceito científico.
A utilização de modelos no ensino de Química, para descrever comportamentos
microscópicos é um dos meios adotados por essa ciência. Esses modelos são válidos para
alguns contextos e seus limites são determinados quando a teoria não consegue explicar fatos.
Os modelos são propostas para explicar determinados fenômenos e atendem interesses de
cientistas que investigam a matéria e a sua natureza.
A importância da abordagem experimental está no seu papel investigativo e na sua
função pedagógica de auxiliar o estudante na explicitação, problematização, discussão, enfim,
na significação dos conceitos químicos.
A Química estuda o mundo material e a sua constituição e são importante para os
estudantes leitura, filmes e letra de músicas que contribuam para a sua formação e
identificação cultural e que possam constituir elemento motivador para a aprendizagem da
Química.
No processo de ensino e aprendizagem da Química a metodologia e práticas
pedagógicas serão articuladas de acordo com a necessidade e quando forem oportunos com os
seguintes recursos didáticos e tecnológicos tais como: data show, desenhos, filme, fôlder,
gráficos gravuras, histórias em quadrinhos, ilustrações, jornais livro didático, mapas, maquete,
mimeógrafo painel com o tema gerador da semana, quadro de giz, retroprojetor, revistas,
apresentação der slides na TV pendrive, textos, transparências, experimentos no laboratório e
em ambientes próximos a escola, modelos, pesquisas na internet com o uso de computadores
do Paraná Digital.
241
À medida que se trabalham os conteúdos estruturantes serão levantadas questões sobre
os seguintes temas: História do Paraná (Lei n°13381/01), História e cultura Afro-Brasileira,
Africana e Indígena (Lei n°11.645/08), Música (Lei nº11645/08), Prevenção do uso indevido
de drogas, Sexualidade humana, Educação Ambiental, Educação Fiscal, Enfrentamento à
violência contra a criança e o adolescente. Direito das crianças e adolescente L.F.
N°11.525/07, Educação tributária Dec. N°4.201/02 possibilitando ao estudante compreender,
valorizar e respeitar as diferenças; ter cuidado com o ambiente e consigo para construir a sua
cidadania.
AVALIAÇÃO
O objetivo, a intenção maior do processo de avaliação é garantir a aprendizagem de
todos os estudantes. Para isso esta assume o caráter diagnóstico, contínuo, formativo e
somativo, concepção esta que está em consonância com a Lei de Diretrizes e Bases, as
Diretrizes Curriculares Estaduais, o Projeto Político Pedagógico e Regimento Escolar deste
estabelecimento de ensino.
Na avaliação diagnóstica se faz a análise de conhecimentos que o estudante deve
possuir para poder iniciar novas aprendizagens.
A avaliação formativa acontece sempre que o professor entender conveniente, no
decurso do processo de aprendizagem, identificando aprendizagens bem sucedidas e as que
apresentaram dificuldades para que se possa reorientar o trabalho.
É contínua, pois se estende ao longo de todo o processo educativo acompanhando os
avanços e dificuldades apresentadas pelo educando.
A avaliação somativa é periódica e acontece no final do período, ciclo ou ano. Seu
objetivo é aferir resultados que foram recolhidos pela avaliação formativa.
Em Química o principal critério de avaliação é a formação de conceitos científicos.
Trata-se de um processo de “construção e reconstrução de significados dos conceitos
científicos” (Maldaner, 2003, p 144).
No decorrer do processo educativo para o estudante que apresentar dificuldade de
aprendizagem na formação dos conceitos científicos será proporcionada a recuperação
simultânea que é um espaço de retomada de conteúdo para garantir no mínimo a possibilidade
de aprendizagem.
Serão utilizados os seguintes instrumentos para o processo de avaliação do
conhecimento químico:
242
- Atividade de leitura compreensiva de textos
- Projeto de pesquisa bibliográfica
- Produção de texto
- Palestra/apresentação oral
- Atividades experimentais
- Projeto de pesquisa de campo
- Relatório
- Seminário
- Debate
- Atividades com textos literários
- Atividades a partir de recursos audiovisuais
- Trabalho em grupo
- Questões discursivas
- Questões objetivas.
Espera-se que no decorrer do Ensino Médio o aluno:
-Entenda e questione a Ciência de seu tempo e os avanços tecnológicos na área da Química;
-Construa e reconstrua o significado dos conceitos químicos;
-Problematize a construção dos conceitos químicos;
-Tome posições frente às situações sociais e ambientais desencadeadas pela produção do
conhecimento químico;
-Compreenda a constituição química da matéria a partir dos conhecimentos sobre os modelos
atômicos, estados de agregação e natureza elétrica da matéria;
-Formule o conceito de soluções a partir dos desdobramentos desse conceito básico,
associando substâncias, misturas, métodos de separação, solubilidade, concentração, forças
intermoleculares, etc.;
-Identifique a ação dos fatores que influenciam a velocidade das reações químicas,
representações, condições fundamentais para a ocorrência, lei da velocidade e inibidores;
-Compreenda o conceito de equilíbrio químico, a partir dos conteúdos específicos:
concentração, relações matemática e o equilíbrio químico, deslocamento de equilíbrio,
concentração, pressão, temperatura e efeito dos catalisadores, equilíbrio químico em meio
aquoso;
-Elabore o conceito de ligação química, na perspectiva da interação entre o núcleo de um
átomo e eletrosfera de outro a partir dos desdobramentos desse conteúdo básico.
-Entenda as reações químicas como transformações da matéria a nível microscópico,
243
associando os conteúdos específicos elencados para esse conteúdo básico;
-Reconheça as reações nucleares entre as demais reações químicas que ocorrem na natureza,
partindo dos conteúdos específicos que compõe esse conteúdo básico;
-Diferencie gás de vapor, a partir dos estados físicos da matéria, propriedades dos gases,
modelo de partículas e as leis dos gases;
-Reconheça as espécies químicas, ácidos, bases, sais e óxido em relação a outra espécie com a
qual estabelece interação.
REFERÊNCIAS
PERUZZO, T.M. CANTO, E.L.; Química, Volume Único. São Paulo: Editora Moderna,
1999.
PROJETO POLÍTICO PEGAGÓGICO – Colégio Estadual Rui Barbosa – Ensino
Fundamental e Médio. Nova Laranjeiras.
REGIMENTO ESCOLAR – Colégio Estadual Rui Barbosa – Ensino Fundamental e Médio,
Nova Laranjeiras.
SANTOS, W.L.P.MÓL, G.S.; Química e sociedade: cálculos, soluções e estética. São Paulo:
Nova Geração, 2004.
SANTOS, W.L.P.MÓL, G.S.; A ciência, os materiais e o lixo. São Paulo: Nova Geração,
2002.
SANTOS, W.L.P.MÓL, G.S.; Química e sociedade: Modelos de partículas e poluição
atmosférica. São Paulo: Nova Geração, 2003.
SEED - PARANÁ - Diretrizes Curriculares para a disciplina de Química, 2008.
244
COLÉGIO ESTADUAL RUI BARBOSA
ENSINO FUNDAMENTAL MÉDIO E PROFISSIONALIZANTE
PROPOSTA CURRICULAR DE SOCIOLOGIA
NOVA LARANJEIRAS-2012.
245
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DA DISCIPLINA
Lei 9.394/96 estabelece como uma das finalidades centrais do Ensino Médio a
construção da cidadania do educando, evidenciando, assim, a importância do ensino da
Sociologia no Ensino Médio. Tendo em vista que o conhecimento sociológico tem como
atribuições básicas investigar, identificar, descrever, classificar e interpretar/explicar todos os
fatos relacionados à vida social, logo permite instrumentalizar o aluno para que possa
decodificar a complexidade da realidade social. (PCNEM, p. 318)
Foi elaborado um plano de aula com a finalidade de contemplar alguns dos grandes
temas característicos do conhecimento sociológico: a Sociologia como ciência; a Sociologia
como ciência social; as diferenças entre ciência e senso comum; o trabalho nas diferentes
organizações sociais; a sociedade industrial e o mito do progresso; a ideologia, a indústria
cultural e o consumo; diversidade cultural brasileira ; globalização; A formação do Estado
moderno e as formas de Estado; a política e os movimentos populares; Educação do Campo e,
finalmente, a participação política e a construção da cidadania. Dessa forma, atende às
indicações e solicitações dos PCNEM sobre os conhecimentos de Sociologia, Antropologia e
Política.
As atividades propostas buscam desenvolver as competências e habilidades requeridas,
enfatizando a contextualização, a interdiciplinaridade e o olhar critico sobre o cotidiano.
A sociologia busca explicar a multiplicidade inovadora da vida social que emerge na
sociedade contemporânea, a sociologia se dedica ao estudo de grupos sociais e das relações
entre eles.
A sociedade é estudada pela economia, pela psicologia social, pela antropologia, pela
história e pela sociologia. Tais ciências são denominadas ciências sociais ou do
comportamento.
São herdeiras dos estudos históricos porque era a história que se ocupava com o
estudo dos fenômenos sociais. A Sociologia e as demais ciências sociais têm sido
consideradas produtos da Revolução Industrial e Intelectual.
Surgiu e se desenvolveu em situação histórica das mais complexas e das modernas
sociedades industriais e de classes. Essa realidade social que se estabelece impôs à nova
ciência a explicação dos fenômenos que envolviam o homem como um ser de relações. Desde
o seu nascimento a Sociologia debate-se entre tendências teóricas, entre perspectivas
produzidas por diferentes visões de mundo.
246
Estas abordagens do mundo são leitura da diferenciação interna, das tensões e
contradições que determinam a formação capitalista.
Para entender as diversas perspectiva e teorias é preciso perguntar de quem são os
olhos que as definem com quem estão comprometidas e em nome de quem subjugam e
alienam. Por isso é fundamental uma postura crítica. “Crítica é a ação que tem como objetivo
o conhecimento, ir `a sua raiz, definir seus compromissos históricos e sociais, localizar a
perspectiva que o construiu, descobrir a maneira de pensar a vida social da classe que
apresenta esse conhecimento como universal”. (Foracchi, Marialice. Sociologia e Sociedade,
pg. 02)
A Sociologia assim entendida não se defronta somente com aquilo que se chama
“realidade” mas busca as interpretações que são feitas desta “realidade”. Parafraseando
Florestan Fernandes, sociólogo brasileiro, pode-se afirmar que: A Sociologia não se limita ao
estudo das condições de existência social dos seres humanos. Todavia, essa constitui a porção
mais fascinante ou importante de seu objeto e aquela que alimento a própria preocupação de
aplicar o ponto de vista cientìfico a observação e à explicação dos fenômenos sociais.
Augusto Comte (1798-1857) é tradicionalmente considerado o pai da Sociologia. Foi
ele quem pela primeira vez usou essa palavra, em 1839, no seu Curso de Filosofia Positiva.
Mas foi com Emile Durkheim (1858-1917) que a Sociologia passou a ser considerada uma
ciência e como tal se desenvolveu.
Durkheim formulou as primeiras orientações para a Sociologia e demonstrou que os
fatos sociais têm características próprias, que os distinguem dos que são estudados pelas
outras ciências. Para ele, a Sociologia é o estudo dos fatos sociais.
Fatos sociais
Um exemplo simples nos ajuda a entender o conceito de fato social, segundo
Durkheim. Se um aluno chegasse à escola vestido com roupa de praia, certamente ficaria
numa situação muito desconfortável: os colegas ririam dele, o professor lhe daria uma enorme
bronca e provavelmente o diretor o mandaria de volta para pôr uma roupa adequada.
Existe um modo de vestir que é comum, que todos seguem. Isso não é estabelecido
pelo indivíduo. Quando ele entrou no grupo, já existia tal norma, e, quando ele sair, a norma
provavelmente permanecerá. Quer a pessoa goste, quer não, vê-se obrigada a seguir o
costume geral. Se não o seguir, sofrerá uma punição. O modo de vestir é um fato social. São
fatos sociais também a língua, o sistema monetário, a religião, as leis e uma infinidade de
outros fenômenos do mesmo tipo.
247
Para Durkheim, os fatos sociais são o modo de pensar, sentir e agir de um grupo
social. Embora os fatos sociais sejam exteriores, eles são introjetados pelo indivíduo e
exercem sobre ele um poder coercitivo. Resumindo, podemos dizer que os fatos sociais têm as
seguintes características:
generalidade – o fato social é comum aos membros de um grupo;
exterioridade – o fato social é externo ao indivíduo, existe independentemente de sua vontade;
coercitividade – os indivíduos se sentem obrigados a seguir o comportamento estabelecido.
Em virtude dessas características, para Durkheim os fatos sociais podem ser estudados
objetivamente, como “coisas”. Da mesma maneira que a Biologia e a Física estudam os fatos
da natureza, a Sociologia pode fazer o mesmo com os fatos sociais. ( Pérsio Santos de
Oliveira, Introdução à Sociologia, São Paulo, Ática, 2000, p. 13.)
