Como Dirigir Reuniões

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    1/61

    CADERNOS DE

    ADMINISTRAÇAO PÚBLICA

    -

      5

    EU GENE R UDSEPP

    OMO DIRIGIR

    REUNiÕES

    FUND ÇÃO GETULIO

    V RG S

    SERViÇO

    DE

    PUBLlCAÇOES

    RIO

    DE JANEIRO - GB - BRASIL -

      966

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

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    Direitos reservados da

    Fundação

    Getúlio

    Vargas

    Praia de Bota1ogo, 186 - Rio

    de

    laneiro - GB - ZC-02 - Brasil

    I

    idição

    2

    edição

    outubro de 1955

    agôsto de 1966

    ©

    Copyright da

    Fundação

    Getúlio Vargas

    bü-JOJ31

    -

    /4.- - (.,

    FI .S - Serviço de Publicações - Diretor.

    Le técnica de Denis Cordeiro Policani

    õ

    capa

    de Sérgio

    Fragoso

    õ

    composto e Impresso na Gráfica

    Editôra

    Livro S.A •

    em linotipo

    37

    baskerville

    10/12

    soore papel bouffant creme, nacional,

    com linhas d'água, 80

    g / m ~

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

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      PRESENT ÇÃO

    Como temos frisado em diversas ocasiões, a

    finalidade

    prin-

    cipal dos Cadernos de Adm ínistração Pública é constituir,

    em

    língua

    portuguêsa

    um

    acervo

    de

    textos especializados, necessário

    ao desenvolvimento dos estudos

    administrativos

    em

    nOsso país.

    Cumpre porém

    que

    o

    tratamento

    dispensado a cada tema seja

    efetivamente didático; e os temas, efetivamente escolhidos confor-

    me

    o interêsse mais

    imediato

    dos estudiosos

    de administração.

    luz dêsse critério, a Escola Brasileira -de Administração

    Pública

    escolheu

    uma

    pequena

    série

    de

    temas

    para

    serem

    tratados

    em

    outros

    tantos cadernos

    eminentemente

    didáticos, nos

    quais

    se

    examinassem com simplicidade, mas

    de

    forma esquemática e obje-

    tiva, assuntos

    de

    interêsse

    habitual para os

    alunos e

    para

    os estu-

    àiosos de administração em

    geral. Noutras

    palavras, êsses cadernos

    leveriam ser

    verdadeiros

    manuais pequenos guias

    para

    o estu-

    dante em relação a determinados problemas.

    Os temas escolhidos foram: a técnica de conduzir rru71iõrs

    ~

    métodos

    de

    estudo como fazer exames como escrever rrla-

    idrios a técnica

    de

    entrevista e a técnica

    de

    pesquisar. Selecio-

    nados tais assuntos, a

    EBAP

    trouxe ao Brasil o Prof.

    EllGENE

    RAUDSEPP jovem

    psicólogo

    estoniano

    hoje naturalizado americano,

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    V CADERNOS DE

    ADMINISTRAÇÃO

    PÚBLICA

    para

    elaborar os trabalhos correspondentes. E deixou-lhe

    ampla

    liberdade quanto aos aspectos de que deveria tratar em cada caso

    apenas recomendando-lhe que

    se

    ativesse na

    medida do

    possível

    8

    critério preestabelecido: - o de

    imprimir

    às

    memografias

    um

    cunho

    pragmático e finalístico o de dar-lhe feição didática o de

    t

    edigi-Ias como se redigisse

    manuais ProL RAUDSEl P

    desin

    cumbiu-se a contento da emprêsa e apresentou-nos

    uma

    coleção

    de opúsculos a que

    dentro

    da

    série mais geral dos

    Cadernos

    de Administração Públ.ica bem poderíamos

    dar

    o subtítulo de

    flcquena série dos l

    comas . Serão cinco os cadernos; eis os títulos:

    Como

    Dirigir

    Reuniões

    Como Entrevistar

    C 1l1

    Estudar e Fazer Exa17lcj

    Como

    Fazer Pcsqu isa.

    C l71 Elab01-m°

    Relatórios.

    Nesta ordem ou

    na que

    mais convier a seu tempo serão

    publicados tais cadernos. Hoje temos o prazer de apresentar o

    primeiro: Como

    Dirigir

    Reuniões.

    A publicação

    do

    Prof EUGENE

    RAUDSEPP

    virá satisfazer a

    necessidades reais e urgentes de duas classes de interessados lógicos:

    m estudantes da Escola Brasileira ele Administração

    Pública

    e ~

    administradores em atividade

    A preferência

    dada

    a êste

    Cade11lo -

    Como

    Dirigir

    Re1lniões

    - decorre

    do

    fato

    ele

    ser notória a incidência reinante nos meios

    brasileiros em matéria de condução de conferências e participação

    em debates.

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    COMO

    DIRIGIR REUNIÕES

    V

    Os obseryadores estrangeiros,

    particularmente os

    norte-ameri

    canos,

    não perdem oportunidade de manifestar sua

    estranheza

    diante

    dos métodos coloniais e mesmo

    infantis de direção

    e lide

    lança

    de reuniões e

    participação em

    debate, até

    hoje

    usados

    no

    Brasil.

    Cabe esclarecer que a palana rClllliiío está empregada aqui

    em sentido

    especial,

    equivalente

    ao

    de collferência para

    significar

    reunião

    de caráter finalístico que ,ise, por exemplo, a examinar

    um tema

    de interêsse geral

    do grupo ou

    a

    preyer

    medidas susce

    Ih"eis de afetar a instituição.

    o

    autor

    demonstra

    que

    a conferência

    é

    um

    dos métodos mais

    importantes

    de discussão,

    um

    dos mais eficazes meios de estabe

    lecer diretrizes, de tomar posições e de

    formular

    decisões. Mas

    ressalva (lue esta é a

    finalidade da chamada cOllferéllcia adminis-

    tra tiva

    pois

    distingue

    outros tipos"

    Exemplo:

    a conferência

    de

    treinamento, usada

    para

    transmitir informação e considerada em

    geral como superior

    t

    simples preleção, pois tem a

    virtude

    de

    r'lotivar mais

    iyamente

    o

    grupo.

    Depois dessa focalização

    introdutória da matéria,

    envereda

    ) autor pela an;í1ise ele seus pontos capitais: discute a influência

    do

    ambiente

    físico no

    perfeito

    desem"olvimento dos trabalhos;

    examina

    meticulosamentt

    a

    importância

    do fator liderança; sugere

    processos e métodos

    para permitir

    ao líder o

    desempenho

    satis

    f;ttôrio de suas funções, especialmente elas relativas à coordenação

    :0 trabalho;

    aponta

    cirClll1sl; \l1cias diversas, capazes de

    propiciar

    bons resultados ou, ao conlr

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    V

    CADERNOS DE

    AD \UNISTRAÇÁO

    PÚBLICA

    e finalmente, após haver examinado vários problemas de natureza

    formal, traça,

    em brilhante

    resumo, um roteiro de ação

    para

    os

    líderes de reuniões

    ou

    conferências administrativas.

    Desde

    que

    possuam

    as

    qualidades necessárias ao desempenho

    do papel de dirigentes dessa espécie de grupo - que se reúne

    para discutir,

    para examinar

    determinado assunto, para estabelecer

    orientação, para formular decisões, - os líderes de conferências

    al ministrativas encontrarão indicações utilíssimas nestas páginas.

    Mesmo em língua estrangeira, é relativamente pobre a lite

    ratura

    sÓbre o tema dêste Caderno Com a presente contribuição,

    está certa a EBAP de que, pelo menos, conseguiu ressaltar os

    a..'pectos básicos do tema e constituir um ponto de partida seguro

    e sugeMivo para quem pretenda aprofundar a análise de suas

    lmhas gerais,

    aqui

    esboçadas.

    BENEDICTO SILVA

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    INDI E

    presentação

    v

    1 -

    Introdução

    .

    II

    -

    Distinção

    entre os vários métodos de discussão 3

    - Tamanho do grupo 1

    V -

    O ambiente físico

    13

    V - Característ icas gerais

    da

    dirt ção de conferências 14

    V - Como evitar

    certos comport:lillcntos

    durante uma

    conferência 22

    V - A agenda

    ou

    plano 28

    V - A avaliação do êxito de uma conferência ou reunião

    36

    X - Qualidades

    gerais do

    líder

    41

    X - Sumário

    45

    Indicações bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    49

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      OMO IRIGIR

    REUNiÕES

    I INTRO UÇÃO

    Em

    nossa civilização a con

    ferência tornou-se

    um

    dos mé

    todos mais eficazes e mais fre

    qüentemente usados no proces

    so de formulação de política

    de

    fixar

    diretrizes. Conferência

    aqui significa o método

    por

    que

    se

    procura atingir

    decisões

    coletiyas através

    do

    debate ba-

    scaclo

    no

    propósito de coopera

    ção.

    Tem

    tido também largo

    liSO

    sempre que se torna ne

    cessário resolver problemas ou

    superar conflitos; mais recente:

    mente vem substituindo pouco

    a pouco a preleção Oll aula a

    oratória

    o

    debate propriamente

    dito. A conferência como mé

    Nota explicativa

    do

    Serviço Editorial da E B A P O têrmo líder

    neste ensaio. é

    tradução

    de

    igual vocábulo. usado

    pelo

    autor

    no

    original

    escri

    to

    em

    Iingua

    inglêsa. Em português a

    palavra

    líder de comum. carreia

    um

    certo sentido

    de

    chefe natura/.

    isto

    é.

    de

    dirigente

    que dirige sem tcr

    por

    base exclusivamente a

    autoridade

    formal e. ao

    contrário.

    utiliza a

    sua per

    sonalidade e

    empatia.

    também. para influir nos

    dirigidos.

    Ressalve-se. porém. que no presente

    Caderno

    nem sempre o sentido

    elo

    têrmo é exatamente êste; às vêzes o autor usa-o como correspondente da

    palavra inglêsa

    chairman.

    para

    significar apenas

    pessoa que

    preside à

    rcu

    t1lao Na

    tradução.

    manteve-se o nome líder eml riespeito ao

    original.

    b2m

    como por falta de um vocábulo que o pudesse substituir com vantagem.

