Começando Com a Resposta

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  • 7/25/2019 Comeando Com a Resposta

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    Comeando com a Resposta1

    Vincent Cheung

    Traduo: Felipe Sabino de Arajo Neto2

    Numa mensagem anterior a voc, escrevi: Sabemos que o axioma da revelao bblica verdadeiro porque Deus o revelou, e sabemos que Deus o revelou porque o mesmoaxioma logicamente inegvel assim nos diz. Isso pressuposicionalismo.

    Como diz a Confisso de Westminster Confession: A autoridade da Escritura Sagrada,

    razo pela qual deve ser crida e obedecida, no depende do testemunho de qualquerhomem ou igreja, mas depende somente de Deus (que a prpria Verdade) que o seuautor; tem, portanto, de ser recebida, porque a palavra de Deus.

    Deixe-me fazer um ponto relacionado sobre isso.

    Eu escrevi uma resposta ao problema do mal,3mas essa resposta no seria necessria seno houvesse primeiramente umproblemado mal. O mal em si mesmo no nem umaquesto nem uma objeo, assim, ele no demanda uma resposta, defesa ou explicaode ns, mas uma resposta necessria somente quando algum faz dele um problemado mal, isto , uma objeo.

    Como uma criana antes da converso, e ento por algum tempo aps a converso, eununca tinha considerado oproblemado mal, embora tivesse refletido sobre o mal em simesmo. Nunca me ocorreu que o mal fosse um problema contra o Cristianismo.Certamente Deus poderia fazer o que ele quisesse, eu pensava, e certamente ele justoem tudo o que ele faz. At esse momento nunca tinha considerado essa crena

    positivamente sustentada como uma resposta para qualquer objeo contra oCristianismo; contudo, essa precisamente uma das principais respostas bblicas ao

    problema do mal.

    Observe, eu comecei com a resposta, mas nunca considerei as objees contra ela,assim, nunca a considerei como uma resposta a algo para mim, ela era simplesmente apura verdade. Mas ento, medida que me tornei ciente que havia almas rebeldes quedesafiavam a palavra de Deus,4 transformei isso numa resposta contra as objees;todavia, ela a mesma verdade, apenas expressa e empregada agora de uma forma quefuncione como uma resposta contra desafios particulares.

    1O que se segue uma mensagem editada que enviei como parte de uma discusso sobre apologtica.2E-mail para contato: [email protected]

    Veja Vincent Cheung, O Problema do Mal.4Sem dvida, eu tambm era uma alma rebelde antes da minha converso, mas a verdade que eu nuncatinha qualquer objeo consciente contra o Cristianismo.

    mailto:[email protected]:[email protected]
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    A Bblia verdadeira porque Deus revelou a verdade nela enquanto no houverdesafio a isso, no h apologtica envolvida. Assim, a apologtica sempre implica a

    presena de pecado. Se no tivssemos pecado, sempre creramos imediatamente emtudo o que Deus nos diz. No haveria objees contra as quais nos defendermos, e nohaveria crenas falsas para atacarmos. Se no h rebelio e incredulidade, no h

    necessidade de apologtica, embora ainda haja teologia. Quando usamos a abordagembblica ou pressuposicional da apologtica, estamos usando o que positivamenteafirmamos em nossa teologia para interagir com nossos oponentes de uma forma tal quea revelao agora funcione como uma arma defensiva e ofensiva.

    Essa uma diferena essencial entre a abordagem bblica ou pressuposicional e aabordagem clssica ou evidencial.

    Na apologtica bblica ou pressuposicional, comeamos com a resposta, de forma quealgo do que dizemos na apologtica depende da natureza do desafio, visto que nossaapologtica realmente uma adaptao da nossa teologia para uma situao particular.

    Por outro lado, a abordagem clssica ou evidencial comea a partir de um ponto queest muito longe da resposta, e ento tenta conseguir a resposta a partir dali. Ela comeadeliberadamente a partir do prprio ponto de partida do pecador a partir da intuiosubjetiva de algum, de uma sensao falvel ou de um axioma falso. Visto que seu

    prprio ponto de partida (comum com o do pecador) no a resposta, e no umapalavra da parte de Deus, deve-se argumentar ainda se no havia nenhumaincredulidade, rebelio ou objeo. Esse no pode ser o modo de pensamento do cu,mas ns temos a mente de Cristo mesmo agora.

    Se a revelao realmente a resposta, e se somente atravs da revelao que podemosverdadeiramente entender e interpretar algo, ento auto-destrutivo colocar de lado essarevelao necessria para voltar revelao a partir de algum ponto de partida no-

    bblico, cujo ponto de partida adotado, antes de tudo, somente por causa dapecaminosidade e rebelio do homem.

    Assim, para aprender a abordagem bblica da apologtica,5 devemos nos tornarfamiliares com o sistema bblico isto , o que a Escritura revelou sobre vrios assuntose suas relaes uns com os outros.6 Devemos entender tambm que coisas que sonecessrias para todo sistema intelectual, de forma que possamos captar e criticar todosistema oposto medida que nos deparamos com ele.7

    Se no h desafio contra a revelao, ento ela continua sendo verdadeira sobre suanecessidade lgica e autoridade auto-atestadora pois Deus no pode jurar por algummaior que ele mesmo e esse o sistema de verdade que afirmamos. extenso emque entendemos corretamente a Escritura, no h modificaes essenciais para o nossoentendimento desse sistema revelado, mesmo quando chegarmos ao cu, mas somenteentendimento acrescido da mesma revelao, bem como adies a ele.

    5 Ela tem sido apropriadamente chamada por vrios nomes, tais como, dogmatismo,

    pressuposicionalismo, racionalismo bblico, fundamentalismo bblico, etc6Veja Vincent Cheung, Teologia Sistemtica, Questes ltimas, e Confrontaes Pressuposicionalistas.7Veja Vincent Cheung,Apologtica na Conversao.

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    Ao mesmo tempo, o sistema bblico tambm exclui logicamente todos os sistemas no-bblicos, de forma que enquanto nosso sistema permanece verdadeiro e defensvel,todos os outros so falsos por necessidade. Ento, quando h um desafio direto contraele, precisamos apenas adaptar seu contedo para decididamente respond-lo, tanto paradefender nossa f como para esmagar nosso oponente.

    Em outras palavras, ao praticar uma abordagem bblica ou pressuposicional daapologtica, estamos agindo como instrumentos de Deus para liberar sua prpriasabedoria revelada para vindicar a si mesmo e derrotar o inimigo. Antes do que usarnossa intuio, ou raciocnios falaciosos para testificar sobre Deus, nossa apologtica essencialmente uma expresso e aplicao do testemunho de Deus sobre si mesmo,visto que Deus sua melhor testemunha, e ele no pode jurar por ningum maior queele mesmo.8

    Fonte: Captive to Reason, Vincent Cheung, 6-8.

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    Essa uma explicao teolgica do que acontece na apologtica bblica ou pressuposicionalista. Paramais informao, incluindo instrues prticas, recomendo a exposio de Atos 17 no meu livroConfrontaes Pressuposicionalistas, bem como meu livroApologtica na Conversao.

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