Weber e a ação social
Enquanto para Durkheim a ênfase da análise recai na sociedade, para o sociólogo
alemão Max Weber (1864-1920) a análise estará centrada nos atores e em suas ações. Para
Weber, a sociedade não seria algo exterior ou superior aos indivíduos, como em Durkheim.
Para ele, a sociedade pode ser compreendida a partir do conjunto das ações individuais
reciprocamente referidas. Por isso, Weber define como objeto da sociologia a ação social. O
que é uma ação social? Para Weber é qualquer ação que o indivíduo faz orientando-se pela
ação de outros. Recordemos o exemplo já colocado do eleitor. Ele define seu voto orientandos
e pela ação dos demais eleitores. Ou seja, temos a ação de um indivíduo, mas essa ação só é
compreensível se percebemos que a escolha feita por ele tem como referência o conjunto dos
demais eleitores.
Assim, Weber dirá que toda vez que se estabelecer uma relação significativa, isto é,
algum tipo de sentido entre várias ações sociais, teremos então relações sociais. Só existe ação
social quando o indivíduo tenta estabelecer algum tipo de comunicação, a partir de suas ações,
com os demais. Nem toda ação, desse ponto de vista, será social, mas apenas aquelas que
impliquem alguma orientação significativa visando outros indivíduos. Weber dá um
interessante exemplo. Imaginemos dois ciclistas que andam na mesma rodovia em sentidos
opostos. O simples choque entre eles não é uma ação social. Mas a tentativa de se desviarem
um do outro já pode ser considerada uma ação social, uma vez que o ato de desviar-se para
um lado já indica para o outro a intenção de evitar o choque, esperando uma ação semelhante
como resposta. Estabelece-se, assim, uma relação significativa entre ambos.
A partir dessa definição, Weber afirmará que podemos pensar em diferentes tipos de
248
ação social, agrupando-as de acordo com o modo pelo quais os indivíduos orientam suas
ações. Assim, ele estabelece quatro tipos de ação social:
1. Ação tradicional: aquela determinada por um costume ou um hábito arraigado.
2. Ação afetiva: aquelas determinados por afetos ou estados sentimentais.
3. Racional com relação a valores: determinada pela crença consciente num valor considerado
importante, independentemente do êxito desse valor na realidade.
4. Racional com relação a fins: determinada pelo cálculo racional que coloca fins e organiza
os meios necessários. Nelson Dacio Tomazi (Coord.), Iniciação à Sociologia, São Paulo,
Atual, 1993, p. 20.
Marx e as classes sociais
As ideias liberais consideravam os homens, por natureza, iguais políticas e
juridicamente. Liberdade e justiça eram direitos inalienáveis de todo cidadão. Marx, por sua
vez, proclama a inexistência de tal igualdade natural e observa que o liberalismo vê os
homens como átomos, como se estivessem livres das evidentes desigualdades estabelecidas
pela sociedade. Segundo Marx, as desigualdades sociais observadas no seu tempo eram
provocadas pelas relações de produção do sistema capitalista, que dividem os homens em
proprietários e não-proprietários dos meios de produção. As desigualdades são bases da
formação das classes sociais.
As relações entre os homens se caracterizam por relações de oposição, antagonismo,
exploração e complementaridade entre as classes sociais. Marx identificou relações de
exploração da classe dos proprietários – a burguesia – sobre a dos trabalhadores – o
proletariado. Isso porque a posse dos meios de produção, sob a forma legal de propriedade
privada, faz com que os trabalhadores, a fim de assegurar a sobrevivência, tenham de vender
sua força de trabalho ao empresário capitalista, o qual se apropria do trabalho de seus
operários.
Essas mesmas relações são também de oposição e antagonismo, na medida em que os
interesses de classe são inconciliáveis. O capitalista deseja preservar seu direito à propriedade
dos meios de produção e à dos produtos e à máxima exploração do trabalho do operário, seja
reduzindo os salários, seja ampliando a jornada de trabalho. O trabalhador, por sua vez,
procura diminuir a exploração ao lutar por menor jornada de trabalho, melhores salários e
participação nos lucros.
Por outro lado, as relações entre as classes são complementares, pois uma só existe em
relação à outra. Só existem proprietários porque há uma massa de despossuídos cuja única
249
propriedade é sua força de trabalho, que precisam vender para assegurar a sobrevivência. As
classes sociais são, pois, apesar de sua oposição intrínseca, complementares e
interdependentes.
A história do homem é, segundo Marx, a história da luta de classes, da luta constante
entre interesses opostos, embora esse conflito nem sempre se manifeste socialmente sob a
forma de guerra declarada. As divergências, oposições e antagonismos de classes estão
subjacentes a toda relação social, nos mais diversos níveis da sociedade, em todos os tempos,
desde o surgimento da propriedade privada.
Sociologia no Brasil, a sociologia brasileira começou a ganhar identidade no início da
década de 1930, com a publicação de trabalhos como Casa grande e senzala, de Gilberto
Freyre, e Formação do Brasil contemporâneo (Colônia), de Caio Prado Jr. Esses livros
coincidiram com o início dos primeiros cursos de Ciências Sociais nas principais
universidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Graças a especialistas estrangeiros foram
publicadas, nestas universidades, obras de sistematização teórica que permitiram o
nascimento de uma geração de sociólogos formada dentro do país. Neste contexto, começou a
se destacar a obra de Florestan Fernandes, na qual a preocupação com a interpretação do fato
social tinha mais relevância do que, apenas, sua descrição.
Na década de 1960, a sociologia brasileira conheceu sua idade de ouro. Neste período,
pensadores de formação marxista influenciaram fortemente a produção intelectual nacional.
Entre estes pensadores está Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República. No final
da década de 1980, a falência, na prática, da ideologia socialista gerou uma crise no
pensamento sociológico brasileiro. Para substituir as proposições perdidas e responder as
novas perguntas da sociedade contemporânea, os pensadores resgataram os autores clássicos
da sociologia mundial, como o francês Émile Durkheim e o alemão Max Weber. Nessa nova
geração, destacam-se os trabalhos de Renato Ortiz, no campo da cultura, e de Ricardo
Antunes, no campo das relações trabalhistas.
Com relação à educação do campo, surgem novos elementos para construção do
projeto político pedagógico da Educação do Campo, que no momento atual no que tange a
Questão Agrária vem nos trazer subsídios para pensar e discutir de fato, grandes mudanças
sociais que acontecem, nos propondo desafios que se impõem á práxis, avançando na teoria,
construir referencias a partir de diferentes sujeitos.
Considerando a possibilidade de superação assegurando a organização da escola e dos
currículos escolares vinculados a realidade do campo, garantindo a relação entre o acesso aos
conhecimentos historicamente acumulados e os saberes da vivencia cotidiana incorporando
250
um novo ideário contemplando algumas questões: A Educação do campo combina com
Reforma Agrária, com Agricultura Camponesa ou Familiar; com agroecologia popular; A
educação do campo tem vínculo de origem com as lutas sociais camponesas; a educação do
campo defende a superação da antinomia rural e urbana e da visão predominante de que o
moderno e mais avançado é sempre o urbano. Pensar a relação entre uma política agrária e
uma política de educação; entre política agrícola, política de saúde, assumindo uma visão de
totalidade dos processos sociais. A educação do campo se identifica pelos seus sujeitos,
relações sociais específicas que compõem a vida no e do campo, em suas diferentes
identidades. A perspectiva da Educação do Campo é a de educar as pessoas que trabalham no
campo, para que se articulem, organizem-se e assumam a condição de sujeitos da direção de
seu destino.
Em relação à educação do campo, é pertinente ressaltar que a concepção de educação
que vem sendo empregada pela cultura dominante e elitista, não tem favorecido
satisfatoriamente para combater o analfabetismo, elevar a escolaridade dos sujeitos, sua
cultura e seu padrão de vida. Há ainda insatisfação, ocasionada pelo acesso tardio a escola que
na maioria das vezes, nas regiões mais pobres do Brasil, são oferecidas sem condições de
oportunizar saberes para a criança, o adolescente, os jovens e adultos devido à precariedade
de investimentos dessa política pública. Isso representa, sem dúvida, uma das maiores dívidas
históricas para com as populações do campo. O quadro de hoje retoma as discussões de
ontem, aplicando-lhes novas tonalidades. Mais específicamente, o movimento do campo sob
ação do capital, hoje, precisa ser apreendido em um contexto no qual persiste uma grande
desigualdade social, uma dinâmica recriação de novos tipos sociais de produção, uma grande
dependencia dos produtores rurais a setores não-rurais e uma desruralização de certos
segmentos da sociedade rural. (Lacerda,apud. Kausrky,p.29)
Enquanto Arroyo critica a sociedade brasileira por não oportunizar políticas públicas
de educação para as populações do campo, Durkheim (1998) com uma concepção de
sociedade elitista e classista, se refere a uma educação que deveria ser diferente para as
classes sociais. "A educação urbana não é a do campo, e a do burguês
não é a do operário". (p. 39). Isso caracteriza, evidentemente, uma postura alienadora que
reforça uma educação para privilegiados.
Marx também se reporta aos aspectos das desigualdades remetendo essa situação a
partir de uma ordem social que submete o mundo ao poderio do capital. Relata que o trabalho
humano nunca produziu tantos objetos em toda história humana. A condição de poder da
burguesia é o crescimento do capital que submete o homem ao trabalho assalariado, gerando
251
uma base de competitividade e desigualdade entre os trabalhadores. Isso canaliza para um
índice absurdo de "pobreza que cresce mais rápido do que a população e a riqueza". (1998;
p.28). O paradigma de produção capitalista permite maior exploração entre as pessoas, causa
a marginalização do trabalhador do campo e, a mão de obra humana na fábrica ou no
latifúndio, transforma-se numa mercadoria a serviço da burguesia, do capitalismo que também
se articula pelo processo educativo.
Pensando nesta situação de exploração do trabalhador e nas condições que
oportunizam uma educação conscientizadora, Paulo Freire (2007) nos possibilita observar o
sistema educacional da sociedade brasileira, dentro do processo de mudança, quando
identifica a educação como elemento fundamental para o sujeito do campo ou da cidade. E
considera como necessidade primordial dessa mudança, a leitura de mundo com o sujeito que
aprende, mas que também ensina. Ele desenvolveu uma metodologia de ensino para a
alfabetização e conscientização do trabalhador do campo que partia dessa leitura de mundo.
Uma iniciativa surgida na década de 50, que continua presente na ação educativa de muitos
professores do campo e da cidade. Ao fazer uma apologia a educação da cultura dominante
comentava Freire: Na concepção bancária a educação é o ato de depositar, de transferir, de
transmitir valores e conhecimentos; Se o educador é o que sabe, se os educandos são os que
não sabem, cabe aquele que dá entregar, levar, transmitir o seu saber aos segundos. Saber que
deixa de ser "experimento feito" para ser experiência narrada ou transmitida" (p. 59, 60).
Parece-me que é urgente pesquisar as desigualdades históricas sofridas pelos povos do
campo. Desigualdades econômicas, sociais e para nós desigualdades educativas, escolares.
Sabemos como o pertencimento social, categorías sociais como posseiros, bóias-frias,
ribeirinhos, ilhéus, atingidos por barragens, MST, assentados, acampados, arrendatários,
pequenos proprietários ou colonos sitiantes, das etnias indígenas, caboclos dos faxinais,
comunidades negras rurais ou quilombolas, no campo é decisivo nessas históricas
desigualdades. Há uma dívida histórica, mas há também uma dívida de conhecimento dessa
dívida histórica. E esse parece que seria um dos pontos que demanda pesquisas. Pesquisar
essa dívida histórica (ARROYO; 2006, p.104).
Em uma discussão específica sobre o campo da educação do campo, Molina e
Fernandes (2004) realizam esclarecimentos sobre os paradigmas da educação rural e do
campo e corroboram os argumentos aqui elencados acerca da questão de fundo, os
determinantes econômicos de tal oposição. A compreensão do campo como espaço de vida é
própria da concepção de educação do campo, diferente da posição hegemônica sobre o espaço
rural, que o vê como um espaço estritamente ligado à produção e ao mercado, com sua versão
252
atual do agronegócio. A oposição entre campo e cidade e, principalmente, a nivelação
hierárquica que enaltece a cidade em detrimento do campo são sustentáculos ideológicos da
concepção de campo como mercado, como espaço da produção e, por consequência, como
espaço no qual o ser humano tem papel secundário.
Essa construção ideológica, política e principalmente econômica avança do âmbito da
ideologia e (utilizando-se do sutil exercício lingüístico e da re-significação, própria da
condição pós-moderna), são apropriadas pelo discurso mercantil, como é o caso da categoria
desenvolvimento. O desenvolvimento sustentável, necessário para a manutenção da vida em
âmbito planetário, estabelecendo a convivência não hierárquica entre ser humano, ambiente,
terra, tecnologia e trabalho, vê-se apropriado e re-significado pela concepção capitalista rural,
que coloca a categoria desenvolvimento sustentável a serviço da viabilidade econômica de
determinada propriedade rural.
