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    KKKKKKKKuuuuuuuunnnnnnnngggggggg FFFFFFFFuuuuuuuuEstudos Avanados

    VolumeVolumeVolumeVolume 10101010 ---- Edio EspecialEdio EspecialEdio EspecialEdio Especial

    Centro Filosfico do Kung Fu Internacional

    1983

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    Centro Fi losfico do Kung Fu - Internacional

    Se atravessarmos a vida convencidos de que a nossa a nica maneira de pensar que

    existe, vamos acabar perdendo todas as oportunidades que surgem a cada dia

    (Akio Mor i ta)

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    EDITORIAL

    Esta publ icao o 10 volume da coletnea de textos e p rovrbios

    publicados na home-page do Centro Filosfico do Kung Fu - Internacional, que

    visa a orientao e o a primoramento cultural dos artistas marciais.

    muito interessante para o leitor divulg-la no meio das artes marciais;

    pois estar contr ibuindo para a formao de uma classe de artistas e praticantes

    de melhor nvel que, com certeza, nosso meio estar se enriquecendo.

    Bom trabalho !

    Um abrao !

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    SUMRIO

    CENTRO F ILOSFICO DO KUNG FU - INTERNACIONAL . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . .. . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . 5

    O JULGAMENTO . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . .. . . . . . . . .. . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . 7

    BRILHE SUA LUZ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

    DIF ICULDADE DE ENTENDIMENTO . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . 11

    V COMO VIVES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

    O NECESSRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

    A LEI DO S ILNCIO . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . .. . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . 17

    CONQUISTA DE S I MESMO . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . .. . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . 19 RESPOSTA A QUEM PASSA . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . .. . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . 21

    A F ILOSOFIA E A LUTA . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . .. . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . .. . . . . . . . .. . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . 23

    CONSTNCIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

    A EVOLUO MORAL DO HOMEM. . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . .. . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . 28

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    CENTRO FILOSFICO DO KUNG FU - INTERNACIONAL

    O CENTRO FILOSFICO DO KUNG FU - Internacional possui uma coletnea de

    informaes, minuciosamente elaboradas, que revive o grande espr i to das artes

    marciais e que agora est sua disposio.

    Esta coletnea atual izada com freqncia, procurando manter os estudantes

    das artes marciais sempre sintonizados com importantes informaes sobre o

    seu auto-aperfeioamento. Ao mesmo tempo em que se ex ercitam, em busca de

    um corpo mais bem preparado, tm aqui a o portunidade para exercitar sua mente

    e seu espr i to em busca do equ i l br io, da renovao de conceitos e do

    crescimento moral e intelectual.

    Mas a vem uma pergunta: Como poderemos nos aprimorar moral e

    intelectualmente atravs de aposti las, textos e provrbios?

    Confcio, um dos mais conhecidos sbios chineses foi inti tulado, em sua poca,

    ha mais de 2.800 anos, como O SBIO DE MIL GERAES. Confcio foi um dos

    Mestres que pautaram a "histria das artes marciais chinesas"; o tempo tratou de

    sedimentar seus conhecimentos sobre a conduta moral dos indivduos, que hojeso respeitados mundialmente. Assim, o CENTRO FILOSFICO DO KUNG FU

    INTERNACIONAL vem com a proposta de relembrar grandes conceitos e

    pensamentos, no s de Confcio, mas tambm, de grandes sbios que j

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    passaram pela humanidade. Cabe a cada um d e ns t irar ou no proveito para o

    prprio crescimento.

    Outra questo relevante compreender qual a f inal idade suprema das artes

    marciais. - No templo de Shaolin, por exemplo, cada encontro dos mestres com

    outras pessoas era precedido da frase: "Que a paz de Buda esteja com voc !" -

    Qual o signif icado disso? Na verdade, a cultura das artes marciais sempre teve

    sua maior batalha travada no prprio interior dos indivduos, uma luta contnua

    contra as prprias fraquezas e imperfeies. praticamente impossvel buscar

    um aprimoramento pessoal, seja nas artes marciais, seja em outro esporte que

    exi ja maior domnio, sem antes se melhorar como pessoa.

    Ao contrrio do que se deduz, a arte de lutar a arte da paz. O verdadeiro

    lutador treina mil dias mesmo sabendo que poder uti l izar seus conh ecimentos

    em um nico dia; e talvez nunca uti l iz-los. Contudo, seu esforo maior para o

    auto-aprimoramento, a melhoria de si mesmo e a conseqente c onstruo de um

    mundo melhor. - Mesmo o guerreiro ama os dias de paz. A ssim, ns no

    poderamos ter outro propsito, seno, o de contr ibuir para a construo de um

    caminho de paz, harmonia, aprimoramento moral e contr ibuio para que ohomem seja sempre diferente a cada dia, sempre diferente para melhor. Que

    uti l ize seus braos, suas pernas e, principalmente, sua viso, para alcanar as

    alturas em benefcio de seu prximo. - Pratique a arte marcial com um propsito;

    um propsito de paz, de crescimento e de auto-melhoria. Um propsito realmente

    elevado...

    Que a paz esteja com voc !

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    O JULGAMENTO

    Discpulo: Ser l ci to abreviar a vida de um do ente que sofra sem esperana de

    cura, Mestre?

    Mestre: Um homem est agonizante, presa de cruis sofr imentos. Sabe-se que

    seu estado desesperador. Ser l ci to poupar-lhe alguns instantes de angstias,

    apressando-se o seu f im?

    Quem nos daria o direito de prejulgar os desgnios Divinos? No pode esse

    homem ser conduzido at borda d o fosso, pela justia Divina e, dai, o retirar, a

    fim de faz-lo voltar a si e al imentar idias diferentes das que tinha? De

    arrepender-se dos seus erros?

    Discpulo: Mas isso possvel, Mestre?

    Mestre: Ainda que haja chegado ao lt imo extremo um moribundo, ningum

    pode afirmar com segurana que lhe haja soado a hora derradeira. A Cincia no

    ter se enganado em suas previses?

    Discpulo: Ento o homem sempre tem um minuto de esp erana em sua vida,

    Mestre?

    Mestre: Sei bem haver casos que se p odem, com razo, considerar

    desesperadores; mas, se no h nenhuma espe rana fundada de um regresso

    definit ivo vida e sade, existe a possibi l idade, atestada por inmeros

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    exemplos, de o doente, no momento mesmo de exalar o lt imo suspiro, reanimar-

    se e recobrar por alguns instantes as faculdades!

