Coletânea de histórias da minha escola
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Transcript of Coletânea de histórias da minha escola
E B de Recarei
Agrupamento de Escolas de Milanjo Ano letivo de 2013/2014
Ficha Técnica
Título
Coordenação
Lurdes Gonçalves
Manuel Moura
Colaboração no projeto
Idalina Cardoso
Licínia
La Salete
Madalena Pereira
Maria Augusta Fonseca
Orlanda Félix
Bernardete Susana Amorim
Elsa Moreira
Margarida Rodrigues
Sílvia Barbosa
Maria Emanuel Gonçalves
Isabel Cepeda
Paula Cunha
Rosário Queirós
Capa
Rosário Queirós
Arranjo gráfico
Rosário Queirós
Impressão e acabamentos
Rosário Queirós
SUMÁRIO Página
A Primavera
Texto – 1º A
Ilustração – 1º A
4
A Princesa de Cabelos de Ouro
Texto – 1º B
Ilustração – 1º B
5
O caminho da amizade
Texto – 2º A
Ilustração – 2º A
7
Unidos pela floresta
Texto – 2º B
Ilustração – grupo 2 pré-escolar
8
Travessuras dos animais
Texto – 2º C
Ilustração – 2º C
9
A amizade
Texto – 3º A
Ilustração – grupo 1 pré-escolar
10
A maldição do Rei da Escuridão
Texto – 3º B
Ilustração – 3º B
11
A estrelinha XY
Texto – 3º C
Ilustração – 3º C
13
As cores
Texto – 4º A
Ilustração – grupo 4 pré-escolar
14
Aquecimento medieval
Texto – 4º B
Ilustração – 4º B
15
O tesouro de chocolate
Texto – 4º C
Ilustração – grupo 3 pré-escolar
16
PREFÁCIO
Não tenho muito o que escrever aqui, porque os textos que vêm a seguir
explicam, e se explicam, muito bem, mas quero deixar o testemunho de que há
algo de muito bom, que nos está a acontecer.
Há uma nova luz, um caminho aberto, uma nova forma de interação entre nós
e estes seres lindos que são as nossas crianças. Elas, com a sua subtileza,
induzem – nos ao diálogo, à verdade e à reflexão.
Crianças que com os seus olhos nos mostram a transparência da alma, nos
inquirem sobre os porquês das histórias e das atitudes dos personagens, dão
sugestões e não aceitam o que não compreendem.
Temos de subir os degraus com eles ou ficaremos estagnados. Arriscamos a
perder a oportunidade da evolução, da parceria na busca do conhecimento.
Escrever com e para as crianças, pensando nelas, faz-nos sentir crianças que,
ao lerem, sonham e, ao fazê-lo, libertam toda a magia e o encanto da
imaginação.
Mas, para nós adultos, enquanto existirem crianças no mundo, haverá sempre
algo que teremos de aprender ou reaprender! Se “as crianças são pássaros
…”, nada para elas é impossível e tudo é mágico e simples.
E nós, o que estamos a fazer com as nossas “asas”? As asas da imaginação,
do amor, da bondade e do carinho?
Bem, espero que todos nós percebamos a verdadeira importância destes
“pequenos pássaros” que, todos os dias, com seus improvisos, nos ensinam
que, para voar, basta querer!
Professora Marília Ribeiro
A Primavera
Acordo com o cantar dos pássaros,
É primavera com certeza,
Pois moro rodeado
De uma bela Natureza!
Com o sol a bater na vidraça
Dá mais gosto ir para a escola.
Aprender coisas novas,
Cá estou eu com a minha sacola!
Os dias são maiores,
As flores brotam no jardim.
Mas não se deixem enganar,
Que a chuva também faz ping, ping, ping!
Felizes lá vão as crianças
Percorrendo o caminho da escola,
Enquanto, outras se perdem
Na brincadeira com a bola.
A Princesa de Cabelos de Ouro
Num reino muito, muito distante vivia a Princesa Camila que tinha uns
lindos cabelos loiros, tão loiros que pareciam de oiro.
Camila era uma menina de sete anos, era magra, alta, tinha os olhos
verdes e os cabelos eram enormes e aos caracóis. A Princesa era muito
carinhosa, simpática, amiga de todos, especialmente das crianças pobres que
viviam na aldeia.
