Comentário Mateus Macarthur

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5/25/2018 ComentrioMateusMacarthur-slidepdf.com http://slidepdf.com/reader/full/comentario-mateus-macarthur 1/96 Série Estudos Bíblicos John MacArthur MATEUS John MacArthur

Transcript of Comentário Mateus Macarthur

  • Srie E studos B b licos John M a c A rth u r

    MATEUS

    John MacArthur

  • Mateus - Estudos bblicos John MacArthur 2011, Editora Cultura Crist. Originalmente publicado em ingls com o ttulo Matthew - John MacArthur Bible Studies. Copyright 2006, John F. MacArthur Jr. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida,

    armazenada em sistema de recuperao ou transmitida em qualquer forma ou por qualquer meio- eletrnico, mecnico, fotogrfico, gravado ou por qualquer outro - exceto por citaes breves em crticas impressas, sem a prvia permisso do editor. Publicado por Nelson Impact, uma diviso da

    Thomas Nelson, Inc., P.O. Box 141000, Nashville, Tennessee, 37214.

    Ia edio - 3.000 exemplares

    Conselho Editorial Ageu Cirilo de Magalhes Jr.

    Cludio Marra (Presidente) Fabiano de Almeida Oliveira

    Francisco Solano Portela Neto Heber Carlos de Campos Jnior

    Mauro Fernando Meister Tarczio Jos de Freitas Carvalho

    Valdeci da Silva Santos

    Produo EditorialTraduo:Antonio Martins Reviso:Elvira Castanon Filipe Delage Claudete gua Alzira Muniz Rosane Nicolai Editorao:Spress Diagramao & Design Capa:Leia Design

    M lllm MacArthur, JohnMateus estudos bblicos John MacArthur /

    John MacArthur; traduzido por Antonio Martins. _So Paulo: Cultura Crist, 2011

    96 p.: 16x23cm

    Traduo Matthew John MacArthur Bible Studies

    ISBN 978-85-7622-402-0

    1. Estudos bblicos 2. Vida crist I. Titulo

    CDD 248

    S6DITORR CULTURA CRISTA

    R. Miguel Teles Jr., 394 - Cambuci - SP - 15040-040 - Caixa Postal 15.136 Fone 0800-0141963/ (011) 3207-7099 - Fax (011) 3209-1255

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    Superintendente: Haveraldo Ferreira Vargas Editor: Cludio Antnio Batista Marra

  • Su m r io

    Introduo a M ateus.................................................................................................. 05

    1 A vinda do rei .......................................................................................... 09Mateus 1.1-2.23

    2 O rei comea a ministrar....................................................................... 17Mateus 3.1-4.25

    3 A mensagem do reino............................................................................. 23Mateus 5.1-7.29

    4 O poder do rei.......................................................................................... 29Mateus 8.1-9.38

    5 Todos os homens do rei......................................................................... 37Mateus 10.1-42

    6 As reaes do rei....................................................................................... 43Mateus 11.1-12.50

    7 As parbolas do reino............................................................................. 49Mateus 13.1-58

    8 Reino em conflito..................................................................................... 55Mateus 14.1-17.27

    9 Crianas do reino..................................................................................... 63Mateus 18.1-35

    1 0 Pronunciamentos reais.......................................................................... 71Mateus 19.1-23.39

    11 O rei conta o futuro................................................................................ 79Mateus 24.1-25.46

    1 2 O Salvador em agonia... o Senhor ressurreto.................................... 85Mateus 26.1-28.20

  • In t r o d u o M a t e u s

    Mateus, que significa presente do Senhor, era o outro nome de Levi (Mt 9.9), o publicano, isto , o coletor de impostos que deixou tudo o que tinha para seguir a Cristo (Lc 5.27-28). Mateus foi um dos doze apstolos (Mt 10.3; Mc 3.18; Lc 6.15; At 1.13). Em sua prpria lista dos doze discpulos, ele chama a si mesmo, explicitamente, de publicano (Mt 10.3). Em nenhum outro lugar das Escrituras o nome Mateus associado a publicano; os outros evangelistas sempre utilizam seu nome anterior, Levi, quando falam de seu passado pecaminoso. Isso uma evidncia de humildade por parte de Mateus. Conforme os outros Evangelhos, essa obra conhecida pelo nome de seu autor.

    A u t o r e data

    Nos primeiros anos da igreja, a canonicidade e autoria de Mateus no foram questionadas. Eusbio (c. 265-339 d.C.) cita Orgenes (c. 185-254 d.C.): Entre os quatro Evangelhos, que so os nicos inquestionveis na igreja de Deus sob os cus, aprendi pela tradio que o primeiro foi escrito por Mateus, que foi um publicano, mas posteriormente se tornou apstolo de Jesus Cristo, e foi preparado para os convertidos do judasmo (Histria da Igreja, 6.25). Est claro que esse Evangelho foi escrito numa data relativamente anterior - antes da destruio do templo em 70 d.C. Alguns acadmicos sugerem uma data ainda anterior: 50 d.C.

    A n t e c e d e n t e s e c o n t e x t o

    O carter judaico do Evangelho de Mateus notvel. Isso fica evidente j na genealogia inicial, que Mateus remonta apenas at Abrao. Em contrapartida, Lucas, com o objetivo de mostrar Cristo como o redentor da humanidade, segue o caminho todo at Ado. De certo modo, a proposta de Mateus apresenta um foco mais especfico: demonstrar que Cristo o rei e o Messias de Israel. Esse Evangelho cita mais de sessentas vezes passagens profticas do Antigo Testamento, enfatizando que Cristo o cumprimento de todas essas promessas.

    A probabilidade de que o pblico-alvo de Mateus tenha sido predominantemente judaico fica ainda mais evidente quando consideramos diversos fatos. Mateus habitualmente cita os costumes judaicos sem explic-los, o que contrasta com os outros Evangelhos (veja Mc 7.3 e Jo 19.40). Ele se refere constantemente a Cristo como o filho de David (Mt 1.1; 9.27; 12.23; 15.22; 20.30; 21.9; 22.42,45). Mateus chega at a manter sensibilidades judaicas com respeito ao nome de Deus, referindo-se ao reino dos cus quando os outros evan

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  • gelistas falam do reino de Deus. Todos os temas principais do livro esto baseados no Antigo Testamento e so estabelecidos luz das expectativas messinicas de Israel.

    O uso da lngua grega por Mateus parece sugerir que ele escrevia como um judeu palestino a judeus de fala grega em outros lugares. Ele escreveu como testemunha ocular de muitos dos acontecimentos que descreveu, dando testemunho em primeira mo sobre as palavras e as obras de Jesus de Nazar.

    Seu propsito claro: demonstrar que Jesus o Messias que a nao judaica havia esperado por tanto tempo. Sua volumosa citao do Antigo Testamento especificamente planejada para mostrar a conexo entre o Messias da promessa e o Cristo da Histria. Esse objetivo nunca perdido de vista por Mateus, e ele chega at a acrescentar muitos detalhes incidentais das profecias do Antigo Testamento como prova do ttulo messinico de Jesus (p. ex., em Mt 2.17-18; 4.13-15; 13.35; 21.4-5; 27.9-10).

    T em a s h ist r ic o s e t eo l g ic o s

    Uma vez que Mateus est preocupado em estabelecer Jesus como Messias, o rei dos judeus, um tema recorrente ao longo desse Evangelho um interesse pelas promessas do reino do Antigo Testamento. A expresso caracterstica de Mateus, o reino dos cus, ocorre 32 vezes nesse livro (e em nenhum outro lugar das Escrituras).

    A genealogia apresentada no incio de Mateus foi preparada para documentar as credenciais de Cristo como o rei de Israel, e o restante do livro complementa esse tema. Mateus mostra que Cristo herdeiro da linhagem real. Ele demonstra que ele o cumprimento de um grande nmero de profecias do Antigo Testamento a respeito do rei que viria. Ele apresenta evidncia aps evidncia para estabelecer a prerrogativa real de Cristo. Todos os outros temas histricos e teolgicos nesse livro giram ao redor desse tema.

    Mateus registra cinco sermes principais: o sermo do monte (caps. 5 -7 ); o chamado dos apstolos (cap. 10); as parbolas sobre o reino (cap. 13); um sermo sobre o crente tornar-se como criana (cap. 18); e o sermo sobre a sua segunda vinda (caps. 24-25). Cada sermo termina com uma variao desta frase: quando Jesus acabou de proferir estas palavras (Mt 7.28; 11.1; 13.53; 19.1; 26.1). Isso se torna um marcador que assinala uma nova poro narrativa. Uma longa seo de abertura (caps. 1-4) e uma concluso curta (Mt 28.16-20) emolduram o restante do Evangelho, que naturalmente se divide em cinco sees cada uma com um sermo e uma seo narrativa. Alguns viram um paralelo entre essas cinco sees e os cinco livros de Moiss no Antigo Testamento.

    O conflito entre Cristo e o farisasmo outro tema comum no Evangelho de Mateus. Mas Mateus zeloso em mostrar o erro dos fariseus para o benefcio de seu pblico judaico - mas no por razes pessoais ou para exaltar a si mes

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  • mo. Mateus omite, por exemplo, a parbola do fariseu e do publicano, mesmo que essa parbola pudesse apresent-lo sob uma luz mais favorvel.

    Mateus tambm menciona os saduceus mais do que qualquer um dos outros Evangelhos. Tanto os fariseus como os saduceus so retratados regularmente de maneira negativa, e estabelecidos como sinais de advertncia. Sua doutrina um fermento que deve ser evitado (Mt 16.11-12). Embora as doutrinas desses dois grupos estejam em desacordo entre si, eles se uniram em seu dio a Cristo. Para Mateus, eles representavam todos em Israel que rejeitavam a Cristo como rei.

    A rejeio do Messias de Israel outro tema constante nesse Evangelho. Em nenhum outro Evangelho os ataques contra Jesus so mostrados de maneira to forte como aqui. Da fuga para o Egito cena da cruz, Mateus pinta um retrato mais vivido da rejeio de Cristo que qualquer outro evangelista. Em seu relato da crucificao, por exemplo, nenhum ladro se arrepende, e nenhum amigo ou pessoa amada visto ao p da cruz. Em sua morte, ele abandonado at por Deus (Mt 27.46). A sombra da rejeio nunca retirada da histria.

    Ainda assim, Mateus retrata Cristo como um rei vitorioso que retornar um dia sobre as nuvens do cu, com poder e muita glria (Mt 24.30).

    D esa fio s pa r a in t e r p r e t a o

    Como afirmado acima, Mateus agrupa seu material narrativo ao redor de cinco importantes sermes. Ele no faz nenhuma tentativa de seguir uma cronologia estrita, e uma comparao entre os Evangelhos revela que Mateus coloca as coisas livremente fora de ordem. Ele est lidando com temas e conceitos amplos, no estabelecendo uma linha do tempo.

    As passagens profticas apresentam um desafio interpretativo peculiar. O sermo proftico de Jesus, por exemplo, contm alguns detalhes que evocam imagens da violenta destruio de Jerusalm em 70 d.C. As palavras de Jesus em 24.34 levam alguns a concluir que todas essas coisas j foram cumpridas - embora no literalmente - na conquista romana daquela poca. Essa a viso chamada de preterismo. Mas esse um grave erro de interpretao, que fora o intrprete a ler nessas passagens significados espiritualizados e alegricos no firmados pelos mtodos exegticos normais. A abordagem hermenutica gra- mtico-histrica dessas passagens que deve ser seguida, e esta revela uma interpretao consistentemente futurstica de profecias fundamentais.

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  • N otas

  • A VINDA DO Rtel

    A p r o x im a n d o - se d o t e x t o

    O Evangelho de Mateus inicia-se com o milagre do nascimento de Jesus. Descreva algumas das atividades e tradies que voc e sua famlia observam no Natal.