    Discpulo: Mas o que realmente se sucede nessa hora, Mestre?

    Mestre: Essa hora de graa, que lhe concedida, pode ser- lhe de grande

    importncia. Uma pessoa nestas condies, nas convulses da agonia, p oder

    fazer reflexes que desconhecemos; e, quantos tormentos lhe pode poupar um

    relmpago de arrependimento?

    Discpulo: Mas como compreender esse momento, Mestre?

    Mestre: O material ista, que apenas v o corpo e em nenhuma conta tem a alma,

    inapto a compreender essas coisas; aquele, porm, qu e j sabe o que se passa

    aps a morte do corpo, conhece o valor de um lt imo pensamento. Minorai os

    derradeiros sofr imentos, quanto o puderdes; mas, guardai-vos de abreviar a vida,

    ainda que de um minuto; esse minuto f inal poder evitar muitas lgrimas no

    futuro.

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    BRILHE SUA LUZ

    Discpulo: Mestre, o que signif ica Brilhar a prpria luz?

    Mestre: No vasto caminho da Terra, cada criatura procura o al imento que lhe

    corresponde posio evolutiva. A abelha suga a f lor, o abutre reclama

    despojos, o homem busca emoes. Mas ainda mesmo no t erreno das emoes,

    cada criatura exige t ipos especiais.

    Discpulo: Tipos especiais, Mestre?

    Mestre: H sofredores inveterados que outra coisa n o demanda alm do

    sofr imento, pessimistas que se enclausuram em nuvens negras de pensamento,atendendo a propsito del iberado, durante s culos. Suprem a mente de torturas

    contnuas e no pretendem construir seno a piedade alheia, sob a qual se

    comprazem. Temos os ironistas e caadores de gargalhadas que apenas

    sol ici tam motivos para o sarcasmo de que se al imentam.

    Discpulo: Mas essas pessoas no esto percebendo isto, Mestre?

    Mestre: Muitas esto cegas diante de ati tudes das quais desconhecem as

    consequncias. Observemos, ainda, os discutidores que devoram pginas

    respeitveis, com o nico objetivo de recolher contradies para sustentarem

    polmicas infindveis, que no leva a nada. Reparemos os temperamentos

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    enfermios que sorvem txicos intelectuais, atravs de l ivros menos dignos, com

    a incompreensvel alegria de quem traga envenenado l icor. Nos variados cl imas

    do mundo, h quem se n utra de tr isteza, de insulamento, de prazer barato, de

    revolta, de confl i tos, de clculos, de afl ies, de mentiras por lon gos anos, ou

    mesmo por toda uma vida, sem se aperceberem disso.

    Discpulo: Mas como sair dessa situao, Mestre?

    Mestre: Aquele homem que j se ente diou das substncias deterioradas da

    experincia transitria, pede a luz da sabedoria, a f im de aprender a semear o

    amor e a paz por onde caminha.

    Discpulo: Mas isso se torna uma exigncia, Mestre?

    Mestre: A vida de amor e de paz jamais se tornar uma exigncia. Para os que

    esperam uma vida renovada, famintos de claridade eterna, simplesmente dever

    empenhar um esforo para se integrar sabedoria Divina, celeiro do nosso po

    de imortal idade.

    Discpulo: Mas temos que nos dedicar muito para alcanar essa luz, Mestre!

    Mestre: A vida no feita de exortao, nem profecia. Ela apenas convida ao

    trabalho santi f icante, planif icado no Cdigo do Amor, da paz e da harmonia. Se a

    candeia i lumina, queimando o prprio leo, se a l mpada resplende, consumindo

    a energia que a usina lhe fornece, ofereamos a instrumental idade de nossa vida

    aos imperativos edif icantes, para que os ensinamentos de paz se revelem, por

    nosso intermdio, aclarando a senda de nossos semelhantes.

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    DIFICULDADE DE ENTENDIMENTO

    Discpulo: Porque muitas pessoas no entendem os ensinamentos de sabedoria,

    Mestre?

    Mestre: Assim como as criaturas, em geral, converteram as produes sagradas

    da Terra em objeto de perverso dos sentidos, movimento anlogo se veri f ica no

    mundo, com referncia aos frutos do pensamento.

    Discpulo: Como assim, Mestre?

    Mestre: Freqentemente as mais santas leituras so tomadas co nta de tempero

    emotivo, destinado s sensaes renovadas que condigam com o recreio

    pernicioso ou com a indiferena pelas obrigaes mais justas. Rarssimos so os

    leitores que buscam a real idade da vida e de forma equil ibrada.

    Discpulo: O prprio homem, com seus pensamentos, pode destruir grandes

    obras de ensinamentos, Mestre?

    Mestre: Muitas obras grandiosas de ensinamentos tm sido, para os

    imprevidentes e levianos, vasto campo de observaes pouco dignas. Quantos

    olhos passam por elas, apressados e inquietos, anotando deficincias da letra ou

    catalogando possveis equvocos, a f im de espalharem sensacional ismo eperturbao? Alinham, com avidez, as contradies aparentes e tocam a

    malbaratar, com enorme desprezo pelo trabalho alheio, as plantas tenras e

    dadivosas da f renovadora, destruindo, em poucos seg undos, o que muitas

    vezes levou sculos para ser construdo.

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    Discpulo: Mas como compreender de forma correta os grandes ensinamentos,

    Mestre?

    Mestre: A recomendao do Mestre Maior, no entanto, infini tamente

    expressiva. razovel que a leitura do homem ignorante e animalizado

    represente conjunto de ignominiosas brincadeiras, mas o espr i to de sabedoria

    precisa penetrar a lei tura sria, com real ati tude de elevao. O problema do

    discpulo no o de ler para alcanar novidades emotivas ou conhecer as

    Escrituras para transform-la em arena de esgrima intelectual, mas, o de ler para

    atender a Sabedoria, cumprindo-lhe a Divina Vontade.

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    V COMO VIVES

    Discpulo: Por que algumas pessoas tm certas obrigaes e outras no,

    Mestre?

    Mestre: Com a precisa madureza do raciocnio, compreender o homem que toda

    a sua existncia um grande conjunto de negcios espir i tuais e que a vida, em

    si, no passa de momentos de d esafios da sabedoria, com vistas aos deveres

    que nos prendem Grandeza Divina.

