COLONIZAÇÃO DO PIAU1

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COLONIZAÇÃO DO PIAUÍ O Piauí era também habitado por indígenas, em virtude da influência do rio Parnaíba e seus numerosos afluentes bem como da lagoa de Parnaguá. Dentre os grupos indígenas encontrados no Piauí, na época do descobrimento, pode-se citar os tupis, os tapuias e caraíbas. Inicialmente, as terras do Piauí receberam a denominação de Piagüí, nome dado pelos seus indígenas. Mais tarde, chamaram-nas Piagoí. Somente depois de algum tempo é que ficaram conhecidas por Piauí, que quer dizer "rio (i) de piaus (uma espécie de peixe). Durante muito tempo após o descobrimento, o Piauí ficou em completo esquecimento. Só mais tarde um bandeirante paulista, Domingos Jorge Velho, penetrou em terras piauienses. Ele desbravou o território, cultivou a terra, construiu currais e criou gado. Depois disso continuou o seu caminho, desbravando novas regiões. Foi ele quem deu a atual denominação de Parnaíba ao rio que antes era conhecido como rio Grande dos Tapuias, Pará ou Punaré. Pouco depois da passagem de Domingos Jorge Velho, chegou Domingos Afonso Mafrense, o colonizador do Estado. À margem do riacho Mocha, instalou-se na fazenda de Cabrobó, onde residiu por algum tempo. Logo depois, próximo a essa fazenda, formou-se um povoado com o mesmo nome, sendo alterado algum tempo depois para Nossa Senhora da Vitória do Brejo da Mocha do Sertão do Piauí. Com o desenvolvimento da lavoura e da criação de gado, o povoado desenvolveu-se e foi elevado à categoria de vila, com o nome de Mocha. Mais tarde, passou à condição de cidade com o nome de Oeiras. Logo após a criação da vila de Mocha, foram criadas no Piauí as seguintes vilas: Parnaguá, Jerumenha, Campo Maior, São João da Parnaíba (atual cidade de Parnaíba), Marvão (atual Castelo do Piauí) e Valença. Na segunda metade do século XVII, o gado abriu caminho para a ocupação do Estado do Piauí, demarcando as suas fronteiras. Os rebanhos trazidos por sertanistas, deixando o rio São Francisco, desceram os rios Gurguéia e Piauí, percorrendo a região que vai do Gurguéia ao Poti para se fixarem em terras piauienses. As principais povoações do Piauí, depois transformadas em vilas e cidades, cresceram a partir das fazendas de criação de gado. A carne, servindo de alimentação, e o couro, servindo como vestuário, permitiram a sobrevivência dos desbravadores pioneiros. Por causa da sua localização geográfica, próxima ao litoral, Parnaíba foi a primeira vila piauiense a tomar parte nos movimentos pela independência.

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COLONIZAÇÃO DO PIAUÍ

O Piauí era também habitado por indígenas, em virtude da influência do rio Parnaíba e seus numerosos

afluentes bem como da lagoa de Parnaguá. Dentre os grupos indígenas encontrados no Piauí, na época

do descobrimento, pode-se citar os tupis, os tapuias e caraíbas.

Inicialmente, as terras do Piauí receberam a denominação de Piagüí, nome dado pelos seus indígenas.

Mais tarde, chamaram-nas Piagoí. Somente depois de algum tempo é que ficaram conhecidas por Piauí,

que quer dizer "rio (i) de piaus (uma espécie de peixe).

Durante muito tempo após o descobrimento, o Piauí ficou em completo esquecimento. Só mais tarde

um bandeirante paulista, Domingos Jorge Velho, penetrou em terras piauienses. Ele desbravou o

território, cultivou a terra, construiu currais e criou gado. Depois disso continuou o seu caminho,

desbravando novas regiões. Foi ele quem deu a atual denominação de Parnaíba ao rio que antes era

conhecido como rio Grande dos Tapuias, Pará ou Punaré.

Pouco depois da passagem de Domingos Jorge Velho, chegou Domingos Afonso Mafrense, o colonizador

do Estado. À margem do riacho Mocha, instalou-se na fazenda de Cabrobó, onde residiu por algum

tempo. Logo depois, próximo a essa fazenda, formou-se um povoado com o mesmo nome, sendo

alterado algum tempo depois para Nossa Senhora da Vitória do Brejo da Mocha do Sertão do Piauí.