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    2

    CADER:XOS DE

    ADMINISTRAÇÃO

    PÚBLICA

    todo está

    se tornando

    um dos

    meios de ação mais eficazes

    para

    tôda e

    qualquer

    organização.

    É fácil explicar por que o

    método da

    conferência tem lo

    grado

    tanto

    sucesso. Os grupos

    constituídos democràticamente

    verificaram que

    as

    decisões e

    diretrizes só alcançam

    êxito

    quando

    recebem o

    inteiro

    apoio

    dos que se encarregam de cum -

    pri-Ias e executáJas. É pela

    fusão de um

    grande

    número

    de pontos de vista experiências

    informações e sugestões que se

    formula uma política ou

    se

    chega a uma decisão

    que

    possa

    de fato ser eficaz. Vale dizer

    que uma política ser;i mais

    bem

    formulada

    por um grupo

    e até mais bem executada que

    por um

    líder.

    N este ensaio

    procuraremos

    apresentar

    alguns princípios ge-

    rais aplicáveis a tôda discussão

    em que esteja envolvido o pen

    samento em grupo. Atentare

    mos sobretudo para o

    papel

    que cabe ao líder porque do

    seu

    desempenho

    depende

    o

    i

    to de

    uma

    conferência. Muitos

    erros e fracassos ocorrem nos

    processos usados em conferên

    cias porque a aprendizagem

    LI

    técnica de dirigi-Ias tem sido

    feita através do

    método da

    experimentação pessoal de um

    modo

    empírico antes

    que

    pela

    aplicação de certos

    princípios.

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      DISTINÇÃO ENTRE OS

    VÁRIOS

    MÉTODOS

    DE

    DIS USSÃO

    o

    método de

    discussão cha

    mado conferência administra-

    tiva

    é o ideal

    para

    assegurar

    por meio cooperativo a solução

    de

    problemas práticos

    ou

    a for

    mulação de diretrizes. Comis

    sões e assessôres usam-no com

    grande vantagem

    quando

    têm

    de sintetizar pontos de vista e

    contribuições diversas

    em uma

    decisão

    que

    represente

    a polí

    tica do grupo e o habilite a

    agir como grupo. Um grupo

    de assessôres ou uma comissão

    tem

    um propósito definido um

    número de problemas específi

    cos

    para

    resolver um alvo em

    mira.

    A conferência proporcio

    na uma atmosfera propícia ao

    intercâmbio livre de informa

    ções idéias e experiências; con-

    tribui grandemente para a uni

    dade

    do

    grupo;

    enche seus

    membros

    de

    entusiasmo

    de

    esprit de corps

    Nela são

    externadas muitas idéias di

    versas

    uma

    das outras e a

    discussão resultante as aproxi

    ma diminui-lhes a rigidez ini·

    cial.

    No

    decurso dêste trabalho

    daremos atenção constante aos

    problemas

    referentes

    ao método

    de conferência

    administrativa.

    Mas antes e de

    imediato

    passa

    remós em revista os outros tipos

    de

    discussão.

    A maioria dos demais méto

    dos de discussão tem por fim o

    treinamento

    de grupos.

    Dêsses

    um

    dos mais antigos e usados

    é

    méto o

    de preleção Os

    cursos que o empregam usual-

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    4 CADER?\OS DE A D ~ I I N I S T R A Ç ~ O PÚBLICA

    mente

    começam de forma ele

    mentar

    e vão

    ganhando

    com

    plexidade

    à

    medida que

    avan

    çam em direção de

    um ponto

    predeterminado.

    A preleção

    é

    hoje

    em

    dia,

    complementada

    por

    debates em

    tôrno

    de seu

    assunto,

    por

    leituras e relatórios

    verbais dos alunos e

    em

    certas

    matérias, por exercícios de la·

    boratórios, demonstrações em

    classe e visitas. Tem-se verifi

    cado

    que

    o

    êxito

    da

    instrução

    é

    maior quando,

    ao concluir a

    preleção, têm os alunos oportu-

    nidade

    de discutir

    em

    grupo

    o

    que

    ouviram.

    O

    método da

    preleção tem

    pouco

    poder

    -

    muito

    menos

    que

    o da discussão em

    grupo

    -

    para transformar

    crenças e

    atitudes e levar à ação.

    Uma

    preleção

    pode despertar

    grande

    interêsse e impressionar; pode,

    mesmo,

    transformar

    motivações

    incliYicluais; mas

    raramente

    con

    duzid

    os

    que

    a ouvem a

    uma

    decisão, a

    sentir

    a necessidade

    de agir

    em um dado momento.

    A condição

    da

    pessoa

    que

    ouve

    uma

    preleção

    é

    em

    grande

    par

    te,

    uma

    condição passiva, em

    que

    permanece consigo mesma,

    psicologicamente isolada em

    si

    e com suas idéias.

    Não

    sente,

    assim, urgência

    ou

    necessida

    de de

    ir

    ao

    encontro

    de

    uma

    decisão. Aliás, vale

    mencionar

    que

    estudos sôbre

    °

    precon

    ceito e

    as

    atitudes sociais

    têm

    demonstrado que

    a educação,

    por

    si só,

    não reduz °

    pre

    conceito

    nem

    modifica

    as

    ati

    tudes de forma

    acentuada

    1

    ]ACOB LEVINE

    e

    ]OHN

    BUTTER

    concluíram,

    por

    meio

    de estudo

    experimental,

    que

    nem

    a apren

    dizagem

    nem

    a percepção cor

    reta

    causam, necessàriamente,

    uma atitude.

    Nesse estudo vi

    saram

    os

    autores

    responder

    a

    duas perguntas:

    a é

    a aquisi

    ção de conhecimento suficiente

    para levar um

    grupo

    de indi-

    1) B. SAMELSON Does Education Diminish Prejudice? , in Toumal

    o

    Social lssues 1945), n' 1. págs. a 13.

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    12/61

    COMO DIRIGIR

    RFTl\ ' IÕrS

    5

    \íduos

    a

    abandonar

    um

    padrão

    de comportamento socialmente

    indesejável?

    b

    é a decisão em

    grupo

    um

    método

    mais capaz,

    do

    que

    a preIeçãô, de causar

    modificação

    em

    um comporta

    mento?

    Os elementos reunidos para

    responder a essas

    perguntas

    de

    monstraram, de

    maneira

    clara,

    que

    a aquisição de conhecimen

    tos sôbre

    uma

    situaçãô

    não

    leva

    automàticamente à ação e

    que

    a decisão em grupo é mais

    eficiente que a preleção

    para

    destruir a resistência à mudan

    ça de

    atitude

    2 .

    Os indivíduos,

    quando

    em

    grupo, chegam mais fàcilmente

    a

    um

    decisão, a um

    ponto

    co-

    mum; e a participação

    no

    gru

    po, uma vez chegada a decisão,

    motiva-os todos, a um só tempo,

    para

    a ação. Revelam os estu-

    dos

    ele

    KURT LEWIN, de

    maneira

    muito clara, que o grupo é

    uma

    grande fôrça

    para

    destruir há

    bitos de

    pensar

    e agir,

    bem

    como

    para quebrar

    a resistên

    cia à

    mudança

    de atitude 3 .

    Compreende-se que se faça

    lima preleção para um

    grupo,

    se o assunto não é parte de

    seu cabedal de conhecimentos

    e experiências.

    e

    os

    membros

    do grupo estão de certa forma

    familiarizados com o assunto

    - por exemplo, em razão do

    tipo

    de

    trabalho que

    executam

    -

    vale muito mais, a expe

    riência o demonstrou, que se

    use a conferência como método

    de ins trução.

    O seminário,

    para

    os meios

    acadêmicos,

    é uma

    das formas

    mais eficientes do método de

    discussão em grupo. Pode pre

    ver-se com segurança que, em

    2)

    JACOB

    LEVINE

    e

    JOHN BUTTER,

    Lectul'e

    vs.

    Group Decision

    in

    Chan-

    ging Behavioi , in Journal

    of

    Applied Psychology

    (1952), n

    Q

    36,

    págs. 29

    a

    33.

    KURT LEWIN, Studies in Gl OUpS Decision in Gl oUfJ Dinamics (eds.

    Dorwin Cartwright e Alvln Zander, Row, Peterson Co., Nova

    York, 1953),

    págs.

    287 a 301.

    3)

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    13/61

    õ CADERNOS

    DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

    breve o seminário há de ser

    muito mais usado

    que

    hoje

    nOs colégios e faculdades. o

    entanto cumpre

    estar sempre

    consciente das limitações ele

    sua aplicabilidade. seminário

    poderá substituir a preleção

    como meio para a instrução

    somente

    quando os

    elementos

    do grupo possuem

    algum

    co

    nhecimento

    prévio

    do

    assunto

    que

    é

    ensinado.

    Aliás a fami

    liaridade com o assunto por

    parte dos

    membros

    elo

    grupo

    é em geral condição básica

    para que se possa usar o mé

    todo da

    conferência. Compre-

    ende-se assim seja a utilização

    do

    mesmo

    recomendável

    nOs

    meios acadêmicos quando

    se

    trate de estudantes de nível

    superior e quando já tenham

    um considerável acervo de co

    nhecimentos e experiências re

    lativamente

    aos temas versados.

    Nos grupos de seminário cad3

    indivíduo pesquisa e relata o

    tema

    que

    lhe foi distribuído

    ou que escolheu de uma lista.

    Depois disso o grupo inteiro

    discute e critica o

    relatório

    apresentado.

    Um

    seminário

    para que cumpra seus pro

    pósitos

    requer

    um líder hábil

    e versado no

    assunto em

    foco;

    reclama

    um grupo suficiente

    mente

    maduro

    cujos membros

    sejam

    capazes de iniciar pes

    quisas de fazê-las por si. Os

    seminários prestam-se sobretu

    do nos meios acadêmicos

    para

    a discussão de temas relativos

    às ciências sociais às humani-

    dades e a tôdas as disciplinas

    que

    comportem opinião e inter

    pretação.

    método

    do

    semi

    nário

    quando

    adequadamente

    usado incentivar os alunos a

    pensar clara e independente-

    mente.