    Discpulo: Por que ainda n o conseguimos entender isso com maior clareza,

    Mestre?

    Mestre: Por enquanto, o mundo apenas exige testemunhos de f das pessoas

    indicadas por detentoras de mandato essencialmente rel igioso. Urge considerar,

    porm, que o testemunho de harmonia e paz, no campo transitrio da luta

    humana, dever de todos os homens, indistintamente.

    Discpulo: Ento cada pessoa tem uma pequena parcela de participao na

    construo de um mundo de paz e sabedoria, Mestre?

    Mestre: Cada criatura foi chamada pela Providncia Divina a determinado setor

    de trabalhos espir i tuais na Terra. O comerciante est em negcios de suprimento

    e de fraternidade. O administrador permanece em negcios de orientao,

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    distr ibuio e responsabil idade. O servidor foi trazido a negcios de o bedincia e

    edif icao. As mes e os pais foram convocados a n egcios de renncia,

    exempli f icao e devotamento. O carpinteiro est fabricando colunas para o

    templo vivo do lar. O cientista vive fornecendo equaes de progresso que

    melhorem o bem-estar do mundo e o cozinheiro trabalha para al imentar o

    operrio e o sbio, sem distino.

    Discpulo: O senhor quer dizer que ningum dono de nada, Mestre?

    Mestre: Todos os homens vivem em meio natureza, valend o-se dela para

    alcanarem, um dia, a Grandiosidade Divina. Encontram-se no campo das

    oportunidades presentes, desafiados pelos valores da sabedoria.

    Discpulo: Devemos saber aproveitar estas oportunidades, Mestre?

    Mestre: Em razo desta verdade, gafanhoto, v o que fazes e no te esqueas

    de subordinar teus desejos Sabedoria Maior, nos neg cios que por algum

    tempo te forem confiados em teu caminho.

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    O NECESSRIO

    Discpulo: Por que as pessoas erram em querer sempre mais e mais, Mestre?

    Mestre: A vida ensina ao homem, todos os dias, quando diz, em voz si lenciosa e

    sbia:

    Ters muitos negcios prximos ou remotos, mas no poders subtrair-

    lhes o carter de l io, porque a morte te descerrar real idades com as quais

    nem sonhas de leve...

    Administrars interesses vrios, entretanto, no poders controlar todos

    os ngulos do servio, de vez que a maldade e a indiferena se insinuam em

    todas as tarefas, prejudicando o raio d e ao de todos os missionrios da

    elevao.

    Amealhars enorme fortuna, todavia, ignorars, por muitos anos, a que

    regio da vida te conduzir o d inheiro.

    Improvisars pomposos discursos, contudo, desconheces as

    consequncias de tuas palavras.

    Organizars grande movimento em derredor de teus passos, no entanto,se no construres algo dentro deles p ara o bem legt imo, cansar-te-s em vo.

    Experimentars muitas dores, mas, se no permaneceres vigi lante no

    aproveitamento da luta, teus dissabores correro inteis.

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    Exaltars o direito com o verbo indignado e ardoroso, to davia, provvel

    no estejas seno estimulando a indiscipl ina e a oc iosidade de muitos.

    Discpulo: Mas ento um enga no querer sempre mais e mais, Mestre?

    Mestre: Uma s coisa necessria, asseverou o Mestre. Acima de tud o,compete-nos guardar, dentro de ns mesmos, uma ati tude adequada, ante os

    desgnios do Todo-Poderoso, avanando, segundo o roteiro que nos traou a

    Divina Lei da Natureza.

    Discpulo: A ati tude adequada, que ele nos diz, colocar em prtica os

    ensinamentos de paz que nosso interior nos pede todos os dias, Mestre?

    Mestre: Realizado o "necessrio", cada acontecimento, cada pessoa e c ada

    coisa se ajustaro, a nossos olhos, no lug ar que lhes prprio. Sem essa

    posio espir i tual de sintonia com o Celeste Instrutor, mu ito difci l agir algum

    com proveito.

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    A LEI DO SILNCIO

    Discpulo: Porque muitos discpulos querem se demonstrar aos olhos dos outros,

    Mestre?

    Mestre: A verdadeira sabedoria pede para que cada um haja em si lncio em prol

    do seu irmo. - Observando a prpria natureza da s coisas, teremos grandes

    l ies:

    Se sabes, atende ao qu e ignora, sem ofusc-lo com a tua luz.

    Se tens, ajuda ao necessitado, sem molest-lo com tua posse.

    Se amas, no firas o objeto amado co m exigncias.

    Se pretendes curar, no humilhes o doente.

    Se queres melhorar os outros, no maldigues ningum.

    Se ensinas a caridade, no te trajes de espinhos, para que teu contato no

    dilacere os que sofrem.

    Discpulo: Mas mestre, esses ensinamentos se manifestam de maneira muito

    suti l em nossas vidas. Como perceb-los?

    Mestre: Tenha cuidado na tarefa que a vida lhe confiou. muito fci l servir

    vista. Todos querem faz-lo, procurando o apreo dos h omens. Difci l , porm,

    servir s ocultas, sem o i lusrio manto da vaidade. po r isto que, em todos os

    tempos, quase todo o trabalho das criaturas dispersivo e enganoso. Em geral,

    muitos cuidam de obter, a qualquer preo, as grati f icaes e as honras humanas.

    Voc, porm, gafanhoto, aprende que o servidor sincero fala pouco e constri

    mais, com paz no corao e no divino si lncio do espr i to...

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    Discpulo: O senhor quer dizer que a vaidade pode impedir nosso progresso,

    Mestre?

    Mestre: Vai e serve. No se prend a s fantasias que confundem os olhos da

    carne e nem te consagres aos rudos da boca. Faze o bem, em si lncio. Foge s

    referncias pessoais e aprenda a cumprir, de corao, a v ontade Superior.

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    CONQUISTA DE SI MESMO

    Discpulo: Porque se diz que a caridade o vinculo da perfeio, Mestre?

    Mestre: Todo discpulo da PAZ precisar coragem para atacar os servios da

    redeno de si mesmo. Nenhum dispensar as armaduras da f, a f im de marchar

    com desassombro sob tempestades.

    Discpulo: O senhor quer dizer que a luta da conquista de si mesmo rdu a,

    Mestre?

