COLUNA VERTE- BRAL

13
COLUNA VERTEBRAL 1 COLUNA VERTE- BRAL ANATOMIA

Transcript of COLUNA VERTE- BRAL

Page 3: COLUNA VERTE- BRAL

COLUNA VERTEBRAL

3

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 4

COLUNA CERVICAL ......................................................................................................... 7

COLUNA TORACOLOMBAR ........................................................................................ 8

SACRO E CÓCCIX .......................................................................................................... 10

REFERÊNCIA .................................................................................................................... 12

Page 4: COLUNA VERTE- BRAL

COLUNA VERTEBRAL

4

INTRODUÇÃO

A coluna vertebral integra o esqueleto axial, fornecendo importante sustentação ao tronco e ao pescoço. Ela representa cerca de dois quintos da altura do indiví-duo, com 25% dela sendo formado pelos discos intervertebrais e o restante pelo so-matório dos corpos vertebrais. É uma es-trutura essencial de proteção da medula e dos nervos espinais, além de ser um im-portante elemento de manutenção e sus-tentação da postura e participação na lo-comoção. Em posição ereta a carga au-menta em sentido cranial para caudal, sendo por meio dela realizada a distribui-ção do peso do tronco até a pelve e, em se-guida, para os membros inferiores. A formação da coluna em discos e peque-nos ossos articulados lhe confere mobili-dade e força de resistência aos movimen-tos, combinando resistência e flexibilidade. A coluna vertebral se estende inferior-mente ao crânio até o ápice do cóccix e é composta de 33 vértebras no adulto, dis-postas em segmentos: cervical, torácico, lombar e sacrococcígeo. A distribuição das vértebras por segmento ocorre da se-guinte maneira: 7 vértebras cervicais, 12 vértebras torácicas, 5 vértebras lombares, 5 vértebras sacrais fusionadas e 4 vérte-bras coccígeas fusionadas. As vértebras aumentam em volume desde a primeira vértebra cervical até a 5 vértebra lombar, na medida que sustentam mais peso, e a

partir da primeira vértebra sacral começam a diminuir, progressivamente, de tamanho.

Representação dos segmentos da coluna vertebral

Na vida fetal a coluna vertebral possui uma única curvatura em C, denominada curva-tura primária. Ao longo da lactância e in-fância as curvaturas secundárias se desen-volvem e o conjunto dessas curvaturas pode ser mais bem observados no adulto. Em vista sagital, a coluna vertebral possui a seguinte configuração: 2 curvaturas pri-márias, as cifoses (torácica e sacral), e 2 curvaturas secundárias, as lordoses (cer-vical e lombar). As curvaturas permitem maior flexibilidade e resiliência à coluna. As

Page 5: COLUNA VERTE- BRAL

COLUNA VERTEBRAL

5

lordoses são curvaturas mais dinâmicas e se acentuam com a movimentação, que nessas regiões é maior. Por isso, essas re-giões são também mais frequentemente acometidas por patologias, como hérnias. Além destas, podem ocorrer curvaturas anormais da coluna vertebral, consequên-cias de anomalias congênitas ou decorren-tes de processos patológicos. A hiperci-fose torácica é conhecida como corcova ou corcunda. A hiperlordose lombar é causa comum de dor lombar. A escoliose ocorre como uma curvatura lateral anormal com rotação das vértebras. Além destas, outros fatores afetam a coluna como a osteopo-rose, doença sistêmica mais comum em mulheres com o avanço da idade, que al-tera a arquitetura do tecido ósseo afetando principalmente as trabéculas horizontais do osso trabecular do corpo vertebral, di-minuindo a altura.

As vértebras possuem uma série de estru-turas como seus componentes: o corpo vertebral está situado na porção anterior e é a região mais resistente da vértebra, é formado por osso trabecular (esponjoso) vascularizado envolvido por osso com-pacto. Entre as trabéculas há grande quan-tidade de medula óssea vermelha, com ati-vidade hematopoiética (formadora de san-gue). Na parte posterior, há o arco verte-bral, que é formado pelos pedículos e pelas lâminas. Os pedículos são estruturas cur-tas, posteriores ao corpo vertebral que

conectam os processos transversos às lâ-minas, já estas são placas de ossos planos e longos situadas entre os processos transverso e espinhoso. Sete processos ocorrem em vértebras típicas: o processo espinhoso localiza-se posteriormente, sendo formado pela união dos arcos verte-brais; os processos transversos se proje-tam posterior e lateralmente dos arcos ver-tebrais e os processos articulares se origi-nam do encontro dos pedículos com as lâ-minas, dois superiores e dois inferiores, apresentando em cada um uma face arti-cular. O forame vertebral, formado pelo espaço entre o arco e o corpo vertebral, é o local de passagem da medula espinal. A sucessão de forames vertebrais forma o canal vertebral. O forame intervertebral é formado pelas incisuras vertebrais superi-ores e inferiores de vértebras adjacentes unidas. Por esses forames emergem os nervos espinais.