    I

    Se uma pessoa de outra cultura (que no conhece o sentido dessa festa) visitasse voc nessa poca do ano, o que iria concluir sobre o significado do Natal?

    C o n t e x t o

    Mateus registra as boas notcias sobre os acontecimentos mais significativos de toda a Histria - o nascimento, a vida, a morte sacrificial e a ressurreio de Jesus de Nazar. Cada autor dos Evangelhos escreveu a partir de uma perspectiva nica e para um pblico diferente. Como resultado, cada Evangelho contm elementos distintivos. Considerados em conjunto, os quatro Evangelhos formam um testemunho completo acerca de Jesus Cristo.

    Mateus escreveu primeiramente para um pblico judaico, apresentando Jesus de Nazar como o grandemente esperado Messias e rei legtimo de Israel. Diferentemente de Lucas, ele inicia o seu livro com uma genealogia que concentra a descendncia de Jesus na do maior rei de Israel, David. O propsito principal dos captulos 1 e 2 estabelecer o direito de Jesus ao trono de Israel. Para um observador imparcial, e certamente para os judeus que conheciam suas prprias Escrituras e criam nelas, esses dois captulos justificam a reivindicao de Jesus diante de Pilatos: Tu dizes que sou rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo (Jo 18.37).

    Coerente com seu propsito de revelar Jesus como o Cristo (Messias) e rei dos judeus, Mateus comea o seu Evangelho mostrando a descendncia de Je

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  • sus a partir da linhagem real de Israel. Se Jesus deveria ser anunciado e proclamado rei, deveria haver prova de que ele vinha da famlia real reconhecida.

    C ha ves pa r a o t e x t o

    Evangelho: a palavra em portugus evangelho transliterao da palavra grega euangellion, que quer dizer boa notcia. Mateus e os outros Evangelhos registram as boas notcias da vida de Jesus. Eles no so biografias no sentido atual da palavra, uma vez que no pretendem apresentar a vida completa de Jesus. Alm das narrativas sobre o nascimento, eles fornecem pouca informao sobre os primeiros trinta anos da vida de Jesus. Embora sejam completamente acurados historicamente e apresentem importantes detalhes biogrficos da vida de Jesus, os objetivos principais dos Evangelhos so teolgicos e apolog- ticos. Fornecem respostas oficiais a perguntas sobre a vida e o ministrio de Jesus, e fortalecem a confiana dos crentes quanto realidade de sua f.

    Reino dos cus: Isso se refere ao lugar onde Deus governa e reina. Somente Mateus usa essa expresso, evitando a expresso equivalente reino de Deus por causa das conotaes no bblicas que esta tinha no pensamento judaico do sculo l fi. Assim, Mateus escreveu seu Evangelho para fortalecer a f dos judeus cristos, e ele oferece um instrumento apologtico til para o evangelismo de judeus.

    D e sd o b r a n d o o t e x t o

    Leia Mateus 1.1-2.23, prestando ateno s palavras e trechos em destaque.

    filho de David (1 .1 )- ttulo messinico usado como tal apenas em Mateus, Marcos e Lucas.

    Tamar (v. 3) - incomum que uma mulher seja mencionada em genealogias. Tamar, Raa- be e Rute (v. 5), Bate-Seba (mulher de Urias, v. 6) e Maria (v. 16) so todas elas demonstraes da operao da graa divina.

    Salmom gerou de Raabe a Boaz... Jess gerou ao rei David (vs. 5-6) - a genealogia de Mateus s vezes salta por diversas geraes entre personagens conhecidos para resumir a listagem.

    Jos, marido de Maria, da qual nasceu Jesus (v. 16) - a nica ocasio em toda a genealogia em que o termo gerar no usado - ressaltando o fato de que Jesus, a rigor, no era descendente de Jos, mas assim mesmo estabelecendo seu direito ao trono de David como herdeiro legal de Jos.

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    Desposada (v. 18) - o noivado judaico era um compromisso semelhante ao casamento atual. Para pr fim a um noivado, era necessrio um divrcio (v. 19), e o homem e a mulher que estavam noivos eram reconhecidos como esposo e esposa (v. 19), mesmo que a unio fsica no houvesse ocorrido ainda.

    Jos... sendo justo... resolveu deix-la secretamente (v. 19) - o apedrejamento era a pena legal para o adultrio (veja Dt 22.23-24). Justo um termo hebraico que sugere que Jos verdadeiramente cria em Deus e obedecia rigorosamente lei (veja Gn 6.9). Deix-la seria obter um divrcio legal (Mt 19.8-9; Dt 24.1).

    um anjo do Senhor (v. 20) - uma de poucas visitaes de anjos desse tipo no Novo Testamento, a maioria das quais est associada ao nascimento de Cristo.

  • Jesus (v. 21) - o nome de fato significa Salvador.

    Virgem (v. 23) - enquanto os acadmicos discutem se o termo hebraico em Isaas 7.14 significa virgem ou donzela, Mateus cita aqui da Septuaginta, que usa o termo grego exato para virgem.

    a conheceu (v. 25) - eufemismo para relao sexual. Veja Gnesis 4.1, 17, 25; 38.26; Juizes 11.38-39.

    Belm (2.1) - uma pequena aldeia nos arredores da regio sul de Jerusalm, que os estudiosos hebreus do tempo de Jesus claramente acreditavam fosse o local de nascimento do Messias (veja Mq 5.2; Jo 7.42).

    magos do Oriente (v. 1) - no reis, mas mgicos ou astrlogos - possivelmente estudiosos zoroastristas da Prsia, cujo conhecimento das Escrituras hebraicas poderia ter origem no tempo de Daniel (Dn 5.11). A quantidade deles no explicitada - a noo tradicional de que eram trs vem da quantidade de presentes que ofereceram.

    estrela (v.2) - no uma supernova ou uma conjuno de planetas, como algumas teorias atuais sugerem, por causa do modo como a estrela se moveu e se fixou num lugar (veja o v.9); mais provavelmente uma realidade sobrenatural semelhante Shekinah que guiou os israelitas nos dias de Moiss (x 13.21).

    escribas (v. 4) - principalmente fariseus, isto , autoridades na lei judaica. Algumas vezes eram chamados de doutores da lei.

    para eu tambm ir ador-lo (v. 8) - Herodes na verdade queria matar a criana (vs. 13-18), que ele via como ameaa em potencial ao seu trono.

    Entrando na casa (v. 11) - quando os magos

    chegaram, Maria e Jos estavam num estbulo (veja Lc 2.7).

    morte de Herodes (v. 15) - estudos recentes estabelecem essa data em 4 d.C. provvel que a estada no Egito tenha sido muito breve - talvez no mais que algumas semanas.

    Do Egito (v. 15) - essa citao de Oseias11.1, que fala de Deus liderando Israel ao sair do Egito no xodo. Mateus sugere que a passagem de Israel pelo Egito tenha sido uma profecia figurativa, e no uma profecia verbal especfica como no v. 6 (veja Mt 1.23). Tais profecias so chamadas de tipos, e so sempre cumpridas em Cristo e identificadas claramente pelos autores do Novo Testamento. Outro exemplo de tipo encontrado em Joo 3.14.

    Arquelau (v. 22) - o reino de Herodes foi dividido entre seus trs filhos: Arquelau governava a Judeia, Samaria e Idumeia; Filipe governava as regies ao norte da Galileia (Lc 3.1) e Herodes Antipas governou a Galileia e a Pereia. A Histria registra que Arquelau era to cruel e ineficiente que foi deposto por Roma aps um breve reinado e substitudo por um governador designado por Roma. Pncio Pilatos era o quinto governador da Judeia. Herodes Antipas o principal Herodes a aparecer nas narrativas dos Evangelhos. Ele ordenou a morte de Joo Batista (Mt 14.1-12) e interrogou Cristo antes da crucificao (Lc 23.8-12).

    Ele ser chamado nazareno (v. 23) - Nazar era uma cidade obscura, distando 88,5 Km ao norte de Jerusalm, um lugar de reputao humilde, sequer mencionado no Antigo Testamento. Nazareno era sinnimo de algum desprezado ou abominvel - como as pessoas da regio eram frequentemente caracterizadas (veja Jo 1.46).

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  • 1. Voltando ao captulo 1, cite alguns dos ttulos e descries usados para falar de Jesus.

    2. O que esses captulos revelam sobre Jos, o padrasto de Cristo?

    3. Como Herodes reagiu notcia do nascimento de Jesus?

    4. Como podemos comparar nossas tradies sobre os reis magos com o que o texto bblico diz de fato?

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  • C o n h e c e n d o a f u n d o

    Leia Lucas 2.1-20, a outra narrativa da vinda de Jesus ao mundo.

    A n a lisa n d o o sig n ific a d o

    5. Que novos detalhes ou informaes voc encontra em Lucas 2, para acrescentar ao seu constante entendimento acerca da Encarnao - Deus se tornando carne na pessoa de Cristo?

    6. Por que Mateus comea seu Evangelho com os registros genealgicos de Cristo?

    7. Qual o significado da afirmao de que Maria achou-se grvida pelo Esprito Santo (Mt 1.18)?

    8. Os magos buscaram e adoraram a Cristo; Herodes tentou mat-lo. De que modo (se for o caso) esses homens representam a reao das pessoas a Jesus?

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  • V e r d a d e pa r a h o je

    O nascimento sobrenatural de Jesus a nica maneira de justificar a vida que ele viveu. Um ctico que negava a virgindade do nascimento perguntou certa vez a um cristo: Se eu te dissesse que aquela criana nasceu sem um pai humano, voc acreditaria em mim? O crente respondeu: Sim, se ele vivesse como Jesus viveu. A maior evidncia externa do nascimento e da divindade de Jesus a sua vida.

    R e f l e t in d o so b r e o t e x t o

    9. Maria e Jos encararam uma crise bastante incomum. Embora ela fosse virgem, estava grvida. Como voc pensa que os outros viam o relacionamento que havia entre eles e os tratavam? O que os cristos atuais podem aprender com a resposta deles a uma situao extremamente difcil?

    10. Que lies de vida podemos aprender com os magos? Veja se consegue listar pelo menos cinco.

    11. Nos primeiros dois captulos de Mateus, voc encontrou algumas pessoas fascinantes - algumas que honraram a Jesus e o serviram, e outras que se opuseram ferozmente a ele. Cite duas coisas que voc faria de modo diferente, como resultado deste estudo, para demonstrar seu amor e sua devoo a Cristo.

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  • 12. Escreva uma pequena orao de louvor a Deus, agradecendo a ele por ter enviado Cristo, o Salvador, a um mundo em trevas e moribundo.

    R espo sta pesso a l

    Registre suas reflexes, as questes que queira levantar ou uma orao.

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  • N otas

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  • O REI COMECA A MNTISRAR2

    M ateus 3.1-4.25A p r o x im a n d o - se d o t e x t o r

    Imagine-se na Palestina do sculo l 2 quando Jesus entrou em cena pela primeira vez. Se voc tivesse que escolher trs palavras para descrever ou caracterizar o ministrio de Jesus, quais seriam?

    C o n t e x t o

    No captulo 1, Mateus mostra a realeza de Jesus pelo seu nascimento - por ser descendente da linhagem real de David e por sua concepo milagrosa. No captulo 2, a realeza de Cristo mostrada pelas circunstncias que cercam seu nascimento - a adorao dos magos, o dio assassino de Herodes e a proteo milagrosa de Deus sobre o jovem Jesus. No captulo 3, Mateus mostra ainda mais evidncia por meio de um precursor indicado por Deus chamado Joo, que anunciava a chegada do rei. Aps uma descrio do comissionamento divino do rei, ou coroao (o batismo de Cristo e sua uno pelo Esprito), Mateus registra o grande teste da realeza de Cristo no captulo 4. As refutaes de Jesus a Satans demonstram ainda mais sua realeza divina e seu poder absoluto sobre o inferno e o pecado.