    Mestre: O caminho de resgate e elevao permanece cheio de espinhos. O

    trabalho para se conquistar a si mesmo, consti tuir-se- de lutas, de sofr imentos,

    de sacri fcios, de suor e de testemunhos de coragem. Toda a preparao

    necessria, no capitulo da resistncia; entretanto, sobre tudo isto indispensvel revestir nossa alma de caridade, que amor subl ime.

    Discpulo: Mas, num campo de batalha, o senhor fala em amor, Mestre?

    Mestre: A nobreza de carter, a confia na, a benevolncia, a f, a ci ncia, os

    dons e as possibi l idades so fios preciosos, mas o a mor o tear divino que os

    entrelaar, tecendo a tnica da perfeio espir i tual.

    Discpulo: O amor, nesta conquista, to importante assim, Mestre?

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    RESPOSTA A QUEM PASSA

    Discpulo: Como praticar a sabedoria, Mestre?

    Mestre: Aprenda a ter compaixo da multido gafanhoto.

    Discpulo: No entendi Mestre?

    Mestre: As criaturas, verdadeiramente sbias, representam, em todos os tempos,

    grandes devedores mult ido. Raros homens, no enta nto, compreendem esse

    imperativo das leis espir i tuais.

    Discpulo: O senhor quer dizer que devemos ser submissos aos outros, Mestre?

    Mestre: Em geral, o mordomo das possibi l idades terrestres, meramente instrudo

    na cultura do mundo, esquiva-se da massa comum, ao invs de ajud-la.

    Explora-lhe as paixes, mantm-lhe a ignorncia e costuma roubar-lhe o ensejode progresso. Cria guerras de extermnio, em que deva concorrer com os mais

    elevados tr ibutos de sangue. Muitas crenas rel igiosas, quase sempre, impem-

    lhe sombras, enquanto a f i losofia e a cincia lhe oferecem sorr isos

    escarnecedores.

    Discpulo: Estou temeroso, Mestre?

    Mestre: Em todos os tempos e situaes po lt icas, conta o povo com escassos

    amigos e adversrios em legies. Acima de todas as possibi l idades humanas,

    entretanto, a mult ido dispe do Amigo Divino que prossegue trabalhando.

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    Discpulo: Ento no estamos ss, Mestre?

    Mestre: O verdadeiro sbio no teme a vida. Temos muitos exemplos daqueles

    que passaram pelo mundo, entre pescadores e proletrios, alei jados e cegos,

    velhos cansados e mes afl i tas, voltando-se para a turba sofredora e al imenta-

    lhe a esperana. Lembra-te, gafanhoto, de que s parte integrante da multido

    terrestre. O Mestre Maior observa o que fazes. No roubes o po da vida;

    procura mult ipl ic-lo.

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    A FILOSOFIA E A LUTA

    Discpulo: O KUNG FU tem as suas razes na imitao de movimentos dosanimais. Signif ica isso que um ser humano quer tornar-se um animal, Mestre?

    Mestre: O ser humano um animal extraordinrio. Ele atingiu um p onto na

    evoluo que nenhum outro ser no planeta atingiu. Ele capaz de c ontrolar o

    seu instinto e comportamento.

    Discpulo: Imitar animais parece ser um passo atrs na evoluo, isso verdade

    Mestre?

    Mestre: sabido que o ser humano deve proteger e manter todos os outros

    seres. Qualquer um que ainda no te nha percebido o sentido de proteger e

    manter algo, ainda no apreendeu o signif icado do que SER humano. No

    mundo animal, lutar signif ica lutar pela sobrevivncia mas o ser humano pode

    encontrar uma maneira de viver com outros sem os derrotar ou magoar.

    Discpulo: Ento Lutar, aqui, tem um signif icado diferente, Mestre?

    Mestre: Voltando ao Kung Fu, e ao mundo animal, pode ser feito um

    comparativo:

    Os dentes do tubaro e do crocodilo so conhecidos por ser afiados. Conseguir

    um ser humano morder e rasgar como eles conseguem?

    Os antlopes conseguem saltar 4m em altura conseguir um ser humano saltar

    to alto?

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    Um leopardo muito rpido. Enquanto ganha velocidade, ele concentra-se,

    apanha e rasga outro a nimal. Existe algum to rpido quanto um leopardo?

    Um elefante consegue arrancar uma grande rvore do solo e levant-la no ar.

    Nenhum ser humano to forte.

    Qualquer burro, zebra ou canguru consegue dar um pontap mais forte do que

    qualquer lutador de Kung Fu. Se r um lutador de Kung Fu capaz de lutar contra

    os vrus dentro de si mesmo?

    Conseguir ele lutar contra um elefante afr icano?

    Discpulo: No !

    Mestre: Assim sendo, lutar, e a capacidade de luta, so sempre relativos. Osmelhores lutadores de artes marciais estaro exaustos ao f im de 2 horas de

    combate. Nesse momento, qualquer lutador poder venc-lo. Ento qual o

    signif icado de ser um bom lutador?

    Discpulo: Seria lutar contra si mesmo, Mestre?

    Mestre: At hoje no existe nenhum lutador que tenha vencido a luta contra amorte. Por isso, o mais forte lutador de artes marciais aq uele que v a luta

    como uma arte de desenvolvimento do carter, em vez de aumentar os seus

    poderes animais.

    Discpulo: Ento, esta luta, inicia no momento em que nascemos Mestre?

    Mestre: Desde que nascemos, dado incio a uma luta interminvel: a luta

    contra nossa prpria ignorncia. E, talvez, ainda se consiga vencer a luta

    enquanto estiver vivo. O antdoto so os bons pensamentos no pensamentos

    competit ivos, as pessoas nossa volta no so nem melhores nem piores do que

    ns mesmos boas palavras, boas aes. No se pode usar os outros para

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    descarregar os nossos problemas. melhor descobrir as razes dos nossos

    problemas buscando nosso passado. Use um saco d e pancada ele no revida

    ou d socos no tronco de uma rvore. Ns podemos uti l izar as tcnicas de luta e

    aperfeio-las, tendo em vista o desenvolvimento e o amadurecimento. Estas

    tcnicas contm em si mesmas vrias possibi l idades e no esto confinadas a

    um nico esti lo de luta fsica.

    Discpulo: Mas o lutador no algum especial, Mestre?

