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  • Como Enxergar Bem sem culos

    M. Matheus de Souza, DC. DM.

    COMO ENXERGAR BEM SEMCULOS

    Sistema Bates aplicado ao dia a dia

    M. Matheus de Souza, DC. DM.

    Editora IBRAQUI

    So Paulo - SP

    Como Enxergar Bem sem culos

    M. Matheus de Souza, DC. DM.

  • Ttulo:

    COMO ENXERGAR BEM SEMCULOS

    Autor:

    M. Matheus de Souza, DC. DM.

    Reviso gramatical:

    Sonia Maike

    Composio:

    Rival Computao Grfica

    Ilustraes:

  • Daniel Lopes

    Capa:

    Primo Alex Gerbelli

    2 edio 1999

    Copyright - O do autor

    Dados Internacionais de Catalogaona Publicao (CIP) CmaraBrasileira do Livro, SP, Brasil)

    Souza, M. Matheus de

    Como enxergar bem sem culos :Sistema Bates aplicado ao dia a dia 1M. Matheus de Souza.- So Paulo:

  • Editora IBRAQUI, 1998

    Bibliografia.

    1. Oftalmologia - Obras de divulgao2. Olhos - defeitos 3.

    Olhos - Doenas 4. Sistema Bates 5.Viso - Distrbios 1.

    Ttulo. II Ttulo: Sistema Bates aplicadono dia a dia.

    ISBN 85-85750-04-9

    98-1209 NLM-WM

    CDD-617.7

  • ndices para catlogo sistemtico

    1.

    Oftalmologia: Cincias mdicas

    617.7

    2. Olhos: Defeitos : Tratamentos :Cincias Mdicas 617.7

    3. Olhos: Doenas : Tratamento:Cincias mdicas 617.7

    4. Viso: Distrbios : Tratamento:Cincias mdicas 617.7

    proibida a reproduo total ou parcialdesta obra, em qualquer mdia, sem a

  • prvia autorizao do autor.

    Editora IBRAQUI

    Rua das Camlias, 304 - JardimMirandpolis

    CEP 04048-060-So Paulo - SP - Brasil

    Tel/Fax: (OXX11) 5071.7898

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    www.conhecimento.com.br

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    Como Enxergar Bem sem culos

  • M. Matheus de Souza, DC. DM.

    Sumrio

    Captulo 1

    Histria e fundamentos5

    Experincia pessoal

    16

    Para quem este sistema?

    19

    Uma breve reviso

    23

  • Descobrindo o seu problema

    32

    A dor de cabea e os olhos

    36

    Um recurso natural

    38

    Os maus hbitos39

    A base do sistema

    43

    O grande vilo (o cansao visual)

  • 44

    Os trs segredos da boa viso

    47

    Piscar 47

    Viso focada

    50

    Mobilidade

    52

    A luz

    55

  • Capitulo 2

    Exerccios

    57

    Aprendendo a ler

    59

    Exerccio n 01

    Relaxamento simples na cama: 63

    Exerccio No 02

    Focalizao:

    64

  • Exerccio No 03

    Leitura de cima para baixo

    65

    Exerccio No 04

    Para tirar os culos

    66

    Exerccio No 05

    Olhar solar

    67

    Exerccio No 06

  • Empalmao

    69

    Exerccio No 07

    Grande volteio 71

    Exerccio No 08

    Leitura do Quadro-teste de Snellen

    73

    Exerccio No 09

    Balanceio

    74

  • Exerccio No 10

    A leitura de tipos midos

    75

    Procedimentos teis

    76

    Capitulo 3

    Tratamentos

    79

    Regras gerais

    80

  • Cansao simples da vista

    85

    Tratamento para cansao simples davista88

    Vista cansada ao dirigir veculo 89

    Hipermetropia 92

    3

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    M. Matheus de Souza, DC. DM.

    Tratamento para hiperopia

  • 95

    Presbiopia

    97

    Tratamento para presbiopia

    101

    Miopia 106

    Miopia incipiente

    109

    Miopia mdia 109

    Miopia adiantada

  • 110

    Tratamento para miopia 111

    Astigmatismo 114

    Tratamento do astigmatismo

    118

    Estrabismo

    123

    Tratamento de estrabismo

    127

    Catarata131

  • Tratamento da catarata 134

    Glaucoma

    136

    Tratamento do glaucoma138

    Olhos inflamados

    139

    Apndice

    141

    Cansao simples da vista

    144

  • Casos clnicos 144

    Dores de cabea 146

    Hipermetropia 150

    Casos clnicos 151

    Presbiopia

    153

    Caso clnico

    153

    Miopia 155

    Casos clnicos 155

  • Astigmatismo 157

    Casos clnicos 157

    Estrabismo

    158

    Caso clnico

    159

    Olhos inflamados

    160

    Casos clnicos 160

    Catarata161

  • Bibliografia:

    162

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    Como Enxergar Bem sem culos

    M. Matheus de Souza, DC. DM.

    Introduo

    As idias simples costumam passardespercebidas e, quando asencontramos, temos uma certadificuldade em aceit-las, tal a suasingeleza.

