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V1
Comissão Organizadora
Vera Monteiro (Coord.)
Margarida Alves Martins Lourdes Mata
Francisco Peixoto José Morgado
Ana Cristina Silva José Castro Silva
Marta Gomes
Comissão Científica
Ana Isabel Santos (Universidade Açores) Ana Teresa Brito (Fundação Brazelton/Gomes Pedro, UIED-FCT Universidade Nova Lisboa) Carlos Ceia (FCSH, Universidade Nova Lisboa) Carolina Carvalho (IE, Universidade Lisboa) Cecília Aguiar (ISCTE) Cristina Nunes (Universidade Algarve) David Rodrigues (IE, Universidade Lisboa) Denise Fleith (Universidade Brasília) Elisabete X. Gomes (ESEI Mª Ulrich) Elisa Chaleta (Universidade Évora Feliciano Veiga (IE, Universidade Lisboa) Francisco Peixoto (ISPA-Instituto Universitário) Gabriela Portugal (Universidade Aveiro) Isabel Macedo Pinto Abreu-Lima (Universidade Porto) João Lopes (IE, Universidade Minho) João Pedro da Ponte (IE, Universidade Lisboa) João Rosa (ESE Lisboa) Joaquim Armando Ferreira (Universidade Coimbra) Jorge Pinto (ESE Setúbal) Júlia Serpa Pimentel (ISPA-Instituto Universitário) Leandro Almeida (IE, Universidade Minho) Lúcia Amante (Universidade Aberta) Luisa Alvares Pereira Aveiro (Universidade Aveiro) Luísa Grácio (FP, Universidade Évora) Manuel Montanero (Universidade Extremadura) Manuel Peralbo Uzquiano (Universidade Corunha) Manuela Veríssimo (ISPA-Instituto Universitário) Margarida Pocinho (Universidade Madeira) Mariana Gaio Alves (FCT, Universidade Nova Lisboa) Marina Serra Lemos (Universidade Porto) Paulo Brazão (Universidade Madeira) Peter Bryant (Universidade Oxford) Sara Mourão (Universidade Federal Minas Gerais) Terezinha Nunes (Universidade Oxford) Tiago Almeida (ESE Lisboa)
Programa Geral
1
2ª feira, 9/Jul/2018
8:00am -
9:00am
Registo / registration 1 Piso 3, Sala 306
9:00am -
9:30am
Abertura da Conferência / Conference Opening Local: Auditório 1 / Sala 301 Francisco Peixoto (Vice-Reitor do ISPA), Margarida Alves Martins (Coordenadora do CIE-ISPA) & Vera Monteiro (Coordenadora do XIV CIPE 2018)
9:30am -
10:30am
Keynote 1: Peter Bryant: LEARNING TO READ AND WRITE: HOW IT STARTS AND HOW IT CONTINUES Local: Auditório 1 / Sala 301 Chair: Margarida Alves Martins
10:30am -
11:00am
Intervalo / Coffee & Tea Break 1 Piso 3
11:00am -
12:30pm
M 1.1: Avaliação em Contexto Educativo Sala: 303 Coordenador: Ana Cristina Silva
M 1.2: Contextos Educativos e Comportamentos Sala: 305 Coordenador: Lourdes Mata
M 1.3: Contextos Sociais e Desenvolvimento Sala: 309 Coordenador: Margarida Alves Martins
M 1.4: Diversidade e Educação Sala: 310 Coordenador: José Castro Silva
M 1.5: Ensinar e Aprender Sala: 203 Coordenador: Patrícia Pacheco
S 1.1: Contextos Educativos e Comportamentos Título: Bullying - investigação, prevenção e intervenção Sala: 301 Coordenador: José Morgado
12:30pm -
14:00pm Almoço / Lunch 1
14:00pm -
15:30pm
M 2.1: Educação, Família(s) e Comunidade Sala: 303 Coordenador: José Morgado
M 2.2: Ensinar e Aprender Sala: 305 Coordenador: José Castro Silva
M 2.3: Literacia e Educação Sala: 309 Coordenador: Ana Cristina Silva
M 2.4: Motivação e Emoções Sala: 310 Coordenador: Vera Monteiro
S 2.1: Literacia e Educação Título: Práticas educativas promotoras do desenvolvimento da literacia em jardim-de-infância Sala: 301 Coordenador: Margarida Alves Martins
15:30pm -
15:45pm
Intervalo / Coffee & Tea Break 1 Piso 3
15:45pm -
16:45pm
Keynote 2: Maria do Céu Roldão: CURRÍCULO FORMAL E APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA - DILEMA INSOLÚVEL OU INTEGRAÇÃO ESQUECIDA? Local: Auditório 1 / Sala 301 Chair: José Morgado
17:00pm -
18:30pm
M 3.1: Problemáticas do Currículo Sala: 303 Coordenador: José Morgado
M 3.2: Avaliação em Contexto Educativo Sala: 305 Coordenador: Joana Pipa
M 3.3: Avaliação Psicológica Sala: 309 Coordenador: Ana Cristina Silva
M 3.4: Contextos Educativos e Comportamentos Sala: 310 Coordenador: Margarida Alves Martins
M 3.5: Educação, Família(s) e Comunidade Sala: Sala de Atos Coordenador: José Castro Silva
S 3.1: Avaliação em Contexto Educativo Título: Avaliação na Educação pré-escolar: O sentido de uma proposta de mudança Sala: 301 Coordenador: Lourdes Mata
18:30pm -
19:30pm Porto de Honra | Evening reception
Programa Geral
2
3ª feira, 10/Jul/2018
8:30am -
9:00am
Registo / registration 2 Piso 3
9:00am -
10:30am
M 4.1: Contextos Sociais e Desenvolvi-mento Sala: 303 Coordenador: Miguel Mata Pereira
M 4.2: Contextos Educativos e Comporta-mentos Sala: 305 Coordenador: José Morgado
M 4.3: Diversidade e Educação Sala: 309 Coordenador: José Castro Silva
M 4.4: Ensinar e Aprender Sala: 310 Coordenador: Ana Cristina Silva
S 4.1: Educação, Família(s) e Comunidade Título: Dependências ONLINE: da Investigação à Intervenção Sala: 301 Coordenador: Pedro Aires Fernandes
S 4.2: Contextos Educativos e Comportamentos Título: A dimensão subjetiva da realidade escolar: diálogos sobre educar hoje a partir do materialismo histórico dialético e da psicologia de Vigotski Sala: 203 Coordenador: Wanda Maria Junqueira de Aguiar
10:30am -
10:45am
Intervalo / Coffee & Tea Break 1 Piso 3
10:45am -
11:45am
Keynote 3: Leandro S. Almeida: ADAPTAÇÃO E SUCESSO NO ENSINO SUPERIOR: QUANDO AS TAXAS DE INSUCESSO E DE ABANDONO CONTRADIZEM A DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO Local: Auditório 1 / Sala 301
11:45am -
12:15pm
Apresentação do programa HOPEs: Programa de Promoção das Relações Interpessoais Positivas no 1º ciclo Local: Auditório 1 / Sala 301
13:15pm -
14:30pm Almoço / Lunch 2
14:30pm -
15:30pm
Keynote 4: Miguel Zabalza: NUEVAS METÁFORAS PARA RECONSTRUIR EL RELATO DE LA DIDÁCTICA: COREOGRAFÍAS, ENGAGEMENT, BUENAS PRÁCTICAS Local: Auditório 1 / Sala 301
13:15pm -
14:30pm Almoço / Lunch 2
15:30pm -
17:00pm
M 5.1: Avaliação em Contexto Educativo Sala: 303 Coordenador: Vera Monteiro
M 5.2: Contextos Educativos e Comportamentos Sala: 305 Coordenador: José Morgado
M 5.3: Ensinar e Aprender Sala: 309 Coordenador: Liliana Salvador
M 5.4: Literacia e Educação Sala: 310 Coordenador: Ana Cristina Silva
M 5.5: Motivação e Emoções Sala: Sala de Atos Coordenador: Lourdes Mata
S 5.1: Educação, Família(s) e Comunidade Título: Inclusão de jovens e adultos com deficiência/incapacidade na comunidade Sala: 301 Coordenador: Júlia Serpa Pimentel
17:00pm -
17:30pm
Sessão de Encerramento / Closing Ceremony Auditório 1 / Sala 301
Resumos 9 de Julho 2018 – Segunda‐feira ‐ Manhã
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KEYNOTE 1 ‐ 9h 30m‐10h 30m
Learning to read and write: How it starts and how it continues
Peter Bryant – Universidade de Oxford
SIMPÓSIO 1.1‐ 11.00‐12h 30m
Bullying ‐ Investigação, prevenção e intervenção
Coordenador: José Morgado, ISPA – Instituto Universitário, CIE‐ISPA Resumo: O fenómeno do bullying entre crianças, adolescentes jovens nas suas diferentes variações é actualmente uma das maiores preocupações na generalidade das comunidades educativas. Diferentes estudos sugerem que em Portugal entre 20 a 30% de adolescentes até aos 13 e os 15 anos já se terá envolvido em episódios de bullying verificando‐se com particular preocupação a subida significativa de cyberbullying e também o envolvimento de crianças mais novas. Sabe‐se também que a ocorrência de situações de bullying é bem superior ao número de casos que são relatados. Neste contexto e dada a gravidade e frequência com que ocorrem estes episódios é imprescindível que lhes dediquemos atenção ajustada, nem sobrevalorizando, nem tudo é bullying, o que promove insegurança e ansiedade, nem desvalorizando, o que pode negligenciar riscos e sofrimento. Neste universo para além da investigação e aprofundamento dos conhecimentos obre o fenómeno importa considerar dois eixos fundamentais de intervenção por demais conhecidos, a prevenção e a intervenção. Nesta perspectiva, este simpósio procura complementar uma abordagem a estas três dimensões: investigação, prevenção e intervenção considerando diferentes variantes do bullying. Comunicação 1 ‐ Bullying: estado da arte
Sónia Seixas, Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Santarém Resumo: Nesta comunicação proceder‐se‐á à caraterização concetual do fenómeno bullying, aos seus diferentes tipos de comportamentos e papéis desempenhados. Será igualmente feito um pequeno resumo quanto aos principais resultados da investigação neste domínio. Comunicação 2 ‐ Bullying e cyberbullying: semelhanças e diferenças
Luís Fernandes, Associação Sementes de Vida, Beja Resumo: Nesta comunicação, serão abordadas as diferenças entre o bullying e o cyberbullying, na sua grande maioria decorrentes das características da comunicação mediada pelos ecrãs. Serão ainda abordados os principais sinais de alerta e facilitadores da sua ocorrência. Comunicação 3 ‐ Abordagens de intervenção face ao cyberbullying
Tito de Morais, Projeto MiudosSegurosNa.Net Resumo: Esta comunicação procura caracterizar de forma breve, as diferentes abordagens de intervenção face ao cyberbullying, nomeadamente regulamentares, educacionais, parentais e tecnológicas. Serão igualmente apresentadas algumas orientações práticas.
Manhã dia 9 de julho
Resumos 9 de Julho 2018 – Segunda‐feira ‐ Manhã
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Sessão M1 ‐ 11.00‐12h 30m
MESA 1.1 Avaliação em Contexto Educativo
Comunicação 1 – Avaliação da educação superior no Brasil: Avanços e impasses com foco na qualidade Maria das Graças Vieira Guerra, Lourdes Maria Rodrigues Cavalcanti, Universidade Federal da Paraíba Iracema Campos Cusati / Universidade de Pernambuco
Resumo: O presente estudo tem como objetivo principal debater sobre a qualidade da educação universitária, que, embora não nova, facilite o processo de avaliação e acreditação de instituições e programas. Quanto à metodologia aplicada para o alcance de tal finalidade, adotou‐se a pesquisa de caráter descritivo e de abordagem qualitativa, tratando‐se de uma revisão da literatura sobre a temática, em especial desde o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – SINAES, que foi criado, através da Lei nº 10.861 de 14 de abril de 2004 e na política da internacionalização, bem como o olhar dos atores envolvidos sobre qualidade com relação aos cursos de graduação como fator decisivo nos planos de melhoria das instituições de educação superior. Com os resultados, constatou‐se que o fato de que a qualidade é um conceito histórico e que em cada período foi avaliado de uma maneira diferente, é importante que na era da globalização seja adotada uma nova concepção, pelo menos, pensar no campo da materialização. Entretanto, a qualidade tem múltiplas dimensões e interpretações. Mas o problema não consiste em buscar uma nova definição de qualidade, já que na literatura encontramos várias, mas precisamos determinar o que melhor se adequa à avaliação nas condições da realidade de cada curso, de cada área, sem esquecer que a qualidade deve ser a combinação de dois fatores preponderantes, que é a relevância e o impacto, porque você não consegue conceber instituição universitária de qualidade que não seja relevante em seu ambiente social. Comunicação 2 – As habilidades socioemocionais na perspectiva da avaliação da aprendizagem dos alunos da EEFM Joao Mattos
Laudenise Damasceno, Maria Flávia Albuquerque, Rivane Oliveira da Costa, Simone Sales Portela Lima & Vladimir Primo de Sousa, EEFM JOÃO MATTOS ‐ SEDUC ‐ CE, Fortaleza
Resumo: Este estudo procura identificar como as relações interpessoais baseadas nas competências sócioemocionais entre alunos e professores da EEFM João Mattos interferem na avaliação da aprendizagem e procuram indicam caminhos para amenizar as reprovações e abandono existentes no ensino médio da citada escola, pois ainda há uma preocupação conteudista de professores e gestão que encontra‐se desarticulada do contexto da juventude da sociedade atual. É preciso atentar para as relações professor‐aluno, aluno‐aluno, professor‐professor, gestão‐professor e gestão‐aluno. É importante considerar que a escola é feita de seres humanos com desejos, anseios, problemas e questionamentos e não apenas seres humanos aptos a receber informações das disciplinas ensinadas. É imprescindível que a escola compreenda que a aprendizagem possui várias dimensões e abrange a relação entre os diversos aspectos do desenvolvimento que se desenrolam mediadas por interações estabelecidas entre as pessoas e seu ambiente. Assim, o objetivo desse estudo foi identificar como as relações interpessoais que acontecem na escola e principalmente as relações entre professores e alunos interferem no desempenho da avaliação da aprendizagem nas turmas de Ensino Médio da EEFM João Mattos. Através desse estudo pudemos vivenciar momentos de reflexão sobre os tipos de avaliação da aprendizagem que são utilizadas na EEFM João Mattos e como o sucesso ou fracasso escolar estão ligados à afetividade entre professor e aluno. A metodologia utilizada na elaboração desse trabalho foi a quali‐quantitativa, uma vez que foram utilizados questionários e entrevistas com professores e alunos dos turnos da manhã, tarde e noite. Comunicação 3 ‐ O uso do kahoot como ferramenta de avaliação gamificada: Um relato de experiências no ensino de física
Artur Araújo Cavalcante, João Bathista, Gylvandenys Sales, Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Estado do Ceará
Resumo: Diante do aumento das pesquisas sobre a utilização da gamificação como estratégia de ensino, têm surgido alguns recursos tecnológicos cujo propósito é facilitar o uso dessa metodologia em sala de aula. Nesse sentido, este artigo tem como objetivo descrever as potencialidades do Kahoot, um destes referidos recursos tecnológicos, como ferramenta de avaliação em atividades gamificadas. Esta pesquisa, de natureza qualitativa, apresenta um estudo exploratório e descritivo de uma experiência vivenciada com o Kahoot por alunos de Ensino Médio de uma instituição de ensino particular de Fortaleza (CE). Os resultados evidenciaram o potencial dessa ferramenta como instrumento de avaliação
Resumos 9 de Julho 2018 – Segunda‐feira ‐ Manhã
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em atividades gamificadas por possibilitar a utilização de feedback imediato das respostas, pontuação e ranking. Além disso, o uso adequado do Kahoot associado ao conhecimento substancial sobre gamificação também possibilitará que a avaliação seja atraente, envolvente e prazerosa para o aluno. Por fim, acredita‐se que subjacente à utilização eficaz das tecnologias digitais em sala de aula deve sempre existir uma metodologia de ensino/aprendizagem adequada e consistente. Comunicação 4 ‐ GIFs Aplicados na Avaliação formativa no Moodle
Monck Charles Nunes de Albuquerque, Gilvandenys Leite Sales, IFCE | Eliana Alves Moreira Leite, PMF Resumo: O design de interação das interfaces dos AVA, que priorizam espaços de emissão e recepção de mensagens ou arquivos, não facilitam a formação de vínculos afetivos, necessários muitas vezes ao processo de aprendizagem. Este artigo descreve a concepção da inserção de GIFs animados como escala de avaliação formativa associada à menções qualitativas no Ambiente Virtual Moodle. Tomou‐se por fundamentação o Modelo Learning Vectors (Modelo LV) com seus Vetores‐Aprendizagem e escala iconográfica, LV Ícones. A escolha de menções qualitativas tipo: Muito Bom, Bom, Regular, Fraco, Não Satisfatório e Neutro, associada à GIFs pode ser um caminho mais motivador e engajador no processo de avaliação. Foi feita a implementação na ferramenta Fóruns de discussão simples. Concebida e desenvolvida essa escala de avaliação que utiliza o poder das cores e ícones animados a serem aplicados pelos Professores/Tutores em suas intervenções pedagógicas nos AVA, espera‐se tornar a sala de aula virtual em espaço mais afetivo e motivador.
MESA 1.2 Contextos Educativos e Comportamentos
Comunicação 1 – Inteligência emocional e ajustamento psicológico de educadoras de infância: O papel da perceção de aceitação‐rejeição pelo/a superior/a hierárquico/a
Carla Peixoto, Vânia de Magalhães Rodrigues, Francisco Machado, Instituto Universitário da Maia Resumo: A qualidade das relações que os profissionais de educação estabelecem no seu contexto de trabalho, nomeadamente a aceitação por parte de figuras significativas, parece estar associada à sua competência socioemocional (e.g., Jennings & Greenberg, 2009; Brackett, Palomera, & Mojsa‐Kaja, 2010) e ao seu bem‐estar pessoal (e.g., Erkman, Caner, Sart, Börkan, & Sahan, 2010; Rohner, Khaleque, Elias, & Sultana, 2010; Tulviste & Rohner, 2010). Sendo esta uma área temática pouco explorada, nomeadamente em Portugal e junto de profissionais de educação de infância, este trabalho procurou analisar o papel preditor da perceção de aceitação‐rejeição relativamente ao/à seu/sua superior/a hierárquico/a na inteligência emocional e no ajustamento psicológico de educadores/as de infância. Participaram 100 educadoras de infância a exercer atividade profissional maioritariamente no norte do país. A sua experiência profissional variava entre 1 e 38 anos (M = 18.38, DP = 11.40). A recolha de dados realizou‐se online através de um questionário sociodemográfico, do Questionário de Aceitação‐Rejeição do Supervisor (Machado, Machado, & Simão, 2016), da Escala de Avaliação das Emoções (Schutte, Malouff, & Bhullar, 2009) e do Questionário de Avaliação da Personalidade (Rohner & Khaleque, 2005). Recorrendo a análises de regressão múltipla hierárquica, e após controlar o efeito dos anos de experiência, foi possível verificar que a perceção de aceitação‐rejeição em relação ao superior/a hierárquico/a em contextos de educação de infância representa um fator relevante na predição da inteligência emocional e do ajustamento psicológico dos/as educadores/as de infância, dimensões consideradas determinantes para a qualidade das experiências educativas proporcionadas às crianças em idade pré‐escolar. Comunicação 2 – Comportamento exploratório em relação à carreira de universitários brasileiros de Administração: Comparando ingressantes e concluintes
Fernanda Aguillera, Suellen Estevam Bortolotti, Universidade de São Paulo | Mara Leal, Universidade do Minho Resumo: O ensino superior exerce importante papel no planejamento de carreira dos estudantes. Segundo a perspectiva desenvolvimentista, para além da formação profissional, tarefas de exploração e preparação para o mundo do trabalho interferem na empregabilidade dos jovens e precisam ser estimuladas. O presente objetivou: mapear o comportamento exploratório de carreira de jovens universitários iniciantes e concluintes de um curso de Administração; e, verificar possíveis diferenças em seu repertório tendo em vista a vivência universitária. Justifica‐se como diagnóstico inicial para nortear ações futuras de estimulação desses comportamentos entre os jovens. Participaram 83 estudantes do curso de Administração de uma universidade privada, de ambos os sexos, com idade entre 18 e 37 anos (M=25), sendo 41 matriculados no 1º período (ingressantes) e 42 no 8º período (concluintes). Foram aplicados questionário de
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caracterização e a Escala de Exploração Vocacional para Universitários, e realizadas análises descritivas e test t de Student. Resultados preliminares mostraram que o comportamento exploratório dos estudantes é reduzido, tanto em termos de autoconhecimento, como na exploração de oportunidades e informações acerca da carreira, o que parece aumentar com a vivência prática de estágios. A partir desse diagnóstico, oficinas de Planejamento de Carreira passaram a ser oferecidas. Além disso, passou‐se a incentivar, entre os docentes, que adotem métodos didáticos que melhor aproximem teoria e prática, como metodologias ativas de ensino‐aprendizagem e realização de visitas técnicas. O estimulo à exploração e preparação para a carreira no contexto universitário é discutido, considerando‐se meios contemporâneos que podem ser adotados para se cumprir tal função. Comunicação 3 ‐ Prevenção do abandono no Ensino Superior: Contributos do Psicólogo nas instituições
Joana Casanova, CIEd ‐ Centro de Investigação em Educação da Universidade do Minho | Ana Bernardo, Escola de Psicologia da Universidade de Oviedo | Leandro S. Almeida, CIEd ‐ Centro de Investigação em Educação da Universidade do Minho
Resumo: A progressiva democratização do acesso ao Ensino Superior trouxe uma maior diversidade de estudantes às instituições, constituindo um maior desafio para os estudantes e instituições. Havendo uma preocupação europeia com o aumento da taxa de população adulta com formação superior, a par do aumento do número de ingressos, a redução do abandono é um objetivo incontornável. As possibilidades que o sistema educativo permite como a mobilidade dentro e entre instituições e o reingresso, complexificam o conceito de abandono. Face a esta complexidade, várias são as possibilidades das instituições para promoverem a persistência e prevenirem o abandono e os psicólogos da educação podem dar um especial contributo para tal. Partindo da análise de alguns fatores que colocam, especialmente os estudantes do 1º ano em risco de insucesso e/ou de abandono, analisamos a pertinência e viabilidade de algumas respostas institucionais. Para além da tradicional disponibilização de Serviços de Psicologia, mais dedicados à intervenção direta e individualizada junto do estudante, é possível refletir outras formas de atuação do psicólogo consubstanciadas em práticas institucionais preventivas e abrangentes com vista ao desenvolvimento psicossocial do estudante, à capacitação docente e à reflexão sobre a missão do ensino superior. Comunicação 4 – A Pedagogia sistêmica e suas contribuições no ambiente escolar dos discentes da EEFM João Mattos
Elizabete Távora Francelino, Maria Flávia Coelho Albuquerque, Luzia Mônica Lima da Fota Araújo, Maria de Lourdes Benevides de Magalhães, Jorge Fernandes, EEFM João Mattos ‐ SEDUC ‐ CE, Fortaleza, Brasil
Resumo: Este artigo tem como objetivo apresentar uma experiência de pedagogia sistêmica na Escola de Ensino Fundamental e Médio João Mattos com enfoque nas dificuldades apresentadas pelos alunos no cotidiano escolar. A pedagogia sistêmica se apresenta como uma abordagem na qual os problemas são vistos na sua complexidade, pois o aluno traz o seu problema para a escola. O trabalho se justifica pela contribuição da pedagogia sistêmica através da constelação familiar na escola com jovens com dificuldades de aprendizagem que decorrem de questões emocionais e familiares. A pesquisa é de natureza qualitativa e teve como sustentação uma revisão bibliográfica com foco na experiência empírica e na compreensão da teoria das Constelações Familiares Sistêmicas desenvolvida por Bert Hellinger e a teoria da Pedagogia Sistêmica de Marianne Franke‐Gricksch. A metodologia será a pesquisa de investigação qualitativa/descritiva, fazendo uso da investigação‐ação com o estudo de caso, usando os instrumentais de coleta de dados: entrevistas, grupos focais, observação sistemática e participante. Constatou‐se que as constelações familiares associada à pedagogia sistêmica contribuem como uma nova abordagem para a educação contemporânea, com eficácia na terapia de jovens com dificuldades de aprendizagem na escola e em relacionamentos interpessoais.
MESA 1.3 Contextos Sociais e Desenvolvimento
Comunicação 1 – Desenvolvimento moral e conceito de mentira nas crianças Maria José D. Martins, Instituto Politécnico de Portalegre, UIDEF – Instituto de Educação da Universidade de Lisboa | Beatriz Estevão, Instituto Politécnico de Portalegre
Resumo: Esta investigação teve como objetivos compreender como se processa o desenvolvimento moral de crianças em idade escolar, em particular no que concerne à compreensão e evolução do conceito de mentira e à capacidade para diferenciarem entre as consequências das ações e as intenções dos atores em pequenas narrativas, no âmbito da teoria de Piaget sobre desenvolvimento moral. Atualmente a convenção dos direitos da criança e a legislação portuguesa admitem o direito de audição e de participação da criança nos processos judiciais e administrativos que lhe respeitem e
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o referencial da educação para a cidadania, do Ministério de Educação Português, pressupõe uma educação para a responsabilidade e autonomia. A metodologia deste estudo foi de natureza qualitativa e envolveu entrevistas individuais semi‐estruturadas a 146 crianças, com idades entre os 6 e os 10 anos, a frequentar um dos quatro anos de escolaridade, de uma escola do 1.º ciclo do ensino básico numa cidade do Alto Alentejo. Foram efetuadas 10 questões: 3 sobre a mentira; 4 sobre uma história que avaliava o nível de desenvolvimento moral no que concerne especificamente o realismo versus subjetivismo moral; e 3 sobre a susgestionabilidade a 3 figuras de referência. Os resultados sugerem que a maioria das crianças é capaz de diferenciar a verdade da mentira e encontra‐se em transição da heteronomia para a autonomia moral, sendo no entanto altamente sugestionável por figuras de referência. Os resultados são discutidos em termos das competências e limitações das crianças para atuarem de forma responsável e fornecerem depoimentos credíveis. Comunicação 2 – As perdas podem contribuir para o desenvolvimento psíquico?
Cristina Cruz, Helena Ventura & Margarida Pocinho, Escola Básica do 2º e 3º Ciclo dos Louros Resumo: O luto é caracterizado por um conjunto de particularidades que o torna distinto de outros processos comportamentais. O objetivo deste trabalho consiste em fazer uma abordagem sobre as perdas na infância até à adolescência, sobre a forma de como a criança e o jovem vivem o processo de luto. Este estudo analisa a forma de como as crianças e os jovens percecionam as perdas. Para compreender este fenómeno, foi utilizado o desenho e uma grelha de análise que teve como base o questionário Fear Survey Schedule for Children – Revised (FSSC‐R) de Ollendick. Participaram crianças e jovens com idades compreendidas entre 9 e 17 anos que frequentam o 5º e 9º ano de escolaridade, em escolas públicas e privadas do Funchal. Os principais resultados revelam que o tema mais representado pelas crianças está relacionado com a perda associada à morte de uma figura significativa e do seu animal de estimação e na do jovem acresce o amor pelo outro. Este estudo permitiu‐nos ainda, conhecer os fatores que podem facilitar ou dificultar o processo de luto nas crianças e nos jovens, com o intuito de integrá‐lo de forma saudável no seu desenvolvimento e contexto social. Comunicação 3 ‐ O papel da agressão e vitimação entre pares no insucesso e abandono escolar
Maria José D. Martins, Instituto Politécnico de Portalegre, UIDEF‐IEUL | Adelaide Proença, Instituto Politécnico de Portalegre
Resumo: O sistema educativo português tem tido como uma das suas preocupações prioritárias o combate ao insucesso escolar e a promoção do sucesso educativo. Os ambientes relacionais na escola podem ser um importante fator de facilitação das aprendizagens. No sentido de contribuir para compreender as causas do insucesso escolar e melhor promover o sucesso educativo analisam‐se os dados de duas investigações (uma com 572 alunos do ensino básico e secundário e outra com 15 professores dos três níveis do ensino básico) que procuraram verificar quais as relações que existem entre as condutas agressivas entre pares, percepcionadas e auto relatadas pelos alunos e o seu sucesso escolar, por um lado, e as percepções dos professores sobre as condutas dos seus alunos e o seu sucesso escolar, por outro. No primeiro estudo utilizou‐se um questionário para avaliar agressão/vitimação entre pares (verbal, relacional e física) e um questionário de nomeação de pares. No segundo estudo aplicou‐se um questionário de perceção de crianças em risco social a professores, que incluía uma escala sobre condutas agressivas. Os dados obtidos nestes questionários foram relacionados com uma medida de sucesso escolar (aprovação/reprovação no final do ano letivo). Os resultados sugerem uma relação entre o comportamento agressivo dos alunos e o insucesso escolar, quer nos seus auto e hetero relatos, quer através da perceção dos docentes, sugerindo que programas de prevenção de bullying, indisciplina e agressão entre pares, envolvendo a participação dos próprios alunos, podem contribuir para a promoção do sucesso escolar e para a prevenção do abandono escolar. Comunicação 4 ‐ Intervenção do psicólogo escolar em contextos de risco
Susana Vilarinho, Instituto de Educação da Universidade de Lisboa Resumo: Será que a intervenção de um psicólogo escolar, orientada por um Programa de Competências de Vida (PCV) numa escola com elevada taxa de insucesso escolar, pode alterar este cenário? No presente trabalho procura analisar‐se o impacto do PCV nos comportamentos de 52 alunos de 13 anos (M=12.94, DP=1.23), bem como no desempenho académico. A metodologia adoptada foi de um estudo quasi experimental, onde os alunos do grupo de controlo (n=39), de 13 anos (M=12.79, DP=0.98), não foram alvo de intervenção. O PCV foi implementado durante um ano letivo pelo psicólogo escolar na presença do diretor de turma, consistiu em 30 sessões e assentou em atividades participativas, assembleias de turma mensais e trabalho de projeto. O programa foi parte integrante do currículo escolar dos alunos.