Ela vivia com o rei e a rainha no palácio. Mas, a Princesa não gostava
de estar no palácio, porque não tinha amigos para brincar. Ela preferia passar
pelo bosque com a sua aia e brincar com as crianças da aldeia. Ela adorava
correr, saltar pelos montes sentir o vento e a frescura da natureza!
O tempo passou e a Princesa ficou uma linda jovem! Com o tempo descobriu
que os seus cabelos eram mesmo de ouro, ouro verdadeiro, eram tão
doirados e brilhantes que não passavam despercebidos! Uma verdadeira joia!
Então, ela decidiu começar a ajudar os pobres. “Como poderei eu ter tamanha
fortuna comigo própria e não partilhá-la com quem mais precisa? Se esta
bênção me foi dada, terei de dividi-la com os outros!” – pensava a Princesa
Camila.
Assim, procurava as famílias mais pobres do reino e cortava fios de
cabelo para lhes dar. Ajudava quem não tinha casa nem abrigo, quem não
tinha o que comer e também os velhinhos que não tinham companhia!
Como a princesa era muito bondosa ficou conhecida em todo o reino.
Todos a conheciam como Princesa de Cabelos de Oiro, as pessoas boas e as
pessoas más. E certo dia, um mago, muito maldoso, resolveu raptar a Princesa
para lhe cortar o cabelo. Mas, na verdade, não conseguiu o que tanto desejava,
o ouro, porque ao cortar-lhe o cabelo, este transformou-se em cabelo normal.
Então, o mago maldoso decidiu libertar a Princesa, pois não tardava, os
guardas do rei batiam-lhe à porta.
Durante o seu desaparecimento, todos na aldeia choravam e
procuravam pela Princesa Camila. Até que ela chegou ao castelo sã e salva.
Ela contou ao rei e à rainha o que se tinha passado e os seus pais
contaram-lhe que apenas ela poderia cortar os seus cabelos de ouro, para que
eles se mantivessem de ouro puro e verdadeiro.
A Princesa Camila continuou com os seus lindos cabelos de ouro e
continuou a ajudar as pessoas.
A Princesa Camila continuou com os seus lindos cabelos de ouro e
continuou a ajudar as pessoas.
A Princesa Camila era adorada e amada por todos e a linda princesa era
uma verdadeira Princesa de Ouro!
O caminho da amizade
Caminham os petizes
Na amizade singela
Uns animados outros felizes
A cantarolar, vão subindo a viela.
Sonham de olhos abertos
Alcançar um reino perfeito
Onde fiquem a coberto
De um rei sem defeito.
Nesse mundo distante
Sem tristeza nem dor
Haverá gente elegante
Que os receberá com uma flor.
Lá chegados finalmente
Olhando-se com largos sorrisos
Saberão eternamente
Como de facto são amigos.
Unidos pela Floresta
Beatriz é uma menina muito esperta e muito amiga do Ambiente. Ela sabe que
o Planeta está triste porque os homens o estão a destruir. No verão houve um
grande incêndio no monte que rodeia a aldeia e o verde das árvores quase
desapareceu…
Uma manhã, ao olhar aquela paisagem tão triste, Beatriz teve uma ideia:
- Vou falar com os meus amigos e com a professora! Vamos plantar muitas
árvores no recreio da escola e nos montes e jardins da aldeia!
Pegou num sobreiro pequenino que tinha num vaso.
- Esta vai ser a nossa primeira oferta ao Ambiente!
Quando chegou à sala de aula, apresentou ao 2º B a sua ideia.
- Beatriz, essa ideia é fantástica! – disse a professora Margarida - Podemos
apresentá-la a todas as salas e a toda a aldeia. Como é que podemos fazer
isso?
- Fazemos cartazes! – disse o Rodrigo disse muito depressa.
- Usamos o nosso blogue!-acrescentou a Sara- E fazemos folhetos!
- Estamos no outono, é uma boa altura para recolher sementes!- disse a
Beatriz - Este sobreiro nasceu de uma bolota que eu e o meu pai apanhámos.
No meu quintal tenho uns sobreiros e uns carvalhos que deixaram cair muitas
bolotas! Podemos recolhê-las e usamos pacotes de leite para fazer um viveiro.