Com o desenvolvimento da lavoura e da criação de gado, o povoado desenvolveu-se e foi elevado à

categoria de vila, com o nome de Mocha. Mais tarde, passou à condição de cidade com o nome de

Oeiras.

Logo após a criação da vila de Mocha, foram criadas no Piauí as seguintes vilas: Parnaguá, Jerumenha,

Campo Maior, São João da Parnaíba (atual cidade de Parnaíba), Marvão (atual Castelo do Piauí) e

Valença.

Na segunda metade do século XVII, o gado abriu caminho para a ocupação do Estado do Piauí,

demarcando as suas fronteiras. Os rebanhos trazidos por sertanistas, deixando o rio São Francisco,

desceram os rios Gurguéia e Piauí, percorrendo a região que vai do Gurguéia ao Poti para se fixarem em

terras piauienses.

As principais povoações do Piauí, depois transformadas em vilas e cidades, cresceram a partir das

fazendas de criação de gado. A carne, servindo de alimentação, e o couro, servindo como vestuário,

permitiram a sobrevivência dos desbravadores pioneiros.

Por causa da sua localização geográfica, próxima ao litoral, Parnaíba foi a primeira vila piauiense a tomar

parte nos movimentos pela independência.

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Em 19 de outubro de 1822 foi proclamada, em Parnaíba, por Simplício Dias da Silva, João Cândido de

Deus e Silva, Domingos Dias, entre outros, a independência do Piauí, e D. Pedro I aclamado imperador

constitucional. Nessa data, comemora-se o Dia do Piauí. Entretanto, o Piauí ficou sob domínio português

até 24 de janeiro de 1823, quando o Brigadeiro Manoel de Sousa Martins declarou o Estado

independente em Oeiras.

Em 13 de março de 1823, travou-se, à margem do rio Jenipapo, em Campo Maior, a mais sangrenta

batalha entre brasileiros e portugueses pela independência nacional, cognominada até hoje como

Batalha do Jenipapo. Nela centenas de piauiense e voluntários cearenses perderam a vida ou foram

capturados, escrevendo com o seu sangue uma das páginas mais gloriosas da história nacional.

Depois de o Piauí tornar-se independente, a vila da Mocha foi escolhida para a capital, recebendo o

título de cidade e o nome de Oeiras, em homenagem ao conde de Oeiras, que mais tarde passou a ser

chamado Marquês de Pombal. Como a cidade floresceu rapidamente, tornou-se o centro mais

importante do novo Estado.

Desde os tempos coloniais, entretanto, pensava-se em mudar a capital do Piauí para as margens do rio

Parnaíba, pelo fato de Oeiras ser uma cidade de difícil comunicação, criando dificuldades ao governo e

ao comércio. Apesar de justos os motivos, a mudança só se fez muito tempo depois, no ano de 1851,

graças ao Conselheiro José Antônio Saraiva. Às margens do rio Parnaíba, foi escolhida a Chapada do

Corisco para a criação da Nova Vila do Poti. Pouco depois, surgiram as primeiras casas e a Igreja de

Nossa Senhora do Amparo. No ano seguinte, a Nova Vila do Poti foi elevada à categoria de cidade, com

o nome de Teresina, em homenagem a D. Teresa Cristina, imperatriz do Brasil.

POLÍTICA 2° REINADO

5. FUVEST (2004)

Canção 1

Suba ao trono o jovem Pedro Exulte toda a Nação; Os heróis, os pais da Pátria Aprovaram com

união.

Canção 2

Por subir Pedrinho ao trono, Não fique o povo contente; Não pode ser coisa boa Servindo com a

mesma gente.

Quadrinhas populares cantadas nas ruas do Rio de Janeiro em 1840.

Compare as quadrinhas populares e responda:

a) Por que D. Pedro II tornou-se imperador, antes dos dezoito anos, como previa a

Constituição?

b) Quais as diferentes posições políticas expressas nas duas canções populares?

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6. MACKENZIE (2004) - A tela da atualidade política é uma paisagem uniforme; nada a

perturba, nada a modifica. Dissera-se um país onde o povo só sabe que existe politicamente

quando ouve o fisco bater-lhe à porta.

