Com que frequência você treinava Redação? Você pega jeito. Quanto mais você faz, mais você...

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JV – Quando e por que você escolheu Administração? Érika – Eu tive um trabalho no final do Ensino Médio que se relacionava um pouco com Administração. Na verdade, tinha de envolver os alunos participantes desse trabalho no que eles queriam fazer numa empresa. Tinha de montar uma empresa e alocar cada um deles. Eu fiquei na parte administrativa e vi que era bem abrangente. Gostei, me interessei mais, vi profissionais bem-sucedidos e decidi seguir essa carreira. Ao terminar o Ensino Médio, você prestou vestibular direto? Prestei Fuvest e Mackenzie no final do Ensino Médio, para Administração. Passei no Mackenzie, mas não me matriculei, e na Fuvest não cheguei muito perto. Pensei então em fazer um ano de cursinho. Minha irmã fez Etapa e entrou na São Francisco. Ela me estimulou a vir para cá. Achava que ia valer a pena. E valeu. Como foi seu início aqui? No começo a gente tem muito gás para estudar e eu me empenhava bastante. Você tenta dar o melhor de si porque depois fica mais complicado. Do meio para o fim do ano foi muito difícil. Às vezes não dava tempo de estudar tanto e eu me sentia culpada. “No começo eu rendia tanto e agora não estou rendendo.” Mas acho que isso é normal. Eu me esforçava o mais que podia, sem extrapolar limites. Como era seu método de estudos? No início eu resolvi focar nas matérias em que tinha mais dificuldade e a matéria em que mais me empenhei foi Geografia. Não que eu abandonasse as outras, fazia todos os exercícios, escritos e testes, de todas as matérias. Geografia era a matéria em que você estava mais defasada? Era. Saí do Ensino Médio com muita defasagem em Geografia. História, um pouco. E Português, na parte de texto e em literatura tinha também defasagem. Para ser sincera, acho que não tinha muita maturidade no Ensino Médio para entender literatura. Os professores do cursinho ensinam de um jeito diferente e passei a gostar de literatura. Por causa deles, até hoje leio alguns autores. Você estudava a matéria do dia? Eu estudava as matérias do dia, de todos os professores, e fazia os exercícios. Era um conselho da minha irmã também. No começo foi fácil, tinha bastante tempo, mas no final não dava tempo. Aí selecionava as matérias que eu achava que tinha de focar mais, que contavam mais pontos para mim, História, Geografia e Matemática. E Português. Eu me empenhava bastante nessas. E me preocupava mais com a parte escrita. Os professores falavam que muita gente tem dificuldade em formular questão, a estrutura mesmo, mas se você treina desde o começo não é um problema tão grande no final. Quantas horas por dia você dedicava aos estudos? No começo eu estudava mais ou menos das 3 horas da tarde às 7 da noite. Você estudava no fim de semana também? Vinha sábado ao Reforço para Administração [RPA] e depois reservava o dia para mim. Saía com os amigos. No domingo eu estudava de três a cinco horas, mas espaçadas, não contínuas como nos outros dias. Se tinha alguma coisa atrasada, procurava pôr em dia. O que eu mais estudava era Geografia. Se não tinha nada atrasado, estudava Geografia, revisando e revisando. O que achou do RPA? Acho que o diferencial do reforço é que você resgata aquilo que vê na aula e grava mais. Você tem tempo para treinar mais e acaba assimilando tudo melhor. Você ia ao Plantão de Dúvidas? Eu levava as redações aos plantonistas. As outras matérias eu procurava no Plantão Virtual. No começo as minhas redações não eram muito boas. Mas os plantonistas dão dicas e fui melhorando. Lembro de uma vez em que levei uma redação e a plantonista disse que tinha gostado muito. Era um dia em que eu estava cansada, o dia em que divulgaram que a Fuvest ia mudar, o que me deixou desolada: “Mudou tudo, agora não vou passar.” Quando a plantonista falou que gostou da minha redação, foi um alívio.

