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Hoje a pesquisa no Brasil vem sendo valorizada nas suas produções em Rede. Esta prática é do século XXI? No levantamento prévio dessa experiência no campo da História, foi possível verificar que a Coleção História Geral da África, título original General History of Africa, é uma experiência de pesquisa histórica em rede, a partir das políticas de direitos humanos da Unesco na década de 1960. Que Projeto foi este? Qual sua historicidade? De certa forma, é possível perceber a partir da Apresentação, nas Notas do tradutor, ambas publicados nos oito volumes, e a Introdução do Volume I, orientam para o contexto da produção historiográfica. Esta Coleção para o público brasileiro é uma tradução do Projeto da Unesco, iniciado em 1964, no Brasil, em parceria com a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação (Secad/MEC) e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), viabilizaram a edição completa em português da Coleção, considerada até hoje a principal obra de referência sobre o assunto. Vale a pena realizar esta Nota Científica a partir da apresentação da Coleção. É um projeto da Unesco com origem em 1964, com interesse em mostrar o continente africano a partir do ponto de vista também dos africanos. O projeto foi impulsionado no momento das independências africanas e visava desmistificar a idéia de que a África era um continente sem história. A História, enquanto ciência, é a defesa para a construção de civilidades. Para isso o projeto contou com 350 cientistas dos quais 2 terços deles eram africanos. Além de mostrar que a África tem história e ser um material com olhar africano, a coleção pretende quebrar paradigmas de que a África é um local de pobreza e escravidão. O Comitê decidiu apresentar a obra, dedicada ao estudo de mais de 3 milhões de anos de história da África, em oito volumes, cada qual compreendendo aproximadamente oitocentas páginas de texto com ilustrações (fotos, mapas e desenhos tracejados). Os oito volumes se dividem em: Volume I Metodologia e pré- história da África, sendo Editor J. Ki-Zerbo; Volume II África antiga, Editor G. Mokhtar; Volume III África do século VII ao XI; Editor M. El Fasi, Editor Assistente I. Hrbek; Volume IV África do século XII ao XVI, Editor D. Chrislene Carvalho dos Santos [email protected] FACULDADES INTA e UVA COLEÇÃO HISTÓRIA GERAL DA ÁFRICA: POLÍTICA EM REDE DA ESCRITA DA HISTÓRIA? COLLECTION GENERAL HISTORY OF AFRICA: POLICY NETWORK INWRIT- ING OF HISTORY? NOTA DE LEITURA KI-ZERBO, J. Metodologia e pré-história da África, Vol. I; MOKHTAR, G. Áfri- ca antiga, Vol. II; EL FASI, M. África do século VII ao XI, Vol. III; NIANE, D. T. África do século XII ao XVI, Vol. IV; OGOT, B. A. África do século XVI ao XVIII, Vol. V; AJAYI, J. F. A. África do século XIX à década de 1880, Vol. VI; BOA- HEN, A. A. África sob dominação colonial, 1880-1935, Vol. VII; MAZRUI, A. África desde 1935, Vol. VIII. Disponível em http://www.unesco.org/new/pt/ brasilia/special-themes/ethnic-and-racial-relations-in-brazil/general-history-of- africa/#c155007. Acessado em 03/07/2011. Revista Formar Interdisciplinar, Sobral - v.1, n.1, p.21-24, Jul - Dez. 2012 - p.21 História geral da África

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Hoje a pesquisa no Brasil vem sendo valorizada nas suas produções em Rede. Esta prática é do século XXI? No levantamento prévio dessa experiência no campo da História, foi possível verificar que a Coleção História Geral da África, título original General History of Africa, é uma experiência de pesquisa histórica em rede, a partir das políticas de direitos humanos da Unesco na década de 1960. Que Projeto foi este? Qual sua historicidade? De certa forma, é possível perceber a partir da Apresentação, nas Notas do tradutor, ambas publicados nos oito volumes, e a Introdução do Volume I, orientam para o contexto da produção historiográfica. Esta Coleção para o público brasileiro é uma tradução do Projeto da Unesco, iniciado em 1964, no Brasil, em parceria com a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação (Secad/MEC) e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), viabilizaram a edição completa em português da Coleção, considerada até hoje a principal obra de referência sobre o assunto. Vale a pena realizar esta Nota Científica a partir da apresentação