- Óptima ideia! – disse a professora- Depois é só escolher o local e plantar
essas árvores na primavera.
- Mas são muito pequenas!- disse o David.
- Sim, mas vão crescer!- disse a Alice - Daqui a uns anos, teremos uma grande
floresta!
A turma meteu mãos à obra! Um grupo tratou dos cartazes e outro dos
folhetos. A professora ajudou os restantes alunos a apresentar o projeto no
blogue. No sábado seguinte, toda a aldeia se reuniu na escola para iniciar o
trabalho. Criaram um enorme viveiro! Agora é só regar e esperar pela
primavera para a próxima tarefa.
Daqui a uns anos, quando a Beatriz for à janela, vai ver uma mancha verde
pintada por todos aqueles que se uniram pela Floresta!
Travessuras dos
Tra la la la la
Tra la la la la
Vai pra lá
Vem pra cá
Miau miau miau
Faz o gato ao carapau
Ão ão ão
Faz o cão ao passarão
O lindo gatinho
Que anda atrás do carapau,
Tem garras, é peludinho
Miau, miau miau
Miau, miau miau
O lindo cãozinho
Que anda às gatas, como um cão
Tem patas, é mimadinho
Ão ão ão
Ão ão ão
Saiu da gaiola
Como um cuco o papagaio
Cumprimentou D. Rola
Palrou com o gaio
animais
Gatinho peludo
Cãozinho bem animado
Vão atrás do papagaio
Porém encontram um gaio
O lindo gatinho
Que anda atrás do carapau
Adora comer queijinho
Miau, miau miau
Miau, miau miau
O lindo cãozinho
Que anda atrás do passarão
Aprecia um bom ossinho
Ão ão ão
Ão ão ão
Tra la la la la
Tra la la la la
Vai pra lá
Vem pra cá
Miau miau miau
Faz o gato ao carapau
Ão ão ão
Faz o cão ao passarão.
A Amizade
Ouviam-se os cucos a cantar no bosque situado perto da vila. Os pássaros
esvoaçavam por entre a folhagem verdejante das copas das árvores. O sol acariciava
as flores que dançavam suavemente ao som da brisa que passava.
Junto ao átrio da igreja brincava uma menina à sombra de uma tília.
Margarida tinha o nome de uma flor, mas não era uma flor! Era uma linda
menina, igual a tantas meninas…
Brincava, cantava e até dançava como todos os meninos da sua idade.
Mas, Margarida, deslocava-se de uma maneira diferente dos outros seus amigos. Ela
precisava de uma cadeira de rodas para andar!
Todos os seus amigos gostavam de a ajudar!!
Era sempre uma festa quando se juntavam para fazer corridas, jogar à caça-
caça, à cabra-cega e, até mesmo, andebol !
Neste grupo de amigos vivia-se o verdadeiro sentido da palavra AMIZADE,
tudo girava à volta da felicidade de todos os meninos do grupo.
Naquela manhã, o átrio da igreja estava vazio… O silêncio inundava o espaço habitual
das brincadeiras. Margarida não estava debaixo da tília. Os meninos não corriam nem
saltavam com risos alegres. Até os pássaros, nos ramos das árvores, estranhavam!
Margarida estava doente e, por isso, ninguém brincava! Naquele dia, tinha ido
ao hospital para ser operada ao problema que a impedia de andar…
Os amigos, sentados debaixo da tília, esperavam ansiosamente por notícias da
amiga… O silêncio era quebrado pelo sino que entoava as horas na sua triste canção.
De repente, a Srª Dina, dona do café e companheira das intermináveis quedas
e arranhões provocadas pelas brincadeiras, aproximou-se e, vendo-os tão cabisbaixos
olhou-os meigamente e, com doces palavras, disse-lhes para se alegrarem pois, a sua
amiga, brevemente, regressaria a casa. A operação tinha sido um sucesso!!
Refrescados por uns saborosos gelados que a senhora oferecera, os olhos
daquelas crianças iluminaram-se e as suas caritas espelharam a alegria própria de
quem sofria e precisava de um miminho, de um consolo!
Margarida iria poder correr, saltar, pular enfim, brincar livremente…
Naquele dia, em que o sol brilhava no imenso céu azul, em que os pássaros
dançavam ao som do riso das crianças, em que as rãs coaxavam alegremente nos
seus lagos, Margarida, finalmente, saltou, pulou, correu e brincou com os amigos de
sempre, livremente.
