Colesterol

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Gordura ESSENCIAL PARA O CORPO HUMANO Em níveis saudáveis, as lipoproteínas produzem sais biliares e vitamina D. U m dos grandes vilões das doenças cardiovasculares – a principal causa de morte no país –, o colesterol está em alta, no mau sentido, entre os brasileiros. Nossa pesquisa revela que 39% da população está com um índice elevado dessas lipoproteínas que, em excesso, podem bloquear as artérias do coração, além de causar males como acidentes vasculares cerebrais (AVCs). A desinformação e o desinteresse são indícios preocupantes constatados por nosso estudo, agravados pela baixa adesão e pela pouca disciplina com o tratamento, mostrando que o brasileiro está lidando mal com um problema potencialmente sério. Dos entrevistados, por exemplo, 47% não sabiam que o LDL é o colesterol mau, enquanto 68% desconheciam que o HDL é do tipo bom para o coração. Já os 16% que dizem nunca ter feito um teste para avaliar o colesterol alegam, principalmente, falta de interesse e de tempo para realizar o exame (veja mais na pág. 12). Nossa pesquisa revela que nossos cidadãos estão com excesso dessa substância gordurosa no organismo, o que aumenta o perigo de doenças cardiovasculares. Para piorar o cenário, poucos mantêm cuidados para evitar os riscos ou seguem um tratamento com disciplina. colesterol ameaça à saúde dos brasileiros Quase 10% têm sérios riscos Isso é preocupante, já que 9% dos participantes da pesquisa se enquadram no grupo de alto risco, apresentando índices acima de 240 mg/dl, quando os normais para um adulto deveriam ficar entre 180 e 200 mg/dl. Até 35% deles estariam aptos a tomar alguma medicação para reduzir seus níveis. Dos que se mostram mais preocupados com seu colesterol, 31% aderem a algum tratamento ou método para manter suas taxas sob controle. > 10 proteste saúde 038 fevereiro 2015

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Gorduraessencial para o corpo humano

Em níveis saudáveis, as lipoproteínas produzem sais biliares e vitamina D.

Um dos grandes vilões das doenças cardiovasculares – a principal causa de morte no país –, o

colesterol está em alta, no mau sentido, entre os brasileiros. Nossa pesquisa revela que 39% da população está com um índice elevado dessas lipoproteínas que, em excesso, podem bloquear as artérias do coração, além de causar males como acidentes vasculares cerebrais (AVCs).A desinformação e o desinteresse são indícios preocupantes constatados por

nosso estudo, agravados pela baixa adesão e pela pouca disciplina com o tratamento, mostrando que o brasileiro está lidando mal com um problema potencialmente sério. Dos entrevistados, por exemplo, 47% não sabiam que o LDL é o colesterol mau, enquanto 68% desconheciam que o HDL é do tipo bom para o coração. Já os 16% que dizem nunca ter feito um teste para avaliar o colesterol alegam, principalmente, falta de interesse e de tempo para realizar o exame (veja mais na pág. 12).

Nossa pesquisa revela que nossos cidadãos estão com excesso dessa substância gordurosa no organismo, o que aumenta o perigo de doenças cardiovasculares. Para piorar o cenário, poucos mantêm cuidados para evitar os riscos ou seguem um tratamento com disciplina.

colesterolameaça à saúde dos brasileiros

Quase 10% têm sérios riscosIsso é preocupante, já que 9% dos participantes da pesquisa se enquadram no grupo de alto risco, apresentando índices acima de 240 mg/dl, quando os normais para um adulto deveriam ficar entre 180 e 200 mg/dl. Até 35% deles estariam aptos a tomar alguma medicação para reduzir seus níveis.Dos que se mostram mais preocupados com seu colesterol, 31% aderem a algum tratamento ou método para manter suas taxas sob controle. >

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1.147 pessoas

responderam ao questionário que enviamos entre maio e junho de 2014. As perguntas feitas a uma amostra representativa da população, formada por pessoas com idades de 25 a 74 anos, tinham como objetivo averiguar as atitudes desses indivíduos em relação ao colesterol, como preocupações, conhecimentos, prevenção, controle, tratamento e impacto diário.

Tratamento relapsoEmbora 82% dos entrevistados façam uso de medicamentos para reduzir o

colesterol, apenas 29% deles dizem seguir o programa rigorosamente. E mais: nenhuma das abordagens tem uma continuidade expressiva.