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JV – Quando e por que você escolheuAdministração?Érika – Eu tive um trabalho no final do EnsinoMédio que se relacionava um pouco comAdministração. Na verdade, tinha de envolveros alunos participantes desse trabalho no queeles queriam fazer numa empresa. Tinha demontar uma empresa e alocar cada um deles.Eu fiquei na parte administrativa e vi que erabem abrangente. Gostei, me interessei mais, viprofissionais bem-sucedidos e decidi seguiressa carreira.

Ao terminar o Ensino Médio, você prestouvestibular direto?Prestei Fuvest e Mackenzie no final do EnsinoMédio, para Administração. Passei noMackenzie, mas não me matriculei, e na Fuvestnão cheguei muito perto. Pensei então em fazerum ano de cursinho. Minha irmã fez Etapa eentrou na São Francisco. Ela me estimulou a virpara cá. Achava que ia valer a pena. E valeu.

Como foi seu início aqui?No começo a gente tem muito gás para estudare eu me empenhava bastante. Você tenta dar omelhor de si porque depois fica maiscomplicado. Do meio para o fim do ano foimuito difícil. Às vezes não dava tempo deestudar tanto e eu me sentia culpada. “Nocomeço eu rendia tanto e agora não estourendendo.” Mas acho que isso é normal. Eu meesforçava o mais que podia, sem extrapolarlimites.

Como era seu método de estudos?No início eu resolvi focar nas matérias em quetinha mais dificuldade e a matéria em que maisme empenhei foi Geografia. Não que euabandonasse as outras, fazia todos osexercícios, escritos e testes, de todas asmatérias.

Geografia era a matéria em que você estavamais defasada?Era. Saí do Ensino Médio com muita defasagemem Geografia. História, um pouco. E Português,na parte de texto e em literatura tinha tambémdefasagem. Para ser sincera, acho que nãotinha muita maturidade no Ensino Médio paraentender literatura. Os professores do cursinhoensinam de um jeito diferente e passei a gostarde literatura. Por causa deles, até hoje leioalguns autores.

Você estudava a matéria do dia?Eu estudava as matérias do dia, de todos osprofessores, e fazia os exercícios. Era umconselho da minha irmã também. No começofoi fácil, tinha bastante tempo, mas no final nãodava tempo. Aí selecionava as matérias que euachava que tinha de focar mais, que contavammais pontos para mim, História, Geografia eMatemática. E Português. Eu me empenhavabastante nessas. E me preocupava mais com aparte escrita. Os professores falavam que muitagente tem dificuldade em formular questão, aestrutura mesmo, mas se você treina desde ocomeço não é um problema tão grande nofinal.

Quantas horas por dia você dedicava aosestudos?No começo eu estudava mais ou menos das3 horas da tarde às 7 da noite.

Você estudava no fim de semana também?Vinha sábado ao Reforço para Administração[RPA] e depois reservava o dia para mim. Saíacom os amigos. No domingo eu estudava detrês a cinco horas, mas espaçadas, nãocontínuas como nos outros dias. Se tinhaalguma coisa atrasada, procurava pôr em dia.O que eu mais estudava era Geografia. Se nãotinha nada atrasado, estudava Geografia,revisando e revisando.

O que achou do RPA?Acho que o diferencial do reforço é que vocêresgata aquilo que vê na aula e grava mais.Você tem tempo para treinar mais e acabaassimilando tudo melhor.

Você ia ao Plantão de Dúvidas?Eu levava as redações aos plantonistas. Asoutras matérias eu procurava no PlantãoVirtual. No começo as minhas redações nãoeram muito boas. Mas os plantonistas dão dicase fui melhorando. Lembro de uma vez em quelevei uma redação e a plantonista disse quetinha gostado muito. Era um dia em que euestava cansada, o dia em que divulgaram que aFuvest ia mudar, o que me deixou desolada:“Mudou tudo, agora não vou passar.” Quandoa plantonista falou que gostou da minharedação, foi um alívio.

