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Introdução O Mapa de Raciocínio 1 é uma documentação progressiva da forma de raciocínio durante a exe- cução de um trabalho ou projeto. Ele deve documentar: A meta inicial do projeto (objetivo inicial) As questões às quais a equipe precisou responder durante o desenvolvimento do projeto O que foi feito para responder às questões Respostas às questões Novas questões, novos passos, novas respostas. Para ser efetivo, o Mapa de Raciocínio deve possuir as seguintes características: Apresentar todas as atividades paralelas desenvolvidas durante a execução do projeto. Mostrar a relevância das perguntas formuladas, ferramentas utilizadas e atividades realizadas para o alcance da meta inicial do projeto. Apresentar a identificação da etapa do DMAIC correspondente a cada parte do projeto. Apresentar referências aos documentos que contêm o detalhamento dos dados e do uso de ferramentas necessárias ao desenvolvimento do projeto (utilizadas para responder às pergun- tas constantes no Mapa de Raciocínio). Esses documentos podem ser integrados ao mesmo sob a forma de anexos. Apresentar símbolos, fontes, formatos ou cores distintos, com o objetivo de destacar os dife- rentes elementos do mapa: perguntas, respostas, referências aos documentos que justificam as respostas, etapas do DMAIC e caminhos paralelos seguidos dentro de cada etapa. A seguir são identificados os principais benefícios do uso do Mapa de Raciocínio 2 : Permite a documentação de informações que, muitas vezes, são de conhecimento apenas da equipe responsável pelo desenvolvimento do projeto. Em outras palavras, torna possível a retenção, na empresa, do conhecimento gerado e serve como fonte de consulta para o de- senvolvimento de projetos similares, o que pode evitar duplicidade de esforços. A natureza evolutiva do Mapa de Raciocínio força os responsáveis pela condução do projeto a questionar a lógica de seu pensamento e de suas análises e ações, tendo em vista a meta a ser atingida. Pode constituir a base de uma apresentação do projeto que está sendo desenvolvido para colegas, pessoas de outras áreas funcionais da empresa, gestores, fornecedores e clientes. Como Construir o Mapa de Raciocínio de um Projeto Lean Seis Sigma Cristina Werkema

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Introdução

O Mapa de Raciocínio1 é uma documentação progressiva da forma de raciocínio durante a exe-

cução de um trabalho ou projeto. Ele deve documentar :

• A meta inicial do projeto (objetivo inicial)

• As questões às quais a equipe precisou responder durante o desenvolvimento do projeto

• O que foi feito para responder às questões

• Respostas às questões

• Novas questões, novos passos, novas respostas.

Para ser efetivo, o Mapa de Raciocínio deve possuir as seguintes características:

• Apresentar todas as atividades paralelas desenvolvidas durante a execução do projeto.

• Mostrar a relevância das perguntas formuladas, ferramentas utilizadas e atividades realizadas

para o alcance da meta inicial do projeto.

• Apresentar a identificação da etapa do DMAIC correspondente a cada parte do projeto.

• Apresentar referências aos documentos que contêm o detalhamento dos dados e do uso de

ferramentas necessárias ao desenvolvimento do projeto (utilizadas para responder às pergun-

tas constantes no Mapa de Raciocínio). Esses documentos podem ser integrados ao mesmo

sob a forma de anexos.

• Apresentar símbolos, fontes, formatos ou cores distintos, com o objetivo de destacar os dife-

rentes elementos do mapa: perguntas, respostas, referências aos documentos que justificam as

respostas, etapas do DMAIC e caminhos paralelos seguidos dentro de cada etapa.

A seguir são identificados os principais benefícios do uso do Mapa de Raciocínio2:

• Permite a documentação de informações que, muitas vezes, são de conhecimento apenas da

equipe responsável pelo desenvolvimento do projeto. Em outras palavras, torna possível a

retenção, na empresa, do conhecimento gerado e serve como fonte de consulta para o de-

senvolvimento de projetos similares, o que pode evitar duplicidade de esforços.

• A natureza evolutiva do Mapa de Raciocínio força os responsáveis pela condução do projeto

a questionar a lógica de seu pensamento e de suas análises e ações, tendo em vista a meta a

ser atingida.

• Pode constituir a base de uma apresentação do projeto que está sendo desenvolvido para

colegas, pessoas de outras áreas funcionais da empresa, gestores, fornecedores e clientes.