Vale salientar que não é somente a adoção de algumas práticas educativas que garantem a
consolidação da educação do campo. Ela é perpassada pela identidade camponesa, por um
projeto de sociedade e por um rol de práticas coletivas. Conclusivamente, é necessário
destacar que, seja como atividade meio ou como atividade fim, a educação do campo é uma
categoria que se destaca em sua particularidade justamente por possuir um projeto contra-
hegemônico e popular, sustentado pelos sujeitos sociais que a constitui.
A questão da organização do trabalho pedagógico na educação do campo não é uma
temática com muitas facilidades para ser desenvolvida, levando em consideração a jovialidade
dos estudos realizados, as poucas experiências a serem relatadas e, principalmente, o
preconceito que é comum na sociedade contemporânea e presente na academia, com mais
estilo, com certeza, mas com voracidade.
OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA
• Criar condições de planejar aulas e atividades pedagógicas estruturadas a partir do
conceito de sociedade;
• Diversificar os tipos de dinâmica com os quais se trabalha;
• Ter condição de estabelecer relações interdisciplinares com outras disciplinas como, por
exemplo, História, Antropologia, Política, Filosofia, etc;
• Poder apresentar aos alunos questões conceituais e metodológicas próprias das Ciências
Sociais;
• Facilitar a apropriação, pelo educando, das seguintes competências e habilidades;
• Identificar, analisar e comparar os diferentes discursos sobre a realidade: as explicações
253
das Ciências Sociais, amparadas nos vários paradigmas teóricos, e as do senso comum;
• Produzir novos discursos sobre as diferentes realidades sociais, a partir das observações e
reflexões realizadas;
• Construir instrumentos para uma melhor compreensão da vida cotidiana, ampliando a
“visão de mundo” e o “horizonte de expectativas”, nas relações interpessoais com os
vários grupos sociais;
• Construir uma visão mais crítica da indústria cultural e dos meios de comunicação de
massa, avaliando o papel ideológico do “marketing” enquanto estratégia de persuasão do
consumidor e do próprio eleitor;
• Compreender e valorizar as diferentes manifestações culturais de etnias e segmentos
sociais, agindo de modo a preservar o direito à diversidade, enquanto princípio estético,
político e ético que supera conflitos e tensões do mundo atual;
• Construir a identidade social e política, de modo a viabilizar o exercício da cidadania
plena, no contexto do Estado de Direito, atuando para que haja, efetivamente, uma
reciprocidade de direitos e deveres entre o poder público e o cidadão e também entre os
diferentes grupos.
CONTEUDOS ESTRUTURANTES
O Processo de Socialização e as Instituições Sociais;
A Cultura e a Industria Cultural;
Trabalho, Produção e Classes Sociais;
Poder, Política e Ideologia;
Cidadania ,Movimentos Sociais e Meio Ambiente.
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Considerando as dimensão dos conteúdos estruturantes, os conteúdos específicos são:
Instituição familiar; instituição religiosa; instituição escolar, Estado entre outros.
Diversidade cultural, relativismo, etnocentrismo, questões de gênero, étnicas e outras
minorias.
No que concerne a estrutura de Trabalho, Produção e classes sociais, são:
Salário e lucro;
desemprego conjuntural e desemprego estrutural;
subemprego e informalidade;
terceirização, voluntariado e cooperativismo, empreendedorismo, agronegócio,
254
empregabilidade e produtividade, capital humano , reforma trabalhista, economia
solidária, neoliberalismo, reforma agrária, reforma sindical, toyotismo e fordismo,
estatização e privatização, parcerias públicas e privadas, relações de mercado, entre
outros.
As análises dos conteúdos específicos no que tange ao Poder, Política e Ideologia são:
− buscar identificar como ocorrem a relação de assimetria entre grupos verificando o
uso do poder e cooperação, identificar a linguagem pelos simbolos, e nas práticas,
efetivamente.
− A ideologia e como e exercido o poder sob os moldes de organizações formais do
Estado, mas que estão presentes também nas diversas instituições da sociedade civil.
− O processo de globalização no domínio político, a organização econômica, social e
política de cada momento histórico.
− Na análide dos direitos, considera-se os movimentos sociais como forma de
articulação possibilitando aos indivíduos serem sujeitos de sua própria história. A
organização e lutas de grupos sociais buscando através de práticas desempenhar um
novo papel possibilitando novo projetos.
− Movimentos sociais urbanos, movimentos estudantis, movientos sociais rurais,
movimentos sociais conservadores e movimentos sociais contemporaneos.
− Diante do desafio colocado pela emergência e reconhecimento social dos problemas
ambientais, os primeiros sociólogos a se debruçar sobre essa realidade se depararam
com os limites de uma disciplina que, em seu processo de formação, tendeu a
negligenciar a consideração da dimensão biofísica da realidade e seu potencial como
fator explicativo dos processos sociais. Conseqüentemente, apresentava em seu
arsenal teórico pouca produção, especificamente orientada para a compreensão dos
fenômenos socioambientais. Pode-se compreender que, para os sociólogos clássicos,
o problema ambiental não se colocava como questão, dada a abundância de recursos
naturais na época e a insignificância relativa dos impactos ambientais destrutivos.
Foram esses limites que levaram à necessidade de criar um novo campo de saber que
desse conta dos novos problemas. A sociologia ambiental foi, assim, definida como
o estudo da interação entre a sociedade e o meio ambiente, envolvendo tanto os
efeitos das sociedades sobre o ambiente quanto os efeitos do ambiente sobre as
sociedades.
ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICO
255
Em Sociologia, devemos atentar especialmente para a proposição de
problematizações, contextualizações, investigações e análises,encaminhamentos que podem
ser realizados a partir de diferentes recursos, como a leitura de textos sociológicos, textos
didáticos, textos jornalísticos e obras literárias.
Esses encaminhamentos podem, também, ser enriquecidos se lançarmos mão de
recursos audiovisuais que, assim como os textos, também são passíveis de leitura. A
utilização de filmes, imagens, músicas e charges, constitui importante elemento para
que os alunos relacionem a teoria com sua prática social, possibilitando a construção
coletiva dos novos saberes.
A utilização e análise de documentos oficiais, tais como: Constituição Federal,
Estatuto do Idoso, Estatuto da Criança e do Adolescente, Direito Ambiental,
prevenção ao uso indevido de drogas, sexualidade humana, enfrentamento a violência, Lei
nº1525/07 Código de Defesa do Consumidor (educação tributária e fiscal ) Lei nº1143/99,
história do Paraná (Lei nº13381/01) história e cultura afro-brasileira, africana indígenas (Lei
nº11.645/08 ). dentre , entre outros, pode ser explorada nas discussões.
• Drogas: classificação e efeitos no organismo;
• O uso de drogas psicotrópicas no Brasil;
• Aspectos socioculturais do uso de álcool e outras drogas e exemplos de projetos de
prevenção;
• Padrões de consumo do álcool na população brasileira;
• Prevenção – novas formas de pensar e enfrentar o problema;As drogas e os meios de
comunicação; Redução de Danos, Prevenção e Assistência; Redes Sociais;
Tratamento; Conselhos: espaço de participação e controle social; Por que e como
implantar um Conselho Municipal sobre Drogas; Políticas Públicas sobre Álcool e
outras Drogas no Brasil; Legislações e políticas de saúde relacionadas às diretrizes da
Política Nacional sobre Drogas;
• Trabalho infantil: fator de risco para a violência e para o uso de álcool e outras drogas;
• Mediação de Conflitos;
À Sociologia, a pesquisa de campo, quando viável, deve ser proposta de maneira
que articule os dados levantados à teoria estudada, propiciando um efetivo trabalho de
compreensão e crítica de elementos da realidade social do aluno. Será apresentado vídeos
informativos referente aos assuntos abordados.
Para que o aluno seja colocado A Educação Fiscal pode ser entendida tanto em uma
abordagem ampla como estrita. O Programa Nacional de Educação Fiscal (PNEF), ao referir-
256
se à abordagem lato sensu, afirma que a Educação Fiscal “deve tratar da compreensão do
Estado, suas origens, seus propósitos do controle da sociedade sobre o gasto público, uma vez
que a participação social só ocorre no ambiente democrático”
(PNEF, 2008, p. 2). O art. 3o da Constituição Federal estabelece como objetivos
fundamentais da República Federativa do Brasil construir uma sociedade livre, justa e
solidária; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza e a marginalização e
reduzir as desigualdades sociais e regionais; e promover o bem de todos sem preconceitos de
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação (BRASIL, 2008a).
Logo, para satisfazer as necessidades destes objetivos, o Estado se vale da imposição de
tributos sobre a coletividade.
Os tributos, portanto, têm uma função clara, que é promover o bem-estar e a justiça
como sujeito de seu aprendizado, faz-se necessária a articulação constante entre as teorias
sociológicas e as análises, problematizações e contextualizações propostas. Essa prática deve
permitir que os conteúdos estruturantes dialoguem constantemente entre si e permitir,
também, que o conhecimento sociológico dialogue com os conhecimentos específicos das
outras disciplinas que compõem a grade curricular do Ensino Médio. Para Ferreira (2004),
“cidadania é a qualidade ou estado do cidadão”. Entende-se por cidadão “o indivíduo no gozo
dos direitos civis e políticos de um estado, ou no desempenho de seus deveres para com este”.
Logo, ser cidadão é gozar de seus direitos civis e políticos, mas é também fazer a sua parte e
desempenhar atitudes positivas perante a sociedade.
l Aulas expositivas;
l Trabalhos em grupos;
l Seminários.
Base de seus fundamentos os quatro pilares da educação propostos pela UNESCO: o
aprender a conhecer, o aprender a fazer, o aprender a viver e o aprender a ser (DELORS,
1999) dá um passo à frente no sentido de abrir as portas a um novo tipo de reflexão baseado
na nova sensibilidade. Mas esse passo é ligeiramente bloqueado ao eleger a
interdisciplinaridade como a interface possível do diálogo porque ela limita a discussão ao
inter-relacionamento entre as diferentes disciplinas, constituindo-se numa somatória de
elementos metodológicos e disciplinares sem, portanto, colocar a questão na sua radicalidade:
os novos tipos de percepção, portanto, novas metodologias, novas abordagens.
Ora, o que se vislumbra na linha do horizonte é um questionamento de outra ordem,
um questionamento que facilite a "construção de paradigmas holográficos, fundados na
257
concepção de que as totalidades são sempre incertas e indeterminadas", o que, em outras
palavras tem o nome de transdisciplinaridade (CARVALHO, 1997, p. 45). Ao postular a
possibilidade dessas questões, a nova LDB abre as portas para que a juventude, o público do
ensino médio tenha também a possibilidade de rejuvenescer as abordagens do conhecimento
em gestação no século XXI.Afinal, como lembra Durkheim (1956, p. 70), o foco do processo
educacional é o ideal de homem estabelecido em cada sociedade. Manter, portanto, o ensino
da Sociologia e das demais Ciências Humanas nos velhos grilhões paradigmáticos é impedir
uma revolução radical nas formas de pensar e continuar fazendo velhas perguntas a novas
realidades.
RECURSOS DIDÁTICOS
l Livro Didático, apostilas elaboradas pelo professor, revistas e cartolinas para confecção de
cartazes, música, vídeos.
AVALIAÇÃO
Avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos
qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais
provas finais;
A possibilidade de aceleração de estudos para alunos com dificudade de aprendizagem;
possibilidade de avanço nos cursos e nas séries, mediante verificação do aprendizado
buscando atender a cada necessidade específica. (...)
l A avaliação é diagnostica continua, processual somatória e formativa;
A recuperação será concomitantemente ao ensino aprendizagem, levando em consideração as
dificuldades encontradas pelo aluno e proporcionando uma nova possibilidadede
aprendizagem.
l Participação nas discussões realizadas em sala de aula;
l Reescrita de textos lidos;
l Produção de texto;
l Leituras;
l Apresentações;
l Avaliação oral e escrita;
258
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TOMAZI, Nelson Dácio. Iniciação à Sociologia. São Paulo: Atual, 1993.
259
COLÉGIO ESTADUAL RUI BARBOSA - EFMP
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR
LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA – INGLÊS
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
260
NOVA LARANJEIRAS – FEVEREIRO DE 2012
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA – FUNDAMENTOS TEÓRICOS
O ensino de Línguas Estrangeiras no Brasil está ligado à criação do sistema escolar
brasileiro com base em razões sociais, econômicas e políticas.
Com a chegada da família real em 1808 o Ensino de Línguas Modernas ganhou
importância quando se fundou a primeira Escola Pública de nível Médio, o Colégio Pedro II. O
francês esteve sempre em primeiro lugar, em grau de importância, seguido do inglês, do
alemão, e a partir de 1929, do italiano.