O que dá razão a este marasmo? Machado de Assis, Cônica publicada no Diário do Rio de

Janeiro em 1/12/1861 A crítica do autor refere-se à política adotada durante o Segundo

Reinado no Brasil (1840-1889). Com relação a esse período, podemos afirmar que:

a) a adoção do parlamentarismo às avessas cooperou para a estabilidade política nessa época,

impedindo que aspirações populares, divergentes dos interesses da elite agrária, fossem

atendidas.

b) inspirada no modelo parlamentar inglês, as atribuições políticas ficam concentradas nas

mãos do Poder Moderador, permitindo um exercício mais democrático do poder.

c) com a centralização político-administrativa, a monarquia estava assegurada, possibilitando

que as eleições ocorressem livres de pressões ou fraudes.

d) o Senado Vitalício e o Conselho de Estado não eram órgãos meramente consultivos do

imperador; eles permitiam, mesmo que de forma limitada, a atuação de conservadores e

liberais.

e) a centralização de poderes no Poder Moderador ameaçava os interesses da aristocracia

agrária, representada pelos Partidos Liberal e Conservador.

7. UFRJ 2004 - "Ficou célebre uma frase atribuída ao político pernambucano Holanda

Cavalcanti : - " Nada se assemelha mais a um saquarema que um luzia no poder. Saquarema ,

nos primeiros anos do Segundo reinado , era o apelido dos conservadores [...] Luzia era o

apelido dos liberais [...] A idéia de indiferenciação dos partidos parecia também confirmar-se

pelo fato de ser frequente a passagem de políticos de um campo para o outro " . Fonte :

Fausto , Boris . História do Brasil. SP , Edusp, 1995 , p. 180 .

O texto dá conta de algumas das características das correntes políticas que predominavam no

Segundo Reinado ( 1840-1889) .

a) Identifique um aspecto comum e outro divergente entre as correntes políticas mencionadas

no texto.

b) Explique uma diferença entre a experiência parlamentarista brasileira do Segundo Reinado e

o modelo liberal inglês da mesma época.

ECONOMIA BRASILEIRA

8. PUC (2004) - Durante o Segundo Império (1840-1889), o Brasil passou por uma fase de

implantação de tecnologia estrangeira. O telégrafo e o transporte ferroviário são exemplos

privilegiados da tentativa de modernizar o país. Pode-se considerar que esse esforço foi

A) resultado da busca de uma integração mais clara com o mercado internacional, pois

permitia adquirir tecnologia estrangeira e intensificar a exportação de produtos agrícolas.

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B) resultado exclusivo da mentalidade progressista do Imperador D. Pedro II, homem de letras

e amigo de grandes inventores, e por isso deixou de ocorrer após a proclamação da República.

C) relacionado às determinações inglesas de substituir a mão-de-obra escrava por assalariada,

pois esta implicava intensa mecanização da agricultura e exigência de operários especializados

nas fábricas.

D) voltado à ampliação do relacionamento comercial brasileiro com os países vizinhos da

América do Sul, e por isso ocorreu logo após as campanhas militares brasileiras no Prata.

E) rejeitado pelos abolicionistas, que consideravam a modernização tecnológica uma forma de

perpetuar a utilização de mão-de-obra escrava, pois não exigiria maior qualificação do

trabalhador.

TARIFA ALVES BRANCO

9. UNESP (2004) - O texto seguinte se refere a um esforço de implantação de fábricas no Brasil

em meados do século XIX. " Não se pode dizer (...) que tenha havido falta de proteção depois

de 1844. Nem é lícito considerar reduzido seu nível (...) Não se está autorizado, portanto, a

atribuir o bloqueio da industrialização à carência de proteção. O verdadeiro problema começa

aí: há que explicar por que o nível de proteção, que jamais foi baixo, revelou-se insuficiente. (J.

M. Cardoso de Mello. O Capitalismo tardio, 1982.)

a) Qual foi a novidade da Tarifa Alves Branco (1844), comparando-a com os tratados assinados

com a Inglaterra em 1810?

b) Indique duas razões do “bloqueio da industrialização” ao qual se refere o autor.

