Comentario Ao Trabalho De Fernanda Jacinto Por Manuel PatríCio

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Comentário ao trabalho de Fernanda Jacinto Optei por este trabalho por mero acaso (foi o primeiro que abri!) e, após analisá-lo, verifiquei ser muito coincidente com a minha própria análise. Aliás dificilmente poderia ser de outra forma pois as realidades das BE não são assim tão diferentes. Assim decidi somente emitir opinião sobre a síntese geral salientando os pontos comuns e diferenciadores face à minha própria BE. Relativamente ao ponto da gestão da mudança aponta aspectos que são comuns a quase todas as análises. Gostei de ver uma palavra em especial: “Espaço propiciador e auxiliar …” (sublinhado meu). De facto sinto que se formos levar à letra determinadas expressões de vontade e ambições de promoção para a mudança quase parece que compete à BE, e ao PB, a alteração do ambiente pedagógico nas escolas. Considero muito mais saudável vermo-nos como auxiliares, quiçá catalizadores, dessa mudança mas nunca ter a tentação de usurpar uma função que, essa sim, é central: a do professor. Se não houver esse cuidado corremos o risco de escorregar rapidamente para terrenos algo movediços. No ponto “factores de sucesso” no terceiro parágrafo reforça e clarifica o comentário anterior. Gostei da ideia, implícita, de formar formadores. Com efeito não podemos cair na tentação de ser “pau para todo a obra”. Temos que criar uma equipa, um conjunto de “formadores” que possam espalhar as ideias, actividades, promover acções, etc, e reservarmo-nos para a coordenação dessas acções, isto é, sermos cada vez mais gestores do processo de mudança e menos actores. Infelizmente quão longe eu estou disto… Relativamente ao ponto “obstáculos a vencer” tenho os mesmos problemas com a agravante de há 4 anos que não tenho qualquer funcionário. Cada vez percebo menos a politica ministerial. Para poupar o salário de um funcionário tenho que utilizar tempo de professores, que custam 3 ou 4 vezes mais, e que deveria ser rentabilizado a fazer o que só eles sabem: criar actividades de intervenção na escola pedagogicamente enquadradas!

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Comentário ao trabalho de Fernanda Jacinto

Optei por este trabalho por mero acaso (foi o primeiro que abri!) e, após analisá-lo,

verifiquei ser muito coincidente com a minha própria análise. Aliás dificilmente poderia

ser de outra forma pois as realidades das BE não são assim tão diferentes.

Assim decidi somente emitir opinião sobre a síntese geral salientando os pontos

comuns e diferenciadores face à minha própria BE.

Relativamente ao ponto da gestão da mudança aponta aspectos que são comuns a

quase todas as análises. Gostei de ver uma palavra em especial:

“Espaço propiciador e auxiliar…” (sublinhado meu).

De facto sinto que se formos levar à letra determinadas expressões de vontade e

ambições de promoção para a mudança quase parece que compete à BE, e ao PB, a

alteração do ambiente pedagógico nas escolas.

Considero muito mais saudável vermo-nos como auxiliares, quiçá catalizadores, dessa

mudança mas nunca ter a tentação de usurpar uma função que, essa sim, é central: a

do professor.

Se não houver esse cuidado corremos o risco de escorregar rapidamente para

terrenos algo movediços.

No ponto “factores de sucesso” no terceiro parágrafo reforça e clarifica o comentário

anterior.

Gostei da ideia, implícita, de formar formadores. Com efeito não podemos cair na

tentação de ser “pau para todo a obra”. Temos que criar uma equipa, um conjunto de

“formadores” que possam espalhar as ideias, actividades, promover acções, etc, e

reservarmo-nos para a coordenação dessas acções, isto é, sermos cada vez mais

gestores do processo de mudança e menos actores. Infelizmente quão longe eu estou

disto…

Relativamente ao ponto “obstáculos a vencer” tenho os mesmos problemas com a

agravante de há 4 anos que não tenho qualquer funcionário.

Cada vez percebo menos a politica ministerial.

Para poupar o salário de um funcionário tenho que utilizar tempo de professores, que

custam 3 ou 4 vezes mais, e que deveria ser rentabilizado a fazer o que só eles

sabem: criar actividades de intervenção na escola pedagogicamente enquadradas!

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Relativamente ao último ponto não pude deixar se notar que coloca o enfoque na

organização interna da BE, o que está pouco de acordo com as preocupações

manifestadas antes.

Mas como está a proceder à reimplantação de BE é quase inevitável (estive assim há

3 anos, perdão, ainda estou!).

Isto coloca-nos o velho problema da gestão: Como responder ao urgente sem

sacrificar o importante?

Mas nesse barco estamos todos…

Manuel Patrício