Page 6: COLUNA VERTE- BRAL

COLUNA VERTEBRAL

6

Figura representando os forames vertebrais e in-tervertebrais com a emergência da medula espi-

nhal e dos nervos espinhais, respectivamente.

As articulações entre os corpos verte-brais são cartilaginosas do tipo sínfise, uni-das por discos intervertebrais e ligamen-tos. A artrose das articulações vertebrais é comum e ocorre com formação de osteó-fitos, que podem estreitar os forames ver-tebrais e intervertebrais. A fim de suportar as constantes pressões do peso na coluna há entre as vértebras uma estrutura dis-coide que absorve os impactos, evitando a passagem de grande energia pela estru-tura óssea. O disco intervertebral é for-mado por diversas fibras elásticas concên-tricas, formando um anel fibroso. No seu interior está uma estrutura gelatinosa, composta majoritariamente por água, re-manescente da notocorda, chamado de núcleo pulposo. A hérnia de núcleo pul-poso é uma causa importante de lombal-gia. Caso haja degeneração do anel

fibroso, pode ocorrer herniação do conte-údo do núcleo pulposo para o canal verte-bral podendo comprimir a medula espinal ou as raízes nervosas. É mais provável que a hérnia do núcleo pulposo ocorra na dire-ção posterior lateral visto que nesse ponto o anel fibroso é mais fino e não tem sus-tentação dos ligamentos longitudinais posteriores e anteriores. Além disso, por terem discos intervertebrais maiores na re-gião lombar e lombossacral, a maioria das hérnias ocorre nesses segmentos sendo cerca de 95% das hérnias de disco lomba-res ocorrendo nos níveis de L4-L5 ou L5-S1. Como regra geral quando há protusão do disco intervertebral normalmente há compressão da raiz nervosa de número in-ferior à do disco herniado. Com o envelhe-cimento os discos vertebrais tornam-se mais rígidos por desidratação e perda de elastina e proteoglicanos. Podem, ainda, ocorrer pequenas rachaduras no anel fi-broso (condrose), causando redução da estabilidade e evoluir para esclerose (au-mento da radiopacidade, osteocondrose).

Page 7: COLUNA VERTE- BRAL

COLUNA VERTEBRAL

7

Figura representando o disco intervertebral

O ligamento longitudinal anterior une as faces anteriores laterais dos corpos verte-brais e discos intervertebrais, é o único li-gamento a impedir a hiperextensão da co-luna vertebral. Além dele, o ligamento lon-gitudinal posterior segue dentro do canal vertebral ao longo da face posterior dos corpos vertebrais, impedindo a flexão da coluna. Outros ligamentos importantes da coluna vertebral são: ligamento amarelo, que une as lâminas de arcos vertebrais ad-jacentes; ligamentos interespinais, que unem os processos espinhosos adjacen-tes; ligamento supraespinal, que unem as extremidades dos processos espinhosos desde a sétima vértebra cervical até o sa-cro; ligamento nucal, entre a protuberân-cia occiptal externa e a margem do forame magno até os processos espinhosos das vértebras cervicais; ligamentos intra-transversários, que unem processos transversos adjacentes.

Além dos ligamentos, existem dois grupos de articulações craniovertebrais, as arti-culações atlantoccipitais, formadas entre o atlas (vértebra C I) e o occipital no crânio, e as articulações atlantoaxiais, entre o atlas e o áxis (vértebra C II). As articulações atlântocciptais são do tipo sinovial elip-soide e permitem acenar com a cabeça, como na flexão e extensão da cabeça indi-cativa do movimento de “sim”, além de permitir a inclinação lateral da cabeça. As articulações que permitem o movimento de “não” são as articulações atlantoaxiais, formadas por 2 articulações atlantoaxiais laterais e uma articulação atlantoaxial me-diana.

COLUNA CERVICAL

A coluna cervical forma o esqueleto do pescoço, é bastante móvel, e formada por 7 vértebras empilhadas. Elas possuem ta-manho e corpos vertebrais reduzidos, por sustentarem menos peso.