CAFÉ

10. MACKENZIE (2004) - O café, principal responsável pelas transformações sociais,

econômicas e políticas ocorridas no Brasil na segunda metade do século XIX, foi também

elemento que determinou:

a) a recuperação das regiões Norte e Nordeste do país, que passaram

a ser integradas à produção cafeeira do Sudeste, fornecendo a mão-de-obra escrava

necessária para o desenvolvimento da lavoura de café.

b) a completa alteração dos quadros econômicos herdados do nosso passado colonial, ao

possibilitar a expansão de outros setores, como o industrial, favorecido pelo expressivo

aumento do mercado consumidor interno.

c) a estabilização da economia nacional, que é favorecida pela exportação de sucessivas

supersafras do produto e pela rentabilidade dos preços, garantida pela Convenção de Taubaté,

que determinava o valor mínimo por saca exportada.

d) o incremento das relações assalariadas de produção e possibilitou a acumulação de capitais

que, além de reinvestidos na própria expansão da lavoura cafeeira, foi, por vezes, aplicado em

outros setores de produção, como o industrial.

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e) a estabilização da balança comercial nacional, que passou a apresentar superávit, em

contraponto aos constantes déficits do I Reinado; porém, isso não foi suficiente para contrair

novos empréstimos no exterior.

ESCRAVIDÃO

11. FUVEST (2004) - Número de escravos africanos trazidos ao Brasil Período Milhares de

indivíduos 1811-1820 327,7 1821-1830 431,4 1831-1840 334,3

1841-1850 378,4 1851-1860 6,4 1861-1870 0

Fonte: Tabelas de Philip Curtin e David Eltis

Pelos dados apresentados, pode-se concluir que, no século XIX,

a) a importação de mão-de-obra escrava diminuiu em decorrência da crise da economia

cafeeira.

b) o surto industrial da época de Mauá trouxe como conseqüência a queda da importação de

mão-de-obra escrava.

c) a expansão da economia açucareira desencadeou o aumento de mão-de-obra livre em

substituição aos escravos.

d) a proibição do tráfico negreiro provocou alteração no abastecimento de mão-de-obra para

o setor cafeeiro.

e) o reconhecimento da independência do Brasil pela Inglaterra causou a imediata diminuição

da importação de escravos.

12. MACKENZIE (2004) - A Lei Eusébio de Queirós, promulgada em setembro de 1850, durante

o Segundo Reinado, extinguindo o tráfico negreiro, foi resultado:

a) de pressões do governo britânico, que, após a Revolução Industrial do século XVIII, se

interessava na ampliação dos mercados consumidores para seus produtos manufaturados.

b) da crescente pressão da opinião pública nacional, contrária à escravidão, que se chocava

com os interesses econômicos internacionais, especialmente os ingleses.

c) da pressão e do exemplo dos britânicos, que, por motivos religiosos, não aceitavam o

trabalho compulsório, empregando e defendendo o trabalho livre assalariado.

d) da exigência britânica, que impunha a extinção do tráfico negreiro como cláusula para

reconhecimento da independência brasileira.

e) da pressão executada pela Inglaterra, por meio da lei Bill Aberdeen, que conferia o direito à

Marinha britânica de confiscar e utilizar a mão-de-obra escrava nas suas colônias antilhanas.

13. UFRJ (2004) - As principais formas de se obterem cartas de alforria no Brasil escravista

eram : os escravos acumulavam recursos e pagavam aos senhores pela libertação ; recebiam as

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cartas gratuitamente ; ou obtinham-nas apenas por meio de acordos que envolviam a

prestação de serviços por tempo determinado .

Houve uma evolução na proporção destas formas de alforria . Em 1789-1794 de pagar 48% ,

grátis 31% e servir 21% , para em 1845-1849 grátis 49% , pagar 26% e servir 25% . ( Fonte .

Livros de Registros de notas do primeiro , 2° e 3° ofícios do Rio de Janeiro - Arquivo Nacional

(RJ) .

a) Indique como os padrões de alforria expressos acima questionam a tradicional visão que se

tem do escravo como mera propriedade senhorial

b) Explique como a expansão cafeeira influenciou a mudança dos padrões de alforria de

escravos entre fins do século XVIII e meados do seguinte .