    Mestre: Tente compreender que voc no algum especial, gafanhoto. Cada

    indivduo especial. H mes pequenas e magras neste mundo que esto para

    morrer de fome por causa da estupidez do homem, e elas continuam a lutar pelos

    seus f i lhos. Elas so verdadeiras lutadoras. Um gro de areia po de tornar um

    lutador incapaz de lutar. Por isso, a grande luta que travamos na vida contra

    nossas prprias fraquezas. A coreografia da luta apenas um meio de expresso

    e uma forma de fortalecer o corpo e p reservar a sade com arte e sabedoria. A

    essncia o contedo.

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    CONSTNCIA

    Discpulo: Porque difci l dar prosseguimento a uma luta pela conquista ou pela

    melhoria de si mesmo, Mestre?

    Mestre: Toda a gente conhece a cincia de comear as boas obras. Aceita-se o

    brao de um benfeitor, com exclamaes de jbi lo, todavia, depois...quando

    desaparece a necessidade, cult iva-se a queixa descabida, n o rumo da ingratido

    declarada, afirmando-se: "ele no to bom quanto parece".

    Discpulo: Mas isso acontece porque as pessoas p erdem o entusiasmo inicial,

    Mestre?

    Mestre: Na verdade isto uma fraqu eza do homem. Veja bem: inicia-se a misso

    de caridade, com entusiasmo santo, contudo, depois... ao surgirem os primeirosespinhos, proclama-se a falncia da f, gri tando-se com toda fora: "no vale a

    pena".

    Discpulo: Ento isto falta de discipl ina, Mestre?

    Mestre: O discpulo, muitas vezes, empreende uma jornada em b usca da virtude

    e aproveitando o estmulo que a sabedoria da natureza concede alma, atravsde mil recursos diferentes, entretanto, depois... quando a discipl ina e o sacri fcio

    cobram o justo imposto devido i luminao espir i tual, clama com enfado: "assim

    tambm, no".

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    Discpulo: Isto falta de constncia, Mestre?

    Mestre: Veja outro exemplo: ajuda-se a um companheiro da estrada, com

    extremado carinho, adornando-lhe o corao de f lores encomisticas, no entan to,

    depois... se a nossa sementeira no corresponde ternura exigente,

    abandonamo-lo aos azares da senda, asseverando com nfa se: "no posso

    mais". Trata-se, sim, da falta de f irmeza com a pr pria luta pela conquista de si

    mesmo e para a construo de um mundo melhor. Todos sa bem principiar essa

    luta, poucos prosseguem na l ide salvadora, rarssimos terminam a tarefa

    edif icante. Entretanto, por outro lado, as perigosas real izaes da perturbao e

    da sombra se concretizam com rapidez dentro do indivduo. Um companheiro

    comea a trair os seus compromissos divinos e efetua, sem demora, o qu e

    deseja. Outro enceta a plantao do desnimo e, lesto, alcana os f ins a que se

    prope. Outro, ainda, inicia a discrdia e, sem d etena, cr ia a desarmonia geral.

    Realmente, muito difci l perseverar no bem e sempre fci l atingir o mal.

    Todavia, depois...

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    A EVOLUO MORAL DO HOMEM

    Discpulo: Como podemos saber se o homem evolui moralmente, Mestre?

    Mestre: Quem, de magnetismo terrestre, apenas conhecesse o brinquedo dos

    patinhos imantados que, sob a a o do im, se movimentam em todas as

    direes numa bacia com gua, dif ici lmente poderia compreender que al i est o

    segredo do mecanismo do Universo e da marcha dos mundos.

    Discpulo: Como assim, Mestre?

    Mestre: uma questo de percepo Gafanhoto. O mesmo se d com quem v

    na evoluo moral do homem apenas uma f orma de divertimento, um

    passatempo, sem compreender que o fenmeno de evoluo, to simples e

    vulgar, que a antigidade e a t povos semi-selvagens conheceram, possa ter

    l igao com as mais graves questes da ordem social. Efetivamente, para oobservador superficial, que relao pode ter com a moral e o futuro da

    Humanidade algumas simples palavras de elevao espir i tual?

    Discpulo: Entender como o crescimento moral do homem entender seu

    comportamento, Mestre?

    Mestre: tambm um ponto de observao, Gafanhoto. Quem quer, porm, querefl i ta se lembrar de que de uma simples panela a ferver e cuja tampa se erguia

    continuamente, fato que tambm ocorre desde toda a antigidade, saiu o

    possante motor com que o homem transpe o espao e suprime as distncias.

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    Discpulo: Ser que a maioria dos h omens no enxerga essa situao, Mestre?

    Mestre: No to faci lmente, Gafanhoto. Da natureza que possui fenmenos que

    muitos no crem, e muitas vezes cri t icam com desdenho, saiu uma cincia,

    assim como a soluo dos problemas que nenhuma fi losofia pudera a inda

    resolver. Ser que todos os adv ersrios de boa-f se deram ao trabalho de

    estudar o que cri t icam?

    Discpulo: Cri t icam, Mestre?

    Mestre: Sim, porque, em boa lgica, a crt ica s tem valor quando o crt ico

    conhecedor daquilo de que fa la. Zombar de uma coisa que no se con hece, que

    no se sondou com o escalpelo do observador consciencioso, no cri t icar,

    dar prova de leviandade e tr iste mostra de f alta de sabedoria.

    Discpulo: Ser que o homem no acredita na prpria evoluo, Mestre?

    Mestre: Muitos julgam pelo ttulo, Gafanhoto; como o macaco da fbula julgava

    da noz pela casca.

    Discpulo: O senhor quer dizer que devemos buscar compreender o interior das

    pessoas, Mestre?

    Mestre: O Espir i tual ismo o mais terrvel antagonista do material ismo. No ,

    pois, de admirar que tenha por adversrios os material istas. Mas, como o

    material ismo uma doutr ina cujos adeptos mal ousam confessar que o so, elesse acobertam com o manto da razo e da cincia para negar suas fraquezas.

    Discpulo: Ser que o homem tem medo de dizer o que pensa, Mestre?

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    No ser mais natural que trate de viver o melhor possvel, durante os breves

    instantes que lhe concedeis?

    Da o desejo de possuir muito para melhor gozar. Do desejo nasce a inveja dos

    que possuem mais e, dessa inveja von tade de apoderar-se do que a estes

    pertence, o passo curto. Que que o detm?

    A lei? A lei, porm, no abrange todos os casos. Direis que a conscincia, o

    sentimento do dever. Mas, em que baseias o sentimento do dever?