Como Construir o Mapa de Raciocíniode um Projeto Lean Seis Sigma

Cristina Werkema

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• Facilita o entendimento do projeto por pessoas que não participam da equipe. Por meio do

Mapa de Raciocínio, é mais fácil entender:

- Por que e como foram coletados os dados;

- As análises realizadas, as interpretações dos resultados e as conclusões daí decorrentes;

- Que perguntas ainda necessitam ser respondidas;

- Quais são os resultados não conclusivos;

- Os aspectos do trabalho que estão fora da área de influência direta e imediata da equipe e

necessitam de suporte dos níveis gerenciais.

• O Mapa de Raciocínio favorece contribuições (novos conhecimentos e idéias) de pessoas

que não fazem parte da equipe responsável pelo trabalho, já que o entendimento do projeto

fica facilitado.

É importante que a equipe responsável pelo projeto tome cuidado para não cometer os seguin-

tes erros no uso do Mapa de Raciocínio:

• Tratá-lo como um documento estático, elaborado no início do projeto e depois abandonado.

A principal característica da ferramenta é o seu caráter dinâmico, ou seja: ele deve ser um

documento evolutivo, que funciona como um diário de bordo do trabalho. O Mapa de Racio-

cínio deverá registrar, em tempo real, as perguntas a serem respondidas e os novos conheci-

mentos adquiridos na busca das respostas a essas perguntas, durante o desenvolvimento do

projeto.

• Redigir as perguntas, respostas e atividades realizadas de maneira confusa ou deixar de apresentá-

las. Esse erro compromete a utilidade do Mapa de Raciocínio como uma ferramenta cuja fun-

ção é facilitar o questionamento da lógica do raciocínio, das análises e das ações adotadas.

• Transformá-lo na única documentação do projeto, sobrecarregando-o com dados, gráficos e

análises detalhadas. Essa parte do trabalho deve estar registrada em outros documentos e o

Mapa de Raciocínio deve fazer referência a eles, quando apropriado.

A ferramenta Mapa de Raciocínio será ilustrada a seguir3,4.

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A partir dos Diagramas de Pareto dos anexo H.I, I.I e J.I, é possível concluir que as

metas prioritárias são suficientes para levar ao alcance da meta incial:

• Reduzir em 70% as perdas de produção por parada de linha na Fábrica 1, por

atraso na importação de polímeros, até o final do ano.

- Redução 1 = 0,7 x 3.214,56 = 2.250,19 toneladas (anexo1.1).

• Eliminar perdas de produção parada de linha na Fábrica 1, por falta de ordem

de fabricação de reagente, até o final do ano.

- Redução 2 = 1.899,65 toneladas (anexo H.1).

• Eliminar a ocorrência de produções com viscosidade elevada, até o final do ano.

- Redução 3 = 939,93 toneladas (anexo J.1)

• Total da redução = 2.250,13 + 1.899,65 + 939,93 = 5.089,77 toneladas.

• Como 5.089,77 = 0,6173 x 8.245 (8.245 toneladas representam as perdas de

produção por parada de linha em 2000 - anexo C.1), se as três metas prioritárias

forem alcançadas, as perdas de produção por parada de linha na Fábrica I serão

reduzidas em 61,73% e a meta inicial será superada.

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Comentários e referências

1. A autora foi apresentada à ferramenta Mapa de Raciocínio pela consultora Cheryl Hild, da

empresa Six Sigma Associates, durante treinamento ministrado para candidatos a Black Belts

do Grupo Brasmotor, em 1997.

2. Os principais benefícios e possíves erros no uso do Mapa de Raciocíonio são discutidos em

detalhes por Cheryl Hild, Doug Sanders e Bill Ross, “The Thought Map”, Quality Engineering,

12(1), 1999-2000, pp.21-27.

3. Gostaria de agradecer aos candidatos a Black Belts Roberto Arno Gruhl (Embraco) e

Mário César Nascimento (Multibrás), cujos projetos acompanhei, na qualidade de

Coordenadora do Programa Seis Sigma da Fundação de Desenvolvimento Gerencial (FDG),

por terem me dado a oportunidade de conhecer melhor a estrutura dos processos que

embasam parte deste exemplo.

4. Os Mapas de Raciocínio, dados, gráficos, cálculos, situações, análises e conclusões apresentados

no exemplo foram criados pela autora, a partir de sua experiência como consultora de

várias empresas, mas não podem ser atribuídos a nenhuma delas em particular.

Cristina Werkema é diretora do Grupo Werkema e autora das obras Criando a Cultura

Seis Sigma, Design for Six Sigma: Ferramentas Básicas Usadas nas Etapas D e M do

DMADV, Lean Seis Sigma: Introdução às Ferramentas Lean Manufacturing e Avaliação

de Sistemas de Medição (publicações da Série Seis Sigma), além de oito livros sobre

estatística aplicada à gestão empresarial, área na qual atua há mais de quinze anos.

(31) 3241-3090; [email protected].