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Um Questionário de Competências de Vida foi aplicado aos alunos dos dois grupos, antes e após a intervenção. Compararam‐se os resultados escolares e as competências de vida dos dois grupos. Os resultados indicam que o grupo de intervenção revelou maiores benefícios do que o grupo de controlo, nomeadamente no que diz respeito à resiliência, método de estudo, empatia, participação nas aulas e autoestima. As raparigas do grupo de intervenção aumentaram a média de todas as competências, com exceção da cooperação. Os participantes do grupo de intervenção registaram um maior sucesso académico (taxa de transição) do que os participantes do grupo de controlo. Enfatizamos as vantagens observadas para alunos em risco de trajetórias escolares de insucesso e a importância do psícologo escolar em contextos de exclusão social. Comunicação 5 ‐ O curso de pedagogia e a EAD: Limites e possibilidades de inclusão digital
Maria José Portela Corrêa, António Rodrigues, João Carlos Coqueiro, Maria do Socorro Silva, Sílvia de Fátima Silva, Universidade de Trás os Montes e Alto Douro – UTAD
Resumo: Usar as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) como aliadas da educação tem sido um grande desafio aos educadores deste milênio e quando se trata de EaD, elas se tornam estratégias indispensáveis de inclusão digital, na perspectiva de atingir um público adulto que trabalha e dispõe de pouco tempo para investir em uma faculdade de ensino regular. Este trabalho tem como objetivo analisar o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) como ferramenta de inclusão social na implantação do curso de Pedagogia ministrado pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), ofertado pelo Polo da Universidade Aberta do Brasil de Nina Rodrigues no Estado do Maranhão. A metodologia utilizada na investigação foi análise documental, estudos bibliográficos e um relato de experiências de tutores e alunos sobre a implantação do curso de Pedagogia no segundo semestre de 2017. Ao final desse estudo de caso constatamos a importância das políticas de Integração das TIC e a necessidade de um maior investimento na implantação de políticas públicas voltadas para as pessoas de classes populares
MESA 1.4 Diversidade e Educação
Comunicação 1 – Inclusão no ensino superior: perspetivas de estudantes com Necessidades Educativas Especiais de uma universidade pública portuguesa
Evelyn Santos, Centro de Investigação em Didática e Tecnologia na Formação de Formadores, Universidade de Aveiro | Paula Vagos, Universidade Portucalense | Dayse Neri de Souza, Centro Universitário Adventista de São Paulo – UNASP‐EC
Resumo: A inclusão de estudantes com necessidades educacionais especiais (NEE) tem sido uma realidade cada vez mais verificada na educação. Novas práticas em favor da acessibilidade física, atitudinal e digital para os alunos também tem sido percebidas ao nível do Ensino Superior. No caso de Portugal, nos últimos anos, um maior número de alunos com NEE tem ingressado em Instituições de Ensino Superior (IES). Entre muitas razões, acredita‐se que o apoio de uma política que apresenta um Contingente de Acesso Especial que garanta um número de vagas para alunos com NEE, pode ser um dos principais aspectos. No entanto, ao nível nacional, as políticas de inclusão no ensino superior que garantem os direitos e permanência dos alunos com NEE não são verificadas. Dada essa realidade, as IES criaram estatutos internos e tem apoiado os alunos caso a caso. Por um lado, essas iniciativas de apoio podem favorecer a trajetória dos alunos, por outro, podem permitir que o aluno fique à mercê da sensibilidade das IES. Neste sentido, este estudo apresenta, num contexto qualitativo, as percepções de 10 alunos com diferentes NEE, de vários ciclos e cursos sobre inclusão numa Universidade Pública Portuguesa. Nosso objetivo é representar os principais apoios oferecidos pela IES, evidenciados pelos alunos como potenciadores na inclusão no Ensino Superior. Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada e analisados por meio da técnica de análise de conteúdo, com o apoio do software de análise qualitativa webQDA. A partir dos resultados, verificou‐se que os alunos relataram um apoio satisfatório das IES nos diferentes suportes oferecidos. A partir desses resultados, diferenciamos três categorias de acessibilidade, sendo apresentadas em ordem de maior referência: 1. atitudinais (187 referências), 2. físicas / estruturais (49 referências) e 3. digitais / materiais (48 referências). É notável que todos esses aspectos se fundem, e um trabalho de coesão entre todos os suportes listados é necessário. Neste sentido, o presente trabalho visa promover a reflexão sobre as dimensões de apoio à inclusão de alunos com NEE no Ensino Superior, com base na realidade de uma IES pública portuguesa Comunicação 2 – Diversidade e Inclusão nas Instituições de Ensino Superior
Júlio Mello D’Amato, Unilasalle, Simone Garrido Esteves Cabral, Adriana Pires de Arezzo, Unilasalle, Rio de Janeiro
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Resumo: A educação inclusiva nas Instituições de Ensino Superior (IES), além de cada vez mais ser pauta de discussão frequente no meio acadêmico, se faz presente, configurando‐se como uma realidade a ser aprimorada, uma vez que reconhecer a diversidade, promovendo sua aceitação é um dos grandes desafios do mundo contemporâneo. O presente relato de experiência se refere à inclusão de alunos, com necessidades educativas específicas ou em situação de vulnerabilidade social no Centro Universitário La Salle/RJ – UNILASALLE/RJ –, Instituição de Ensino Superior Confessional. A inclusão torna‐se possível por haver na instituição um espaço de escuta, por excelência, o NAPPE (Núcleo de Atendimento Psicopedagógico), com vistas a encaminhamentos que tornam o cotidiano do aluno possível, de acordo com o que de melhor a Instituição Lassalista pretende oferecer. Ao longo dos anos, o Núcleo vem se tornando uma referência para todos que acreditam que este trabalho ao lado da direção, coordenações, professores e funcionários bem representa a proposta maior de formação da Instituição. Promover Educação é, antes de tudo, acreditar que nossa condição de humanos passa pelo receber, respeitar e nos solidarizar frente à toda a diversidade humana e suas vicissitudes. O Centro Universitário LaSalle/RJ inseriu‐se na vida desses alunos como uma importante contribuição no caminhar, que, espera‐se, seja de sucesso em suas trajetórias de vida e na constituição de uma profissão. Comunicação 3 – Percursos de vida de jovens que foram abrangidos por currículos específicos
Maria Teresa Santos, Adelaide Espírito Santo, José Pereirinha Ramalho, Maria Cristina Faria, Cesário Almeida, José Pedro Fernandes & José António Espírito Santo, Instituto Politécnico de Beja
Resumo: A expansão da escolaridade obrigatória a todas as crianças e jovens, incluindo as que apresentam necessidades educativas especiais decorrentes das mais variadas situações, é hoje uma realidade em muitos sistemas educativos que prosseguem o objetivo de garantir o direito a uma educação inclusiva. No sistema educativo português, a partir do decreto lei 3/2008, foram propostos currículos específicos individuais (CEI) para alunos com problemáticas mais graves, abrindo‐se uma via de certificação de competências muito distante do currículo comum. Neste quadro, iniciámos uma investigação sobre os percursos de vida dos jovens que frequentaram os agrupamentos de escolas do Baixo Alentejo com CEI e PIT (Plano Individual de Transição) e que terminaram a sua escolaridade obrigatória a partir de 2012. É nosso propósito ter uma abordagem tão compreensiva e aprofundada quanto possível sobre as competências adquiridas na escola, na família, na comunidade, nos contextos de formação vocacional e profissional com impacto nos processos de capacitação, autodeterminação e qualidade de vida. No âmbito de um modelo de investigação de natureza exploratória, descritiva e interpretativa, socorremo‐nos de vários métodos e técnicas, confrontando diversas fontes e recorrendo à análise qualitativa e quantitativa. Participam no estudo coordenadores dos Departamentos de Educação Especial dos Agrupamentos de escolas, jovens, familiares e coordenadores de outras instituições. Nesta comunicação apresentaremos alguns dos dados preliminares da investigação em curso. Prevê‐se que os problemas identificados e as conclusões obtidas possibilitarão desenhar planos de intervenção educativa mais adequados a esta população e implementar ações de formação junto dos atores educativos locais. Comunicação 4 ‐ Os conceitos de inclusão e amorosidade, utilizados como fundamentos para uma educação de qualidade social para jovens e adultos
Ana Cláudia Lima de Assis, Maria José Marques Lima, Sandra Maria Soares de Oliveira, Universidade do Minho Resumo: Promover a escolarização de Jovens e adultos, garantindo permanência com sucesso é um desafio da contemporaneidade, principalmente se tratando de um público envolto, numa vida de exaustivo trabalho, responsabilidade, educação dos filhos e sobrevivência sua e da família. Aliado a uma sala de aula formal, descontextualizada, pautada numa educação bancária, que não motiva esse educando a permanecer de forma prazerosa na escola, por se encontrar esvaziada de sentido e significados. Este trabalho discute os desafios enfrentados pelo Centro de Educação de Jovens e Adultos Donaninha Arruda, de envolver seus alunos no processo ensino aprendizagem, promovendo a inclusão social e o sucesso escolar, a partir de uma ação político pedagógica, pautada na construção coletiva, no diálogo e amorosidade, utilizando das diversas linguagens para envolver seus educandos. O Trabalho, a partir da revisão bibliográfica, e observação participante, trazem as principais dificuldades enfrentadas pela escola, na busca de uma educação pautada em princípios de igualdade, respeito pelo diferente, dialogicidade e amorosidade, considerando o ‘outro’ como sujeito de direitos, pleno de possibilidades. Nesse sentido, o artigo se fundamenta na discussão dos seguintes autores: Freire(1996), Andriola(2000), Calado(2001) e Toniolo(2010). Estes, colaboram na recuperação do sentido do educar, enquanto acolhida das diversas gerações e a sua inserção na cultura, bem como, fundamentam a realização de um trabalho com a comunidade educativa, viabilizando a permanência com sucesso, a partir de ambientes inclusivos, cuja tônica da amorosidade e do acolhimento, contribuíram para o desenvolvimento pessoal e profissional dos educandos daquela instituição.
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Comunicação 5 ‐ Os desafios da implementação de uma rede de apoio à escolarização de uma estudante com paralisia cerebral: A dimensão subjetiva do trabalho colaborativo
Alessandra Bonorandi Dounis & Neiza de Lourdes Frederico Fumes, PPGE/Universidade Federal de Alagoas Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar a constituição da dimensão subjetiva dos envolvidos na construção de uma rede de apoio à inclusão e à permanência escolar de uma estudante com Paralisia Cerebral. Para alcançá‐lo, optamos pelo desenvolvimento de uma pesquisa qualitativa, com abordagem Sócio‐Histórica, ancorada nos pressupostos epistemológicos de Vigotski. Iniciamos a aproximação com o campo de pesquisa em uma escola municipal de Ensino Fundamental da cidade Maceió/Alagoas/Brasil, no começo do ano letivo de 2016 e permanecemos na instituição até o momento. . Os participantes são os professores, os gestores, a técnica de Educação Especial e os familiares de uma estudante com Paralisia Cerebral. Os dados estão sendo produzidos a partir dos procedimentos da entrevista reflexiva individual e coletiva, da autoconfrontação simples e cruzada e da consultoria colaborativa. Até o momento, pudemos vivenciar encontros de consultoria colaborativa e formação com os professores da escola, reuniões de planejamento conjunto com professoras, gestoras, técnica de educação especial e família, além de algumas observações em sala de aula e demais espaços escolares. Inicialmente, identificamos os entraves para o desenvolvimento das atividades de colaboração e para a articulação da rede, além de certa resistência de alguns dos membros para o trabalho coletivo. No entanto, no decorrer das vivências e a partir do envolvimento na resolução coletiva dos problemas emergentes da inclusão da estudante com paralisia cerebral nas atividades escolares, vimos se destacarem as mediações da subjetividade dos participantes da rede, que vêm colaborando ou não para sua efetivação. Os resultados preliminares apontam para uma necessária modificação na forma de pensar a formação de professores para a inclusão, que permita o desenvolvimento de práticas que levem a interlocução e a colaboração entre os diferentes atores do processo inclusivo. Acredita‐se que a constituição de uma rede colaborativa na escola possa mediar o desenvolvimento profissional de todos os atores da escola, não apenas do professor.
MESA 1.5 Ensinar e Aprender
Comunicação 1 – A dialética objetividade e subjetividade mediando a significação da prática educativa bem sucedida na escola: Um olhar sobre o lugar dos afetos
Eliana de Sousa Alencar Marques & Maria Vilani Cosme de Carvalho, Universidade Federal do Piauí Resumo: A comunicação a ser apresentada no XIV Colóquio Internacional de Psicologia e Educação reúne elementos teóricos e empíricos que explicam como o professor, ao subjetivar a realidade objetiva consegue realizar a prática educativa bem sucedida. A discussão é realizada a partir das ideias de Vigotski (2009, 2004, 2000, 1998) e Baruch de Espinosa (2008, 2007) que contribuem com a compreensão de que na relação com o mundo, o ser humano constitui sua subjetividade significando o mundo objetivo. Nesse processo, destacam‐se os afetos como forças motivadoras das ações humanas. Para explicitar essas compreensões no plano da realidade dos processos de ensino e aprendizagem, serão apresentados resultados de pesquisa envolvendo um professor e quatro alunos de escola pública no estado do Piauí(BR). Os dados foram produzidos mediante o uso de entrevistas semiestruturadas e memoriais. Como procedimento de análise fez‐se uso dos Núcleos de significação. Os resultados apontam que professores e alunos vivenciam situações de ensino e aprendizagem que medeiam a produção de afetos que aumentam a potência de pensar e agir, portanto, movimentam os sujeitos porque (re)orientam a produção de sentidos que vão determinar a qualidade das práticas educativas. Comunicação 2 – Dificuldades de aprendizagem na visão de professores do 4º ano do ensino fundamental da secretaria de educação do distrito federal/Brasil
Erika Rodrigues de Freitas & Otília Maria Alves da Nóbrega Alberto Dantas, Universidade de Brasília Resumo: Como Pedagoga da Equipe de Apoio Pedagógico (EEAA) da SEDF, tenho me deparado com inúmeros problemas referentes a aprendizagem dos estudantes dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Como os professores lidam didaticamente com as dificuldades de aprendizagem de seus alunos? O papel de Pedagogo da Equipe visa dar suporte aos professores quanto a organização dos processos didáticos e pedagógicos da escola. Este trabalho tem como objetivo analisar as Dificuldades de Aprendizagem dos estudantes por meio dos relatos de experiências dos professores dos anos iniciais de uma escola pública do Distrito Federal ‐ DF/Brasil. A fundamentação teórica está pautada em Piaget (1971), Vygotsky (1994), Godoy (2011), Pimenta (2003) e outros quanto as categorias Aprendizagem, Ensino e Didática.
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Metodologicamente, trata‐se de uma pesquisa qualitativa em que foi aplicado questionários (GIL, 1984) à dez professores do 4ª ano do Ensino Fundamental em três diferentes escolas. Os resultados mostraram que os professores compreendem três concepções distintas de Dificuldades de Aprendizagem quais sejam: assimilar conteúdos, incapacidade em assuntos específicos e obstáculos durante o processo de aprendizagem como: dificuldade na escrita, na leitura, na fala, na concentração e em cálculos matemáticos. Verificou‐se que a atuação desses profissionais frente a esse fenômeno está centrada na superação das dificuldades, realizando intervenções, buscando apoio em instituições sociais como a família e a escola. O interesse em discutir este tema decorre da necessidade de encontrar iniciativas visando à construção de novas metodologias que evitem ou superem as Dificuldades de Aprendizagem e ressaltem o papel do Pedagogo neste contexto. Neste sentido, conclui‐se que o conhecimento didático é pouco empregado pelos professores, seja por comodismo ou pelo limitado conhecimento sobre a Didática. Acreditamos que cabe a EAPE promover formação continuada a estes docentes no sentido de superação de tais dificuldades e promovendo a aprendizagem de seus alunos. Comunicação 3 ‐ Aprender viajando: A aula de campo como mecanismo facilitador no processo de aprendizagem dos discentes da EEFM João Mattos ‐ Fortaleza/Ce
Maria Flávia Coelho Albuquerque, Laudenise Fonseca Botelho Damasceno, Rivane Oliveira da Costa, Simone Azeredo Sales Portela Lima & Antonio Flávio Costa Pinheiro, EEFM João Mattos ‐ Fortaleza/Ce
Resumo: Este trabalho objetivou investigar o papel da aula de campo como mecanismo facilitador no processo de ensino‐aprendizagem na EEFM João Mattos. Optou‐se por trabalhar com alunos do Ensino Médio, que em conversas informais demonstravam desinteresse pelos estudos, reclamavam das aulas repetitivas e da ausência de visualizar na prática os conteúdos dados em sala de aula. Esta pesquisa foi baseada no processo investigativo, sendo utilizadas análises qualitativas e quantitativas, com o uso de questionários aplicados antes e após as aulas de campo, como também entrevistas e observação. Nos questionários aplicados antes das aulas práticas, foi observado o pouco conhecimento histórico, geográfico e biológico dos destinos visitados. Após a aula de campo, as respostas aos questionamentos apontaram uma diferença considerada em relação ao apre(e)nder conhecimentos novos. Os resultados demonstraram que as aulas de campo e a metodologia utilizada favoreceram o processo ensino‐aprendizagem, pois foi constatada a ampliação do conhecimento e do desenvolvimento do espírito crítico dos alunos acerca dos temas estudados, além da visível cooperação e visão da importância do trabalho em equipe. Comunicação 4 ‐ Bilinguismo: Uma proposta de aprendizagem para a vida
Rosemere Impéres Lira, Escola Santo Afonso Rodriguez – ESAR – Rede Jesuíta de Educação Resumo: Por compreendermos que a formação de alunos‐cidadãos do mundo, conscientes do seu papel como agentes transformadores do meio ambiente, da sociedade em que estão inseridos e das relações inter e intrapessoais é a função principal da escola, nos propomos a apresentar no XIV Colóquio Internacional de Psicologia e Educação uma comunicação que reúne elementos teóricos e empíricos que explicam a importância do desenvolvimento de um currículo aberto, vivo e provocador de demandas interativas que se serve de múltiplos espaços, compreendendo‐os como ambientes de aprendizagem. A análise se sustenta a partir das ideias de Freire (1987, 1991, 1996 e 2016) que contribui com a compreensão de que a escola deve desenvolver uma prática para além do bancarismo possibilitando que o aluno se perceba como um ser capaz de conhecer e analisar criticamente o mundo, desenvolvendo autonomia e exercitando a empatia e o engajamento nas causas humanas. Será apresentada a experiência da implantação do programa bilíngue em uma escola particular filantrópica no estado do Piauí, Brasil. A experiência contempla 319 alunos com idades entre 06 e 10 anos e acontece a partir de um planejamento integrado entre as diversas áreas do saber e as estratégias linguísticas para a aquisição da língua inglesa. Nesse âmbito, o aluno é agente da sua aprendizagem, enquanto o professor, como facilitador, busca naquele as verdadeiras razões para a sua prática pedagógica. Numa perspectiva interdisciplinar, a imersão total na língua inglesa possibilita a construção de habilidades, competências, atitudes e valores essenciais para o desenvolvimento das crianças. Comunicação 5 ‐ Uma proposta didático‐pedagógica para o ensino de convecção térmica no ensino médio
Matheus Fernandes Mourão & Gilvandenys Leite Sales, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE)
Resumo: A busca por novas metodologias de ensino tem sido alvo de pesquisas na área da educação. O presente trabalho propôs o uso do ensino investigativo, método que visa estimular os alunos a pensar, questionar e discutir assuntos em sala de aula através de situações‐problema. O objetivo deste trabalho foi avaliar como o ensino investigativo pode ser uma
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ferramenta para motivar e interessar os alunos em sua aprendizagem. Foi elaborado e aplicado um plano de aula do conteúdo de Convecção Térmica com abordagem investigativa tendo como temática um experimento de baixo custo denominado “Lâmpada de Lava”. A aula foi aplicada com 25 alunos do Ensino Médio de uma escola em Fortaleza‐CE. Os alunos tiveram que analisar e identificar durante o experimento conceitos de propagação de calor por convecção. As equipes expuseram suas hipóteses e foi aplicado um questionário para avaliar a proposta metodológica. Todos os dados gerados foram analisados quati‐qualitativamente com auxílio do Excel. Como resultados, observou‐se a participação ativa dos alunos. Embora nenhum deles tenham chegado a uma conclusão cientificamente correta sobre o experimento, todos se aproximaram e mostraram domínio sobre conceitos básicos de Termodinâmica. Foi possível observar a motivação de todos com demonstração investigativa, onde 96% relataram sentir‐se desafiados a fazer previsões e 100% admitiram obter novos conhecimentos durante o ato investigativo. Mais da metade dos alunos afirmaram ainda que o processo de análise, reflexão e discussão foram os mais interessantes. Conclui‐se que um ensino eficaz e motivador pode ser feito por meio dessa metodologia.
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SIMPÓSIO 2.1‐ 14h‐15h 30m
Práticas Promotoras do Desenvolvimento da Literacia em Jardim‐de‐Infância Coordenador: Margarida Alves Martins
Resumo: O objetivo deste simpósio é o de apresentar e discutir os resultados de quatro estudos desenvolvidos em contexto de jardim‐de‐infância. Num primeiro estudo realizou‐se um levantamento das práticas de literacia desenvolvidas em jardins de infância em Portugal no sentido de perceber quais as práticas mais frequentemente usadas nas salas de jardim‐de‐infância de todo o país. Num segundo estudo avaliou‐se a eficácia de uma intervenção explícita, conduzida em contexto naturalístico por educadores de infância, no desenvolvimento da consciência morfológica de crianças pré‐escolares. Num terceiro, analisaram‐se detalhadamente as ajudas providenciadas por um adulto durante as interações de pequenos grupos de crianças de 5 anos sobre a escrita de várias palavras, ajudas essas que levaram à apropriação de procedimentos de análise do oral por parte das crianças, que permitiram o desenvolvimento das suas escritas. Num quarto estudo, foram descritas a comparadas as estratégias de ajuda verbal usadas por professoras de educação infantil no decurso de atividades de escrita conjunta de palavras por crianças espanholas de 4 e de 5 anos. Comunicação 1 – Práticas de literacia em jardim‐de‐infância: Um estudo de âmbito nacional
Margarida Alves Martins, ISPA‐Instituto Universitário, CIE‐ISPA | Tiago Almeida | ESELx, Instituto Politécnico de Lisboa, CIE‐ISPA | Ana Albuquerque | Ana Cristina Silva, ISPA‐Instituto Universitário, CIE‐ISPA | Leonor Moreira Rato, Liliana Salvador, CIE‐ISPA | Ana Isabel Santos, Universidade dos Açores, CIE‐ISPA
Resumo: Diversos trabalhos de investigação têm realçado que os ambientes de literacia e a qualidade das práticas desenvolvidas com as crianças em torno da leitura e da escrita antes da entrada para a escola, em particular no jardim‐de‐infância, são da máxima importância para o sucesso educativo de todas as crianças. Neste contexto, desenvolvemos um estudo de âmbito nacional em que procurámos caracterizar as práticas de literacia atualmente desenvolvidas em jardim‐de‐infância. Participaram 859 educadoras de todas as regiões do país maioritariamente de jardins de infância públicos. O instrumento usado foi um questionário on‐line em que As educadoras, para além de caracterizarem a organização e gestão do ambiente educativo das suas salas de atividades no que respeita à literacia, caracterizaram as práticas de leitura e de escrita desenvolvidas no dia‐a‐dia com as crianças, e a frequência com que ocorrem. O questionário permitiu ainda caracterizar detalhadamente as práticas relacionadas com a linguagem oral e a consciência linguística, as práticas relacionadas com o conto e a leitura de histórias e as estratégias usadas para ajudar a ler e a escrever. Os resultados são apresentados e discutidos à luz das recentes orientações curriculares para a educação pré‐escolar, em particular no que é preconizado relativamente ao domínio da linguagem oral e abordagem à escrita. Comunicação 2 – Podem os educadores de infância trabalhar explicitamente a consciência morfológica de crianças pré‐escolares?
João Rosa, ESELx, Instituto Politécnico de Lisboa / CIED / CIE‐ISPA Resumo: Este estudo avalia a eficácia de uma intervenção explícita, conduzida em contexto naturalístico por educadores de infância, no desenvolvimento da consciência morfológica de crianças pré‐escolares. Estudos anteriores mostraram que embora este desenvolvimento ocorra naturalmente, o seu trabalho explícito tem um efeito significativo no desenvolvimento de diversas competências de literacia. Participaram neste estudo 162 crianças de 5 anos que provinham de 18 salas de Jardim de Infância, de duas escolas. As crianças foram alocadas em duas condições, experimental e de controlo. As educadoras cujas crianças foram alocadas ao grupo experimental participaram em duas horas de formação, selecionaram seis livros de histórias que acharam particularmente estimulantes onde identificaram palavras para trabalhar morfologicamente com as crianças. A intervenção com as crianças durou seis semanas. Na condição de controlo, desenvolveram‐se as atividades curriculares normais incluindo também a leitura de histórias. Os
Tarde do dia 9 de julho
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resultados no pós‐teste mostraram que as crianças do grupo experimental eram significativamente melhores a produzir palavras da mesma família, a interpretar morfemas‐base e afixos em pseudopalavras e a identificar morfemas‐base em palavras flexionadas e derivadas, mesmo depois de se controlarem os efeitos explicados por diferenças em idade, inteligência não verbal, vocabulário, consciência fonológica e consciência morfológica, no pré‐teste. Concluiu‐se que os educadores de infância podem promover com eficiência o conhecimento morfológico das crianças e que isso é otimizado por um conhecimento profissional específico acerca das formas como as diferentes crianças aprendem. Comunicação 3 ‐ Dinâmicas interativas em programas de escrita inventada: um estudo qualitativo em contexto de jardim‐de‐infância
Ana Albuquerque, CIE‐ISPA | Margarida Alves Martins, ISPA‐Instituto Universitário CIE‐ISPA Resumo: Diversos estudos têm demonstrado que a promoção da escrita em pequeno grupo no pré‐escolar tem um impacto positivo na forma como as crianças conceptualizam as relações entre a linguagem oral e a linguagem escrita. No entanto, poucos são os trabalhos que analisam detalhadamente os processos de "scaffolding" que ocorrem durante as interações, levando à apropriação de procedimentos de análise linguística por parte das crianças. Neste sentido, o presente estudo qualitativo teve como principal objetivo explorar as relações entre a dinâmica das interações e os progressos na escrita de um conjunto de crianças participantes num programa coletivo de escrita inventada no jardim‐de‐infância. Selecionaram‐se quatro grupos (num total de 16 participantes), cada um constituído por quatro crianças com competências metalinguísticas iniciais heterogéneas (número de letras conhecidas, nível de consciência silábica e nível de consciência fonémica). Após a transcrição das sessões do programa, foram estudadas as dinâmicas interativas ocorridas na sessão inicial, numa sessão intermédia e na sessão final, analisando‐se a frequência e a qualidade das intervenções do experimentador e de cada criança. A partir desta análise, foram identificadas sequências de interação ilustrativas das ajudas providenciadas pelo adulto e, em particular, a forma como foram adaptadas ao nível de desenvolvimento de cada criança aos seus conhecimentos e competências individuais. As implicações destes resultados são discutidas no âmbito da formação inicial e contínua de profissionais de educação de infância. Comunicação 4 ‐ Análisis de la ayuda educativa en actividades de escritura conjunta con niños de 4 y 5 años
Candela Ruiz & Manuel Montanero, Universidad de Extremadura Resumo: El aprendizaje de la lectoescritura en la Educación Infantil es una cuestión controvertida que ha suscitado una abundante investigación, tanto sobre la edad más adecuada para iniciarla, como sobre los métodos pedagógicos más efectivos. Sin embargo, son escasos los estudios que documenten la naturaleza de las actividades de lectoescritura que se desarrollan realmente en las aulas. En este sentido, el principal objetivo de este trabajo es describir y comparar las estrategias de ayuda verbal empleadas por las maestras de Educación Infantil durante actividades de escritura conjunta de palabras en español, desarrolladas en pequeño grupo. Para ello se seleccionaron 6 grupos‐clase de alumnos de 4 y 5 años, y sus correspondientes maestras, de colegios españoles públicos y privados. Siguiendo un método de análisis del discurso se identificaron y categorizaron un total de 556 mensajes verbales de ayuda verbalizados por las profesores durante actividades de escritura conjunta de palabras. De promedio, las profesoras verbalizaron 23,7 ayudas para conseguir que los niños escribieran correctamente cada una de las palabras. Los resultados ponen de manifiesto una gran similitud en cuanto al perfil de la interacción que se establece en las actividades, en función de la edad de los estudiantes, con una preeminencia de elaboraciones fonéticas en 4 años y de ayudas indagatorias en 5 años, así como una práctica ausencia de instrucciones directivas y correcciones en ambos niveles. Finalmente, se discuten estas y otras conclusiones y sus implicaciones para futuras investigaciones.
Sessão M2 ‐ 14.00‐15h 30m
MESA 2.1 Educação, Família(s) e Comunidade
Comunicação 1 – Trabalho com dificuldades de aprendizagem de crianças e adolescentes
Angelica Capelari, Universidade Metodista de São Paulo Resumo: Muitas vezes, recebemos em nossos consultórios, crianças com dificuldade de aprendizagem. O primeiro passo, talvez
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seja, investigar a origem da dificuldade: habilidade acadêmicas específicas; habilidades de estudo e/ou os dois tipos de origem. Habilidades acadêmicas especificas se referem informações adquiridas previamente, tanto nas escolas quanto fora delas e depenem dos sentidos e da percepção do mundo para serem adquiridas. Assim, uma dificuldade nessa habilidade pode dever‐se a alguma questão orgânica ou de experiência com o mundo. No caso das habilidades de estudo, se referem a aquisição e manutenção de hábitos de estudo. Tais hábitos são praticados fora do ambiente acadêmico, na casa dos estudantes e envolvem o treino das informações aprendidas, adquiridas na escola e como são treinados em casa, devemos avaliar, também, o ambiente físico e as possíveis intercorrências na emissão da resposta de estudar. Como os hábitos de estudo ocorrem em casa, a participação dos pais é totalmente necessária e relevante para que a resposta possa ser adquirida e mantida. Toda avaliação e o trabalho realizados nesses casos, pode ser feito em consultório ou na casa do paciente, onde poderemos ter acesso diretamente as informações necessárias para avaliar o caso e alterar as respostas que dificultam o aprendizado como um todo. Comunicação 2 – O Ensino doméstico em Portugal: Práticas, perceções e motivações de famílias portuguesas
Maria Inês Peceguina & Cecília Aguiar, ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa Resumo: In the last years the number of Portuguese families that chose to homeschool their children increased significantly. According with the available data from the Ministry of Education, in just 3 school years (2012/13 ‐ 2015‐16) the number of homeschooled children increased from 63 to 661. The purpose of this study is to initiate the demographic characterisation of this phenomenon from the perspective of the families, contributing to a more realistic and inform perception on this practice. An adaptation of the Survey About Homeschooling in America, from the national Household Education Survey was used to collect the data. The data were collected through the social networks with the support of the Free Learning Movement Association (Movimento Educação Livre), a non‐profit association, formed in 2011, that assists families in the matter of education freedom, their rights and the legal options on the Portuguese school system. Until now, starting in January 2018, 67 families participated, with children ranging from preschool age to secondary years, representing about 10% of the homeschooled population. Results indicate that, overall, the mother is the main responsible for the child education. Concerns on the school social environment, including negative peer pressure, bullying and safety, dissatisfaction with the academic instructional quality, and interest over educational approaches other than the traditional one are pointed as the main reasons for homeschooling. Coping with prejudice on the practice of homeschooling and lack of public spaces that promote interaction and communication with other families are pointed as the major difficulties on going through this educational option that, it appears, goes well beyond “just” and educational choice. The failure of the public school system and a tendency towards a parentocratic educational approach structure the data discussion. Comunicação 3 ‐ Construindo uma educação para paz
Maria José Marques Lima, Ana Cláudia Lima de Assis, Elizabete Távora Francelino, Aparecida Alves dos Santos Coelho & Gesilane Domingos de Sousa, Universidade do Minho
Resumo: Este projeto quer investigar as ações escolares em prol da formação de uma educação para paz como uma prioridade no ambiente escolar, da escola pública da rede estadual do Ceará na cidade de Fortaleza no Brasil. Focaremos a pesquisa no Centro de Educação de Jovens e Adultos‐ CEJA/JOSÉ WALTER. Os objetivos desta pesquisa são: Objetivo geral‐Analisar e problematizar a escola enquanto uma organização que desenvolve ações voltadas para a promoção do conceito de educação para a paz no sentido de formar um ambiente propício de bem‐estar, de trabalho e realização para todos os que fazem parte da escola. Objetivos específicos: Descrever e Analisar as experiências exitosas da escola em busca de uma educação para paz; Auscultar os alunos, professores, gestores e funcionários sobre o que entendem sobre educação para a paz; Estruturar elementos curriculares e atividades interdisciplinares presentes no ambiente escolar que tratam da educação para paz. Buscar‐se‐á aprofundar a pesquisa com os seguintes autores: Boff(2006), Freire(2005), Gil(1991), Grundy(1991), Kemmis (1988), Jares (1991),Montessori (2004),Pacheco (2001),Silva(2011).A metodologia será a pesquisa de investigação qualitativa/descritiva, fazendo uso da investigação‐ação com o estudo de caso, usando os instrumentais de coleta de dados: questionários, entrevistas, grupos focais, observação sistemática e participante. Comunicação 4 ‐ Uma terapia de mudança para as famílias – Intervenção sistémica e a rede secundária
Cristina Cruz, Goreti Mendes, Dora Pereira, Margarida Pocinho & Helena Ventura, Núcleo de Apoio à Família e Aconselhamento Parental (NAFAP)
Resumo: Em 2015, foi criado o NAFAP com a missão de criar competências parentais positivas. Os objetivos centraram‐se nas
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forças e no reforço de competências familiares, relacionais e individuais, necessárias para a construção do bem‐estar das crianças, na promoção do sucesso escolar; privilegiar a construção de relações de colaboração com as famílias que promovam a sua competência e autonomia; promover a articulação e colaboração escola‐família‐comunidade educativa. O papel da terapia familiar é o de mediar a comunicação, formar um suprassistema educativo e criar um contexto de colaboração entre escola‐família‐comunidade. No que se refere a monitorização e avaliação do impacto da intervenção familiar, utiliza‐se o SCORE‐15, SOFA‐ s clientes e terapeutas, após a primeira consulta e no final de forma a tornar possível a monitorização. Pretende‐se identificar as mudanças ocorridas na família e nos seus elementos durante o processo terapêutico. O serviço funciona com duas terapeutas famílias em coterapia, duas investigadoras sendo uma terapeuta familiar e supervisora e uma psicóloga. Já foram referenciadas para o núcleo 95 famílias por diversos serviços, 22 tiveram alta e 50 continuam em acompanhamento. Os principais resultados após a intervenção indicam que as famílias identificam o que funciona na sua relação e apontam os objetivos de vida e estratégias para os alcançar. Neste sentido, a intervenção sistémica contempla todos os elementos envolvidos e explica a dinâmica das relações e as suas mudanças e de como estas podem ser sucesso para a mudança do grupo familiar. Comunicação 5 ‐ Fórum Municipal dos Conselhos Escolares de Nova Iguaçu: repercussão no fortalecimento dos conselhos escolares
Aparecida Alves dos Santos Coelho, Maria José Marques Lima & Cláudia Maria Sales Mendes, Universidade do Minho
Resumo: A pesquisa busca colher dados para estabelecer uma relação entre o Fórum dos Conselhos Escolares e a repercussão no fortalecimento dos Conselhos Escolares da Rede Municipal de Ensino do município de Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, no Estado do Rio de Janeiro Brasil. Compreender a dinâmica da participação dos atores envolvidos no cotidiano escolar e como essa atuação pode ser analisado numa gestão compartilhada, dialógica e democrática. E destacamos como objetivos específicos: Verificar os impactos causados nos conselheiros/ escolares e nas ações desenvolvidas por eles/as a partir da instituição do Fórum dos Conselhos Escolares. Analisar qual o entendimento que o Conselho Escolar tem sobre gestão democrática. Vamos focar a pesquisa em escolas da rede municipal, tendo como atores a Comunidade Escolar, através dos segmentos de professores, de alunos, de pais/responsáveis, de funcionários e do diretor da unidade escolar. A investigação se constituirá de um estudo de cunho qualitativo, com base em questionários estruturados com perguntas abertas e fechadas, aplicadas aos docentes, discentes, diretor, funcionários e pais/responsáveis, e terá sua interpretação seguida pela análise textual. Por questionário “entende‐se um conjunto de questões que são respondidas por escrito pelo pesquisado” (GIL.2002,p.114) Vamos fundamentar a pesquisa dialogando com os autores Vitor Paro(1986) e Gadotti(1994).