    Ter razo de ser esse sentimento, de par com a crena de que tudo se acaba

    com a vida? Onde essa crena exista, uma s mxima racional: cada um por si,

    no passando de vs palavras as idias de fraternidade, de conscincia, de

    dever, de humanidade ou mesmo de progresso.

    Discpulo: Por isso o senhor diz que o material ismo uma doutr ina, Mestre?

    Mestre: A partir do momento em que so agrupados mesma maneira de pensare agir, o homem pode estar cr iando, sem mesmo perceber, uma do utr ina; ou

    seja, uma forma de comportamento. Todos que proclamam semelhantes idias,

    no sabem quo grandes o mal que fazem sociedade, nem de quantos crimes

    assumem a responsabil idade! Para o cptico, tal coisa no existe. S matria

    rende ele homenagem, Gafanhoto.

    Discpulo: Mas a origem do homem, Mestre, como se deu?

    Mestre: Gafanhoto, o progresso da Humanidade t em seu princpio na apl icao

    da lei de justia, de amor e de caridade, lei que se funda n a certeza do futuro.

    Tirai- lhe essa certeza e lhe t irareis a pedra fundamental. Dessa lei derivam todas

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    as outras, porque ela encerra todas as condies da fel icidade do homem. S ela

    pode curar as chagas da sociedade. Comparando as idades e os povos, pode ele

    aval iar quanto a sua condio melhora, medida que essa lei vai sendo mais

    bem compreendida e praticada.

    Discpulo: Ora, se, apl icando-a parcial e incompletamente, o h omem consegue

    alcanar tanto bem, que no conseguir quando fizer dela a base de todas as

    suas insti tuies sociais, Mestre?

    Mestre: Desde que ele j d eu dez passos, possvel lhe dar vinte e assim por

    diante. Do futuro se pode, pois, julgar pelo passado. Observe Gafanhoto:

    J vemos que pouco a pouco se extinguem as antipatias de povo para povo.

    Diante da civi l izao, diminuem as barreiras que os separavam.

    De um extremo a outro do mundo, eles se estendem as mos.

    Maior justia preside elaborao das leis internacionais.

    As guerras se tornam cada vez mais raras e no excluem o s sentimentos de

    humanidade.

    Nas relaes, a uniformidade se vai estabelecendo.

    Apagam-se as distines de raas e de castas e os que professam crenasdiversas impem si lncio.

    Discpulo: Mas esta luta no uma conduta dos povos antigos, Mestre?

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    Mestre: Falo dos povos que marcham testa da civi l izao, Gafanhoto. A todos

    estes respeitos, no entanto, longe ainda estamos da perfeio e muitas runas

    antigas, ainda se tm que a bater, at que no restem mais vestgios da b arbaria.

    Discpulo: Podero, acaso, essas runas sustentar-se contra a fora irresistvel

    do progresso, contra essa fora viva que , em si mesma, uma lei da Natureza,

    Mestre?

    Mestre: Sendo a gerao atual mais adiantada do que a anterior, por que no o

    ser mais do que a presente a que lhe h de suceder? S-lo-, pela fora das

    coisas. Primeiro, porque, com as geraes, todos os dias se extinguem alguns

    campees dos velhos abusos, o que p ermite sociedade formar-se de elementos

    novos, l ivres dos velhos preconceitos. Em segundo lugar, porque, desejando o

    progresso, o homem estuda os obstculos e se apl ica a remov-los.

    Discpulo: O homem quer ser fel iz e natural esse desejo, Mestre?

    Mestre: Ora, buscando progredir, o que ele procura aumentar a soma da suafel icidade, sem o que o progresso careceria de objet o. - Em que consistir ia para

    ele o progresso, se este no lhe melhorasse a posio?

    Discpulo: Ento, progresso traz a fel icidade, Mestre?

    Mestre: No totalmente Gafanhoto. Quando, porm, conseguir a soma de gozos

    que o progresso intelectual lhe pode proporcionar, veri f icar que no estcompleta a sua fel icidade. Reconhecer ser esta impossvel, sem a segurana

    nas relaes sociais, segurana que somente no progresso moral lhe ser dado

    achar.

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    Discpulo: Por isso que o homem, cada dia mais, anseia pela sabedoria Mestre?

    Mestre: Normalmente ele no busca pela sabedoria, Gafanhot o. Mas, logo, pela

    fora mesma das coisas, ele prprio dir igir o progresso para essa senda e a

    sabedoria moral lhe oferecer a mais poderosa alavanca para alcanar tal

    objetivo.

    Discpulo: Mas porque o homem demora tanto para compreender essa

    necessidade, Mestre?

    Mestre: Os que dizem que a sa bedoria moral ameaa invadir o mundo,

    proclamam a fora dessa prpria sabedoria, porque jamais poderia tornar-se

    universal uma idia sem fundamento e desti tuda de lgica.

    Discpulo: Ento qualquer pessoa po de ter acesso aos conhecimentos morais,

    Mestre?

    Mestre: verdade Gafanhoto. A sab edoria moral se implanta por toda parte, se,

    principalmente nas classes cultas, recruta adeptos, como todos faci lmentereconhecero, que tem um fundo de verdade.

    Discpulo: Esse reconhecimento demorado, Mestre?

    Mestre: Por meio da sabedoria, Gafanhoto, a Humanidade entrar numa nova

    fase, a do progresso moral que lhe conseqncia inevitvel. No mais, pois,

    vos espanteis da rapidez com que essas idias se propagaro. A causa dessaceleridade reside na satisfao que trazem a todos os que as aprofundam e q ue

    nelas vem alguma coisa mais do que fti l passatempo. Ora, como cada um quer,

    acima de tudo, sua fel icidade, nada h de surpreendente em que cada um se

    apegue a uma idia que faz ditosos os que a esposam.

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    Discpulo: Como o crescimento da sabedoria moral, Mestre?

    Mestre: Trs perodos distintos apresentam o desenvolvimento dessas idias,

    Gafanhoto:

    Primeiro, o da curiosidade, que a singularidade dos fenmenos produzidos

    desperta;

    Segundo, o do raciocnio e da f i losofia;

    Terceiro, o da apl icao e das conseqncias.