    A preleção é de certo

    mais eficiente

    quando se

    tem

    em vista a apresentação de um

    conjunto

    de fatos ou princípios

    ou

    se deseja

    defender

    metodi

    camente

    um ponto

    de vista.

    Mas se o

    objetivo

    é esclarecer

    estimular aguçar o pensamento

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    14/61

    COMO DIRIGIR REUNIÕES

    7

    O

    seminário é mais indicado

    que a preleção.

    Em muitos campos o

    método

    do seminário

    poderá

    ser usado

    com

    grande

    proveito: no ensino

    de técnicas comerciais e indus

    lriais; no de relações públicas;

    no treinamento de chefes; em

    cursos de aperfeiçoamento geral

    e técnico para funcionários ou

    empregados de emprêsas

    parti-

    culares.

    Tais

    funcionários

    possuem um precioso acervo de

    conhecimentos baseados

    na

    ex

    periência

    os

    quais ainda

    que

    perfunctórios e incompletos

    em

    certos aspectos formam base

    suficiente

    para

    o uso do método

    da

    conferência em programas

    educativos. Ao líder de grupos

    assim constituídos cabe a res

    ponsabilidade de providenciar

    para que a experiência e conhe

    cimentos de cada um

    se

    trans

    formem em experiência e co-

    nhecimentos

    do

    grupo

    de

    tal

    maneira

    .que cada

    membro do

    grupo venha

    a possuir sepa

    radamente a soma dos conhe-

    cimentos e experiências indivi

    duais.

    A conferência tipo seminário

    com suas variações é univer

    salmente considerada o melhor

    método

    existente para o treina

    mento de qualquer grupo de

    pessoas em campos nos quais

    tenham experiência ou sôbre

    s quais possuam um

    conjunto

    de

    informações. Graças a sua

    flexibilidade e adaptabilidade

    está até certo ponto para

    Ô -

    das as formas de

    treinamento

    de adultos Omo o método

    científico está para a ciência.

    Um

    seminário fornece dados

    pesa opiniões separando os fa·

    tos dos preconceitos e crenças

    irracionais.

    Diferente

    da confe·

    rência administrativa o semi

    nário não

    tenta necessària

    mente provocar a solução de

    um problema. Seu propósito

    é

    somar

    informações e expe

    riências diversas

    deixando

    a

    cada um

    de seus membros J

    critério

    de

    usá-las. Ora assim

    é irrelevante o argumento de

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    15/61

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    16/61

    COMO

    DIRIGIR REUNIÕES

    9

    dos.

    É,

    sobretudo,

    uma reu.

    nião

    erudita

    de especialistas

    com o objetivo de realizar o

    intercâmbio

    de idéias e infor

    mações.

    debate vai

    perdendo

    ràpi

    damente o prestígio como

    meio de discussão. Isso se deve

    a

    que

    o debate se parece mais

    a

    um encontro

    esportivo, em

    que

    se

    visa à vitória,

    do que

    a uma conferência

    que

    objeti

    va a

    verdade. Tradicionalmen-

    te, o debate se fere entre dois

    oradores de

    antemão

    compro

    metidos a

    defender um ponto

    de vista. Depois de apresenta

    rem

    as

    respectivas posições,

    por

    meio de discursos

    adrede

    pre

    parados, procura cada

    um

    des

    truir habilidosamente a argu

    mentação

    do

    outro.

    Em

    síntese: pelo uso

    do

    todo de instrução através da

    participação ativa

    do

    grupo,

    como pelo método de confe

    rência administrativa, pode-se,

    além

    de

    concOrrer

    para

    o enri

    quecimento

    intelectual

    dos par

    ticipantes: a)

    obter

    a reação

    do grupo

    com respeito a

    uma

    proposta ou conjunto de idéias;

    b)

    estimular

    o esfôrço

    do

    gru

    po

    em direção a

    um

    alvo

    co-

    mum;

    c

    obter

    coordenação

    através de

    intercâmbio de in

    formações; d)

    promover

    o in

    tercâmbio de informações e

    idéias baseadas na experiência

    dos

    membros do

    grupo .

    4

    Neste

    trabalho,

    já o indica

    mos,

    sublinharemos

    especial

    mente

    os

    princípios

    aplicáveis

    às

    conferências administrati

    vas.

    Não

    obstante, muitos dês

    sespí'incípios

    têm significação

    e aplicabilidade a tôdas as for

    mas de discussão

    que

    envolvam

    o pensamen to de

    grupo.

    4) M LToN HALL mployee Training in the ublic Sert'ice Civil Ser

    vices Assembly. 1941). págs. 64 a 81.

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    17/61

      T M NHO DO GRUPO

    o

    tamanho

    do grupo

    é

    um

    dos fa tôres mais im portantes

    quando se trata de obter o

    acôl'do de opiniões Ou de che

    gar

    a

    uma

    decisão. Em geral,

    quanto maior

    fór o

    tamanho

    do grupo,

    menor

    será a satis

    fação

    individual

    das pessoas

    que

    o

    integram

    e

    menor

    o con

    ~ n s o na decisão. Estudos de

    A. P UL

    H RE

    demonstraram

    que: segundo

    se

    aumente

    de

    5

    para

    12 membros o

    tamanho

    de um grupo, irá diminuindo

    o qualltllln de (omenso resul

    talHe da discussão ; que,

    em

    glupOS de 5 pessoas, os seus

    participantes, após os debates,

    modificam

    suas

    próprias

    opi

    niões, em benefício do acôrdo

    geral,

    muito

    maIs fàcilmente

    do

    que em

    grupos

    de

    12

    pes

    soas . Verificou êle, outros,

    sim,

    que

    o

    dirigente do grupo

    de 5 terá

    tido maior

    influência

    na decisão

    do grupo

    que o

    do

    grupo de

    12 ; e que, quando

    o

    grupo

    é

    grande, outras

    pes

    soas terão

    nêle

    mais

    influência

    que

    o seu

    dirigente . i Uma

    razão

    para

    isso

    é que em grupo

    grande

    não

    l tá

    tempo

    e

    oportu-

    nidade

    suficientes para que tO-

    dos os membros participem dos

    debates, o

    que

    causa insatisfa

    ção. A falta de

    oportunidade

    para participar

    das discussões

    e comunicar-se com os outros

    provoca

    em muitos

    membros o

    sentimento de que

    suas opi-

    5 lnteraction and COflC ?nsus in Different Sized Groups , in The Ame-

    rican Sociologicill

    Reuicw

    (1952).

    n· 17, págs. 261 a 267.

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    18/61

    COMO DIRIGIR REUl\IÕES

    niões pessoais

    não

    são impor-

    tantes e portanto, não mere

    cem ser apresentadas ao grupo.

    tste, quando

    numeroso, tende

    a desintegrar-se, ou transfor

    mar-se

    em

    facções, cujos cabe

    ças passam a

    dominar,

    sozinho,

    a discussão. Tais grupos exi

    gem

    demais

    da função do diri

    gente e

    sua

    habilidade passa a

    ronstituir o único fator para

    a

    obtençãó de

    acÔrdo.

    Variam bastante as

    opiniões

    quanto ao tamanho ideal de

    um

    grupo de discussão. ?\Ien

    cÍonamos que A.

    PAUL HARE

    Jemonstrou experimentalmente

    que

    diminui

    o consenso

    quan-

    do

    o número de membros dê

    um grupo aumenta de 5 para

    12.

    ROBERT

    F.

    BALES opinou

    que as comissões não deyem ter

    mais que

    7

    nem menos que 4

    mem

    bros.

    6 Já ALFRED \ .

    COOPER

    opina:

    Provàvelmen-

    te, 16 é o número ideal quc

    dcyc ter

    um

    grupo para uma

    conferência. Quando

    há menos

    de dez prescntes, ocorrerá, às

    yêzcs, cscassez de ieléias sôbre

    o

    assunto

    em discussão. Quan-

    do o grupo cOnta entre 12 e

    :7.5 não yariará muito o proble

    ma

    de

    contrôle

    por

    parte do

    lídcr. tsse problcma aumen-

    ta, contudo, à

    proporção que

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    19/61

    12

    CADER ,OS DE A D \ f I N I S T R A Ç ~ ~ O

    PÚBLICA

    Iam e

    outro

    de

    muitos que

    ou-

    Yem. . . . O

    número

    ideal tal-

      ez seja de doze a

    quinze.

    Um

    grupo

    muito

    pequeno

    usual-

    mente não

    apresenta sufiente

    diyersidade de experiências e

    pontos de vista,

    que

    possibili-

    te

    uma

    discussão proveitosa;

    por

    outro

    lado,

    em um grupo

    muito

    grande não

    se

    pode

    esta belecer a discussão espon-

    tânea.

    8

    8 WILLIAM E. UTTERBACK, Groups hinking and on[erence Leadership

    (Rinehart Co.,

    Nova

    York, 1951), págs. 15 e

    151

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    20/61

     V

    O AMBIENTE

    FtSI O

    óbvio

    que cumpre

    provi

    denciar

    um

    ambiente físico ade

    quado para

    uma conferência

    ou reunião.

    No

    entanto êsse

    ponto é dos mais esquecidos,

    de forma que as reuniões

    antes

    de

    seu início têm

    no ca-

    minho uma dificuldade seríssi

    ma. ALFRED M. COOPER afir

    ma

    que o líder deve

    preocupar-

    se

    tanto

    com as condições físi

    cas para

    uma

    conferência como

    se preocupa um malabarista

    com a capacidade de resistên

    cia

    de uma

    corda sôbre a

    qual

    vá caminhar. A sala em que

    se vai realizar uma conferên

    cia deve

    ~ r examinada

    pes

    SOalmente

    por quem

    a vá diri-

    gir, antes que

    os participantes

    cheguem. E terá de verificar

    os seguintes pontos: a

    se as

    cadeiras estão suficientemente

    próximas lima das outras de

    maneira que nos participantes

    se desenvolva o espírito de

    ca-

    maradagem; e

    se

    podem ver-se

    lIns aos outros, e ao presiden

    te da mesa, sem darem volta

    à cadeira; b

    se

    há um quadro-

    negro e algum espaço apropria-

    do para a exibição de diagra

    mas, cartas e mapas; c se a ilu

    minação

    é

    adequada; d se a

    sala

    é

    silenciosa e resguardada

    de ruídos e outras interrupções

    de fora.