O átrio da igreja daquela vila continuou a ser o palco das muitas brincadeiras
daquele grupo de amigos, onde, ainda hoje, o verdadeiro sentido da palavra AMIZADE
prevalece nos seus corações!
A Maldição do Rei da Escuridão
Numa noite quente de verão, uma tempestade aproximou-se da Aldeia
das Flores. O vento era violento, a chuva era forte, o céu iluminava-se com
relâmpagos estrondosos e na aldeia todos os habitantes estavam assustados.
Ninguém sabia o que estava a ocorrer.
No dia seguinte, a aldeia acordou sem cor e com uma imensa tristeza
instalada. Os moradores da encantada aldeia encontravam-se desorientados e
não sabiam a razão de tal acontecimento. Mas algo de muito estranho estava a
acontecer.
Nessa manhã, quando Serafim acordou deparou-se com os tons
cinzentos do seu quarto e dirigiu-se para o exterior da sua casa, para se
certificar do que estava a acontecer. Mal abriu a porta da sua casa começou a
espirrar incessantemente bolas de sabão incolores. O rapaz ficou muito
preocupado e como era muito corajoso e valente decidiu investigar a razão
deste fenómeno.
Serafim dirigiu-se para a floresta em busca de uma resposta. Quando
passava junto a uma linda catarata reparou que existia uma entrada
subterrânea que lhe suscitara curiosidade. Então decidiu entrar para ver o seu
interior e deparou-se com um Ogre Gigante sentado junto a uma lagoa. Ogre
olhava tristemente para o seu reflexo na água cristalina e as lágrimas corriam-
-lhe pela cara.
O rapaz aproximou-se do Ogre e perguntou-lhe:
- Amigo Ogre porque estás triste e a chorar?
- Olá! A minha cor desapareceu e a minha vida é uma escuridão. O Rei
da Escuridão é mau e está a destruir a beleza da Natureza.
- O quê? Foi aquele malvado que tirou a cor à minha aldeia. Refutou o
rapaz.
Ogre olhou para trás e viu que o menino também estava sem cor e a sua
expressão facial revelava tristeza e dor, assim dirigiu-se para o rapaz e disse-
lhe:
- Temos de ir ao Castelo do Rei da Escuridão e recuperar a bola
colorida, só desta forma a cor voltará à Natureza.
Ao anoitecer, Serafim e o Ogre caminharam em direção ao castelo e
enquanto o Rei dormia o seu sono profundo retiraram a bola colorida que se
encontrava dentro de um frasco de cristal. Correram velozmente para longe do
castelo e quando chegaram à floresta Serafim decidiu abrir a bola colorida.
Os dois amigos colocaram-se junto a uma linda magnólia e abriram a
bola colorida. Rapidamente tudo ficou maravilhosamente cheio de cor e vida. A
aldeia e a floresta voltaram a brilhar de felicidade e cor, a alegria e o sorriso
regressaram aos rostos dos habitantes e animais da aldeia.
A estrelinha XY
Numa noite de luar, estava eu a comtemplar as estrelas brilhantes tão
admirado que por momentos parecia que sonhava acordado e viajava por esse
Universo fora.
Subitamente alguém me chama:
- Pssi!...Sss! Acorda! Não precisas de viajar dessa forma pelo Universo!
Eu já fiz inúmeras viagens e conheço galáxias, constelações e Seres que nem
imaginas…
Eu olhava à minha volta e não via ninguém. Então perguntei assustado:
- Onde estás? Quem és tu?
- Olha para cima! Não me vês? – Respondeu uma voz.
- Estou a olhar! Mas não te vejo! – Respondi já um pouco assustado.
- Olha para o céu, mais atentamente! Eu sou a estrela mais brilhante!
Tenho que te fazer a papinha toda? Vê como eu pisco! – Afirmou a estrela.
- Ah! Já te estou a ver! És uma estrela! Estás perto da Lua. – Declarei
muito surpreendido e então respondi-lhe:
- Não sabia que as estelas falavam! Nem que eram tão resmungonas.
- Eu sou a estrelinha XY. E sou mesmo brilhante! – disse a estrelinha já
um pouco incomodada!