    O perodo da curiosidade passou; a curiosidade dura pouco. Uma vez satisfeita,

    muda de objeto. O mesmo no acontece com o que desafia a meditao s ria e o

    raciocnio. Comeou o segundo perodo, o terceiro vir inevitavelmente. A

    sabedoria moral progrediu principalmente depois que foi sendo mais bem

    compreendida na sua essncia ntima, depois que lhe perceberam o alcance,

    porque tange a corda mais sensvel do homem: a da sua fel icidade, mesmo nestemundo. A a causa da sua propagao, o segredo da fora que a far tr iunfar.

    Discpulo: Mas de onde vem isso tudo, Mestre?

    Mestre: A sabedoria moral no obra de apenas um homem. Ningum pode

    inculcar-se como seu criador, pois to antigo ela quant o a criao do prprio

    homem. Encontramo-la por toda parte, em todas as rel igies.

    Discpulo: E porque existem homens maus e h omens bons, Mestre?

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    Mestre: No mundo h criaturas em diversos graus de evoluo, Gafanhoto. Salvo

    a crena de que aqueles f oram destinados a permanecer perpetuamente no mal,

    ao passo que a senda do progresso se conserva aberta aos segundos, no h

    entre uns e outros mais do que simples diferena de nomes.

    Discpulo: E o que faz a cincia da sabedoria moral para tratar essas d iferenas,

    Mestre?

    Mestre: Rene em corpo de doutr ina o que estava esparso, Gafanhoto: expl ica,

    com os termos prprios, o que s era dito em l inguagem alegrica; poda o que a

    superstio e a ignorncia engendraram, para s deixar o que real e posit ivo.

    Esse o papel da sabedoria moral! O de fundadora no lhe pertence. Mostra o

    que existe, coordena, porm no cria, po r isso que suas bases so de t odos os

    tempos e de todos os lugares. Quem, pois, ousaria considerar-se bastante forte

    para abaf-la com sarcasmos, ou, ainda, com perseguies? Se a proscreverem

    de um lado, renascer noutras partes, no prprio terreno donde a tenham banido,

    porque ela est na Natureza e ao homem no dado o direito de aniqui lar uma

    fora da Natureza, nem opor veto aos decretos Divinos. Que interesse, aos

    demais, haveria em obstar-se a propagao das idias morais? exato que elasse erguem contra os abusos que nascem do orgulho e do egosmo do prprio

    homem. Mas, se certo que desses ab usos h quem se aproveite, coletividade

    humana esses abusos prejudicam.

    Discpulo: Ento esse enfoque de cincia d maior consistncia sabedoria

    moral, Mestre?

    Mestre: Vendo que o comportamento moral reflete n a sociedade sua volta, e

    ciente dessa repercusso, Gafanhoto, o homem poder mudar sua postura. A

    coletividade, portanto, ser favorvel a tais idias, contando-se-lhes por

    adversrios srios apenas os interessados em manter aqueles abusos. As i dias

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    morais, ao contrrio, so um penhor de ordem e tranq il idade, porque, pela sua

    influncia, os homens se tornam melhores uns para com os o utros, menos vidos

    das coisas materiais e mais resignados aos decretos da Providncia.

    Discpulo: Ento, como cincia, se pode classif icar a Sabedoria Moral, Mestre?

    Mestre: A Sabedoria Moral se apresenta sob trs aspectos diferentes,

    Gafanhoto: o das manifestaes, o dos princpios e da f i losofia que delas

    decorrem e o da apl icao desses princpios. Da, trs classes, ou, antes, trs

    graus de adeptos:

    1 os que crem nas manifestaes e se l imitam a comprov-las; para esses, a

    Sabedoria Moral uma cincia experimental;

    2 os que lhe percebem as conseqnc ias morais;

    3 os que praticam ou se esforam por praticar essa moral.

    Qualquer que seja o ponto de vista, cientf ico, f i losfico ou moral, sob que

    considerem essa sabedoria, todos compreendem consti turem ela uma ordem,inteiramente nova, de idias que surge e da qual no pode deixar de resultar

    uma profunda modif icao no estado e comportamento da Humanidade e

    compreendem que essa modif icao no pode deixar de operar-se no sentido

    do bem.

    Discpulo: Contra essa sabedoria h tambm alguns adversrios. Isso verdade

    Mestre?

    Mestre: No se pode negar que h oposio a uma corrente do bem, Gafanhoto.

    Podendo estes adversrios serem classif icados em trs categorias, Gafanhoto:

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    1 - A dos que negam sistematicamente tudo o que novo, ou deles no venha, e

    que falam sem conhecimento de causa. A esta classe pertencem todos os que

    no admitem seno o que possa te r o testemunho dos sentidos. Nada viram,

    nada querem ver e ainda menos a profundar. Ficariam mesmo aborrecidos se

    vissem as coisas muito claramente, porque foroso lhes seria convir em que no

    tm razo. Para eles, a Sabedoria Moral uma quimera, uma loucura, uma

    utopia, no existe: est dito tudo. So os incrdulos de caso pensado. Ao lado

    desses, podem colocar-se os que no se d ignam de dar aos fatos a mnima

    ateno, sequer por desencargo de con scincia, a f im de poderem dizer: Quis

    ver e nada vi. No compreendem que seja preciso mais de meia hora para

    algum se inteirar de uma cincia.

    2 - A dos que, sabendo muito bem o que pensar da real idade dos fatos, os

    combatem, todavia, por motivos de interesse pessoal. Para estes, a Sabedoria

    Moral existe, mas lhes receiam as conseqncias. Atacam-na como a um inimigo.

    3 - A dos que acham na Sabedoria Moral censura por demais severa aos seus

    atos ou s suas tendncias. Tomado a srio, a Sabedoria Moral os embaraaria;

    no a rejeitam, nem a aprovam: preferem fechar os olhos. Os primeiros somovidos pelo orgulho e pela presuno; os segundos, pela ambio; os terceiros,

    pelo egosmo. Concebe-se que, nenhuma sol idez tendo, essas causas de

    oposio venham a desaparecer com o tempo, pois em vo procuraramos uma

    quarta classe de antagonistas, a d os que em patentes provas contrrias se

    apoiassem demonstrando estudo laborioso e porfiado da questo. Todos apenas

    opem a negao, nenhum aduz demonstrao, sria e irrefutvel.

    Discpulo: Mesmo com os opositores o homem evolui, atravs da Sabed oria

    Moral, Mestre?