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    21/61

    v

    CARACTERfSTICAS GERAIS DA DIREÇÃO

    E CONFER NCIAS

    Uma

    vez

    que

    as

    característi

    cas

    ele

    um·

    líder

    e sua habilida

    de na direção do grupo são

    as

    . variáveis de maior pêso a

    se-

    guir

    e antes de

    entrar no

    exa

    me de outros elementos da con

    ferência

    propriamente

    dita tra

    taremos dessas características e

    de como podem contribuir

    para o êxito da liderança.

    Em primeiro lugar o êxitO

    de um líder com seu grupo de

    pende

    muito do conceito que

    tenha

    de liderança. Entende-a

    êle como

    um

    processo de par

    ticipação e c6nsulta

    ou

    é guia

    do ao exercê-la por uma filo

    sofia autocrática e burocrática?

    A maioria dos estudos sôbre

    êsses processos de liderança

    mostra que o primeiro muito

    mais

    que

    o segundo possibili

    ta favorece o surgimento

    no

    grupo de

    uma unidade

    de pro

    pósitos e vontades.

    M LCOLM

    G PRESTON

    e

    Roy K. HEINTZ

    estudaram os efeitos dêsses d6is

    estilos de liderança: treinaram

    certo número de pessoas

    para

    serem líderes que enconrajas

    sem a participação e outras

    pessoas em número igual que

    dessem ênfase em sua lideran

    ça à supervisão. Os líderes pro

    motores da participação pro

    curaram criar uma

    atmosfera

    de liberdade

    para os

    liderados;

    procuraram

    encorajar a expres

    são de opiniões

    por parte

    de

    todos e nunca impor-lhes

    as

    suas próprias. Já os treinados

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    22/61

    COMO DIRIGIR

    REUNIÕES

    15

    segundô a filosofia

    oposta de

    liderança

    procuraram

    estabele

    cer

    um ambiente diferente.

    Os

    resultados

    indicaram que

    o pri

    meiro

    tipo

    de líderes conseguiu

    muito

    mais a

    mudança

    de ati

    tudes. Os

    membros'

    de grupos

    dirigidos

    por

    êsses líderes

    cuja

    atuação

    se baseava

    na

    partici

    pação

    mOstraram-se mais satis

    feitos

    cOm as

    reuniões, mais in

    teressados nas tarefas a êles

    confiadas, mais

    produtivos. 9

    EVERETT BOVARD,

    Jr., fêz uma

    experiência

    i n ~ e r e s s n t e

    com Os

    membros dêsses dois grupos di

    ferentes. Chamemo-lhes, ao gru

    po

    baseado n:l

    participação

    de

    todos

    os

    seus

    membros

    promo

    vida

    pelo

    líder,

    grupo

    coope

    rativo ,

    e,

    ao

    outro, grupo co-

    mandado . Pediu

    êle aos mem

    bros de cada

    grupo que

    esti

    massem,

    anônimamente,

    o com-

    primento

    de

    um retângulo.

    Revelou, então,

    as

    estimativas

    individuais e sua média,

    para

    o

    grupo,

    e

    pediu

    que

    as

    mesmas

    pessoas calculassem

    outra

    vez

    o comprimento do retângulo,

    dizendo-lhes que,

    pela

    segunda

    estimativa, visava a

    determinar

    o efeito

    da

    passagem de tem

    po

    sôbre a percepção -

    que

    não

    era, de fato, o objetivo

    da

    experiência. BOVARD

    concluiu

    ô seguinte:

    As

    percepções de

    um estímulo

    objetivo -

    no

    caso, o

    comprimento

    de um

    retângulo

    - em indivíduos in

    tegrados em

    grupos

    cooperati

    vos tenderão

    para

    a moda,

    quando

    as

    opiniões de cada

    um

    e a

    média

    do

    grupo

    sejam

    conhecidas de todos,

    muito

    mais

    que as

    percepções dos

    membros

    de

    um

    grupos coman

    dado. 10

    9

    19)

    MALCOLM

    G.

    PRESTON

    e

    Roy

    K.

    HEINTZ.

    E[fccts

    of

    Participatory

    vs. Supervisory LeadershEp on Gr:oup

    Judgemen(',

    in

    Joumal of

    Abnormal and Social Psychology 1949), n

    Q

    44, págs. 345 e 355.

    EVERETT W . BOVARD

    JR.,

    Group

    Struct llre and Perccption , in

    Journal

    of

    A b n Q ~ and Social Psychology 1951),

    n

    Q

    46 pág:nas

    398 a 405,

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    23/61

      6

    CADERXOS DE AD;\fINISTRAÇÃO PÚBLICA

    o líder

    que

    baseia sua atua

    ção na

    participação

    de todos os

    presentes em

    uma

    conferência

    tem a

    preocupação de

    dar

    aos

    que representam

    minoria maior

    oportunidade

    para

    apresenta

    rem

    suas opiniões.

    Em

    muitos

    grupos evita-se que a opinião

    da minoria influencie

    110

    rumo

    e qualidade do pensamento ge-

    ral.

    Aquela

    pode sem dúvida,

    trazer contribuição valiosa a

    êste; compete ao líder protegê

    la e encorajá-la. E há que lem

    brar que a completa motivação

    dos membros de uma complexa

    org;lI1ização somente será con

    seguida se todos e cada um de

    seus

    membros

    participarem

    do

    processo orgânico de formula

    ção de diretrizes quando todos

    sentirem

    que

    têm certa contri

    buição para dar-lhe ou certa

    influência em sua ida.

    Em

    geral é pequena a probabili

    dade ele que uma idéia do lí

    der seja aceita pelo grupo, se

    prOCllr? argumentar em seu fa-

    vor

    ou impingi-Ia. Será aceita

    somente se êle

    promover,

    em

    tôrno da

    idéia uma discussão

    que

    estimule a revelação de tô

    das as suas sutilezas e conse

    qüências uma

    discussão em at

    mosfera que possibilite a repre

    sentação

    adequada

    dos vários

    lados e facêtas

    do problema.

    Os

    muitos

    indivíduos

    de um

    grupo somam muitas

    idéias e

    muitas idéias

    podem

    levar a

    uma

    conclusão mais sábia

    que

    uma poucas idéias; mas podem,

    também produzir confusão -

    momento em que se torna im

    perativa a liderança eficaz.

    Um

    grupo

    sem

    líder não

    tem senso

    de direção e sói emaranhar-se

    de tal sorte

    em

    uma

    ou outra

    questiúncula

    que

    não sabe por

    onele seguir. O líder deve pre

    sidir

    à

    discussão o que não sig

    nifica lançar discursos

    para

    o

    grupo.

    Bom

    será que se limite

    à apresentação dos assuntos do

    dia

    e de questões partinentes

    que desafiem o pensamento dos

    presentes e abram a discussão.

    Ou

    à apresentação de questões

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    24/61

    COMO

    DIRIGIR REUl \IÕES

    17

    que lhes

    tragam

    informações,

    se

    fôr O caso. Uma vez

    em

    curso

    a discussão, cabe-lhe guiá-la,

    alimentá-la.

    Quanto

    mais fale

    o líder ao abrir-se uma reunião

    - já

    se

    observou - mais passi

    \ 0 se

    vai fazendo o

    grupo e

    portanto,

    maior será o esfôrço

    posterior

    para que

    se

    inicie e

    se anime

    a discussão. Os mem

    bros de

    um

    grupo interessam-se,

    naturalmente,

    pelas idéias e

    opiniões de seu líder, mas não

    toleram que o mesmo as use

    para

    dominá-los:

    querem

    êles,

    antes,

    quando

    reunidos, que

    qualquer conclusão seja

    fruto

    da participação

    de todos. Ao

    líder

    cabe convocar a participa

    ção dos

    membros

    e estar atento

    para que

    a discussão gire sem

    pre em tôrno

    dos

    problemas

    essenciais. Quando a

    atenção

    se

    dirige para

    os problemas se-

    cundários

    ou

    correlatos - coisa

    comum

    em

    qualquer

    conferên

    cia - , o

    problema

    específico

    que

    esteja em

    pauta

    deixa

    de

    ser explorado e analisado como

    cumpriria;

    conseqüentemente,

    não

    se

    chega a uma solução sa-

    tisfa tória .

    É

    obrigação do

    líder

    ajudar

    o

    grupo

    a conservar a discussão

    dentro

    de

    determinados

    limites.

    Chega-se

    ao destino

    quando

    se

    tem

    senso de direção.

    Muita

    \ ez o calor da discussão em

    tôrno ele minúcias confunde

    o

    grupo

    ou

    o desvia

    do

    proble

    ma central; é responsabilidade

    precípua

    do líder fazer com

    que seus liderados voltem sem

    pre ao propósito central da

    reunião.

    É

    do líder,

    também,

    a tarefa

    de esclarecer e

    interpretar

    a

    discussão. A maior falha ele

    qualquer

    reunião

    é causada

    por

    Uma tendência

    que

    têm

    \ árIaS

    de seus

    participantes:

    a de ex

    pressar-se

    de

    forma confusa c

    Yaga. Cabe

    ao

    líder, aqui, a

    unção de esclarecer os

    pontos

    obscuros

    dos

    pronuciamentDs,

    quer

    formulando

    perguntas ob

    jetivas, quer tornanclo expressa

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    25/61

    18

    CADER;,\OS DE ADMINISTRAÇÃO

    PÚBLICA

    as idéias implícitas nas exposi

    ções feitas,

    quer

    reproduzindo

    com palavras suas o que foi

    dito

    de

    forma

    menos

    clara.