    Testado, provado e triunfante sobre o maligno, o rei Jesus inicia seu ministrio pblico. Ele comea a pregar as boas-novas do reino, a chamar homens para segui-lo e a curar os doentes.

    C h a v e pa r a o t e x t o

    Um arauto: nos tempos antigos, era comum que um arauto precedesse a chegada do monarca, para anunciar a sua vinda e providenciar uma viagem segura e condies apropriadas. Com uma comitiva de servos, o arauto se asseguraria de que a estrada estivesse to plana e limpa quanto possvel. Buracos seriam preenchidos, rochas e entulho seriam removidos, e objetos pouco apresentveis seriam incinerados ou escondidos. Enquanto viajava e trabalhava, o arauto anunciava a vinda do rei para todos que encontrasse. Seu duplo encargo era proclamar e preparar. Era isso que o ministrio de Joo Batista fazia pelo grande rei de Deus, Jesus Cristo.

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  • D e sd o b r a n d o o t e x t o

    Leia Mateus 3.1-4.25, prestando ateno s palavras e trechos em destaque.

    no deserto da Judeia (3.1) - a regio imediatamente a oeste do Mar Morto - um deserto totalmente estril, e um local aparentemente estranho para anunciar a chegada de um rei, mas perfeitamente em acordo com os caminhos misteriosos de Deus.

    Arrependei-vos (v. 2) - no apenas uma mudana filosfica de opinio, nem um simples pesar ou remorso, mas um abandono radical do pecado que inevitavelmente se tornou manifesto no fruto da justia (v. 8).

    o reino dos cus (v. 2) - uma expresso peculiar ao Evangelho de Mateus, referindo-se esfera do domnio de Deus sobre aqueles que pertencem a ele.

    vestes de pelos de camelo e um cinto de couro (v. 4) - prticas e compridas, mas longe de serem confortveis ou elegantes, essas roupas (e o comportamento de Joo) evocavam a imagem de Elias (2Rs 1.8).

    batizados (v. 6) - o batismo de Joo provavelmente tinha origem em rituais de purificao do Antigo Testamento (veja Lv 15.13) e simbolizavam dramaticamente o arrependimento em antecipao chegada do Messias.

    a ira vindoura (v. 7) - a pregao de Joo ecoava o tema familiar do Antigo Testamento da ira prometida no Dia do Senhor (p. ex., Ez 7.19; Sf 1.18).

    frutos dignos de arrependimento (v. 8) - na Escritura, o arrependimento e a f esto inex- tricavelmente ligados, sendo as obras o fruto inevitvel da converso.

    Temos por pai a Abrao (v. 9) - os judeus acreditavam que o mero fato de serem descendentes de Abrao, membros do povo escolhido por Deus, tornava-os espiritualmente seguros.

    sua p (v. 12) - um instrumento para jogar os gros ao vento para que a sujeira seja soprada.

    nos convm cumprir toda a justia (v. 15) -

    Cristo estava identificando a si mesmo com os pecadores e simbolizando sua morte e ressurreio no final (veja Lc 12.50).

    Jesus... o Esprito de Deus... uma voz dos cus (v. 16-17) - todas as trs pessoas da Trindade so claramente delineadas.

    levado pelo Esprito... para ser tentado pelo diabo (4.1) - o prprio Deus nunca agente da tentao (Tg 1.13), mas aqui - como no livro de J - Deus usa at a tentao satnica para servir aos seus objetivos soberanos.

    Se s Filho de Deus (v.3) - se condicional, nesse contexto significando uma vez que. No havia dvida alguma na mente de Satans quanto a quem Jesus era, mas sua inteno era levar Cristo a profanar o plano de Deus e empregar o poder divino que ele havia temporariamente deixado de lado quando assumiu a forma humana (veja Fp 2.7).

    Est escrito (v.4) - todas as trs rplicas de Jesus ao diabo foram baseadas em Deuteronmio.

    porque est escrito... para no tropeares nalguma pedra (v. 6) - observe como Satans cita (e distorce) a Escritura (SI 91.11-12), utilizando uma passagem sobre confiar em Deus para justificar tentar a Deus.

    Tudo isto te darei (v. 9) - Satans ao mesmo tempo o prncipe deste mundo (Jo 12.31; 14.30; 16.11) e o deus deste sculo (2Co 4.4).

    Joo fora preso (v. 12) - por sua ousada repreenso a Herodes Antipas (veja 14.3-4).

    Da por diante, passou Jesus a pregar (v. 17)- o incio de seu ministrio pblico, com sua mensagem repetindo o que Joo Batista havia pregado.

    dois irmos (v. 18) - Jesus tinha encontrado Pedro e Andr antes, perto de Betnia, na regio do Jordo, onde Andr (e talvez Pedro tambm) havia se tornado um discpulo de Joo Batista (Jo 1.35-42).

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  • 1. Como Joo Batista descrito no Evangelho de Mateus?

    2. O que aconteceu no batismo de Cristo?

    3. De que maneiras Satans tentou a Cristo, e como Jesus respondeu?

    4. Quais as caractersticas que marcaram o incio do ministrio de Cristo?

    C o n h e c e n d o a f u n d o

    Leia Gnesis 3.1-7 para ver a primeira tentao no Jardim do den.

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  • A n a lisa n d o o sig n ific a d o

    5. Compare a primeira tentao de Ado e Eva com a tentao de Cristo. Que pontos em comum voc percebe (Veja tambm ljo 2.15-17)?

    6. Tanto Joo como Jesus pregaram uma mensagem sucinta: Arrependei- vos! O que esse termo realmente significa? Como podemos discernir quando uma pessoa realmente se arrepende?

    7. Por que era necessrio que Jesus fosse batizado? Qual o significado desse ato?

    8. De que maneiras Jesus o nosso modelo para resistir tentao? Que lies podemos aprender com ele?

    20

  • 9. Cristo instou Simo, Pedro, Tiago e Joo a segui-los. Como seguir a Cristo hoje, 21 sculos depois?

    V er d a d e pa r a h o je

    Jesus esteve l antes de ns; ele enfrentou o pior que Satans podia oferecer e foi vitorioso. Mais que isso, ele anseia por compartilhar essa vitria com seu prprio povo quando eles so tentados. No vos sobreveio tentao que no fosse humana; mas Deus fiel e no permitir que sejais tentados alm das vossas foras; pelo contrrio, juntamente com a tentao, vos prover livramento, de sorte que a possais suportar (ICo 10.13).

    Somente podemos obter vitria sobre a tentao resistindo da maneira como Jesus resistiu - permanecendo em total obedincia a Deus e sua palavra. Jesus foi tentado at o limite do poder de Satans, e ele resistiu at esse mesmo limite. De maneira alguma ele permitiu que a tentao se convertesse em desejo, e menos ainda em pecado (Tg 1.13-15). Ele sequer pensou no assunto ou o considerou. Ele simplesmente permaneceu firmemente na vontade de seu pai e disse no.

    Podemos encontrar ajuda contra a tentao, assim como podemos encontrar ajuda para qualquer outra questo na vida crist, olhando firmemente para o Autor e Consumador da f (Hb 12.2). Um atleta que est fazendo a corrida de obstculos logo aprende que, se olhar para as barreiras enquanto corre, tropear e cair. Do incio ao fim, ele olha apenas para o alvo, e ao fazer isso ele vence as barreiras quando passa por elas. Manter nossos olhos em nosso Senhor Jesus Cristo nossa nica esperana de vencer a tentao e correr fielmente com perseverana, a carreira que nos est proposta (Hb 12.1).

    R e f l e t in d o so b r e o t e x t o

    10. Nesses captulos, vimos Jesus resistir a todas as incitaes ao pecado, e o ouvimos dizer aos pecadores para se afastarem do mal. De que maneiras especficas voc desafiado por Mateus 3 e 4? Que aes precisam mudar em sua vida?

    21

  • 11. Escreva o seu plano de fuga para a prxima vez que encarar sua tentao mais recorrente. O que exatamente voc far para resistir?

    R espo sta pesso a l

    Registre suas reflexes, as questes que queira levantar ou uma orao.

    22

  • A MENSAGEM DO iREfOM ateus 5.1-7.29

    A p r o x im a n d o - se d o t e x t o

    Uma grande parte do ministrio de Jesus consistia em suas pregaes e ensinos. Pense num dos melhores sermes ou mensagens que voc j ouviu. Por que ele permanece em sua mente? O que o tornou to poderoso e memorvel?

    C o n t e x t o

    At esse ponto em Mateus, as palavras de Jesus foram limitadas e as referncias aos seus ensinos foram genricas. Agora, numa mensagem poderosamente abrangente, embora compacta, o Senhor estabelece as verdades fundamentais do evangelho do reino que ele veio para anunciar. Toda essa mensagem do Senhor encontrada em Mateus 5 -7 tradicionalmente chamada de sermo do monte. Esse ensino foi pronunciado num momento especfico. Como veremos, essas eram verdades revolucionrias para a mente daqueles religiosos judeus que as ouviram. Os pronunciamentos de Cristo tm continuado a explodir com grande impacto na mente dos leitores por mais de dois mil anos.

    Esse o manifesto do novo monarca, que anuncia uma nova era com uma nova mensagem sobre a verdadeira justia. O tema subjacente e fundamental do sermo de Cristo que nenhum homem tem justia por si mesmo que possa resistir ao escrutnio de Deus. Ao contrrio, a salvao e as bnos so oferecidas gratuitamente pela graa de Deus e devem ser recebidas por f.

    Por que o sermo do monte to importante? Porque mostra a absoluta necessidade do novo nascimento. Os padres perfeitos de Deus so altos e exigentes demais para serem alcanados pela fora humana. Apenas aqueles que compartilham da prpria natureza de Deus por intermdio de Jesus Cristo podem atender a tais requisitos. A mensagem revolucionria de Cristo tambm nos mostra o padro de Deus para a verdadeira felicidade e o sucesso.

    23

  • C h a v e pa r a o t e x t o

    Messias e rei: a maioria dos judeus do tempo de Jesus esperava que o Messias, o Ungido, fosse, antes de tudo, um lder militar e poltico que os livraria do jugo romano e estabeleceria um prspero reino judaico que lideraria o mundo. Ele seria maior que qualquer rei, lder ou profeta em sua histria. Eles viam Jesus como o aguardado lder de um grande reino de abundncia em que mesmo suas necessidades fsicas rotineiras seriam atendidas. Porm, Jesus no permitiria que ele fosse confundido com tal espcie de rei. O poder do sermo do monte que a mensagem e a obra do rei so, primeiramente e acima de tudo, interiores e no exteriores, espirituais e morais em lugar de fsicas e polticas. No encontramos aqui nenhuma reforma poltica ou social. Sua preocupao com o que os homens so, porque o que eles so determina o que eles fazem.

    D e sd o b r a n d o o t e x t o

    Leia Mateus 5.1-7.29, prestando ateno s palavras e trechos em destaque.

    como se assentasse (5.1) - a postura usual para os rabinos enquanto ensinavam.