Com a criação do Ministério da Educação e Saúde Pública, no primeiro governo de
Getúlio Vargas, intelectuais movidos por um ideal de modernidade e de uma identidade
nacional, iniciaram estudos para uma reforma significativa de ensino, Reforma Francisco
Campos, a qual propunha que a Escola secundária proporcionasse ao mesmo tempo formação
geral e preparação para o Ensino Superior, e na qual pela primeira vez, método de ensino de
Língua Estrangeira foi oficialmente estabelecido Método Direto.
Com a Reforma Capanema, em 1942, o curso secundário, passou a ser dividido em dois
níveis: ginasial, com quatro anos, e colegial com três. O Ministério de Educação é que decidia
sobre quais línguas deveriam ser ensinadas, a metodologia e o programa a serem trabalhados,
em cada série.
O ensino de Língua Inglesa no Brasil teve seu espaço garantido nos currículos oficiais
por ser o idioma mais usado nas transações comerciais e se acentuou após a 2ª Guerra
Mundial com a chegada de professores universitários, militares, cientistas e artistas que
vieram em missão devido a necessidade de comunicação e interação com outros povos para
um melhor desenvolvimento social.
Com o desenvolvimento da Ciência Linguística e o crescente interesse pela
aprendizagem de línguas nos anos 50 e 60, surgem mudanças significativas quanto às
abordagens e aos métodos de ensino.
O currículo passou a ser cada vez mais técnico, o que acarretou a diminuição da carga
horária das Línguas Estrangeiras.
As Línguas Estrangeiras Modernas sofrem constantes interferências da organização
social no decorrer da história.
261
Com o desenvolvimento social, político e econômico, houve o início de relações com
outros países, o que ocasionou a necessidade de conhecer outras línguas.
As propostas curriculares e as metodologias de ensino são instigadas a atender às
expectativas e demandas sociais contemporâneas e a propiciar às novas gerações a
aprendizagem dos conhecimentos historicamente produzidos.
O Ministério da Educação e Cultura proporcionou nos currículos a inclusão de
Línguas Estrangeiras Modernas com o objetivo de conhecer culturas de outros povos, já que o
Brasil acolhia várias nacionalidades.
No decorrer do tempo, houve mudanças dos métodos de ensino e também a
obrigatoriedade e desobrigatoriedade quanto ao ensino. A partir de 1996, a Lei de Diretrizes e
Bases de Educação nº 9394, determinou o ensino de Língua Estrangeira no Ensino
Fundamental e Médio, a partir da 5ª série.
O ensino aprendizagem de uma Língua estrangeira no Ensino Fundamental e Médio
pode ser visto como uma estrutura de intermediação entre o indivíduo e o mundo, ou seja, o
agir e o interagir no mundo são possibilitados pelas estruturas da Língua; ela é um elemento
de ligação entre os dois.
O objetivo da educação básica é a formação de um sujeito crítico, capaz de interagir
criticamente com o mundo a sua volta e o ensino de Língua Estrangeira deve contribuir para
esse fim.
O ensino aprendizagem de uma Língua Estrangeira Moderna no Ensino Médio, deve
ser um instrumento de crescimento cultural dos alunos que a aprendem, sempre tendo a
percepção de outras culturas para que possa valorizar a sua própria, tendo assim uma
diversidade linguística para o entendimento de novos mundos.
De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais de Língua Estrangeira Moderna,
estudando uma Língua Estrangeira, as pessoas poderão desenvolver sua percepção de como os
significados são construídos e assim apropriar-se de tais procedimentos para construir ao
invés de simplesmente reproduzir, seus próprios significados.
Um dos procedimentos básicos de qualquer processo de aprendizagem é o
relacionamento que o aluno faz do que quer aprender com aquilo que já sabe. Isso quer dizer
que um dos processos centrais de construir conhecimento é baseado no conhecimento que o
aluno já tem: a projeção dos conhecimentos que já possui no conhecimento novo, na tentativa
de se aproximar do que vai aprender.
No que se refere aos conhecimentos que o aluno tem de adquirir em relação à língua
estrangeira, ele irá se apoiar nos conhecimentos correspondentes que tem e nos usos que faz
262
deles como usuário de sua língua materna em textos orais e escritos. Essa estratégia de
correlacionar os conhecimentos novos da língua estrangeira e os conhecimentos que já possui
de sua língua materna é uma parte importante do processo de ensinar e aprender a Língua
estrangeira.
Para que o processo de construção de significados de natureza sociointeracional seja
possível, as pessoas utilizam três tipos de conhecimentos: conhecimento sistêmico,
conhecimento de mundo e conhecimento da organização dos textos. Esses conhecimentos
ajudam o aluno e o preparam para o engajamento discursivo.
Em relação ao conhecimento sistêmico, o aluno vai encontrar pontos de convergências
e divergências entre e língua materna e a língua estrangeira, nos vários níveis de organização
linguística. É claro que, dependendo da estrutura e organização da língua estrangeira haverá
mais semelhança entre o português e uma língua estrangeira específica do que entre outras: o
português, o espanhol, o francês ou o inglês.
Uma maneira de facilitar a aprendizagem do conhecimento sistêmico e colaborar para
o engajamento discursivo da parte do aluno é exatamente fazê-lo se apoiar em textos orais e
escritos que tratam de conhecimento de mundo com o qual já esteja familiarizado.
O conhecimento de mundo referido nos textos pode ser ampliado com o passar do
tempo e incluir questões novas para o aluno auxiliando-o na aprendizagem.
Quanto ao conhecimento da organização de textos orais e escritos, o aluno pode se
apoiar também nos tipos de texto que já conhece como usuário de sua língua materna. Com o
desenvolvimento da aprendizagem, o aluno será exposto a novas maneiras de organizar textos
orais e escritos ( entrevistas, matérias jornalísticas, verbetes de enciclopédias, conversas
radiofônicas, etc ).
A consciência desses tipos de conhecimento pelo aluno é o que será chamado aqui de
consciência linguística, que amplia o conhecimento que o aluno tem sobre o fenômeno
linguístico, isto é, incluindo a percepção de sua língua materna, tem um alto valor na
aprendizagem da Língua Estrangeira.
Deve-se considerar ainda que a consciência crítica de como as pessoas usam estes
tipos de conhecimento traz para o aluno a percepção da linguagem como fenômeno social, o
que é caracterizado aqui como a natureza sociointeracional da linguagem. Quando alguém usa
a linguagem, o faz de algum lugar localizado na história, na cultura, e na instituição definido
nas múltiplas marcas de sua identidade social e à luz de seus projetos políticos, valores e
crenças.
Com o passar do, tempo, identificou-se o predomínio da oferta de língua inglesa que é
263
prestigiada pelos estabelecimentos de ensino.
A partir de 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ( LDB) nº9394/96
determinou o ensino de uma Língua Estrangeira Moderna para o Ensino Fundamental e
Médio cuja a escolha fica a critério da comunidade escolar.
Desde então, vários estudos estão sendo desenvolvidos em conjunto com os
educadores e atualmente o ensino no estado do Paraná é baseado nas DCE’s (Diretrizes
Curriculares Estaduais) e é flexível a mudanças necessárias aos desafios que possam surgir.
OBJETIVOS GERAIS
- Promover através da oralidade, leitura e escrita, a formação de um sujeito crítico e
conhecedor, capaz de interagir com o mundo a sua volta;
- Conhecer outras culturas e valorizar a própria;
- Proporcionar a interação através de discussão sobre conhecimentos prévios e adquiridos.
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
A Língua Estrangeira Moderna é um instrumento de comunicação universal,
explorando, através de textos, a estrutura da língua, propiciando o treino oral (que é essencial
entre professor e aluno) e levando este a sentir-se cada vez mais integrado e motivado à
aprendizagem.
É importante ressaltar que a melhor proposta metodológica é sempre aquela que
estabelece um diálogo aberto entre professor e aluno, que permite o enriquecimento de ambas
as partes no processo de aprendizagem, sendo, assim, instrumento de crescimento tanto para o
aluno como para o professor
O uso de inúmeros recursos para que a aprendizagem ocorra de maneira agradável se
faz necessário, a prática individual e em grupo, apresentando os textos de maneira interessantes
e compatíveis com o universo cultural do aluno é um dos caminhos que podem ser seguidos.
Também há os recursos tecnológicos como TV Pendrive, aparelhos sonoros, data-show que
através da visualização de imagens auxiliam a prática pedagógica, favorecendo o ensino-
aprendizagem
A prática oral é a melhor atividade para o aluno aprender, ouvindo e exercitando
264
verbalmente em diversas situações explorando a conversação, apresentando a gramática de
forma contextualizada e através da literatura inglesa, ter acesso às culturas e informações de
sua nacionalidade.
Como maneira de se integrar mais a formalidade da língua oral através de filmes
legendados, além de ler, cantar e interpretar músicas conhecidas e/ou atuais, trabalhando com
manuais de instrução de aparelhos eletrodomésticos, também os termos utilizados pelos meios
de comunicação, bem como os que estão diretamente ligados à informática.
Um trabalho referente às leis: História e Cultura Afro Brasileira e Africana e
Indígena ( Lei 11.645/2008), História do Paraná ( Lei nº 13381/01) , Meio ambiente (
9795/99), Educação do Campo), Educação Fiscal, Educação em Direitos Humanos –
principalmente da criança e do adolescente ( L.F. nº11525/07), Enfrentamento à violência,
Educação tributária ( Dec.nº 1143/99) , Prevenção ao Uso Indevido de Drogas, Sexualidade,
Música, entre outros assuntos contemporâneos serão trabalhados utilizando textos e recursos
midiáticos para uma melhor aprendizagem.
Para que se efetive a valorização da cultura dos povos do campo passa-se a articular os
conteúdos sistematizados com a realidade do campo, seguindo alguns eixos sistemáticos
como: trabalho-divisão social e territorial, cultura e identidade, interdependência campo-
cidade, questão agrária, desenvolvimento sustentável, organização política, movimentos
sociais e cidadania.
O ensino de Língua Estrangeira Moderna deve ser voltado para um contexto global
educativo, pedagógico discursivo onde o uso da língua, da comunicação, da cultura e do poder
são inseparáveis.
A organização dos conteúdos parte do conteúdo estruturante, o discurso é
composto pela leitura, oralidade e escrita , para evidenciar a importância de cada um deles no
processo de ensino- aprendizagem. Dessa forma os conteúdos gramaticais serão explorados
nos textos lidos e produzidos oportunizando o saber.
ENSINO FUNDAMENTAL: 5ª SÉRIE/6o ANO
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL
CONTEÚDOS BÁSICOS ABORDAGEM
TEÓRICO-AVALIAÇÃO
265
METODOLÓGICA
GÊNEROS DISCURSIVOS
E SEUS ELEMENTOS
COMPOSICIONAIS.
Caberá ao professor a seleção
de gêneros, nas
diferentes esferas sociais de
circulação, de acordo
com a Proposta Pedagógica
Curricular e com o
Plano de Trabalho Docente,
adequando o nível de
complexidade a cada série.
*Vide relação dos gêneros ao
final deste documento.
LEITURA
• Identificação do tema;
• Intertextualidade;
• Intencionalidade;
• Léxico;
• Coesão e coerência;
• Funções das classes
gramaticais no texto;
• Elementos semãnticos;
• Recursos estilísticos (
figuras de linguagem);
• Marcas linguísticas:
particularidades da língua,
pontuação; recursos gráficos
(como aspas, travessão,
negrito);
• Variedade linguística.
• Acentuação gráfica;
LEITURA
É importante que o professor:
• Propicie práticas de leitura
de
textos de diferentes gêneros;
• Considere os conhecimentos
prévios dos alunos;
• Formule questionamentos
que
possibilitem inferências sobre
o
texto;
• Encaminhe discussões
sobre:
tema, intenções,
intertextualidade;
• Contextualize a produção:
suporte/fonte, interlocutores,
finalidade, época;
• Relacione o tema com o
contexto
atual;
• Oportunize a socialização
das
ideias dos alunos sobre o
texto.
ESCRITA
É importante que o professor:
• Planeje a produção textual a
partir da delimitação do tema,
do interlocutor, do gênero, da
finalidade;
Espera-se que o aluno:
• Identifique o tema;
• Realize leitura
compreensiva do texto;
• Localize informações
explícitas no texto;
• Amplie seu horizonte de
expectativas;
• Amplie seu léxico;
• Identifique a ideia
principal do texto.
ESCRITA
Espera-se que o aluno:
• Expresse as ideias com
clareza;
• Elabore/reelabore
textos de acordo com
o encaminhamento do
professor, atendendo:
• às situações de produção
propostas (gênero,
interlocutor, finalidade...);
• à continuidade temática;
• Diferencie o contexto de
uso da linguagem formal e
informal;
• Use recursos textuais
como coesão e coerência,
informatividade, etc;
• Utilize adequadamente
recursos linguísticos como
pontuação, uso e função do
266
• Ortografia.