    Em

    certas ocasiões, só

    se

    podem

    prestar os esclarecimentos in

    terrompendo-se a discussão para

    recapitular e esclarecer quanto

    fôra dito até o momento. Esta

    é,

    evidentemente,

    tarefa do di

    rigente. Convém, entbo, que

    se

    mencione

    claramente: a) os

    pontos

    que

    se discutiram e (lS

    conclusões a que se chegou; b)

    o aspecto

    do

    problema em

    discussão; c os pontos de di

    \ ergência,

    se

    os há, que de\ em

    ser considerados a seguir. IR-

    YING

    J

    LEE

    sugere,

    para

    tal

    circunstância:

    a) que haja in

    tenalos

    destinados a esclarecer

    as controvérsias, a fim de

    que

    Se abra

    um

    caminho para o

    encastelamento das atitudes di

    vergentes; b) que se procure

    descobrir o ponto central da di.

    vergência;

    c

    qut se

    procure

    descobrir as inferências não

    verbalizadas dos participaílles

    que

    divergem. 11 A últim,l S ~ ·

    gestão é assaz importante; jus

    tifica uma digressão.

    LEO:-l

    FEST:NGER diz que,

    quando

    as

    crenças e opiniões de um indi

    yíduo

    dependem muito

    da rea

    lidade física, para

    que tenham

    validez subjetiva, o indivíduo

    depende

    pouco de outros

    paL1

    ter confiança nessas crenç;ls e

    opiniões;

    quando há

    pouca de

    pendência da

    realidade

    fí,ic

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    26/61

    COMO DIRIGIR

    REUNIÕES

    19

    abono de opiniões, crenças e

    sugestões.

    Diante

    dl objeti\'i-

      LFRED

    Iv .

    COOPER encarece

    a necessidade

    de

    que o líder

    dade

    de

    fatos, reduzem-se

    1

    um seja imparcial. Escreve êle:

    mínimo

    as divergências

    em

    um

    grupo. ROBERT

    F.

    BALES ob·

    servou que o

    domínio

    comum

    de

    uma grande

    cópia de fatos

    fornece a base para o desenvol

    vimento de inferências c ~ e n -

    timentos comuns

    que plopi-

    CIam, naturalmente, decisões

    comuns. 13

    Um

    campo comum

    de fatos

    engendra

    interpreta-

    ções e opiniões acertadas.

    u ~ -

    tifica-se, dessarte, a recomen

    dação de

    BALES

    no [cntidi)

    de

    que uma

    conferência

    se

    inicie

    com as indagações: a) quais os

    fatos relativos ao problema rt

    ser discutido? b)

    que

    pensa

    mos sôbre os mesmo,?

    c) que

    faremos a respeito do proble

    ma? ti justifica-se a busca de

    mais fatos

    ou

    de experiência

    direta dos mesmos? 11

    13)

    Op. cit

    pág. 47.

    I.J) Op. cit •

    pág.

    49.

    15 Op. cit.

    pág. 27

    cumpre-lhe acolher amistosa

    mente

    a contribuição de cada

    membro, mas,

    ao

    fazê-lo, não

    deve dar a

    menor

    indicação

    aprova

    ou

    não as idéias exples

    sadas. Tal

    imparcialidade

    é ne

    cessária,

    se

    o líder deseja uma

    discussão livre, franca, da.,

    idéias. Se o

    líder

    indica pela

    palavra, inflexão de voz,

    ou

    gesto, qualquer antipatia

    por

    elas, pequenas são as possibili

    dades de

    que

    sejam

    bem

    e ho

    nestamente examinadas. Ao

    contrário, o

    que

    ocorre é

    que

    a conferência se divide

    em

    duas frações: de um lado, o lí

    der

    e uma

    parte

    do grupo, c,

    do outro, os demais membros.

    O resultado é o

    que

    se observ:t

    em um jôgo de futebol em que

    os juízes estão aparentemente

    comprados . 15

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    27/61

    20

    CADERl\OS DE

    ADMINISTRAÇÃO

    PÚBLICA

    o

    líder pode ajudar f

    grupo

    a pensar e

    chegar

    a conclusôes

    significativas e eficazes se

    :1

    in

    ten alos,

    formula

    pergantas

    adequadas que

    possam

    infbir

    no

    rumo

    da

    discussão, Se o

    pensamentO

    do

    líder

    se adialll::.

    um

    pouco

    ao

    do

    grupo

    poderá

    fIe, em muitos

    pontos

    vitais da

    discussão, introduzir perguntas

    concisas capazes de dar relêvo

    ao

    essencial.

    Ao contrário do que se

    pen

    sa,

    um

    líder

    inteligente pode

    querendo

    determin:tr a conclu

    são a que o

    grupo

    deve chegar

    eventualmente;

    e isso, sem trair

    suas

    intenções

    por

    um

    momen-

    to sequer, durante a discussão.

    Conquanto possa

    ofender

    os

    princípios democr

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    28/61

    COMO

    DIRIGIR

    REUNIÕES

    2

    va sua versatilidade seu senso

    de

    humor

    e sua autoconfiança.

    O respeito do

    grupo por

    seu

    chefe

    poderá

    diminuir

    se

    der

    êle a impressão de que

    não

    sabe

    como

    enfrentar

    o

    inesperado.

    O assunto que possa levar ao

    clímax o interêsse na

    reunião

    e nos problemas tratados

    deYe-

    rá ser apresentado quase

    ao

    fim

    da

    reunião.

    Sob o incentivo

    dos que o precederam poderá

    ser êle

    tratado

    com eficácia; e

    o entusiasmo resultante predis-

    porá

    favoràvelnrente a todos

    para a próxima

    reunião.

    Vários fatôres

    influem

    na

    maneira

    pela

    qual

    o

    grupo

    cumpre

    uma

    política ou deci-

    são.

    Um

    dos mais importantes

    é a

    maior ou menor

    extensão

    em

    que

    a discussão fixa

    um

    ob-

    jetivo definido

    para

    o grupo;

    e o

    grau

    em que o alvo elo

    grupo

    mobiliza as energias ele

    cada membro individualmente

    em tôrno das atividades decor-

    rentes dêsse alvo. Um líeler

    responsável traz

    sempre

    bem

    sabida a relação dos objetivos

    alcançados e

    por

    alcançar

    ele

    forma que poderá a

    qualquer

    momento

    indicar

    até

    que

    pon-

    to se cumpriu o

    programa.

    Essa relação é seu principal

    guia na

    preparação da agenda

    ele

    cada

    reunião.

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    29/61

    VI

    COMO EVIT R

    CERTOS

    COMPORT MENTOS

    DUR NTE UM

    C O N F E R ~ N C I

    Em qualquer conferência é

    muito comum que alguns dos

    participantes

    se

    ponham

    a con-

    versar

    em

    voz

    baixa.

    Tal

    há-

    bito perturba grandemente e

    mesmo divide os presentes em

    grupos

    que

    ficam à

    margem

    e

    nada contribuem. A

    inter-

    rupção abrupta da

    reunião,

    por

    parte do líder, é um dos mo-

    dos mais eficazes para impedir

    a continuação de tal

    prática.

    Se

    s

    conversas continuam, o

    líder

    não terá outro

    remédio

    que

    interromper novamente a

    reunião

    com algum

    comentário,

    humorístico, mas firme, dirigi-

    do aos tagarelas. O comentá-

    rio

    poderá

    ser mais

    ou

    menos

    assim: Estou éerto

    de

    que to-

    dos gostaríamos de ouvir 05

    pOlltos de vista dos dois

    ou

    Gostaríamos de conhecer

    as

    interessantes observações

    que

    estão fazendo. Freqüentemen-

    te, aliás, o

    que

    estava sendo

    co-

    chichado

    era

    de alto

    interêsse

    para a discussão geral.

    Outro

    aspecto desagradável

    de

    muitas conferências é cau-

    sado pela tendência

    de alguns

    participantes

    de

    monopolizar a

    discussão, o

    que

    retarda o pro-

    gresso desta e

    fraciona

    o grupo.

    Quase sempre o

    participante

    verboso é incapaz

    de

    apresen-

    tar

    sua contribuição em poucas

    sentenças, curtas e claras; ou

    tem

    muita ansiedade por apre-

    sentar

    a

    um

    tempo uma

    sé-

    rie de

    idéias.

    Vêzes há em

    que

    fala

    tanto, por

    cinco

    ou

    dez mi-

    mllOs seguidos, que os pontOs

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    30/61

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    31/61

    C\DER:'\OS

    lE

    A D l \ m \ I S T R A Ç _ ~ O PÚBLICA

    a,,,im? Nos casos em que

    clara a ex posição, mas o seu a

    u-

    tor enumera uma série muito

    longa

    ele

    assuntos, a

    ponto

    ele

    tcr

    de fazer um verdadeiro dis

    curso, o

    líder

    deverá interrom-

    ]>t: Io e solici tar-lhe

    que

    a pre

    sente um de cada vez _ Cumpre

    ao líder,

    entretanto,

    voltar ao

    participante para

    lhe dar

    opor

    tlmidade

    de

    terminar

    o assunto

    interrompido _

    \ contribuiçã(} longa em

    uma conferência, baseada que

    ~ e j a no maior conhecimento do

    assunto em pauta

    e apresenta

    da por pessoa capaz, interessa

    da,

    movida

    das melhores

    inten-

    çôes,

    tende

    a tornar-se difusa

    e improdutiva _ Os monopoliza

    dores da pala\Ta

    concorrem

    para que

    os outros

    participan-

    tes da

    reunião

    a deixem com

    o sentimento de que não tive

    ram o ensejo de

    e x p r e s s a r s ~ .

    Uma

    conferência corre gran

    de risco quando dela partici

    pam dois

    indidduos

    loquazes

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    32/61

    COc\IO DIRIGIR REUNIÕES

    5

    idéias entre os

    que

    a ela acor

    rem. Não obstante tudo fará

    o

    líder

    por evitar um

    desen

    tendimento

    em

    público

    com

    qualquer dos

    membros

    do

    grupo.

    um

    tipo diferente o

    oposto

    dêsse verboso: o tipo

    esfinge que nada traz à

    discussão. Um ou dois partici

    pantes

    silenciosos

    não

    obstruem

    ma

    terialmente

    a conferência.

    Não

    assim se o número dos

    mesmos é

    maior ou

    se êles são

    hostis. O parco de palavras

    reticente aparentemente infen

    so ao interêsse e

    calor gerados

    da

    discussão

    em

    curso deve ser

    convÍdaclo a expressar-se. Dois

    ou

    três convites o levarão a

    acostumar-se a

    uma participa

    ção

    mais

    ativa

    ou

    o ajudarão

    a

    perder

    o. acanhamento

    que

    tenha. Tais elementos silencIO

    sos

    muitas

    vêzes

    revelam

    ser

    dos maIS bem informados e

    profundos dentre os do

    grupo.