    Bem-aventurados (v. 3) - literalmente, felizes, afortunados, plenos de bnos, isto , o bem-estar concedido divinamente que pertence apenas aos fiis.

    humildes de esprito (v.3) - o oposto de au- tossuficincia, isto , a profunda humildade de reconhecer sua prpria falncia espiritual parte de Deus.

    deles o reino dos cus (v. 3) - observe que a verdade da salvao pela graa claramente pressuposta nesse versculo que d incio ao sermo do monte.

    os que choram (v. 4) - por causa do pecado, a tristeza segundo Deus que produz o arrependimento que leva salvao sem pesar (2Co 7.10).

    os mansos (v. 5) - o oposto de estar descontrolado; no fraqueza, mas supremo autocontrole fortalecido pelo Esprito (veja G1 5.23).

    se o sal vier a ser inspido, como lhe restaurar o sabor? (v. 13) - o sal comum do Mar Morto contaminado com gipsita (gesso natural) e outros minerais, e pode ter um sabor inspido ou ser ineficaz como conservante.

    No penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas (v. 17) - lesus no estava, nem tra

    zendo uma nova lei, nem abolindo a antiga, e sim explicando o verdadeiro significado do contedo moral da lei de Moiss e do restante do Antigo Testamento.

    at que o cu e a terra passem... at que tudo se cumpra (v. 18) - uma afirmao da inspirao e autoridade duradoura de toda a Escritura.

    nem um i ou um til (v. 18) - um i refere-se menor letra do hebraico, o yohd, que um mero trao da pena, como um acento ou um apstrofo. O til, como um simples sinal grfico, ratifica aqui o comentrio anterior sobre o restante do versculo.

    Ouvistes... Eu, porm, vos digo (vs. 21-22) - Jesus no estava alterando os termos da Lei em nenhuma dessas passagens, mas corrigindo o que eles haviam ouvido - o entendimento rabnico da Lei.

    Tolo! (v. 22) - literalmente, cabea oca. inferno (v. 22) - uma referncia ao vale de

    Hinom, a sudeste de Jerusalm, que, nos tempos de Jesus, era um aterro sanitrio onde fogueiras ardiam constantemente, e era, portanto, um smbolo adequado do fogo eterno.

    arranca-o e lana-o de ti (v. 29) - Jesus no estava defendendo a automutilao (pois isso no iria de fato curar a luxria, que na verdade um problema do corao); na verdade ele

    24

  • estava usando uma figura de linguagem (hi- prbole) para demonstrar a seriedade dos pecados de luxria e desejo maligno.

    exceto em caso de relaes sexuais ilcitas (v. 32) - o divrcio era permitido em casos de adultrio. Lucas 16.18 deve ser entendido luz desse versculo.

    Olho por olho (v. 38) - a lei estabelecia de fato essa norma como um princpio para limitar as vinganas, garantindo que a punio em casos civis fosse proporcional ao crime (x 21.24; Lv 24.20; Dt 19.21).

    publicanos (v. 46) - israelitas desleais contratados pelos romanos para taxar os outros judeus em troca de lucro pessoal; simbolizavam a pior espcie de pessoas.

    sede vs perfeitos (v. 48) - Cristo resume o que a prpria lei exigia, um padro inatingvel.

    hipcritas (6.2) - essa palavra tinha suas origens no teatro grego, descrevendo um personagem que usava uma mscara.

    assim (v. 9) - a orao breve e simples, embora abrangente, um modelo, no meramente uma liturgia.

    no nos deixes cair em tentao (v. 13) - embora Deus no tente os homens (Tg 1.13), ele permite que enfrentemos provaes e testes

    (veja Lc 22.31-32); essa petio reflete um desejo cristo de evitar os perigos do pecado de modo geral.

    tampouco vosso Pai vos perdoar as vossas ofensas (v. 15) - no se trata do cancelamento de uma permanente e total absolvio da culpa e do castigo final pelo pecado - isso se deve ao que somos em Cristo; na verdade, trata-se aqui da anulao da purificao diria (1 Jo 1.9), necessria para a intimidade com Deus.

    riquezas (v. 24) - bens terrenos, materiais, especialmente o dinheiro.

    No julgueis (7.1) - severidade, hipocrisia, justia prpria ou outros tipos de julgamentos injustos so proibidos, no o discernimento das distines entre o bom e o mau.

    vs, que sois maus (v.l 1) - Jesus pressupe a doutrina da depravao humana.

    apertado, o caminho (v. 14) - a salvao vem apenas pela graa, mas no fcil.

    Nem todo o que me diz (...) mas aquele que faz (v. 21) - a f que diz, mas no faz, , na verdade, incredulidade.

    no como os escribas (v. 29) - enquanto os escribas citavam outros para estabelecer a autoridade de seus ensinos, Jesus era sua prpria autoridade (Mt 28.18).

    1. Qual a mensagem central das bem-aventuranas (Mt 5.3-12)?

    2. Como Jesus era diferente de outros mestres de seu tempo na maneira como lidava com a Escritura?

  • 3. Resuma os ensinamentos de Jesus sobre orao no sermo do monte.

    4. De acordo com essa mensagem, como uma pessoa se torna justa diante de Deus? (Cite versculos especficos para fundamentar sua resposta.)

    C o n h e c e n d o a f u n d o

    Leia Lucas 6.20-31, a passagem que s vezes chamada de sermo do planalto.

    A n a lisa n d o o sig n ific a d o

    5. Compare e contraste os ensinamentos em Lucas com o sermo do monte.

    6. Qual o significado do termo bem-aventurado como Cristo o usou?

    7. Por que a interpretao de Jesus das Escrituras do Antigo Testamento concernentes ao assassinato, ao adultrio e ao divrcio incomodava os lderes religiosos da poca?

    26

  • 8. O que Jesus quis dizer em Mateus 5.48 com sede vs perfeitos como perfeito o vosso Pai celeste? Como devemos interpretar essa passagem?

    V e r d a d e pa r a h o je

    Podemos ver pelo menos cinco razes pelas quais o sermo do monte importante. Primeiro, ele mostra a absoluta necessidade do novo nascimento. Seus padres so altos e rigorosos demais para serem alcanados pela fora humana. Apenas aqueles que compartilham da prpria natureza de Deus por meio de Jesus Cristo podem atender a tais requisitos. Os padres do sermo do monte vo muito alm daqueles de Moiss e da lei, exigindo no apenas aes justas, mas atitudes justas tambm - no somente que os homens faam o que correto, mas que sejam corretos. Nenhuma parte da Escritura mostra mais claramente a situao desesperada do homem sem Deus.

    Segundo, o sermo intenciona conduzir o ouvinte a Jesus Cristo como a nica esperana para o homem alcanar os padres de Deus. Se o homem no pode viver altura do padro divino, ele precisa de um poder sobrenatural para capacit-lo. A resposta apropriada ao sermo leva a Cristo.

    Terceiro, o sermo apresenta o padro de Deus para a felicidade e para o verdadeiro sucesso. Ele revela as normas, os objetivos e as motivaes que, com a ajuda de Deus, cumpriro o que Deus planejou o homem para ser. Aqui encontramos o caminho para a alegria, a paz e a satisfao.

    Quarto, o sermo , talvez, o grande meio escriturai para testemunhar ou alcanar outros para Cristo. Um cristo que personifique esses princpios de Jesus ser um m espiritual, atraindo outros ao Senhor que o fortalece. A vida que obedece aos princpios do sermo do monte o maior recurso da igreja para o evangelismo.

    Quinto, a vida obediente aos preceitos dessa proclamao a nica vida que agrada a Deus. Este o maior motivo para o crente seguir os ensinos de Jesus - isso agrada a Deus.

    R e f l e t in d o so b r e o t e x t o

    9. O que mais surpreende voc no sermo do monte proferido por Jesus?Por qu?

    27

  • 10. Que parte do sermo mais persuasiva para voc? Por qu?

    11. Como voc pode se tornar praticante da palavra (Tg 1.22), agora que estudou Mateus 5-7? (Seja especfico.)

    R espo sta pesso a l

    Registre suas reflexes, as questes que queira levantar ou uma orao.

    28

  • O PODER DO REIM ateus 8.1-9.38

    A p r o x im a n d o - se d o t e x t o

    Se voc pudesse testemunhar pessoalmente qualquer milagre realizado por Jesus, que acontecimento sobrenatural voc escolheria, e por qu?

    C o n t e x t o

    Mateus 8 comea de onde o captulo 4 termina, com o sermo do monte como uma espcie de parnteses no meio. No final do captulo 4, Jesus ia andando por toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenas e enfermidades entre o povo (v. 23).

    Ao estabelecer Jesus como o Messias, Mateus demonstrou a qualificao legal de Jesus por meio de sua genealogia, sua qualificao proftica por meio do cumprimento da profecia pelo seu nascimento e sua infncia, sua qualificao divina pela confirmao do prprio Pai em seu batismo, sua qualificao espiritual por sua perfeita resistncia s tentaes de Satans e sua qualificao teolgica mediante os ensinamentos do sermo do monte. Agora, nos captulos8 e 9 Mateus estabelece dramaticamente outra qualificao: o poder divino de Jesus. Esses dois captulos so cruciais para compreender a vida e o ministrio de Cristo. O propsito de Mateus em registrar esses milagres, bem como o propsito de Jesus em realiz-los, era confirmar sua divindade e sua afirmao de ser o Messias de Israel e o Salvador do mundo.

    C h a v e pa r a o t e x t o

    As doenas e as curas de Jesus: no tempo do Novo Testamento, as doenas proliferavam abundantemente, e a cincia mdica como a conhecemos no existia. Se uma pessoa sobrevivesse a uma doena grave, normalmente era porque a doena tinha cumprido seu ciclo. Fossem ou no fatais, a maioria das doenas causava muita dor e sofrimento, porque no havia muitos remdios. As vtimas frequentemente ficavam marcadas por cicatrizes, deformadas, mutiladas ou debilitadas de alguma maneira pelo resto da vida. As pragas algumas vezes eliminavam aldeias, cidades ou at mesmo regies inteiras. A lista de doenas era grande e a expectativa de vida, curta. Muitas doenas so mencionadas na Es-

    29

  • critura. Podemos ler sobre vrias formas de paralisia e atrofia, cegueira e surdez. Ficamos sabendo sobre feridas, glndulas infeccionadas, vrias formas de edemas, disenteria, mudez e outros distrbios da fala, epilepsia, distrbios intestinais, e muitas doenas no identificadas.

    Quando Jesus curava, ele fazia isso com uma palavra ou um toque, sem truques, frmulas ou ostentao. Ele curava instantaneamente, sem perodo determinado de espera ou restaurao gradual. Ele curava totalmente, no parcialmente, no importando qual a gravidade da doena ou deformidade. Ele curava todos os que iam a ele e mesmo alguns que nunca o tinham visto. Ele curava tanto doenas orgnicas como funcionais. Mais dramaticamente e poderosamente ainda, ele at ressuscitava os mortos.

    D e sd o b r a n d o o t e x t o

    Leia Mateus 8.1-9.38, prestando ateno s palavras e trechos em destaque.

    se quiseres (8.2) - ele no tinha dvidas quanto ao poder de Deus, apenas quanto vontade dele (veja Mc 1.40-45).

    no o digas a ningum (v. 4) - Cristo no queria que a publicidade por tais milagres obstrusse sua misso e distrasse a ateno pblica de sua mensagem.

    centurio (v. 5) - um oficial militar romano que comandava (ver v. 8) cem homens.

    nem mesmo em Israel achei f como esta (v.10) - o centurio entendia a autoridade absoluta de Jesus (vs. 8-9) como nem mesmo alguns de seus prprios discpulos compreendiam.

    choro e ranger de dentes (v. 12) - descritivo das agonias eternas daqueles que se encontram no inferno.

    endemoninhados (v. 16) - significa posses- sos por demnios, ou sob o controle interior de um demnio.

    um escriba (v. 19) - esse homem estava rompendo com seus colegas escribas ao declarar publicamente seu desejo de seguir a Jesus, mas Jesus sabia que ele no havia calculado o custo em termos de sofrimento e desconforto.