da Coleção. É um projeto da Unesco com origem em 1964, com interesse em mostrar o continente africano a partir do ponto de vista também dos africanos. O projeto foi impulsionado no momento das independências africanas e visava desmistificar a idéia de que a África era um continente sem história. A História, enquanto ciência, é a defesa para a construção de civilidades. Para isso o projeto contou com 350 cientistas dos quais 2 terços deles eram africanos. Além de mostrar que a África tem história e ser um material com olhar africano, a coleção pretende quebrar paradigmas de que a África é um local de pobreza e escravidão. O Comitê decidiu apresentar a obra, dedicada ao estudo de mais de 3 milhões de anos de história da África, em oito volumes, cada qual compreendendo aproximadamente oitocentas páginas de texto com ilustrações (fotos, mapas e desenhos tracejados). Os oito volumes se dividem em: Volume I Metodologia e pré-história da África, sendo Editor J. Ki-Zerbo; Volume II África antiga, Editor G. Mokhtar; Volume III África do século VII ao XI; Editor M. El Fasi, Editor Assistente I. Hrbek; Volume IV África do século XII ao XVI, Editor D.

Chrislene Carvalho dos [email protected] INTA e UVA

COLEÇÃO HISTÓRIA GERAL DA ÁFRICA: POLÍTICA EM REDE DA ESCRITA DA HISTÓRIA?

COLLECTION GENERAL HISTORY OF AFRICA: POLICY NETWORK IN WRIT-ING OF HISTORY?

NOTA DE LEITURAKI-ZERBO, J. Metodologia e pré-história da África, Vol. I; MOKHTAR, G. Áfri-ca antiga, Vol. II; EL FASI, M. África do século VII ao XI, Vol. III; NIANE, D. T. África do século XII ao XVI, Vol. IV; OGOT, B. A. África do século XVI ao XVIII, Vol. V; AJAYI, J. F. A. África do século XIX à década de 1880, Vol. VI; BOA-HEN, A. A. África sob dominação colonial, 1880-1935, Vol. VII; MAZRUI, A. África desde 1935, Vol. VIII. Disponível em http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/special-themes/ethnic-and-racial-relations-in-brazil/general-history-of-africa/#c155007. Acessado em 03/07/2011.

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T. Niane; Volume V África do século XVI ao XVIII, Editor B. A. Ogot; Volume VI África do século XIX à década de 1880, Editor J. F. A. Ajayi; Volume VII África sob dominação colonial, 1880-1935, Editor A. A. Boahen; Volume VIII África desde 1935, Editor A. A. Mazrui, Editor Assistente C. Wondji. Pode-se perceber que os especialistas que se empenharam nessa obra, preocuparam-se, primeiramente, em estabelecer-lhe os fundamentos teóricos e metodológicos. Eles tiveram o cuidado em questionar as simplificações abusivas criadas por uma concepção linear e limitativa da história universal, bem como em restabelecer a verdade dos fatos sempre que necessário e possível. Eles esforçaram-se para extrair os dados históricos que permitissem melhor acompanhar a evolução dos diferentes povos africanos em sua especificidade sociocultural. A Introdução do Volume I inicia o seu primeiro parágrafo com a seguinte frase “A África1tem uma história”. Expressão que apresenta a historicidade da etimologia África, mas que no decorrer das reflexões representa a História, enquanto ciência, que “não é apenas um lugar no mapa que existem leões”. E que depois dos leões, foram descobertas as minas, grandes fontes de lucro, e as “tribos” que eram suas proprietárias, mas que foram incorporadas às minas como propriedades das nações colonizadoras. Vale ressaltar que na tradição dos povos da África negra é a concepção que identifica, espontaneamente, pensamento e linguagem e encara a história não como uma ciência, mas como um saber, uma arte de viver. A África tem uma História, pode-se refletir que é o objetivo dos pesquisadores envolvidos neste projeto. É uma construção da historiografia africana que, pós Segunda Guerra Mundial, vem sendo difundida na cultura ocidental. Partindo da problemática de compreender o Projeto vamos encontrar na apresentação de todos os oito volumes os passos da política de publicação e a perspectiva universal de explicar a história do continente. Nessa tarefa imensa, complexa e árdua em vista da diversidade de fontes e da dispersão dos documentos, a UNESCO procedeu por etapas. A primeira fase (1965-1969) consistiu em trabalhos de documentação e de planificação da obra. Atividades operacionais foram conduzidas in loco, através de pesquisas de campo: campanhas de coleta da tradição oral, criação de centros regionais de documentação para a tradição oral, coleta de manuscritos inéditos em árabe e ajami (línguas africanas escritas em caracteres árabes), compilação de inventários de