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    Mestre: Fora presumir da natureza humana supor que e la possa transformar-se

    de sbito, por efeito das idias morais, Gafanhoto. A ao que estas exercem

    no certamente idntica, nem do mesmo grau, em todos os que as professam.

    Mas, o resultado dessa ao, qualquer que seja, ainda que extremamente fraco,

    representa sempre uma melhora.

    Discpulo: Ento, pode-se dizer que o homem adquire mais coragem para lutar

    com os problemas da vida, quando evolui sua Sabedoria Moral, Mestre?

    Mestre: Ser, quando menos, o de dar a prova da existncia de um mundo

    extracorpreo, o que implica a negao das doutr inas material istas. Isto de riva

    da s observao dos fatos, porm, para os que compreendem a Sabedoria Moral

    no seu aspecto f i losfico e ne la vem outra coisa, que no somente fen menos

    mais ou menos curiosos, percebe diversos outros efeitos.

    O primeiro e mais geral consiste em desenvolver o sentimento rel igioso at

    naquele que, sem ser material ista, olha com absoluta indiferena para as

    questes espir i tuais. Da lhe advm o desprezo pela morte. No dizemos o

    desejo de morrer; longe disso, porquanto o indivduo defender sua vida como

    qualquer outro, mas uma indiferena que o leva a aceitar, sem queixa, nempesar, uma morte inevitvel, como coisa mais de alegrar do que de temer, pela

    certeza que tem do estado que se segue aps a morte do fsico.

    O segundo efeito, quase to geral quanto o primeiro, a resignao nas

    vicissitudes da vida. A Sabedoria Moral d a ver as coisas de to alto, que,

    perdendo a vida terrena trs quartas p artes da sua importncia, o homem no se

    afl ige tanto com as tr ibulaes que a acompanham. Da, mais coragem nas

    afl ies, mais moderao nos desejos. Da, tambm, o banimento da i dia de

    abreviar os dias da existncia, por isso que a c incia moral ensina que, pelo

    suicdio, sempre se perde o que se queria ganhar. A certeza de um futu ro, que

    temos a faculdade de tornar fel iz, a p ossibi l idade de estabelecermos relaes

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    com os entes que nos so c aros, oferecem ao indivduo suprema consolao. O

    horizonte se lhe di lata ao infini to, graas a o espetculo, a que assiste

    incessantemente, da vida de alm-tmulo, cujas misteriosas profundezas lhe

    facultado sondar.

    O terceiro efeito o estimular no homem a i ndulgncia para com os defeitos

    alheios.

    Discpulo: Mas, Mestre, se essa uma tarefa para toda a vida, o homem ter

    resignao para conclu- la?

    Mestre: Todavia, Gafanhoto, cumpre dizer: o princpio egosta e tudo que dele

    decorre so o que h de mais tenaz no homem e, por conseguinte, de mais difci l

    de desarraigar. Toda gente faz voluntariamente sacri fcios, contanto que nada

    custem e de nada privem. Para a maioria dos homens, o dinheiro tem ainda

    irresistvel atrativo e bem poucos compreendem a palavra suprfluo, quando de

    sua pessoa se trata. Por isso mesmo Gafanhoto, a abnegao da personalidade

    consti tui sinal de grandssimo progresso. Perguntam algumas pessoas: Ensina a

    Sabedoria Moral qualquer conhecimento novo, qualquer coisa superior ao quedita a Sabedoria Divina? Se a Sa bedoria Moral no seno de origem Divina, de

    que serve ao progresso do homem? Este raciocnio se a ssemelha notavelmente

    ao do cal i fa Omar, com relao bibl ioteca de Al exandria: "Se ela no contm,

    dizia ele, mais do que o q ue est no Alcoro, inti l . Lo go deve ser queimada.

    Se contm coisa diversa, nociva. Logo, ta mbm deve ser queimada." No, a

    Sabedoria Moral no traz uma moral diferente da que c onduz PAZ e ao

    crescimento interior do indivduo.

    Discpulo: Ento ela j existe ha muitos sculos, Mestre?

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    Mestre: Ao longo dos sculos, Gafanhoto, muitos sbios vieram mostrar aos

    homens o caminho do verdadeiro bem. Por que, t endo a Sabedoria Divina,

    enviado um de seus discpulos para fazer lembrada Sua lei que estava

    esquecida, no havia de e nviar, de tempos em tempos, novos discpulos a f im de

    a lembrarem novamente aos homens, e com maior preciso, quando eles a

    olvidam, para tudo sacri f icar ao orgulho e cobia? Quem nos diz que, como o

    afirmam os grandes sbios, no esto chegando o s tempos preditos e que no

    chegamos aos em que verdades mal compreendidas, ou fa lsamente

    interpretadas, devam ser ostensivamente reveladas ao gnero humano, p ara lhe

    apressar o adiantamento? No haver alguma coisa de providencial nessas

    manifestaes que se produzem simultaneamente em todos os p ontos do globo?

    No um nico homem, um profeta quem nos vem advertir . A luz surge por toda

    parte. todo um mundo novo que se desdobra s nossas vistas. Assim como a

    inveno do microscpio nos revelou o mundo dos infini tamente pe quenos, de

    que no suspeitvamos; assim como o telescpio nos revelou milhes de mundos

    de cuja existncia tambm no suspeitvamos, a Sabed oria Moral nos revelam o

    mundo invisvel que nos cerca, nos acotovela constantemente e que, nossa

    revel ia, toma parte em tudo o que fazemos. Decorrido que seja mais algum

    tempo, a existncia desse mundo, que n os espera, se tornar to incontestvelcomo a do mundo microscpico e dos globos disseminados pe lo espao. exato

    que essas descobertas, se se lhes pode dar este nome, contrariam algum tanto

    certas idias aceitas. Mas, no real que t odas as grandes descobertas

    cientf icas ho igualmente modif icado, subvertido at, as mais correntes idias?

    E o nosso amor-prprio no teve que se curvar diante da evidncia? O mesmo

    acontecer com relao Sabedoria Moral, que, em breve, gozar do direito de

    existir entre os conhecimentos humanos. desse modo, encaminhar para oespir i tual ismo os que no homem somente viam a matria, a mquina organizada.

    Razo, portanto, t ivemos para dizer que a Sabed oria Moral, com os fatos, matou

    o material ismo. Fosse este o nico resultado por ela produzido e j muita

    gratido lhe deveria a ordem social. Ela, porm, faz mais: mostra os inevitveis

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