    Filho do Homem (v. 20) - o ttulo messinico que Jesus usava para si mesmo mais do que qualquer outro, ocorrendo 83 vezes nos Evangelhos, sempre pronunciado pelo prprio Jesus.

    permite-me ir primeiro sepultar meu pai (v. 2 1 ) - uma figura de linguagem comum signifi

    cando deixe-me esperar at receber minha herana.

    eis que sobreveio uma grande tempestade (v. 24) - uma vez que o mar da Galileia fica mais de 210 metros abaixo do nvel do mar e cercado por montanhas e colinas, ventos fortes frequentemente varrem os desfiladeiros estreitos sua volta adentrando esse vale, causando tempestades extremamente repentinas e violentas.

    os ventos e o mar lhe obedecem (v. 27) - prova convincente de sua divindade.

    lhe rogaram que se retirasse (v. 34) - talvez por preocupao com o impacto financeiro da perda dos porcos, ou medo de estar na presena de tal poder espiritual.

    conhecendo-lhes os pensamentos (9.4) - embora Jesus tivesse se humilhado (Fp 2.5-8) e deixado de lado o uso independente de suas prerrogativas divinas na encarnao (Jo 5.30), ele ainda era plenamente Deus e, portanto, onisciente.

    qual mais fcil (v. 5) - certamente mais fcil reivindicar o poder de declarar a absolvio do pecado do que demonstrar o poder de cura, mas Cristo de fato provou seu poder para perdoar ao curar instantaneamente o homem de sua paralisia.

    sos... doentes (v. 12) - os fariseus pensavam que estavam bem - religiosamente puros e ntegros; os prias sabiam que no estavam.

    30

  • A salvao no vem para os cheios de justia prpria.

    nesses dias ho de jejuar (v. 15) - usando a analogia de uma festa de casamento, lesus respondeu que enquanto o Cristo estivesse presente com eles, havia alegria demais para jejuar.

    remendo de pano novo em veste velha (v. 16)- que um pano novo no funciona em material velho uma analogia tentativa de acomodar a verdade da nova aliana em velhas formas cerimoniais mosaicas.

    durante doze anos vinha padecendo de uma hemorragia (v. 20) - a grave aflio fsica dessa mulher tambm a mantinha continuamente

    impura para fins cerimoniais, e ela era evitada por todos.

    tocou na orla da veste (v. 20) - provavelmente uma das bolotas que eram costuradas nas pontas de um traje para lembrar seu usurio de obedecer aos mandamentos de Deus.

    dorme (v. 24) - dormir uma designao para a morte no Novo Testamento.

    toda sorte de doenas e enfermidades (v. 35)- uma demonstrao de cura sem precedentes, fornecendo evidncia impressionante de sua divindade e tornando a rejeio dos judeus ainda mais infame.

    1. Quantos tipos diferentes de enfermidades voc consegue contar em Mateus 8-9? Identifique os diferentes tipos de milagres realizados por Jesus.

    2. Com que atitude e crena o centurio se aproximou de Jesus (Mt 8.5-13)?

    3. Como Jesus respondeu s multides que clamavam por suas bnos (Mt 8.18-22)?

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  • 4. Onde estava Mateus quando Jesus o chamou para segui-lo (Mt 9.9)?

    5. Os fariseus comearam a observar a Jesus. Qual era a queixa deles (Mt 9.10-13)?

    6. O que voc pode aprender sobre Jesus a partir de suas palavras e aes? Quais eram sua misso e seu propsito?

    C o n h e c e n d o a fu n d o

    Lucas 5.17-39 nos fornece uma outra janela para muitos desses mesmos incidentes. Leia essa passagem e veja o que mais consegue apreender.

    A n a lisa n d o o sig n ific a d o

    7. Por que Jesus curou o paraltico? Qual foi o resultado?

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  • 8. Por que voc acha que Jesus ordenou a muitas das pessoas que curou que no contassem a ningum? Por que ele parecia desencorajar possveis seguidores com palavras exigentes de discipulado?

    9. Coloque-se no barco com os discpulos em meio tempestade. Vocs acordaram Jesus, e ele acalmou o vento e as ondas. Como voc se sente? A quais concluses voc chega?

    10. Por que voc acha que os gadarenos insistiram para que Jesus deixasse sua regio?

    1 1 .0 que voc aprende em Mateus 8.9 sobre o que significa ser discpulo de Jesus?

    V er d a d e pa r a h o je

    No de se admirar que as curas milagrosas de Jesus chamassem a ateno de maneira to imediata e disseminada. Para pessoas que raramente dispunham de alguma maneira de aliviar at mesmo os sintomas das doenas, a possibilidade de cura completa era quase espantosa demais para que se acreditasse. O

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  • simples rumor de tal coisa traria uma multido de pessoas curiosas e cheias de esperana. Para aqueles de ns que vivemos numa sociedade em que o acesso a recursos bsicos de sade est disponvel para todos, difcil apreciar o impacto que o ministrio de cura de Jesus teve na Palestina. Por um breve perodo de tempo, doenas e outras aflies fsicas eram virtualmente eliminadas quando Jesus chegava regio, curando milhares de pessoas.

    O prprio Jesus disse em diversas ocasies que suas obras milagrosas sozinhas teriam sido razo suficiente para que cressem nele (Jo 10.38; 14.11). Tais coisas nunca haviam ocorrido antes na histria do mundo e podiam apenas ter origem divina. Era isso que tornava as rejeies dos escribas, fariseus, saduceus e outros to autocondenatrias. Ningum podia negar que Jesus realizava os milagres, e apenas a resistncia mais empedernida verdade poderia fazer uma pessoa rejeitar a sua divindade diante de evidncias to poderosas. Aqueles que no acreditavam em Jesus eram condenados por cada milagre que ele realizava.

    R e f l e t in d o so br e o t e x t o

    12. Muitos cristos ouviram sobre os ensinos e os milagres de Jesus durante toda a vida. Como ns, que somos to familiarizados com as narrativas do Evangelho, podemos voltar a nos maravilhar com o poder de Cristo?

    13. Como Deus pode receber glria de uma pessoa que nunca curada?

    14. Em que rea especfica de sua vida voc precisa desesperadamente acreditar no poder de Deus? Como voc pode demonstrar essa confiana hoje?

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  • R espo sta pesso a l

    Registre suas reflexes, as questes que queira levantar ou uma orao.

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  • N otas

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  • T o d o s o s h o m e n s d o r e i

    A p r o x im a n d o - se d o t e x t o

    Jesus escolheu cuidadosamente doze bons homens para segui-lo e formar a base da igreja. Se voc tivesse que escolher pessoas para fundar uma nova igreja, que tipos de pessoas seria interessante ter em sua equipe? Que tipos de personalidades seriam impeditivas?

    C o n t e x t o

    encorajador perceber que Jesus no chamou seus doze discpulos (que se tornaram apstolos) com base em seu valor inato ou capacidades pessoais ou fidelidade, mas apenas com base no que ele poderia fazer com eles com o seu prprio poder operando por meio deles. Durante os trs anos de treinamento sob Jesus, vemos poucos sinais de maturidade e confiana, mas muitos sinais de mesquinhez e inadequao. um sinal maravilhoso da graa de Deus para conosco ver Cristo lidar to amorosamente e pacientemente com homens to fracos e irresponsveis.

    Aps a lista dos homens que o rei escolheu, Mateus registra as palavras de Cristo sobre as tarefas bsicas do ministrio, algumas advertncias sobre como o seu ministrio seria recebido e algumas consideraes conclusivas sobre o custo do ministrio.

    C h a v e pa r a o t e x t o

    Trabalhadores para a seara: observe que Jesus chamou os seus discpulos a orar por trabalhadores (veja Mt 9.38), e ento ele ordenou a eles que se tornassem trabalhadores. medida que eles comearam a ver o mundo como Cristo v, olhando para a humanidade perdida por meio dos olhos de seu Senhor e com o seu corao de compaixo, eles tambm comearam a ver que eles prprios foram chamados a ir e convidar os perdidos para o reino de Deus. Embora seja vital, a orao no a nica coisa necessria. O crente que ora para que Deus envie trabalhadores, mas no est disposto a ir, ora sem sinceridade e de maneira hipcrita. O cristo que ora genuinamente para que Deus envie testemunhas tambm est disposto a ser uma testemunha.

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  • D esd o b r a n d o o t e x t o

    Leia Mateus 10.1-42, prestando ateno s palavras e trechos em destaque.

    discpulos... apstolos (10.1-2) - discpulo significa aluno, algum ensinado por outro; apstolo se refere a representantes qualificados que so enviados numa misso.

    os nomes dos doze apstolos (v. 2) - os Doze eram sempre listados numa ordem semelhante (veja Mc 3.16-19; Lc 6.13-16; At 1.13). Pedro sempre citado primeiro; Judas Iscariotes sempre o ltimo.

    Tiago, filho deAlfeu (v. 3) - quatro homens do Novo Testamento chamam-se Tiago: (1) o apstolo Tiago, irmo de Joo; (2) o discpulo mencionado aqui, tambm chamado Tiago, o menor (Mc 15.40); (3) Tiago, pai de Judas (no o Iscariotes; Lc 6.16) e (3) Tiago, meio- irmo do Senhor (G1 1.19; Mc 6.3), que escreveu a epstola que leva esse nome e desempenhou um papel de liderana na igreja original em Jerusalm (At 12.17; 15.13; G1 1.19).

    No tomeis rumo aos gentios (v. 5) - Cristo no proibiu seus discpulos de pregar aos gentios ou aos samaritanos se os encontrassem no caminho, mas eles deviam levar a mensagem primeiramente ao povo da aliana, nas regies prximas.

    de graa recebestes, de graa dai (v. 8) - Jesus os proibiu de cobrar dinheiro por seu ministrio, mas permitiu que aceitassem apoio para atender s suas necessidades bsicas.

    paz (v. 13) - equivalente ao hebraico sha-

    lom e referente a prosperidade, bem-estar ou bnos.

    sacudi o p dos vossos ps (v. 14) - era comum para os judeus sacudir a poeira de seus ps como uma expresso de desprezo quando voltavam de terras dos gentios.

    vos entregaro (v. 17) - nesse contexto, um termo tcnico usado para entregar um prisioneiro para que seja punido.

    no est acima (v. 24) - se o Mestre (Cristo) sofre, assim sofrero seus discpulos. Se atacam o Mestre (Cristo) com blasfmias, tambm amaldioaro seus servos.

    Belzebu (v. 25) - o deus filisteu associado com a idolatria satnica; posteriormente, um sinnimo para Satans.

    Temei... aquele (v. 28) - Deus o nico que destri no inferno; os perseguidores podem apenas danificar o corpo.

    sem o consentimento de vosso Pai (v. 29) - a divina providncia governa at os detalhes e as questes mais mundanas.

    toma a sua cruz (v. 38) - uma imagem para uma morte violenta e degradante e uma exigncia de comprometimento total - mesmo que resulte em morte fsica.

    Quem vos recebe a mim me recebe (v. 40) - Cristo vive em seu povo; portanto, ele tratado como eles so tratados.

    1. Quais foram as instrues de Jesus aos doze antes de envi-los?

    38

  • 2. Liste as afirmaes excitantes e reconfortantes que Jesus fez aos seus discpulos nesse captulo.

    3. Que previses feitas por Cristo sobre a misso deles eram perturbadoras e exigiam uma f firme?

    4. O que impressiona voc quanto aos homens que Jesus escolheu para serem seus aprendizes e representantes?

    5. De acordo com essa passagem, como age um servo de Cristo (vs. 32-42)?

    C o n h e c e n d o a f u n d o

    Jesus sabia que a mensagem de seus discpulos casa de Israel no seria sempre bem recebida. Os profetas do Antigo Testamento sabiam disso muito bem. Leia Jeremias 11.1-11, e observe a experincia desse profeta em transmitir a mensagem de Deus.