    Assim foi quando, na juventude, pela

  • primeira vez travei contato com aQuiropatia, que viria a adotar comoprofisso. Seus conceitos eram tosimples e claros que julgvamos noserem verdadeiros. Os anos defaculdade e a posterior prtica diria seencarregariam de atestar a eficincia dobom senso aplicado sade e suamanuteno. Assim tambm foi comrelao capacidade de recuperaodos olhos, quando aos vinte e poucosanos uma miopia j teimava em seinstalar em quem tinha na leitura um deseus maiores prazeres. Recebi naocasio a terrvel sentena e arespectiva receita para o usocompulsrio de culos. Incmodos enada estticos, eles tampouco eram

  • prticos para quem gostava de praticarnatao, atletismo, basquete, futebol etantas outras atividades no toesportivas, como namorar e danar.Impertinentes, os culos transformaram-se num apndice como fonte de muitasfrustraes da minha longa juventude.Felizmente, ainda estudante, um colegapresenteou-me com um livro quedescrevia o Sistema Bates.

    A princpio, a simplicidade do mtododeixou-me em dvida. Como ocorre emvrias circunstncias na nossa profisso,o mrito do efeito era credenciado auto-sugesto ou a uma coincidncia(ficaria bem de qualquer maneira).Resolvi, no entanto, testar. Uma leitura

  • atenta das conceituaes, mais oresultado rpido obtido pela prtica dosexerccios recomendados (joguei forameus indesejveis culos em apenasduas semanas), passei a ser umdivulgador do sistema entre meuspacientes, principalmente quandoobservei que a melhoria da viso era umfator importante na recuperao emindivduos que sofriam de algumassndromes cervicais.

    Durante os ltimos 34 anos, tenhoemprestado a pacientes e amigos, essesconceitos e exerccios, uma vez que raro encontrar uma obra em portugus.As que haviam esto esgotadas ou seusdireitos autorais foram adquiridos para

  • recolher os estoques existentes e nomais serem editadas.

    Tudo, possivelmente, por obra e graade algum que na poca sentiu-seameaado nos seus interessescomerciais.

    Recentemente, fiquei extremamentesurpreso em uma de minhas aulas nocurso de Quiropatia (1997). Aoperguntar quantos deles faziam uso dosistema Bates para orientar seuspacientes, manifestou-se um silnciototal. Timidamente, um deles perguntousobre o que eu estava falando.

    Uma platia de aproximadamente 60profissionais (todos da rea da sade) e

  • nenhuma informao a respeito. Percebi,ento, que o objetivo daqueles que nadcada de 60, haviam recolhido oslivros existentes sobre o assunto, haviasido atingido. Confiavam ento que amemria da populao curta e quequando um determinado assunto deixa deser comentado e divulgado, lentamentecai no esquecimento.

    Este fato levou-me, por sugesto deamigos, a preparar a presente obradedicada ao grande pblico edirecionada principalmente aos colegasterapeutas. Tero assim, mais umaferramenta no seu arsenal de recursospara auxiliar, de maneira natural, aspessoas que os procuram buscando

  • ajuda.

    O mtodo Bates consiste simplesmenteem ensinar as pessoas a utilizarem seusolhos de uma forma relaxada e cmoda.O objetivo principal o de restabeleceros hbitos normais da viso quandoestes forem perdidos devido a umesforo excessivo ou a um estado detenso.

    Nosso grande inspirador,indubitavelmente, sempre foi o Dr.William Horatio Bates, porem o roteirobsico de nossa prtica foi extrado dosescritos do Dr. Harold M. Peppard.

    A esses dois gigantes, rendemos no sa nossa homenagem, mas tambm a

  • nossa eterna gratido.

    M. Matheus de Souza, DC. DM.

    So Paulo - 1998

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    Captulo 1

    HISTRIA E FUNDAMENTOS

    No passado, havia apenas duasrespostas clssicas para os defeitoscomuns da refrao (esses distrbios

  • pticos que dificultam a viso clara eprecisa): culos ou cirurgia, ou ambos.Infelizmente, em algumas reas, issoocorre at nos dias de hoje.

    Quando os olhos sofrem algumcontratempo, faz-se uma visita aooftalmologista que via de regraprescreve um par de culos. Nada maisa fazer. Existe uma tendncia geral emconsiderar unia espcie de heranacertos males como: miopia,hipermetropia, astigmatismo,estrabismo, catarata, glaucoma e, naidade madura, culos para ler. Noentanto, a causa desses distrbiosvisuais, o motivo real, no se procurasaber. Os culos auxiliam

  • temporariamente os olhos a veremmelhor e, eventualmente, algumacirurgia pode ser feita para buscar umalvio mais prolongado, mas os"especialistas" no procuram ou noconhecem nada que cure os olhos. Nemtentam cur-los. Tentam, verdade,ajud-los, aplainar-lhes o caminho, masno acreditam ou no sabem, que podemcur-los. Tal atitude em relao aosproblemas mais comuns de refraoainda se assemelha prtica comum deum sculo atrs.