Como características principais das vérte-bras cervicais típicas temos: processos es-pinhosos curtos e bífidos (terminando em dois tubérculos); forame vertebral grande e triangular; processo transverso bífido com um forame transversário (pelo seu interior passa a artéria vertebral, exceto em C7); presença do processo uncinado ou unco

Page 8: COLUNA VERTE- BRAL

COLUNA VERTEBRAL

8

do corpo vertebral, que é uma elevação da margem superior lateral.

Figura representando a coluna cervical. A cada lado, de cima para baixo: C1 (Atlas), C2 (áxis) e

vértebra cervical típica

Por outro lado, algumas vértebras são con-sideradas atípicas por possuírem especifi-cidades. A primeira vértebra cervical ou Atlas é uma vértebra atípica por não ter corpo vertebral nem processo espinhoso e sim dois arcos, um anterior e outro poste-rior. Ela tem, ainda, uma massa lateral de cada lado, sendo a vértebra cervical mais larga, uma face articular superior e inferior. Além disso, no arco posterior tem o sulco da artéria vertebral, por onde passa a arté-ria vertebral e o nervo C1. No arco anterior está a fóvea do dente, local de articulação com o dente do áxis. A segunda vértebra cervical ou Áxis é também uma vértebra atípica que possui um processo odontoide ou dente do áxis o qual se articula com a

primeira vértebra, permitindo o movimento do "não". O áxis é a vértebra cervical mais forte. Fraturas do dente do áxis represen-tam um dos tipos mais comuns de fratura da segunda vértebra cervical. A fratura do enforcado ocorre por hiperextensão da ca-beça ocasionando fratura das vértebras cervicais. Além disso, na sexta vértebra cervical os tubérculos anteriores são cha-mados de tubérculos caróticos, locais onde as artérias carótidas comuns podem ser comprimidas a fim de conter sangramen-tos. A sétima vértebra cervical é também conhecida como vértebra proeminente por possuir um processo espinhoso maior, único (não é bífido) e que se projeta mais posteriormente em relação às demais vér-tebras cervicais típicas.

COLUNA TORACOLOMBAR

As vértebras torácicas situam-se na por-ção superior do dorso e mantém relação direta com as costelas, por isso elas apre-sentam as fóveas costais, num total de 6 por vértebra, localizadas no corpo verte-bral, na parte superior e inferior, e também no processo transverso, onde também se articulam as costelas. O corpo vertebral é cordiforme ou em formato de coração, o forame vertebral é circular e menor, os pro-cessos transversos são longos e fortes e os processos espinhosos longos e inclinados posterior e inferiormente.

Page 9: COLUNA VERTE- BRAL

COLUNA VERTEBRAL

9

Figura representando as vértebras torácicas.

A coluna lombar está entre o tórax e o sa-cro e exibe uma lordose acentuada. As vér-tebras lombares são mais robustas, com corpo vertebral mais desenvolvido por sustentarem bastante peso, reniforme. Possuem ainda, processos transversos (ou costiformes) longo e delgados, com pro-cessos acessórios na face posterior, que permite a fixação dos músculos; processos articulares quase verticais e processo ma-milares, que permitem fixação de múscu-los; forame vertebral triangular e processo espinhoso horizontalizado e curto, em for-mato de machadinha. Como os nervos espinais lombares au-mentam de tamanho da região cranial para caudal enquanto os forames interverte-brais diminuem, as raízes do nervo espi-nhal L5 são as mais suscetíveis a compres-são caso haja algum osteófito ou hérnia de disco intervertebral.

A linha horizontal que une os pontos mais altos das cristas ilíacas atravessa a extre-midade do processo espinhoso de L4 e o disco intervertebral entre L4 e L5 é o plano supracristal. A sua importância clínica é a possibilidade de realizar a punção lombar (PL) sem riscos de lesar a medula espinal, na região da cauda equina. Além disso, é um local ideal para injeção de substâncias anestésicas. A punção lombar consiste na retirada de amostra de líquido cerebrospi-nal (LCS) ou líquor da cisterna lombar, sendo uma importante técnica de diagnós-tico para avaliar vários distúrbios do sis-tema nervoso central (SNC), pois menin-gite e as doenças do SNC podem alterar as células no LCS ou modificar a concentra-ção de seus elementos químicos. O exame do LCS também pode verificar se há san-gue.

Page 10: COLUNA VERTE- BRAL

COLUNA VERTEBRAL

10

Figura representando a coluna lombar.