    39

  • A n a lisa n d o o sig n ific a d o

    6. Como os ouvintes de Jeremias receberam sua mensagem enviada por Deus? De que maneira isso era semelhante ao que os discpulos podem ter experimentado em sua misso?

    7. Em Mateus 10.16 Jesus usou uma analogia com quatro animais. O que essas criaturas simbolizavam e qual o significado das palavras de Jesus?

    8. Por que algum decidiria seguir a Jesus quando ele promete sofrimentos e perseguies?

    9. Como voc resumiria Mateus 10.38-39 em suas prprias palavras?

    V e r d a d e pa r a h o je

    A grandeza da graa de Deus vista quando ele escolhe os indignos para serem seu povo e os desqualificados para fazerem o seu trabalho. Deveria ser maravi-40

  • lhosamente encorajador para todo crente saber que os apstolos tinham uma natureza como a nossa. Como no havia outra maneira, Deus decidiu conferir graa santificadora sobre aqueles que creem em seu filho e em seu prprio poder para transform-los em homens e mulheres de grande utilidade. Somos tentados a ficar desencorajados e sem entusiasmo quando nossa vida espiritual e nosso testemunho de vida sofrem com nossos pecados e falhas. Satans tenta nos convencer de que essas fraquezas nos tornam inteis para Deus; mas o fato de que ele usou os apstolos testifica o contrrio. Eles no lideraram a igreja para virar o mundo de cabea para baixo porque eram extraordinariamente talentosos ou naturalmente dotados, mas porque - a despeito de suas limitaes e falhas humanas - eles se renderam a Deus, cujo poder aperfeioado na fraqueza do homem (2Co 12.9). Com exceo do breve ministrio de seu prprio filho, a histria da obra de Deus na terra demonstra sua utilizao dos desqualificados.

    R e f l e t in d o so b r e o t e x t o

    10. Como a sua experincia crist se compara com os padres rigorososestabelecidos por Cristo em Mateus 10?

    11. De que maneiras voc pessoalmente viu Cristo trazer a espada (v. 34), colocando membros de famlias uns contra os outros?

    41

  • 12. Como a sua compreenso de Jesus mudou como resultado de Mateus 10? Que mudanas voc planeja fazer em sua vida e em sua f?

    R espo sta pesso a l

    Registre suas reflexes, as questes que queira levantar ou uma orao.

    42

  • e>AS REAES AO REI

    M ateus 11.1-12.50A p r o x im a n d o - se d o t e x t o

    No h falta de opinies sobre quem Jesus nem falta de expresses a favor ou contra ele. Quais foram algumas das reaes mais intensas a Jesus - positivas ou negativas - que voc j ouviu ou viu?

    Por que voc acha que Jesus provoca reaes to fortes nas pessoas?

    C o n t e x t o

    Os primeiros dez captulos de Mateus so, em geral, uma srie de evidncias que provam quem Jesus . Mateus apresenta todas essas provas no tribunal, por assim dizer, para testificar que Jesus o Cristo, o Rei dos reis, o Filho de Deus e o Salvador do mundo. Nos captulos 11 e 12, Mateus concentra-se nas reaes de vrios indivduos e grupos a essas evidncias. O captulo 11 examina as respostas negativas de dvida, crtica e indiferena, seguidas de um apelo positivo f. O captulo 12 mostra as reaes negativas de rejeio, perplexidade, blasfmia e curiosa fascinao, acompanhada por outro apelo positivo f. Os acontecimentos de Mateus 12 marcam um importante ponto de deciso no ministrio de Jesus, com foco na rejeio de sua realeza por parte de seu prprio povo. A crescente incredulidade de Israel cristaliza-se em rejeio consciente e na determinao por parte dos lderes religiosos da nao em destruir a Jesus.

    C h a ves pa r a o t e x t o

    fariseus: os fariseus eram uma seita pequena (cerca de seis mil membros) e legalista dos judeus, conhecida por sua rgida adeso aos detalhes cerimoniais da lei. Seu nome significava os separados. Jesus os repreendeu por usar a tradio humana para anular a Escritura e por franca hipocrisia.

    0 sbado: a tradio judaica proibia praticar a medicina e trabalhar em troca de lucro no sbado. Mas nenhuma lei vigente no Antigo Testamento proibia colher gros para comer, ou oferecer remdios, cura ou qualquer outro ato de

    43

  • misericrdia no sbado. Fazer o bem est sempre dentro da lei. Cristo tem a prerrogativa de governar no apenas sobre regras sabticas humanas, mas tambm sobre o prprio sbado - designado para adorar a Deus. Novamente, essa uma declarao incontestvel de divindade - e como tal, era um ultraje violento aos olhos dos fariseus.

    D e sd o b r a n d o o t e x t o

    Leia Mateus 11.1-12.50, prestando ateno s palavras e trechos em destaque.

    s tu aquele que estava para vir ou havemos de esperar por outro? (11.3) - Joo estava confuso com o decorrer dos acontecimentos: ele estava preso, e Cristo estava conduzindo um ministrio de cura, no de julgamento, na Galileia, longe de Jerusalm, a cidade do rei.

    o menor (...) maior que ele (v. 1 1 ) - Joo era maior que os profetas do Antigo Testamento porque de fato viu com seus olhos e participou pessoalmente do cumprimento do que eles apenas profetizaram, mas todos os crentes aps a cruz so ainda maiores, pois participam do conhecimento pleno e experimentam algo que Joo meramente anteviu em forma de sombra - a efetiva obra de reconciliao efetuada por Cristo.

    o reino dos cus tomado por esforo (v. 12)- mais bem traduzido como o reino move-se para adiante incansavelmente, e apenas os incansveis foram o seu caminho para ele. Assim, novamente Cristo est ampliando a dificuldade de entrar no reino.

    ele mesmo Elias (v. 14) - isto , ele o cumprimento de Malaquias 4.5-6.

    menos rigor (v. 22, 24) - uma indicao de que haver graus de punio nos cus para os mpios.

    Cafarnaum ... elevar-te-s... Descers (v. 23) - o pecado de Cafarnaum - indiferena a Cristo - era pior do que a iniqidade indecente de Sodoma.

    Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados (v. 28-30) - um convite aberto a todos que o ouvem, mas colocado de tal maneira que os nicos que respondero ao convite sero aqueles consumidos por sua pr

    pria falncia espiritual e pelo peso de tentar salvar a si mesmos observando a lei.

    lcito fazer em dia de sbado (12.2) - nenhuma lei proibia a colheita de gros para comer no sbado; o que era proibido era o trabalho por lucro.

    pes da proposio (v. 4) - os doze pes frescos consagrados, assados todos os sbados e normalmente comidos apenas pelos sacerdotes (Lv 24.5-9).

    maior que o templo (v. 6) - essa uma declarao clara de divindade. O Senhor Jesus era Deus encarnado - Deus habitando em carne humana - muito superior a uma construo que Deus simplesmente visitava.

    o Filho do Homem senhor do sbado (v. 8) - outra irrefutvel prova de divindade que provocou a revolta violenta dos fariseus (v. 14).

    advertindo-lhes... que no o expusessem publicidade (v. 16) - Cristo considerava o fanatismo potencial daqueles que tentariam for-lo ao molde do heri conquistador em que os especialistas rabnicos tinham transformado a profecia messinica.

    cana quebrada... torcida quefumega (v. 20)- a cana era utilizada por pastores para talhar um pequeno instrumento musical. Uma vez quebrada ou rompida, era intil. Um pavio fu- megante tambm era intil para proporcionar luz. Isso representava as pessoas consideradas inteis pelo mundo. O trabalho de Cristo era restaurar e reanimar tais pessoas, e no quebr-las ou extingui-las.

    chegado o reino de Deus (v. 28) - o rei estava no meio deles, exibindo o seu poder e sobe

    44

  • rania ao demonstrar sua habilidade em atar Satans e seus demnios (v. 29).

    a blasfmia contra o Esprito (vs. 31-32) - nenhum perdo era possvel para aqueles fariseus que testemunharam os milagres de Cristo em primeira mo, conheciam a verdade de suas declaraes, e ainda assim atriburam suas obras a Satans.

    toda palavra frvola (v. 36) - o pecado aparentemente mais insignificante - mesmo um

    escorrego da lngua - carrega o potencial pleno de todo o mal do inferno.

    gerao m e adltera (v. 39) - Cristo refere- se infidelidade a Deus - adultrio espiritual.

    irmos (v. 46) - verdadeiramente meio-ir- mos de Jesus.

    fizer a vontade de meu Pai (v. 50) - no a salvao por obras; fazer a vontade de Deus a evidncia da salvao pela graa.

    1. O que voc aprendeu sobre Joo Batista (Mt 11.1-8)?

    2. Qual era a origem dos conflitos entre Jesus e os lderes religiosos em Mateus 12.1-13?

    3. O que diz a profecia de Mateus 12.18-21 sobre o Messias?

    4. A que concluses os fariseus chegaram a respeito de Cristo, com base em suas palavras e obras?

    45

  • 5. Como Jesus respondeu quando os escribas e fariseus pediram um sinal adicional?

    C o n h e c e n d o a fu n d o

    Leia Lucas 11.17-32 para saber mais sobre a rejeio dos lderes judeus a Jesus.

    A n a lisa n d o o sig n ific a d o

    6. O que havia por trs da intensa hostilidade dos fariseus a Jesus?

    7. De acordo com Jesus, qual o pecado imperdovel?

    8. Que devemos entender do pedido dos lderes religiosos em Mateus 12.38?

    9. Qual o significado da resposta de Jesus quando sua famlia vai procur-lo?

    46

  • V e r d a d e pa r a h o je

    Quando as pessoas tm uma grande oportunidade de ouvir a palavra de Deus e at de v-la demonstrada com milagres e ento a rejeitam, sua culpa intensificada incomensuravelmente. muito melhor no ter ouvido nada sobre Cristo do que ouvir a verdade sobre ele e ainda assim rejeit-lo. Se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, j no resta sacrifcio pelos pecados; pelo contrrio, certa expecta- o horrvel de juzo e fogo vingador prestes a consumir os adversrios (Hb 10.26-27). Quanto maior o privilgio, maior a responsabilidade; quanto mais luz, maior a punio por no receb-la.

    R e f l e t in d o so b r e o t e x t o

    10. Por que voc acha que certas pessoas religiosas so algumas vezes cticasa respeito de Deus? Como voc se posiciona quanto a duvidar de Cristo?

    11. A sua f excessivamente dependente das experincias? Voc clama por manifestaes milagrosas para apoiar sua caminhada crist? Qual o problema com essa atitude?

    12. Que passos voc dar hoje para proteger-se contra laos de famlia que obstruem a vontade de Deus para voc?

    47

  • 13. Jesus disse que fazer a vontade do Pai evidncia de ser um membro de sua famlia. Descreva como voc faz a vontade de Deus na sua vida hoje.

    R espo sta pesso a l

    Registre suas reflexes adicionais, as questes que voc queira levantar ou uma orao.

    48

  • AS PARBOLAS DO RElfrO

    A p r o x im a n d o - se d o t e x t o

    Jesus era um grande mestre, e nada demonstra isso melhor do que o uso que ele fez de parbolas. Pense numa poca em que uma histria realmente tocou o seu corao ou ensinou algo a voc. Por que as histrias so recursos to teis e poderosos?

    Se tivesse que explicar o que o reino de Deus para uma criana de 6 anos, o que voc diria?