MESA 2.2 Ensinar e Aprender
Comunicação 1 – Is there critical thinking in teacher education? Promoting the inclusion of critical thinking in teachers' practices in higher education
Amanda R. Franco, Rui Marques Vieira, CIDTFF ‐ Universidade de Aveiro | Carlos Saiz, Universidad de Salamanca Resumo: According to the 2017 Students' Profile at the End of Compulsory Education, commissioned by the Portuguese Ministry of Education to be used as a referential for decision‐makers and educational actors, there are 10 core sets of skills that are indissociable of students' profile when they finish school. One of them is Critical Thinking. Critical Thinking comprises, besides thinking criteria and a knowledge base, a range of capacities and attitudes that characterize an individual who is both capable and inclined to search, identify, interpret, analyze, evaluate, infer, and explain information, as well as to reflect, argument, and dialogue, while keeping a curious, deliberate, persistent, flexible, and modest disposition towards thinking, knowledge, self, and others. In the European Qualifications Framework, Critical Thinking becomes more evident along the eight reference levels of education‐training, from lower (Elementary and Secondary Education) to higher (Higher Education) levels. This shows how its importance is coherent along schooling. In a post‐doctorate research project aimed at (i) identifying and promoting pedagogic practices that stimulate Critical Thinking, and also, at (ii) providing teacher education specifically oriented towards the inclusion and promotion of Critical Thinking, we aim to stress the relevance of including Critical Thinking in class, so that students are offered formal opportunities to develop their thinking throughout university. We present an example of a training session for
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Health Sciences' teachers, aimed at raising awareness about Critical Thinking, by stimulating them to reflect on their pedagogic conceptions and practices, and to include Critical Thinking in their classes, deliberately and explicitly. Comunicação 2 – Escala de Competências e Métodos de Estudo (ECMS – ES): adaptação e validação no contexto do ensino superior angolano
Laurinda Mendes & Anabela Pereira, Departamento de Educação e Psicologia da Universidade de Aveiro | Agatângelo Eduardo, Universidade Agostinho Neto | Jéssica Mendes, Universidade Lusíada | Evelyn Santos, Centro de Investigação em Didática e Tecnologia na Formação de Formadores da Universidade de Aveiro | Edgar Mesquita, Departamento de Matemática da Universidade do Minho
Resumo: Há evidências de que o sucesso no Ensino Superior depende muito dos métodos e aptidões de estudo que os alunos utilizam. Nesse intuito, o presente trabalho pretende adaptar e validar a Escala de Competências e Métodos de Estudo no Ensino Superior para a população angolana. A amostra foi constituída por 286 alunos, de ambos os géneros, com médias de idade de 22.58 anos (DP=4.65), que frequentavam os primeiros anos das licenciaturas de um Instituto Superior em Angola. O instrumento de avaliação utilizado foi a Escala de Competências de Métodos de Estudo (ECMS‐ES), com escala tipo Likert, constituída na sua versão final por 47 itens e na versão original 63 itens. Os resultados indicaram que esta escala (ECMS‐ES), constituída por seis subescalas, apresentou como resultados médios mais elevados, por ordem decrescente, as seguintes dimensões: I. Motivação, II. Compreensão, III. Avaliação, IV. Organização diária da área de estudo, V. Gestão do Tempo e VI. Procrastinação. Os valores de fidelidade e validade dos resultados que integram a escala mostram‐se consentâneos com as exigências métricas para este tipo de instrumento: a variância explicada variou entre 47.4% e 60.6% e as cargas fatoriais variaram entre 0.40 e 0.81. Tais resultados, permitem‐nos evidenciar a utilidade deste instrumento como medida de avaliação de competências e métodos de estudo, em contexto do Ensino Superior. São referidas algumas implicações ao nível do ensino angolano, no sentido de sensibilizar os estudantes para a utilização de adequados métodos de estudo que possam facilitar o sucesso académico. Comunicação 3 ‐ Impacto do diálogo investigativo sobre a Arte nas habilidades cognitivas de estudantes universitários
Gizele Parreira, Instituto Federal de Goiás | António M. Duarte & Filipe C. Mesquita, Universidade de Lisboa Resumo: Este estudo teve por objetivo testar o impacto de uma intervenção que implica o uso do diálogo investigativo (DI) (Lipman, 1990) sobre a temática da Arte, nas habilidades cognitivas (HC) de estudantes universitários – ou seja, na elaboração de: conceitos; relações; comprovações; questões; hipóteses; explicações; inferências; e juízos. Uma amostra de 24 estudantes foi equitativamente dividida em grupo experimental (GE) e grupo controle (CT). O GE visionou e discutiu, na lógica do DI, quatro curtos documentários sobre a temática da Arte. O GC apenas visionou os mesmos documentários. Antes e depois da intervenção com o GE, todos os participantes (do GE e do GC) responderam a um questionário de questões abertas sobre concepções de Arte. Prevê‐se uma avaliação das HC dos participantes pela análise temática das respostas abertas ao questionário e pelo cálculo das suas frequências em cada um dos momentos de avaliação. Através de estatística não paramétrica, serão comparadas as médias de frequência das HC do GE e do GC antes e depois da intervenção. As frequências das HC nesses dois momentos serão igualmente comparadas para cada participante. Comunicação 4 ‐ Ensino e avaliação de competências comunicacionais em estudantes da área da saúde: exemplo de uma metodologia centrada no estudante
Teresa Guimarães, Ana Monteiro Grilo, Margarida Custódio dos Santos & Graça Andrade, Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, IPL
Resumo: Esta comunicação pretende apresentar um exemplo de uma metodologia de ensino/aprendizagem centrada no estudante, desenvolvida no âmbito do ensino de competências comunicacionais a estudantes da área da saúde. ENQUADRAMENTO TEÓRICO: Nas últimas décadas, importantes contributos vieram recolocar a importância da comunicação e salientar a necessidade do ensino de competências comunicacionais na área da saúde. O desafio prende‐se agora com as metodologias mais eficazes para o ensino e avaliação destas competências. METODOLOGIA: No contexto de uma unidade curricular (UC) da área científica de Psicologia, foi implementado um exercício a realizar por estudantes do 3º ano de sete cursos da área da saúde, tendo como objetivo promover a aquisição e desenvolvimento de competências no âmbito da comunicação profissional de saúde‐paciente. O exercício é concretizado em duas fases: (1) realização,
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pelos estudantes, da vídeo gravação de uma situação simulada de interação com um paciente; (2) os estudantes são direcionados para uma análise crítica e reflexiva das ações/comportamentos exibidos durante a simulação. Para a concretização desta 2ª fase, os estudantes recorrem a uma adaptação da SEGUE Framework (checklist utilizada na avaliação dos estudantes de medicina), bem como aos conhecimentos teóricos adquiridos ao longo do semestre. RESULTADOS: A aquisição de competências evidenciada pelos estudantes no momento da avaliação do exercício (com instrumentos específicos) e da UC e o feedback positivo expresso pelos próprios estudantes, permite considerar esta uma metodologia eficaz no ensino/aprendizagem de competências comunicacionais em estudantes da área da saúde, ao mesmo tempo que promove o envolvimento ativo do estudante no processo de aprendizagem. Comunicação 5 ‐ Leitura no Ensino Médio Integrado: Sentidos e significados produzidos pelos docentes
Adriana Nunes de Souza & Maria Auxiliadora da Silva Cavalcante, Universidade Federal de Alagoas‐UFAL Resumo: A leitura é tema frequente nas discussões entre docentes das diversas modalidades de ensino. Este artigo trata dos sentidos e significados produzidos por professores de disciplinas técnicas do Ensino Médio Integrado (EMI) – modalidade que se consolidou e sofreu ampliação no Brasil desde 2008, quando surgiram os Institutos Federais de Educação Tecnolócica – que têm a leitura como elemento facilitador da aprendizagem em suas aulas. Discutimos qual a importância que dão a ela em sua prática pedagógica. Pautando nossa pesquisa na clínica da atividade de Ives Clot (2006, 2010) e na psicologia sócio‐histórica de Vigotski (1991, 2000), foi feita uma coleta de dados através de entrevistas filmadas com docentes de um campus do Instituto Federal de Alagoas. Nelas, discutimos diversas questões ligadas aos processos de ensino e de aprendizagem; a leitura foi protagonista da conversa, ora como vilã – pois os docentes reclamam que discentes da modalidade têm muita dificuldade de compreensão textual –, ora como heroína – por acreditarem que o ensino da leitura e o ato de ler podem solucionar diversas dificuldades enfrentadas na aprendizagem das disciplinas técnicas no EMI. As entrevistas revelaram que, embora os docentes reconheçam a importância da leitura no processo ensino‐aprendizagem, eles desconhecem a teoria linguística e as técnicas de leitura. Neste artigo, analisaremos os dados encontrados na coleta e discutiremos a leitura como facilitadora da aprendizagem na educação técnica de nível médio.
MESA 2.3 Literacia e Educação
Comunicação 1 – Literacia da informação e Ciência Aberta: os desafios no ensino superior Carlos Lopes, ISPA‐Instituto Universitário | Maria da Luz Antunes, Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa | Tatiana Sanches, Instituto de Educação, Universidade de Lisboa
Resumo: Em 2016, a Association of College and Research Libraries adotou a FRAMEWORK FOR INFORMATION LITERACY FOR HIGHER EDUCATION. Nela, a literacia da informação assume um padrão de competências integradas que contemplam a descoberta reflexiva da informação, a compreensão de como a informação é produzida e valorizada e o uso da informação na criação ética e legal de novo conhecimento. Que desafios e implicações práticas têm a nova FRAMEWORK para a Ciência Aberta no ensino superior? Desenvolveu‐se uma reflexão teórica baseada na revisão da literatura, evidenciando a tónica dinamizadora da nova FRAMEWORK. Esta apresenta um conjunto de conceitos básicos interconectados, de implementação flexível. Desenvolve‐se em torno de um conjunto de molduras conceptuais (frames), que integram metas e conceitos que os estudantes devem alcançar e ultrapassar de modo a garantir o desenvolvimento de conhecimentos genuínos numa disciplina, profissão ou domínio do conhecimento. Os conceitos são: a Autoridade, que se constrói e é contextual; a Criação de Informação como um processo; a Informação como valor; a Investigação como processo interativo; a Comunicação Académica como plataforma de diálogo; e a Pesquisa como exploração estratégica. Cada um destes conceitos inclui uma secção de prática do conhecimento usada para demonstrar como o domínio do conceito conduz à sua aplicação em novas situações e à criação de mais conhecimento; inclui também um conjunto de disposições que trabalham o saber‐estar em processos de aprendizagem. A FRAMEWORK sugere a integração da literacia da informação na Ciência Aberta, enfatizando o conhecimento sobre a aquisição de competências. A sua flexibilidade tem vantagens significativas. São oferecidas propostas e desafios para estimular os profissionais da informação, professores e outros parceiros institucionais para reformular a formação, cursos e currículos; associa a literacia da informação a iniciativas de sucesso dos estudantes; colabora pedagogicamente na investigação e envolve os estudantes nesse processo; e amplia o diálogo, dentro e fora do ensino superior, sobre a aprendizagem, a sua avaliação e a comunicação académica.
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Comunicação 2 – O impacto de um programa de sensibilização à linguagem escrita nas competências de literacia em crianças de idade pré‐escolar
Anabela Reis Antunes, CBEI| Leonor Moreira Rato, CBEI / CIE‐ISPA | Ana Cristina Silva, ISPA‐Instituto Universitário, CIE‐ISPA
Resumo: A compreensão do princípio alfabético inicia‐se muito antes da frequência do 1º ano de escolaridade. Vários são os estudos que apontam para a importância de se desenvolverem programas em idade pré‐escolar que integrem atividades de escrita inventada, indicando que estes contribuem para evoluções das concetualizações da criança sobre a linguagem escrita e progressos na consciência fonológica (Alves Martins, Albuquerque, Salvador & Fernández, 2017; Albuquerque & Alves Martins, 2015; Ouellette & Sénéchal, 2017). Também as atividades de consciência fonológica têm impacto nas competências de literacia em crianças pré‐leitoras. Este estudo pretende compreender o impacto de um programa que contempla atividades estruturadas de escrita inventada e jogos fonológicos na evolução das concetualizações precoces da linguagem escrita e da consciência fonológica em crianças em idade pré‐escolar. Este programa, integra 81 crianças de 5 anos de idade que não sabiam ler nem escrever. As crianças foram submetidas a uma avaliação inicial e final de consciência silábica e fonémica, bem como do seu conhecimento relativo à escrita sendo‐lhes pedido que escrevessem 8 palavras como soubessem. O programa contemplou 10 sessões de escrita inventada intercaladas com 10 sessões de consciência fonológica, desenvolvidas ao longo do ano letivo. Após implementação do programa verificou‐se que um maior número de crianças apresentou níveis superiores de consciência fonológica, bem como evolução nas concetualizações sobre a linguagem escrita, onde as hipóteses de escrita apresentadas pelas crianças estavam mais próximas das características das escritas alfabéticas.
Comunicação 3 ‐ Diferentes práticas de ensino da leitura e da escrita no 1º ano de escolaridade Sérgio Gaitas, Voz do Operário / CIE‐ISPA | Margarida Alves Martins, ISPA‐Instituto Universitário, CIE‐ISPA
Resumo: O objetivo deste trabalho foi o de descrever as práticas de ensino da leitura e da escrita de professores a lecionar no 1º ano de escolaridade. Participaram 42 professores a leccionar em escolas de contextos sociais diversificados. As práticas de ensino da leitura e da escrita foram avaliadas a partir das respostas a um questionário constituído por 3 partes: atividades de ensino da leitura (16 itens); atividades de ensino da escrita (13 itens) e escrita de diferentes tipos de textos (11 itens). Uma análise hierárquica de clusters revelou três grupos de professores com práticas de ensino contrastadas: I) professores que centram o seu trabalho mais na leitura do que na escrita; apesar de realizarem a maioria dos procedimentos de leitura considerados, destacam‐se pela elevada frequência de trabalho sobre o código e por uma menor frequência de trabalho centrado na leitura de textos. II) professores que desenvolvem quer atividades de leitura, quer de escrita; realizam com muita frequência todas as atividades consideradas destacando‐se a reconstituição ou comparação de palavras a partir de sílabas escritas, as cópias de textos e os ditados aos alunos. III) professores que mobilizam quer atividades de leitura, quer de escrita. Este grupo destaca‐se dos outros por mobilizar com menor frequência atividades de associação entre letras e sons. Quanto às atividades de escrita utilizam com maior frequência o ditado de frases dos alunos ao professor. Serão ilustradas as práticas dos diferentes grupos e discutida a sua relevância para a aprendizagem da leitura e da escrita. Comunicação 4 ‐ À descoberta do mundo da escrita: um programa de intervenção com uma criança surda no pré‐escolar
Sebastião Pereira Palha, CIE‐ISPA) | Margarida Alves Martins, ISPA‐Instituto Universitário, CIE‐ISPA Resumo: Atualmente, a revisão de literatura tem vindo a demonstrar cada vez mais o enorme impacto que os programas de intervenção na linguagem escrita em idades precoces exercem na posterior aprendizagem formal da leitura e da escrita. Estes são cruciais pois permitem às crianças a construção de novos conhecimentos essenciais para a compreensão do mundo da escrita. No presente estudo desenvolvemos um programa de intervenção com uma criança surda profunda em idade pré‐escolar com o objectivo de promover a evolução das suas concepções sobre a linguagem escrita. Realizou‐se um pré‐teste onde se avaliou os conhecimentos já existentes da criança sobre a linguagem escrita, um programa de intervenção baseado em princípios construtivistas e a aplicação de um pós‐teste para se verificar o impacto deste programa. Recorrendo a diversas atividades relacionadas com a linguagem escrita, e tendo sempre em consideração a sua adaptação às características cognitivas e motivacionais da criança, conseguimos levar esta a compreender que as palavras são compostas por letras numa determinada sequência, a reforçar as relações entre os gestos, as imagens e as palavras impressas e a desenvolver a linguagem em situações comunicativas. Desta forma, concluiu‐se que a promoção da reflexão acerca da linguagem escrita teve um impacto significativo na evolução do desenvolvimento da linguagem escrita ao permitir à criança colocar novas hipóteses infantis acerca do
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mundo da escrita, adquirindo conhecimentos relacionados com o princípio alfabético. Linhas orientadoras para o desenvolvimento da linguagem escrita em alunos surdos são sugeridas.
Comunicação 5 ‐ Práticas de Literacia Familiar – Conceções de papel e perceções de eficácia em famílias de crianças no início de escolaridade – Estudo longitudinal
Lourdes Mata, ISPA‐ Instituto Universitário, CIE‐ISPA | Patrícia Pacheco, CIE‐ISPA | Maria José Mackaaij, Biblioteca Municipal de Loulé, CML
Resumo: As famílias podem ter um importante papel no processo de aprendizagem da linguagem escrita. Os estudos sobre Literacia Familiar têm mostrado que as práticas de literacia desenvolvidas pelas famílias com as crianças poderá facilitar o processo de aprendizagem. Para além disso, as perceções de eficácia e de papel dos pais também podem ser determinantes na forma como estes apoiam e envolvem os filhos. Neste sentido acompanhámos durante dois anos um grupo de 47 crianças e suas famílias com o objetivo de caraterizar as práticas de literacia familiar, as perceções de eficácia e conceções de papel dos pais. Caraterizámos, nas crianças, as emoções e motivação face à leitura. Constatámos que as práticas de literacia de Ensino, ao longo dos 2 anos, foram sempre mais frequentes que as Lúdicas. Por outro lado, verificámos durante o 1º ano um aumento de práticas de literacia conjuntas, embora no 2º ano se tenha observado um decréscimo significativo. As conceções de papel dos pais no início do 1º ano apareceram significativamente correlacionadas com as práticas no final do 2º ano, e com as emoções dos filhos face à leitura. Assim, quanto mais os pais acreditavam que era seu papel desenvolverem práticas de literacia com os filhos mais prazer e menos aborrecimento estes relatavam. A autoeficácia dos pais no início do 1º ano também surgiu associada às práticas desenvolvidas no final do 2º ano. Os resultados serão discutidos realçando a importância de se estar atento às crenças parentais e valorizar as práticas de literacia familiar.
MESA 2.4 Motivação e Emoções
Comunicação 1 – O papel da motivação para aprender em estudantes do Ensino Superior
Adriana Satico Ferraz & Acácia Aparecida Angeli dos Santos, Universidade São Francisco, Campus de Campinas | Simone Nenê Portela Dalbosco, IMED, Passo Fundo | Leandro S. Almeida, CIEd ‐ Centro de Investigação em Educação da Universidade do Minho
Resumo: O presente estudo visou à investigação da motivação para a aprendizagem em estudantes do Ensino Superior, por meio da análise das atribuições de causalidade e das metas de realização, avaliadas respetivamente pela Escala de Avaliação das Atribuições de Causalidade para Sucesso e Fracasso Acadêmico de Universitários e a Escala de Avaliação da Motivação para a Aprendizagem em Universitários. A amostra contou com 319 estudantes do Ensino Superior, provenientes dos cursos de Administração, Arquitetura e Urbanismo, Direito e Psicologia de uma universidade particular situada na região Sul do Brasil. As idades dos participantes variaram entre 16 a 57 anos (M = 22,55; DP = 6,60), em sua maioria mulheres (n = 237; 74,29%). A coleta de dados foi realizada seguindo a Resolução 466/12 que regulamenta a pesquisa com seres humanos no Brasil. A aplicação dos instrumentos foi em lápis e papel e em situação de sala de aula, após a concordância em colaborar com a pesquisa. No tocante aos resultados, verificaram‐se correlações estatisticamente significativas e de magnitude moderada entre os dois constructos motivacionais avaliados. Adicionalmente, são apresentados resultados sobre diferenças nas atribuições de causalidade e metas de realização dos estudantes em razão do sexo e do momento do curso em que se encontram (ingressantes e concluintes). As conclusões, a par de avanços teóricos na área dos perfis motivacionais dos estudantes, possibilitam sugestões de atuação dos professores e outros profissionais envolvidos com o Ensino Superior. Comunicação 2 – Aspetos afetivos e regulatórios durante o processo de estudo de estudantes do ensino superior
Fátima Leal, Universidade de Évora Resumo: A universidade exige que os estudantes desenvolvam e utilizem estratégias de estudo e de aprendizagem mais profundas e profícuas do que nos níveis de ensino anteriores (Almeida, Araújo & Martins, 2016). Durante o processo de estudo e de aprendizagem emergem emoções académicas (Pekrun, 2014) e afeto que intereferem significativamente com a prestação dos estudantes. Identificar aspetos afetivos e de regulação emocional durante o estudo revela‐se importante para maximizar a aprendizagem (quer aumentando o afeto positivo potenciador da
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aprendizagem quer diminuindo o afeto negativo de forma a não prejudicar o estudo e a aprendizagem dos estudantes). Esta investigação qualitativa, de cariz exploratório, teve por objetivo conhecer aquilo que os estudantes de ensino superior sentem enquanto estudam e quais as estratégias regulatórias que utilizam para lidar com essas experiências emocionais. Realizou‐se uma análise de conteúdo a 48 entrevistas semi‐estruturadas. Os resultados mostraram que as experiências afetivas dos estudantes caracterizam‐se por variabilidade emocional e diferenciação em termos de presença/ ausência de gosto, vivência de dificuldade e regulação afetiva. Concluímos que apesar dos estudantes mobilizarem estratégias específicas, emergem poucas estratégias de regulação emocional para lidarem com o muito que sentem enquanto estudam. Propostas de intervenção são deixadas nas conclusões deste trabalho. Comunicação 3 ‐ Perfis Motivacionais dos Alunos do 1º Ciclo e a sua Relação com o Desempenho na Matemática
Marta Gomes, Vera Monteiro, Lourdes Mata, ISPA‐Instituto Universitário, CIE‐ISPA | Natalie Santos, Cristina Sanches, CIE‐ISPA
Resumo: Centrado na abordagem da teoria da autodeterminação aplicada à educação, o presente estudo utilizou a análise de clusters para identificar os perfis motivacionais e de perceção de competência em matemática de alunos do 1º ciclo. A investigação teve como objetivo analisar a relação entre os perfis motivacionais dos alunos e o seu desempenho em matemática. Participaram neste estudo 82 crianças que frequentavam os 3º e 4ºanos do 1º Ciclo, com idades compreendidas entre os 7 e 10 anos. A análise efetuada permitiu identificar 5 perfis motivacionais diferenciados: 1) alunos com boa qualidade motivacional (elevada autonomia e baixo controlo) e elevada perceção de competência; 2) alunos com moderada qualidade motivacional (moderada autonomia e baixo controlo) e perceção de competência moderada; 3) alunos com elevada quantidade motivacional (elevada autonomia e elevado controlo) e elevada perceção; 4) alunos com baixa quantidade motivacional (baixa autonomia e baixo controlo) e baixa perceção de competência; 5) alunos com fraca qualidade motivacional (baixa autonomia e alto controlo) e baixa perceção de competência. Uma análise comparativa dos perfis considerando as avaliações sumativas dos professores e os resultados obtidos no teste de matemática no final de período, identificaram os alunos de perfis de maior qualidade motivacional (1 e 2) com um desempenho académico significativamente melhor do que os alunos de perfil com fraca qualidade motivacional (5). Estes resultados corroboram os fundamentos da teoria da autodeterminação e sublinham a pertinência da diferenciação dos perfis motivacionais dos alunos para uma melhor compreensão do desempenho académico. Comunicação 4 ‐ Psychological (Des)adjustment in a sample of Portuguese students attending the 3rd cycle of schooling
Ana Rita Reboredo, Vera Monteiro, ISPA‐Instituto Universitário, CIE‐ISPA Resumo: The present research is based on the Interpersonal Theory of Acceptance‐Rejection (IPARTheory) of Rohner (1975; 2004). This theoretical postulate argues that the lack of parental affection, as perceived by daughters and sons, leads to negative consequences such as the possibility of developing emotional and / or behavioral disturbances and academic failure (Rohner, 2004, Rohner, Khaleque and Couronoyer, 2005). Our main aim was to study the psychological des (adjustment) of the students according to their gender, by analyzing the psychological des (adjustment) of the boys and girls of the sample. For this purpose we applied PAQ short form to a sample of 574 portuguese students from the 7th to 9th grade. The results suggest high levels of psychological malajustment in both sexes, boys and girls. There were found no significant differences between sexes regarding to psychological maladjustment. MANOVA test revealed that in both sexes it is in the dependence dimension that the means are higher. Discussing beyond results, we promote a cultural view from them, integrated in the global worldwide theory. Comunicação 5 ‐ Escala de autoeficácia para psicólogos em contexto escolar: construção e estudo de validação
Solange Ester Koehler, ISPA‐Instituto Universitário / Instituto Federal Farroupilha‐Santa Maria | Lourdes Mata, ISPA‐ Instituto Universitário, CIE‐ ISPA
Resumo: O propósito desta comunicação é apresentar como foi o desenvolvimento e processo de construção e busca de evidência de validade da Escala de Autoeficácia de Psicólogos Escolares. Tendo como referência a Teoria Social Cognitiva de Bandura, a autoeficácia (AE) é a confiança na capacidade pessoal para organizar e executar certos cursos de ação. Uma vez que a AE é especifica para atividades e contextos e, não havendo instrumentos validados no Brasil para os profissionais da psicologia que atuam em contexto escolar optou‐se pela criação dessa escala, partindo‐se de uma primeira versão de 35 itens, testada entre psicólogos Portugueses a trabalhar em contexto escolar. A amostra foi formada por 203 psicólogos que atuam nos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia no Brasil, sendo
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80,3% do gênero feminino e 19,7% do masculino. A análise fatorial dos itens da escala, revelou que os mesmos se distribuíam por 6 dimensões de autoeficácia na atuação: Acompanhamento de Casos Individuais, Relação com Famílias, Colaboração com a Comunidade Educativa, Colaboração com Direção, Resiliência (lidar com dificuldades), Aspetos Gerais. Os valores de Alfa de Cronbach revelaram valores ajustados para todas as dimensões. A partir da multidimensionalidade da escala serão apresentados os perfis de autoeficácia dos participantes e discutidos em termos de áreas de intervenção para as quais se sentem mais e menos eficazes.
KEYNOTE 2 – 15h 45m – 16h 45m
Currículo Formal e Aprendizagem Significativa – Dilema insolúvel ou integração esquecida
Maria do Céu Roldão – Universidade Católica Portuguesa, Porto
SIMPÓSIO – S3 ‐ 17.00‐18h 30m
A Avaliação na Educação Pré‐Escolar: O sentido de uma proposta de mudança
Coordenador: Lourdes Mata Resumo: A Avaliação é essencial para a monitorização do processo educativo, a compreensão dos progressos, conquistas e aprendizagens e também para a intencionalidade educativa. A forma como se concebe a avaliação condiciona os instrumentos que se escolhem, os indicadores que se recolhem e a forma como se utilizam. A avaliação em contextos de educação pré‐escolar assume algumas especificidades, clarificadas nas OCEPE de 2017, mas nem sempre são bem entendidas nem implementadas. Este simpósio tem como grande objetivo promover a reflexão sobre este tema, procurando identificar e concretizar algumas caraterísticas centrais do processo avaliativo em contextos de educação de infância. Assim, está organizado com quatro enfoques distintos, mas complementares: O 1º direciona‐se para os referenciais teóricos e conceptuais que devem estar presentes na avaliação no pré‐escolar e a necessidade de os explicitar e apoiar os educadores na sua transposição para a prática; o 2º procura apresentar os fundamentos da documentação pedagógica e como esta é um meio fundamental no processo avaliativo, e um elemento central para a reflexão para a melhoria de práticas; o 3º realça o papel que as famílias podem e devem ter na avaliação e os benefícios que daí podem advir para as crianças, famílias e profissionais; o 4º e último tópico aborda o trabalho formativo que tem sido desenvolvido com os educadores e as expetativas, dificuldades e necessidades que estes sentem nesta área. Comunicação 1 – ‘Remar contra a maré’ de uma avaliação burocrática
Isabel Lopes da Silva, DGE, Ministério da Educação Resumo: A avaliação formativa é preconizada nos documentos legais para o ensino básico, embora se verifique uma tendência para centrar a avaliação em resultados quantificados da aprendizagem. Esta tendência alargou‐se à educação pré‐escolar, tornando‐se habitual a construção e adoção de checklists, por faixas etárias, que permitiem quantificar percentagens das aprendizagens “adquiridas” e “não adquiridas”. Esta prática, não agradando a muitos educadores, é aceite, por falta de alternativas, como exigência a cumprir. A perspetiva de avaliação formativa adotada pelas OCEPE (2016) considera‐a como intimamente ligada ao planeamento e como suporte do educador na construção e gestão do currículo. Esta perspetiva, em consonância com os fundamentos e princípios das OCEPE, remete para conceções teóricas que encaram a avaliação, como “recolha de informações para tomar decisões sobre a prática”, como uma construção de sentido que envolve todos os intervenientes (educadores, crianças e pais). Este processo, que assenta na recolha e organização de documentação pedagógica, integra diferentes vertentes da avaliação: ao ser orientadora do planeamento da ação constitui‐se uma avaliação “para” a aprendizagem, sendo a participação das crianças nesse planeamento e avaliação vistos “como” um meio de aprendizagem, inclui, ainda, uma avaliação “da” aprendizagem, centrada na descrição dos progressos de cada criança, partilhada com crianças e pais. Se muitos educadores concordam com esta perspetiva, manifestam também as dificuldades. Na implementação “Para remar contra a maré” considerou‐se prioritário promover formação contínua, que apoiasse práticas de planeamento e avaliação interligadas.
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Comunicação 2 – Documentação pedagógica como suporte da avaliação e do planeamento Liliana Marques, DGE, Ministério da Educação
Resumo: A documentação pedagógica desempenha um papel central na avaliação formativa e no planeamento. Reconhecer a criança como única, competente e com direito a ser protagonista da sua própria aprendizagem, exige que o/a educador/a conheça cada criança e o grupo bem como o seu processo de aprendizagem e de desenvolvimento. Organizar, analisar e interpretar os registos e documentos que o educador vai recolhendo durante os processos pedagógicos, permite‐lhe compreender e criar significados para a tomada de decisão sobre a prática pedagógica e atribuir sentido às aprendizagens realizadas pelas crianças. Podemos dizer que documentar, é sobretudo, escolher porque assim como não é possível observar tudo o que acontece no quotidiano educativo, também não se pode documentar tudo. Nem fazia sentido. Este é um processo que envolve decidir o que é essencial e mais significativo, o que levanta várias questões: Que documentos recolher? Como os organizar? Como é que a documentação pode ser utilizada para comunicar a avaliação? Que linguagem, conteúdos e forma se adequam melhor tendo em conta os destinatários (crianças, famílias, comunidade, outros docentes)? Que princípios éticos considerar? A documentação pedagógica apoia a reflexão, fundamenta o planeamento e a avaliação e ao tornar visíveis as aprendizagens das crianças, promove a participação da família e da comunidade educativa. Comunicação 3 ‐ Avaliar ‘com’ ou ‘para’ as famílias?
Lourdes Mata, ISPA‐Instituto Universitário, CIE‐ISPA Resumo: Tradicionalmente as famílias não eram envolvidas no processo avaliativo, pois este era da exclusiva responsabilidade dos profissionais, que depois informavam as crianças e famílias sobre o resultado final dessa avaliação. Contudo, numa perspetiva ecológica e sistémica, onde se consideram essenciais os vários contextos onde a criança se desenvolve, o papel dos diferentes intervenientes não pode ser ignorado nem negado. Complementarmente, uma abordagem socio‐construtivista ao desenvolvimento e à aprendizagem tem também de encarar as famílias e crianças como parceiros neste processo, de modo a que a avaliação permita ter uma visão clara dos progressos e aquisições de cada um, e promover autoconhecimento, responsabilização, partilha de objetivos e continuidade(s) na atuação. Como envolver as crianças e as famílias? Porquê envolve‐los? Que vantagens ou dificuldades? Estas serão as questões orientadoras desta comunicação onde se procurará refletir sobre o papel de profissionais, famílias e crianças, aliando os referenciais teóricos com exemplos da prática de modo a clarificar as potencialidades de uma avaliação participada. Comunicação 4 ‐ Da teoria à prática – As dificuldades do percurso
Manuela Rosa, ESELx, Instituto Politécnico de Lisboa Resumo: Os fundamentos e princípios das OCEPE 2016 dão sustentabilidade teórica à ação profissional, sendo também um contributo essencial para uma reflexividade interveniente na ação e na estruturação identitária destes profissionais. Tem‐se verificado que não tem sido consensual para os profissionais de educação de infância referenciá‐los na sua ação educativa. As questões que orientam esta comunicação surgem da análise de expetativas, dificuldades e reflexões expressas por grupos de educadoras de infância que frequentaram oficinas de formação sobre a praticabilidade das OCEPE 2016. Assim, pretende‐se perceber: qual o entendimento sobre suporte teórico destes fundamentos e princípios? Como estão presentes na intencionalidade educativa? Em que medida o planeamento e avaliação são estratégias para os pôr em prática? Se a reflexão sobre a prática é baseada neste conhecimento? Termina‐se refletindo sobre a importância do encontro entre pares profissionais na construção do saber da prática.