    Contudo

    não é aconselhável

    que se solicite diretamente re

    petidas vêzes a contribução in

    dividual dêste

    ou

    daquele

    par

    ticipante

    da

    conferência.

    Re

    comendável tOdavia o uso do

    recurso

    para destruir

    o acanha

    mento

    dêste

    ou

    daquele outro.

    E o líder há de evitar

    que

    o

    expediente de que lança mão

    se

    transforme em um

    processo

    de

    interrogatório.

    Mas a ação educativa

    no

    sen

    tido de um procedimento cor

    reto

    em

    reuniões e conferên

    cias é ainda o melhor método

    para conseguir

    que

    não ocorram

    as práticas inconvenientes aqui

    analisadas

    brevemente. Quase

    sempre os

    grupos

    têm de apren

    der

    de que

    forma as reuniões

    e conferências trabalham inte

    ligente e

    eficazmente.

    Ao

    líder

    de

    uma série

    de

    conferências

    compete

    preparar

    cuidadosa

    mente

    e

    distribuir

    a todos os

    que

    constituirão o

    grupo

    as

    normas e o roteiro que deve

    rão seguir. Na

    primeira

    reu-

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    33/61

    2 )

    CADERNOS DE ADMINISTRAÇÃO

    PÚBLICA

    nião, antes de iniciar-se o de

    bate, devem ser dedicados uns

    quinze minutos pelo

    menos à

    leitura

    e análise das

    normas.

    Estas deverão incluir, em geral,

    os

    seguintes pontos:

    1 . As conclusões Ou decio

    ões a

    que

    se chegar nas confe

    rências deverão

    representar

    o

    comenso

    geral do grupo Ou o

    , uto

    da

    maioria,

    O

    líder não

    se apresenta ao grupo com

    qualquer

    decisão predetermina-

    da

    sôbre os

    problemas

    incluí

    dos na pauta da conferência

    diga-se, de passagem, que nas

    discussões não devem ser

    pou-

    pados

    esforços no

    sentido

    de

    que as

    decisões

    se

    aproximem

    o mais possível da

    aprovação

    unànime

    e não apenas do

    voto

    t orável da maioria,

    É

    o que

    prl) Uram

    os quakcrs

    sempre,

    em suas reuniões) .

    2, Insiste-se em que todos

    participem

    das discussões. A

    expressão ampla e voluntária

    de idéias facilita o pensamento

    em

    grupo

    e contribui

    para

    a

    vivacidade

    da

    discussão.

    Cada

    indivíduo

    deve falar, para

    que

    o

    grupo

    conheça suas reações

    ;lS

    idéias e aos argumentos

    apresentados por seus

    pares.

    :;. Sómente

    um

    deve falar

    de Gtda vez e o que esteja com

    a palavra não deve ser inter-

    rompido. É falta de cortesia

    COllversar

    com

    o

    vizinho

    en

    quanto uma pessoa está com a

    pala\ fa.

    4. Seja breve e

    apresente

    apellas

    um

    assunto de cada vez.

    5.

    Ainda

    que

    haja

    muitas

    diferenças de opiniões,

    cumpre

    evitar expressões que provo

    quem

    hostilidade.

    Seja

    franco

    e honesto, mas evite sentimen-

    talismos e expressões que pos

    sam

    criar

    oposição desnecessá-

      ia. A qualidade

    ele

    uma reu

    nião depende

    muito da

    análise

    constante, serena e bem infor

    mada

    dos problemas apresen

    tados.

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    34/61

    COMO DIRIGIR REUNIÕES

    7

    o

    Livro de isciplina do

    Quaker

    tem

    uma passagem ex-

    celente

    que

    deveria

    ser

    memo

    rizada

    por

    quantos participem

    de conferências: Cumpre-lhes

    em suas reuniões

    ouvir

    com

    atenção e

    espírito

    tolerante as

    comunicações e opiniões de to-

    dos os presentes.

    Essas regras ou outras seme-

    lhantes,

    caso seguidas seriamen-

    te

    contribuirão para

    a

    ordem

    e

    produtividade da

    reunião.

    E

    podem servir de base uma vez

    adotadas como regulamento de

    uma conferência para que o

    dirigente chame à ordem os

    que o transgredirem.

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    35/61

    VII A

    GEND OU

    PL NO

    É de suma importância que

    o

    líder

    prepare cuidadosamente

    e por escrito

    um

    plano

    ou

    agenda para cada conferência

    a que tenha de

    presidir.

    A

    agenda consiste sobretudo,

    nu-

    ma

    lista das questões pOr exa-

    minar. êxito de uma confe-

    rência depende muito

    da

    forma

    por que

    são

    apresentadas

    essas

    questões.

    ALFRED

    M.

    COOPER

    diz

    que

    freqüentemente chega

    a despender oito

    horas

    prepa-

    rando três ou quatro questões

    para discussão em uma confe-

    rência

    importante

    16.

    A

    apresentação

    de

    pares

    de

    questões

    alternativas,

    isto é

    que

    se oponham

    ou

    pelas idéias

    ou

    16

    Op cit. pág. 57.

    pelas soluções que alvitrem é

    um

    excelente

    método

    para

    mo-

    tívar a discussão.

    Contudo,

    em

    tal

    caso haverá que

    cuidar

    para

    que as hipóteses

    da

    alterna-

    tiva se assemelhem bastante

    pela possibilidade

    que

    ofere-

    çam

    conquanto por caminhos

    diversos de solução do

    proble-

    ma em aprêço.

    COOPER

    sugere que o plano

    para

    uma

    conferência deve in-

    cluir no mínimo, o seguinte:

    1.

    fim

    ou propósito da

    conferência.

    2. Um

    resumo

    das

    palavras

    introdutórias do líder.

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    36/61

    COMO

    DIRIGIR

    REt:I\IÕES

    29

    3.

    Uma

    lista

    d a ~

    questões

    que

    serão apresentadas, acom

    panhadas das anotações úteis

    durante

    sua

    discussão.

    ·1.

    Notas para as observações

    finais do

    líder

    e

    lembretes

    brc qualquer pedido ou

    incum

    bência que o grupo deva re

    ceber antcs elo levantamento da

    sessão

    17.

    \VILLlAM

    E.

    UTfERBACK

    su

    gcre os seguintes passos

    para

    o

    trato

    ele urrr

    problema:

    1. Aprescntação

    do

    problc

    ma.

    2. Aprcsentação

    elos fatos.

    3.

    Consieleração dos objeti

    vos.

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    37/61

    30

    CADERNOS

    E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

    Um plano

    bem

    elaborado ser

    ve para

    guiar

    o líder e lembrar

    lhe os pontOs que deverão ser

    tratados a fim de

    que

    a confe

    rência tenha a

    maior

    significa

    ção possível.

    Uma discussão poderá ser

    muito interessante mesmo sem

    tlm plano

    ou

    agenda mas rara

    mente

    levará o grupo a qual

    quer

    destino.

    haverá

    o

    grande

    perigo de que o grupo, faltan

    do-lhe uma agenda

    se ponha

    a

    reiterar

    observações a discutir

    bagatelas.

    Muita

    vez há um in

    tercâmbio animado de idéias

    e

    no entanto, o grupo deixa de

    examinar aspectos do problema

    que

    são básicos

    para uma

    con

    clmão razoável e para que haja

    acÔrdo.

    O

    grupo não

    pode

    dis

    pensar

    um

    mapa

    do roteiro pla

    nejado pelo líder. .tsse

    mapa

    deve indicar claramente Os li

    mites da discussão bem como

    demarcar

    precisamente as sub

    divisões

    do campo que

    se vaj

    explorar.

    Aconselha-se

    que

    o líder tome

    notas breves durante a reunião

    a menos

    que

    possua memória

    excepcional. A respeito UrrER

    BACK propôs: Antes de iniciar

    se a discussão ponha a agenda

    em uma ou duas fôlhas grandes

    de papel

    exarando

    em forma

    de interrogação com o menor

    número de palavras possível

    cada ponto

    ou problema;

    e

    deixando

    entre

    um

    e

    outro,

    bastante espaço em branco. Du

    rante a discussão

    introdutória,

    à

    medida

    que o grupo se ex

    presse anote no

    lugar próprio

    da

    agenda com uma

    palavra

    ou

    duas os pontos sôbre os

    quais haja

    acÔrdo. Faça o mes

    mo quanto aos pontos em

    que

    haja desacôrdo marcan

    do-os com

    uma

    interrogação

    E no curso da reunião, vá

    anotando,

    logo

    abaixo

    dos vá

    rios itens da agenda com um

    sim ,

    ou

    um não ,

    ou

    um

    decidido ,

    o

    resultado

    das dis

    cussões. Palavras semelhantes

    podem

    ser escritas

    pelo

    líder

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    38/61

    COMO

    DIRIGIR REUNIÕES

    31

    sob sua própria exposição

    do

    problema central, quando se

    termine a discussão dêste. 19

    A sumarização

    do debate

    é

    um ponto

    vital

    da técnica de

    dirigir conferências. A apro

    selltação de um

    sumário

    não

    pode ser feita como quem faz

    um trabalho rotineiro

    e mo

    nótono.

    O sumário

    não

    deve

    constar de

    uma

    recordação

    de

    todos os argumentos apresenta

    dos, mas sim dos resultados da

    discussão. Deve incluir o

    se-

    guinte:

    1. Indicação dds pontos sôbre

    os

    quais s

    chegou a

    acôrdo.

    2

    Indicação dos

    pontos

    sôbre

    os quais

    não

    se chegou a

    uma

    solução, por falta

    ele

    informa

    ções necessárias para fazê-lo ou

    porque

    houve

    divergências (ca

    be aqui uma

    palavra

    do

    líder

    a respeito

    do

    que

    fará

    para que

    o grupo

    tenha

    as informações

    19 Op.

    cit.

    págs. 69

    e

    70.

    necessárias e

    para que se

    r -

    ~ o h a m as

    divergências) .