    C o n t e x t o

    Jesus veio terra para oferecer salvao e o reino de Deus a Israel. Porm, estava claro que os lderes religiosos judeus do tempo de Jesus estavam rejeitando sua oferta. Isso significa que o plano de Deus foi frustrado? E qual seria a natureza do reino agora? Jesus aborda algumas dessas questes sobre o reino de Deus com uma srie de oito parbolas. A verdade subjacente nessas parbolas era que o reino em seu cumprimento pleno seria adiado at o tempo em que Israel creria no seu rei e o aceitaria. O reino exterior, visvel de Cristo foi adiado, mas o reino interior, espiritual dos seus santos, foi estabelecido. O Senhor reina no corao deles. Por meio da vida e do testemunho deles, ele hoje expressa a sua vontade na terra.

    Mateus 13 fornece algumas verdades fundamentais para compreender a misso da igreja. O Senhor da igreja revela a natureza da igreja, bem como as caractersticas espirituais do perodo de tempo frequentemente conhecido como a era da igreja - o tempo entre sua primeira vinda e a segunda.

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  • C h a v e pa r a o t e x t o

    parbola: a palavra grega que traduzida como parbola composta por uma forma do verbo bailo (atirar, assentar ou colocar) e pelo prefixo para (que significa ao lado de). A ideia apresentada de colocar ou assentar algo ao lado de outra coisa para fins de comparao. Uma verdade moral ou espiritual seria frequentemente expressa assentando-a, por assim dizer, ao lado de um exemplo fsico que pudesse ser compreendido mais facilmente. Um objeto ou prtica comum, observvel, era assentado ao lado daquilo que no era conhecido ou compreendido para explic-lo. O conhecido elucidaria o desconhecido. Para os judeus, a parbola era uma forma comum de ensino.

    D esd o b r a n d o o t e x t o

    Leia Mateus 13.1-58, prestando ateno s palavras e trechos em destaque.

    beira do caminho (13.4) - os campos eram cercados por caminhos de terra batida pela passagem de pessoas e pelo sol escaldante.

    solo rochoso (v. 5) - solo muito raso que parece frtil, mas est logo acima de uma camada de rocha slida.

    a vs outros dado (v. 11) - a habilidade de compreender a verdade espiritual uma ddiva graciosa de Deus, soberanamente conferida aos eleitos.

    05 mistrios do reino dos cus (v. 11 ) - verdades que haviam sido ocultadas de todas as eras no passado e foram reveladas no Novo Testamento.

    porque, vendo, no veem (v. 13) - sua prpria incredulidade a causa de sua cegueira espiritual.

    maligno (v. 19) - porque Satans o rouba, o evangelho nunca penetra nessas almas, por isso desaparece da superfcie do entendimento delas.

    solo rochoso (v. 20) - representao daqueles que fazem um compromisso emocional e superficial com a salvao em Cristo.

    que fo i semeado entre os espinhos (v. 22) - aqueles que no conseguem romper com o amor ao dinheiro e ao mundo.

    jo io (v. 25) - um tipo de erva daninha que dificilmente pode ser diferenciada do trigo at que a espiga amadurea; uma imagem dos es

    50

    foros de Satans para devastar a igreja misturando seus filhos com os de Deus, em alguns casos tornando impossvel para os crentes discernir os crentes verdadeiros dos falsos.

    rvore, de modo que as aves do cu vm aninhar-se nos seus ramos (v. 32) - as plantas de mostarda palestinas so grandes arbustos, algumas vezes com mais de 4 metros de altura.

    O reino dos cus semelhante ao fermento (v. 33) - o reino mostrado como o fermento, multiplicando-se silenciosamente e permeando tudo o que toca.

    sem parbolas nada lhes dizia (v. 34) - no restante de seu ministrio galileu, todo o ensinamento pblico de Jesus consistiu apenas em parbolas.

    rede (v. 47) - esta era uma grande rede com pesos arrastada pelo fundo do lago, que capturava uma diversidade de criaturas marinhas, boas e ms.

    anjos (v. 49) - eles servem a Deus no juzo (veja v. 41 e 2Ts 1.7-10).

    tira do seu depsito coisas novas e coisas velhas (v. 52) - os discpulos no deveriam rejeitar o velho em favor do novo. Ao contrrio, os novos conhecimentos que eles adquiriram com as parbolas de Jesus deveriam ser compreendidos luz das antigas verdades, e vice- versa.

    sua terra (v. 54) - ou seja, Nazar.

  • seus irmos (v. 55) - o fato de que Jos no citado em nenhum desses relatos sugere que ele no estava mais vivo.

    profeta... na sua prpria terra (v. 57) - Esse um ditado antigo que equivalente ao dito

    atual a familiaridade gera desprezo. Eles conheciam muito bem a Jesus como criana e rapaz da prpria cidade deles - e concluram que ele no tinha nada de especial. O versculo 58 fornece o triste resultado (veja Mc 6.4).

    1. O qu, exatamente, uma parbola?

    2. Quem era o principal pblico de Jesus para essas parbolas? Como essas histrias se relacionavam com a vida deles?

    3. Quais so as lies contidas na parbola do semeador?

    4. Qual foi a explicao que Jesus deu aos discpulos sobre a parbola do joio?

    5. O que fermento e por que Jesus comparou o reino de Deus com ele?

    51

  • 6 .0 que aconteceu quando Jesus retornou sua cidade natal de Nazar (vs. 54-58)?

    C o n h e c e n d o a fu n d o

    Ao contar essas parbolas, Jesus citou Isaas 6.1-10. Leia esse captulo.

    A n a lisa n d o o sig n ific a d o

    7. O que essa passagem de Isaas lhe diz sobre a natureza de Deus e o corao do homem?

    8. Pense sobre a parbola do semeador. Cite alguns espinhos que ameaam sufocar a sua f.

    9. Jesus compara o reino a um tesouro, a uma prola de grande valor. Se isso verdade (e obviamente !), como a sua vida pode refletir essa realidade?

    10. Depois de ter lido essas parbolas e pensado sobre elas, a que concluses voc pode chegar a respeito do reino dos cus?

    52

  • V e r d a d e pa r a h o je

    A marca suprema do crente genuno a gerao de frutos. O crente no apenas ouve e entende, mas certamente tambm gera frutos. O fruto espiritual o resultado inevitvel da vida espiritual. H um fruto espiritual da atitude como descrito por Paulo em Glatas: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansido, domnio prprio (G1 5.22-23). O crente genuno tambm gera frutos de comportamento, aos quais Paulo se refere como fruto de justia, o qual mediante Jesus Cristo, para a glria e louvor de Deus (Fp 1.11). O fruto a evidncia da obra do Esprito na vida dos seus filhos. Jesus declarou que os galhos verdadeiros e os falsos (aqueles que genuinamente esto ligados a ele e aqueles que apenas parecem estar) so diferenciados pela gerao ou no de frutos (Jo 15.2-5). No somos salvos por gerar frutos ou por qualquer outra boa obra, porque no podemos gerar fruto espiritual ou qualquer obra realmente boa seno depois que j somos salvos. Mas somos salvos para gerar frutos.

    R e f l e t in d o so b r e o t e x t o

    11. Como o fato de Jesus dissimular a verdade aos no crentes (ao falar emparbolas difceis de entender) se enquadra na ideia de misericrdia deDeus?

    12. luz de tudo o que temos no evangelho e todos os tesouros da eternidade, por que tantos crentes agem de maneira to aptica em relao a Cristo e vida crist?

    53

  • 13. Como voc pode demonstrar gratido a Deus nesta semana por ele ter aberto os seus olhos para a verdade maravilhosa do evangelho?

    R espo sta pesso a l

    Registre suas reflexes, as questes que queira levantar ou uma orao.

    54

  • R e in o e m c o n f I it o8

    M ateus 14.1-17.27iA p r o x im a n d o - se d o t e x t o

    Que sinais ou acontecimentos positivos no mundo atual lhe do motivos para ser otimista quanto aos dias que esto por vir?

    Que sinais negativos ou agourentos lhe mostram que o mundo est ficando pior, e talvez mesmo se movendo para um clmax?

    C o n t e x t o

    As parbolas profticas de nosso Senhor ressaltam a verdade de que algumas pessoas acreditaro no evangelho, mas muitas pessoas no acreditaro. Nessa seo, Mateus relata diversos incidentes na vida de Jesus que confirmam essa lei espiritual: a hostilidade em sua cidade, Nazar, o cruel Herodes, a recepo superficial das massas, a adorao dos doze discpulos, a f desesperada de uma mulher cananeia e os lderes judaicos que buscavam prender a Cristo. Ainda assim, no meio desse conflito de reinos, vemos o verdadeiro corao de Jesus, dedicado s pessoas, nos milagres e maravilhas que ele opera.

    Jesus rene os seus discpulos e os submete a um tipo de exame final, fazendo a eles a pergunta suprema: Quem vocs dizem que eu sou? Ento, no alto de um monte, Deus Pai revela a glria de Jesus. Jesus encerra com algumas palavras solenes sobre o que envolve viver para ele at o seu retorno. Apenas aqueles que tenazmente crerem nele e o seguirem fielmente faro diferena num mundo sem Deus. Ao estudar essa longa passagem, tenha em mente o contexto mais amplo. Embora o mal seja forte, Jesus o Senhor.

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  • C haves pa r a o t e x t o

    compaixo: o termo grego que traduzido como compaixo significa literalmente ser movido nas entranhas - que era onde as culturas antigas consideravam que as emoes e os sentimentos residiam. Cristo representava o corao compassivo de Deus. Ele nunca era distante ou friamente calculista ou analtico quanto s necessidades dos homens, mas era movido profundamente pelo sofrimento, confuso, desespero e desorientao espiritual daqueles ao seu redor. Jesus sentia dor, experimentando angstia genuna pelo sofrimento do outro, fosse crente ou no crente, judeu ou gentio, homem ou mulher, jovem ou velho, rico ou pobre. Em sua grande misericrdia, Cristo estendeu sua compaixo at aos caadores de emoes superficiais e egocntricos. Ele revelou o corao amoroso de Deus mesmo em relao queles que no entenderiam ou creriam, os quais ele sabia que no final o rejeitariam.

    lderes religiosos judeus: esse grupo era composto de fariseus, saduceus, escribas e mestres da lei. Os fariseus eram uma pequena seita legalista dos judeus conhecida pela rgida adeso aos detalhes cerimoniais da lei. Jesus os repreende por usar a tradio humana para anular a Escritura e por franca hipocrisia. Os escribas eram na maioria fariseus e autoridades na lei judaica. Algumas vezes eram chamados doutores da lei. Os saduceus negavam a ressurreio dos mortos e a existncia dos anjos, e aceitavam apenas o Pentateuco como autoritativo. Nos dias de Herodes, sua seita controlava o templo.

    D esd o b r a n d o o t e x t o

    Leia Mateus 14.1-17.27, prestando ateno s palavras e trechos em destaque.

    Herodias, mulher de Filipe, seu irmo (14.3)- Joo ficou indignado pelo fato de um governante de Israel cometer to abertamente um pecado como o incesto, de modo que repreendeu Herodes severamente (v. 4) e foi prontamente aprisionado e mais tarde morto (Mc 6.14-29).

    por causa do juram ento (v. 9) - Herodes era amplamente conhecido por sua falsidade; portanto, no era com sua honestidade que estava preocupado, e sim com a aparncia das coisas.

    dai-lhes, vs mesmos, de comer (v. 16) Jesus sabia que eles no tinham comida suficiente para alimentar a multido. Ele queria que os discpulos afirmassem isso abertamente para

    que ficasse claro que um milagre havia ocorrido pelo seu poder.

    quarta viglia (v. 25) - das trs s seis da manh.