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Com que frequência você treinava Redação?No começo era uma por semana. Faziabastante a do Fique Esperto e procurava fazersempre as do reforço e da Linha de Apoiotambém.

Você fazia os simulados?Procurava não perder nenhum. Por maiscansada que estivesse, eu vinha fazer nasexta-feira. É um retorno que você tem decomo está indo.

Em termos de resultados, como é que vocêficava?Tive um ou outro A, em Português, e um B, emHistória. De resto, a grande maioria era C mais,C menos. Eu ficava preocupada.

Como a prática nos simulados ajudou vocêno vestibular?Você pega jeito. Quanto mais você faz, maisvocê pega manha na questão. Fica mais ágil eisso ajuda muito no vestibular, principalmenteem relação ao tempo. E às vezes você fala:“Nossa, no simulado tinha uma questãoparecida.” Você lembra do jeito, das coisas, eisso facilita muito.

Você assistiu às palestras sobre os livros daFuvest?Assisti a todas. Nas palestras os professoressempre dão a visão que você não teve ao ler.“Nossa, como eu não pensei nisso.” Vale muitoa pena, eles passam as chamadas dicas,orientam sobre os pontos que constantementecaem nas provas. As palestras ajudam bastante.E elas são uma atividade diferente. No meio desua rotina de exercícios, sentar um pouco paraouvir alguém falar alivia o cansaço.

O que você fez nas férias?Nos primeiros dias eu queria dormir bastante,acordar mais tarde. Mas, às vezes, à tarde, eulia alguma coisa, sem pressão. Tinha medo devoltar cansada para o segundo semestre. Deiuma relaxadinha.

Que época do ano passado foi mais pesadapara você?Quando faltava um mês para a 1ª fase daFuvest, foi o ponto crítico. “Será que eu lembroas coisas do começo, será que lembro tudo?”

Você estava no período da revisão?A revisão tem muito exercício e ajuda bastante.Quanto mais prática, melhor. Mas você tem deter na cabeça que é você por você mesmo.Você tem de se ajudar bastante.

Para se preparar para o vestibular, vocêabriu mão de alguma atividade?Antes eu passava a tarde inteira em academia.Vi que não ia dar. Uma coisa ou outra. Osmeus passeios eram nos fins de semana.

Agora que está na USP você retomou algumaatividade?Saio muito mais. Entrei para a bateria, que épura diversão. Tem muita festa, você conhecemuita gente, é um mundo novo. Você entra,fica deslumbrada. Entrei na FEA, foi paixão. Eugosto de curtir a faculdade.

Como você foi na 1ª fase da Fuvest?Fiz 63 pontos. O corte de Administração ficouem 53. Mas eu esperava ter um diferencial atémaior. Você sempre espera tirar um notão.

Depois da 1ª fase, você mudou alguma coisano seu estudo?Continuou a mesma coisa. Talvez emMatemática eu tenha pegado um pouco maispesado, para relembrar. Mas foi só umaatençãozinha a mais.

Na 2ª fase, como é que você foi?Na primeira prova, Português, eu fiz 60 pontos,de 100. Fiquei feliz com o resultado, acho quefui bem, era o que eu esperava. Não tivedificuldade na Redação, a prova foi bemtranquila. Saí segura.

E no segundo dia?No segundo dia, a prova era de todas asmatérias e ninguém sabia o que ia ser. Fuimorrendo de medo. Mas foi tranquilo. Quandoabri a prova, vi que eram questões bemsimples, de conhecimentos gerais, nada muitoespecífico. Só era uma prova trabalhosa.

Quantos pontos você fez nessa segunda prova?65, em 100. Fui melhor do que esperava.

E no terceiro dia, das matérias prioritárias?Minha nota foi 43,75, em 100.

Você achou que poderia ter ido melhor emalguma matéria?Eu me superei em Geografia, consegui me darbem na prova que eu mais temia. Na grandemaioria das questões eu me senti confortávelpara responder. Acho que isso me ajudou arelaxar. Em Matemática eu não fui muito bem.Mas me confortou ter ido bem em Geografia,que estudei o ano inteiro. Queria ver um bomresultado nessa matéria.