Sessão M3 ‐ 17.00‐18h 30m
MESA 3.1 Problemáticas do Currículo
Comunicação 1 – O espaço exterior como palco para o desenvolvimento curricular em educação de infância – Possibilidades e desafios
Gabriela Portugal & Gabriela Bento, CIDTFF, Universidade de Aveiro Resumo: Em Portugal, as práticas pedagógicas em contextos de educação de infância focalizam‐se sobretudo no que acontece dentro da sala de atividades, ignorando‐se, frequentemente, as virtualidades do espaço exterior para o bem‐estar,
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aprendizagem e desenvolvimento das crianças. Nesta sessão, apresentamos um projeto de transformação e melhoria de práticas de desenvolvimento curricular no espaço exterior em dois contextos de educação de infância. Este processo de mudança e inovação pedagógica foi levado a cabo pela equipa de educadores de infância das instituições, sendo o nosso papel, enquanto formadoras e supervisoras, o de estimular, apoiar e monitorizar as mudanças e progressos ao nível das práticas educativas no espaço exterior. Nesta apresentação, apresentamos uma reflexão sobre a experiência vivida. Como quadro concetual, consideramos a importância: do brincar no exterior para a aprendizagem e desenvolvimento; de práticas reflexivas para mudanças pedagógicas sustentadas; e ainda da exploração de conceções dos profissionais sobre as crianças e sobre o papel do adulto no processo educativo. A parte empírica envolve a caracterização do contexto, a descrição da intervenção (tarefas e desafios propostos no contexto de formação e supervisão) e, finalmente, assinalam‐se as principais conquistas e dificuldades observadas nas práticas educativas. Finalmente, com base no percurso experienciado, tecemos considerações sobre fatores facilitadores e/ou dificultadores do processo de mudança pedagógica e de desenvolvimento do currículo nos espaços exteriores. Este trabalho é financiado por Fundos Nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia no âmbito de UID/CED/00194/2013 – CIDTFF Comunicação 2 – Diferenciação Curricular e Pedagógica: Dificuldades de concretização nas perceções e representações de professores do Ensino Básico e Secundário em Escolas do Alentejo
Maria de Lurdes Moreira & Marília Favinha, Universidade de Évora Departamento de Pedagogia e Educação/CIEP Resumo: Este artigo resulta de dois fatores relevantes, a revisão do que nos últimos anos se tem escrito sobre a necessidade de se fazer diferenciação curricular e pedagógica, e um estudo que realizámos com professores do Ensino Básico e Secundário sobre as suas perceções e representações relativas a este fenómeno. Neste estudo recolhemos os testemunhos escritos de 63 professores de Escolas do Alentejo e da região Oeste, procedemos à análise de conteúdo e à sua categorização. As conclusões obtidas permitem realçar um conjunto de fatores intrínsecos e extrínsecos à ação dos professores e, ainda, fazer um levantamento de questões que julgamos serem evidenciadas nesta problemática relativamente a duas linhas de focagem, a sala de aula e a Escola enquanto organização e o Sistema de ensino Português em pleno processo de Autonomia e Flexibilidade Curricular (Despacho nº 5908/2017). Comunicação 3 ‐ Identidade do pedagogo docente: O conteúdo dos memoriais formativos
Laryssa Bezerra Lima, Otília Maria A. N. A. Dantas & Érika Rodrigues de Freitas, Faculdade de Educação / Universidade de Brasília
Resumo: Como se constrói a Identidade do Pedagogo docente? A formação inicial contribui para consolidação desta identidade? No Curso de Pedagogia da Universidade de Brasília, o Trabalho de Conclusão de Curso tem em sua primeira parte, o Memorial Formativo. Este recurso, de caráter literário e estético, possibilita ao autor narrar, por meio de recortes de sua história de vida, momentos marcantes da construção de sua identidade docente. Com o objetivo de compreender o sentido da identidade docente, tendo em vista os discursos extraídos dos Memoriais Formativos de estudantes egressos do curso de Pedagogia da Universidade de Brasília. A pesquisa, de natureza qualitativa, pautou‐se em histórias de vida. De maneira aleatória, os Memoriais Formativos foram selecionados e extraídos do Repositório Virtual da Biblioteca de Monografias – BDM da UnB, correspondentes aos últimos 10 (dez) anos de produção (2007 – 2016). Os memoriais foram analisados a partir dos seguintes aspectos: origem, formação docente, visão acerca do trabalho docente e perspectivas futuras dos autores pesquisados com base na perspectiva teórico‐metodológica da análise do discurso. A fundamentação teórica compõe‐se de uma compilação de estudos acerca da temática pesquisada com base em autores diversos as seguintes categorias: identidade docente, memoriais formativos, formação docente inicial e continuada. Os resultados demonstram, a partir dos discursos extraídos dos memoriais formativos, que a identidade docente é uma construção tecida a partir de um longo processo formativo do sujeito. Comunicação 4 ‐ Brincar em relação com os outros e a natureza: um estudo sobre a criação de uma cozinha de lama em contexto pré‐escolar
Fátima Martins, Maria Figueiredo & Isabel Abrantes, Escola Superior de Educação de Viseu Resumo: estudo desenvolveu‐se em torno da questão ”Quais os contributos de brincar no exterior para a aprendizagem de conceitos de Geologia na educação pré‐escolar?”. A recolha de dados realizou‐se num jardim de infância de Viseu, com 25 crianças de 3 a 6 anos. O estudo descritivo foi baseado em observação participante e entrevistas às crianças. A análise recorreu às escalas de implicação e bem‐estar (Portugal & Laevers, 2010) e à análise de conteúdo temática. Tratou‐se de um estudo sobre as próprias práticas no contexto de Prática de Ensino Supervisionada do Mestrado em
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Educação Pré‐Escolar e Ensino do 1.º CEB. Iniciou‐se a construção de uma cozinha de lama de forma colaborativa com crianças e pais, focando‐se a importância de brincar no exterior, em contacto com a natureza e com os seus elementos; mais especificamente, pretendeu‐se destacar a aprendizagem de conceitos e conhecimentos ligados à Geologia. O estudo fundamentou‐se na relevância do brincar em espaços exteriores e de natureza reconhecida por vários autores (Miller, Tichota & White, 2009; Bilton, Bento & Dias, 2017). Ao longo do período de utilização da cozinha (dois meses), as crianças demonstraram níveis de bem‐estar e implicação progressivamente mais altos. Houve evolução na complexidade do faz de conta e na exploração de conceitos geológicos com ênfase nas características do solo. Analisam‐se, ainda, situações de resolução de conflitos e relacionamento no contexto exterior. Conclui‐se que as cozinhas de lama contribuem para aprendizagens que permitem às crianças compreender melhor o que as rodeia, ao mesmo tempo que sustentam futuras aprendizagens.
MESA 3.2 Avaliação em Contexto Educativo
Comunicação 1 – Vozes dos alunos sobre feedback: Um estudo com alunos de ensino superior
Juana de Carvalho Ramos Silva, Carolina Carvalho, Camila Marta de Almeida & Sofia Freire, Instituto de Educação ‐ Universidade de Lisboa
Resumo: Na perspetiva construtivista, a linguagem, a comunicação e a interação social, incluindo nesse contexto o feedback, são fatores fundamentais de aprendizagem enquanto construção e transformação progressiva de conhecimento. É por intermédio do feedback que estudantes têm conhecimento de como devem se comportar, raciocinar e realizar algo num determinado contexto para conseguir atingir objetivos. A investigação revela que o feedback dos professores é o mais apreciado pelos estudantes, e que quando eficaz tem um impacto positivo na aprendizagem. O presente estudo tem como objetivo conhecer a perceção dos estudantes do ensino superior sobre o que consideram ser um feedback eficaz. Participaram 57 estudantes do primeiro ano de uma licenciatura na área da educação, dos quais 85% são do sexo feminino, apresentando uma média de idade de 19,2 anos (DP=1,7). Para recolha de dados utilizou‐se um questionário constituído de seis questões abertas. Por meio de uma análise de conteúdo das respostas, constatou‐se que os aspetos mais importantes do feedback salientados pelos estudantes foram: aspetos afetivos (incentivo, apoio e estímulo para fazer melhor) (22% das respostas) e o caráter construtivo do feedback ( um feeback que permita aos alunos melhorar e corrigir os seus erros) (16% das respostas). Estes resultados vêm dar um contributo para a compreensão do feedback enquanto fator de aprendizagem no ensino superior, reconhecendo‐se a importância não só dos processos cognitivos, mas também afetivos na construção de conhecimento. Sendo assim, pensar contributos para uma pedagogia do ensino superior obriga a (re)criar práticas de feedback onde os estudantes sejam ouvidos. Comunicação 2 – Sistema nacional de avaliação da educação superior (SINAES): Avanços na qualidade da avaliação da educação superior no Brasil
Maria das Graças Gonçalves Vieira Guerra, Universidade Federal da Paraíba Resumo: O presente estudo tem como finalidade apresentar a avaliação da educação superior na atualidade no Brasil, apresentando o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – SINAES, que foi criado, através da Lei nº 10.861 de 14 de abril de 2004, pois nos últimos anos, a avaliação tem sido utilizada como ferramenta de gestão da qualidade das instituições educacionais de ensino superior. Esta pesquisa é de orientação qualitativa, exploratória e descritiva, onde foram realizadas pesquisas bibliográficas e pesquisas documentais. Constatamos que, os sistemas de avaliação oferecem subsídios para que as universidades busquem adotar procedimentos formais de melhoria de desempenho, pautados no autoconhecimento e na organização dos processos, visando uma melhor oferta de seus serviços à comunidade universitária. Dessa forma, como contribuição acadêmica e profissional para a educação superior brasileira, esta pesquisa descreveu a história do processo de avaliação de cursos e os mecanismos utilizados para a avaliação educativa propriamente dita, de natureza formativa, mais voltada à atribuição de juízos de valor e mérito em vista de aumentar a qualidade e as capacidades de emancipação do cidadão brasileiro. Comunicação 3 ‐ A atuação dos diretores escolares: Entre limites e necessidades
Maria João de Carvalho, Universidade de Trás‐os‐Montes e Alto Douro & CIIE – Centre for Research and Intervention in Education, Faculty of Psychology and Education Sciences, University of Porto | Luciana Salvador Joana, CIIE – Centre for Research and Intervention in Education, Faculty of Psychology and Education Sciences,
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University of Porto Resumo: A necessidade de as organizações e as suas lideranças se adaptarem à exigente dinâmica atual foi o que mais contribuiu para engrossar o léxico pedagógico com os conceitos de líder e liderança, situação a que não é alheio o contexto educativo português. O Decreto‐Lei nº 75/2008 formaliza‐o de modo bastante reforçado quando reconhece importância às dimensões da gestão e da liderança para o desenvolvimento de uma escola mais autónoma e de qualidade. Enquadramento que justifica a criação do cargo de diretor, constituindo um órgão unipessoal, “para que em cada escola exista um rosto, um primeiro responsável” (Preâmbulo, p. 2342). Neste âmbito, foi nosso objetivo conhecer se as representações e as práticas de liderança deste órgão de gestão enforma as decretadas características do “reforço de liderança” no que respeita ao favorecimento de resultados escolares e do comportamento dos alunos. O nosso trabalho compreendeu uma opção metodológica de natureza qualitativa sobre 5 agrupamentos de escola situados na região do Alto Douro, sendo que a recolha de dados foi realizada entre o período que mediou entre 2016‐2017. Fez‐se uso da análise documental, que incidiu sobre os documentos estruturantes, e da entrevista semiestruturada realizada aos diretores. A interpretação dos dados foi feita através da análise de conteúdo associada à utilização do MAXQDA. Foi possível concluir que os objetivos inclusos no decreto supracitado, na maior parte dos casos, estão longe de serem atingidos, sendo que nas situações em que parece existir alguma melhoria ela não é consequência direta da unipessoalidade da gestão. Comunicação 4 ‐ Avaliação da qualidade em creche: Contributos da experimentação do programa Beel em contexto português
Tânia Meireles Monteiro, Brincar e Inventar | Sara Barros Araújo, Instituto Politécnico do Porto | Lois Ferradas Blanco, Universidade Santiago de Compostela
Resumo: O presente estudo pretende analisar os contributos do programa Baby Effective Early Learning (BEEL) (Bertram, Pascal & Saunders, 2013) na avaliação e melhoria da qualidade em contexto de creche e, através da sua implementação integral, aumentar a compreensão de tais processos em contexto português. Trata‐se de um estudo de investigação‐ação que foca as perceções das participantes, a investigadora e três educadoras de infância, acerca da experiência de contextualização do BEEL numa valência de creche localizada na cidade do Porto. Este processo foi desenvolvido ao longo de cinco fases: 1) Formação das profissionais no programa BEEL; 2) Avaliação participada da qualidade do contexto (documentação da qualidade e elaboração do relatório de avaliação); 3) Elaboração participada de um plano de ação; 4) Formação em contexto, considerando prioridades de ação co definidas; e, 5) Reflexão sobre o impacto do processo de implementação do BEEL. Nesta comunicação pretende‐se explorar de forma mais detalhada as fases 2 e 3, procurando analisar, na perspetiva das participantes, a experiência de utilização deste programa. Os dados foram recolhidos através de observação naturalista participante e notas de campo da investigadora, sujeitas a análise de conteúdo. Resultados preliminares relativos ao envolvimento na avaliação e planeamento participados revelam potencialidades do BEEL ao nível de princípios e modos operatórios. Adiantam‐se algumas implicações do estudo relativas à preparação profissional para o trabalho em creche e às vantagens de tornar disponível um programa que poderá influenciar favoravelmente a avaliação da qualidade destes contextos de atendimento a crianças nos primeiros três anos de vida. Comunicação 5 ‐ Is grade retention an effective practice? A systematic review
Mieke Goos, Department of Teacher Training, University College Leuven – Limburg | Joana Pipa | CIE‐ISPA | Francisco Peixoto, ISPA‐Instituto Universitário, CIE‐ISPA
Resumo: The practice of grade retention (i.e., holding struggling students back in the same grade for an extra school year, instead of promoting them to the next grade level along with their peers) is a ‘hot topic’ across many countries worldwide (EACEA, 2011). Research on the effectiveness of grade retention has improved tremendously during the last decade, with recent studies showing higher design quality (RD‐design, PS‐method, IV‐approach or diff‐in‐diff‐method), evaluating effects in more outcome domains and focusing on students from a greater amount of countries, as compared to previous studies. Nevertheless, the most recent systematic reviews and meta‐analyses on grade retention effectiveness (Allen et al., 2009; Bright, 2011; Xia & Kirby, 2009) do not reflect these improvements. This paper presents a systematic review of research regarding the effectiveness of grade retention, tackling this gap. More specifically, we aim to describe the effects of repeating a (K‐12) grade on repeaters’ academic achievement, psychosocial functioning, school career, and job career as well as on their peers’ academic achievement, based on studies published in English, German, French, Spanish, Portuguese and Dutch, published between 2000 and 2018. Our search strategy was based on the Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta‐Analysis (PRISMA)
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Statement (Liberati et al., 2009). Several databases were considered (WOS, PsychINFO, ERIC, Google Scholar). Results indicate that repeaters benefit less from their retention year than generally believed by educators, especially in terms of their academic achievement and school career in the long run. Implications for practice, policy, and research will be discussed.
MESA 3.3 Avaliação Psicológica
Comunicação 1 – Habilidades Cognitivas e Sucesso Escolar: Estudo de Validade da Bateria de Provas de Raciocínio
Argentil O. Amaral, Universidade Pedagógica, Delegação de Quelimane, Moçambique | Leandro S. Almeida, CIEd ‐ Centro de Investigação em Educação da Universidade do Minho
Resumo: Tomado uma amostra de alunos moçambicanos do ensino secundário da 8.ª, 9.ª e 10.ª classe (n=1080), provenientes de escolas publicas urbanas, privadas urbanas e públicas periféricas, analisamos os resultados na Bateria de Provas de Raciocínio (BPR8/10). Os resultados sugerem que o tipo de escola se encontra relacionada com o desempenho cognitivo dos alunos avaliado pelos subtestes da Bateria (raciocínio abstracto, raciocínio verbal, raciocínio espacial e raciocínio numérico) e nas classificações escolares na disciplina de Português e Matemática. Como seria esperado, os resultados nos subtestes de raciocínio aumentam à medida que avançamos no nível escolar dos alunos. Por outro lado, observam‐se correlações positivas e significativas entre os resultados nos subtestes da Bateria de Provas de Raciocínio e o rendimento escolar dos alunos (classificações nas disciplinas curriculares). Comunicação 2 – Contributos para a definição de uma estrutura fatorial do Inventário de Habilidades Sociais Educativas do Professor Universitário – versão Aluno (IHSE‐PU‐Aluno)
Joene Vieira‐Santos, Almir Del Prette & Zilda Aparecida Pereira Del Prette, Universidade Federal de São Carlos | Leandro S. Almeida, CIEd ‐ Centro de Investigação em Educação da Universidade do Minho
Resumo: O presente trabalho apresenta uma versão preliminar da estrutura fatorial do Inventário de Habilidades Sociais Educativas do Professor Universitário – versão aluno (IHSE‐PU‐Aluno), o qual consiste na adaptação do Inventário de Habilidades Sociais Educativas para Professores Universitários – versão Professor (IHSE‐PU‐Professor), um instrumento de autorrelato que avalia as habilidades sociais educativas (HSE). Tais habilidades são compreendidas como aquelas habilidades sociais voltadas para promover o desenvolvimento e aprendizagem do outro. A versão respondida pelo aluno foi aplicada em 1406 estudantes universitários brasileiros e os dados foram analisados utilizando o FACTOR. Foram testadas soluções fatoriais com 3, 4 e 5 fatores, baseadas em correlações policóricas, usando o método de extração do mínimo quadrado não ponderado robusto (do inglês, Robust Unweighted Least Squares – RULS) e o método de rotação oblíqua PROMAX. A solução de 4 fatores foi a que apresentou melhores índices de ajuste e adequação teórica. Assim, tomando como base itens com carga fatorial superior a 0.500, o IHSE‐PU‐Aluno apresentou os seguintes fatores: Mediação Reflexiva (11 itens), Afetividade e Suporte Social (10 itens), Mediação de Conflito (10 itens) e Comunicação e Diálogo (9 itens). O valor de ORION (índice de precisão) para cada um dos fatores foi, respectivamente, 0.946, 0.952, 0.948 e 0.928. O IHSE‐PU‐Aluno, bem como o IHSE‐PU‐Professor, pode ser um instrumento valioso para fornecer feedback sobre o desempenho do professor universitário e para avaliar a eficácia de programas de intervenção destinados ao desenvolvimento de HSE de docentes. Comunicação 3 ‐ A música no desenvolvimento e avaliação de crianças e jovens com necessidades educativas especiais
Ana Rita Maia, ISPA‐Instituto Universitário | José Morgado, ISPA‐Instituto Universitário, CIE‐ISPA Resumo: A presente comunicação, tem como objetivo apresentar os dados resultantes de uma investigação‐ação, levada a cabo pelos respetivos autores, que teve como principal objetivo avaliar a importância da música no desenvolvimento e avaliação de competências em crianças e jovens com necessidades educativas especiais. A pesquisa desenvolvida nesta área tem demonstrado que a música tem influência e estabelece uma relação direta com o organismo humano (Gordon, 2000; Sacks, 2008) possibilitando, entre outras coisas, avaliar o crescimento físico, psicológico e emocional do indivíduo (Pocinho, 1999), desempenhando um papel importante no desenvolvimento de competências musicais e não musicais na criança com necessidades educativas especiais (Ockelford, 2000, Norddof‐Robbins, 1965, Welch et al., 2001). Pretendeu‐se, assim, recolher e analisar dados de forma a contribuir empiricamente para um mapeamento do
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perfil sonoro‐musical individual de desenvolvimento em crianças e jovens com NEE, através da implementação de um programa musical específico, o programa Sounds of Intent. Recorreu‐se a uma metodologia de investigação‐ação, com estudo de caso múltiplo longitudinal, metodologia esta que assume um carácter qualitativo e experimental. Os resultados obtidos sugeriram que é possível observar e avaliar de forma sistemática, através da manifestação de comportamentos sonoro‐musicais, o desenvolvimento dos alunos com NEE, ao longo de um determinado período de tempo, através de um programa como o SOI. Os dados recolhidos através da grelha e do perfil concêntrico dos alunos, demonstraram uma ampla variedade de manifestações sonoro‐musicais ao longo do período de intervenção. Todos os alunos demonstraram diferentes níveis de progresso no que diz respeito aos seus comportamentos musicais. Comunicação 4 ‐ Adaptação da Escala S‐SRQ e SRSI à População de Psicoterapeutas Portugueses
João Almeida & António Pazo Pires, ISPA‐Instituto Universitário Resumo: O tema da supervisão tem vindo a ser estudado em psicólogos com relativa profundidade nos últimos vinte anos. Estudos com psicoterapeutas sobre as dimensões da relação de supervisão têm sido escassos. Um dos instrumentos mais promissores sobre relação de supervisão tem sido referido por Tangen e Borders (2016) como sendo a escala S‐SRQ de Cliffe et al., (2016). Não existem estudos para além do referente à sua estruturação, conceptualização e adaptação à população Inglesa numa amostra de Psicólogos. Este tema, de emergência conceptual, teórica e prática, revela‐se imprescindivel aos Psicólogos e psicoterapeutas de qualquer área curricular. Objectivo: Pretende‐se estudar e adaptar as dimensões relacionais Base Segura, Educação Reflexiva e Suporte, Abertura, Desafio e Estrutura, inseridas na recente vertente teórica sobre relação em supervisão, entre Psicoterapeutas. Método: Utilizou‐se um questionário em internet ao qual responderam 229 psicoterapeutas portugueses. Resultados: Foi efectuada a análise descritiva, análise da validade interna confirmatória e validade convergente entre as escalas, S‐SRQ de Cliffe et al., (2016) e SRSI de Lizzio et al., (2009). Comunicação 5 ‐ WISC‐III – Análise e comparação entre crianças portuguesas e angolanas
Inês Pessoa e Costa, Rita Antunes, Ana Soares & Sandra Afonso, Hospital CUF Descobertas Resumo: Vários autores apresentam fatores que aproximam a cultura de Portugal e a cultura dos países africanos de língua portuguesa. Fatores como a história comum, o contexto social e económico, o uso da língua portuguesa, a cooperação a nível da educação e, sobretudo, da saúde (e.g. Correia, 2010). Cada vez mais famílias angolanas recorrem ao sistema de saúde em Portugal e vêm à consulta de psicologia do Hospital CUF Descobertas para realizar avaliação. Tendo em conta a influência da cultura em questões como o comportamento e a aprendizagem (Rodrigues, 2013), pretende‐se neste estudo, analisar e comparar os resultados obtidos por crianças portuguesas e por crianças angolanas na Escala de Inteligência de Wechsler para Crianças (WISC‐III), principal referência na medição da inteligência de crianças e adolescentes (Simões, 2002). Apesar da WISC‐III não estar aferida para a população angolana o número crescente de crianças avaliadas com esta prova justifica a relevância deste estudo. A recolha de dados foi realizada na Consulta de Psicologia da Unidade de Neurodesenvolvimento do Hospital CUF Descobertas, através da aplicação de 12 subescalas da Prova de Inteligência de Wechsler para Crianças (WISC‐III). Os dados obtidos encontram‐se em análise, com recurso à comparação das médias obtidas, quer nos resultados brutos, quer nos resultados padronizados dos quocientes de inteligência global, verbal e de realização, dos três índices fatoriais (compreensão verbal, organização percetiva e velocidade de processamento) e das subescalas avaliadas.
MESA 3.4 Contextos Educativos e Comportamentos
Comunicação 1 – Tipos de jogo no berçário: Uma análise exploratória em contexto natural
Joana Conceição, Catarina Ramos & Tiago Almeida, ESELx, Instituto Politécnico de Lisboa Resumo: Desde cedo, as crianças desenvolvem competências sociais que lhes permitem relacionar‐se com o outro. Para compreender como os bebés manifestam essas competências, desenvolveu‐se um estudo exploratório de natureza mista, sustentado na observação direta e indireta de 24 bebés em contexto natural, em duas organizações educativas na área da Grande Lisboa. Os seus objetivos foram: i) caracterizar as interações entre bebés com idades cronológicas entre os 6 e os 17 meses e: ii) caracterizar o tipo de jogo dos bebés em berçário. A observação direta concretizou‐se
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com base na tradução de Soares (2013), do instrumento Assessment of Peer Relations (Guralnick, 2003). Paralelamente, a observação indireta decorreu da gravação de 13 vídeos de 60 minutos cada, ao longo de maio de 2016, nos quais cada criança foi observada durante 4 minutos e 30 segundos (por vídeo), selecionados aleatoriamente. A adaptação do Play Observation Scale (Rubin, 2001) permitiu a cotação dos vídeos quanto às categorias de participação social de Parten (1932), os tipos de jogo (Smilansky, 1968) e não jogo (Rubin, 2001). A análise dos resultados evidenciou que: i) os bebés se envolveram maioritariamente em jogo solitário (85%), ocorrendo também alguns casos de jogo paralelo (13%); ii) no que às categorias de jogo diz respeito, as ocorrências de jogo exploratório foram proeminentes (87%); iii) em situação de não jogo, os bebés assumem principalmente uma postura de espectador (51%) e de observador de proximidade (17%). Compreende‐se portanto que os bebés demonstram intencionalidade nas interações que realizam, revelando estar despertos para as ações dos pares. Comunicação 2 – Memória e Significado dos Brinquedos da Infância
Maria Cristina Faria, José Pereirinha Ramalho & Adelaide Espírito Santo, Instituto Politécnico de Beja Resumo: Os brinquedos fazem parte do mundo imaginário da criança, da concretização de sonhos e da realização de brincadeiras promotoras de desenvolvimento, aprendizagem e criatividade. Por conseguinte, contribuem para a formação pessoal e social dos humanos desde muito cedo e produzem cultura. Nesta abordagem positiva dos brinquedos da infância é compreensível que as memórias a eles associadas tenham um significado positivo e façam desencadear à posterior lembranças e emoções positivas. Cada brinquedo tem uma história pessoal repleta de significado, sentimento, afecto, ação e ludicidade. É pressuposto que o brinquedo enquanto objecto de desejo, motivação e conhecimento e a brincadeira compreendida como simples acto de brincar se encontrem ligados a pessoas, valores, crenças, atitudes, escolhas, recreações e representações sociais que podem ser determinantes para a organização e estruturação da personalidade. Até que ponto um brinquedo de eleição e o seu contexto podem influênciar a vida futura de uma criança? A presente investigação tem como principal objetivo conhecer a importância da memória e do significado do brinquedo de infância ao longo da vida. Trata‐se de um estudo exploratório, de caracter transversal e qualitativo. Apresenta 40 participantes (20 homens e 20 mulheres), professores das quatro Escolas do IPBeja, com idade igual ou superior a 45 anos. Foi aplicada uma entrevista semiestruturada que visava as seguintes dimensões: memória significativa do brinquedo de infância; história do brinquedo; brincadeiras associadas; interferência na saúde e bem estar; influência nas representações sociais e escolhas pessoais. Os resultados sugerem a influência do brinquedo nos acontecimentos pessoais ao longo da vida. Comunicação 3 ‐ O brincar de crianças com perturbação da linguagem e os seus pares com desenvolvimento típico numa situação de interação proposta
Joana Guimarães, ComDignitatis / Instituto Politécnico de Lisboa, Escola Superior de Educação | Tiago Almeida, ESELx, Instituto Politécnico de Lisboa, CIE‐ISPA
Resumo: Este estudo procura analisar o tipo de brincadeira (Rubin, 2001) de crianças com PL e dos seus pares com desenvolvimento típico numa situação de interação proposta e identificar as estratégias utilizadas pelas educadoras, na mesma situação, para mediar a interação. Frequentemente, as crianças com Perturbação da Linguagem (PL) tendem a apresentar‐se, em situações de brincadeira e jogo, mais retraídas, com mais comportamentos negativos, comparativamente aos seus pares, preferem interagir mais com adultos do que com os pares e respondem com enunciados mais curtos ou com recurso a respostas não‐verbais. Tendem ainda a apresentar dificuldade em explicar as regras de um jogo, em fazer reparos ou clarificações e são parceiros de jogo menos preferidos pelos seus pares, em contextos inclusivos. Para responder às questões de investigação foram constituídos três grupos com crianças com desenvolvimento típico e PL, na proporção de 2:1. Após avaliação inicial, foram realizadas filmagens de cada um dos grupos numa situação de brincadeira livre e filmagens na mesma situação, mas com a intervenção das educadoras enquanto elemento mediador. Foi analisado o tipo de brincar adotado pelas crianças na presença e ausência das educadoras, bem como as estratégias utilizadas pelo adulto para mediar e incluir as crianças com PL no jogo. Os resultados sugerem que a presença das educadoras é facilitadora da participação de crianças com PL em situações de jogo do tipo paralelo e de grupo e que o ensino incidental individual, a modelação e a promoção da linguagem são as estratégias mais eficazes. Comunicação 4 ‐ Valorização do espaço exterior como ambiente promotor de aprendizagens e desenvolvimento: a abordagem FloresSer da Associação Nacional de Intervenção Precoce
Gabriela Bento, CIDTFF, Universidade de Aveiro | Gisela Dias, Patrícia Oliveira & Leonor Carvalho | ANIP Resumo:
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Reconhecendo a importância do espaço exterior para o desenvolvimento e aprendizagem da criança, a Associação Nacional de Intervenção Precoce (ANIP) tem vindo a investir numa abordagem educativa focada no brincar ao ar livre. Esta abordagem, denominada de FloresSER, enquadra no presente ano letivo o projeto Serei(a) no Jardim, inserido na valência de Creche e Jardim de Infância. Este projeto diferencia‐se das respostas educativas mais tradicionais, propondo uma utilização sistemática e pedagogicamente sustentada dos espaços exteriores em contextos de educação de infância. O projeto funciona com um grupo de 8 crianças a tempo inteiro no Jardim da Sereia (Parque de Santa Cruz, Coimbra) e com visitas diárias ao espaço por parte dos grupos de pré‐escolar e creche sediados nas instalações da ANIP. A ocupação a tempo integral do Jardim da Sereia está a cargo de duas educadoras de infância. Atendendo ao carácter inovador desta iniciativa, uma equipa da Universidade de Aveiro, Departamento de Educação e Psicologia, está a apoiar e a monitorizar o processo de implementação e melhoria das práticas, considerando dimensões relacionadas com os processos de acompanhamento das crianças, a organização dos espaços e o envolvimento das famílias. Nesta apresentação, iremos apresentar os resultados iniciais do processo de implementação do projeto Serei(a) no Jardim. Ainda, procuraremos evidenciar, com base na experiência adquirida até à data, de que forma é que o desenvolvimento de práticas educativas no espaço exterior permitem concretizar os princípios e objetivos educativos preconizados nos principais documentos orientadores da educação de infância em Portugal. Comunicação 5 ‐ Tipo de brincadeira de crianças com PEA e dos seus pares com desenvolvimento típico, com e sem a presença da educadora, numa situação de brincar proposta
Tatiana Grazina, Comdignitatis, Instituto Politécnico de Lisboa, Escola Superior de Educação & Tiago Almeida, ESELXInstituto Politécnico de Lisboa, Escola Superior de Educação / CIE‐ISPA
Resumo: A literatura refere que o desenvolvimento e a manutenção de vínculos sociais em crianças com Perturbação do Espetro do Autismo (PEA) é influenciado por vários aspetos do seu funcionamento relacionados com a comunicação e o comportamento. Este estudo pretende analisar o tipo de brincadeira (Rubin, 2001) de crianças com PEA e os seus pares com desenvolvimento típico numa situação de brincar proposta, e identificar as estratégias utilizadas pelas educadoras, na mesma situação, para mediar a sua interação. Foram constituídos três grupos, cada um com três crianças com desenvolvimento típico e PEA, na proporção de 2:1. O pré‐teste incluiu uma avaliação da linguagem, uma avaliação global do desenvolvimento e a um rastreio audiológico. Posteriormente, foram realizadas seis filmagens de cada um dos grupos numa situação de brincadeira na área da casinha, na ausência e posteriormente na presença da educadora, enquanto elemento mediador das interações. Ulteriormente procedeu‐se à análise do tipo de brincar adotado pelas crianças na presença e ausência das educadoras, bem como as estratégias utilizadas pelo adulto para mediar e incluir as crianças com PEA no brincar. Os resultados demostram que as crianças com PEA, na ausência da educadora, assumem mais brincar do tipo solitário, comparativamente aos seus pares de desenvolvimento típico. Por outro lado, na presença da educadora, estas crianças aumentam a sua participação em situações de brincar de grupo. Quanto às estratégias utilizadas pelas educadoras é possível aferir que a estratégia mais utilizada é o questionamento, seguido da repetição.