    No comeo do sculo vinte, no entanto,o Dr. William Horatio Bates, de NovaYork, um dos grandes especialistas doseu tempo, aprofundou-se nessa regio

  • inexplorada e descobriu algumas coisasinteressantes. Ao contrrio dopensamento dominante, descobriu que aviso, a exemplo de qualquer outrafuno do organismo, tem a capacidadede se recuperar, de forma espontnea, namedida em que lhe so dadas certascondies ideais de repouso e havendoum pleno abastecimento neurolgico(teoria nascente nas escolas deQuiropatia e Osteopatia, ambasembasadas num vitalismo moderno ecientfico gerado pela EscolaFisiomdica em 1900 - Robert Boyd,D.O. Uma introduo Terapia Bio-CraniaI, Editora Ibraqui).

    No final de um dia extenuante no seu

  • consultrio, Dr. Bates estavadescansando aps uma srie deconsultas difceis. Tirou os culos eapoiou o rosto fatigado nas suas mosem concha, cobrindo os olhos. Depoisde descansar nessa posioaproximadamente dez minutos, sentindo-se reanimado pelo silncio e escurido,retirou as mos dos olhos e percebeuimediata-mente que, apesar de semculos, as cores e os objetos da sala lhepareciam mais brilhantes e ntidos,assim como a sensao de peso edesconforto nos olhos haviadesaparecido. Foi a partir daqueleinstante, que observou que a qualidadeda percepo visual poderia estar ligadaa um fator de cansao e tenso muscular.

  • Foi assim que ele concebeu a idiafundamental do seu mtodo para arecuperao da viso.

    Baseado nos escritos de D. D. Palmer(criador da Quiropatia), que teorizavasobre a manifestao trina que dominavaa sade plena (Inteligncia Universal

    -Inteligncia Inata e IntelignciaAdquirida), passou a considerar antesde tudo, que a viso uma arte enquantocapacidade simultaneamente inata eadquirida.

    Tal como ocorre com os demaissentidos - a audio, o tato, o paladar eo olfato -

  • o crebro interpreta as informaes quelhe chegam do exterior. O quecondiciona ou determina a verdade ou afalsidade da referida interpretao, noentanto, a qualidade e a intensidade daateno que dedicamos quilo queestamos observando, saboreando,cheirando, sentindo ou ouvindo. Aateno o essencial: deve dirigir-sesempre para fora, numa nica direo,abarcando o objeto sem se distrair,permitindo assim que o crebro efetueuma interpretao correta. No casoconcreto da vista, trata-se de estar 6

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    mentalmente sereno, deixando que a

  • percepo visual venha por si s.

    Exceto quando o olho est doente oulesionado, quase todos os defeitos davista podem ser causados pelaignorncia ou negligncia desteprincipio.

    A viso um dos cinco sentidos do serhumano, os olhos seus rgos, o ato deenxergar no entanto, e pura sensao.

    custa de muita pesquisa e longasexperincias, o Dr Bates percebeu quemuitos males da vista podiam sercurados; no apenas aliviados; uma vezque as falsas causas podiam, na maioriadas vezes, ser removidas, permitindoque os olhos recuperassem a perfeita

  • sade e normalidade como qualqueroutra parte do corpo - salvo se existissealguma condio de degenerescncia. Oolho, contudo, raramente o ponto departida de qualquer molstiadegenerativa.

    Durante vrios anos observou cada vezcom menos interesse a teoria deHelmholtz ( Hermann Helmholtz, 1821 1894, publicou em 1856 o Manual deptica Fisiolgica), que era ento, eainda , a teoria aceita por muitosoftalmologistas.

    Tal teoria est fundamentada napremissa de que a mudana nasdimenses das lentes oculares quepermite ao olho enxergar a diversas

  • distncias. Em outras palavras, foca-semudando o tamanho do cristalino(dilatando ou retraindo).

    Embora uma grande porcentagem dosdistrbios visuais no pudesse (e aindano pode) ser explicada pela teoria deHelmholtz, ela foi o nico mtodo detratamento da vista por mais de umsculo.

    Por sua vez, o Dr. Bates lanou a teoriade que o olhar se adapta s vriasdistncias, no pela mudana da formada menina dos olhos, mas pela mudananas dimenses do prprio globo ocular.Em outras palavras, o olhar se adapta adistncias variveis por meio dos

  • msculos extrnsecos do globo ocularem suas diferentes presses sobre amenina dos olhos.

    O globo ocular movimentado por seismsculos- um de cada lado, um emcima, um por baixo e dois passandoparcialmente em torno do meridiano doglobo ocular, um na parte superior, outrona inferior. Os quatro primeiros sochamados "msculos retos" e os doisltimos "msculos oblquos".

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    Quando o olho foca um objeto distante,o puxo ou a tenso nos quatro msculosretos aumenta e o globo ocular achatado, isto , fica mais curto da

  • frente para trs e torna-se mais largo deum lado ao outro.

    Em compensao, se voc quiser ler ouolhar de perto, os msculos oblquosobedecem a esse desejo aumentando suatenso, afinando o globo ocular que setorna mais comprido e menos largo.

    Enquanto os msculos se mantiveremativos e eficientes, a funo serexecutada perfeitamente e sem esforo.Se, por qualquer razo (como, porexemplo, o cansao da vista provocadopor maus hbitos, exausto crnica,debilidade geral, abatimento prolongadoe tudo quanto possa agravar a tensonervosa) os msculos retos tornarem-sehabitualmente retesos, produzir-se- a

  • condio conhecida como hipermetropiaou hiperopia. Por outro lado, se osmsculos oblquos se retesarem,produzir-se- ento a miopia ou vistacurta. Se a tenso muscular ficardesigual, de forma a que um grupo demsculos aja com mais fora do que ooposto, os globos oculares sofreropresses desequilibradas e da surgir oastigmatismo.