    Genesar (v. 34) - uma cidade na costa noroeste do mar da Galileia.

    tradio dos ancios (15.2) - isso no era a lei mosaica dada por Deus, mas a lei extrabblica que existia apenas em forma oral e apenas desde os tempos do cativeiro na Babilnia.

    transgredis (v. 3) - algumas pessoas afirmavam erroneamente que podiam no assistir financeiramente seus pais porque tinham dedicado uma certa soma de dinheiro a Deus, que era maior que seus pais.

    o que sai da boca, isto, sim, contamina o ho-

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  • mem (v. 11) - as pessoas podem contaminar a si prprias cerimonialmente (sob a Antiga Aliana) ao comer algo impuro, mas contaminariam a si prprias moralmente ao dizer algo pecaminoso.

    a parbola (v. 15) - essa parbola no totalmente difcil de compreender, mas foi difcil mesmo para os discpulos aceitarem; anos depois, Pedro ainda achava difcil aceitar que todos os alimentos so limpos (At 10.14).

    os cachorrinhos (v. 26) - Cristo empregou uma palavra aqui que fala de um animal de estimao. Suas palavras para essa mulher no deveriam ser compreendidas como duras ou insensveis. De fato, ele estava amorosamente obtendo dela uma expresso de f.

    onde haver neste deserto tantos pes? (v. 33)- no de admirar que o Senhor os chamasse com frequncia de homens de pouca f, quando faziam uma pergunta como essa aps a recente alimentao dos cinco mil (veja Mt 14.13-21).

    o fermento dos fariseus e dos saduceus (16.6)- ou seja, sua influncia perigosa.

    do Deus vivo (v. 16) - um nome do Antigo Testamento para Jeov, em contraste com os deuses mortos e mudos.

    no fo i carne e sangue que tambm revelaram (v. 17) - Deus Pai tinha aberto os olhos de Pedro para o pleno significado dessas declaraes e revelado a ele quem Jesus realmente era; essa confisso da f pessoal de Pedro foi tornada possvel por um corao regenerado divinamente.

    tu s Pedro (Petros) e sobre esta pedra (pe- tra) (v. 18) - esse foi um simples jogo de palavras. A verdade ptrea da identidade de Cristo, petra, veio da boca de quem era chamado de pequena pedra, Petros.

    portas do inferno (v. 18) - uma expresso judaica referindo-se morte, uma vez que o

    inferno o lugar de punio para os espritos dos mortos incrdulos.

    as chaves do reino dos cus (v. 19) - representando autoridade, dada aqui a Pedro (e por extenso a todos os outros crentes).

    ligares... desligado (v. 19) - qualquer corpo de crentes devidamente constitudo, agindo em acordo com a Palavra de Deus, tem autoridade para declarar juzo dos cus com base nos princpios da Palavra.

    Arreda, Satans! (v. 23) - Jesus sugeriu que Pedro estava sendo porta-voz de Satans, que estava tentando evitar qualquer tipo de expia- o divina pelo pecado.

    Alguns h, dos que aqui se encontram (v. 28)- uma vez que a palavra reino pode ser traduzida por esplendor real, parece bastante natural interpretar isso como uma referncia transfigurao, que Pedro, Tiago e Joo testemunhariam seis dias depois.

    Moiss e Elias (17.3) - representando respectivamente a lei e os profetas.

    trs tendas (v. 4) - sem dvida, uma referncia s tendas usadas para celebrar a Festa dos Tabernculos. Pedro estava expressando um desejo de ficar naquele lugar.

    Elias j veio (v. 12) - Joo veio no esprito e no poder de Elias, e os lderes judeus o tinham matado.

    f como um gro de mostarda (v. 20) - o objeto de toda f genuna - mesmo a variedade fraca, do tamanho de um gro de mostarda - Deus.

    o imposto das duas dracmas (v. 24) - esse imposto de meio shekel era cobrado anualmente de todo homem com mais de 20 anos de idade para a manuteno do templo. Jesus, como Filho de Deus, estava isento da taxa, mas, para evitar a ofensa, pagou por si mesmo e por Pedro.

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  • 1. Por que o rei Herodes tratou Joo Batista to severamente? Qual foi a reao de Jesus (Mt 14.1-13)?

    2 .0 relato da alimentao dos cinco mil o nico milagre, com exceo da ressurreio, registrado em todos os quatro Evangelhos. Quais os detalhes mais importantes desse feito de Cristo?

    3. Jesus censurou os fariseus por quais violaes da lei mosaica (Mt 15.1-20)?

    4. O que aconteceu quando Jesus questionou seus discpulos quanto sua reputao (Mt 16.13-20)? Qual foi o significado desse momento?

    5. Releia rapidamente a passagem e identifique os vrios encontros que Jesus teve com diferentes indivduos. O que voc aprende sobre Jesus a partir desses encontros?

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  • 6. Que confirmao Deus Pai deu quanto ao ministrio de Jesus (Mt 17.1-5)?

    C o n h e c e n d o a f u n d o

    Leia Marcos 7.1-16 para ver Jesus em choque com os fariseus mais uma vez.

    A n a lisa n d o o sig n ific a d o

    7. Como Jesus respondeu queles que valorizavam mais a tradio religiosa dos homens que a verdade divina?

    8. Por que Jesus rejeitou os fariseus e os saduceus quando pediram um sinal dos cus (Mt 16.1-4)?

    9. O que importante na maneira como Jesus descreve a sua igreja (Mt 16.18)?

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  • 10.0 que a transfigurao revelou? Por que voc acha que os discpulos que testemunharam esse acontecimento no foram transformados para sempre por ele?

    1 1 .0 incidente do imposto do templo - que lies devemos tirar dessa surpreendente seqncia de acontecimentos?

    V er d a d e pa r a h o je

    Aqueles que ouviram e viram Jesus no o rejeitaram por falta de evidncias, apesar de evidncias esmagadoras. Eles no o rejeitaram porque lhes faltava a verdade, mas porque rejeitavam a verdade. Eles recusaram o perdo porque queriam manter seus pecados. Eles no aceitaram a luz porque preferiam as trevas. A razo para rejeitar o Senhor sempre tem sido porque os homens preferem seus prprios caminhos ao dele.

    R e f l e t in d o so b r e o t e x t o

    12. Mais uma vez (Mt 16.24-26), Cristo conclama seus seguidores a uma devoo inabalvel e radical. Leia as palavras novamente. Que impacto elas exercem no seu corao e na sua vontade?

    13. Considerando especificamente a transfigurao, o que voc pode fazer hoje para dar a Cristo a glria que ele merece?

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  • 14. Esta lio cobriu mais de quatro captulos do Evangelho de Mateus, e diversos acontecimentos impressionantes. O que lhe chama mais a ateno? Que passagem voc quer reler e explorar mais? Por qu?

    R espo sta pesso a l

    Registre suas reflexes, as questes que queira levantar ou uma orao.

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  • N otas

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  • C r ia n a s d o r in
  • e perdoados como crianas. No exagero afirmar que esse simplesmente o sermo mais importante que nosso Senhor fez em sua vida entre as pessoas redimidas de sua igreja. Devemos tentar recuperar essas verdades que so to vitais, poderosas e necessrias para a igreja em todo tempo e lugar.

    C h a v e pa r a o t e x t o

    Como crianas: a palavra grega paidton, traduzida como criana (18.2) identifica uma criana muito pequena, s vezes, at com poucos anos de vida. Essa criana em particular talvez tivesse entre 1 e 3 anos de idade, talvez apenas com o tamanho suficiente para correr at Jesus quando ele a chamou. Como os discpulos, discutindo sobre quem seria o maior, estavam provavelmente na casa de Pedro, a criana pode ter pertencido famlia de Pedro e j ser conhecida de Jesus. De qualquer maneira, ela respondeu prontamente e permitiu que Jesus a tomasse em seus braos (Mc 9.36). Jesus amava as crianas, e elas o amavam, e, enquanto ele se sentava diante dos discpulos, segurando essa criancinha nos braos, tinha um belo cenrio para ensinar a eles profundas lies sobre a semelhana dos crentes com as crianas.

    D e sd o b r a n d o o t e x t o

    Leia Mateus 18.1-35, prestando ateno s palavras e trechos em destaque.

    vos tornardes como crianas (18.3) - uma imagem da converso; isto , f como a dependncia simples, indefesa e confiante daqueles que no tm recursos, realizaes ou talentos pelos quais possam se recomendar a Deus.

    pedra de moinho (v. 6) - uma grande pedra utilizada para moer gros; literalmente, a pedra de moinho de um jumento - uma pedra to grande que era necessrio um jumento para gir-la. Os gentios usavam essa forma de execuo, que era, portanto, particularmente repulsiva para os judeus.

    no desprezeis (v. 10) - isto , desdenhar ou depreciar outro crente ao trat-lo com maus modos ou indiferena.

    seus anjos (v. 10) - essa no , como se acredita comumente, uma declarao acerca de anjos da guarda pessoais. Ao contrrio, o termo coletivo e indica que os crentes so servidos pelos anjos em geral. Esses anjos so mostrados sempre observando a face de Deus para que possam ouvir seus comandos a eles

    para ajudar um crente quando necessrio. extremamente grave tratar qualquer companheiro de f com desrespeito, uma vez que Deus e seus anjos esto to preocupados com o bem-estar dele.

    perea (v. 14) - aqui, a palavra uma referncia devastao espiritual e no total e eterna destruio. Os filhos de Deus no podero jamais perecer no sentido definitivo (veja Jo 10.28).

    Se teu irmo pecar contra ti (v. 15) - essa recomendao para a disciplina eclesistica nos versculos 15-17 deve ser interpretada luz da parbola da ovelha perdida nos versculos 12-14.0 objetivo desse processo a restaurao. O primeiro passo tratar com ele em particular.

    Se... no te ouvir (v. 16) - isto , se permanecer no erro, siga para o passo dois: toma ainda contigo mais uma ou duas pessoas, para cumprir o princpio de Deuteronmio 19.15.

    dize-o igreja (v. 17) - o terceiro passo da

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  • disciplina eclesistica requer que o assunto envolvendo o cristo impenitente seja reportado a toda a congregao (v. 17) - para que todos possam amorosamente buscar a reconciliao do irmo que pecou. Porm, se isso falhar, o passo quatro significa que o ofensor deve ser excomungado, considerado pela igreja como gentio e publicano (5.46). A ideia no meramente punir o ofensor, ou afast-lo completamente, mas elimin-lo como influncia perniciosa da comunho da igreja e, desse modo, consider-lo como alvo evangelstico em vez de irmo. Em ltima anlise, o pecado pelo qual ele foi excomungado uma impenitncia cruel.

    se dois dentre vs, sobre a terra, concordarem (v. 19) - essa promessa se aplica questo da disciplina discutida nos versculos 15-17; os dois dentre vs mencionados aqui remetem s duas ou trs testemunhas envolvidas no passo dois do processo disciplinar.

    dois ou trs (v. 20) - embora a tradio judaica exija pelo menos dez homens (uma minyan) para constituir uma sinagoga ou mesmo conduzir uma orao pblica, aqui Cristo prometeu estar presente no meio de um grupo ainda menor - duas ou trs testemunhas reunidas em seu nome para o propsito da disciplina.

    at sete vezes (v. 21) - Pedro pensou que estava sendo magnnimo, uma vez que os rabinos que lideravam Israel, citando diversos versculos de Ams (1.3,6,9,11,13), ensinavam que j que Deus perdoou os inimigos de Israel por apenas trs vezes, seria presunoso e desnecessrio perdoar algum mais que trs vezes.

    setenta vezes sete (v. 22) - incontveis vezes. dez mil talentos (v. 24) - representando uma

    quantidade incompreensvel de dinheiro, o talento era a maior denominao da moeda corrente, e dez mil em conversas informais significava um nmero infinito.

    perdoou-lhe (v. 27) - ilustrando o perdo generoso e compassivo de Deus em benefci