MESA 3.5 Ensinar e Aprender
Comunicação 1 – A Colaboração entre os Serviços de Intervenção Precoce na Infância e os Serviços de Promoção e Proteção de Crianças e Jovens em Risco
Joana Albuquerque, Cecília Aguiar, Eunice Magalhães, ISCTE‐Instituto Universitário de Lisboa Resumo: O presente estudo, de caráter qualitativo, pretendeu compreender a perspetiva de 19 profissionais do Sistema Nacional de Intervenção Precoce na Infância (SNIPI), sobre os processos colaborativos entre o SNIPI e o Sistema de Promoção e Proteção de Crianças e Jovens em Risco (SPPCJR). Para tal foram realizadas entrevistas, cujo guião incluía 9 questões que pretendiam recolher informação sobre a perceção dos profissionais quanto ao conceito de trabalho colaborativo e das potencialidades da colaboração entre serviços. Os dados foram analisados com recurso a uma análise de conteúdo, através do software NVivo 11. Os resultados obtidos revelam que, na generalidade, a colaboração é descrita como a articulação e cooperação entre profissionais e serviços, com vista à potencialização da intervenção junto da criança e da sua família. Os profissionais consideram que a principal vantagem de uma relação colaborativa é a promoção da eficácia da intervenção junto da criança e da família. No entanto, os profissionais descrevem o padrão de colaboração atual, maioritariamente, de
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forma negativa, reconhecendo que os contatos estabelecidos são maioritariamente não presenciais e que o processo de intervenção decorre isoladamente. Por fim, os profissionais identificam como barreira mais significativa à colaboração a escassez de tempo e de recursos, considerando os contatos e as relações entre os profissionais como o principal facilitador. O presente estudo tem um conjunto diversificado de implicações para a definição de práticas e políticas que visam a colaboração entre os serviços em análise. Comunicação 2 – O autocuidado do cuidador familiar: Intervenção psicoeducativa para o desenvolvimento de competências pessoais/sociais
Lisneti Castro, Centro de Investigação Didática e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF), Universidade de Aveiro | Dayse Neri de Souza, Centro Universitário Adventista de São Paulo – UNASP‐EC; Centro de Investigação Didática e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF), Universidade de Aveiro | Anabela Pereira, Centro de Investigação Didática e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF), Universidade de Aveiro
Resumo: O processo de ensino aprendizagem orientado para cuidadores familiares, não contempla na literatura, aspetos relacionados com o desenvolvimento e a aprendizagem na vida adulta. No entanto construir ações de formação, levando em conta esses aspetos, poderá tornar o contexto de aprendizagem deste público‐alvo mais robusto, uma vez que os conteúdos repassados em contexto de educação informal poderão ser conjugados com as experiências adquiridas ao longo da vida por esses indivíduos, resultando na construção de novos saberes. Objetivo: Apresentar na integralidade uma intervenção psicoeducativa com vistas ao desenvolvimento de competências pessoais/sociais nos cuidadores. Método: estudo de cariz qualitativo e paradigma interpretativo. Participaram 11 cuidadores de ambos os sexos. Os utentes foram contatados pela equipe de enfermagem das Unidades de saúde de Aveiro e Ovar. Toda a intervenção foi conduzida por meio de dinâmica de grupo, e as competências abordadas foram: Autoconhecimento, empatia, autoestima, assertividade, resiliência e suporte social. Os dados foram recolhidos no período de janeiro a julho/2016. Foi realizada a análise de conteúdo com o apoio do webQDA. Resultados: Os cuidadores, demonstraram possuir as competências, porém não conseguiam nomeá‐las e nem reconhece‐las em seu repertório comportamental. Após serem intervencionados, denotaram consciencialização sobre a necessidade de terem maior atenção com o seu autocuidado. Conclusão: A intervenção possibilitou aos cuidadores reconhecerem em si competências que poderiam ajuda‐los no desempenho de suas atividades ao mesmo tempo que passaram a valorizar o autocuidado, ficando assim assegurado o seu bem‐estar físico e psicológico. Comunicação 3 ‐ Relação entre a qualidade da vinculação e o desempenho académico
Miguel Barbosa, Universidade de Lisboa, Faculdade de Medicina Resumo: As crianças com uma vinculação segura demonstram maior capacidade de regulação emocional e maior motivação para explorar o meio e aprender a resolver problemas, o que representam aspectos essenciais no processo de aprendizagem. Este estudo teve como objectivo avaliar a associação entre a qualidade da vinculação e o desempenho académico. Um total de 450 alunos do 3º ciclo preencheu o questionário Experiences in Close Relationships ‐ Relationship Structures. O desempenho académico foi avaliado a partir dos resultados escolares dos alunos, o número de reprovações e a percepção dos alunos sobre o seu estatuto académico. Os alunos com uma vinculação preocupada apresentaram uma percentagem de reprovações mais elevadas quando comparados com os alunos com uma vinculação segura e evitante. Os alunos com uma vinculação segura obitveram notas mais elevadas do que os estudantes com vinculações preocupadas e evitantes. Os alunos com uma vinculação evitante tenderam a percepcionarem‐se como piores alunos comparados com estudantes com vinculação segura. Estes resultados suportam o pressuposto de que a qualidade de vinculação constitui um importante recurso que promove o sucesso académico. Comunicação 4 – A estabilidade da sensibilidade materna em diferentes condições e ao longo do tempo
Miguel Barbosa, Universidade de Lisboa, Faculdade de Medicina | João Moreira, Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia | Marina Fuertes, ESELx, Instituto Politécnico de Lisboa
Resumo: A sensibilidade materna reflecte a capacidade de um cuidador interpretar com precisão os sinais implícitos no comportamento do bebé e responder de forma apropriada e rápida, sendo determinante para o desenvolvimento saudável de um bebé. Este estudo teve como objectivo avaliar a estabilidade da qualidade da sensibilidade materna em diferentes contextos de interacção e ao longo de um período de seis meses. Método: 121 mães e seus bebés de termo saudáveis foram avaliados longitudinalmente aos 3 e 9 meses. A sensibilidade materna foi avaliada durante uma
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interacção de brincadeira livre (condição sem stress) através do CARE‐Index e durante o paradigma Face‐to‐Face Still‐Face (FFSF, condição com stress) através das escalas Maternal Engagement, Maternal Intrusiveness, and Maternal Ability to Comfort the Infant. Resultados: Verificou‐se uma associação positiva entre a sensibilidade materna na interacção de brincadeira livre e a capacidade de a mãe acalmar o bebé e o envolvimento positivo no paradigma FFSF. A sensibilidade materna na brincadeira livre aos 3 meses correlacionou‐se positivamente com a sensibilidade materna aos 6 meses. A sensibilidade maternal na condição de stress e sem stress relacionou‐se com diferentes organizações regulatórias do bebé. Conclusão: Estes resultados sugerem existir uma estabilidade da sensibilidade materna em diferentes contextos de interacção e ao longo de um período de 6 meses. Comunicação 5 ‐ À conversa com os pais sobre a sexualidade: Uma abordagem psico‐educativa na Perturbação do Desenvolvimento Intelectual
José Alberto Ribeiro Gonçalves, ISPA‐Instituto Universitário e Centro Hospitalar Lisboa/Norte – Hospital de Santa Maria – Centro de Neurodesenvolvimento | Catarina Rebolo, ISPA‐Instituto Universitário e Centro Hospitalar Lisboa/Norte – Hospital de Santa Maria – Centro de Neurodesenvolvimento | Cláudia Bandeira de Lima, Centro Hospitalar Lisboa/Norte – Hospital de Santa Maria – Centro de Neurodesenvolvimento
Resumo: A sexualidade é um construto dominado por diversos pré‐conceitos sócio‐culturais. Em jovens com Perturbação do Desenvolvimento Intelectual (PDI) este facto torna‐se ainda mais relevante e de mais difícil gestão. A dificuldade em abordar, perceber e pensar sobre esta temática, especialmente por parte dos pais, condiciona a qualidade da educação sexual que os filhos passam a adquirir. A forma como os pais de jovens com PDI lidam com a sexualidade dos filhos tem sido pouco explorada, associada a uma falta de investigação na área da sexualidade na deficiência. Com o objetivo de contribuir para um melhor conhecimento neste domínio, foi construído um Programa de Intervenção Psico‐Educativa Grupal sobre a Sexualidade na PDI, dirigido a pais de jovens com PDI. Trata‐se de um programa de curta duração composto por 5 sessões de grupo, onde são exploradas cinco áreas: etapas do desenvolvimento sexual, mitos sobre a sexualidade na PDI, influência intergeracional na sexualidade – educação sexual, comportamentos sexuais e abuso sexual. Foi aplicada uma metodologia mista, com uma vertente psico‐educativa e outra de reflexão exploratória grupal. O grupo é constituído por 9 pais de filhos com PDI, com idades entre 12 e 18 anos, selecionados através das consultas do Centro de Neurodesenvolvimento. Até ao momento, verificam‐se opiniões contrastantes relativas ao conhecimento dos pais sobre a sexualidade dos filhos, tal como crenças e atitudes estereotipadas, contudo, de um modo geral, os pais reconhecem a necessidade e importância de falar sobre esta temática e de partilhar com outros pais sobre os comportamentos atípicos dos seus filhos.
FINAL do dia 9 de julho
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SIMPÓSIO – S4.1 ‐ 9.00‐10h 30m
Dependências ONLINE: Da investigação à intervenção
Coordenador: Pedro Aires Fernandes Resumo: Parece‐nos hoje evidente que a internet veio para ficar, registando‐se um crescimento exponencial de utilizadores em todo o mundo, de acordo com os dados mais recentes existentes sobre esta matéria. Neste contexto, ao mesmo tempo que se reconhecem as potencialidades que as tecnologias encerram em tantos quadrantes da nossa vida, é necessário sublinhar os riscos associados à utilização das tecnologias e da internet em particular, refletindo sobre os desafios que essa mesma utilização acarreta, em particular junto das faixas etárias mais jovens. Conscientes desta realidade, tem sido levada a cabo uma intervenção integrada no concelho de Odivelas nesta área, envolvendo diferentes setores da comunidade, incluindo escolas, instituições de ensino superior, famílias, estruturas de saúde e o próprio Poder Local. O percurso até agora efetuado teve como base duas investigações académicas sobre hábitos e comportamentos online, realizadas em Odivelas, cujos resultados nos impulsionaram para a realização de diversas ações e projetos de natureza socioeducativa, visando contribuir, em última instância, para uma utilização saudável das tecnologias e da internet em particular. O presente simpósio pretende, desta forma, colocar à discussão os resultados obtidos e as estratégias utilizadas, contribuindo para o desenvolvimento de uma área de estudo considerada, atualmente, de extrema relevância no contexto da intervenção nos comportamentos aditivos e dependências. Comunicação 1 – Comportamentos ONLINE, Prevenção e Comunidade(s): uma intervenção em Rede no concelho de Odivelas
Pedro Aires Fernandes, Câmara Municipal de Odivelas Resumo: Prevenção das Toxicodependências (PECPT), em vigor desde setembro de 2006. Este trabalho é assegurado por uma Rede de Parceria composta por três dezenas de instituições de âmbito local, regional e nacional, integrando um conjunto de entidades com responsabilidades diretas e indiretas nesta área, representativas de diversos setores da sociedade. Nos últimos anos, a Câmara Municipal de Odivelas assumiu a área das Dependências Online como prioritária, face à relevância crescente desta temática, evidenciada pela mais recentes investigações neste domínio, promovendo uma intensa atividade em conjunto com os seus Parceiros, Iniciou‐se este percurso com uma aposta renovada na área da Investigação, por via do estabelecimento de uma colaboração institucional com o ISPA‐IU, cujos resultados apontaram para a necessidade de uma intervenção estruturada e concreta no terreno, de natureza preventiva, junto dos diversos atores sociais e educativos, visando sensibilizar para a importância de uma gestão saudável das tecnologias em contexto socioeducativo e familiar. Os dados obtidos contribuíram para o delineamento de ações e projetos concretos, que visam responder eficazmente às necessidades identificadas, com uma aposta clara e inequívoca na formação daqueles que, no terreno, lidam diariamente com as crianças, jovens e respetivas famílias. No entanto, mais do que um fim em si mesmos, os projetos desenvolvidos até à data têm levantando novas interrogações e desafios, num percurso em construção que se deseja naturalmente continuar e enriquecer. Comunicação 2 – Dependências online: Estudo sobre a perceção da supervisão parental numa amostra de pais de crianças e jovens
Ivone Patrão, ISPA‐Instituto Universitário / Promoting Human Potential Research Group Resumo: A dependência online é transversal a todas as gerações. A geração cordão é aquela que não desliga, que tem dificuldade nas competências sociais, na autorregulação emocional e no processo de autonomia. A questão que se coloca é a do modelo parental na gestão da tecnologia. Os dados em amostras portuguesas de jovens, considerados a
Manhã do dia 10 de julho
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geração cordão (Patrão, 2017) (entre os 12 e os 30 anos), apontam para um cenário preocupante de cerca de 25% com adição à internet, sobretudo dos jogos online e das redes sociais. O objetivo do estudo foi de avaliar a perceção do controlo parental numa amostra de pais e a relação com a dependência online e funcionamento familiar. Aplicou‐se um protocolo de investigação online a uma amostra de 95 pais, com a avaliação de dados sociodemográficos, dados do uso e acesso à internet, da supervisão parental, da dependência online e do funcionamento familiar. Os resultados recolhidos indicam que há um baixo nível de supervisão parental nas atividades online dos filhos. Os pais, em geral, apresentam‐se como um modelo com preferência pelas redes sociais com consumo diário de, em média, 5h por dia, sendo que nesta amostra a dependência online está correlacionada com a perceção de um bom funcionamento familiar. Estes dados remetem para a necessidade de apostar na promoção da gestão saudável dos comportamentos online, por todos, e na clara sensibilização daqueles que funcionam como modelo educativo. Comunicação 3 ‐ Utilização saudável da internet no contexto educativo: o projeto Escolas ONLINE
Raul Melo, Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências Resumo: A preocupação com o desenvolvimento de comportamentos aditivos sem substância é recente e acompanhou o crescente desenvolvimento tecnológico e o impacto que este teve em termos de acessibilidade a determinados serviços. A utilização da internet é um claro exemplo desta realidade, com a constante inovação em termos de eletrónica e qualidade dos suportes de comunicação digital. Com esta evolução, vem igualmente a necessidade do individuo se regular na utilização que faz destes recursos. O prazer proporcionado, conduz a uma procura mais regular e prolongada destas experiências em comportamentos que, por vezes, evoluem para além da consciência e da capacidade de controlo. Esta realidade é mais preocupante em populações que, pela sua imaturidade, estão expostas a maiores riscos. A importância de desenvolver intervenções preventivas dirigidas a estas populações é fundamental, para promover uma maior consciência dos comportamentos e desenvolver estratégias de controlo face ao risco de uso indevido desta tecnologia. Contudo, a eficácia destas intervenções preventivas depende de muitos fatores, tal como, a pertinência, a adequação à população alvo, o envolvimento da mesma na construção das mensagens que lhe são dirigidas, etc. O projeto Escolas ONLINE é um exemplo inovador da abordagem preventiva a uma problemática emergente e a presente apresentação incidirá sobre os passos dados, a estratégia adotada e os resultados obtidos num esforço integrado e articulado entre a autarquia, a saúde e a educação.
SIMPÓSIO – S4.2 ‐ 9.00‐10h 30m
Dimensão Subjetiva da realidade escolar: Diálogos sobre educar hoje a partir do materialismo histórico dialético e da Psicologia de Vigotski.
Coordenador: Wanda Maria Junqueira de Aguiar Resumo: Este Simpósio apresenta reflexões teóricas e metodológicas acerca da pesquisa em desenvolvimento por quatro equipes de pesquisadores de diferentes universidades do Brasil que integram um projeto de cooperação acadêmica financiado pelo Programa de Cooperação Acadêmica fomentado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (PROCAD/CAPES). O que define este grupo é a produção de conhecimentos mediante o desenvolvimento de pesquisas comprometidas com as transformações sociais, especialmente aquelas relacionadas diretamente com a educação, mas com foco na dimensão subjetiva da realidade escolar e como fundamentos teórico‐metodológicos o Materialismo Histórico Dialético e a Psicologia de Vigotski. No primeiro momento da discussão serão apresentadas algumas proposições teóricas e metodológicas que têm orientado as pesquisas desse grupo, em especial as categorias historicidade, mediação, totalidade, contradição, significado e sentido. No segundo momento, será discutido o conceito vigotskiano perejivanie para explicitar que o processo de (trans)formação do educador deve estar mediado pela vivência de situações formativas com possibilidades de desenvolvimento da reflexão crítica sobre as bases ideológicas que historicamente têm orientado a prática docente. No terceiro momento serão levantadas reflexões sobre as ideias de Vigotski e de Espinosa para discutir as determinações da relação afeto‐intelecto no desenvolvimento de professores e alunos que vivenciam práticas educativas bem sucedidas. Por fim, serão recuperadas algumas proposições vigotskianas sobre a Defectologia, para se repensar a formação de professores e a constituição de redes colaborativas com vistas à inclusão de alunos do público alvo da Educação Especial.
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Comunicação 1 – Síntese teórica e metodológica do grupo de pesquisa procad sobre a dimensão subjetiva da realidade escolar
Wanda Maria Junqueira de Aguiar, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC‐SP) Resumo: No primeiro momento deste simpósio, será apresentado uma síntese teórica e metodológica – entendida sempre como provisória – alcançada por nossos grupos de pesquisa. Deste modo, serão enfatizadas as contribuições de Vigotski, Lefebvre, Mészáros e outros autores contemporâneos no que diz respeito ao método de pesquisa, com o propósito de resgatar e discutir proposições teórico metodológicas orientadoras da analise dos processos educacionais. Para tanto, serão destacadas as seguintes categorias do materialismo histórico dialético: totalidade, historicidade, contradição e mediação. Também serão discutidas algumas das categorias da Psicologia Sócio Histórica, perspectiva da psicologia que fundamenta nossa compreensão de Humano e de seu desenvolvimento. As categorias destacadas serão: significações (significado e sentido), atividade, subjetividade e dimensão subjetiva da realidade. O entendimento é de que as categorias em destaque são recursos constitutivos de possibilidades de apreensão da realidade, ampliando o processo de objetivação de novas explicações sobre o objeto em estudo: a dimensão subjetiva da realidade. Comunicação 2 – Diálogos sobre “educar hoje” sob mediação do conceito vigotskiano perijivanie
Maria Vilani Cosme de Carvalho, Universidade Federal do PIIAUI (UFPI) Resumo: No segundo momento do Simpósio o norte teórico‐metodológico das reflexões é o conceito Perijivanie, desenvolvido nos textos pedológicos de Vigotski (1996, 2009) para argumentar em favor da ideia de que todo ser humano constitui sua singularidade como ser mediado pela história e pela cultura. Para tanto, cada pessoa está submetida a um processo contínuo de (trans)formação que é produto das situações sociais geradoras de seu desenvolvimento histórico e cultural. No que tange ao processo de (trans)formação do educador, este para gerar desenvolvimento profissional, faz‐se necessário vivenciar situações formativas com possibilidades de desenvolvimento da reflexão crítica sobre as bases ideológicas que historicamente têm orientado a prática docente, mas também a dimensão subjetiva da realidade escolar. Nestes termos, desenvolver pesquisa com potencial formativo tem se apresentado, para o grupo do Procad, como necessidade dos professores‐pesquisadores em compreender e colaborar no processo de transformação da educação, da escola, dos educadores, dos educandos e, portanto, da sociedade em direção da igualdade e justiça social. Assim, esse grupo de cooperação acadêmica está produzindo as condições objetivas e subjetivas, para vir a desenvolver pesquisas acadêmicas sobre o educar hoje, dialogando com a Psicologia de Vigotski, em especial com o conceito Perejivanie. Comunicação 3 – A prática educativa bem sucedida sob a mediação da relação afeto‐intelecto
Eliana de Sousa Alencar Marques, Universidade Federal do PIIAUI Resumo: No terceiro momento deste simpósio serão levantadas reflexões teóricas e empíricas com o objetivo de analisar as determinações da relação afeto‐intelecto no desenvolvimento de professores e alunos que vivenciam práticas educativas bem sucedidas. As reflexões partem das ideias de Vigotski (1996, 2009) e de Baruch de Espinosa (2007, 2008) que sustentam a premissa de que as ações humanas são sempre mediadas pela relação afeto‐intelecto, ou seja, o ser humano, no processo de desenvolvimento histórico se relaciona afetivamente com os objetos, situações e acontecimentos sociais produzindo sentidos, processo esse que (re) orienta a tomada de decisões. As reflexões fundamentam‐se também em resultados de pesquisa realizada com um professor de matemática e quatro alunos. Utilizou‐se para produção dos dados entrevista semiestruturada e memoriais. Como procedimento de análise fez‐se uso dos Núcleos de Significação. Os resultados apontam que a prática educativa se constitui como bem sucedida sempre que é mediada por perejivanies que levam a produção de afetos alegres e assim aumentam a potência dos sujeitos. Comunicação 4 – A colaboração na formação docente para a inclusão educacional
Neiza de Lourdes Frederico Fumes, Universidade Federal de ALagoas Resumo: Por fim, para concluir o Simpósio será recuperado algumas proposições vigotskianas sobre a Defectologia, para se repensar a formação de professores e a constituição de redes colaborativas com vistas à inclusão de alunos do público alvo da Educação Especial. O ponto de partida destas pesquisas é a idéia de que é preciso atuar na linha social do desenvolvimento da pessoa com deficiência e que a escola regular e seus múltiplos atores têm papel importante neste processo. De forma mais especifica, será tratado sobre a formação docente em serviço e o desenvolvimento
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profissional visando o processo inclusivo, sem deixar de ponderar que há limites objetivos para a sua efetivação e que o professor não é o único responsável. Para isto, as pesquisas orientam‐se pelos princípios do método propostos por Vigotsky e pela pesquisa colaborativa. Deste modo, a entrevista, os ciclos reflexivos, a autoconfrontação simples e cruzada e o grupo focal têm sido os recursos metodológicos, as principais categorias empregadas nas análises das pesquisas têm sido mediação, pensamento e palavra e significado e sentido. Os resultados permitem mostrar as amplas possibilidades deste enfoque metodológico que fomenta a atividade intersubjetiva entre pesquisadores e professores, transformando colaborativamente significações sobre inclusão e práticas pedagógicas realizadas em contextos inclusivos.
Sessão M4 – 11.00‐12h 30m
MESA 4.1 Contextos Sociais e Desenvolvimento
Comunicação 1 – Metodologia de projeto e o desenvolvimento de competências em pessoas com DID Miguel Mata Pereira, Associação QE, CIE‐ISPA
Resumo: Nesta comunicação pretende‐se apresentar e debater a importância da metodologia de projecto no trabalho de intervenção com jovens e adultos com dificuldades intelectuais e desenvolvimentais (DID), no contexto de um Centro de Actividades Ocupacionais (CAO). No trabalho por projectos a heterogeneidade dos participantes é mobilizada como catalisador do desenvolvimento, colocando pessoas com competências muito diferentes a interagir e a cooperar para a consecução de objectivos comuns. Os projectos originam produções concretas e com visibilidade, em alguns casos com retorno financeiro, sustentando uma linha de significação do trabalho realizado em grupo e do contributo individual de cada participante, ao encontro do princípio da exteriorização em educação. De uma outra perspectiva, e tendo em consideração o desiderato da integração sócio‐profissional autêntica, a metodologia de projecto permite que o conjunto de tarefas a realizar pelos participantes possa ser alinhado com o trabalho desenvolvido em contexto comunitário real, numa lógica de práticas isomórficas, contribuindo para que as competências, os desempenhos e as aprendizagens possam ser transferidas entre contextos com eficiência, fomentando também o alargamento das redes sociais de suporte. As potencialidades da implementação de projectos como resposta de intervenção psico‐educativa em contexto de CAO representam uma gradual transposição de um paradigma sócio‐ocupacional para um paradigma sócio‐laboral, consubstanciando o desenvolvimento de competências funcionais, a motivação, e o reconhecimento social do valor e da capacidade para trabalhar de pessoas com DID.
Comunicação 2 – O contexto familiar e as competências sociais em idade pré‐escolar: Poderá a qualidade das interações educador‐criança influenciar esta relação?
Margarida Fialho, Nadine Correia, Cecília Aguiar, Lígia Monteiro, ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa/CIS‐IUL | Francisco Esteves, Mid Sweden University
Resumo: A investigação tem suportado a relação positiva entre a sensibilidade materna e o desenvolvimento das competências sociais (e.g., Mintz, Hamre, & Hatfield, 2011). Outros estudos têm também demonstrado que níveis mais elevados de qualidade das interações educador‐criança estão associados a melhores resultados sociais para as crianças (e.g., Mashburn et al., 2008). Considerando o contexto teórico‐prático descrito, o presente estudo tem como objectivo testar o efeito moderador da qualidade das interações educador‐criança na relação entre os fatores do contexto familiar (sensibilidade materna e fatores de risco) e as competências sociais e problemas de comportamento das crianças em idade pré‐escolar, quando controladas as suas características individuais (temperamento, competência verbal, sexo, idade). Para esse efeito, reportaremos resultados baseados numa amostra de 58 salas de jardim de infância (área da Grande Lisboa), num total de 318 crianças (4‐6 anos) e respetivas mães. A sensibilidade materna foi avaliada através da Tarefa dos Três Sacos (Ainsworth, Bell, & Stayton, 1974; Egeland, Erickson, Clemenhagen‐Moon, Hiester, & Korfmacher, 1990), as competências sociais e os problemas de comportamento através do Social Skills Rating System (Gresham & Elliott, 2007), a qualidade da interação educador‐criança através do Classroom Assessment Scoring System (Pianta, La Paro, & Hamre, 2008), o temperamento através do Children’s Behavior Questionnaire (Putnam & Rothbart, 2006) e a capacidade verbal através do Peabody Picture Vocabulary Test – Revised (Dunn, 1986). Espera‐se contribuir para o avanço do conhecimento sobre os preditores das competências sociais das crianças em contexto de jardim de infância, descrevendo efeitos potenciadores e/ou compensatórios de diferentes níveis de qualidade das interações educador‐criança.
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Comunicação 3 – Dificuldade de aprendizagem no processo de alfabetização na unidade integrada Maria Mata
Maria José Portela Corrêa, António Rodrigues, João Carlos Coqueiro, Maria do Socorro Silva, Sílvia Nunes da Silva, Universidade de Trás os Montes e Alto Douro – UTAD
Resumo: As dificuldades de aprendizagem fazem parte do processo escolar, abrangendo com o passar do tempo, um número cada vez mais elevado de educandos. A função da escola é proporcionar aos alunos as estratégias necessárias para que eles aprendam cada vez mais e possibilitem aos mesmos atuar criticamente em seu meio social. O objetivo geral deste artigo é propor práticas pedagógicas que ajudem às crianças em suas dificuldades. Esse trabalho é uma análise da escola frente às dificuldades encontradas pela criança no processo de alfabetização. O interesse em discutir esse tema ocorre de vários motivos, todos apontados para necessidade de iniciativas que visam à construção de novas metodologias que evitem que uma dificuldade de aprendizagem resulte no fracasso educacional. Para a metodologia de trabalho utilizou‐se a abordagem qualitativa enfocando a pesquisa bibliográfica (livros, artigos), como referencial teórico a concepção de vários educadores sobre o tema bem como a realização de uma entrevista voltada aos professores. Os resultados permitirão a possibilidade de identificação das dificuldades de aprendizagem na escola e como tratá‐las logo no início do processo alfabetizador.
MESA 4.2 Contextos Educativos e Comportamentos
Comunicação 1 – Competências socioemocionais de crianças em idade pré‐escolar: O papel da perceção de aceitação‐rejeição materna
Carla Peixoto, Susana Fonseca, Francisco Machado, Instituto Universitário da Maia Resumo: A família representa um contexto primordial de desenvolvimento das crianças em idade pré‐escolar, atendendo ao seu impacto nas variadas áreas do desenvolvimento das crianças, incluindo a área socioemocional. A qualidade da relação pais‐filhos afigura‐se como uma das principais variáveis deste contexto. Assim, tendo por referência a Teoria da aceitação‐rejeição interpessoal (e.g., Rohner, 2016; Rohner, Khaleque, & Cournoyer, 2012) e a escassez de trabalhos desenvolvidos sobre esta temática com crianças em idade pré‐escolar, este trabalho teve como objetivo analisar a perceção de aceitação‐rejeição materna de crianças em idade pré‐escolar e a sua associação com o seu desenvolvimento socioemocional. Participaram 90 crianças (55.6% do sexo masculino) com idades compreendidas entre 54 e 82 meses e respetivas famílias. Aplicou‐se diretamente às crianças o Questionário sobre a Perceção de aceitação‐rejeição parental para a primeira infância – versão para a mãe (Rohner, 2015; traduzido por Fonseca, Peixoto, & Machado, 2016). As famílias responderam ao Social Skills Rating System (Gresham & Elliott, 2007; traduzido por Aguiar, Moiteiro, & Serpa‐Pimentel, 2010) e à Emotion Regulation Checklist (Shields & Cicchetti, 1997, traduzido e adaptado por Melo, 2005). Os resultados obtidos indicaram que as crianças mais velhas relataram uma maior perceção de rejeição materna e que as crianças cujas mães possuem mais escolaridade tendem a demonstrar uma maior perceção de aceitação materna. Adicionalmente, verificou‐se que a perceção de rejeição materna parece exercer uma influência estatisticamente significativa nas competências sociais das crianças, sendo que as crianças que apresentam melhores resultados a nível das competências sociais tendem a percecionar menor rejeição materna. Comunicação 2 – Educação tutorial: Contributos as práticas curriculares
Silvana Cavalcanti dos Santos, Valquíria F. Bezerra Barbosa & Ana Carla Silva Alexandre, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco – IFPE, PE/Brasil
Resumo: A educação tutorial caracteriza‐se como uma metodologia de ensino com compromissos epistemológicos, pedagógicos, éticos e sociais. A tutoria universitária configura‐se no acompanhamento e orientação, sistemático de grupos de alunos, por pessoa experiente nas áreas de formação dos acadêmicos. Nesse sentindo, pretende‐se relatar a experiência da disciplina do tutorial I do curso de Graduação em Enfermagem do Instituto Federal de Educação Ciências, e Tecnologia de Pernambuco/Brasil. Trata‐se de um relato de experiência da vivência do docente. A disciplina do Tutorial I acontece semestralmente com carga horária de 36 h, com um encontro semanal. Cada grupo tutorial é formado por no máximo dez discentes e tem o suporte de um docente. Essa disciplina tem por ementa o processo grupal envolvendo docentes e discentes na discussão das dificuldades de vinculação e adaptação do (a) estudante à universidade e de construção de uma identidade profissional individual e coletiva. A disciplina possibilita construção
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da identidade de grupo, permitir apoio para uma boa adaptação dos estudantes aos estudos curriculares universitários, momento esse de muitas mudanças para a vida acadêmica do graduando. Cada grupo tutorial tem liberdade e autonomia para identificar qual grupo/temática lhe desperta o interesse em intervir. Todos os membros precisam estar comprometidos a prática curricular do diálogo do grupo. A prática do tutorial fortalece a capacidade de trabalho em grupo, a compreensão de características e dinâmica individuais. A investigação mostrou que a educação Tutorial consiste em um espaço de construção de conhecimento curricular, que extrapolam o aprendizado individual e produz modo próprio e coletivo de pensar. Comunicação 3 – Qualidade das interações adulto‐criança em berçário e a formação dos/as profissionais
Sílvia Barros, Instituto Politécnico do Porto | Joana Cadima, Universidade do Porto | Manuela Pessanha & Carla Peixoto, Instituto Politécnico do Porto | Ana Isabel Pinto & Vera Coelho, Universidade do Porto | Donna M. Bryant & Frank Porter Graham, Child Development Institute
Resumo: A qualidade das interações adulto‐criança é uma dimensão central dos contextos de educação e cuidados na primeira infância. De forma a garantir interações de elevada qualidade, vários países têm aumentado os requisitos na formação inicial dos/as profissionais. No entanto, os resultados da investigação têm sido inconsistentes quanto à relação entre a formação inicial e a qualidade das interações. Este estudo pretende analisar a qualidade das interações adulto‐criança em salas de creche para bebés e a sua associação com a formação dos/as profissionais, tendo em consideração não apenas a formação do/a profissional responsável pela sala como de todos/as os/as que trabalham na sala. Participaram neste estudo 90 salas de creche para bebés, nas quais se observou a qualidade das interações adulto‐criança com um sistema de observação estandardizado – CLASS‐Infant (Hamre et al., 2011). Adicionalmente, as profissionais que participaram no estudo preencheram um questionário (e.g., formação, condições de trabalho). Os resultados indicaram que as salas cuja responsável principal tinha, pelo menos, licenciatura, apresentavam níveis mais elevados de qualidade no que se refere à facilitação da aprendizagem e à estimulação da linguagem. No subgrupo de profissionais sem qualificação em educação de infância, a participação em workshops estava associada a níveis mais elevados de facilitação da aprendizagem pré‐escolar. Estes resultados realçam a importância de políticas que promovam a formação inicial e em serviço dos/as profissionais em educação pré‐escolar, assim como do trabalho em equipa. Comunicação 4 – As estratégias de mediação da educadora em momentos de grande grupo e a participação das crianças
Catarina Ramos, ESELx, Instituto Politécnico de Lisboa, CIE‐ISPA | Tiago Almeida, ESELx, Instituto Politécnico de Lisboa, CIE‐ISPA
Resumo: A reflexão sobre a prática apresenta‐se como uma estratégia fundamental para o desenvolvimento profissional dos educadores de infância. Como tal, os profissionais devem refletir sistemática e profundamente sobre a sua forma de estarem e de serem na profissão, bem como aquilo que defendem. Não obstante, porque as interações entre os educadores e as crianças e a comunicação pelos primeiros potenciada se reveste de capital importância, surgiu a necessidade de realizar um estudo de caso de natureza mista, numa IPSS de Lisboa com um grupo de 20 crianças entre os 3 e os 5 anos de idade. Os momentos de grande grupo surgiram como foco para o estudo, cujo objetivo foi compreender a relação das estratégias de mediação utilizadas pela educadora e pela estagiária, nos momentos de grande grupo, com os tipos de participação das crianças. Durante 2 meses foram efetuadas filmagens aleatórias destes momentos com 8 min/momento, tendo sido registadas numa grelha de observação as frequências das estratégias de mediação do educador (Stanton‐Chapman & Hadden, 2011) e os tipos de participação das crianças (Trilla & Novella, 2001). Constatou‐se, assim, que as estratégias mais utilizadas pelos adultos foram o outro questionamento (30%) e a sinalização (23%), tendo existido poucas disparidades entre os dois mediadores. Já a participação simples (60%) destaca‐se das restantes em oposição à metaparticipação (2%). Com recurso ao SPSS, aferiu‐se, ainda, se as duas variáveis se correlacionavam, entendendo‐se que, de um modo geral, não existe correlação, uma vez que tal se verificou apenas em 3 das 28 situações possíveis.