    Em outras palavras, quando a tensomuscular igual, o foco fica exatamentesobre a retina e a pessoa enxerga comperfeio.

    Se, por causa da tenso, o foco fortirado de sua posio natural e recair,

  • quer frente, quer atrs da retina, aimagem ficar borrada e a viso ficarimperfeita.

    Com a evoluo da teoria nascidadessas descobertas, o Dr. Bates tomouos casos que no se amoldavam teoriade Helmholtz, constantementeencontrados em sua imensa prtica.Diagnosticou-os satisfatoriamente etratou-os de acordo com sua prpriateoria. Os resultados foram,impressionantes.

    O experimento conduzido durante vriosanos, provou claramente para ele mesmoe para o grupo de oftalmologistas que secongregaram em torno dele, que osmsculos extrnsecos do olho so os

  • meios de acomodao e que, sendoassim, os culos no so auxiliares daviso, mas sim, prejudiciais, uma vezque, no removem a causa e podemagravar o distrbio, pois permitem que avista se adapte de modo artificial suadeficincia.

    Os culos fazem o que. na realidade osmsculos deveriam fazer, ou seja,ajustar o ponto focal. Ora, se dessamaneira os msculos no executam a suafuno, a exemplo de qualquer outromsculo do organismo, eles tendero aficar atrofiados e rgidos. A sim, oproblema passar a ser progressivo. Acada perodo de tempo, 8

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    realiza-se um novo ajuste (novosculos), at atingir um estado crnico dedegenerao muscular com prejuzosreais viso.

    Isso significa que enquanto os culosparecem aliviar temporariamente aviso afetada, no se mexe na causa daperturbao. Assim, o rgocorrespondente, o olho, sujeita-se aopapel de um invlido de muletas.

    No entanto, com a prtica de uns poucosexerccios reconstrutores parareeducao dos msculos oculares, os

  • olhos podem readquirir o seufuncionamento normal e correto e setornaro perfeitamente fortes e sadios denovo.

    Os resultados dessas experincias foramescritos e publicados em jornaismdicos, poucos anos antes da grandeguerra. Foram tambm apresentados acolegas do Dr. Bates e suas sociedades,mas em vez de estimular o interesse e apesquisa, sua teoria foi ignorada eridicularizada.

    Os oftalmologistas no queriam trocar avelha e estabelecida hiptese por estanova premissa to radical. Talvezalguns, at mesmo duvidassem que fossepossvel fazer um esforo para reeducar

  • os olhos. Os culos trazem pronto alvioem muitos casos e isso era bastante bom.Os oftalmologistas no estavaminteressados e como um bom nmerodeles tinha envolvimento com afabricao de lentes, tirar os culos daspessoas era, naturalmente, a ltima coisaque queriam fazer.

    A falta de reconhecimento do seutrabalho no desencorajou o Dr. Bates,mas impeliu-o a assegurar-se de fatosadicionais relativos ao funcionamentonormal dos olhos. Estabeleceu umaclnica e comeou a pr os seusprincpios prova. Foi mais do querecompensado em seus esforos. Desdeo incio obteve resultados quase

  • incrveis.

    Deviam mesmo ser espantosos,positivos e irrefutveis, para podervencer os preconceitos e a critica quelhes opunham os adeptos da teoria deHelmholtz e os oculistas.

    Provou irrefutavelmente que os defeitoscomuns da refrao esses distrbiospticos que em geral requerem o uso deculos podiam ser corrigidos ecurados com a mudana de tenso nosmsculos extrnsecos do olho. Tratoutodas as modalidades de defeitos derefrao sem o uso de culos e, emcentenas de casos, eliminou culos quevinham sendo usados durante anos erestabeleceu a viso normal.

  • Havendo j provado satisfatoriamente asua teoria, quis descobrir o que causavao mau funcionamento da vista e seusconseqentes distrbios.

    Entre continuas pesquisas chegou concluso que "forar" a vista no era,como usualmente se supunha, o resultadode uma vista defeituosa, mas sim que acausa responsvel por todos essesdefeitos de refrao era o esforo.Provou vezes sem conta que o fixar(esse esforo para ver em lugar dedeixar que os olhos vejamnaturalmente), somado debilidadegeral, ao temperamento nervoso e,principalmente, ao uso inadequado da

  • vista por falta de conhecimento sobrecomo os olhos realmente enxergam,eram os responsveis. Dessa forma,pem os msculos pticos fora do seufuncionamento normal. O resultado aviso deficiente.

    Cada vez mais ele provava isso sociedade. Seu prximo passo foidescobrir como fazer uma vistaretroceder aos hbitos originais enormais; resumir e aclarar uma maneiraou frmula de conduta que permitisseaos olhos voltarem uma normalidadesaudvel e, assim, viso perfeita.

    Foi desenvolvida uma srie derecomendaes e exerccios parareeducao dos msculos pticos,

  • visando reconduzi-los aos estadosnormais de repouso e movimento.