14. UFSCAR (2004) - Leia o texto com atenção.

Desvela-se o cotidiano do trabalho numa fazenda do sudeste, em meados dos Oitocentos. De

qual trabalhador falamos? Podia ser um José. Um africano com nome cristão. (...) Não um

qualquer e sim oriundo de um povo do mesmo nome localizado no nordeste do vale Zambezi,

na província de Tete. Lá para as bandas da África Oriental. Mas no Brasil todos o chamavam de

José Moçambique. Tinha 17 anos quando embarcou aprisionado no porto de Quilimane,

chegando ao Brasil no navio Brigue-Ganges em 1834, já durante o período de ilegalidade do

comércio atlântico de escravos. Melhor sorte tiveram outros malungos (como se

denominavam os companheiros de viagem dos tumbeiros) que vieram embarcados nesse

mesmo navio, numa viagem em 1839. Abordados em alto mar pela marinha inglesa,

mobilizada na repressão ao tráfico ilegal, foram considerados africanos livres. No Rio de

Janeiro, José não ficou muito tempo (...). Outra viagem se fazia urgente. Rumo às fazendas de

café. Chegaria a Vassouras, coração do mundo cafeeiro, dos barões do vale do Paraíba.

Inserção e aprendizado ali foram imediatamente realizados com a ajuda de outros africanos

que encontrou. E, não passadas duas dúzias de anos, foi a vez de José iniciar na rotina daquela

fazenda outros trabalhadores “estrangeiros” recém-chegados. Estes não eram africanos, nem

tão iguais. Eram crioulos escravos provenientes do Maranhão, Ceará, Piauí e Sergipe, vendidos

no lucrativo comércio interprovincial no pós-1850. (...) José lembra que muitos (...), apesar de

oriundos de povos e regiões diferentes eram chamados – a maioria – pelo sobrenome Cabinda,

Angola, Congo e Benguela.

Tinham uns chamados por fulano Cassange, beltrano Monjolo, sicrano Ganguela, Rebolo, e

igualmente vários Moçambique. E posteriormente muitos crioulos. E de muitos lugares. (...) .

(Flávio Gomes. O cotidiano de um escravo. Folha de S.Paulo, Mais! 24.08.2003.)

a) Explique o contexto histórico descrito e os acontecimentos da época que interferiram na

vida dos sujeitos históricos mencionados.

b) Explique como o autor se posiciona em relação aos sujeitos históricos citados.

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IMIGRAÇÃO

15. FUVEST (2004) - “Na comunidade doméstica de constituição patriarcal, ainda bem viva

durante nosso Império, os escravos constituíam uma simples ampliação do círculo familiar. Por

isso e também por motivos compreensíveis de interesse econômico, o bem estar dos escravos

devia ser mais caro ao fazendeiro do que o dos colonos.” Sergio Buarque de Holanda.

Introdução da obra Memória de um colono no Brasil de Thomas Davatz. Com base no texto,

a) Indique quais os conflitos decorrentes da tradição escravista dos fazendeiros com relação ao

emprego da mão-de-obra livre.

b) Explique o que levou os colonos a deixarem a Europa e virem para o Brasil, apesar dos

problemas apontados.

MOVIMENTO REPUBLICANO

16. FUVEST (2004) - “Firmemos, sim, o alvo de nossas aspirações republicanas, mas voltêmo-

nos para o passado sem ódios, sem as paixões efêmeras do presente, e evocando a imagem

sagrada da Pátria, agradeçamos às gerações que nos precederam a feitura desta mesma Pátria

e prometamos servi-la com a mesma dedicação, embora com as idéias e as crenças de nosso

tempo”.

Teixeira Mendes, 1881. De acordo com o texto, o autor

a) defende as idéias republicanas e louva a grandeza da nação.

b) propõe o advento da república e condena o patriotismo.

c) entende que as paixões de momento são essenciais e positivas na vida política.

d) acredita que o sistema político brasileiro está marcado por retrocessos.

e) mostra que cada nova geração deve esquecer o passado da nação.

CULTURA

17. UNESP (2004) - Todo trabalho é realizado pelos pretos, toda a riqueza é adquirida por

mãos negras, porque o brasileiro não trabalha, e quando é pobre prefere viver como parasita

em casa dos parentes e de amigos ricos, em vez de procurar ocupação honesta. (Ina von

Binzer. Alegrias e tristezas de uma educadora alemã no Brasil, 1881.) Segundo a visão da

educadora alemã, a sociedade brasileira, no final do século XIX, caracterizava-se pela

a) grande generosidade dos brasileiros brancos ricos, que protegiam a população mais pobre.

b) desclassificação das atividades manuais, consideradas contrárias à própria noção de

liberdade.

c) desigualdade social, ainda que houvesse mecanismos institucionais de distribuição de renda.

d) predominância de famílias diminutas, ainda que conservando seu caráter patriarcal.