SACRO E CÓCCIX

O sacro é formado pela fusão de cinco vér-tebras formando uma estrutura única. Está localizado entre os ossos do quadril, for-mando o teto e a parte posterior e superior da cavidade pélvica. O ângulo lombossa-cral situa-se na junção dos eixos longos da coluna lombar com o sacro e torna o sacro inclinado em relação à quinta vértebra lombar. O sacro normalmente é mais largo nas mulheres. A fusão das vértebras sa-crais ocorre na vida adulta. A porção supe-rior é chamada de base do sacro e a porção inferior, de ápice do sacro. De superior para inferior as vértebras sacrais progres-sivamente se tornam menores, visto que o

peso já fora distribuído ao cíngulo do membro inferior pela articulação sacroilí-aca. Na base do sacro há uma proeminên-cia, o promontório sacral, estrutura impor-tante para avaliação da abertura superior da pelve, importante referencial obstétrico. Ainda na base se encontram os processos articulares superiores do sacro.

Figura representando a parte final da coluna verte-bral composta pelo sacro e o cóccix. Fonte: opens-

tax.org.

Ao longo do sacro quatro linhas são deli-mitadas, representando o local de fusão de duas vértebras sacrais consecutivas. O ca-nal sacral é a continuação do canal verte-bral e contém feixe dos nervos da cauda equina. Além disso, entre os componentes vertebrais há os forames sacrais que per-mitem a saída dos ramos posteriores e an-teriores dos nervos espinais. A face ante-rior é predominantemente lisa e côncava, enquanto a face posterior possui rugosida-des e é convexa. Próximo ao ápice do sacro há duas projeções inferiores, chamados de cornos sacrais, que circundam o hiato

Page 11: COLUNA VERTE- BRAL

COLUNA VERTEBRAL

11

sacral. O hiato sacral é um ponto impor-tante para infiltração de anestésicos, por exemplo, porque leva ao canal sacral. Nor-malmente ele é fechado pelo ligamento sa-crococcígeo. É observado ainda duas mas-sas laterais que contém faces auriculares, que se articula com a parte ilíaca do osso do quadril, formando a articulação sacroili-aca. Ainda, posteriormente a ela há a tube-rosidade sacral. Na face posterior, tam-bém, observamos a presença de três linhas transversais: lateral, média e mediana, chamadas de cristas sacrais. A crista sa-cral mediana representa a fusão dos pro-cessos espinhosos das vértebras sacrais, as cristas sacrais mediais representam a fusão dos processos articulares, enquanto as cristas sacrais laterais representam a fusão dos processos transversos.

A porção final da coluna vertebral é o cóc-cix, que representa a porção vestigial da cauda. O cóccix serve de fixação para os músculos coccígeo e glúteo máximo e para o ligamento anococcígeo. Ele é formado pela fusão de quatro ou cinco vértebras que diminuem progressivamente até a ex-tremidade. A extremidade inferior do cóc-cix se projeta anteriormente podendo pressionar a abertura inferior da pelve du-rante o parto. Os processos articulares do cóccix formam os cornos coccígeos, que se articulam com os cornos sacrais. Lesões do cóccix podem ocorrer por quedas ab-ruptas podendo ocasionar deslocamento deste e necessitar de correção cirúrgica.

Page 12: COLUNA VERTE- BRAL

COLUNA VERTEBRAL

12

@jalekoacademicos Jaleko Acadêmicos @grupoJaleko

REFERÊNCIA

Sistema Locomotor – Anatomia Osteomuscular – Esqueleto axial – Coluna vertebral – Anatomia geral da coluna (Professor Marco Aurelio Passos). Jaleko Acadêmicos. Disponível em: < https://www.jaleko.com.br>.

Sistema Locomotor – Anatomia Osteomuscular – Esqueleto axial – Coluna vertebral – Coluna Cervical (Professor Marco Aurelio Passos). Jaleko Aca-dêmicos. Disponível em: < https://www.jaleko.com.br>.

Sistema Locomotor – Anatomia Osteomuscular – Esqueleto axial – Coluna vertebral – Coluna Toracolombar (Professor Marco Aurelio Passos). Jaleko Acadêmicos. Disponível em: < https://www.jaleko.com.br>.

Sistema Locomotor – Anatomia Osteomuscular – Esqueleto axial – Coluna vertebral – Sacro e cóccix (Professor Marco Aurelio Passos). Jaleko Acadê-micos. Disponível em: < https://www.jaleko.com.br>.

MOORE, Keith L. Anatomia Orientada para a Prática Clínica. 8ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. 1128p.

NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana. 7ed. Rio de Janeiro: Else-vier, 2019. 672p.

DRAKE, Richard L. Gray’s anatomia clínica para estudantes. 3ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. 1192p.

PAULSEN, Friedrich, WASCHKE, Jens. Sobotta: atlas de anatomia hu-mana. 23ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.

VISITE NOSSAS REDES SOCIAIS