    Assim, pela educao, os maus hbitosseriam substitudos pelos bons.

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    Como Enxergar Bem sem culos

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    Como seu trabalho comeasse a atrair aateno pelos resultados obtidos, umgrupo de estudantes reuniu-se em tornodele e aprendeu os princpios da visonormal sem o uso de culos. Essesalunos, apesar das presses recebidasprincipalmente dos profissionais ligados

  • fabricao de culos, foram osgrandes divulgadores do mtodo,editando livros e realizando em suasclnicas particulares, curasextraordinrias e produzindo um grandenmero de pacientes satisfeitos.

    Esse tratamento dos olhos sem o uso deculos tem sido aplicado a milhares depessoas e cada tipo de defeito derefrao tem sido tratado com realsucesso. Embora ainda ignorado pelamaioria dos profissionais especialistas,uma vez que a resistncia inicial aomtodo fez com que ele fosse rotuladocomo tcnica alternativa, em vriaspartes do mundo (Estados Unidos,Canad, Inglaterra, frica do Sul,

  • Frana, Espanha, Alemanha, Portugal eBrasil) existem profissionais praticandoe divulgando esse mtodo.

    Os princpios, sendo bsicos, aplicam-se a todos os olhos e a todos os defeitosde refrao em todas as idades. Numacriana que sofre da vista, o defeito leve e, via de regra, um tratamentorpido ser suficiente para restituir aosolhos a viso normal.

    No menos rpido ser o tratamentopara pessoas de idade madura, oumesmo j avanada, se o distrbio forcombatido to logo aparea. O decursode tempo desde o aparecimento doefeito e seus conseqentes maus hbitos,importam muito mais do que a idade do

  • indivduo em quem ocorrem.

    bom repetir que o tratamento usadoem todos os distrbios visuais para osquais prescrito o uso de culos e no nossa inteno aplic-lo na perda daviso causada por degenerescncia.

    Experincia pessoal

    Em 1961, ainda jovem, j ostentava umpar de culos fortes para miopia quandotomei conhecimento do mtodo do Dr.Bates. Em poucas semanas joguei forameus culos. Desde que me graduei emQuiropatia, no ano de 1964, e inicieimeu trabalho clnico, venhorecomendando aos meus pacientes aaplicao dos exerccios corretivos e

  • estimulando a compreenso daverdadeira causa dos problemas deviso. Tenho constatado que a pessoaque aprende a usar convenientemente osolhos, nunca mais precisar de culos ever com clareza toda a sua vida.Graas ao notvel poder de resistnciados olhos, podemos t-los jovens at osoitenta anos.

    Acompanhei, nesses anos, um grandenmero de indivduos de todas as idadesdesfazerem-se de seus culos ereadquirirem a viso normal. Milharesde criaturas o fazem, com a orientaode profissionais que empregam essenovo sistema e outras pela leitura deprospectos e livros produzidos por

  • seguidores dessa escola. Apesar disso,o mundo ainda est cheio de culos.

    importante observar que aignorncia do assunto existe emfuno de grandes interesses financeiros.O acontecido no Brasil na dcada de 60,talvez d uma idia das

    foras ocultas que tentam dificultar oacesso a esse tipo de informao.

    Tomei conhecimento do mtodo atravsde um colega que presenteou-me com umexemplar do livro Veja Melhor semculos do Dr Harold M. Peppard.

    Quando iniciei minha prtica clnica,adquiria de 10 a 20 exemplares por vez

  • para presentear a cada paciente que seapresentava com culos e recomendavano s a sua leitura para entendimento,como disciplina na aplicao dosexerccios. Desnecessrio dizer que noera eu o nico a ter esse procedimento epor conseqncia, o livro estava 10

    Como Enxergar Bem sem culos

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    sendo muito bem vendido e um nmerocada vez maior de indivduosabandonava o USO de culos.

    Fomos surpreendidos em 1967 com odesaparecimento sbito desse livro daslivrarias.

  • Aps um certo tempo, questionamos aeditora e fomos informados que umgrupo de pessoas, que possivelmenterepresentava uma determinadaassociao de classe, havia compradoos direitos autorais e retirado domercado os exemplares existentes. Adesculpa era que seria reescrito, poispossua uma srie de erros que deveriamser corrigidos. Nunca mais foi editado.

    Restou-nos apenas o expediente derascunhar os princpios e exerccios dosistema e mimeograf-los para forneceraos interessados, o que, sem dvida,pela apresentao pobre, baixava ondice de credibilidade no assunto.Some-se a isso o fato da maioria dos

  • especialistas da rea informarem noconhecer o assunto ou mesmo norecomendarem, pois deveria ser maisum desvario da ento muito criticada

    rea alternativa, fruto do movimentocontra cultural que tinha nos hyppiessua expresso social.

    Nestes 34 anos de profisso, em meuconsultrio tenho visto olhos estrbicosretificados, astigmatismo, hiperopia emiopia curados e centenas de culosjogados fora definitivamente. Diga-se depassagem que minha nica ao tem sidofornecer uma cpia deste rascunho eestimular as pessoas com problemas aterem disciplina na aplicao dosexerccios e na mudana de seus hbitos

  • viciosos.