- Já agora, eu sou o Tiago! E gostava muito de te conhecer melhor e
ouvir algumas das tuas aventuras que viveste.
Ela respondeu-me muito entusiasmada:
- Ainda hoje te vou contar uma aventura que vivi num planeta perto do
teu, Marte!
Eu escutei com tanta atenção e fascínio a estrelinha XY, que nem dei
pelo tempo passar! Foi então que ouvi a minha mãe a chamar-me:
- Tiago! Tiago! Anda para casa! A noite está fria. Anda filho!
Se quiserem e amanhã conto-vos a aventura da estrelinha XY, mas têm
de me prometer que não contam a ninguém!
Esta é a aventura que o 3º C da E.B. de Recarei tinha para vos contar.
As cores
Rosa é dos vestidos
Vermelho dos ramos floridos
Verde dos campos verdejantes
Amarelo dos raios de sol brilhantes
Azul é do mar
E o arco-íris põe-me a sonhar!
Violeta é das amoras
Aquelas doces que tu adoras
Também nas papoilas há-de ficar bem
Crescem no rio Tejo na cidade de Belém!
Dourado é das pulseiras
Que são lindas de várias maneiras
Andam nos braços das meninas
Para torná-las bonitinhas.
Azul é o vento
Nas correntes de verão
Aligeira o pensamento
E aquece o coração.
Branca é a Lua
Que nos faz sonhar
A noite é toda tua
Coberta pelo luar.
O arco-íris é lindo
Tem sete cores esvoaçantes
Com elas eu pinto
Lindas flores brilhantes!
Aquecimento medieval
No início do séc. XV, época medieval, o Rei Artur que morava num
imponente castelo, na floresta Encantada, andava a passear pelas suas
propriedades e foi surpreendido por um Dragão. Esse dragão era gigante e o mais
maléfico da sua espécie. Assim que o viu o rei tentou escapar à sua fúria.
Depois de ter conseguido fugir foi procurar o cavaleiro mais valente do seu
Reino, mais conhecido por “ Cavaleiro Invisível”, porque era tão rápido que
ninguém o conseguia ver. Enquanto não o encontrava, o Dragão ultrapassou as
muralhas e invadiu o castelo, lançando bolas de fogo e incendiando tudo por onde
passava. O Dragão já estava prestes a atingir o Rei, mas o cavaleiro gritou:
- Cuidado excelência! À sua esquerda!
O rei desviou-se e o cavaleiro num golpe de coragem atirou a espada,
atingindo-o diretamente na perna para o imobilizar. Durante algum tempo o Dragão
esteve adormecido e isso permitiu que os guardas o acorrentassem. Quando o
Dragão acordou e ficou furioso, e exclamou:
- Isto não fica assim, quando eu me conseguir libertar vão ver até onde
chega a minha fúria!
Fez várias tentativas, mas não conseguiu soltar-se. Como estava muito
zangado deitou muito fogo pela boca. Aí o rei Artur teve uma ideia luminosa:
- Porque não rentabilizar o fogo que sai da boca do dragão? Pode servir de
aquecimento do castelo.
Ao fim de algumas horas, o Dragão acalmou e o Rei Artur contou – lhe a
sua ideia, ficar no castelo e ser uma fonte de calor. O dragão concordou com a
condição de receber algo em troca. Chegaram a acordo e redigiram o contrato,
que estabelecia que o dragão fornecia o calor e o rei deixava – o visitar a família
sempre que o pretendesse.
O Tesouro de Chocolate
Tinham acabado as aulas. Muito cansados, felizes e ansiosos, os meninos da
Escola Básica de Recarei tinham por hábito fazer praia com a sua família, em Agosto.
- Chegou o dia! – disse a Ana.
Bem cedinho a menina aprontou as suas coisas e ajudou a mãe a preparar o
farnel e partiram para a praia dos Beijinhos.
Qual o espanto da Ana, quando chegou à praia olhou à sua volta e viu os seus
colegas de escola: o Rafael, o Marco, a Adriana, a Rita, o Francisco Alexandre, a
Joana e a Sónia. Todos ficaram admirados e felizes por estarem novamente todos
juntos e poderem brincar. Resolveram entre eles fazer uma aventura naquela praia.