MESA 4.3 Diversidade e Educação
Comunicação 1 – Tudo começou com o livro da joaninha... A Filosofia para Crianças na Educação Pré‐Escolar
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Ana Isabel Santos, FCSH / NICA‐Universidade dos Açores & CIE‐ISPA | Magda Costa Carvalho, FCSH/NICA‐Universidade dos Açores
Resumo: Esta comunicação tem como objetivo a reflexão sobre a utilização de materiais concretos na Filosofia para Crianças, como recursos propiciadores do pensamento, a partir de uma experiência com crianças de Educação Pré‐Escolar. As sessões decorrem segundo o modelo da comunidade de investigação filosófica (Sharp, 1987; Lipman, 2003) e acontecem uma vez por semana. Os recursos utilizados começaram a ser desenvolvidos através da história Mariquita Juanita, de Angélica Sátiro (2008). A sua exploração foi seguida por um observador que, através de registos das falas das crianças e fotográficos, foi acompanhando a colocação de perguntas, a exploração de conceitos e a promoção de diálogo no grupo. Considerando que o concreto é uma dimensão essencial do modo como se pensa na infância, a “Joaninha Joanita” começou por ser apresentada em formato de fantoche. De imediato, alguém contestou: Essa joaninha de papel não é verdadeira! Devíamos ter aqui uma joaninha verdadeira. A partir desta provocação, nas sessões seguintes recorreu‐se a um brinquedo de madeira, permitindo a representação a três dimensões. Posteriormente, foram apresentados exemplares de joaninhas vivas. O conceito de verdadeiro tornou‐se então um dos centros da investigação da comunidade. Do diálogo estabelecido observou‐se que o pensamento da comunidade orientou‐se pelos desafios que os recursos foram colocando em termos de critérios de verdade; que, indo para além dos sentidos mais imediatos do conceito verdade, o pensamento criativo da infância tornou‐se presente; e que o material tornou a Filosofia mais presente e próxima das crianças, mantendo a temática presente de sessão para sessão. Comunicação 2 – Inclusão escolar de alunos com deficiência visual: Perceções dos professores de educação especial
Tatiana Soares Salvador, Cristina Petrucci Albuquerque & Marcelino Arménio Pereira, Faculdade Psicologia Ciências Educação Universidade Coimbra
Resumo: Esta comunicação apresenta um estudo que pretende contribuir para a verdadeira prática da inclusão escolar dos alunos com Deficiência Visual (DV). Visa‐se, usando técnicas quantitativas e qualitativas – identificar os facilitadores e as barreiras face à inclusão escolar de alunos com DV e contribuir para uma educação de qualidade inclusiva e equitativa. A inclusão da DV é, no nosso país – onde poucos estudos têm sido realizados –, um tema emergente na construção de uma escola inclusiva. No âmbito desta investigação, decidimos construir questionários – direcionados aos professores –, e um guião de entrevistas – direcionado a alunos com DV ‐, devido à ausência de instrumentos nacionais consonantes com os objetivos da investigação. A amostra é constituída por alunos com DV, do 5º ao 12º ano de escolaridade, – sem comorbidades associadas –, e professores de EE e DT, do Centro de Portugal e de Sintra. Nesta comunicação apresentaremos conclusões relativas às perceções de professores de EE, participantes no estudo, face à inclusão escolar de alunos com DV. Na sua maioria, os professores referem que: têm dificuldades em delinear estratégias de acordo com as necessidades dos alunos com DV; as escolas não estão preparadas para receber alunos com DV; a formação inicial dos professores não os prepara para trabalhar com a DV; nas escolas é dada mais ênfase às dificuldades e limitações das crianças com DV do que às suas capacidades. Ainda assim, a maior parte dos professores de EE refere que a inclusão de alunos com DV é uma realidade na escola onde lecionam.
Comunicação 3 – Representações de Dificuldades de Aprendizagem de profissionais de educação Cristina Petrucci Albuquerque, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra
Resumo: Introdução: É essencial estudar as representações de Dificuldades de Aprendizagem (DA) dos profissionais de educação, uma vez que eles estão directamente envolvidos na respectiva identificação e intervenção. Objectivos: Esta comunicação analisa as representações do conceito de DA de 310 profissionais de educação (professores do ensino regular, professores de educação especial e psicólogos). Metodologia: Utilizou‐se um questionário elaborado para o efeito que apresenta indicações favoráveis de validade e precisão. O questionário é constituído por 3 partes e avalia as perspectivas dos profissionais em relação: 1) aos critérios de identificação (e.g., exclusão; discrepância; RTI) e à fenomenologia das DA (manifestações; natureza específica); 2) ao emprego, amplo ou restrito, do termo DA; e 3) à legislação nacional relativa às DA. Resultados: Os resultados obtidos expressam acordo em relação às manifestações das DA (e.g., baixo desempenho), ao critério da discrepância e a uma visão dimensional das DA (manifestações diversificadas distribuídas num contínuo de gravidade). Os profissionais consideraram que as DA se podem ficar a dever a determinantes biomédicos e contextuais (e.g., desvantagem socioeconómica, interacções familiares) e em consequência, discordaram em parte do critério da exclusão. Os participantes também concordaram com um emprego muito abrangente do termo, designadamente na ausência de diagnóstico, em situações de insucesso escolar e quando os professores não estão preparados para responder às necessidades dos alunos. Os profissionais de educação
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também exprimiram uma perspectiva negativa em relação ao apoio educativo dispensado às DA em Portugal. As comparações entre grupos profissionais documentaram a existência de algumas diferenças significativas entre as respectivas percepções. Comunicação 4 – Práticas em Intervenção Precoce: Um estudo qualitativo
Maria Dulce Duarte, CIE‐ISPA | Júlia Serpa Pimentel, ISPA‐Instituto Universitário, CIE‐ISPA Resumo: A Associação Nacional de Intervenção Precoce na Infância publicou “Práticas Recomendadas em Intervenção Precoce na Infância ‐ um Guia para Profissionais” (Carvalho et al., 2016), com o objetivo de promover práticas de qualidade no âmbito do Sistema Nacional de Intervenção Precoce na Infância (Decreto Lei nº 281/2009). Os estudos avaliativos sobre a prestação de serviços em intervenção precoce na infância (IPI) são fundamentais para a sua melhoria. No estudo de investigação, de que apresentamos alguns resultados, realizamos observação e análise das práticas de IPI precoce implementadas por técnicos do SNIPI e por docentes do Ministério da Educação. O objectivo era avaliar em qual dos contextos as práticas implementadas se adequam ao modelo de intervenção centrado na família internacionalmente recomendado. A nossa amostra é constituída por 36 crianças com Perturbação do Espectro do Autismo, de idades compreendidas entre os 0 e os 6 anos de idade, suas mães e diferentes profissionais – maioritariamente docentes de educação especial – que apoiam as crianças em contextos de domicilio, creche e jardim de infância. A observação das práticas dos profissionais junto das crianças, foi realizada tendo como base na Inclusive Classroom Profile (Soukakou, 2010). A partir dos itens desta escala, encontramos categorias que descrevem: a qualidade do contexto de prestação de serviços; as interações entre pares e adulto/criança; a adaptação das atividades e transição entre as mesmas; o apoio para a comunicação da criança e o feedback pelo adulto. Os resultados mostram que maioritariamente as intervenções decorrem no contexto de sala de aula entre os pares. Comunicação 5 – O uso das ferramentas Tecnológicas como facilitadora do método Paulo Freire na alfabetização de adultos surdos
Cristiane Eleutério Pinheiro & Márcia Ferreira Streng, Universidade do Minho Resumo: A inovação tecnológica vem facilitando as atividades escolares e a educação e direito de todos no Brasil, leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei 9394/96. Com isso buscamos a utilização das Tecnologias de Informação e comunicação TICs, como ferramentas facilitadoras, em conjunto com o Método Paulo freire, para alfabetização de adulto com deficiência auditiva do Instituto Alliance – Associação de Assistência para pessoas com deficiência, localizado na cidade de Petrópolis, Rio de Janeiro – Brasil. Segundo Freire (2014), a alfabetização não pode se restringir aos processos de codificação e decodificação, o grande objetivo da alfabetização de adultos é promover a conscientização acerca dos problemas cotidianos, a compreensão do mundo e o conhecimento da realidade social. A proposta do Instituto Alliance é promover uma aprendizagem motivadora e significativa, adaptada a uma proposta inclusiva e situar o aluno com necessidades especiais no mundo em que se atua. Com isso através das TICs como ferramenta auxiliadora do Método Paulo Freire, queremos proporcionar aos alunos a oportunidade de aprender, interagir, criar, pensar e ter acesso as tecnologias que auxiliem a superar as barreiras que encontram em razão de sua limitação. O computador significa para o deficiente físico um caderno eletrônico; para o deficiente auditivo, a ponte entre o concreto e o abstrato...” (Valente 1997 ) O objetivo desse estudo é investigar a adequação e utilização das TICs, para que possa viabilizar o aprendizado dos alunos adultos com deficiência auditiva e contribuir com o seu processo de inclusão no contexto das escolas regular.
MESA 4.4 Ensinar e Aprender
Comunicação 1 – Mestrado em Educação Pré‐Escolar ‐ construção partilhada da identidade profissional Ana Teresa Brito, Cátia Amaral, Raquel Jesus & Ana Rita Glória, Escola Superior de Educadores de Infância Maria Ulrich
Resumo: A Unidade Curricular de Prática Supervisionada em Jardim‐de‐Infância tem lugar na etapa final do Mestrado em Educação Pré‐Escolar. Em articulação com o Seminário de Intervenção e Investigação, o seu principal objetivo é potenciar o desenvolvimento de uma prática profissional reflexiva e de qualidade. Pretende‐se que as/os estudantes articulem modelos teóricos e de prática pedagógica, sustentados na investigação e na reflexão crítica partilhada; criem competências de tomada de decisão no contexto das suas opções pedagógicas, de modo fundamentado e reflexivo; e
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que sejam, progressivamente, capazes de organizar ambientes de aprendizagem de qualidade, respeitando e promovendo a identidade individual, cultural e social das crianças e adultos com quem desenvolvem a sua ação. Nesta comunicação, a docente responsável pela unidade curricular e três estudantes finalistas, suas orientandas, apresentam uma reflexão critica partilhada sobre o percurso experienciado nos eixos fundamentais em que a unidade curricular se ancora: (1) Seminários: apresentação, análise e discussão de situações reais; pesquisa sobre temas necessários à compreensão das situações e ao delineamento de ações educativas; (2) Supervisão pedagógica: apoio individual; discussão e reflexão sobre problemas/dúvidas, estratégias e metodologias; (3) Orientação Tutorial: apoio na a) construção de uma investigação/intervenção decorrente da experiência e das atividades desenvolvidas no estágio; b) articulação entre as práticas educativas e a intencionalidade pedagógica; c) construção da identidade profissional. A análise de registos escritos, durante e sobre o processo, e os focus groups/grupos de discussão realizados, traduzem a relevância de refletir partilhadamente sobre o processo de aprendizagem vivido para a construção ativa da profissionalidade. Comunicação 2 – Aprender: A conceção de estudantes universitários de um curso na área da educação
Camila Marta de Almeida, Ana Sofia Freire, Juana de Carvalho Ramos Silva & Carolina Carvalho, Instituto de Educação ‐ Universidade de Lisboa
Resumo: Investigações focadas nas conceções de aprendizagem dos alunos revelam que estas diferem e que originam formas de aprender também diferentes. Algumas destas conceções são compatíveis com perspectivas mais atuais sobre o que se pretende com o ensino superior e que tipo de envolvimento se pretende dos alunos. Sabendo que as conceções sobre o que é aprender originam formas distintas de interagir com o contexto de ensino‐aprendizagem, é fundamental conhecê‐las de forma adequá‐las às exigências da sociedade actual. Este estudo de cunho exploratório objetivou conhecer as conceções de estudantes do ensino superior sobre o que é aprender. Participaram 56 estudantes do primeiro ano de uma licenciatura na área da educação, sendo a maioria do sexo feminino (83,9%), com idade média de 19,5 anos (DP=1,7). Para a recolha de dados utilizou‐se um questionário constituído de cinco questões abertas. Os dados foram analisados a partir de um conjunto de categorias prévias sobre concepções de aprendizagem utilizadas em investigações fenomenográficas. Os resultados obtidos revelam que os estudantes entendem a aprendizagem como a aquisição de conhecimentos (55% do total de respostas). Poucos respostas mencionaram os processos de construção de significados pessoais e a transformação (13% do total de respostas), sendo estes aspetos essenciais da pedagogia universitária. Assim, este estudo vem salientar a importância de se explorar a conceção de estudantes sobre o que é aprender e como se aprende, para possibilitar o desenvolvimento de pedagogias promotoras do envolvimento ativo dos estudantes e estimulando a construção de significado. Comunicação 3 – Professores em formação: Uma análise do percurso de aprendizagem baseado no ciclo de aprendizagem de Kolb
Eliana Alves Moreira Leite & José Alberto Lencastre Freitas Borges Araújo, Universidade do Minho Resumo: Este artigo apresenta uma análise reflexiva do percurso de aprendizagem de um grupo de professores em formação na modalidade blended learning a partir da aplicação de situações metacognitivas para que percebessem o desenvolvimento cognitivo que obtêm a partir das atividades propostas no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). O instrumento de coleta de dados foi elaborado a partir de uma adaptação do ciclo de aprendizagem de Kolb proposto pelo teórico por David A. Kolb. O estudo segue o objetivo de compreender o desenvolvimento cognitivo destes profissionais em formação e analisar os resultados obtidos para nortear a elaboração de atividades que serão ofertadas posteriormente no AVA, de forma que torne o curso em andamento embasado em uma aprendizagem mais personalizada. O percurso metodológico desta pesquisa é um estudo descritivo exploratório com abordagem quanti‐qualitativa, com um design de estudo de caso. Buscar‐se‐á aprofundar a pesquisa com o aporte teórico da teoria da aprendizagem experiencial formulada de Kolb (1994), Gardner (1997), Siemens (2005), Moran, Masetto e Behrens (2013). Esta pesquisa pode colaborar para implementar plataformas de ensino mais adaptativas para corroborar com o perfil cognitivo dos estudantes nos ambientes virtuais de aprendizagem. Comunicação 4 – Supervisão na formação inicial de professores – um modelo em construção
Joana Cortes Figueira & Teresa da Silveira‐Botelho, Instituto de Educação e Ciências de Lisboa Resumo: Este estudo surgiu a partir da nossa experiência enquanto supervisoras da Prática de Ensino Supervisionada II (PES II). O foco da análise incidiu no papel da supervisão e avaliação da prática pedagógica e do modelo que preconizamos, com o objetivo de a melhorar, assim como promover a relação entre os intervenientes: alunos, professores
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cooperantes e supervisores. Desenvolvemos uma investigação aplicada, inspirada no paradigma crítico cujo objetivo principal do investigador é intervir diretamente numa situação ou contexto e solucionar problemas reais, Investigação Ação (Coutinho, 2006). Pretendemos (...) monitorizar os processos centrais da supervisão que são a experimentação e a reflexão (Vieira,1993) e, ainda, ir ao encontro das novas tendências da supervisão que se enquadram numa visão democrática, que realça a importância da reflexão e da aprendizagem colaborativa e horizontal, perspetivando o desenvolvimento de mecanismos que possibilitem a auto supervisão e autoaprendizagem e a capacidade de gerar, gerir e partilhar o conhecimento (Oliveira‐Formosinho, 2012). As alunas referiram que o número de horas da PES II era suficiente; cumpriu os objetivos a que se destinava; e correspondeu às suas expectativas. A maioria manifestou interesse em estagiar em dois anos de escolaridade, um em cada semestre. Sentiram‐se envolvidas na dinâmica da escola e da sala de aula, tendo sido muito importante a supervisão realizada pela professora cooperante, logo seguida pelo acompanhamento que era feito pelas colegas. Quanto às supervisoras, reconhecem o seu papel fundamental na gestão dos três intervenientes da supervisão, nomeadamente na preparação, acompanhamento, análise e reflexão da prática pedagógica.
KEYNOTE 4 – 10h 45m – 11h 45m
Adaptação e sucesso no Ensino Superior: Quando as taxas de Insucesso e de Abandono Contradizem a democratização do Acesso.
Leandro de Almeida – Universidade do Minho
SESSÃO de POSTERS – 12h 15m ‐13h 15m
Poster 1 – Perguntas dos estudantes sobre textos de ciências: A influência do título P. Vaz‐Rebelo, Universidade de Coimbra | J. Morgado, Escola Secundária com 3º ciclo Sta Maria do Olival | C. Costa, Universidade de Coimbra | G. Bidarra, Universidade de Coimbra | G. Franco‐Borges, Universidade de Coimbra | M. L. Vale‐Dias, Universidade de Coimbra
Resumo: O presente estudo teve por objetivo analisar a formulação de perguntas a partir de textos sobre planetas do sistema solar, com títulos formulados na forma afirmativa ou na forma interrogativa. Se vários estudos têm evidenciado a importância das características do texto na compreensão do mesmo, nomeadamente do seu nível de abstração ou da extensão dos parágrafos que o compõem, pode também destacar‐se a influência das características do título nesse processo de compreensão, dado que textos com títulos diferentes podem originar inferências também diversas. A amostra é constituída por 98 alunos do 7º ano de uma Escola Secundária da região centro de Portugal. A média de idade foi de 12 anos. Foram escritos quatro textos homogéneos sobre os planetas do sistema solar, sendo solicitado aos participantes a formulação de pelo menos duas perguntas sobre o que gostariam de saber mais sobre o tema em questão. O que diferiu em cada texto foi o título: num dos textos, o título era uma afirmação, num outro, uma pergunta de antecedência causal, e num terceiro, uma pergunta de consequência causal. As perguntas formuladas pelos participantes foram classificadas de acordo com a taxonomia desenvolvida por, por Ishiwa e Otero (2013), Os resultados evidenciam que as características afirmativa ou interrogativa do título de um texto influenciam o processo de formulação de perguntas sobre o mesmo, contribuindo assim para a identificação de características suscetíveis de influenciar o processo da sua compreensão e devendo por isso ser considerados na elaboração dos mesmos.
Poster 2 – Intervir em Belém ‐ Afetos na escola e no jardim‐de‐infância Catarina Abreu, Ana Morato, Marta Barreiros & Marília Braga, Junta de Freguesia de Belém
Resumo: Pelouro da Ação Social com o Programa «Intervir em Belém». Este programa desenvolve o Projecto “Afetos na Escola e no Jardim‐de‐Infância” dirigido ao pré‐escolar e 1º ciclo, onde pretende contribuir para promover o desenvolvimento integral das crianças, desenvolvendo competências pessoais e sociais, visando enriquecê‐las de um reportório de comportamentos e estratégias de socialização, bem como dotá‐las de instrumentos que lhes permitam lidar com as diferentes situações do quotidiano, prevenindo possíveis comportamentos de risco no futuro. Os objectivos principais do projecto são: Aquisição de competências pessoais; Aquisição de estratégias para lidar com a ameaça e influência entre pares; Aumento da autoestima, autoconfiança, autocontrole, assertividade e competências na resolução de problemas; Aquisição de comportamentos saudáveis; A relação com os outros; Preparação da transição para o 5º ano
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e introdução à temática da educação sexual em contexto relacional e social (alunos do 4º ano); Promoção da inclusão e sucesso escolar; As metodologias utilizadas são: expositivas; trabalho de grupo; reflexão; dinâmicas de grupo; relaxamento; sessões semanais de 1 hora em contexto de pequeno‐grupo (ji) e sala de aula (1º ciclo). Os resultados obtidos são verificados ao longo do ano lectivo e no final do 1º ciclo através da avaliação qualitativa dos professores e técnicos, através da observação das crianças na aquisição de comportamentos saudáveis tendo em conta as situações pelas quais vão passando.
Poster 3 ‐ A transição do 1º para o 2º ciclo do ensino básico: construção e validação de questionários para alunos e professores do 4º ano de escolaridade e professores do 5º ano de escolaridade
Edite Mendes, ISPA‐Instituto Universitário | Francisco Peixoto, ISPA‐Instituto Universitário, CIE‐ISPA Resumo: Este trabalho teve como principal objetivo construir e validar três questionários, para aplicar num estudo sobre a transição do 1º para o 2º Ciclo do Ensino Básico. Pretendeu‐se, nos alunos, analisar a percepção e as expetivas que os mesmos demonstram ter em relação ao novo ciclo quando ainda frequentam o ciclo anterior. Relativamente aos professores e escolas, avaliaram‐se as estratégias de apoio à transição de ciclo. Participaram 141 alunos do 4º ano de escolaridade e 264 professores, sendo 133 do 4º ano de escolaridade e 131 do 5º ano de escolaridade. O questionário aos alunos é constituído por 41 itens. Considerou‐se previamente, mediante a estrutura do questionário, quatro fatores referentes às dimensões esperadas: Aprendizagem, Expetativas em Relação ao Espaço Escolar, Articulação e Relação com Professores e Colegas. O questionário dos professores do 4º ano de escolaridade é constituído por 23 itens e o questionário dos professores do 5º ano de escolaridade por 31 itens. Foram definidos os três fatores seguintes: Articulação, Informação sobre o 2º Ciclo e Estratégias de Ensino. Os resultados da análise às propriedades métricas dos três instrumentos permitem concluir que os instrumentos apresentam uma estrutura fatorial e valores de fidelidade adequados possibilitando a sua utilização. Poster 4 ‐ Autoconceito e sucesso académico
Edite Oliveira | Vera Monteiro, ISPA‐Instituto Universitário, CIE‐ISPA Resumo: O autoconceito é um constructo académico que influencia positivamente o envolvimento e desempenho académicos. no estudo realizado com estudantes dos 1º ano de universidade dos cursos de economia e gestão da faculdade de economia e gestão da universidade nova de lisboa verificou‐se que os alunos que participaram no programa de mentorado ao longo do ano, obtiveram melhores resultados académicos e média final superior do que os alunos que não participaram no programa. verificou‐se igualmente que o autoconceito destes alunos participantes no programa era muito superior aos alunos que não participaram. A mentoria teve um efeito muito positivo nos alunos que participaram no programa, levando‐os a níveis de autoconceito elevados e a melhores resultados académicos.
Poster 5 ‐ Comportamentos sociais e não‐sociais em contexto pré‐escolar. Um olhar sobre as características individuais da criança
Ana Rita Amaral, Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE‐IUL) | Lígia Monteiro, Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE‐IUL), CIS‐IUL | Carolina Santos
Resumo: Atualmente as crianças entram cada vez mais cedo e passam mais tempo em contexto de cuidados não maternos, com Portugal a ter uma das percentagens mais elevadas da Europa de crianças nestes contextos. As dificuldades em iniciar e manutenção interações positivas com os pares durante os anos pré‐escolares são consideradas por diversos autores como preditores de dificuldades de ajustamento futuro (e.g., Rubin et al., 2009). O presente trabalho teve como objetivo caracterizar os comportamentos sociais e não‐sociais de crianças em idade pré‐escolar, controlando variáveis como a idade, sexo, o temperamento e a competência verbal da criança. Participaram 100 crianças, entre os 3 e os 6 anos, as suas mães e as respetivas educadoras. As mães preencheram a Ficha Sociodemográfica e o Children's Behavior Questionnaire ‐ Short Form Version (Rothbart, 2000). A competência verbal foi avaliada com base na Wechsler Preschool and Primary Scale of Intelligence – Revised (Wechsler, 1989), tendo sido aplicado individualmente por um investigador. As educadoras preencheram a Escala dos Comportamentos de Brincadeira Social e Não‐Social (Coplan & Rubin, 1998). Resultados preliminares indicam que a qualidade dos comportamentos sociais e não sociais está associada com a idade das crianças, e existe variabilidade nos comportamentos em função do sexo (brincadeira de lutas), assim como com características de temperamento. Os resultados serão discutidos no contexto das teorias da competência e isolamento social, e da importância de identificar dificuldades precoces de ajustamentos por parte das educadoras.
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Poster 6 ‐ Intervir em Belém ‐ Psicomotricidade na escola Marília Braga, Junta de Freguesia de Belém
Resumo: A Junta de Freguesia de Belém no âmbito do “Programa Intervir” intervém nas escolas públicas do Agrupamento do Restelo, da freguesia de Belém. Um dos projectos em vigor é o da “Psicomotricidade na Escola” que pretende promover competências pessoais e sociais em crianças em idade pré‐escolar e 1º ciclo. A rápida evolução da sociedade obriga cada vez mais a um ajuste diário das formas de pensar e agir das crianças, para se adaptarem às situações de risco e vulnerabilidade presentes no seu desenvolvimento. Assim, a terapia psicomotora orientada para a experiência proporciona uma maior vivência e perceção dos estados internos. Através da expressão e regulação das emoções a criança será capaz de aumentar a tolerância à frustração, diminuir o comportamento impulsivo, melhorar a interação social, aprender a estabelecer limites, aumentar a autoconfiança, potenciar a perceção de si e do seu corpo, desenvolver a autorreflexão e potenciar uma visão mais consciente dos conflitos inter e intrapsíquicos. Neste projecto encontram‐se apenas as crianças sinalizadas pelos professores que têm de preencher certos pré‐requisitos para que faça sentido a sua entrada no projecto. A metodologia utilizada para avaliação do projecto realização através da aplicação de questionários a professores e encarregados de educação dos participantes, nomeadamente: Strengths and Difficulties Questionnaire (SDQ); e Social Skills Rating Scale (SSRS –K6). Até aos dias de hoje, esta intervenção tem tido resultados muito positivos, como a atenuação de determinados comportamentos desajustados, o desafio e agressões físicas e verbais, redução global dos problemas de comportamento, de relacionamento e hiperatividade. Poster 7 ‐ Famílias Multiproblemáticas: Influência no desenvolvimento e investimento objetal da criança
Alexandra Dias, Serviço de Psicologia da Santa Casa da Misericórdia de Sintra | Isabel Castelo, Serviço de Psicologia da Santa Casa da Misericórdia de Sintra | Edite Oliveira | Vera Monteiro, ISPA‐Instituto Universitário, CIE‐ISPA
Resumo: O presente estudo visa compreender a relação entre a pertença a uma família desestruturada, com diversos sintomas comprometedores do funcionamento parental e social e o desenvolvimento da criança. O conceito, vasto e complexo, de família multiproblemática é aqui definido e a sua pertença é operacionalizada através de indicadores suportados pela literatura. Os objetivos específicos são fazer uma análise comparativa de algumas áreas do desenvolvimento cognitivo e emocional/relacional de crianças em idade pré‐escolar inseridas em famílias multiproblemáticas e de crianças pertencentes a um grupo de controlo, retirado da população normal. A metodologia passa pela recolha de dois desenhos realizados por crianças de quatro e cinco anos pertencentes ao grupo em estudo e ao grupo de controlo (20 de cada). Os instrumentos são o Desenho da Figura Humana (Goodenough) e o Desenho de Si e Objetos Representativos (Castelo & Dias). No tratamento dos dados opta‐se por uma estatística não‐paramétrica, não só no estudo comparativo, como na análise de correlações entre variáveis. Os resultados irão contribuir para uma reflexão sobre as diferenças ao nível do desenvolvimento entre crianças oriundas de diferentes contextos socioeconómicos e familiares. Este estudo poderá lançar algumas bases para uma posterior análise de relação causa‐efeito sobre o impacto direto da pertença a uma família desestruturada em alguns aspetos do desenvolvimento cognitivo e emocional. Ainda, no âmbito da Psicologia Relacional, irá consolidar‐se o conhecimento sobre a forma como os objetos externos afetivos e destrutivos, presentes no mundo real, são internalizados a partir do investimento afetivo neles feito pelo sujeito. Poster 8 ‐ Análise do impacto da utilização dos mapas de conceitos sobre a motivação intrínseca e o rendimento académico em alunos do Ensino Superior
Susana Pestana, IPBeja / ISPA‐Instituto Universitário / CIE‐ISPA | Francisco Peixoto, ISPA‐Instituto Universitário / CIE‐ISPA | Patrícia Rosado Pinto, NOVA Medical School / Faculdade de Ciências Médicas ‐ Universidade Nova de Lisboa
Resumo: Este estudo teve como objetivo estudar os efeitos da introdução de Mapas de Conceitos (MC) como estratégia de aprendizagem num curso de Terapia Ocupacional de um Instituto Politécnico. Esses efeitos foram analisados do ponto de vista da Motivação e do Rendimento Académico (RA). Do ponto de vista da Motivação a investigação suportou‐se na Teoria da Autodeterminação a qual pressupõe três necessidades básicas fundamentais: competência, autonomia e relacionamento as quais quando satisfeitas, promovem uma maior volição e elevados níveis de qualidade da
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motivação e envolvimento em atividades. Participaram no estudo 60 estudantes (Grupo Experimental (GE) – 23; Grupo de Controlo (GC) – 37) do 1º ano do Curso de Terapia Ocupacional. A motivação foi avaliada através de três aplicações (início, meio e final) do Inventário de Motivação Intrínseca (IMI), o qual avalia as dimensões Prazer (P), Competência Percebida (CP), Pressão/Tensão (PT), Escolha Percebida (EP) e Valor (V). Os resultados evidenciaram uma diminuição das principais dimensões associadas à motivação intrínseca – P, CP e EP – em ambos os grupos. No que se refere ao RA, apesar de uma diminuição do 1º para o 2º momento em ambos os grupos, o GE revelou um aumento significativo do 2º para o 3º momento, diferenciando‐se significativamente do GC. A dificuldade dos estudantes em concetualizar, o confronto com a diminuição do rendimento académico e o trabalho suplementar na realização dos MC explicam os baixos resultados da motivação intrínseca. Apesar disso, os MC podem ser uma boa estratégia de aprendizagem, como revela a melhoria do RA no 3º momento. Poster 9 ‐ O programa de educação estética e artística (ProgestArt): o seu impacto no desenvolvimento estético e na criatividade
Teresa Almeida‐Rocha, ISPA‐Instituto Universitário | Francisco Peixoto, ISPA‐Instituto Universitário, CIE‐ISPA | Saul Neves de Jesus, Centro de Investigação em Educação, Universidade do Algarve
Resumo: O presente estudo enquadra‐se no desenvolvimento estético e na educação estética e artística e tem por objectivo averiguar se o programa ProgestArt tem impacto no desenvolvimento estético e na criatividade. O programa foi aplicado a 18 crianças de 7‐8 anos. No pré‐teste os dois grupos foram avaliados no desenvolvimento estético (entrevista de Parsons), na criatividade (CREA) e numa prova de linguagem (GOL). Após o programa os dois grupos foram avaliados no desenvolvimento estético e na criatividade (pós‐teste).e após um mês (pós‐teste diferido). No decurso da fase experimental foi aplicada a escala Achievement Emotions Questionnaire‐ Elementary Scholl que foi adaptada do contexto da matemática para o contexto da arte, e aplicada na 3ª, 5ª e 8ª semanas. Os principais resultados mostram que no desenvolvimento estético, no pós‐teste as pontuações são mais elevadas para o grupo experimental do que para o grupo de controlo. Estes resultados mantêm‐se no pós‐teste diferido enquanto há uma tendência para o grupo de controlo piorar entre os dois momentos. Na criatividade há uma evolução no pós‐teste sendo que esta não se verifica no grupo de controlo. No pós‐teste diferido há um ganho significativo, para o grupo experimental, mas não para o grupo de controlo. No AEQES observam‐se Scores na generalidade muito elevados na dimensão positiva (prazer) e muito baixos na negativa (aborrecimento) nos 3 momentos. O ProgestArt teve impacto no desenvolvimento estético, há ganhos significativos após o programa que se mantêm após um mês, enquanto na criatividade existem sempre ganhos desenvolvimentais nos três momentos. Poster 10 ‐ ‘Primeiros Anos’: Um blogue sobre educação de infância baseado em investigação
Cecília Aguiar, ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, CIS‐IUL, | Nadine Correia, ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, CIS‐IUL, | Tiago Almeida, ESELx, Instituto Politécnico de Lisboa, CIE‐ISPA, | Sílvia Barros, Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto, | Tânia Boavida, ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, CIS‐IUL, | Carla Peixoto Melo de Carvalho, ESELx, Instituto Politécnico do Porto, | Margarida Fialho, ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, CIS‐IUL, | Marina Fuertes, ESELx, Instituto Politécnico de Lisboa, | Manuela Pessanha, ESEPorto, Instituto Politécnico do Porto, | Manuela Sanches‐Ferreira, ESEPorto, Instituto Politécnico do Porto, | Miguel Santos, ESEPorto, Instituto Politécnico do Porto
Resumo: A investigação tem demonstrado, de forma persistente e consistente, a importância da qualidade dos contextos educativos para o desenvolvimento das crianças (e.g., Bryant, Zaslow, & Burchinal, 2010). Simultaneamente, várias organizações internacionais têm recomendado a monitorização da qualidade destes contextos e do seu impacto, sobretudo junto de grupos de risco (e.g., OCDE, 2012). Deste modo, é fundamental fortalecer as perspetivas e as competências de profissionais de educação de infância, com vista à adoção de práticas inclusivas e de elevada qualidade. No entanto, os resultados da investigação científica nem sempre estão disponíveis para os profissionais de educação, de forma acessível e fidedigna. Na tentativa de colmatar esta lacuna e promover a articulação entre a investigação e a prática em educação de infância, está a ser desenvolvido um projeto Erasmus+ que integra o blogue europeu ‘EarlyYearsBlog’ e quatro blogues nacionais (Bélgica, Holanda, Polónia e Portugal), enquanto plataformas de aprendizagem. Neste poster, pretendemos dar a conhecer ‘PrimeirosAnos’, o blogue português que integra este projeto. Mantido por investigadores e docentes da área da educação, o blogue debruça‐se sobre inclusão social, investigação e inovação. Tem como objetivos principais (1) consolidar os conhecimentos empíricos sobre a qualidade da educação de infância e a educação de crianças em situação de desvantagem, (2) sensibilizar para a diversidade e promover a inclusão social, dentro do quadro de referência europeu para a qualidade da educação de infância, (3) desenvolver uma atitude positiva em relação à investigação e à inovação e (4) promover uma comunidade de
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aprendizagem partilhada por educadores de infância, formadores, investigadores e decisores políticos. Destinado a um grande número de leitores, pretende‐se com este blogue convidar à reflexão sobre práticas inovadoras, influenciando a prática de educadores, mas também os conteúdos de cursos de formação contínua e os planos de estudos que habilitam para a docência. Poster 11 ‐ Perceções de docentes sobre o estado de Implementação da Inclusão Escolar e a Formação de Professores em Escolas Públicas de Angola
Deolinda N'Dala, CIE‐ISPA | José Castro Silva, CIE‐ISPA, ISPA‐Instituto Universitário Resumo: A inexistência de programas focados na capacitação de professores para o ensino especial nas escolas públicas angolanas determinou a presente investigação, a qual pretende analisar o atual estado da inclusão escolar, assim como a configuração atual referente à formação de professores no campo da educação especial. Para o efeito aplicou‐se questionário junto de 441 sujeitos que exercem funções docentes em escolas, primárias, secundaria e ensino Superior, de cinco regiões diferentes nomeadamente: Cabinda, Bengo, Huila, Luanda e Malange e por um grupo focal, de dez professores dos quais cinco professores do ensino regular e outros cinco do ensino especial. Os principais resultados identificam um conjunto fatores associados às dificuldades sentidas, com destaque para a falta de redes de apoio e capacitação vocacionada para inclusão escolar. Ao nível de formação inicial de professores para educação especial, apontam‐se como fatores determinante: A capacitação de saberes práticos do corpo docente, por meio de programas de formações continuadas em educação especial; A criação de políticas de formação voltadas para o ensino especial, atendendo a que o modelo atual de formação de professores abrange noções de N.E.E.s como uma disciplina semestral no segundo ano do curso de Pedagogia, logrando com isso um impacto reduzido na lista de opções de pretendentes na busca de formação especializada no ramo do Ensino Especial e, consequentemente, em Educação Inclusiva. Tendo em consideração os efeitos na formação de professores, aponta‐se a necessidade de criação de projetos de formação a curto e longo prazo a nível das Escolas Superiores Pedagógicas de Angola, bem como as práticas pedagógicas que visem os processos inclusivos de alunos no ensino regular. Poster 12 ‐ Observatório de práticas de educação sexual em escolas públicas de ensino fundamental de Canoas/RS
Jamila Usama Baja, Universidade la Salle Canoas/RS Resumo: O presente estudo está em andamento e inserido no Programa de Pós‐Graduação em Educação da Universidade La Salle Canoas na linha de pesquisa Formação de Professores. Tem como objetivo investigar como as/os alunos/as de escolas públicas de ensino fundamental em Canoas(RS) vivenciam a educação sexual em suas experiências escolares, verificando quais ações reconhecem e interpretam como práticas de educação sexual, analisando os artefatos pedagógicos utilizados pelos/as docentes, questionando que lugar ocupa nestas práticas a diversidade sexual e problematizando as discussões que circulam nas escolas sobre a educação sexual. Os objetivos específicos são: discutir os efeitos dessas práticas e desses discursos na produção de identidades juvenis "saudáveis"; problematizar as discussões que circulam nas escolas sobre a educação sexual; verificar variáveis como sexo, idade, métodos anticoncepcionais, primeira relação sexual, gravidez na adolescência e demais variáveis relacionadas ao tema que emergirem na pesquisa. Entende‐se que atentar a estas interrogantes contribuirá para o desenvolvimento teórico, conceitual e metodológico das temáticas relacionadas ao projeto (educação sexual e prevenção às doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e a gravidez da adolescência). Trata‐se de um estudo de natureza qualitativa, com o apoio dos dados quantitativos, com o intuito de buscar aumentar o conhecimento e a compreensão sobre esta temática, sendo que para a coleta de dados, elegemos as entrevistas semi‐estruturadas, o Grupo Focal e o Diário de Campo, sendo que a coleta de dados através do diário de campo acontecerá durante a pesquisa a partir da própria inserção da equipe de pesquisadores nos ambientes investigados. Serão analisadas, a partir das respostas obtidas, as estratégias que são desenvolvidas no âmbito escolar para superar as atitudes discriminatórias baseadas na orientação sexual e como a prevenção das DSTs, a prevenção da gravidez na adolescência e a saúde reprodutiva são contempladas na Educação Sexual. Espera‐se que os resultados deste projeto possam oferecer subsídios às políticas públicas no campo da Educação Sexual e que possam contribuir para o desenvolvimento teórico, conceitual e metodológico das temáticas relacionadas ao projeto. Resultados preliminares apontam se carece de espaços escolares para discutir sobre sexualidade bem como percebe‐se a ocorrência de gravidez na adolescência nas escolas pesquisadas. Poster 13 ‐ A Parentalidade na Perspetiva do Pai
Ana Rita Amaral, Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE‐IUL) | Lígia Monteiro, Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE‐IUL), CIS‐IUL | Carolina Santos
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Resumo: Nos últimos anos, devido às progressivas mudanças ocorridas sobre a visão do papel do homem na família e no desenvolvimento da criança, diversos autores têm vindo a procurar estudar a parentalidade no masculino, nomeadamente, as suas características e determinantes. Tal é fundamental para pensar em intervenções, sustentadas empiricamente, que incluam a promoção do envolvimento paterno e ajustamento da criança. No modelo socio‐contextual da parentalidade de Belsky (1984) são identificados três domínios principais: características dos Pais, da Criança e fatores Contextuais. No presente estudo foram consideradas como preditores dos estilos parentais: 1) as perceções do pai sobre as suas próprias capacidades e competência, idade e educação; 2) a idade e sexo da criança; 3) o suporte social e horas de trabalho do pai. Participaram 150 pais de famílias nucleares Portuguesas, com crianças em idade pré‐escolar. Os pais preencheram a Escala de Sentimento de Competência Parental (Johnston & Mash, 1989); o Questionário de Estilos e Dimensões Parentais (Robinson et al, 2001) e a Escala de Satisfação com o Suporte Social (Ribeiro, 2011). Dados preliminares indicam que pais com maior sentimento de eficácia apresentam um estilo autoritativo, enquanto pais permissivos e autoritários indicam estar menos satisfeitos com a parentalidade. A satisfação com o suporte da família e amigos está associada com o sentimento de competência e satisfação paterno, enquanto a ausência de suporte por parte de amigos e entre casal está associada a um estilo autoritário. Os resultados são discutidos no contexto das perspetivas teóricas sobre “o novo pai” e do sistema parental. Poster 14 ‐ Círculo de cultura como espaço de fomento ao cuidado em saúde: uma experiência com adolescentes no interior de Pernambuco
Silvana Cavalcanti dos Santos, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco – IFPE, PE/Brasil
Resumo: A abordagem de ensino do Círculo de Cultura de Paulo Freire como estratégia didática para prevenção à saúde por meio do encontro dialógico entre sujeitos, contribui para a transformação do sujeito e da sua realidade. Objetiva‐se apresentar a experiência de pesquisa e intervenção sobre prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s) com adolescentes. Trata‐se de um relato de experiência, do projeto de extensão HIV/IST: uma abordagem preventiva, desenvolvido por os acadêmicos do Curso de Enfermagem, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco/Brasil, cujos sujeitos participes foram adolescentes da rede pública do Município de Pesqueira – Pernambuco/Brasil. A metodologia utilizada foi o círculo de cultura, escolhida por permitir que os participantes, socialmente inseridos no mundo cultural, expressassem sua opinião e compreensões sobre o tema proposto (IST’s), de modo a perceber a importância das formas de prevenção do ser saudável. Os círculos de cultura possibilitaram um diálogo com os adolescentes, oportunizando que eles expressassem seus saberes e leituras de mundo sobre o tema em diálogo, constituindo‐se em um momento muito rico de troca de conhecimento, participação ativa entre os sujeitos e os mediadores dos círculos, possibilitando uma reflexão sobre a realidade a que estão vulneráveis. Os adolescentes perceberam a importância da transformação da realidade bem como da mudança do comportamento para hábitos saudáveis e atitude positiva. A experiência apontou que precisamos (re)inventar as ações educativas, de modo que estimulem o diálogo que possibilite a consciência e transformação do mundo e das realidades dos sujeitos, bem como dos risco em Saúde a que estão vulneráveis. Poster 15 ‐ Métodos e estratégias de estudo e de aprendizagem de estudantes de ensino superior
Fátima Leal, Universidade de Évora Resumo: O estudo e a aprendizagem são considerados como processos significativos uma vez que é com base no sentido que os estudantes atribuem aos conteúdos de estudo e de aprendizagem, que estes constroem as representações internas do conhecimento (Oosterheert & Vermunt, 2001; Rosário & Almeida, 2010). Conhecer os métodos e estratégias de estudo e de aprendizagem de estudantes do ensino superior revela‐se crucial para a promoção de competências necessárias para uma aprendizagem de qualidade. Participaram 48 estudantes, rapazes e raparigas, do 1º e do 3º ano, dos cursos psicologia e biologia. As idades variavam entre os 18 e os 25 anos. A recolha de dados foi obtida através de entrevistas semi‐estruturadas e os dados tratados através de metodologias qualitativas (analise de conteúdo) e quantitativas. Os resultados revelam que os estudantes utilizam diversos métodos e estratégias de estudo e de aprendizagem, nomeadamente estratégias cognitivas, metacognitivas e de organização. As estratégias cognitivas foram as mais referidas (a leitura, a identificação de informação mais relevante, a realização de apontamentos e a escrita). Não foram encontradas associações significativas por relação com nenhuma das variáveis: curso, ano e sexo. Implicações para a prática são apresentadas na conclusão deste trabalho.