    Apenas com esse procedimento, adquiriabsoluta convico e um grandeentusiasmo neste mtodo que nos fazprimeiro entender a causa do problema edepois nos d o caminho da recuperaode uma maneira extremamente simples.

    A melhor maneira de vencer umobstculo destruir a ignorncia que ocerca. A informao bem dada, indicaro caminho para se readquirir econservar viso boa e normal, sem aajuda de culos.

    Para quem este sistema?

    Quando adoecemos e temos o corpo

  • fragilizado, via de regra, vamos para acama.

    Instintivamente sabemos que o repousod ao organismo o tempo necessriopara que as defesas orgnicas sejamativadas e a recuperao fsica sejaalcanada. Todo o corpo descansa,menos os olhos. Esta a ocasio em quecolocaremos nossa leitura em dia,assistiremos TV, ou iremos aocomputador domstico para atualizar asinformaes atrasadas, comunicarmoscom a empresa para a qual trabalhamosou, ainda, navegar na Internet. Ascrianas em idade escolar colocaroseus deveres em dia. O universitrioatualizar informaes sobre uma

  • matria pendente. A vov aproveitarpara fazer tric ou croch para os netos.A maioria das pessoas ir desrespeitar eagredir seus olhos. Assim todo o corpoter chance de se recuperar, menos osolhos.

    Ao nos aproximarmos da casa dosquarenta anos e, s vezes antes, aoatingirmos a maturidade profissional,somos premidos por compromissos, osmais variados possveis, relativos prpria atividade profissional, necessidade de manter o emprego, nossa vida social, educao dos filhos,etc., e acabamos perdendo adescontrao tpica da juventude e,infelizmente, a capacidade da relaxao.

  • Com isso, perdemos tambm a boaviso.

    Observem os animais - como tm osolhos relaxados at pressentirem operigo e, mesmo em perigo, como elesso vivos e movimentam-se sem parar,so brilhantes e 11

    Como Enxergar Bem sem culos

    M. Matheus de Souza, DC. DM.

    penetrantes.

    Reparem tambm como so penetrantese flgidos os olhos de uma criananormal! Nada perdem.

  • Observem quo raramente as pessoashabitualmente "relaxadas " usam culos-

    mesmo na idade madura e na velhice.

    A falta de relaxao a causa damaioria das vistas defeituosas.

    "Cansei de fixar a vista e no pude vernada". Se fixar fortemente e por muitotempo a vista, essa afirmativa poderser tragicamente verdadeira - oindivduo ficar cego. Fixar cansa avista e o cansao a causa da visoimperfeita. No o resultado, comogeralmente se supe mas a causa.

    O estado emocional do indivduo influi

  • na viso, pois os olhos so como ascopas de um trigal maduro, vibram sobqualquer brisa emocional ou mental quesoprar.

    "Fiquei to descontrolado que no pudever" uma expresso que se houvefreqentemente e parece tola, mas narealidade, a constatao de um fato. Atenso da raiva perturbou o crebro edesfocou a vista.

    Quem no conhece:

    O olhar do apaixonado e sonhador.

    O olhar vermelho e carregado doraivoso e irado.

  • O olhar culpado que denuncia omentiroso.

    O olhar aberto do medroso e oesbugalhado do aterrorizado.

    O olhar esperto e rpido do curioso.

    O olhar atento do negociante

    O olhar terno do amigo.

    O olhar contrado do invejoso.

    O olhar fixo e tenso dosdesequilibrados

    Aproximadamente noventa porcento doshomens e mulheres de mais de quarenta

  • e cinco anos usam culos, quer para ler,quer durante todo o tempo. Ocrescimento da percentagem de crianascom culos entre sete e quinze anos alarmante.

    Este sistema para todos, jovens evelhos, que usam culos e desejariamno ter motivo para us-los. Ele indicado tanto para aqueles quecomearam a usar culos recentemente,quanto para aqueles que os vm usandoh anos e esperam us-los at o termo deseus dias, perdendo-os, ora aqui, ora ali,quebrando-os e, provavelmente, tendoque troc-los por outros mais fortes acada 2 ou 3 anos.

    Tambm indicado para os que, na casa

  • dos quarenta ou cinqenta anos,precisamente quando comeam acompreender como devem viver,descobrem que j no conseguem lerconfortavelmente seus jornais e que osnmeros no catlogo de telefone estoalm de suas possibilidades. Notemcomo elas seguram distncia o que voler, com o brao esticado! um sinal dealarme.

    Acima de tudo, ele indicado para ascrianas. Obrigar uma criana a usarculos, sem que haja a manifestao deum problema degenerativo ouneurolgico bem diagnosticado, umdos grandes pecados do mundo. Deve-seajudar essa pequena e indefesa criatura,

  • no sobrecarreg-la com o usodesconfortvel e antiesttico de culos.

    Tambm dirigido queles que tm oinfortnio de sofrerem de estrabismo.

    Centenas de casos de vesguice tm sidocorrigidos seguindo-se os princpiosexpostos.

    No entanto, este sistema no apropriado para aqueles cuja vistaadoeceu devido a distrbios orgnicos,tais como tumores, degenerescncia daretina, do nervo ptico 12

  • Como Enxergar Bem sem culos

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    ou dos centros visuais do crebro -todos esses casos pertencem aosoftalmologistas.