    3. Notícia

    do

    quanto

    se

    con

    seguiu progredir na solução das

    divergências ocorridas.

    Cumpri-

    rá acentuar que

    as

    divergências

    não são necessàriamente aspec

    tos negativos de uma conferên

    cia. Aliás, uma conferência em

    que não ocorrem divergências é

    coisa

    para

    temer. Se estas

    não

    aparecerem, talvez falte motiva

    ção e interêsse aos

    participan-

    tes ou será porque se realiza

    em atmosfera de imposiçãO.

    Em

    geral, é mais fácil resolver di

    vergências e

    sair

    de uma argu

    mentação

    inconseqüente

    que

    aviventar

    um grupo conformis

    ta e desinteressado.

    desejável que

    as

    discussões

    em conferências levem

    todo

    o

    grupo

    até certo ponto a uma

    unanimidade de decisão.

    Quan-

    elo isso

    se

    torne

    impossível, é

    necessário o recurso do voto.

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    39/61

    32

    CADER;-iOS DE AD:\U;-irSTRAç;ÃO

    p é ~ L I C

    Uma v z que o

    líder

    esteja

    razoàvelmente seguro ele que a

    discussão se estendeu a todos

    os

    pontos

    referentes à

    questão

    submetida ao grupo cumpre

    lhe: a) fazer

    um

    sumário

    fin l

    do

    que foi dito, salientando

    as

    principais idéias apresentadas;

    b) pôr em votação o assunto,

    para

    que se chegue a

    uma

    de

    cisão, após a qual não

    se

    per

    mitirá nenhuma outra

    discussão

    sôbre o

    tema.

    o voto da maioria

    indicará

    que o problema recebeu, na

    quele momento a melhor so-

    lução, na

    opinião

    do grupo.

    Será sábio, portanto pô-la em

    execução.

    A falta de planejamento ClU

    dadoso é como já

    se

    disse, a

    deficiência

    que se encontra

    mais

    comumente

    em uma

    agenda.

    A

    maioria das agendas

    apenas

    re

    laciona os

    problemas

    por dis

    Clltir;

    não

    há a devida preo

    cupação

    de grupá-Ios segundo

    algum critério e realçar-lhes os

    diferentes aspectos. E, assim,

    essas agendas

    pouco se

    distin

    guem umas das outras; são mo

    nótonas, incapazes

    ele

    alertar

    os

    parth:ilJantes da reunião

    para

    os

    asperLos importantes dos pro

    blemas em l?auta. Tais proble

    mas não devem ser

    sàmcnte

    ar·

    rolados, mas dispostos ele forma

    que

    ensejem uma seqüência ló

    gica para a discussão.

    Os líderes

    sempre se

    pergun

    tam

    se

    devem fazer

    circular

    com

    antecipação as agendas e a do

    cumentação

    existente sôbrc

    os

    problemas por debater.

    Se

    a

    conferência não é uma

    reunião

    regular de negócios

    Ou ele

    trei

    namento

    mas uma reunião em

    que deva ser tratado o maior

    número

    possível de questões, é

    indispensável que a agencIa

    se.ia

    preparada com a maior minú

    CIa

    e que circule com anteci

    pação.

    A distribuição prévia da agen

    da ajuda os

    participantes d

    conferêncl\l, í

    formular

    ante>

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    40/61

    COMO

    DIRIGIR RElJKIÕES

    de se

    reunirem,

    suas opiniões

    sôbre os

    vários assuntos quI

    hão de ser debatidos; ajuda-os,

    portanto,

    a se

    informarem

    to

    dos, a um só tempo,

    quando

    reunidos, da

    melhor maneira

    possível,

    quanto

    a êsses assun

    tos.

    Quando

    os problemas por

    tratar se acham

    bem

    definidos

    para

    quantos

    participarão da

    reunião, é-lhes mais fácil com

    preender o objetivo ou objeti

    'os

    ela conferência. Além disso,

    s membros

    de

    um grupo que

    ,ão

    a uma conferência

    com

    a

    sensação de que se encontram

    preparados

    para

    ela (como, na

    turalmente,

    desejaria o líder)

    sentem-se seguros e

    experimen-

    tam, com isso,

    intensa

    satisfa

    ção pessoal. Um dos inconve

    nientes da preparação prévia

    elos membros de

    uma

    conferên

    cia, quanto aos pontos a serem

    discutidos, é que há como

    que

    uma cristalização ou congela

    mento

    de opiniões antes de

    ocorrer

    o debate, o que

    torna

    elifícil a unanimidade de deci-

    são ou a

    mudança

    de pontos

    de vista durante a

    reunião.

    Os

    membros

    de

    um grupo

    lêm necessidade ele saber exa

    tamente

    qual é o assunto a ser

    discutido, antes que possam

    preocupar-se com êle. A apre

    sentação oral ele uma questão

    complexa ou longa, mas

    muita

    vez de vital

    importância, pode

    trazer confusão

    ou

    exigir mais

    que

    o razoável ela

    memória

    elos

    que

    a ouçam.

    MARY SWAIN'

    RON'TZAlIN

    sugere que a agenda

    conste de três partes e seja en

    viada

    com antecedência aos

    que

    participarão ele uma

    reunião.

    A

    Parte

    eleve cOnter comu

    nicações que exijam apenas pro

    vidências de

    rotina

    ou

    nenhuma

    providência. Os tópicos da

    Par-

    te

    serão apresentados com

    recomendações. Devem ser lidos

    com cuidado antes da reunião.

    Se

    o

    grupo

    aceitar as recomen

    dações, poder-se-à

    tomar

    ràpi

    damente uma

    decisão, e o res

    tan te elo

    tempo

    será usado com

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    41/61

    34

    CADER: \OS DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

    a

    Parte lII que

    conterá uma

    série de tópicos sôbre os quais

    se deseja aconselhamento ou

    debate.

    '

    20

    Alguns líderes encorajam os

    membros

    do

    grupo

    a apresen

    tar

    por

    escrito, com antecedên

    ci

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    42/61

    COMO DIIUGIR REUNIÕES

    35

    dos partiópan tes. Depois de

    um

    certo tempo

    de

    reunião

    aumentam gradualménte a imo

    paciência

    e o desejo

    de

    termi-

    nar

    dos participantes o

    que

    causa um

    tratamento

    rápido

    superficial dos

    problemas ainda

    não

    examinados.

    Isso evidente·

    mente anula em grande parte

    os fins da

    conferência.

    Quando

    se

    planejam

    reuniões

    com duo

    ração de muitas

    horas

    há que

    estabelecer

    intervalos de

    5

    mio

    nulos

    após cada

    hora e meia

    de

    trabalho.

    O

    líder

    que prepara

    cuidado.

    samente a agenda tem a oportu·

    nidade

    de esclarecer-se quanto

    ::0

    caráter escopo e duraç:io do

    debate

    que

    terá

    lugar na confe.

    ência.

    A

    estrutura da agenda

    é o único recurso seguro

    de que

    dispõe

    para

    controlar

    a

    duração

    de uma

    reunião.

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    43/61

    VIII A

    AVALIAÇÃO O

    ~ X T O

    E

    UM

    CONFERÊNCIA OU REUNIÃO

    J

    uma série de escalas cria-

    das e aplicadas por especialistas

    com o

    auxílio

    das

    quais

    se pro-

    cura avaliar a atuação da pes-

    soa que dirige conferências ou

    delas participa. Reproduzimos

    a seguir uma dessas escalas

    ideada

    por

    LFRED

    l\f

    COOPER

    Tem

    grande

    valor

    como

    instru-

    mento de medida e é útil indi-

    cador

    dos fatôres de que depen-

    de o êxito de uma conferência:

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    44/61

    Simpatia:

    Respeito:

    Propriedade

    ATUAÇÃO

    DO

    LIDER

    O

    1

    Qual

    foi o grau de afabilidade tolerância e

    verdadeiro

    senso de

    humor demonstrado

    pelo líder?

    O

    100

    Manteve o líder

    durante

    todo o tempo um completo

    domínio da situação?

    de expressão: O

    1

    ~ _ .

    Até

    que ponto foram

    as

    i:1tervcnções do líder conci

    sas pertinentes e vívidOls?

    Objetividade:

    O

    1

    lnterêsse

    :

    Grau de

    par-

    Foram os

    assuntos apresentados

    de tal forma

    que

    o

    grupo

    pôde,

    sempre compreendê-los e

    saber que

    pro

    blemas se tinha em mira resolver?

    ATUAÇÃO

    DO

    GRUPO

    o

    1

    Quanto do interêsse se dispersou? Quanto de

    distração

    foi

    bastante

    para

    que se desviasse o interêsse?

    ticipação : O

    1

    Quanto falou o grupo voluntàríamente?

    Como

    se dis

    tribuiu essa

    participação

    entre os presentes?

    Qualidade da

    participação:

    O

    1

    Nota média:

    Até que

    ponto

    os participantes, em

    suas

    reações con

    tribuiram

    com idéias

    próprias?

    Até

    que

    ponto houve

    a tendência de seguir os outros?

    Observado por:

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    45/61

    38

    CADJ.:lL WS

    DE ADMINISTRAÇÃO

    PÚBLICA

    Ainda que

    os

    elementos

    ela

    escala

    que

    figura na púgina an

    terior

    não devam

    ser conside

    rados de

    per

    si,

    pois

    se

    entro

    sam intimamente, cremos

    opor

    tuno destacá-los para dei to de

    bleves

    comentários. A

    simpatia

    depende da afabilidade,

    impar

    cialidade,

    justiça,

    senso

    de

    hu

    mor e

    in

    terêsse do líder pelos

    membros do

    grupo.