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Poster 16 ‐ O País das Letras Maria de Lurdes Moreira, Universidade de Évora
Resumo: Partindo do pressuposto que o contacto com a leitura e a escrita e a possibilidade de as experimentar e constatar o seu funcionamento, mesmo antes do ensino formal, é determinante para facilitar a aprendizagem da linguagem escrita (Alves Martins, 2000; Treiman & Bourassa, 2000; Alves Martins & Silva, 2006), foi construída uma aplicação para computador que apresente tarefas e jogos associados à leitura e à escrita e desenvolva competências facilitadoras desta aprendizagem. Este produto teve como estrutura base a apresentação de um livro interativo em suporte multimédia, que cria um contexto de exploração do objeto escrita que permite adquirir conhecimentos sobre os conceitos de letra, palavra, frase e história, conhecer as convenções da leitura e da escrita, e compreender o que é afinal ler. A aplicação “Viagem ao País das Letras/O País das Letras” provou ser eficaz no desenvolvimento da consciência fonológica e da compreensão do princípio alfabético em crianças de idade pré‐escolar com quem foi testada. Uma vez que atualmente, não faz mais sentido colocar a questão se é ou não adequada a utilização das novas tecnologias para promover conhecimentos, mas sim como tirar proveito das novas tecnologias presentes no mundo das crianças de hoje, a aplicação construída para computador está agora em fase de adaptação para funcionar em qualquer dispositivo android, visto os tablet e os smartphone serem, atualmente, o principal dispositivo de entretenimento, também de crianças quase desde o nascimento. Poster 17 ‐ Leitura e Escrita em Família – Emoções vivenciadas pelas crianças
Inês Candeias, ISPA‐Instituto Universitário | Lourdes Mata, ISPA‐Instituto Universitário, CIE‐ISPA | Francisco Peixoto, ISPA‐Instituto Universitário, CIE‐ISPA
Resumo: As emoções estão presentes no nosso dia‐a‐dia e assumem especial importância nas relações interpessoais. Também a investigação no âmbito do envolvimento parental tem procurado analisar o papel das emoções vivenciadas nos momentos de apoio em situações educativas, concluindo sobre a sua importância. Sendo que as práticas de literacia familiar são muito importantes não só para o desenvolvimento de conhecimentos e competências, mas também para o desenvolvimento de afetos positivos, foi esse o foco deste trabalho. Assim, procurámos estudar as emoções sentidas por crianças do 1º ciclo nos momentos de leitura e escrita, partilhados com os pais. Nesse sentido, adaptámos uma escala de emoções para a matemática para esta situação específica. Com esta comunicação pretendemos apresentar a escala e caraterizar as emoções das crianças. A escala ficou constituída por itens que reenviam para 3 emoções, Prazer, Ansiedade e Aborrecimento, e contemplando tanto situações de leitura como de escrita em ambiente familiar. Recorrendo a uma análise fatorial confirmatória testámos a estrutura da escala, tendo esta evidenciado índices de ajustamento adequados. Também a consistência interna para as dimensões foi boa. As emoções sentidas pelas crianças são essencialmente positivas, uma vez que o Prazer é o referido como mais frequente, surgindo a Ansiedade e o Aborrecimento com valores significativamente mais baixos. Estes resultados serão discutidos realçando a necessidade de se envolverem os pais e de se valorizar a sua participação, pois esta é fundamental para o processo de apropriação da linguagem escrita e a estruturação de hábitos de leitura. Poster 18 ‐ Porque aprendemos melhor ciência através de narrativas?
Sara Soares, Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE‐IUL), CIS‐IUL | Université Libre de Bruxelles, CRCN | Rita Jerónimo, Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE‐IUL), CIS‐IUL | Régine Kolinsky, Université Libre de Bruxelles, CRCN | José Morais, Université Libre de Bruxelles, CRCN
Resumo: A literacia científica e os obstáculos ao ensino de ciência constituem temas de grande relevância para a Psicologia e para a Educação. Estudos têm demonstrado (e.g., Arya & Maul, 2012; Hadzigeorgiou et al., 2012) que a apresentação de conteúdos científicos em formato narrativo literário, comparativamente ao expositivo, promove uma melhor aprendizagem. No entanto, os processos cognitivos envolvidos nesta influência permanecem pouco investigados. Neste projecto de doutoramento propomo‐nos a investigar o papel que funções executivas (FE; nomeadamente: actualização da memória de trabalho, flexibilidade cognitiva e planeamento), capacidade inferencial, e teoria da mente (ToM) desempenham na aprendizagem de ciência em diferentes formatos. Participantes adultos lerão textos científicos escritos em formato narrativo literário ou expositivo e executarão, simultaneamente, tarefas que recrutam as FE e ToM mencionadas (dual task paradigm). No final serão aplicadas medidas de aprendizagem e de geração de inferências. Serão também recolhidas medidas electrofisiológicas. Para adicionalmente examinar o papel específico que as FE, capacidade inferencial e ToM desempenham na aprendizagem de conteúdos científicos nos diferentes
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formatos, será realizado um estudo com grupos etários que estão a desenvolver estas capacidades. Participantes do 5º e 10º anos completarão tarefas que avaliam as capacidades referidas e lerão, seguidamente, textos científicos escritos em formato narrativo literário ou expositivo. No final completarão medidas de aprendizagem e serão realizadas análises de mediação e moderação. Com este projecto espera‐se contribuir para a compreensão dos processos cognitivos envolvidos na aprendizagem de ciência em diferentes formatos e para a construção de metodologias de aprendizagem mais eficientes e cientificamente informadas. Poster 19 ‐ ‘Chumbei’ e agora? …. Como me sinto? : Efeitos da retenção escolar no autoconceito, autoestima, orientações motivacionais, relações entre pares e envolvimento dos alunos na escola
Joana Pipa, ISPA‐Instituto universitário, CIE‐ISPA | Francisco Peixoto, ISPA‐Instituto universitário, CIE‐ISPA Resumo: Em Portugal, as taxas de retenção escolar são das mais elevadas da UE. Esta prática tem profundas implicações, quer a nível económico, quer no subsequente percurso académico dos alunos. Os estudos sobre a retenção têm dado lugar a resultados controversos: enquanto alguns estudos referem os seus benefícios, outros estudos, a longo‐prazo, evidenciam a ineficácia desta prática. Grande parte dos estudos focam‐se em estudantes de níveis de ensino iniciais e exploram primordialmente os efeitos da retenção no rendimento académico, negligenciando as componentes afectivas da aprendizagem. Apresenta‐se um projecto de doutoramento cujos objectivos principais são: a) analisar os efeitos da retenção escolar nas trajectórias de desenvolvimento do autoconceito, auto‐estima, e orientações motivacionais em alunos com e sem história de retenção, a frequentar o 3º ciclo e ensino secundário; b) analisar os efeitos a médio prazo da retenção escolar na relação entre pares e nos sentimentos de pertença à escola em alunos repetentes e promovidos socialmente, a frequentar o 5º e 7º anos. No caso dos alunos promovidos socialmente, não são claras as razões para que estes alunos progridam com os seus pares apesar do seu baixo rendimento académico. Este estudo pretende dar algumas luzes sobre este fenómeno, controlando alguns aspectos que poderão estar na base destas diferenças (e.g, crenças dos professores face à retenção, expectativas face desempenho dos alunos, outras competências individuais dos alunos). Considerando o papel determinante do contexto subjacente a esta prática, será explorado o efeito moderador das políticas de retenção em cada escola inquirida. Poster 20 ‐ Questionário de autorregulação ‐ académica (SRQ‐A): Adaptação para crianças do 1.º ciclo do ensino básico
Marta Gomes, Departamento de Psicologia da Educação, ISPA‐Instituto Universitário | Vera Monteiro, ISPA‐Instituto Universitário, CIE‐ISPA | Lourdes Mata, ISPA‐Instituto Universitário, CIE‐ISPA | Natalie Santos, CIE‐ISPA | Cristina Sanches, CIE‐ISPA
Resumo: No presente estudo realizou‐se uma adaptação para a língua portuguesa do Academic Self‐Regulation Questionnaire (SRQ‐A), instrumento fundamentado na Teoria da Autodeterminação (SDT) e utilizado para avaliar as orientações motivacionais dos alunos do ensino básico. O instrumento foi adaptado para o domínio específico da matemática e o estudo teve como foco a análise das suas características psicométricas. Participaram 341 crianças dos 3º e 4º anos do 1º Ciclo, com idades compreendidas entre os 8 e os 11 anos. A versão portuguesa incluiu 24 itens que identificavam as razões dos comportamentos dos alunos em matemática e avaliavam quatro estilos regulatórios (externo; introjetado; identificado; intrínseco) distribuídos por três categorias comportamentais (porquê fazer os trabalhos de casa; porquê fazer os exercícios na aula; porquê responder às questões na aula). Uma análise fatorial confirmatória evidenciou a estrutura multidimensional do instrumento com quatro estilos regulatórios. As correlações entre estes quatro estilos revelaram‐se conformes ao padrão de continuum da SDT. Verificou‐se um bom nível de consistência interna para os quatro estilos e também estabilidade temporal (intervalo de quatro meses teste‐reteste). Ainda se confirmou a invariância do questionário em função do género e do ano de escolaridade. No geral, os resultados relativos à versão portuguesa do SRQ‐A sugerem boas propriedades psicométricas, indicando que é apropriada para avaliar os constructos teóricos subjacentes à SDT, permitindo obter perfis motivacionais diferenciados dos alunos no domínio da matemática, trazendo várias implicações para a investigação e para a prática. Poster 21 ‐ Questionário de emoções de realização: validação para crianças do 1.º ciclo do ensino básico
Natalie Santos, CIE‐ISPA | Vera Monteiro, ISPA‐Instituto Universitário, CIE‐ISPA | Lourdes Mata, ISPA‐Instituto Universitário, CIE‐ISPA | Cristina Sanches, CIE‐ISPA | Marta Gomes, Departamento de Psicologia da Educação, ISPA‐Instituto Universitário
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Resumo: O presente estudo teve como principal objetivo estudar as propriedades psicométricas de um questionário para a avaliação das emoções na matemática, quer em situação de aprendizagem na aula, quer em situação de teste para alunos do 1.º ciclo do ensino básico. A escala está fundamentada na teoria de controlo‐valor de Pekrun (2006) que estudo a compreensão do papel das emoções nos ambientes de aprendizagem e as suas implicações na prática educacional. Os participantes foram 350 alunos do 3.º e 4.º ano de escolaridade (idades compreendidas entre os 7 e 12 anos), que responderam ao Questionário de Emoções de Realização, a uma escala de motivação para a aprendizagem, e uma escala de perceção de competências, no domínio específico da matemática. A análise fatorial confirmatória e as estatísticas descritivas corroboraram a validade estrutural, convergente e divergente do instrumento, assim como a sua fiabilidade. Corroboramos a invariância do questionário em função do género e do ano de escolaridade. Correlações significativas entre as emoções de realização dos alunos, a sua motivação e a perceção das suas competências evidenciam a validade externa do questionário. Estes resultados indicam que o questionário apresenta boas qualidades psicométricas e é adequado para a avaliação de crianças de 1.º ciclo do ensino básico. Poster 22 ‐ Motivação dos alunos para a aprendizagem da Matemática nos 1º e 2º Ciclos do Ensino Básico
Filipa Dinis* | Carolina Costa* | Ana Neves*, Ana Borgas Leal* | Lourdes Mata** | Francisco Peixoto** *ISPA‐Instituto Universitário, **ISPA‐Instituto Universitário, CIE‐ISPA
Resumo: Em Portugal, a matemática é uma disciplina com elevadas taxas de insucesso. Por outro lado, a literatura revela que a motivação é um fator importante no desempenho, bem‐estar e realização dos alunos. A investigação realizada acerca da motivação para a matemática tem reportado diferenças introduzidas pelo género e pelo ano de escolaridade dos alunos, na motivação e desempenho a matemática. Esta investigação, teve como objetivo estudara motivação e o desempenho a matemática de alunos do 1º e 2º Ciclos, procurando caracterizar a motivação dos alunos, e estudar diferenças de género para os diferentes anos de escolaridade. Simultaneamente, pretendeu‐se perceber de que forma a motivação se relaciona com o desempenho dos alunos e como esta relação varia em função do ano de escolaridade. Procurou‐se ainda compreender de que modo os níveis de motivação em cada uma das dimensões da escala utilizada variam em função do ano de escolaridade e do género. Participaram 360 alunos dos 3º, 4º, 5º e 6º anos de escolaridade de escolas públicas e privadas, dos distritos de Setúbal e Lisboa . Para caraterizar a motivação dos alunos para a disciplina de matemática, recorreu‐se à Math Motivation Scale (MMS; Peixoto, Mata, Radisic, Baucal, Laine & Mononen, 2017). A escala tem por base a teoria expectativa‐valor, sendo constituída por 33 itens, divididos por quatro dimensões: Interesse/Prazer, Utilidade, Competência Percebida e Custos. Os dados foram analisados através de correlações e análises de variância. Os resultados são discutidos à luz da teoria de expectativa‐valor e das implicações para a aprendizagem da matemática. Poster 23 ‐ Diretrizes curriculares nacionais para a formação inicial em educação física no Brasil: reflexões preliminares
Adriano Barros Carneiro, Instituto Federal do Ceará | Isabel Maria da Torre Carvalho Viana, Universidade do Minho | Maria Eleni Henrique da Silva, Universidade Federal do Ceará
Resumo: Para Moreira e Tadeu (2013) as discussões e estudos sobre o currículo da formação de professores têm sido objeto de constantes debates das autoridades governamentais, gestores, profissionais da educação, pais, estudantes e comunidade, ao longo da última década. No Brasil, o Conselho Nacional de Educação (CNE) e o Conselho Pleno (CP), por meio da Resolução Nº 2/2015, instituíram as novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para os cursos de formação inicial em nível superior (licenciaturas). Diante disso, que estrutura curricular os cursos de licenciatura em Educação Física devem ter para atender as novas DCNs? Buscou‐se a partir dessa questão identificar que estrutura curricular os cursos de licenciatura em Educação Física devem ter para atender a atual Legislação. Buscando responder o objetivo proposto realizou‐se uma análise documental da Resolução CNE/CP Nº 2/2015. A investigação revelou que as novas diretrizes têm o objetivo de consolidar as normas nacionais para a formação de profissionais do magistério para a educação básica, articulando‐as com as diretrizes deste nível de formação. Identificou‐se que os cursos de licenciatura em Educação Física no Brasil, para atender a atual legislação, devem ter duração mínima de 08 semestres
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ou 04 anos; carga horária mínima de 3.200 horas, compreendendo 400 horas de prática como componente curricular, 400 horas de estágio supervisionado na educação básica, 200 horas de atividades complementares, de pesquisa ou extensão, e pelo menos 2.200 horas de atividades formativas em núcleos de estudos de formação geral, específica, pedagógica e aprofundamento; além de efetiva e concomitante relação entre teoria e prática.
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KEYNOTE 4 – 14h 30m – 15h 30m
Nuevas Metáforas para Reconstruir el Relato de la Didáctica: Coreografias, Engagement, Buenas Práticas
Miguel Zabalza – Universidade de Santiago de Compostela
SIMPÓSIO – S5 – 15h 30m – 17h
Inclusão de Jovens e Adultos com Deficiência/Incapacidade na Comunidade
Coordenador: Júlia Serpa Pimentel Resumo: Apesar da legislação que preconiza a inclusão (dec‐lei 3/2008) e o alargamento da escolaridade obrigatória para todos os alunos (dec‐lei 176/2012), os jovens com deficiência e incapacidade, ao chegarem a esse nível e, mais ainda, quando ao atingirem os 18 anos terminam a escola, confrontam‐se com poucas respostas que não sejam o centro de atividades ocupacionais ou a formação profissional ministrada em instituições de ensino especial. Mesmo quando as atividades são ditas “socialmente úteis”, raramente decorrem de um planeamento centrado na pessoa ou dos gostos e preferências dos clientes dessas instituições são, maioritariamente desenvolvidas na própria instituição, não favorecendo assim nem a interação com pares sem deficiência, nem a inclusão do jovem na sua comunidade. Foi a constatação desta realidade que levou a associação pais‐em‐rede e colaborar com a Associação de Solidariedade Social de Lafões (ASSOL) na implementação do projeto‐piloto transição para a vida adulta e autodeterminação. Dessa experiência resultaram diversos projetos, que serão apresentados neste simpósio, visando a construção de um modelo de redes comunitárias de apoio à autonomia e realização pessoal de jovens/adultos com incapacidade, através da sua integração em contextos diversificados de trabalho e lazer, conforme as suas características singulares, preferências e interesses. Considerando o caráter inovador e os resultados positivos, estes projetos poderão surgir como modelos para outras entidades. Comunicação 1 – Projeto “Sintra Inclui”: Transição para a Vida Adulta Centrada na pessoa e na comunidade
Ana Sofia Mota & Ana Rita Dezoito, Associação Pais‐em‐Rede Resumo: Educativas Especiais, sendo essencial reforçar todos os fatores protetores para uma maior autonomia. Importa investir progressivamente na educação para a transição, através da promoção de competências sociais e funcionais que permitam aos jovens total participação na comunidade como cidadãos de pleno direito. Segundo a metodologia do Planeamento Centrado na Pessoa, estes jovens como qualquer individuo, apenas alcançam uma efectiva realização em comunidade e apresentam as mesmas necessidades intrínsecas à condição humana. O projeto “Sintra Inclui” surgiu em 2014 resultante de uma parceria entre a Associação Pais em Rede e a Câmara Municipal de Sintra, e pretende promover a inclusão socioprofissional da pessoa com deficiência. A vertente de apoio à transição para a Vida Adulta, com início no ano letivo 2015/2016, emergiu devido às necessidades identificadas pelas escolas secundárias e para proporcionar atividades de cariz prático em contexto comunitário. O impacto do projeto tem sido notório e significativo: os alunos melhoraram as competências sociais e funcionais, a autoestima, satisfação pessoal e a sua autodeterminação. Nas famílias é visível uma mudança de espectativas traduzida no desejo de verem os seus educandos mais autónomos e integrados profissionalmente. As escolas realçam um aumento da capacidade de resposta e um alargamento das parcerias, bem como um maior envolvimento e capacitação para o apoio à Transição. As empresas demonstram uma recetividade crescente e vontade de continuar a colaborar. Nesta comunicação apresenta‐se a forma como o projeto tem sido implementado e alguns dados mais significativos dos seus resultados.
Tarde do dia 10 de julho
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Comunicação 2 – GraMI – Grândola Mais Igual – Do Diagnóstico À Ação Com As Pessoas Com Deficiência E Incapacidade
Célia Fernandes, Associação Pais‐em‐Rede | Conceição Baião, Ministério da Educação e Núcleo de Grândola da Associação Pais‐em‐Rede | Soraia Nunes, Núcleo de Grândola da Associação Pais‐em‐Rede
Resumo: O projeto GraMI visa a realização de um diagnóstico aprofundado acerca das necessidades de apoios percecionadas pela população com deficiência e incapacidade (PcDI) do concelho de Grándola e o levantamento de recursos formais e comunitários existentes, com vista à construção de respostas individualizadas e inclusivas que permitam a real participação da PcDI na vida comunitária e a construção de projetos de vida centrados na pessoa. Garante um espaço de atendimento que permite à PcDI e suas famílias e/ou cuidadores manterem‐se informados sobre os seus direitos e onde podem esclarecer dúvidas. O projeto assenta numa forte dinâmica de parcerias, na mobilização dos diversos atores e agentes comunitários e na rentabilização de respostas já construídas na comunidade pelo que prevê a sensibilização e capacitação das famílias e/ou cuidadores, dos agentes educativos e da comunidade empresarial. Serão apresentados os principais resultados e ações desenvolvidas até ao momento e que concorrem para a construção de um modelo de resposta e de mobilização de apoios centrados na pessoa. Comunicação 3 ‐ GAPRIC – Gabinetes de Apoio a Programas Incluídos na Comunidade
Sandra Dias, Associação Pais‐em‐Rede Resumo: Os Gabinetes de Apoio a Programas Incluídos na Comunidade (GAPRIC) são estruturas flexíveis que recorrem a redes comunitárias de apoio à realização de uma cidadania plena das pessoas com deficiência ou incapacidade (PcDI), focando‐se no desenvolvimento das competências psicossociais, na promoção da autoestima, da autoconfiança e de comportamentos relacionais, adequados à autodeterminação das PcDI. O seu funcionamento tem como base o Planeamento Centrado na Pessoa e decorre atendendo às seguintes etapas: Inscrição dos participantes e entrevistas; Construção do Acordo de Apoio com o participante e significativos; Implementação dos Acordos e respetivo acompanhamento, e; Avaliação dos Acordos. Realizam‐se reuniões de equipa e visitas de acompanhamento com os objetivos de discutir casos, definir procedimentos e partilhar experiências. De acordo com as motivações, interesses e sonhos dos participantes, os Acordos de Apoio visam a inclusão em: 1) Experiências Socioprofissionais; 2) Atividades de desenvolvimento de competências de leitura e escrita; 3) Atividades desportivas regulares, e; 4) Atividades culturais e recreativas pontuais que incluem visitas a vários locais de referência históricos e culturais, sendo privilegiada a participação da família e amigos nestas atividades. O projeto GAPRIC, no âmbito da Associação Pais‐em‐Rede, funciona desde 2015 nas localidades de Aljustrel, Aveiro e Braga. Em 2017, foram estabelecidos 35 Acordos de Apoio com jovens e adultos com deficiência que se encontravam, na sua maioria, sem resposta após o percurso escolar e/ou de formação profissional, e outros que já tinham integrado o projeto GAPRIC em 2016. Os novos participantes foram encaminhados por outros serviços da comunidade, já informados sobre o projeto.