O Rafael deu a ideia de brincarem aos piratas e todos concordaram de
imediato. Como não tinham barco para navegar pediram ao nadador-salvador se os
levava a passear de barco. Ele ficou sem jeito e não teve coragem de recusar esse
pedido. Partiram então para essa aventura. Lá, ao longe, avistaram uma pequena ilha
e ficaram curiosos em saber o que lá se passava.
- Olhem, olhem, está ali outro barco! – disse a Ana.
- E se fôssemos ver se está lá alguém? - sugeriu o Marco.
- Podemos ir, mas o Francisco Alexandre tem medo! – disse o nadador-
salvador.
Continuaram a sua aventura e foram à descoberta.
- Venham ver, venham ver! Encontrei aqui muitas espadas! – gritou a Joana.
- Olhem, olhem, eu achei um baú com muito ouro! – disse a Sónia.
- Não posso acreditar, eu encontrei um mapa dos piratas! – falou a Rita, já um
pouco mais longe.
- E eu, e eu, tenho aqui um tesouro! – afirmou o Marco.
- E agora, o que vamos fazer com tudo isto? – perguntou o Rafael.
- Podíamos levar tudo para o nosso barco! - sugeriu o Francisco.
- Boa ideia, responderam todos ao mesmo tempo.
- Vamos, vamos, não podemos perder mais tempo! – disse o Marco.
Com tudo o que descobriram regressaram ao barco e levaram para terra
mostrando o que encontraram aos seus pais. Estes, por sua vez, já estavam muito
preocupados com a demora dos filhos.
- Já estou a ficar aflita com a demora da minha filha. – disse a mãe da Ana.
- Também eu. O que será que aconteceu? – falou o pai do Rafael.
- Há tanto tempo que saíram daqui e ainda não voltaram! – exclamou o pai da
Sónia.
- Vamos ter com o nadador-salvador? – sugeriu o pai da Rita.
- É isso mesmo. Vamos. – disse a mãe do Francisco.
Assim, começaram a ver ao longe um barco com vários tripulantes piratas.
- Olhem, olhem, vem ali um barco! – disse a mãe da Ana.
- Eu também estou a ver e parece que traz piratas! – falou a mãe do Marco.
- Mas…, esperem lá. Nunca vi piratas por aqui! – afirmou a avó da Sónia.
- Esperem, esperem! Aqueles piratas parecem pequeninos! – disse a mãe da
Joana.
- Ah! Eu estou a ver um chapéu igual ao do meu Rafael. – disse a mãe.
- Olhem, olhem parece que nos estão a acenar! Será que nos conhecem? –
perguntou a mãe do Marco.
- Não posso acreditar! – É o meu filho! – admirou-se a mãe do Francisco.
- Não é só o seu filho, são as nossas crianças! – exclamaram todos.
Rapidamente perceberam que eram os seus filhos porque deram sinais de
euforia. Logo que chegaram contaram a sua aventura e mostraram o que tinham
descoberto. Assim, os meninos propuseram aos familiares brincarem “À Procura do
Tesouro”!
- Boa ideia! - Mas como é que vamos brincar? – disse o pai do Marco.
- É fácil! Tu e a mãe do Rafael escondem o tesouro. E os outros pais vigiam o
barco. – disse a mãe da Adriana.
Passado algum tempo o tesouro foi enc ontrado e quando o abriram tudo era
reluzente aos seus olhos…
- Que maravilha! Estamos ricos, estamos ricos! – disse o Francisco.
- Vamos repartir as moedas de ouro por todos e comprar gelados para nos
refrescarmos! – disse a Sónia.
Todos concordaram, mas quando pegaram nas moedas…
- Olhem, o que é isto? Tenho as mãos todas sujas! – disse a Ana.
- E eu também. E cheira a chocolate. – afirmou a Adriana.
Então, nesse instante, todos sentiram o chocolate a derreter nas mãos. Era
tanto o entusiasmo que todos eles começaram a deliciar-se com ele.
- Hum! É tão bom! – exclamaram todos.
Já bem tarde, os pais chamaram-nos para o regresso a casa.
Cansados mas felizes, todos adoraram esta aventura.
Histórias da Nossa Escola
E B de Recarei
“Coletânea de histórias multidisciplinares resultante do trabalho
colaborativo entre o 1º Ciclo e a Educação Pré-escolar.”