arquivos e preparação de um Guia das fontes da historia da Africa, publicado posteriormente, em nove volumes, a partir dos arquivos e bibliotecas dos países da Europa. Por outro lado, foram organizados encontros entre especialistas africanos e de outros continentes durante os quais se discutiu questões metodológicas e traçou-se as grandes linhas do projeto após atencioso exame das fontes disponíveis. Uma segunda etapa (1969 a 1971) foi consagrada ao detalhamento e à articulação do conjunto da obra. Durante esse período, realizaram-se reuniões internacionais de especialistas em Paris (1969) e Addis-Abeba (1970) com o propósito de examinar e detalhar os problemas relativos à redação e à publicação da obra: apresentação em oito volumes, edição principal em inglês, francês e árabe, assim como traduções para línguas africanas, tais como o kiswahili, o hawsa, o peul, o yoruba ou o lingala. Igualmente estão previstas traduções para o alemão, russo, português, espanhol e chinês1, além de edições resumidas, destinadas a um público mais amplo, tanto africano quanto internacional. A terceira e última fase constituiu-se na redação e na publicação do trabalho. Ela começou pela nomeação de um Comitê Científico Internacional de trinta e nove membros, composto por africanos e não africanos, na respectiva proporção de dois terços e um terço, a quem incumbiu-se a responsabilidade intelectual pela obra. Estas Obras são de caráter interdisciplinar. Para a leitura de um trabalho em rede é preciso reconhecer o mérito do Comitê Científico Internacional encarregado dessa História Geral da África, de seu relator, bem como de seus coordenadores e autores dos diferentes volumes e capítulos, por terem lançado uma luz original sobre o passado da África, no desafio de construir uma macro-história, buscando abrir novos temas históricos e evitando todo dogmatismo no estudo de questões essenciais, tais como: o tráfico negreiro, a “sangria sem fim”, responsável por umas das deportações mais cruéis da história dos povos e que despojou o continente de uma parte de suas forças vivas, no momento em que esse último desempenhava um papel determinante no progresso econômico e comercial da Europa; a colonização, com todas suas consequências nos âmbitos demográfico, econômico, psicológico e cultural; as relações entre a África ao sul do Saara e o mundo árabe; o processo de descolonização e de construção nacional, mobilizador da razão e da paixão de pessoas ainda vivas e muitas vezes em

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SANTOS C. C.

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plena atividade. Essas questões foram abordadas com grande preocupação quanto à honestidade e ao rigor científico, o que constitui um mérito não desprezível da presente obra. Essa História Geral da África coloca simultaneamente em foco a unidade histórica da África e suas relações com os outros continentes, especialmente com as Américas e o Caribe. Por todas essas razões, a UNESCO colocou como meta zelar para que essa Historia Geral da Africa fosse amplamente difundida, em numerosos idiomas, e constitua base da elaboração de livros infantis, manuais escolares e emissões televisivas ou radiofônicas. Dessa forma, jovens, escolares, estudantes e adultos, da África e de outras partes, poderão ter uma melhor visão do passado do continente africano e dos fatores que o explicam, além de lhes oferecer uma compreensão mais precisa acerca de seu patrimônio cultural e de sua contribuição ao progresso geral da humanidade. Essa obra deverá então contribuir para favorecer a cooperação internacional e reforçar a solidariedade entre os povos em suas aspirações por justiça, progresso e paz. Pelo menos, esse é o voto que manifesta Bethwell Allan Ogot, Presidente do Comitê Científico e agradece aos membros do Comitê Científico Internacional, ao redator, aos coordenadores dos diferentes volumes, aos autores e a todos aqueles que colaboraram para a realização desta prodigiosa empreitada. Ele reconhece igualmente estende-se às organizações e aos governos que, graças a suas generosas doações, permitiram à UNESCO publicar essa obra em diferentes línguas e assegurar-lhe a difusão universal que ela merece, em prol da comunidade internacional em sua totalidade. O trabalho por eles efetuado e a contribuição por eles trazida mostram, com clareza, o quanto homens vindos de diversos horizontes, conquanto animados por uma mesma vontade e igual entusiasmo a serviço da verdade de todos os homens, podem fazer, no quadro internacional oferecido pela UNESCO, para lograr êxito em um projeto de tamanho valor científico e cultural. Vale ressaltar que embora elaborada em âmbito internacional e recorrendo a todos os dados científicos atuais, a História será igualmente um elemento capital para o reconhecimento do patrimônio cultural africano, evidenciando os fatores que contribuem para a unidade do continente. Essa vontade de examinar os fatos de seu interior constitui o ineditismo da obra e poderá, além de suas qualidades científicas, conferir-lhe um grande valor de atualidade. Ao evidenciar a verdadeira face da