Sessão M5 ‐ 15.30‐17h 00m
MESA 5.1 Avaliação em Contexto Educativo
Comunicação 1 – Análise de práticas de supervisão na formação inicial em educação de infância e ensino do 1º Ciclo: O caso da ESEI Maria Ulrich
Elisabete Xavier Gomes & Maria Lacerda, ESEI Maria Ulrich | Etienne Andrade de Medeiros Dantas, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte
Resumo: Pretende‐se neste artigo analisar e compreender as práticas de supervisão na formação inicial de Educadores/Professores desenvolvidas nos contextos da Licenciatura em Educação Básica e dos Mestrados em Educação Pré‐Escolar e em Educação Pré‐Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico da associação ISPA‐ ESEI Maria Ulrich. Com mais de 60 anos de existência ininterrupta, a ESEI Maria Ulrich é uma das escolas de referência na formação inicial de educadores/as (Sarmento, 2002; CNE, 2015). A supervisão pedagógica, alicerçada em modelos de natureza tendencialmente personalista, construtivista (Delgado Santos, 2012) e socio‐construtivista, é um dos elementos nucleares da identidade da Escola. Neste sentido, e no contexto de outros estudos que procuram analisar e caracterizar o projeto formativo da ESEI Maria Ulrich (Lacerda & Pereira, 2017; Gomes, 2017; Gomes & Brito, 2018), esta comunicação analisa as práticas de supervisão em curso nos atuais planos de estudo ‐ em funcionamento desde
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2015/2016 em parceria com o ISPA. Recorrendo a uma metodologia qualitativa, utilizaram‐se técnicas de inquérito e análise documental, a partir de dimensões de análise da supervisão pedagógica propostas por Vieira (2010) e Delgado‐Santos (2012). Analisaram‐se as Fichas de Unidades Curriculares de Iniciação à Prática Profissional e de Prática de Ensino Supervisionada e foram inquiridas/os as/os supervisoras/es com o objetivo de caracterizar as suas conceções e práticas de supervisão. Pretende‐se: (i) conhecer os procedimentos e as estratégias de supervisão e de avaliação previstas e utilizadas; (ii) conhecer as perspetivas e abordagens pedagógicas selecionadas; (iii) compreender as principais características deste percurso de supervisão. Comunicação 2 – Da formação inicial à prática pedagógica: análise de estratégias de ensino da língua portuguesa desenvolvidas no âmbito da Prática de Ensino Supervisionada
Jorge Pinto & Ana Pires Sequeira, ESSE, Instituto Politécnico de Setúbal Resumo: A nossa comunicação centra‐se na análise de estudos realizados por estudantes do Mestrado em Educação Pré‐Escolar e Ensino do 1º ciclo do Ensino Básico, da Escola Superior de Educação de Setúbal, no âmbito da Prática de Ensino Supervisionada, com vista à obtenção do grau de mestre. Os estudos analisados têm como enfoque estratégias de ensino da Língua Portuguesa, referentes, nomeadamente à aprendizagem da escrita, procurando compreender se o recurso a guiões de apoio à estruturação de textos, seguido de feedback (oral e/ou escrito) aos produtos realizados, favorecem a produção textual. A partir dos relatórios produzidos, por duas estudantes, desenvolveu‐se uma meta análise com incidência sobre o modo como estas estratégias foram implementadas pelas estudantes, nomeadamente sobre o papel do feedback na produção textual. Para a meta análise utilizou‐se a análise de conteúdo. Os dados disponíveis apontam para a importância do recurso a guiões e ao feedback (oral e/ou escrito) enquanto instrumentos que sustentam positivamente a produção textual. Comunicação 3 ‐ Refletindo sobre a prática de dar e receber feedback em contexto escolar
Vera Monteiro, Lourdes Mata, Marta Gomes, ISPA‐Instituto Universitário, CIE ‐ISPA | Cristina Sanches, Natalie Santos, CIE‐ISPA
Resumo: Os estudos falam do poder do feedback mas pouco se tem investigado sobre como é que esse poder se operacionaliza no contexto de sala de aula. Existem vários tipos de feedback com diferentes funções umas mais diretivas outras mais facilitadoras ao nível da aprendizagem, com consequências diferentes nas aprendizagens dos alunos. Partindo do princípio de que a aprendizagem é um processo social, construída com base nas interações diárias que alunos e professores têm na sala de aula, então, será que estes elementos do processo de ensino aprendizagem partilham o mesmo significado do conceito de feedback? Dar não implica receber e, quando os professores afirmam que dão muito feedback, será que os alunos sentem que esse feedback é para eles? Será que o compreendem? Será que sabem como irão utilizar essa informação em benefício da sua aprendizagem? Nesta linha de pensamento, este estudo qualitativo estudou as perceções dos professores e alunos sobre o feedback nas aulas de matemática usando entrevistas semiestruturadas com os primeiros e focus grupos com os segundos para a recolha de informação. Utilizou‐se uma abordagem de estudo de caso em que participaram 83 alunos e cinco professores do 3º ano de escolaridade. Os resultados sugerem que os alunos atribuem ao feedback uma função mais pedagógica do que os professores. No entanto trata‐se de um feedback informativo principalmente sobre o que o aluno já sabe e pouco informativo sobre o que o aluno precisa de aprender para avançar na aprendizagem. Estes resultados irão ser explorados em termos das suas implicações educacionais. Comunicação 4 ‐ As equipas de autoavaliação e o seu desempenho
Maria João de Carvalho, Universidade de Trás‐os‐Montes e Alto Douro & CIIE – Centre for Research and Intervention in Education, Faculty of Psychology and Education Sciences, University of Porto | Ana Cristina Folgado Ferreira, Universidade de Trás‐os‐Montes e Alto Douro
Resumo: Assumindo tensões, conflitos e ambiguidades, uma tendência ideológica mais progressista advoga a favor de uma autoavaliação de escola assente no pressuposto de que este processo pode ser um exercício da democracia participativa e um espaço de confronto de diferentes racionalidades, do qual resultarão as soluções negociadas sobre aquilo que a escola deverá fazer em prol do seu desenvolvimento e da sua melhoria, reclamando mais envolvimento e responsabilidade de toda a comunidade, bem como o compromisso dos diferentes atores e a partilha de valores e de objetivos comuns, sustentando a prestação de contas em valores essenciais como a justiça, a transparência, o direito à informação, a participação e a cidadania. Assim, centrados no processo de autoavaliação da organização escolar, no papel da equipa de autoavaliação, na forma
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como se constrói e divulga o dispositivo de autoavaliação, procuraremos desenvolver a nossa pesquisa na expetativa de Conhecer e descrever as representações dos professores relativamente à equipa de autoavaliação e ao impacto desta equipa sobre o seu desempenho enquanto docentes. O trabalho desenvolvido envolveu um estudo quantitativo, com recurso à aplicação de um questionário. Foi possível concluir que a existência da equipa de autoavaliação potencia o processo, no sentido em que o torna mais organizado e sistematizado, sendo que a equipa deve usufruir de condições que facilitem o seu desempenho, muito embora reconheçam que nem sempre as suas práticas dele beneficiam.
MESA 5.2 Contextos Educativos e Comportamentos
Comunicação 1 – Oficinas psicoeducativas dentro do contexto escolar
Etienne Andrade de Medeiros Dantas, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte
Resumo: O serviço de psicologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) realiza em seus campi, atendimento de plantão psicológico ao aluno. Através das demandas trazidas pelos alunos a este serviço psicológico, identificou‐se a necessidade de trabalhar alguns temas como forma de ampliar o atendimento. Dessa forma, organizou‐se os temas das oficinas a partir das queixas mais trazidas individualmente pelos alunos. O objetivo principal foi discutir diversos temas que fazem parte do cotidiano escolar dos estudantes, contribuindo para o desenvolvimento acadêmico e pessoal dos nossos alunos. Essas atividades tiveram como embasamento teórico o aporte da psicologia cognitivo comportamental, tendo como metodologia a psicoeducação. Os temas desenvolvidos nas oficinas foram: Planejamento pessoal: tempo é vida; A vida social no mundo moderno; O mundo do trabalho; Enfrentando o estresse e a ansiedade; Perdas e resiliência. Como resultado, teve‐se uma boa participação dos alunos em todos os 21 campi do IFRN, inclusive diminuindo a demanda de atendimentos individuais. Comunicação 2 – O trauma da hiperactividade, ou a hiperactividade do trauma? ‐ História de um estudo de Caso
João Serra de Almeida, ISPA‐Instituto Universitário Resumo: Neste estudo de caso pretende‐se reflectir sobre novas abordagens do índice de hiperactividade e as suas relações com o trauma psíquico e com a criatividade. Num primeiro momento, como o trauma desorganiza a identidade, num segundo momento, a inquietação e ansiedade e, possíveis sintomas que emergem do referido efeito, e num terceiro momento a utilização da criatividade como ponte à (re)construção do sujeito psíquico, (re)integrando o trauma e a identidade. Como tal, recorre‐se à utilização de uma amostra de um caso clínico, estudado a partir do pensamento contemporâneo psicanalítico, claro, sem descurando outro tipo de abordagens, na possibilidade de um encontro e não de um desencontro entre metodologias interpretativas da psique humana. Comunicação 3 ‐ Efeitos de uma intervenção em habilidades sociais na redução do bullying
Jorge Luiz da Silva, Universidade de Franca | Wanderlei Abadio de Oliveira, Universidade de São Paulo | Lilian Cristina Gomes do Nascimento, Universidade de Franca | Marta Angélica Iossi Silva, Universidade de São Paulo
Resumo: O bullying compreende a manifestação intencional de atitudes violentas e repetidas que são praticadas por uma ou mais pessoas em relação a seus pares. Ele afeta negativamente o desenvolvimento e o bem‐estar físico e psicossocial dos estudantes. Este estudo objetivou verificar se a melhoria de habilidades sociais reduz a vitimização por bullying em estudantes do 6º ano escolar. A investigação foi realizada em 18 turmas de 6º ano de seis escolas públicas da cidade de Ribeirão Preto, SP, Brasil. Participaram 78 crianças vítimas de bullying (idades entre 10 e 12 anos), 38 no grupo intervenção e 40 no grupo comparação. Foi realizada uma intervenção baseada em habilidades sociais em oito encontros com duração de 50 minutos cada, sendo um encontro por semana. As habilidades sociais trabalhadas relacionavam‐se à comunicação interpessoal, estabelecimento e manutenção de amizades, prevenção e gerenciamento de conflitos, autocontrole emocional e resolução de problemas. Modelos de regressão de Poisson com efeito aleatório foram utilizados para a análise dos dados. Os resultados indicaram que a vitimização diminuiu significativamente no grupo intervenção (p<0,001) e no grupo comparação (p<0,001). A agressão aumentou significativamente no grupo controle (p<0,01). Outras variáveis não relacionadas às habilidades sociais podem ter colaborado para diminuir a quantidade de vitimização. Entretanto, a intervenção foi efetiva em impedir o aumento de
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agressão, pois ela aumentou significativamente somente no grupo comparação. Sugere‐se que outros modelos de intervenção sejam testados na realidade brasileira, com vistas à identificação daqueles mais efetivos em relação à vitimização por bullying. Comunicação 4 ‐ Bullying e qualidade de interações familiares na perspectiva de estudantes brasileiros
Wanderlei Abadio de Oliveira, Universidade de São Paulo | Jorge Luiz da Silva, Universidade de Franca | Manoel Antônio dos Santos, Universidade de São Paulo | Simona Carla Silvia Caravita, Università Cattolica del Sacro Cuore | Marta Angélica Lossi Silva, Universidade de São Paulo
Resumo: Esse estudo utilizou a triangulação de métodos para analisar a relação entre a qualidade das interações familiares de adolescentes e o envolvimento em práticas de bullying escolar ou vitimização. Os dados foram coletados junto a 2.354 estudantes (meninas = 50, 7%; idade média = 14,5 anos, DP = 2,0 anos) de 11 escolas públicas brasileiras. A coleta de dados ocorreu por meio da aplicação de duas escalas (bullying e interações familiares) em 2.354 estudantes e da técnica de entrevistas semiestruturadas com 55 estudantes sorteados entre o total de participantes. Os dados foram analisados por meio de análises estatísticas no programa SPSS e de análise de conteúdo, em sua modalidade temática, no software Atlas.TI. O referencial teórico adotado foi a Teoria Bioecológica do Desenvolvimento. Identificou‐se uma prevalência de 10,3% de estudantes agressores, 10,1% de vítimas e 5,4% de vítimas‐agressoras. Aspectos do microssistema ‘família” assumiram papéis na promoção ou inibição de comportamentos de bullying. Nesse sentido, sumarizam‐se os principais resultados: 1) estudantes não‐envolvidos em situações de bullying possuíam melhores interações familiares; 2) ambientes familiares negativos ou com muitos conflitos colocavam os adolescentes em maior situação de vulnerabilidade para a prática do bullying ou a vitimização; e 3) variáveis familiares positivas, como regras e supervisão, envolvimento e sentimentos positivos entre pais/cuidadores e filhos, foram considerados protetivos em relação ao fenômeno. Os resultados do estudo confirmam padrões de bullying e sua relação com fatores familiares.
MESA 5.3 Ensinar e Aprender
Comunicação 1 – Educação no século XXI: O papel da criatividade no 1.º CEB
Carlota Pereira da Silva, Colégio de Santa Maria Resumo: O princípio do século XXI levanta uma série de desafios, marcados pelos avanços da ciência e da tecnologia. É urgente que existam pessoas inovadoras e criativas, capazes de resolver os problemas da sociedade contemporânea. No âmbito do Perfil dos alunos à saída da escolaridade obrigatória, Gomes et al. (2017) afirmam que criar e inovar são processos que devem ser olhados, não só relativamente ao artista, ao poeta e ao artesão, mas também ao desportista, ao cientista e ao técnico, i.e., “à pessoa concreta que todos somos” (p.6). Segundo Robinson (2011), a criatividade é a capacidade de se “obter ideias originais e valiosas” (p.73), dado que o ser humano só será criativo se criar algo novo, se aplicar a sua imaginação. Neste contexto, a minha comunicação apresentará uma investigação/intervenção realizada ao longo da Prática Supervisionada em 1.º CEB, onde foram propostas situações de ensino‐aprendizagem, objeto de observação, fotografia, recolha de notas de campo e entrevistas às crianças, com base numa abordagem qualitativa, permitindo‐me explicitar o pensamento criativo dos alunos. Pretendo dar a conhecer o que se entende por criatividade, bem como a sua importância e o modo como pode ser promovida no 1.º CEB (papel do professor, perfil de aluno que se pretende desenvolver, ambiente facilitador deste fenómeno e características das situações pedagógicas que melhor asseguram a sua promoção), concluindo, pois, que a criatividade assenta, segundo Morais e Bahia (2008), em dois aspetos essenciais: “todas as pessoas possuem um potencial criativo” (p.232) e esta característica pode ser estimulada. Comunicação 2 – Atividades de consciência fonológica e aquisição da leitura e escrita: Um programa de intervenção com crianças do 1º ano do E.B em risco de desenvolver dificuldades
Liliana Salvador, CIE‐ISPA | Margarida Alves Martins | ISPA‐Instituto Universitário, CIE‐ISPA Resumo: Tendo em conta a relação interdependente entre consciência fonológica e aprendizagem da leitura, vários são os estudos que focam intervenções onde se procura desenvolver esta competência como forma de ultrapassar eventuais dificuldades. Em Portugal, porém, atividades de treino fonológico potencialmente benéficas em crianças com dificuldades iniciais na aquisição da leitura e escrita, não se constituem, porém, como uma prática educativa recorrente. Com este estudo pretende‐se avaliar o efeito de um programa de consciência fonológica na leitura, escrita
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e consciência fonémica de crianças do 1º ano em risco de desenvolver dificuldades de leitura. Participaram 35 crianças com resultados baixos em medidas de vocabulário, conhecimento das letras e consciência fonémica. Os participantes foram distribuídos aleatoriamente por duas condições: experimental e de controlo. Foram realizados pré‐testes e pós‐testes em leitura, escrita e consciência fonémica. O programa experimental de consciência fonológica incluía atividades de rima, identificação silábica e fonémica, análise, segmentação, reconstrução e manipulação fonémicas. Foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre o grupo de consciência fonológica e o grupo de controlo em termos de leitura, escrita e consciência fonémica, tendo o grupo experimental obtido resultados superiores nestas medidas, com efeito superior em leitura do que em escrita. Estes resultados são consistentes com os estudos que sublinham a relevância de desenvolver atividades de consciência fonológica, tanto no pré‐escolar como nos primeiros anos de escolaridade, especialmente com crianças em risco de dificuldades, na medida em que possui um impacto positivo na aquisição inicial da leitura e escrita. Comunicação 3 ‐ “Os Intergalácticos – Uma aventura do Comportamento” ‐ Pré‐teste de um material lúdico‐terapêutico e lúdico‐pedagógico para a promoção de comportamentos adaptativos
Rita Antunes, ISPA‐Instituto Universitário, Hospital CUF Descobertas | Manuela Veríssimo | ISPA‐Instituto Universitário | Joana Alexandre | ISCTE‐UL
Resumo: Esta comunicação tem como objetivos a apresentação e discussão dos resultados de uma avaliação sobre a adequabilidade do jogo lúdico‐terapêutico e lúdico‐pedagógico para a promoção de comportamentos adaptativos”: “Os Intergalácticos – Uma Aventura do Comportamento”. Os jogos e as atividades lúdicas têm um papel fundamental enquanto recursos pedagógicos para a promoção de um ensino de qualidade, revelando‐se instrumentos facilitadores da aprendizagem (Cunha, 2012), uma vez que é através dos mesmos que as crianças aprendem a concentrar‐se, a cumprir regras, a lidar com as frustrações, a monitorizar o seu comportamento (Costa, 2012), a promover relações positivas entre os pares (Pereira, 2014) ou seja, a desenvolver as suas competências intelectuais e sociais (Cunha, 2012). “Os Intergalácticos – Uma Aventura no Comportamento”, jogo de tabuleiro para crianças entre os 8 e os 12 anos, visa trabalhar comportamentos adaptativos: processos de autorregulação, treino de competências sociais e emocionais, desatenção; irrequietude psicomotora; empatia; reflexividade. Para efeitos de avaliação da sua adequabilidade, recorreu‐se a uma metodologia qualitativa, estando a ser realizadas entrevistas semiestruturadas individuais a crianças, pais, professores e psicólogos. Os resultados serão apresentados e discutidos à luz da literatura existente.
MESA 5.4 Literacia e Educação
Comunicação 1 – Melhorar a produção textual em crianças do 5º ano de escolaridade
Ana Cristina Silva, ISPA‐Instituto Universitário, CIE‐ISPA | Sandra Borges, CIE‐ISPA Resumo: A revisão é um processo central para promover a qualidade dos textos narrativos infantis. Pretende‐se avaliar o impacto de um programa de escrita com instrumentos de autorregulação nas produções narrativas. Participaram 83 crianças do 5º ano de escolaridade que foram divididas em 3 grupos experimentais, e 1 de controlo, tendo sido controladas ao desenvolvimento da linguagem. No pré‐teste e pós‐teste era pedido às crianças para escreverem uma composição que foram pontuadas acordo com os critérios definidos na prova PROESC (Cuetos et al., 2002). A intervenção inclui 21 sessões, nas quais as crianças dos grupos experimentais escreviam composições. Às crianças dos grupos experimentais 1 e 2 era‐lhes proporcionado uma grelha com indicações sobre os principais elementos de uma estrutura narrativa, com base na qual deveriam orientar a sua revisão. Em relação às crianças do grupo experimental 2 era‐lhes explicitado, na grelha os elementos que falharam no seu texto de modo a poderem melhorá‐lo, o que não acontecia com os sujeitos do grupo experimental 1. Às crianças do grupo experimental 3 era‐lhes apenas pedido que revissem os textos. As crianças dos grupos de controlo tinham aulas de matemática e leitura. Os resultados apontam para uma evolução significativa em relação à qualidade dos textos narrativos produzidos entre o pré e o pós‐ teste por parte de todos os grupos experimentais e o grupos de controlo. Essa evolução foi superior no grupo experimental 2 quando comparada aos outros grupos experimentais, verificando‐se ainda que o grupo experimental 1 não foi superior ao grupo experimental 3. Comunicação 2 – 1, 2, 3 conta‐me tu desta vez
Leonor Vargas Moniz Moreira Rato, CIE‐ISPA | Margarida Alves Martins, ISPA‐Instituto Universitário, CIE‐ISPA
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Resumo: Diversos trabalhos de investigação têm mostrado que a leitura de histórias é uma atividade de extrema importância na promoção da aprendizagem da leitura e da escrita, sendo hoje comumente reconhecidos os seus benefícios em idade pré‐escolar. Tem sido igualmente realçado que a leitura dialógica de histórias, isto é a leitura de livros ilustrados partilhada e interativa, é particularmente benéfica para o desenvolvimento da linguagem oral das crianças desta faixa etária. Neste contexto, o nosso objectivo foi o de avaliar o impacto de um programa de leitura dialógica de histórias em crianças de idade pré‐escolar no desenvolvimento da sua linguagem oral, mais especificamente ao nível do vocabulário, compreensão e reconto de histórias. Participaram neste estudo 26 crianças portuguesas de 5 anos de idade, tendo sido distribuídas aleatoriamente por 2 grupos, um grupo experimental que participou num programa de leitura dialógica e um grupo de controlo num programa de leitura tradicional. Foi realizado um pré‐teste e um pós‐teste em que se avaliou o vocabulário a compreensão e o reconto de histórias das crianças de ambos os grupos. A partir da análise dos resultados foi possível observar diferenças estatisticamente significativas entre os dois grupos e verificar que as crianças do grupo experimental apresentam resultados superiores aos das crianças do grupo de controlo nas diversas competências analisadas. As implicações educativas destes resultados serão analisadas e discutidas. Comunicação 3 ‐ A formação e seus reflexos no ensino da leitura nos anos iniciais
Marta Maria Minervino dos Santos & Maria Auxiliadora da Silva Cavalcante, Universidade Federal de Alagoas Resumo: As formações continuadas sobre o ensino de língua portuguesa, recorrentes nas escolas e Secretaria Municipal de Educação – SEMED – da cidade de Maceió, vêm almejando contribuir para que se alcancem avanços e, consequentemente, mudanças no trabalho com leitura em (1º ao 5º ano) em sala de aula. Nesse sentindo, defendemos que torna‐se imprescindível pesquisas que analisem como as formações continuadas estão sendo ofertadas e, sobretudo, quais os efeitos que elas estão proporcionando para o ensino e a aprendizagem da leitura no Ensino Fundamental. Com base nisso, o presente trabalho “A formação continuada de professores e seus reflexos no ensino da leitura nos anos iniciais” teve como objetivo principal compreender as propostas de formação continuada de professores dos anos iniciais e suas contribuições para a prática docente no que concerne ao ensino de leitura. Para tanto, realizamos um levantamento sobre estudos que trataram dos temas base da investigação, a saber: sobre formação continuada, utilizamos: Shön, (2000); Nóvoa, (1999), Imbernón (2010) entre outros; já sobre leitura, os trabalhos estudados foram os de Kleinan (2011), Koch e Elias (2010); Leffa, (1996), etc.; também foi importante estudamos os programas: Gestar I (2007); Pró‐letramento (2007); PNAIC (2012) que abordam a leitura a partir das relações entre os sujeitos e seus conhecimentos. A pesquisa, de natureza qualitativa, foi realizada na Secretaria de Educação e em duas escolas pública da cidade de Maceió, especificamente em duas turmas do Ensino Fundamental – 1º e 5º ano, cujas observações foram voltadas para a prática dos professores. Identificamos que a formação continuada contribui de forma significativa para o ensino de leitura nos anos iniciais, o que já representa um avanço, porém, verificamos que os professores ainda encontram impasses em sala de aula, para abordar esses conhecimentos adquiridos, e desenvolver o aprendizado significativo da leitura, ou seja, os professores, mesmo depois de passar por uma formação inicial (em pedagogia) e por formações continuadas, ainda encontram dificuldades em utilizar os conceitos e orientações para o ensino da leitura em sala de aula. Comunicação 4 ‐ Estudo longitudinal do desempenho em leitura e perfis cognitivo‐linguísticos de bons e maus leitores
Edlia Simões, University of Saint Joseph | Margarida Alves Martins |ISPA‐Instituto Universitário, CIE‐ISPA Resumo: A compreensão da forma como se processa a evolução da aprendizagem da leitura e, em particular, das características que distinguem bons e maus leitores, é fundamental para se poder intervir adequadamente nesta área. Tivemos como objetivo analisar a evolução do desempenho em leitura de bons e maus leitores do 1º ciclo e avaliar os seus perfis cognitivo‐linguísticos. Participaram 60 crianças de 5 escolas da região de Lisboa. No final do 1º ano selecionámos 15 bons leitores e 15 maus leitores que reavaliamos no final do 2º. No final do 3º ano selecionámos 14 bons leitores e 16 maus leitores que reavaliámos no final do 4º ano. Usámos testes de leitura oral de palavras e um teste de compreensão no 3º e 4º ano. Avaliámos a capacidade intelectual não‐verbal, a memória verbal a curto‐prazo, a capacidade de nomeação rápida, o vocabulário e as capacidades fonológicas dos participantes. Os resultados da leitura oral de palavras mostraram que os maus leitores atingem no final do 2º ano resultados equivalentes aos que os bons leitores tinham atingido no final do 1º ano. Quanto à evolução do 3º para o 4º ano os maus leitores, apesar de progredirem não atingem no final do 4º ano valores equivalentes aos que os bons leitores tinham no final do 3º ano. O mesmo se verifica para a compreensão leitora. Na comparação de perfis cognitivo‐linguísticos verificámos diferenças
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significativas entre bons e maus leitores, apresentando os maus leitores competência inferior em todas as competências avaliadas exceto na capacidade intelectual não‐verbal. Comunicação 5 ‐ Programa integrado de promoção da literacia
Sofia Ferreira, Carolina Silva, Fundação Aga Khan Portugal | Lourdes Mata & Ana Cristina Silva, ISPA‐Instituto Universitário, CIE‐ISPA
Resumo: O Programa Integrado de Promoção da Literacia (PIPL) combina duas abordagens preventivas do insucesso na aprendizagem da leitura e da escrita: 1) através do incremento das práticas de literacia familiar conducentes ao desenvolvimento de competências de literacia emergente de crianças em idade pré‐escolar e 2) através do reforço das competências dos docentes do 1.º ciclo no processo de ensino‐aprendizagem da linguagem escrita. O PIPL resulta da experiência de implementação do Programa de Literacia Familiar Conto Contigo (PLF) em bibliotecas municipais, bibliotecas escolares e organizações de base local e do Programa Clubes de Leitura e Escrita em escolas de 1.º ciclo de agrupamentos de escolas TEIP, no contexto de uma parceria entre a AKF Prt, a DGE, a RBE, a DGALB e o ISPA. O PLF Conto Contigo prevê a realização de 8 sessões lúdicas, com um grupo de 6 a 8 famílias, em que através de um conjunto de atividades em torno da linguagem escrita, são desocultadas as oportunidades que as famílias têm para, no dia a dia, estimularem as competências de literacia emergente. Os Clubes de Leitura e Escrita, preveem a realização de sessões lúdicas em torno da aprendizagem da linguagem escrita, com crianças do 1.º ano do 1º ciclo. O PIPL tem como principal vetor uma forte componente formativa, ancorada na prática. O PIPL será objeto de um estudo quase‐experimental, ao longo de três anos letivos, em que serão avaliadas as competências de literacia das crianças e as práticas de literacia em contexto escolar e familiar.
MESA 5.5
Motivação e Emoções
Comunicação 1 – Motivação e Emoções face à Leitura de crianças do 1º ciclo no âmbito do projeto L.E.R. Cãofiante Lourdes Mata, ISPA‐Instituto Universitário, CIE‐ISPA | Maria José Mackaaij, Biblioteca Municipal de Loulé, CM Loulé | Margarida Calado, CIE‐ISPA
Resumo: Sabe‐se que os fatores afetivos são importantes para o desenvolvimento de hábitos e competências de leitura. Por outro lado, intervenções tendo como base a Leitura Assistida por Animais (LAA), têm mostrado um importante papel sobre aspetos afetivos e motivacionais face à leitura, para crianças no início da aprendizagem, ou com dificuldades em leitura. Este trabalho pretende apresentar os resultados de um projeto LAA desenvolvido pela Biblioteca Municipal de Silves – L.E.R. Cãofiante. O projeto decorreu durante dois anos com crianças que estavam a iniciar o 1º ciclo. Participaram 52 crianças integrando 3 grupos: um grupo de controlo sem intervenção (G1), dois grupos de intervenção sendo que um só participou no 1º ano (G2) e o outro participou nos 2 anos (G3). No início, a meio (final do 1º ano) e no final do 2º ano da intervenção as crianças responderam a um questionário onde se caracterizou a sua motivação e as emoções vivenciadas face à leitura. Uma ANOVA para medidas repetidas permitiu‐nos constatar a existência de diferenças entre estes 3 grupos, sendo estas especialmente evidentes no Prazer face à leitura. Mesmo a comparação entre os dois grupos de intervenção, mostrou diferenças tanto na motivação como nas suas emoções, beneficiando as crianças que integraram o projeto durante os 2 anos. Os resultados serão discutidos mobilizando os referenciais teóricos da motivação intrínseca no sentido de analisar o potencial deste programa para o processo de internalização da motivação extrínseca.
Comunicação 2 – Efeitos do Programa “Educação Positiva ‐ Promoção do bem‐estar e da resiliência nos professores Luísa Fernandes, CIE‐ISPA | Francisco Peixoto, ISPA‐Instituto Universitário, CIE‐ISPA | Maria João Gouveia, ISPA – Instituto Universitário
Resumo: O presente estudo teve por objetivo averiguar o impacto do programa de formação “Educação Positiva – Promoção do bem‐estar e da resiliência nos professores”. Este Programa é uma adaptação do projeto europeu ENTREE ‐ ENhancing Teacher REsilience in Europe (2014), constituído por seis módulos temáticos: 1 –Resiliência; 2 – Construindo relações; 3 – Bem‐estar emocional; 4 – Gestão do stresse; 5 – Ensino eficaz e 6 – Gestão da sala de aula; acrescido de um novo módulo de cariz nuclear ‐ Educação para o bem‐estar. O estudo utilizou um delineamento quase‐experimental, com Pré‐teste e Pós‐teste utilizando um grupo de controlo. Participaram no estudo 67 professores (18 no grupo
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experimental e 49 no grupo de controlo) do Ensino Pré‐escolar ao Ensino Secundário. Para avaliar o impacto do programa foram utilizadas as seguintes escalas: Multidimensional de Resiliência em Professores; Compromisso do Professor com a Profissão; Resiliência em Professores; Autoeficácia dos Professores; Contexto Social; Suporte Escolar; Bem‐estar no Trabalho; Balanço Afetivo ‐ SPANE e Significado do trabalho. A análise das propriedades psicométricas das medidas aplicadas revelou que os instrumentos apresentam valores aceitáveis (Alfa de Cronbach variando entre 0,75 e 0,93 no pré‐teste e entre 0,80 e 0,95 no pós‐teste). O grupo experimental foi sujeito ao Programa de 18 horas de duração, distribuído por 9 sessões, de duas horas cada, uma vez por semana. No colóquio serão apresentados resultados da comparação entre o pré‐teste e o pós‐teste e entre os dois grupos, com o recurso a análises de variância de medidas repetidas. Comunicação 3 ‐ Competências socioemocionais em estudantes brasileiros e portugueses: um estudo comparativo
Mara de Souza Leal, Universidade de São Paulo / Universidade do Minho | Lucy Leal Melo‐Silva, Universidade de São Paulo | Maria do Céu Taveira, Universidade do Minho
Resumo: As competências socioemocionais estão relacionadas ganhos positivos nos mais diversos aspectos da vida. De modo que, no contexto escolar, a promoção dessas competências têm sido cada vez mais incentivada como forma de auxiliar o desenvolvimento integral dos alunos. Este estudo compara competências socioemocionais de alunos brasileiros e portugueses, de ambos os sexos. Participaram do estudo 165 alunos brasileiros, 44.2 % meninos e 55.8% meninas e 162 alunos portugueses, 55.6% rapazes e 44.4% raparigas, com idades entre 14 e 18 anos ( M = 15.65; D. P. = .98). Para medir as competências socioemocionais no contexto escolar foi utilizado o SENNA, instrumento brasileiro organizado com base no Big Five. O SENNA avalia as dimensões: (a) conscienciosidade, relativo a atitudes de responsabilidade; (b) abertura a novas experiências, referente à curiosidade; (c) amabilidade, que inclui comportamentos de cooperação; (d) estabilidade emocional, referente a capacidade de autocontrole; e (e) extroversão, relativa a sociabilidade. O instrumento foi aplicado em sala de aula por psicólogas, no contexto brasileiro e no contexto português. Foi realizado um teste t para amostras independentes para verificar possíveis diferenças de médias entre os grupos. Os resultados indicaram que os brasileiros apresentam maior conscienciosidade (t(325) = ‐2.396; p =.017) e que os portugueses apresentam maior estabilidade emocional (t(325) = 2.984; p =.003). Esses resultados sugerem que os alunos brasileiros parecem ser mais organizados e centrados nas suas tarefas que os alunos portugueses, por outro lado, os alunos portugueses parecem ser mais calmos e estáveis emocionalmente no contexto escolar que os alunos brasileiros. Comunicação 4 ‐ Desenvolvimento das relações interpessoais em contexto de sala de aula: Proposta de um programa para os alunos do 1º Ciclo do EB
Patrícia Pacheco, Lourdes Mata, Francisco Peixoto, José Castro Silva, ISPA‐Instituto Universitário, CIE‐ISPA Maria João Gouveia, ISPA‐Instituto Universitário
Resumo: Esta comunicação tem como principal objetivo a apresentação do programa HOPEs e de alguns resultados da sua implementação com um grupo de professores do 1º ciclo do EB. Este programa parte da premissa de que as emoções estão presentes no nosso quotidiano, bem como no contexto escolar e, por isso, a competência emocional desempenha um papel importante no bem‐estar, na aprendizagem e no ensino. O programa propõe um conjunto de princípios, métodos e técnicas que visam apoiar os professores no desenvolvimento destas competências na sala de aula, e assenta nos quadros teóricos da Psicologia Positiva e Educação para os Valores com contributos da Broaden and Build Theory e decorre do desenvolvimento do Projecto HOPEs (Happiness, Optimism, Positivity and Ethos in schools). A implementação do programa é apoiada por três materiais – Currículo, Manual do Professor e Manual do aluno ‐ abordando 5 temáticas: Emoções Positivas, Valores e Pontos Fortes, ‘Projeto de Vida Positivo’, ‘Coping Positivo’ e ‘Relações Positivas’. O Currículo apresenta a fundamentação teórica promovendo reflexão sobre os temas. O Manual do professor apresenta estratégias, atividades, materiais para desenvolver em sala de aula. O Manual do aluno integra os materiais para a concretização dessas atividades. Apresentaremos os resultados da implementação do programa com um grupo de 11 professores do 1º ciclo, no que se refere à sua perceção de eficácia para abordar estes tópicos na sala de aula. Estes resultados apontam no sentido de que o programa HOPEs pode ser uma ferramenta válida no apoio à ação do professor. Comunicação 5 ‐ Partilhar ou não partilhar, eis a questão. Um estudo sobre as motivações para a partilha em idades pré‐escolares
Sara Delgado, ISPA‐Instituto Universitário | Sofia Menéres, ISPA‐Instituto Universitário, APPsyCI‐Applied Psychology Research Center Capabilities & Inclusion | Carla Sebastian, Universidad de la Rioja | Marta Castel‐
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Branco, SPA‐Instituto Universitário | Lígia Monteiro, Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE‐IUL) Resumo: Apesar do crescente número de estudos sobre a emergência e desenvolvimento dos comportamentos pró‐sociais, ainda não é claro quais as motivações que, em idades pré‐escolares, subjazem ao comportamento de partilha, como é que as crianças partilham recursos em diferentes situações de necessidade e, de que modo, estas motivações e comportamentos de partilha variam em função da idade. O presente estudo teve como objetivos investigar: (a) as motivações subjacentes ao comportamento de partilha (mais genuína, assente numa ‘aversão à desigualdade’, ou estratégica, associada a questões de reputação e reciprocidade); (b) se as crianças variam na forma como partilham recursos, em função da necessidade do outro (“rico” ou “pobre”); e (c) se as motivações e forma como as crianças partilham variam em função da idade. Participaram neste estudo 74 crianças, com idades entre os 3 e os 6 anos. O comportamento de partilha foi avaliado através do Jogo do Ditador, no qual as crianças partilharam autocolantes com uma criança conhecida, presente na sala, uma criança que não conheciam, de quem viram apenas uma fotografia, com uma criança que tinha muitos autocolantes e com uma criança que tinha apenas um autocolante. As crianças manifestaram tendencialmente uma motivação genuína nos seus comportamentos de partilha (não diferiram na forma como partilharam com as crianças presentes e ausentes). As crianças mais velhas partilharam mais com quem tinha apenas um autocolante do que as mais novas. Os presentes resultados trazem implicações para a compreensão e promoção do comportamento de partilha e investigações futuras.
Fim