ESCRITA
• Tema do texto;
• Interlocutor;
• Finalidade do texto;
• Intencionalidade do texto;
• Intertextualidade;
• Condições de produção;
• Informatividade
(informações necessárias para
a
coerência do texto);
• Léxico;
• Coesão e coerência;
• Funções das classes
gramaticais no texto;
• Elementos semânticos;
• Recursos estilísticos (figuras
de linguagem);
• Marcas linguísticas:
particularidades da língua,
pontuação, recursos gráficos
(como aspas, travessão,
negrito);
• Variedade linguística;
• Ortografia;
• Acentuação gráfica.
ORALIDADE
• Elementos extralinguísticos:
entonação, pausas,
gestos, etc ...;
• Adequação do discurso ao
gênero;
• Estimule a ampliação de
leituras
sobre o tema e o gênero
proposto;
• Acompanhe a produção do
texto;
• Encaminhe e acompanhe a
reescrita textual: revisão dos
argumentos das ideias, dos
elementos que compõe o
gênero;
• Analise se a produção
textual
está coerente e coesa, se há
continuidade temática, se
atende
à finalidade, se a linguagem
está
adequada ao contexto;
• Conduza a uma reflexão dos
elementos discursivos,
textuais,
estruturais e normativos.
ORALIDADE
É importante que o professor:
• Organize apresentações de
textos
produzidos pelos alunos;
• Oriente sobre o contexto
social
de uso do gênero oral
selecionado;
• Prepare apresentações que
artigo, pronome, numeral,
substantivo, etc.
ORALIDADE
• Espera-se que o aluno:
• Utilize o discurso de
acordo com a situação
de produção (formal/
informal);
• Apresente suas ideias
com clareza, coerência,
mesmo que na língua
materna.
• Utilize adequadamente
entonação, pausas, gestos,
etc.;
• Respeite os turnos de
fala.
267
• Turnos de fala;
• Variações linguísticas;
• Marcas linguísticas: coesão,
coerência, gírias,
repetição.
• Pronúncia.
explorem as marcas
linguísticas
típicas da oralidade em seu
uso
formal e informal;
• Selecione discursos de
outros
para análise dos recursos da
oralidade, como cenas de
desenhos, etc
ENSINO FUNDAMENTAL: 6ª SÉRIE/7o ANO
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL
CONTEÚDOS BÁSICOS
ABORDAGEM
TEÓRICO-
METODOLÓGICA
AVALIAÇÃO
GÊNEROS DISCURSIVOS
E SEUS ELEMENTOS
COMPOSICIONAIS.
Caberá ao professor a seleção
de gêneros, nas
diferentes esferas sociais de
circulação, de acordo
com a Proposta Pedagógica
Curricular e com o
Plano de Trabalho Docente,
adequando o nível de
complexidade a cada série.
* Vide relação dos gêneros ao
final deste
documento.
LEITURA
LEITURA
É importante que o professor:
• Propicie práticas de leitura
de
textos de diferentes gêneros,
ampliando também o léxico;
• Considere os conhecimentos
prévios dos alunos;
• Formule questionamentos
que
possibilitem inferências sobre
o texto;
• Encaminhe discussões sobre
tema e
intenções;
• Contextualize a produção:
LEITURA
Espera-se que o aluno:
• Realize leitura
compreensiva
do texto;
• Localize informações
explícitas;
• Amplie seu horizonte de
expectativas;
• Amplie seu léxico;
• Perceba o ambiente em que
circula o gênero;
• Identifique a ideia principal
do
texto;
• Identifique o tema;
268
• Identificação do tema;
• Intertextualidade;
• Intencionalidade;
• Léxico;
• Coesão e coerência;
• Funções das classes
gramaticais no texto;
• Elementos semãnticos;
• Recursos estilísticos (
figuras de linguagem);
• Marcas linguísticas:
particularidades da língua,
pontuação; recursos gráficos
(como aspas,
travessão, negrito);
• Variedade linguística;
• Acentuação gráfica;
• Ortografia.
ESCRITA
• Tema do texto ;
• Interlocutor;
• Finalidade do texto;
• Intencionalidade do texto;
• Intertextualidade;
• Condições de produção;
• Informatividade
(informações necessárias para
a
coerência do texto);
• Léxico;
• Coesão e coerência;
• Funções das classes
gramaticais no texto;
suporte/
fonte, interlocutores,
finalidade,
época;
• Utilize textos verbais
diversos que
dialoguem com não-verbais,
como:
gráficos, fotos, imagens,
mapas e
outros;
• Oportunize a socialização
das
ideias dos alunos sobre o
texto.
ESCRITA
É importante que o professor:
• Planeje a produção textual a
partir: da delimitação do
tema,
do interlocutor, do gênero, da
finalidade;
• Estimule a ampliação de
leituras
sobre o tema e o gênero
propostos;
• Acompanhe a produção do
texto;
• Acompanhe e encaminhe a
reescrita textual: revisão dos
argumentos das ideias, dos
elementos que compõe o
gênero;
• Deduza os sentidos das
palavras e/ou expressões a
partir
do contexto.
ESCRITA
Espera-se que o aluno:
• Expresse suas ideias com
clareza;
• Elabore textos atendendo:
- às situações de produção
propostas (gênero,
interlocutor,
finalidade...);
- à continuidade temática;
• Diferencie o contexto de uso
da linguagem formal e
informal;
• Use recursos textuais
como: coesão e coerência,
informatividade, etc;
• Utilize adequadamente
recursos linguísticos como:
pontuação, uso e função do
artigo, pronome, substantivo,
etc.
ORALIDADE
Espera-se que o aluno:
• Utilize o discurso de acordo
com a situação de produção
(formal/ informal);
• Apresente suas ideias com
clareza;
• Compreenda os argumentos
269
• Elementos semãnticos;
• Recursos estilísticos (
figuras de linguagem);
• Marcas linguísticas:
particularidades da língua,
pontuação; recursos gráficos
(como aspas,
travessão, negrito);
• Variedade linguística;
• Ortografia;
• Acentuação gráfica.
ORALIDADE
• Elementos extralinguísticos:
entonação, pausas,
gestos, etc;
• Adequação do discurso ao
gênero;
• Turnos de fala;
• Variações linguísticas;
• Marcas linguísticas: coesão,
coerência, gírias,
repetição.
• Pronúncia.
• Analise se a produção
textual está
coerente e coesa, se há
continuidade
temática, se atende à
finalidade,
se a linguagem está adequada
ao
contexto;
• Conduza a uma reflexão dos
elementos discursivos,
textuais,
estruturais e normativos.
ORALIDADE
É importante que o professor:
• Organize apresentações de
textos
produzidos pelos alunos;
• Proponha reflexões sobre os
argumentos utilizados nas
exposições
orais dos alunos;
• Oriente sobre o contexto
social de
uso do gênero oral
selecionado;
• Prepare apresentações que
explorem as Marcas
linguísticas
típicas da oralidade em seu
uso
formal e informal;
• Selecione discursos de
no discurso do outro;
• Organize a sequência de sua
fala;
• Respeite os turnos de fala;
• Analise os argumentos
apresentados pelos colegas de
classe em suas apresentações
e/ou nos gêneros orais
trabalhados;
• Participe ativamente dos
diálogos, relatos, discussões,
quando necessário em língua
materna.
270
outros para
análise dos recursos da
oralidade,
como: cenas de desenhos, etc.
ENSINO FUNDAMENTAL: 7ª SÉRIE/8o ANO
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL
CONTEÚDOS BÁSICOS
ABORDAGEM
TEÓRICO-
METODOLÓGICA
AVALIAÇÃO
GÊNEROS DISCURSIVOS
E SEUS ELEMENTOS
COMPOSICIONAIS.
Caberá ao professor a seleção
de gêneros, nas
diferentes esferas sociais de
circulação, de acordo
com a Proposta Pedagógica
Curricular e com o
Plano de Trabalho Docente,
adequando o nível de
complexidade a cada série.
* Vide relação dos gêneros ao
final deste
documento.
LEITURA
• Identificação do tema;
• Intertextualidade;
• Intencionalidade;
• Vozes sociais presentes no
texto;
• Léxico;
• Coesão e coerência;
LEITURA
É importante que o professor:
• Propicie práticas de leitura
de textos
de diferentes gêneros;
• Considere os conhecimentos
prévios dos alunos;
• Formule questionamentos
que
possibilitem inferências sobre
o texto;
• Encaminhe discussões e
reflexões sobre tema,
intenções,
intertextualidade,
aceitabilidade,
informatividade,
situacionalidade;
• Contextualize a produção:
suporte/
fonte, interlocutores,
finalidade,
época;
LEITURA
Espera-se que o aluno:
• Realize leitura
compreensiva
do texto;
• Localize informações
explícitas e implícitas no
texto;
• Posicione-se
argumentativamente;
• Amplie seu horizonte de
expectativas;
• Amplie seu léxico;
• Perceba o ambiente no qual
circula o gênero;
• Identifique a ideia principal
do texto;
• Analise as intenções do
autor;
• Identifique o tema;
• Reconheça palavras e/ou
expressões que denotem
ironia
271
• Funções das classes
gramaticais no texto;
• Elementos semãnticos;
• Recursos estilísticos( figuras
de linguagem);
• Marcas linguísticas:
particularidades da língua,
pontuação; recursos gráficos
(como aspas,
travessão, negrito);
• Variedade linguística;
• Acentuação gráfica;
• Ortografia.
ESCRITA
• Tema do texto;
• Interlocutor;
• Finalidade do texto;
• Intencionalidade do texto;
• Intertextualidade;
• Condições de produção;
• Informatividade
(informações necessárias para
a
coerência do texto);
• Vozes sociais presentes no
texto;
• Léxico;
• Coesão e coerência;
• Funções das classes
gramaticais no texto;
• Elementos semãnticos;
• Recursos estilísticos (
figuras de linguagem);
• Utilize textos não-verbais
diversos
que dialoguem com não-
verbais,
como: gráficos, fotos,
imagens,
mapas e outros;
• Relacione o tema com o
contexto
atual;
• Oportunize a socialização
das ideias
dos alunos sobre o texto;
• Instigue a identificação e
reflexão
das diferenças decorridas do
uso de
palavras e/ou expressões no
sentido
conotativo e denotativo, bem
como
de expressões que denotam
ironia e
humor.
ESCRITA
É importante que o professor:
• Planeje a produção textual a
partir da delimitação do tema,
do
interlocutor, do gênero, da
finalidade;
• Estimule a ampliação de
leituras
e humor no texto;
• Compreenda as diferenças
decorridas do uso de palavras
e/ou expressões no sentido
conotativo e denotativo;
• Identifique e reflita sobre
as vozes sociais presentes no
texto.
ESCRITA
Espera-se que o aluno:
• Expresse suas ideias com
clareza;
• Elabore textos atendendo:
- às situações de produção
propostas (gênero,
interlocutor, finalidade...);
- à continuidade temática;
• Diferencie o contexto de
uso da linguagem formal e
informal;
• Utilize recursos textuais
como: coesão e coerência,
informatividade, etc;
• Utilize adequadamente
recursos linguísticos como
pontuação, uso e função do
artigo, pronome, substantivo,
adjetivo, advérbio, etc;
• Empregue palavras e/
ou expressões no sentido
conotativo e denotativo, bem
como de expressões que
indicam ironia e humor, em
272
• Marcas linguísticas:
particularidades da
língua, pontuação; recursos
gráficos (como aspas,
travessão, negrito);
• Variedade linguística;
• Ortografia;
• Acentuação gráfica.
ORALIDADE
• Elementos extralinguísticos:
entonação,
pausas, gestos, etc;
• Adequação do discurso ao
gênero;
• Turnos de fala;
• Vozes sociais presentes no
texto;
• Variações linguísticas;
• Marcas linguísticas: coesão,
coerência, gírias,
repetição;
• Diferenças e semelhanças
entre o discurso oral
e o escrito;
• Adequação da fala ao
contexto;
• Pronúncia.
sobre o tema e o gênero
propostos;
• Acompanhe a produção do
texto;
• Acompanhe e encaminhe a
reescrita
textual: revisão dos
argumentos das
ideias, dos elementos que
compõem
o gênero (por exemplo: se for
uma
narrativa de aventura,
observar se há
o narrador, quem são os
personagens,
tempo, espaço, se o texto
remete a
uma aventura, etc.);
• Analise se a produção
textual está
coerente e coesa, se há
continuidade
temática, se atende à
finalidade,
se a linguagem está adequada
ao
contexto;
• Estimule o uso de palavras
e/ou
expressões no sentido
conotativo e
denotativo, bem como de
conformidade com o gênero
proposto.