  • Repetimos que este mtodo foidesenvolvido para corrigir todas asdesordens visuais (problemas derefrao) contra as quais imposto ouso de culos.

    recomendado tambm, para o afortunadogrupo que tem bons e belos olhos e querconserv-los melhor.

    Uma breve reviso

    Antes de prosseguirmos, julgamosnecessrio uma breve reviso, luz doSistema Bates, de alguns aspectosanatmicos e fisiolgicos importantespara a compreenso dos procedimentosposteriormente recomendados.

  • O olho um rgo composto de trscamadas membranosas: uma camadarija, inelstica, exterior, chamadaesclertica; uma camada mdia, ondeesto os vasos sanguneos, chamadacoride; e uma terceira, ou interna, aretina.

    Colocada em uma depresso ssea docrnio, a cavidade dos olhos temformato largo frente e vai-seestreitando medida que se dirige paratrs. A depresso imediatamente atrsdo olho est cheia de matria gordurosa,fornecendo um leito acolchoado ondeele gira.

    Seis msculos movem o olho eprendem-se parte anterior da

  • esclertica (a camada membranosaexterna) e posterior de uma pequenaabertura ssea no fundo da cavidade oudepresso. Quatro desses msculos,chamados msculos retos, passamdiretamente por trs da abertura, um decada lado do globo ocular e mais um emcima e outro embaixo. Os dois restantes,chamados msculos oblquos, passamparcialmente ao redor do globo ocular,partindo um de cima e outro de baixo.Atravessam um ilhs ou roldanaligamentosa antes de ir finalmente aofundo da cavidade, onde prendem-se naabertura ssea ali existente, com osoutros quatro.

    13

  • Como Enxergar Bem sem culos

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    Mantido em posio pela camada

  • gordurosa, o olho pode mover-se paraqualquer direo atravs dos quatromsculos retos. O papel dos msculosoblquos exercer presso em torno daparte mdia do globo ocular, dando-lhea possibilidade de ver a vriasdistncias pela maior ou menor tensoexercida sobre o olho. Quando osmsculos retos se retesam, o globoocular encurta e engrossa.

    Esta mudana faculta-nos a mudana defoco.

    A esclertica protege o olho de qualquerinjria externa e d-lhe sua cor branca.Quatro quintos da esclertica soopacos e no permitem a entrada de luz.

  • O um quinto restante uma reatranslcida, chamada crnea, que estsituada exatamente na parte centro-anterior do olho. Parece colorida porcausa do pigmento que fica por trs, masna realidade perfeitamente incolor.

    O coride, ou segunda camada, a zonados vasos sangneos. um intrincadotecido de veias e artrias e uma linha deabastecimento da esclertica, que notem vasos sangneos, e deve recebersua nutrio dos tecidos circunvizinhos.Essas veias e artrias do coride fazempara os olhos o mesmo que fazem paraos demais rgos do corpo, isto , asartrias levam aos olhos o sangue tonecessrio s suas funes e reparao

  • dos tecidos e as veias removem osangue depois de terem executado esseservio levando com ele os produtosnocivos que sobraram.

    A terceira camada, a retina - espcie deforro da segunda - o laboratriointerno onde executado o trabalho. Elacontm todos os elementos sensveis quetransmitem as vibraes da luz aosnervos pticos, os quais, por sua vez,transportam essas impresses aoscentros nervosos no crebro.

    O olho dividido em duas cmaras,partindo-se da frente para trs. Naprimeira fica o cristalino, com seuligamento e seu msculo. De fato ocristalino que divide o olho em duas

  • cmaras, tendo a da frente um quinto dotamanho da detrs. O cristalino biconvexo e suspenso por seusligamentos na frente do olho, na junoda crnea e com a esclertica.

    Esta cmara exterior; ou pequenocompartimento, est cheia de um lquidoclaro como gua, chamado humoraquoso. Este fludo constantementeproduzido 14

  • Como Enxergar Bem sem culos

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    e ser substitudo se eventualmente forperdido numa operao ou acidente. Hduas minsculas passagens ou canaisnesse compartimento que deixam

  • escapar o humor aquoso. O equilbrioentre a produo do humor aquoso e oseu escapamento que controla apresso interna do olho. A pressodentro do olho necessria para mantersua forma perfeitamente esfrica esomente quando o olho uma esferaperfeita que se enxerga com nitidez. Pormuitas razes essencial que tal pressono seja nem demasiado grande, nempequena demais.

    Existe tambm, suspensa nessa cmaraanterior, outra parte essencial daintrincada aparelhagem visual - a ris -cujo centro possui uma abertura - apupila -

    que responde ao meio externo,

  • dilatando-se ou contraindo-se parapermitir a passagem da luz. Esta ajanela pela qual o crebro podeenxergar.

    A ris, com sua pupila, tem para o olho amesma funo que o diafragma dacmara fotogrfica. constituda defibras musculares na forma de crculos eem raios que lhe permitem mudar otamanho e a abertura, de modo apermitir a passagem apenas daquantidade conveniente de luz, conformeas necessidades visuais sob condiesvariveis.

