COMO AS EMPRESAS ABORDAM AS QUESTÕES VINCULADAS À FILOSOFIA
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ANDERSON CONZATTI
NION MARON DRANSFELD
COMO AS EMPRESAS ABORDAM AS QUESTÕES VINCULADAS À FILOSOFIA
JOINVILLE – SC
2010
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC
CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL – DEC
ANDERSON CONZATTI
NION MARON DRANSFELD
COMO AS EMPRESAS ABORDAM AS QUESTÕES VINCULADAS À
FILOSOFIA
Trabalho apresentado à disciplina de
Filosofia do curso de Engenharia Civil.
Professor(a): Marilene Gerent
JOINVILLE – SC
2010
RESUMO
Esta pesquisa buscou estabelecer as relações entre Filosofia e o trabalho nas
empresas. Ou seja, tenta esclarecer o conceito de Filosofia empresarial no âmbito da
cultura, missão, visão, e valores das empresas.
Após a conceituação de trabalho é abordada uma pesquisa de campo aonde foi
entrevistada a empresa Smart Consultoria Jr. Cujo objetivo foi demonstrar seus
princípios e ideais com as questões filosóficas.
PALAVRAS-CHAVE: Filosofia Empresarial. Missão Empresarial. Alienação na produção
e no consumo.
ABSTRACT
This study aimed to establish the relationship between philosophy and
work in companies. That is, attempts to clarify the concept of philosophy within
the business culture, mission, vision and values of companies.
After conceptualizing the content, addresses a research field where the
company was interviewed Smart Consultoria Jr. Whose goal was to
demonstrate its principles and ideals with the philosophical issues.
KEYWORDS: Corporate Philosophy. Mission. Alienation in the production and
consumption.
SÚMARIO
INTRODUÇÃO _________________________________________________ 5
1 VISÃO FILOSOFICA SOBRE O TRABALHO ________________________ 6
1.1 ORIGEM DA PALAVRA TRABALHO ................................................... 6
1.2 TRABALHO (VISÃO DE HEGEL) ........................................................ 6
1.3 INFLUENCIAS DOS FILOSOFOS ....................................................... 7
1.4 INFLUÊNCIAS DA ORGANIZAÇÃO (IGREJA CATÓLICA) ...................... 7
2.0 UMA NOVA VISÃO DE TRABALHO _____________________________ 8
2.1 REVOLUÇÃO INDUSTRIAL .................................................................... 8
2.2 ALIENAÇÕES NA PRODUÇÃO ............................................................... 8
2.3 ALIENAÇÃO NO CONSUMO ................................................................... 9
3.0 EMPRESAS E AS QUESTÕES FILOSÓFICAS EM SUA ADMINISTRAÇÃO
____________________________________________________________ 10
3.1 VISÃO E MISSÃO DAS EMPRESAS ..................................................... 10
3.2 PESQUISA DE CAMPO ......................................................................... 10
3.3 QUESTIONÁRIO .................................................................................... 11
CONCLUSÃO__________________________________________________ 6
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS _________________________________ 7
INTRODUÇÃO
O século XIX termina com a evidência de que o homem não mais se
autocompreende sem a alusão ao trabalho. A realização do homem moderno
depende grandemente da sua vinculação ao trabalho, uma vez que este passa
a ser ao mesmo tempo fator de sobrevivência, de humanização, de integração
social e de utilidade social.
E é ai, nesse contexto que surge o consumo exagerado, a alienação no
trabalho, enfim problemas decorrentes desse processo de industrialização.
Com isso se torna importante conhecer a evolução do trabalho ao longo do
tempo e como ele é abordado atualmente nas empresas.
1 VISÃO FILOSOFICA SOBRE O TRABALHO
1.1 ORIGEM DA PALAVRA TRABALHO
Consultando Astrada (1968, p.32), a ascendência etimológica do trabajar
castelhano como a do travailler francês e do travagliare italiano é o vocábulo
latino tripaliare, do substantivo tripalium, aparelho de tortura, formado por três
paus onde, em geral, eram atados os condenados (gladiadores do circo
romano e escravos). Logo se percebe que trabalho significava estar submetido
à tortura.
Portanto, o trabalho, desde sua origem etimológica referia-se ao sofrimento
do indivíduo, logo, segundo Santos (2000, p.43) “... o trabalho teve como
significado primeiro o de castigo, tortura, tormento, sofrimento.”.Para o autor
“...a noção negativa de trabalho já havia sido referida no livro Gênesis, II, 19,
na Bíblia, onde está escrito: „comerás o teu pão com o suor do teu rosto, até
que voltes à terra de que foste tirado; porque és pó, e em pó te hás de tornar‟‟.