Você já conhecia a FEA?Eu conhecia a Cidade Universitária, mas muitopouco. Fui uma vez a uma feira de livros, naépoca de cursinho, mas não cheguei a ver aFEA. Não sabia que ia sentir toda esta paixão.Nossa, tudo é lindo. Não esperava tanto.

O que mais chamou sua atenção?Na FEA as pessoas são muito legais. No dia damatrícula teve trote, mas não é um trote dehumilhar. É trote de receber e falar. Eu lembroque eles falavam assim: “Parabéns, parabéns,bichos, vocês estão na melhor faculdade doBrasil, vocês mereceram, vocês sabem o quefizeram para estar aqui.” Nessa hora a gentelembra das coisas, do cursinho, e se senteconfortável, bem recebida.

Que matérias você teve no primeirosemestre?Tive Introdução à Matemática, que é Cálculo;Introdução à Economia; Fundamentos deAdministração; Contabilidade; e Computação.No noturno a carga é um pouco mais leve, ocurso tem um ano a mais de duração.

Dessas matérias, qual você achou maiscomplicada?Computação. Apanhei bastante. Tinha de teruma noçãozinha, eu não esperava. E Cálculo.Não que seja difícil de entender, mas oprofessor dá uma prova bem exigente.

De qual matéria você gostou mais?Introdução à Economia e Contabilidade.

O que você pretende fazer depois deformada? Ou você acha que está muito cedoainda para saber?O que despertou muito meu interesse foiContabilidade, coisa que eu não esperava. Foi

minha segunda opção, mas eu achava quejamais faria. Depois que vi a matéria, eu faria.Eu faria uma pós, puxaria matéria deContabilidade, porque eu gostei. Contabilidadee Economia. Tenho amigos na Economia,algumas coisas que eles estudam, que são maisaprofundadas, eu não gosto, mas a parte deEconomia que passam para mim eu adoro.Coisas que eu faria seriam relacionadas aContabilidade ou Economia. Mas não que eutrocasse de curso. Eu me sinto satisfeita comAdministração.

Depois de todo o empenho para entrar naFEA, você acha que está diferente de quandocomeçou no cursinho?Estou. O que mais me mudou no cursinho, eque hoje eu falo para todo mundo, é que o quea gente mais aprende não tem a ver só commatéria. A gente aprende a estabelecer umameta e superar os desafios. É uma lição que seleva para a vida. Você aprende a lutar pelo quequer. E você vai fazer isso toda vez queprecisar. Quer um emprego tal, um estágio tal,você vai lutar por isso. O que a gente maisaprende é a lidar com a gente mesmo. Faria denovo só para aprender isso.

Como você descreveria o ano passadopara você?Foi difícil. É um ano em que você se questionase o esforço que está fazendo vai ter retorno ounão. Mas você vê que é um ano fundamental.Precisa ter essa passagem para você conseguiralcançar sua meta. Sem isso, não vejo comoconseguir.

O que você diria a quem vai prestarvestibular este ano?Se você quer muito, vale a pena se empenhar,dedicar, porque é uma recompensa muitogrande, uma coisa muito boa. Se no começovocê não estudou muito, se ainda nãoalcançou seu limite, tente atingi-lo, para nãosair da prova com um peso na consciência:“Poxa, podia ter dado o meu melhor.” Eu saí daprova com a cabeça assim: eu não mudarianada porque sei que cheguei ao meu limite, fizo meu melhor. Este é o pensamento com quecada um tem de sair. Independente se mandoubem ou mal.

O que você diria a quem tentou no anopassado, não conseguiu entrar e vai prestarde novo?Se é um sonho que você tem, um desejo muitogrande, se você não se vê em outrasfaculdades, acho que vale a pena correr atrás elutar. Seu rendimento só tende a aumentar.