    O elemen

    to

    rcspcito

    é

    mais

    importante

    que

    a simpatia. Ainda

    que

    um

    não deva excluir o outro, me

    lhor será

    que

    o líder perca a

    simpatia

    que

    o

    respeito

    do gru

    po. Ao mensurar-se aquilo a

    que estamos chamando respeito,

    visa-se,

    sobretudo,

    a

    verificar

    o

    grau do

    contrôle

    que

    O líder

    exerce sôbre o

    grupo,

    bem como

    o autocontrôle que revela em

    situações inesperadas. Em

    pro-

    jJrÍcdade de expressão

    inclui-se

    a clareza,

    concisão

    e

    oportuni

    dade da palavra do líder. A

    objetividade

    na

    apresentação

    21

    Op

    cit., pág. 96.

    dos assuntos é um dos

    elemen

    tos

    mais

    importantes

    na

    direção

    de uma reunião ou c()J1ferênóa;

    depende do cuidado

    com

    que

    o

    líder planeja, da maneira por

    que concebe

    e formula o

    que

    deve entrar na pauta,

    bem

    como

    do

    modo pelo qual manipula

    tôdas as fases da reunião. Se-

    gundo COOPER, é

    neste parti

    cular que o dirigente de

    uma

    reunião tem maior oportunida

    de de

    demonstrar

    sua

    habilida

    c:e

    Deve

    programar a conferên

    cia cuidadosa e cientificamente,

    passo

    por

    passo, idéia por

    idéia.

    Ainda

    que

    tenha

    atributos

    pes

    soais extraordinários,

    que pode

    rão

    ser

    úteis

    em

    muitas

    circuns

    tâncias da conferência, será an

    tes

    pelo planejamento

    e exe

    cução

    cuidadosos que

    dominará

    a arte da liderança 21. O

    interêsse avalia-se pelo grau de

    atenção dispensada pelo

    grupo

    à discussão; o gr u

    de partici-

    pação,

    pelo

    volume da partici-

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    46/61

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    47/61

    4

    CADER: >JOS DE AD;\II ISTRAÇÃü PÚBLICA

    vem ser freqüentes, pois do con-

    trário

    a conferência degenera

    em sessão burlesca. Devem sur-

    gir

    de

    onde

    em onde, mesmo

    quando grupo luta

    com pro-

    blemas

    da

    mais séria natureza.

    Além dessa função

    de

    válvula

    de escape, o

    líder

    social seria

    a pessoa à

    qual os

    membros

    exporiam

    eventuais

    problemas

    não

    incluídos

    entre os

    temas

    da conferência.

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    48/61

     X QUALIDADES GERAIS O LlDER

    U

    ma

    pessoa se tornará um

    líder eficiente de conferências

    se

    tiver

    aproximadamente

    as

    mesmas qualificações que fazem

    um bom executivo. Sendo as-

    sim nesta parte do presente tra

    balho ocupamo-nos dos

    atribu-

    tos constitutivos da capacidade

    de liderança seja

    ou

    não para

    conferências. Eis alguns atri

    butos

    desejáveis

    em um

    líder

    especialmente

    para

    o que diri

    ge conferências:

    1. Cumpre-lhe saber como

    refrear seu próprio desejo de

    auto-expressão de sOrte que o

    grupo tenha oportunidade

    su

    ficiente para sentir

    por

    si os

    problemas e sôbre êles

    pronun-

    ciar-se. Espera-se que

    tenha

    ha-

    bilidade para

    formular

    e ende

    reçar ao grupo questões esti

    mulantes.

    2.

    Deve estar imbuído de um

    ,entimento de

    genuína

    cama

    radagem

    para com os outros

    que se manifeste em cortesia

    e sincero interêsse

    por

    todos

    do grupo; pela cordialidade e

    empatia;

    pela

    compreensão dos

    problemas

    e necessidades espe

    cíficas de cada um.

    3. Mede-se geralmente boa

    liderança

    em têrmos

    do que

    tenha

    de popularidade,

    eqüani-

    midade

    moral

    elevado e

    produ-

    tividade.

    4. líder deve ser justO e

    compreensivo

    para com

    s

    ele

    mentos do grupo evidenciar

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    49/61

    42 CADERNOS DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

    alto

    grau de

    imparcialidade

    e

    tato; ser receptivo a sugestões

    e críticas.

    Os líderes se distin

    guem

    dos outros membros de

    um

    grupo por

    sua maior incli

    nação

    por dar

    e desejar infor

    mações e

    por

    avaliar e inter

    pretar

    situações.

    5. Tem

    de ser competente

    e versátil. Os líderes eficientes

    são peritos em analisar situa

    ções e

    provocar

    a ação reque

    rida. Sentem, também, as mu

    danças

    de

    condições

    que

    cor-

    ram no

    seio

    do grupo

    e são

    flexíveis

    quando se trata do

    comportamento do mesmo, ante

    nOvas situações.

    6. Deve

    ter

    confiança e

    se-

    gurança

    em

    si, em alto grau;

    ser capaz de pensar indepen

    dentemente.

    7. Precisa ter a habilidade

    de

    inspirar

    confiança e

    ter

    a

    capacidade de

    motivar

    a outros.

    8.

    O

    líder

    tem

    de

    possuir

    vitalidade, entusiasmo (que é

    contagiante e grande energia

    psíquica.

    9. Tem de possuir

    genuíno

    senso de

    humor

    e ser

    capal

    de despreocupar-se, evitando

    assim nervosismo e atitudes

    impositivas.

    10. Tem de possuir a ha

    bilidade de ver o óbvio e de

    não

    introduzir complexidade

    onde

    são possíveis as simplifi

    cações.

    11. Necessita de

    habilidade

    para

    neutralizar eficientemente

    as várias transgressões

    que

    ocor

    ram

    em

    uma

    conferência:

    IULJi

    ta vez

    um membro

    monopolin

    a palavra,

    conversação

    entre

    alguns membros,

    ou

    ocorrem

    Dutros comportamentos obstru

    tivos.

    12 Precisa

    dar

    ao

    grupo

    a

    impressão de

    que

    a

    reunião

    não está sendo dirigida

    ] 3. Deve ter

    uma

    atitude de

    responsabilidade ante o grupo

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    50/61

    COMO

    DIRIGIR

    REUNIÕES

    4

    e ante os resultados das de

    cisões.

    14. Deve ter a capacidade de

    ver

    os

    problemas em grandes

    perspectivas e em têrmos de

    objetivos de longo prazo.

    15.

    Deve ter capacidade para

    delegar

    autoridade

    assim como

    responsabilidade.

    16

    É preciso que tenha uma

    compreensão clara de oportuni-

    dade

    que

    deve manifestar-se

    sempre trate-se apenas de in

    dagar do cumprimento

    de

    uma

    questão ou de decidir

    quanto

    ao

    momento

    de agir cOm res

    peito

    a

    uma

    decisão de

    maior

    importância.

    17. Precisa de habilidade

    para

    integrar

    o

    comportamento

    do

    grupo.

    Embora a natureza da função

    de liderança

    em qualquer

    gru

    po seja influenciada

    pelo

    obje

    tivo específico a que visa e

    também por contingências ine-

    rentes ou não ao próprio grupo

    a liderança em linhas gerais

    consiste

    naquelas

    funções que

    propiciam

    a definição dos obje

    tivos do grupo a orientação

    do mesmo em direção de seus

    objetivos a aperfeiçoar

    as

    inter

    relações e interações entre

    os

    elementos

    do grupo.

    Ao líder

    ca be também pôr os recursos

    ela

    organização ao alcance de

    todos. Em resumo

    liderança

    é

    chefia que

    formula

    diretrizes e

    obtém coordenação. É respon

    sabilidade do líder por iniciar

    a execução aclarar dúvidas qüe

    surjam providenciar a adoção

    ele

    procedimentos e planos

    manter

    a atenção do

    grupo

    nos

    objetivos avaliar a

    quantidade

    e

    qualidade do

    traualho reali

    zado e fornecer com presteza

    tôdas as informações necessá

    rias. Entre as funções destina

    das a fazer elo

    grupo uma

    uni

    dade bem

    coordenada incluem

    se as seguintes: estabelecer re

    lações harmoniosas entre os

    membros do mesmo; arbitrar

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    51/61

    44

    CADERNOS DE ADMINISTRAÇÃO

    PÚBLICA

    nos casos

    da

    conflitos e dispu

    tas;

    estimular

    e encorajar;

    intensificar

    a cooperação e

    a

    interdependência

    entre

    os

    membros.

    Em conclusão deve dizer-se

    que

    em

    última análise o

    líder

    tem responsabilidade total

    pelo

    êxito ou fracasso de uma con

    ferência.

    Um bom

    conhecedor

    das técnicas

    aqui

    esboçadas

    poderá

    controlar

    qualquer si

    tuação que

    surja

    em

    uma con

    ferência; e

    se

    esta

    deixa de

    realizar os objetivos a que vi

    sou será antes por causa das

    deficiências

    de

    quem a

    dirige

    que

    por

    causa

    de

    situações di

    fíceis aparecidas em seu

    tra115

    curso. Um

    líder

    trabalha com

    um grupo e a característica

    mais acentuada de

    um

    grupo é

    sua tendência

    para adotar

    opi

    niões uniformes e

    padrões de

    comportamento. Os estudos sô-

    bre liderança

    treinamento

    e

    mudança de hábitos revelam

    ser imensamente mais fácil con

    seguir que um certo número

    de pessoas adotem um dado

    tipo de comportamento quan-

    do formam

    elas um grupo

    do

    que quando estão isoladas

    umas

    das

    outras.

    É êsse aspecto

    da

    dinâmica o grupo que

    torna

    a

    tarefa do líder aparentemen-

    te hercúlea uma

    tareIa

    que

    pode

    ser

    eficientemente

    desem

    penhada.

  • 8/18/2019 Como Dirigir Reuniões

    52/61

    x - SUMÁR O

    A conferência tornou-se o

    ma S

    valioso

    instrumento

    das

    organizações democráticas,

    quer

    se vise à formulação de polí

    tica, quer à consecução de acôr

    do em assuntos pertinentes a

    uma organização quer

    se

    obje

    tive a divulgação de idéias ou

    informações.

    Nada

    pode

    desmerecer mais

    qualquer conferência que o fato

    de não chegar aos resultados

    almeja los. Ora, é quase sem

    pre

    possível

    obter

    bons resul

    tados através do planejamento

    cuidadoso,

    da

    liderança

    hábil

    e

    da compreensão da dinàmica

    cio

    grupo

    de sorte

    que

    neste

    trabalho, tivemos por fim a

    análise dos princípios que po-

    clem serYlr

    de

    guia e auxilio