A valorização positiva do trabalho emerge primordialmente na Europa, já na
modernidade. “É sabido que a valorização positiva do trabalho começa na
idade moderna, e é Hegel que, na instância filosófica, dá-lhe carta de
cidadania.” (Astrada, 1968, p.32).
1.2 TRABALHO (VISÃO DE HEGEL)
Ao ler sobre Hegel se percebe que o conceito de trabalho está
relacionado ao de Espírito. Segundo o artigo “O trabalho como essência do
homem” publicado por ANDRÉ LANGER. Hegel chama de trabalho a atividade
espiritual pela qual o Espírito se opõe a um dado exterior para se conhecer a si
mesmo, se inventa diversos obstáculos exteriores para se obrigar a descobrir
suas potencialidades. O Espírito trabalha, pois, sem cessar até o fim da
História. Dessa forma o trabalho é o mediador entre a natureza e o Espírito.
Pelo trabalho o homem destrói o natural e se faz sempre mais humano.
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1.3 INFLUENCIAS DOS FILOSOFOS
O modo de trabalho está muito ligado ao pensamento do individuo em sua
época e ao tipo de política existente. Logo falar em trabalho implica
essencialmente em falar de Sócrates, Platão, e Aristóteles. Pois eles abriram
novas correntes de pensamentos. Afetando toda uma política em suas épocas
e posteriormente.
Discípulo de Sócrates, Platão (aproximadamente 429 a.c) analisou os
problemas políticos e sociais decorrentes do desenvolvimento social e cultural
do povo Grego. Já Aristóteles impulsionou e abriu novas perspectivas do
conhecimento humano. No aspecto político ele escreveu “Política”, e distinguiu
o estado em três formas de administração pública. O que veio a implantar
novas concepções nas políticas em sua época, afetando assim toda uma
população.
1.4 INFLUÊNCIAS DA ORGANIZAÇÃO (IGREJA CATÓLICA)
Segundo CHIAVENATO, a Igreja Católica estruturou a sua organização
com uma hierarquia de autoridade e a coordenação funcional para assegurar
integração. Isso afetou todo um pensamento. Pois ela pregava que através de
muito trabalho é que se chegava ao céu. E outras coisas que moldaram os
modos de produção da época. Em seu livro (p. 19) CHIAVETATO diz que “ A
estrutura da organização eclesiástica serviu de modelo para muitas
organizações que incorporaram seus princípios e normas administrativas”
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2.0 UMA NOVA VISÃO DE TRABALHO
2.1 REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Como se sabe de 1736 a 1819 surgiu uma nova concepção de trabalho
que modificou plenamente a estrutura social e comercial da época.
Dentro desta concepção o homem que usava o músculo para realizar
certas tarefas, como plantar, fazer vestimentas, passou a usar a mecanização.
Ou seja, houve uma transferência da habilidade do artesão para a máquina,
que passou a produzir como maior rapidez, maior quantidade e melhor
qualidade, possibilitando a redução nos custos de produção.
Com isso veio a especialização do trabalhador, o crescente domínio da
industria pela ciência, transformações radicais nos transportes e comunicações
e muitas outras conseqüências. Assim a revolução Industrial provocou
profundas modificações na estrutura empresarial e econômica da época. E foi
ai aonde surgiu a organização e a empresa moderna.
2.2 ALIENAÇÕES NA PRODUÇÃO
A definição de “alienação” é muito polêmica. Pode-se pensar em sua
origem, desde o judaísmo, o cristianismo, podendo mesmo encontrar referência
deste termo na bíblia. Segundo Santos (1982, p.10), a palavra “alienar” vem do
latim alienare, de alienus, que significa “que pertence a um outro”. Alienar é,
portanto, transferir para outrem o domínio de, é tornar alheio. Para Santos
(1982, p.11) alienado é “...escravo das coisas e dos progressos da humanidade
que se voltam contra eles, (...) vítima de condições externas (econômicas,
políticas e sociais), (...) despedaçado.”
Consultando um texto (Obs.:sem identificação do Autor ) ele nos diz o
que Max acha sobre o trabalho e a alienação:
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“...o trabalho produz coisas boas para os ricos, mas
produz a escassez para o trabalhador. Produz
palácios, mas choupanas para o trabalhador. Produz
beleza, mas deformidade para o trabalhador.