ORALIDADE
Espera-se que o aluno:
• Utilize o discurso de acordo
com
a situação de produção
(formal/
informal);
• Apresente ideias com
clareza;
• Explore a oralidade, em
adequação
ao gênero proposto;
• Compreenda os argumentos
no
discurso do outro;
• Exponha seus argumentos;
• Organize a sequência da
fala;
• Respeite os turnos de fala;
• Analise os argumentos
apresentados pelos colegas
em suas
apresentações e/ou nos
gêneros orais
trabalhados;
• Participe ativamente de
diálogos,
relatos, discussões, etc.,
mesmo que
em língua materna;
• Utilize conscientemente
273
expressões
que denotam ironia e humor;
• Conduza a uma reflexão dos
elementos discursivos,
textuais,
estruturais e normativos..
ORALIDADE
É importante que o professor:
• Organize apresentações de
textos produzidos pelos
alunos
levando em consideração a:
aceitabilidade,
informatividade,
situacionalidade e finalidade
do
texto;
• Oriente sobre o contexto
social de uso do gênero oral
selecionado;
• Prepare apresentações que
explorem as marcas
linguísticas
típicas da oralidade em seu
uso
formal e informal;
• Estimule contação de
histórias
de diferentes gêneros,
utilizando-
se dos recursos
extralinguísticos,
como: entonação, expressões
expressões
faciais corporais e gestuais,
pausas
e entonação nas exposições
orais, entre outros elementos
extralinguísticos;
• Analise recursos da
oralidade
em cenas de desenhos,
programas
infanto-juvenis, entrevistas,
reportagem, entre outros.
274
facial, corporal e gestual,
pausas
e outros;
• Selecione discursos de
outros
para análise dos recursos da
oralidade, como: cenas de
desenhos, programas infanto-
juvenis, entrevistas,
reportagem,
entre outros.
ENSINO FUNDAMENTAL: 8ª SÉRIE/9o ANO
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL
CONTEÚDOS BÁSICOS
ABORDAGEM
TEÓRICO-
METODOLÓGICA
AVALIAÇÃO
GÊNEROS DISCURSIVOS
E SEUS ELEMENTOS
COMPOSICIONAIS.
Caberá ao professor a seleção
de gêneros, nas
diferentes esferas sociais de
circulação, de acordo com
a Proposta Pedagógica
Curricular e com o Plano de
Trabalho Docente, adequando
o nível de complexidade
a cada série.
* Vide relação dos gêneros ao
final deste documento.
LEITURA
LEITURA
É importante que o professor:
• Propicie práticas de leitura
de
textos de diferentes gêneros;
• Considere os conhecimentos
prévios dos alunos;
• Formule questionamentos
que
possibilitem inferências sobre
o
texto;
• Encaminhe discussões e
reflexões sobre: tema,
intenções,
LEITURA
Espera-se do aluno:
• Realização de leitura
compreensiva do texto;
• Localização de
informações explícitas e
implícitas no texto;
• Posicionamento
argumentativo;
• Ampliação do horizonte
de expectativas;
• Ampliação do léxico;
• Percepção do ambiente
no qual circula o gênero;
• Identificação da ideia
275
• Identificação do tema;
• Intertextualidade;
• Intencionalidade;
• Vozes sociais presentes no
texto;
• Léxico;
• Coesão e coerência;
• Funções das classes
gramaticais no texto;
• Elementos semãnticos;
• Discurso direto e indireto;
• Emprego do sentido
denotativo e conotativo no
texto;
• Recursos estilísticos (
figuras de linguagem);
• Marcas linguísticas:
particularidades da língua,
pontuação; recursos gráficos
(como aspas, travessão,
negrito);
• Variedade linguística.
• Acentuação gráfica;
• Ortografia.
ESCRITA
• Tema do texto ;
• Interlocutor;
• Finalidade do texto;
• Intencionalidade do texto;
• Intertextualidade;
• Condições de produção;
• Informatividade
(informações necessárias para
intertextualidade,
aceitabilidade,
informatividade,
situacionalidade,
temporalidade, vozes sociais
e
ideologia;
• Contextualize a produção:
suporte/fonte, interlocutores,
finalidade, época;
• Utilize textos não-verbais
diversos:
gráficos, fotos, imagens,
mapas e
outros;
• Relacione o tema com o
contexto
atual;
• Oportunize a socialização
das
ideias dos alunos sobre o
texto;
• Instigue o
entendimento/reflexão
das diferenças decorridas do
uso de
palavras e/ou expressões no
sentido
conotativo e denotativo, bem
como
de expressões que denotam
ironia
e humor;
principal do texto;
• Análise das intenções do
autor;
• Identificação do tema;
• Dedução dos sentidos de
palavras e/ou expressões a
partir do contexto;
• Compreensão das
diferenças decorridas
do uso de palavras e/
ou expressões no sentido
conotativo e denotativo.
ESCRITA
Espera-se do aluno:
• Expressão de ideias com
clareza;
• Elaboração de textos
atendendo:
- às situações de produção
propostas (gênero,
interlocutor, finalidade...);
- à continuidade
temática;
• Diferenciação do contexto
de uso da linguagem formal
e informal;
• Uso de recursos
textuais como: coesão e
coerência, informatividade,
intertextualidade, etc.;
• Utilização adequada
de recursos linguísticas
como: pontuação, uso e
276
a
coerência do texto);
• Vozes sociais presentes no
texto;
• Discurso direto e indireto;
• Emprego do sentido
denotativo e conotativo no
texto;
• Léxico;
• Coesão e coerência;
• Funções das classes
gramaticais no texto;
• Elementos semãnticos;
• Recursos estilísticos( figuras
de linguagem);
• Marcas linguísticas:
particularidades da língua,
pontuação; recursos gráficos
(como aspas, travessão,
negrito);
• Variedade linguística;
• Ortografia;
• Acentuação gráfica.
ORALIDADE
• Elementos extralinguísticos:
entonação,
pausas, gestos, etc;
• Adequação do discurso ao
gênero;
• Turnos de fala;
• Vozes sociais presentes no
texto;
• Variações linguísticas;
• Estimule leituras que
suscitem no
reconhecimento do estilo,
próprio de
diferentes gêneros;
• Incentive a percepção dos
recursos
utilizados para determinar
causa
e consequência entre as partes
e
elementos do texto.
ESCRITA
É importante que o professor:
• Planeje a produção textual a
partir
da delimitação tema, do
interlocutor,
intenções, intertextualidade,
aceitabilidade,
informatividade,
situacionalidade,
temporalidade e
ideologia;
• Estimule a ampliação de
leituras
sobre o tema e o gênero
propostos;
• Acompanhe a produção do
texto;
• Acompanhe e encaminhe a
reescrita textual: revisão dos
argumentos das ideias, dos
função do artigo, pronome,
substantivo, etc.
• Emprego de palavras e/
ou expressões no sentido
conotativo e denotativo,
bem como de expressões
que indicam ironia e humor,
em conformidade com o
gênero proposto.
ORALIDADE
Espera-se do aluno:
• Utilização do discurso de
acordo
com a situação de produção
(formal/
informal);
• Apresentação de ideias com
clareza;
• Compreensão de
argumentos no
discurso do outro;
• Exposição objetiva de
argumentos;
• Organização da sequência
da fala;
• Respeito aos turnos de fala;
• Análise dos argumentos
apresentados pelos alunos em
suas
apresentações e/ou nos
gêneros orais
trabalhados;
• Participação ativa em
277
• Marcas linguísticas: coesão,
coerência, gírias,
repetição;
• Diferenças e semelhanças
entre o discurso oral
e o escrito;
• Adequação da fala ao
contexto;
• Pronúncia.
elementos que compõem o
gênero;
• Instigue o uso de palavras
e/ou
expressões no sentido
conotativo
e denotativo, bem como de
expressões que denotam
ironia e
humor.
• Conduza a uma reflexão dos
elementos discursivos,
textuais,
estruturais e normativos.
ORALIDADE
É importante que o professor:
• Organize apresentações de
textos produzidos pelos
alunos
levando em consideração a
aceitabilidade,
informatividade,
situacionalidade e finalidade
do
texto;
• Oriente sobre o contexto
social de uso do gênero oral
selecionado;
• Prepare apresentações que
explorem as marcas
linguísticas
típicas da oralidade em seu
uso
diálogos,
relatos, discussões, quando
necessário em língua materna;
• Análise de recursos da
oralidade
em cenas de desenhos,
programas
infanto-juvenis, filmes
278
formal e informal;
• Estimule contação de
histórias
de diferentes gêneros,
utilizando-
se dos recursos
extralinguísticos,
como: entonação, expressões
facial, corporal e gestual,
pausas
e outros;
• Selecione discursos de
outros
para análise dos recursos da
oralidade, como: cenas de
desenhos, programas infanto-
juvenis, entrevistas,
reportagem
entre outros.
ENSINO MÉDIO
CONTEÚDO ESTRUTURANTE –DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL.
Conteúdos Básicos Abordagem Teórico -
Metodológica
Avaliação
279
Gêneros discursivos e seus
elementos composicionais.
Leitura .
Identificação do tema;
Intertextualidade;
Intencionalidade;
Vozes sociais presentes
no texto;
Léxico. Coesão e
coerência;
Marcadores do
discurso;
Funções das classes
gramaticais no
texto;
Discurso direto e
indireto;
Emprego do sentido
denotativo e
conotativo no
texto;
Recursos estilísticos
(figuras de
linguagem);Marcas
linguísticas.
Particula-ridades
da língua,
pontuação,
recursos gráficos
(como aspas,
travessão, negrito)
Variedade lingüística;
Leitura
-Propiciar práticas de leitura de
textos de diferentes gêneros;
-Considerar os conhecimentos
prévios dos alunos;
-Formular questionamentos que
possibilitem inferências sobre o
texto;
-Encaminhar discussões e
reflexões sobre : tema; intenções
, intertextualidade,aceitabilidade,
informatividade,
situacionalidade, temporalidade,
vozes sociais e ideologia;
-Proporciona r análises para
estabelecer a referencia textual;
-Conduzir leituras para a
compreensão das partículas
conectivas;
-contextualizar a produção
suporte-fonte , interlocutores,
finalidade,época.
-Utilizar textos não-verbais
diversos : gráficos, fotos,
imagens, gráficos e outros;
-Relacionar o tema com o
contexto atual;
-Oportunizar a socialização das
idéias dos alunos sobre o texto:
-Instigar o entendimento-
reflexão das diferenças
decorridas do uso de palavras e-
Leitura
-Realização de leitura
compreensiva do texto;
-Localização de
informações explícitas e
implícitas no texto;
-Posicionamento
argumentativo;
-Ampliação do horizonte
de expectativas;
-Ampliação do léxico;
Percepção do ambiente no
qual circula o gênero;
-Identificação da idéia
principal do texto;
-Análise das intenções do
autor;
-Identificação do tema;
-
Dedução dos sentidos de
palavras e-ou expressões a
partir do contexto;
-Compreensão das
diferenças decorridas do
uso de palavras e-ou
expressões no sentido
conotativo ;
-Reconhecimento de
palavras e ou expressões
que estabelecem a
referencia textual;
280
Acentuação gráfica;
Ortografia;
ESCRITA
Tema do texto;
Interlocutor ;
Finalidade do texto;
Intertextualidade;
Condições de
produção;
Informatividade
(informações
necessárias para a
coerência do
texto);
Vozes sociais presentes
no texto;
Vozes verbais;
Discurso direto e
indireto;
Emprego do sentido
Denotativo e
conotativo no
texto;
Léxico ;
Coesão e coerência;
Funções das classes
gramaticais no
texto;
Elementos semânticos;
Recursos estilísticos
ou expressões no sentido
conotativo e denotativo, bem
como de expressões que
denotam ironia e humor;
-Estimular leituras que suscitem
no reconhecimento do estilo,
próprio de diferentes gêneros;
ESCRITA
-Planejar a produção textual a
partir da delimitação do tema, do
interlocutor, intenções,
intertextualidade,aceitabilidade,
informatividade,
situacionalidade, temporalidade
e ideologia;
-proporcionar o uso adequado de
palavras e expressões para
estabelecer a referencia textual;
-conduzir a utilização adequada
das partículas conectivas;
-Estimular a ampliação de
leituras sobre o tema e o gênero
propostos;
Acompanhar a produção do
texto;
-Acompanhar e encaminhar a
reescrita textual: revisão dos
argumentos das idéias , dos
elementos que compõem o
gênero;
-Instigar o uso de palavras ou
expressões no sentido conotativo
ESCRITA
-Expressar idéias com
clareza;
-Elaborar textos
atendendo: ‘as situações
de produção propostas
(gênero, interlocutor,
finalidade...)
A continuidade temática ;
- Diferenciar contextos de
uso da linguagem formal e
informal;
-Usar recursos textuais
como : coesão e coerência
, informatividade
Intertextualidade, etc;
-Utilização dos adequada
de recursos lingüísticos
como: pontuação, uso e
função do artigo, pronome,
substantivo,etc;
-Emprego de palavras ou
expressões no sentido
conotativo e denotativo,
bem como de expressões
que indicam ironia e
humor , em conformidade
com o gênero proposto.