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e) presença do trabalho assalariado, que permitia significativa acumulação de capital.

01. (FATEC) No século XIX, a Inglaterra pressionou diversos países para acabar com o

protecionismo comercial e com a existência do trabalho compulsório. Esta situação culminou,

em 1845, com o "Bill Aberdeen". Neste contexto o Brasil sancionou, em 1850, a "Lei Eusébio

de Queirós" tratando:

a) da extinção do sistema de parceria na lavoura cafeeira;

b) da manutenção dos arrendamentos de terras;

c) da extinção do tráfico indígena entre o norte e o sul do país;

d) da manutenção do sistema de colonato na lavoura canavieira;

e) da extinção do tráfico negreiro.

02. A vida político-partidária do Segundo Reinado estava marcada pela disputa entre o Partido

Conservador e o Partido Liberal. Os dois partidos se caracterizavam por, exceto:

a) defender a monarquia e a preservação do "status quo";

b) representar os interesses da mesma elite agrária;

c) possuir profundas diferenças ideológicas e de natureza social;

d) ter origem social semelhante;

e) alternarem-se no poder, com predomínio dos conservadores.

03. (UCSAL) A Tarifa "Alves Branco", de 1844, como ficou conhecido o decreto do Ministro da

Fazenda, foi uma medida de caráter:

a) reformista

b) monopolista

c) protecionista

d) mercantilista

e) cooperativista

04. (UCSAL) A introdução da mão-de-obra do imigrante na economia brasileira contribuiu para

a:

a) desestruturação do sistema de parceria na empresa manufatureira;

b) implantação do trabalho assalariado na agricultura alimentícia;

c) expansão do regime de co-gestão nas indústrias alimentícias;

d) criação de uma legislação trabalhista voltada para a proteção do trabalho;

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e) reordenação da estrutura da propriedade rural nas áreas de produção açucareira.

05. (UBC) A Lei de Terras de 1850 garantia que no Brasil:

a) os escravos, após sua libertação, conseguissem um lote de terras para o cultivo de

subsistência;

b) os brancos pobres ficassem ligados como meeiros aos grandes proprietários de terras;

c) todas as terras fossem consideradas devolutas e, portanto, colocadas à disposição do

Estado;

d) a posse de terra fosse conseguida mediante compra, excluindo as camadas populares e os

imigrantes europeus da possibilidade de adquiri-la.

e) n.d.a.

06. (UNIFENAS) A Questão Christie refere-se a:

a) Aliança entre Brasil, Argentina e Uruguai.

b) Atritos entre a Inglaterra e diversos países da América Latina.

c) Aliança da Inglaterra com a Argentina contra o Brasil.

d) Atritos entre a Inglaterra, Argentina e Uruguai.

e) Atritos diplomáticos entre Inglaterra e Brasil.

07. (UBC) Na Guerra do Paraguai (1865 - 1870), o Brasil teve como aliados:

a) Bolívia e Peru

b) Uruguai e Argentina

c) Chile e Uruguai

d) Bolívia e Argentina

e) n.d.a.

08. (FGV) "Será o suplício da Constituição, uma falta de consciência e de escrúpulos, um

verdadeiro roubo, a naturalização do comunismo, a bancarrota do Estado, o suicídio da

Nação."

No texto acima, o deputado brasileiro Gaspar de Silveira Martins está criticando:

a) a proposta de Getúlio Vargas de reduzir a remessa de lucros;

b) o projeto da Lei dos Sexagenários, do gabinete imperial da Dantas;

c) o projeto de legalizar o casamento dos homossexuais, de Marta Suplicy;

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d) a proposta de dobrar o salário mínimo, de Roberto de Campos;

e) o projeto de Luís Carlos Prestes de uma "República Sindicalista".

09. (FAZU) As estradas de ferro brasileiras, no Segundo Reinado, concentravam-se, sobretudo,

nas regiões de produção:

a) do fumo

b) do milho

c) do cacau

d) do café

e) do feijão

10. (FESP) Assinale a alternativa que não contém uma característica referente ao período do

Segundo Reinado (1845 - 1889):

a) fim do tráfico negreiro;

b) elaboração da primeira Constituição brasileira;

c) domínio do café no quadro das exportações brasileiras;

d) início da propaganda republicana;

e) participação na Guerra do Paraguai.