Substitui o trabalho por máquinas, mas encaminha
uma parte dos trabalhadores para um trabalho cruel
e transforma os outros em máquinas. Produz
inteligência, mas também produz estupidez e a
cretinice para os trabalhadores.”(Marx, 2003, p.113).
Com esta frase de Marx acima, temos um resumo de tudo o que significa
alienação e como ela esta voltado para o trabalho.
2.3 ALIENAÇÃO NO CONSUMO
Podemos dizer que consumo é o ato da sociedade adquirir algo para a
sua necessidade. Consumir é comprar algo para satisfazer um desejo.
O consumo de certa forma favorece a economia, pois se há um índice
elevado de consumo podemos aumentar as exportações, já que outros países
estão importando do nosso país. As exportações e importações simplesmente
param se não houver consumo. Para as empresas, é necessário que haja um
alto consumo, já para o consumidor caso ele não seja equilibrado, o alto
consumo pode gerar sérios prejuízos.
Segundo Engel (2000), “o consumismo possui um lugar fundamental na
economia capitalista passando a impressão de gerar prazer e satisfação, tendo
como realidade a insatisfação.” A maioria das pessoas acaba se endividando
por causa do consumismo alienado. Quando o consumismo se torna alienado,
ele gera vários fatores negativos, pois ao invés de comprar algum bem, a
pessoa acaba comprando dívidas. A televisão, internet e o rádio são meios que
induzem e influenciam as pessoas a consumirem excessivamente. As pessoas
consumistas compram os produtos sem precisar do mesmo, muitos acabam
comprando e nunca usam.
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3.0 EMPRESAS E AS QUESTÕES FILOSÓFICAS EM SUA
ADMINISTRAÇÃO
3.1 VISÃO E MISSÃO DAS EMPRESAS
A idéia de visão está associada com o futuro. Visão de uma empresa é a
visão que ela tem de seu futuro. Ou seja, seria sua aspiração dentro de um
horizonte de tempo. Em outras palavras poderia ser uma cultura corporativa,
um negócio, uma tecnologia, ou uma atividade desejada no futuro.
O conceito de visão e a missão não são efetivamente iguais e que
estejam inteiramente relacionados. A visão diz respeito a uma situação futura,
enquanto que a missão costuma referir-se ao presente. Ou seja, está mais
relacionado como a forma de nos comportarmos.
Missão engloba quatro elementos: finalidade (a razão de existir da
empresa), estratégia (a posição competitiva e a competência distinta), valores
(aquilo que a empresa acredita) e padrões e comportamentos.
3.2 PESQUISA DE CAMPO
O nosso trabalho de campo constituiu em uma entrevista numa empresa
de consultoria. A Smart consultoria JR. Ela é uma associação que presta
serviços de consultoria à micro, pequenas e médias empresas, ajudando a
maximizar a produção e assim propondo vários tipos de soluções para as
empresas.
A gente buscou ver a visão dentro desta empresa e a visão dela, sobre
as outras empresas. Pois ela teve como clientes, grandes companhias, como
Docol e Tigre.
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3.3 QUESTIONÁRIO
Abaixo segue a entrevista com o diretor geral Wagner Augusto Krelling que
representa a Smart Consultoria;
1) O que é a Smart Consultoria Jr.?
Smart: É uma empresa formada e administrada por estudantes do curso
de Engenharia de Produção e Sistemas da UDESC - Joinville, e visa
proporcionar aos estudantes a oportunidade de colocar em prática os
conhecimentos adquiridos durante o curso de graduação, ampliando o espírito
empreendedor dos jovens.
Contribuímos com a sociedade através da prestação de serviços, sempre com
a orientação de professores especializados, garantindo assim a qualidade de
nossos serviços. O custo dos projetos é bem reduzido, especialmente quando
comparado ao restante do mercado, tornando-os acessíveis à qualquer
empresa ou até pessoa física. Além disso, procuramos sempre colaborar com
projetos de âmbito social, intensificando assim o lado humano de nossa equipe.
2) Qual é a Missão da empresa?
Smart: Proporcionar aos acadêmicos do curso de engenharia de
produção e sistemas da UDESC o desenvolvimento e a aplicação do seu
potencial, tornando-os profissionais mais qualificados para o mercado de
trabalho, além de contribuir para o desenvolvimento das micro, pequenas e
medias empresas da região de Joinville.
3) Qual é a visão da empresa?