ORALIDADE
281
(figuras de
linguagem);
Marcas lingüísticas :
partícu laridades
da língua ,
pontuação,
recursos gráficos
(como aspas,
travessão e
negrito);
Variedade lingüística;
Ortografia;
Acentuação gráfica;
ORALIDADE
Elementos
extralingüísticos :
entonação, pausas
e gestos;
Adequação do discurso
ao gênero;
Turnos de fala;
Vozes sociais presentes
no texto;
Variações lingüísticas;
Marcas lingüísticas:
coesão,coerência,
gírias, repetição.
Diferenças e
semelhanças entre
o discurso oral e
escrito.
e denotativo, bem como de
expressões que denotam ironia e
humor.
- Estimular produções em
diferentes gêneros;
-Conduzir a uma reflexão dos
elementos discursivos, textuais,
estruturais e normativos.
ORALIDADE
-Organizar apresentações de
textos produzidos pelos alunos
levando em consideração a:
aceitabilidade, informatividade,
situacionalidade e finalidade do
texto;
-Orientar sobre o contexto social
de uso do gênero oral
selecionado;
-Preparar apresentações que
explorem as marcas lingüísticas
típicas da oralidade em seu uso
formal e informal;
-Estimular contações de histórias
de diferentes gêneros ,
utilizando-se dos recursos
extralinguisticos , como:
entonação expressão facial,
corporal e gestual, pausas e
outros;
- selecionar discursos de outros
para a analise dos recursos da
-Pertinência do uso de
elementos discursivos,
textuais, estruturais e
normativos;
-reconhecimento de
palavras ou expressões que
estabeleçam a referencia
textual;
-saber utilizar o disc urso
de acordo com a situação
de produção (formal ou
informal);
-Apresentar idéias com
clareza.
-Compreensão de
argumentos no discurso do
outro;
-Exposição objetiva de
argumentos:
-Organização da sequencia
da fala:
- Respeito aos turnos de
fala :
-Participação ativa em
diálogos, relatos,
discussões quando
necessário em língua
materna, etc:
-utilização consciente de
expressões faciais,
corporais e gestuais, de
pausas e entonação nas
exposições orais, entre
outros elementos
282
Adequação da fala ao
contexto;
Pronúncia;
oralidade ,como: cenas de
desenhos, programas infanto-
juvenis, entrevistas, reportagem
entre outros.
extralingüísticos;
AVALIAÇÃO
A avaliação é um elemento integrador entre a aprendizagem e o ensino no qual o aluno
é construtor de conhecimento. Ela subsidiará o professor com elementos para uma reflexão
contínua sobre sua prática, sobre a criação de novos instrumentos de trabalho e a retomada
de aspectos que devem ser revistos, ajustados ou reconhecidos como adequados para o
processo de aprendizagem individual ou em grupo.
Para o aluno, a avaliação deverá ser o instrumento de tomada de consciência de suas
conquistas, dificuldades e possibilidades para reorganização de seu investimento na tarefa
de aprender. O engajamento discursivo, no decorrer do trabalho, de diferentes formas, na
interação entre aluno e professor e a turma, e ambos com material didático, além do uso da
língua estrangeira e da língua materna, promoverá o desenvolvimento das ideias.
A avaliação será diagnóstica, cumulativa e formativa, informando sobre o que o
aluno já sabe sobre determinado conteúdo, podendo-se assim, estruturar melhor o
planejamento, definindo os conteúdos e o nível de profundidade que precisam ser elaborados.
No Ensino fundamental e Médio a avaliação de determinado dado de produção em
Língua Estrangeira considera o erro como efeito da própria prática, ou seja, vê-o como
resultado do processo de aquisição de uma nova língua, de acordo com as DCE’s ( Diretrizes
Curriculares Estaduais), as quais norteiam o ensino-aprendizagem de uma segunda língua.
A avaliação inclui a observação dos avanços e da qualidade da aprendizagem
alcançada pelos alunos a cada tema trabalhado e se fará de maneira processual e contínua, por
meio de provas objetivas e descritivas, trabalhos, pesquisas e leituras orais.. Não havendo os
avanços esperados, o professor proporcionará uma recuperação simultânea das atividades
propostas. A recuperação será simultânea e acontecerá de forma imediata após a avaliação
possibilitando ao aluno uma nova chance de apropriação dos conteúdos, tanto para provas
escritas como para entrega dos trabalhos ou apresentações do que lhe foi anteriormente
proposto, contribuindo dessa forma para uma melhor mediação de ensino e aprendizagem.
283
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL DA REDE DE
EDUCAÇÃO BÁSICA DO ESTADO DO PARANÁ (DCE) Ensino Fundamental. Língua
Estrangeira Moderna. Secretaria de Estado Da Educação.
DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL DA REDE DE
EDUCAÇÃO BÁSICA DO ESTADO DO PARANÁ (DCE) Ensino Fundamental.
Educação do Campo. Secretaria de Estado da Educação.
MOITA LOPES, Luiz Paulo. A nova ordem mundial, os parâmetros curriculares
nacionais e o ensino de inglês no Brasil.
BRASIL. Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da
Educação Nacional. Diário Oficial da União, 23 de dezembro de 1996.
CELANI. M. A. A. As línguas estrangeiras e a ideologia subjacente `a organização dos
currículos da escola pública. São Paulo: Claritas, 1994.
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática da autonomia. 20 ed.
Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra S/A,2001.
Conrad, David – Minidicionário Escolar Inglês – São Paulo. DCL.2006
PARANÁ. Secretaria do Estado da Educação. Superintendência de Educação.
Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares de Língua Estrangeira Moderna
para os anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio.Curitiba, 2008
284
COLÉGIO ESTADUAL RUI BARBOSA ENSINO E.F.M.P.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE LÍNGUA ESTRANGEIRA
MODERNA – CELEM – ESPANHOL
BÁSICO
285
NOVA LARANJEIRAS – 2012
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
Atualmente considera-se que o ensino de uma língua estrangeira é fundamental para
o desenvolvimento do ser humano, com ampliação de conhecimentos.
Analisando esta afirmação, salienta-se a importância da rede pública de ensino
oportunizar aos seus educando o contato com línguas estrangeiras.
O ensino de língua estrangeira deve ser apresentado ao educando não somente como
um meio de comunicação entre pessoas de diferentes nacionalidades. Ela deve ser entendida
como um meio de interação do aluno à sociedade, participantes do mundo, desenvolvendo sua
função social através da análise da língua como discurso com a oralidade, a leitura e a escrita
nesta determinada língua.
Assim, o professor tem papel de mediador no processo pedagógico, contemplando,
dentro da língua estrangeira escolhida, a língua como objeto de estudo em seus aspectos
culturais, ideológicos, de sujeito e identidade, como percepções de mundo, construindo
sentidos para formar subjetividades da realidade (DCE’s, 2006).
Considerando a evolução histórica no ensino de línguas estrangeiras no Brasil, sabe-
se que houve muitas mudanças, tanto na estrutura curricular quanto metodológicos.
No início da colonização do Brasil, os jesuítas iniciaram o ensino com o latim aos
habitantes, a mando do Estado português.
Após a expulsão dos jesuítas pelos espanhóis, durante a União Ibérica, em 1759,
Marquês de Pombal, com seu ensino régio, coube ao grego e ao latim (línguas clássicas)
servirem como instrumentos de ensino a outras disciplinas.
Em 1808, a família real portuguesa chega ao Brasil. D. João VI criou cadeiras de
francês e inglês para atender ao comércio e melhorar a educação.
Fundado em 1837, o Colégio Pedro II seguiu os modelos franceses e seu currículo
era composto por sete anos de francês, cinco de inglês e três de alemão, mantido até 1929,
onde se incorporou o italiano até 1931.
Ferdinand de Saussure, em 1916, apresentou a língua como ciência, objetiva,
homogênea, com signos ordenados e objeto de estudo, diferenciando langue e parole. Assim,
deixou de existir a concepção de língua como um conjunto de regras e surgiu o
286
estruturalismo.
Com a 1ª Guerra Mundial (1914-1918), imigraram povos da Europa para o Brasil.
Eram alemães, italianos, poloneses, japoneses, ucranianos e outros, que, para manter a cultura
e tradição, os colonos construíram e organizaram escolas para seus filhos, com língua
portuguesa como língua estrangeira.
Em 1917, como o nacionalismo, o governo federal resolve fechar estas escolas de
imigrantes, criando escolas primárias com recursos federais.
A reforma educacional de São Paulo reafirmava estes objetivos nacionalistas até
1931, com a reforma Francisco Campos do então Presidente Getúlio Vargas, que
responsabilizava a escola secundária pela formação geral e preparação do educando,
implantando o Método Direto para o ensino de língua estrangeira. Este método está baseado
na psicologia da aprendizagem, tendo a aquisição como atividade mental, sendo que a língua
materna não é mais mediadora.
Já a Reforma Capanema em 1942 solidificou os ideais nacionalistas, com o ensino
de línguas estrangeiras no ginásio, com o francês, inglês, obrigatoriedade do espanhol ou
alemão e latim como língua clássica.
A língua espanhola foi permitida oficialmente para compor o currículo do ensino
secundário porque havia autores consagrados e seu povo possuiu importante papel histórico,
como modelo de patriotismo.
Em 1950, com base em Pavlov e Skinner com o método behaviorista, apontaram o
ensino de línguas com os métodos áudio-oral e audiovisuais surgidos nos EUA na 2ª Guerra
Mundial. Assim, a língua era um conjunto de hábitos e não de regras.
Já Chomsky apresentou, para a aquisição de linguagem, a Gramática Gerativa
Transformacional, que a língua é dinâmica e criativa e todos nascemos com um sistema
lingüístico internalizado – teoria inatista – totalmente oposta à Saussure.
Em 1970, Piaget, ao contrário de Chomsky, apresentou a aquisição da linguagem
como uma interação entre o ambiente e o organismo.
Na mesma época, estudiosos brasileiros apresentam Vygotsky, sendo que a
linguagem é adquirida nas trocas sociais entre os indivíduos.
Antes disso, em 1961, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 4.024/61 de 20 de
dezembro de 1961 evidenciou o ensino profissionalizando, valorizando a língua inglesa para o
mercado de trabalho.
Já a LDB 5.692/71 tornou a disciplina de língua estrangeira obrigatória no 2º grau,
com recomendação para o 1º grau.
287
Em 15 de agosto de 1980 a SEED do Estado do Paraná criou o CELEM – Centro de
Línguas Estrangeiras Modernas – para valorizar a diversidade étnica do Paraná.
A nova LDB 9.394/96 de 20 de dezembro de 2006 apresenta o ensino de mais de
uma língua estrangeira na Matriz Curricular do Ensino Médio da Educação Básica, consoante
Art. 36 da Seção IV, § III ”será incluída uma língua estrangeira moderna, como disciplina
obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e unas segunda, em caráter optativo, dentro
das disponibilidades da instituição”.
Já os PCN’s – Parâmetros Curriculares Nacionais, em 1999, publicados pelo MEC,
enfatizaram o ensino da oralidade e da escrita para formação acadêmica e profissional.
Sobre o ensino de outras línguas estrangeiras, para vigorar o MERCOSUL com
interesses políticos e econômicos, foi criada a Lei Federal nº. 11.161/05 de 05/08/2005, que
dispõe sobre a obrigatoriedade do ensino da língua espanhola. Além disso, também servirá
como subsídio à escola em despertar o interesse dos alunos pela aprendizagem da cultura de
outros povos através de outras visões do mundo, fomentando mudanças sociais e individuais
com a habilidade de aprender línguas diferentes.
A SEED do Paraná também disponibilizou neste ano material didático de língua
inglesa e espanhola para a educação estadual.
Assim, considera-se nesta proposta pedagógica curricular o espanhol como língua
estrangeira moderna para implantação do CELEM – Centro de Línguas Estrangeiras
Modernas nesta Instituição de Ensino.
OBJETIVOS
Levar o educando ao conhecimento de diferentes culturas através do contato com a
língua estrangeira;
proporcionar ao educando a capacidade de usar a língua em situações de
comunicação oral e escrita;
fazer com que o educando vivencie formas de participação coletivas e individuais;
mostrar ao educando que os significados são sociais e construídos historicamente,
sendo, assim, passíveis de transformação na prática social;
integrar o educando através de experiência de comunicação com a língua estrangeira
para ampliar suas visões de mundo sobre diferentes povos;
desenvolver o senso crítico do educando perante a valorização da aquisição de
segundas línguas e da língua materna;
demonstrar ao educando o papel das línguas na sociedade e
288
apresentar ao educando a diversidade lingüística e cultural, mostrando os benefícios
para o desenvolvimento do país.
CONTEÚDO ESTRUTURANTE
O objeto de estudo de língua estrangeira é a língua. Sendo a língua um espaço para
produção de sentido, o conteúdo estruturante para o estudo é o discurso.
O discurso, delimitado como prática social, abordará a língua como dinâmica. Seu
estudo dar-se-á através da oralidade, da leitura e da escrita.