África, a História poderia, em uma época dominada por rivalidades econômicas e técnicas, propor uma concepção particular dos valores humanos. Para cada volume designou- se um coordenador principal, assistido, quando necessário, por um ou dois co-diretores assistentes. Os coordenadores dos volumes são escolhidos tanto entre os membros do Comitê, quanto fora dele, em meio a especialistas externos ao organismo, todos eleitos por esse último pela maioria de dois terços. Eles se encarregam da elaboração dos volumes, em conformidade com as decisões e segundo os planos decididos pelo Comitê. São eles os responsáveis, no plano científico, perante o Comitê ou, entre duas sessões do Comitê, perante o Conselho Executivo, pelo conteúdo dos volumes, pela redação final dos textos ou ilustrações e, de uma maneira geral, por todos os aspectos científicos e técnicos da História. É o Conselho Executivo quem aprova, em última instância, o original definitivo. Uma vez considerado pronto para a edição, o texto foi remetido ao Diretor- Geralda UNESCO. A responsabilidade pela obra coube ao Comitê ou, entre duas sessões do Comitê, ao Conselho Executivo. Cada volume compreende por volta de 30 capítulos. Cada qual redigido por um autor principal, assistido por um ou dois colaboradores, caso necessário. Os autores foram escolhidos pelo Comitê em função de seu curriculum vitae. A preferência foi concedida aos autores africanos, sob reserva de sua adequação aos títulos requeridos. Houve zelo, tanto quanto possível, para que todas as regiões da África, bem como outras regiões que tenham mantido relações históricas ou culturais com o continente, estejam de forma equitativa representadas no quadro dos autores. Após aprovação pelo coordenador do volume, os textos dos diferentes capítulos foram enviados a todos os membros do Comitê para submissão à sua crítica. E finalmente, o texto do coordenador do volume é submetido ao exame de um comitê de leitura, designado no seio do Comitê Científico Internacional, em função de suas competências; cabe a esse comitê realizar uma profunda análise tanto do conteúdo quanto da forma dos capítulos. Ao Conselho Executivo coube aprovar, em última instância, os originais. Tal procedimento, aparentemente longo e complexo, revelou- se necessário, pois permite assegurar o máximo de rigor científico à História Geral da África. Com efeito é apresentando nas obras que houve ocasiões nas quais o Conselho Executivo

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rejeitou originais, solicitou reestruturações importantes ou, inclusive, confiou a redação de um capítulo a um novo autor. Eventualmente, especialistas de uma questão ou período específico da história foram consultados para a finalização definitiva de um volume. Como política de difusão primeiramente houve uma edição principal da obra em inglês, francês e árabe. Uma versão resumida em inglês e francês serviu como base para a tradução em línguas africanas. O Comitê Científico Internacional determinou quais os idiomas africanos para os quais serão realizadas as primeiras traduções: o kiswahili e o haussa. Desde o projeto inicial, havia a pretensão de publicação da História Geral da África em vários idiomas de grande difusão internacional (dentre outros: alemão, chinês, italiano, japonês, português, russo, etc.). Trata-se, portanto, como se pode constatar, de uma empreitada gigantesca que constitui um ingente desafio para os historiadores da África e para a comunidade científica em geral, bem como para a UNESCO que lhe oferece sua chancela. Com efeito, pode- se facilmente imaginar a complexidade de uma tarefa tal qual a redação de uma história da África, que cobre no espaço todo um continente e, no tempo, os quatro últimos milhões de anos, respeitando, todavia, as mais elevadas normas científicas e convocando, como é necessário, estudiosos pertencentes a todo um leque de países, culturas, ideologias e tradições históricas.

O Projeto Editorial da UNESCO afirma que: “Os autores são responsáveis pela escolha e apresentação dos fatos contidos neste livro, bem como pelas opiniões nele expressas, que não são necessariamente as da UNESCO, nem comprometem a Organização. As indicações de nomes e apresentação do material ao longo deste livro não implicam a manifestação de qualquer opinião por parte da UNESCO a respeito da condição jurídica de qualquer país, território, cidade, região ou de suas autoridades, tampouco da delimitação de suas fronteiras ou limites.”(http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/special-themes/ethnic-and-racial-relations-in-brazil/general-history-of-africa/#c155007). Assim, a escrita, a produção e difusão foi realizada em rede, mas as responsabilidades com a escrita da História é individual, integrado ao projeto intercontinental, tendo por princípio o respeito pelo continente africano. Pode-se afirmar que esta escrita caminha ao que Paul Ricouer afirmou, sendo a relação do si com o outro, a mesmidade, para construção de uma sociedade mais justa. Esta coleção é um exercício de escrita coletiva e respeito ao ofício do historiador. Entretanto, aberta a comunidade em geral interessada em conhecer a História de um Continente por um recorte interdisciplinar e de respeito ao outro.

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SANTOS C. C.