Smart: Até o final de 2010 eles querem ser reconhecidos como uma
empresa júnior de referência, no Estado, com clientes fidelizados e com uma
gestão do conhecimento estruturada.
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4) Vocês prezam por alguns valores?
Smart: Iniciativa, ética, busca pela excelência, responsabilidade social,
comprometimento, respeito, união e confiança.
5) Qual é o objetivo da empresa?
Smart: Proporcionar aos acadêmicos do curso de engenharia de
produção e sistemas da UDESC o desenvolvimento e a aplicação do seu
potencial, tornando-os profissionais mais qualificados para o mercado de
trabalho, além de contribuir para o desenvolvimento da sociedade e empresas
da região de Joinville.
6) O que ela proporciona para os alunos da UDESC?
Smart: A Smart é uma forma de os acadêmicos ganharem experiência
para o futuro. Essa experiência acontece tanto na área da Engenharia de
Produção, como principalmente na questão de maturidade e experiência
pessoal, coisa que facilita muito para conseguir um estágio e já estar preparado
e ambientado no mundo empresarial.
7) Tem políticas de motivação para atrair alunos ?
Smart: A principal motivação que buscamos passar aos alunos é a
oportunidade que ele têm de aprendizado. Pra isso oferecemos cursos
regularmente, incentivamos o estudo individual, realizamos projetos para
empresas nos quais os próprios membros os realizam, com isso têm um
aprendizado muito grande. Ações mais específicas de motivação, é a
realização de confraternizações buscando uma maior integração entre os
membros, além da premiação dos três membros que mais se destacarem no
mês.
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8) Como a empresa trabalha as relações inter pessoais?
Smart: Não existe nenhuma ação específica para essa questão, pois
existe uma ótima relação inter-pessoal entre os membros atualmente.
9) O que vocês esperam dos seus funcionários (caso alunos) ?
Smart: Esperamos que tenham iniciativa, comprometimento e que
busquem sempre desenvolverem a empresa, pois assim eles mesmos estarão
se desenvolvendo e criando um ambiente propício ao aprendizado.
10) Como a Smart é uma consultoria. O que ela acha sobre as políticas de
motivação existentes nas outras empresas?
Smart : Não tenho muito conhecimento sobre políticas de motivação de
outras empresas. Conheço apenas outras Empresas Juniores, as quais tem
uma política de motivação parecida com a da Smart, buscando sempre
reconhecer os membros que se destacam, e procurando propiciar um ambiente
em que seja possível o desenvolvimento pessoal de todos os membros.
CONCLUSÃO
Dessa forma podemos concluir que o significado de trabalho mudou
muito durante os séculos. Conforme o desenvolvimento de seu povo. No
entanto hoje na minha visão, trabalho é a realização de algo que proporcione
prazer e felicidade para o individuo e que gere satisfação para ela.
Ao fazer o trabalho também chegamos a determinação de que sem o
consumo da população, as empresas e profissionais não sobreviveriam. E é
através das propagandas que as pessoas se tornam cada vez mais alienadas
ao consumo, pois querem ter todas as coisas que a mídia apresenta e se
tornam viciadas em compras.
Outro aspecto relevante em todo esse processo seria a cultura. Porque
ela é que molda os hábitos das pessoas e até intervém no formado constituinte
de uma empresa. Afetando assim suas metas, visões, enfim toda sua filosofia.
Um exemplo seria os profissionais que desejam exportar, devem conhecer a
cultura dos outros países e saber o que vai satisfazer as necessidades e
desejos das pessoas do exterior. Ou seja, conhecer a cultura dos países que
irão consumir é de grande importância para o negocio.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASTRADA, Carlos. Trabalho e alienação: na fenomenologia e nos
manuscritos. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1968.
CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral Da Administração. 2ª edição.Editora
Campus. Rio de Janeiro,2000.
ENGEL, James F.; BLACKWEL, Roger D.; MINIARD, Paul W.
Comportamento do consumidor. Rio de Janeiro: LTC Editora, 2000.
MÁTTAR, João. Filosofia e Administração. São Paulo: Ed. Makron Books,
1997.
SANTOS, João Bosco Feitosa. O avesso da maldição do gênesis: a saga de
quem não tem trabalho. São Paulo: Annablume, 2000.
Sites Pesquisados
http://www.flexibilizacao.ufba.br/MonografiaBruno.pdf. Acesso 08/06/01 ás
18:30
http://vinculando.org/brasil/conceito_trabalho/trabalho_essencia_homen.html .
Acesso 10/06/01 ás 9:30