2DieTa especÍFicaDos entrevistados, 49% disseram se alimentar sau-davelmente com regularidade, enquanto meros 9% afirmaram seguir uma dieta à risca.

4acupunTura e homeopaTia Abordagens alternativas, especialmente a acupuntura, têm os maiores índices de rejeição. As duas são prati-cadas ativamente por apenas 2% das pessoas.

3exercÍcios e suplemenTosAtividades físicas são feitas regularmente por 12% das pessoas; 36% são praticantes ocasionais. Já 9% tomam suplementos, como ômega-3, frequentemente.

1meDicamenTosMétodo mais eficaz na redução do colesterol, atingiu 63% de satisfação entre os entrevistados. Mesmo assim, só 29% tomam medicamentos sem falta.

43%

82% 85%

17%

62%

26%

18% 15%

83%

38%

74%77%

23%

52%

0%

50%

Quantos seguiram Quantos abandonaram Satisfação com o tratamento

exercÍcios

meDicamenTos DieTa especÍFica

suplemenTos acupunTura homeopaTia

63%

40%

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>São poucos, entretanto, os que seguem com rigor um tratamento, no qual os redutores de colesterol, como estatinas e resinas de ácidos biliares, são a terapia mais utilizada. Ou seja, embora 82% usem esses medicamentos, apenas 29% dizem tomá-los sem falta, enquanto os restantes, com moderada ou pouca frequência.

27% esquecem de fazer dieta A adoção de uma dieta e a prática regular de exercícios são outras vias seguidas, mas com igual descompromisso. Os motivos alegados para esse descaso são esquecer de seguir a dieta ou fazer exercícios (27%), achar o tratamento muito complicado ou restritivo (14%) e não lembrar de tomar os remédios (11%). A medicação, como as estatinas, é considerada pelos entrevistados o método mais eficaz na redução do colesterol, usada sozinha ou em combinação com outras abordagens, como a dieta e os exercícios já citados. Mas um quinto dos entrevistados conseguiu bons resultados apenas pela associação entre dieta e exercícios ou incorporando um estilo de vida mais saudável. As estatinas receberam ainda o melhor índice de satisfação entre seus usuários, enquanto a niacina obteve o pior. Mesmo assim, nosso estudo indica que de 4% a 38% das pessoas usando esses medicamentos poderiam dispensá-los, dependendo da natureza de seu problema e do número de fatores externos de risco.

exame para quê?A maioria dos entrevistados mostra despreocupação em medir seu nível de colesterol. Os principais motivos alegados são nunca ter pensado nisso e pura falta de tempo. Outros se queixam do custo do teste e de ele ser invasivo demais.

Por que você nunca mediu seu colesterol?

Nunca me ocorreu fazer 57%

Falta de tempo 31%

Não me preocupo com isso 11%

Colesterol alto não deve ser motivo de pânicoAlgumas pessoas têm índices naturalmente mais elevados. O uso de remédios dependerá da análise dos fatores de risco.

Nível total192 e ÍnDice De risco De 3.8

Foi a média dos entrevistados. Mas 25% estão acima de 209 mg/dl e 25% têm risco de 4.6.

55% das pessoas afirmam nunca ter feito nada para controlar seu nível de colesterol

É irrelevante para a minha idade 4%

Prefiro não saber 8%

É caro demais 11%

É um teste muito invasivo 11%

Eles incluem idade, gênero, histórico de doenças cardíacas, diabetes e hipertensão. O colesterol total de um adulto deve ficar entre 180 e 200 mg/dl. Além disso, o HDL deve figurar entre 50 e 70 e, quanto mais alto for, melhor. Já o LDL, que precisa ser o mais baixo possível, não deve ultrapassar 150. O valor do colesterol total dividido pelo HDL, ou índice de risco, necessita ficar abaixo de 3,5.

lDl, hDl ou total?lDl são as lipoproteínas (partículas que transportam o colesterol no sangue) de baixa densidade. É o mau colesterol, ruim ao coração. hDl são as lipoproteínas de alta densidade. É o bom colesterol, que reduz o perigo das doenças cardiovasculares. colesterol total é a soma do LDL, HDL e VLDL (lipoproteínas de muito baixa densidade).

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