11. (UMC) O Golpe da Maioridade, datado de julho de 1840 e que elevou D. Pedro II a

imperador do Brasil, foi justificado como sendo:

a) uma estratégia para manter a unidade nacional, abalada pelas sucessivas rebeliões

provinciais;

b) o único caminho para que o país alcançasse novo patamar de desenvolvimento econômico e

social;

c) a melhor saída para impedir que o Partido Liberal dominasse a política nacional;

d) a forma mais viável para o governo aceitar a proclamação da República e a abolição da

escravidão;

e) uma estratégia para impedir a instalação de um governo ditatorial e simpatizante do

socialismo utópico.

Resolução:

01. E 02. C 03. C 04. B

05. D 06. E 07. B 08. B

09. D 10. B 11. A

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Questão resolvida. Um dos fatos relevantes da política externa do Segundo Reinado foi o

desencadeamento da Guerra do Paraguai (1865-1870). Como conseqüência do conflito, o

Império Brasileiro foi fragilizado em dois aspectos fundamentais: o econômico e o político.

Explique esses dois aspectos.

Resposta: Econômico - Os custos do conflito significaram um endividamento muito grande do

Império e a necessidade de se buscar recursos junto à Inglaterra.

Político - A constituição do Exército Brasileiro como uma estrutura forte, pelas necessidades

do conflito fez com que este assumisse papel relevante na estrutura de poder e se

posicionasse a favor da República.

Questão resolvida. Explique como o avanço da cultura cafeeira através do lado paulista do

Vale do Paraíba, a partir da segunda metade do século XIX, veio criar condições para o início da

industrialização no Brasil, pioneiramente no Estado de São Paulo.

Resposta: O sucesso da cultura cafeeira em São Paulo, na segunda metade do século XIX,

possibilitou a acumulação primitiva de capital para posterior aplicação no início da

industrialização. Ainda a queda da lucratividade desta atividade no início do século XX fez com

que os capitais acumulados anteriormente deixassem de ser reinvestidos na atividade cafeeira

e mirassem para a atividade industrial.

(UFOP - MG) Com relação ao ''Segundo Reinado'', assinale a opção INCORRETA:

a) foi marcado pela expansão da cafeicultura no Vale da Paraíba e oeste paulista

b) foi marcado pelo revezamento, no poder, dos partidos políticos Liberal e Conservador

c) foi marcado pela adoção de leis graduais de abolição da escravidão

d) foi marcado pela convocação de uma Assembléia Constituinte que extinguiu o Poder

Moderador

e) foi marcado pela abolição do tráfico atlântico de escravos

EXERCÍCIOS

1) (FGV_SP)- Os empreendimentos industriais do barão de Mauá redundaram em inúmeras

falências, após um relativo sucesso, entre outros fatores devido a (à):

a) suas posições nacionalistas contrárias aos investimentos estrangeiros

b) reformulação da tarifa Alves Branco em favor da tarifa Silva Ferraz

c) falta de cobertura financeira (bancária) baseada em seus próprios recursos

d) carência de mão-de-obra especializada

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e) oposição direta que lhe moviam as grandes propriedades rurais.

2) (PUCC-SP) - A importância da Lei Eusébio de Queiróz (1850), no contexto do processo de

abolição da escravatura, esta no fato de ter:

a) declarada extinto o tráfico de africanos, estipulando penas para seus infratores

b) concedido liberdade a todos os escravos que participaram da Praieira (1848);

c) permitido a repressão dos traficantes de escravos por navios da marinha portuguesa

d) libertado os escravos que fossem maiores de 60 anos de idade; e) acabado com a venda em

separado de casais africanos em leilões públicos.

3) (UFOP-MG) - Dentre os fatores que determinaram a passagem da monarquia à república, no

Brasil, não se inclui ( incluem):

a) a abolição da escravidão e a consolidação do trabalho assalariado; b) a tomada de

consciência por parte do exército, após a guerra do Paraguai, de sua situação e papel na vida

nacional;

c) a luta entre o partido Conservador, que defendia a monarquia, e o Partido Liberal, que

desejava a forma republicana;

d) o combate à descentralização administrativa pela implantação do federalismo;

e) o desenvolvimento de grupos médios urbanos, compostos de profissionais liberais,

pequenos comerciantes e funcionários públicos.

RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS :

1-B

2-A

3-C