Visa-se um trabalho com texto de linguagem em determinado contexto de uso para
promover a construção de significados através do discurso.
Sobre a leitura crítica, visa-se a interação ativa entre o sujeito e o discurso.
Os conteúdos específicos devem abordar gêneros discursivos e elementos
linguístico-discursivos, sempre evidenciando a teoria com a práxis.
No Ensino fundamental e Médio a avaliação de determinado dado de produção em
Língua Estrangeira considera o erro como efeito da própria prática, ou seja, vê-o como
resultado do processo de aquisição de uma nova língua, de acordo com as DCE’s ( Diretrizes
Curriculares Estaduais), as quais norteiam o ensino-aprendizagem de uma segunda língua.
A avaliação inclui a observação dos avanços e da qualidade da aprendizagem
alcançada pelos alunos a cada tema trabalhado. Não havendo os avanços esperados, o
professor proporcionará uma recuperação simultânea das atividades propostas, contribuindo
para uma melhor mediação-aprendizagem.
CONTEÚDOS BÁSICOS
GÊNEROS DISCURSIVOS E SEUS ELEMENTOS COMPOSICIONAIS.
LEITURA
Identificação do tema;
Intertextualidade;
Intencionalidade;
Léxico;
Coesão e coerência;
Funções das classes gramaticais do texto;
Elementos semânticos;
Recursos estilísticos (figuras de linguagem);
Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação; recursos gráficos ( aspas,
289
travessão, negrito);
Variedade linguística;
Acentuação gráfica;
Ortografia.
ESCRITA
Tema do texto;
Interlocutor;
Finalidade do texto;
Intencionalidade do texto;
Intertextualidade;
Condições de produção;
Léxico;
Coesão e coerência;
Variedade linguística;
Ortografia;
Acentuação gráfica.
ORALIDADE
Elementos extralingüísticos: entonação, pausas, gestos;
Adequação do discurso ao gênero;
Variações linguísticas;
Marcas linguísticas;
Pronúncia.
METODOLOGIA
As aulas serão expositivas, com participação constante dos educandos através do
discurso, especialmente a oralidade.
Evidencia-se a leitura em sala de aula, além da produção escrita. A interpretação a
análise de textos, também será enfatizada.
Diversos suportes de gêneros textuais serão trabalhados, como jornal, revistas, bula,
carta, notícia, gibis, músicas, embalagens e outros materiais disponíveis.
Além disso, objetiva-se um trabalho integrando a tecnologia educacional através de
maiôs audiovisuais, como televisão (filmes, propagandas,...) e computadores, com uso de
Internet e outros recursos disponíveis. Um trabalho referente às leis: História e Cultura
Afro Brasileira e Africana e Indígena ( Lei 11.645/2008), Meio ambiente ( 9795/99),
Educação do Campo), Educação Fiscal, Educação em Direitos Humanos – principalmente da
290
criança e do adolescente ( L.F. nº11525/07), Enfrentamento à violência, Educação tributária (
Dec.nº 1143/99) , Prevenção ao Uso Indevido de Drogas, Sexualidade, Música, entre outros
assuntos contemporâneos serão trabalhados utilizando textos e recursos midiáticos para uma
melhor aprendizagem regulares;
Para que se efetive a valorização da cultura dos povos do campo passa-se a articular os
conteúdos sistematizados com a realidade do campo, seguindo alguns eixos sistemáticos
como: trabalho-divisão social e territorial, cultura e identidade, interdependência campo-
cidade, questão agrária, desenvolvimento sustentável, organização política, movimentos
sociais e cidadania.
O ensino de Língua Estrangeira Moderna deve ser voltado para um contexto global
educativo, pedagógico discursivo onde o uso da língua, da comunicação, da cultura e do poder
são inseparáveis.
A organização dos conteúdos parte do conteúdo estruturante, o discurso é
composto pela leitura, oralidade e escrita , para evidenciar a importância de cada um deles no
processo de ensino- aprendizagem. Dessa forma os conteúdos gramaticais serão explorados
nos textos lidos e produzidos oportunizando o saber.
AVALIAÇÃO
Evidencia-se uma avaliação de acordo com a construção de significados dos
educandos através das práticas discursivas.
A avaliação será diagnóstica, com predominância dos aspectos qualitativos aos
quantitativos.
Alem disso, objetiva-se considerar os erros cometidos pelo educando como forma de
crescimento e desenvolvimento para aquisição de uma língua estrangeira.
A avaliação será diagnóstica, cumulativa e formativa, informando sobre o que o
aluno já sabe sobre determinado conteúdo, podendo-se assim, estruturar melhor o
planejamento, definindo os conteúdos e o nível de profundidade que precisam ser elaborados.
Os critérios de avaliação serão: observação, percepção, descrição, análise crítica,
argumentação, interpretação, criatividade, através de: trabalhos, provas, seminários, textos,
frases, gincanas, apresentações. Sempre esperando que o aluno:
LEITURA
Identifique o tema;
Realize leitura compreensiva do texto;
Localize as informações explícitas do texto;
Amplie seu léxico;
291
Amplie seu horizonte de expectativas.
ESCRITA
Expresse as ideias com clareza;
Elabore e reelabore textos;
Diferencie textos com linguagem formal e informal;
Utilize adequadamente recursos linguísticos, como: pontuação.
ORALIDADE
Respeite os turnos de fala;
Utilize entonação, pausas e gestos;
Apresente suas ideias com clareza, coerência, mesmo que na língua materna;
Utilize o discurso formal e informal.
No CELEM a avaliação de determinado dado de produção em Língua Estrangeira
considera o erro como efeito da própria prática, ou seja, vê-o como resultado do processo de
aquisição de uma nova língua, de acordo com as DCE’s ( Diretrizes Curriculares Estaduais),
as quais norteiam o ensino-aprendizagem de uma segunda língua.
A avaliação inclui a observação dos avanços e da qualidade da aprendizagem
alcançada pelos alunos a cada tema trabalhado. Não havendo os avanços esperados, o
professor proporcionará uma recuperação simultânea das atividades propostas, contribuindo
para uma melhor mediação-aprendizagem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA FILHO, J.C.P. Dimensões Comunicativas no Ensino de Línguas. Campinas:
Pontes, 2002.
BAKHTIN, M. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
BRASIL. Lei n.º 9394, de 20 de dezembro de 1996. Brasília, 23 dez. 1996.
BRIONES, A. I.; FLAVIAN, E. e FERNÁNDEZ, G. E. Español Ahora. São Paulo: Moderna,
2003.
CORACINI, M. J. O Jogo Discursivo na Aula de Leitura: língua materna e língua
estrangeira. Campinas: Pontes, 1995.
ESTEBAN, G. G.; DÍAZ-VALERO, J. L. e CAMPOS, Simone Nascimento. Conexión: curso
de español para profesionales brasileños. New York, USA: Cambridge University Press,
2001.
FARACO, C. A. (org.) Diálogos com Bakhtin. Curitiba: UFPR, 2001.
PARANÁ, Secretaria de Educado da Educação. Superintendência da Educação. DEF.
292
Diretrizes Curriculares de Língua Estrangeira para a Educação Básica. Curitiba, Paraná:
SEED, 2006.
SOUZA, Jair de Oliveira. Español para Brasileños. São Paulo: FTD, 1999.
______. Por Supuesto: español para brasileños. São Paulo: FTD, 2001.
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
COLÉGIO ESTADUAL RUI BARBOSA ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR DE EDUCAÇÃO ESPECIAL
Sala Multifuncional
293
NOVA LARANJEIRAS - 2012
FUNDAMENTOS TEÓRICOS
Através do Histórico da Educação Especial podemos chegar à compreensão da
necessidade de um trabalho especializado com os alunos que permeiam o ensino regular 5ª a
8ª série e que até 2004 não tinha sido contemplado com o acesso à sala de recursos.
De acordo com a LDB 9.349/96 a sua regulamentação pelas Diretrizes Nacionais da
Educação ( Res. N.º 02/01) a Educação Especial é conceituada e praticada na atualidade como
modalidade de Educacional, cuja finalidade é oferecer recursos e serviços educacionais
especializados aos alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem bem como cuidado
especial em todo o fluxo da educação. No entanto nem sempre foi assim.
O movimento pela inclusão de todos os alunos não se restringi ao atendimento
daqueles com deficiência, pois decorre dos múltiplos fatores nela envolvidos que delimitam
os grupos marginalizados e excluídos em cada um dos momentos históricos de determinada
sociedade.
A partir dessa concepção fica evidente que há muitos alunos que apresentam
problemas ou dificuldades de aprendizagem, por razões inerentes a sua compleição física,
limitações sensoriais ou déficits intelectuais. Entretanto há muitos alunos que não atingem às
expectativas de aprendizagem e avaliação da escola em decorrência das condições
econômicas e culturais que vivenciam.
A política da SEED situa-se em uma inclusão responsável que tem como objetivo uma
nova forma de repensar e reestruturar políticas e estratégias educacionais de maneira a não
apenas criar oportunidades efetivas de acesso de crianças e adolescentes com necessidades
educacionais especiais, mas sobretudo garantir condições indispensáveis para que possam
manter-se na escola e aprender.
“As escolas inclusivas são escolas para todos, implicando num sistema educacional
que reconheça e atenda as diferenças individuais respeitando as necessidades de qualquer
aluno” EDLER CARVALHO/2004,P.26
METODOLOGIA
A metodologia do Ensino - Aprendizagem na sala de recursos é baseada em propostas
partindo de pressupostos CONCRETOS, onde o aluno que apresenta déficits na
294
aprendizagem possa recuperar-se tendo um apoio pedagógico diferenciado do ensino regular.
O professor ao tomar decisões de como ensinar, enfrenta uma complexidade que
refletem suas concepções, seus conceitos, sua visão de mundo, levando-o a questionar-se
como posso ensinar aos alunos para que realmente eles possam aprender?
As concepções sobre aprendizagem sofreram ao longo do tempo muitas
transformações e na atualidade continua sendo objeto de estudo e pesquisas, apoiando-se
nestes estudos, o professor oferece recursos para que o aluno se desenvolva dentro de suas
limitações.
OBJETIVOS
Utilizar a linguagem para estruturar a experiência e explicar a realidade, representando assim
várias áreas do conhecimento.
Ampliar as habilidades de língua escrita por meios de práticas concretas através de dinâmicas.
Ampliar as habilidades matemáticas através de jogos diversos.
Desenvolver o raciocínio lógico
Criatividade (expressão corporal, música, dança e teatro)
Socialização ( aluno X aluno / aluno X professor)
CONTEÚDOS
Fazer uso de material concreto e jogos educativos para estimular o desenvolvimento do alunos
nas seguintes áreas:
COGNITIVA: Percepções através dos diversos órgãos de sentido.
Sequencia temporal através de materiais pedagógicos.
Organização do pensamento através do treino oral,
posteriormente pela escrita.
PSICOMOTORA: Coordenação dinâmica manual através de recorte e
Colagem, pinturas etc.
Lateralidade através de jogos.
Organização espacial e temporal através de jogos.
EMOCIONAL: Auto-estima através de dinâmica, leituras, filmes.
295
Integração através de jogos e dinâmicas.
OBSERVAÇÃO: Este programa será adequado a cada aluno elaborado conforme o resultado
da AVALIAÇÃO.
ACADÊMICA: Aspectos a serem trabalhados na Sala de Recursos:
Exercícios psicomotores, onde poderá ser trabalhado a coordenação viso motora e a
coordenação motora fina através de recortes, exercícios grafos motores e jogos.
Trabalhar a leitura oral de livros com pequenas histórias.
Jogos com textos. Montar o texto através dos parágrafos e figuras.
Realizar exercícios de escrita através de: textos livres, de gravuras, jogos com
exercícios ortográficos.
Utilização de fantoches para o desenvolvimento oral.
Exercícios que envolvam atenção através de jogos como dominó, xadrez, dama, trilha,
jogo da velha etc.
Exercícios de raciocínio lógico – matemático.
Atividades que envolvam seriação, classificação, inclusão de classes, resolução de
problemas matemáticos através do material dourado e outros jogos disponíveis.
Utilização do Quadro de Valores para a compreensão das quatro operações.
AVALIAÇÃO
A avaliação deve ser um processo de continuidade onde cada professor vai
gradativamente situando-se do andamento da aprendizagem do aluno e repensando sua
prática. Tratando do ensino especial, a avaliação deve ser feita em conjunto com o professor
do ensino regular. Cada aluno deve ser tratado individualmente para averiguação de sua
promoção na aprendizagem, esta prática não deve ser feita por meio de provas, mas através de
observação diária visando conteúdos e objetivos.
O professor de deve levar em conta os diferentes ritmos e processos de aprendizagem,
fazendo sempre uma comparação do aluno consigo mesmo.
Neste contexto, a avaliação não é usada para a promoção ou retenção do aluno, mas
para um acompanhamento e um registro de sua evolução.