    O forro interno da cmara posterior aretina. Por trs da retina fica a camada

  • de pigmento que d cor ris. Sem estacamada, nossos olhos no teriam cor. Apropsito, tambm ai, por trs daretina, que gerada a maior parte dopigmento da pele e dos cabelos.

    Esta delicada terceira camada do olho ligada segunda e mantida parcialmenteem sua posio por um semifluido,substncia meio gelatinosa chamadahumor vtreo. Este humor enche toda acmara posterior e a outra substnciaque contribui para manter o olho umaesfera perfeita. Sem o humor vtreo, oolho murcharia, como sucede a uma bolade borracha sem ar.

    Diferentemente do humor aquoso, umavez perdido, o humor vtreo no pode

  • ser substitudo.

    A presso dentro do olho constante,mantm-se pelo equilbrio entre asecreo e o escoamento do humoraquoso. Se a tenso ou presso dosquatro msculos retos for aumentada, oglobo ocular, achatar-se- no sentidoantero-posterior, isto , de diante paratrs. o que acontece quando os olhosfocalizam objetos distantes.

    15

  • Como Enxergar Bem sem culos

    M. Matheus de Souza, DC. DM.

    Se, por outro lado, aumentar a tensonos msculos oblquos, o olho sercomprimido pelo centro e se alongar dafrente para trs. o que sucede quandoo olho foca pontos prximos, como na

  • leitura.

    Quando o olho uma esfera perfeita e osraios de luz formam foco sobre a retina,produz-se uma imagem clara e v-seperfeitamente. Quando, por causa datenso, os raios chegam a um foco antesou depois da retina, a imagem vistaborrada ou imprecisa.

    Os raios luminosos refrangem-se quandopassam de um meio com certa densidadepara outro meio de densidade diferente.Antes da luz atingir a retina ela devepassar pela crnea, pelo humor aquoso,pelo cristalino e pelo humor vtreo.

    Se observarmos uma mquinafotogrfica e notarmos as adaptaes

  • distncia que proporcionam uma imagemntida a seis e depois a quinze metros,veremos quo pouco o globo ocularprecisa alterar sua conformao paramanter um foco claro, especialmente seconsiderarmos sua extenso focal. Oalcance focal de uma pequena cmara de quinze ou dezessete centmetros, aopasso que o do olho humano unicamente 3,5 centmetros. Algumaspequenas cmaras modernas, chamadascmaras de foco universal,prevaleceram-se desse conhecimentoobtido com o estudo do olho humano, eno precisam mais de prvios ajustes distncia.

    A intensidade varivel de luz estimula a

  • retina muito mais do que afeta umachapa sensvel dentro da cmara. Aretina com freqncia comparada auma chapa fotogrfica, mas himportantes diferenas. A retina secompe de dez camadas finas. Serianatural esperar-se que os elementos "quevem" - chamados bastes e cones -estivessem colocados em cima,constituindo a primeira camada, mas talno se d. Esto na nona camada e a luzdeve atravessar as primeiras oitocamadas de sangue e vasos, fibrasnervosas e outras delicadas camadasregulares de clulas, antes de alcanar oelemento ativo da viso na nona camada.

    H uma grande exceo, que o "ponto

  • amarelo" - fovea centralis - a pequeninamancha do tamanho de uma cabea dealfinete, sobre a qual falham as outrasoito camadas, os bastes e os cones,expondo luz.

    H apenas uma parte da retina que notem viso. Ao lado do nariz, em cada umdos olhos, perto da parte centralposterior, o nervo ptico passa por trscamadas do olho. O ponto em que elepenetra no globo ocular cego e assim 16

  • Como Enxergar Bem sem culos

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    porque a retina no cobre essa rea.

    Como a parte externa de um olhoencontra a parte interna do outro a fimde formar uma s imagem, quando osdois olhos se aplicam em ver algumacoisa nunca se percebe o ponto cego,embora quem tem s um olho possaperceb-lo.

    A retina tem dois tipos diferentes deviso. O primeiro a viso central, que, positiva, clara, apenas possvel nocentro do olho. uma reaexcessivamente pequena da retina, nunca

  • maior do que a cabea de um alfinete. O

    segundo a viso colateral ou visoapenas da forma, do movimento e da cornos seus aspectos gerais. Este ocupatodo o resto da retina. Esta viso vai sereduzindo progressivamente, a partir docentro para fora, sendo realmente muitopobre na periferia. Os elementosnervosos que formam o nervo ptico,depois de deixarem o globo ocular,passam retaguarda para o interior dacavidade craniana. O nervo do olhodireito no passa diretamente para olado direito do crebro. Pouco depoisde entrar na cavidade craniana divide-seem duas partes e as fibras do ladodireito do olho direito passam para o

  • lado direito do crebro e as fibras dolado esquerdo do olho direito passampara o lado esquerdo do crebro. Dessaforma, cada lado do crebro tem metadedas fibras de cada olho.

    17

    Como Enxergar Bem sem culos

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    Milhes de fibras nervosas juntam-senesses dois centros no crebro e fundemas duas imagens na nica imagem queestamos habituados a ver.

    Quando o crebro est doente e essafuno prejudicada, produz-se dupla

  • viso. O mesmo se d quando ocorrequalquer acidente com os msculos dosolhos, deixando-os incorretamentedirigidos, sem coordenao, emdirees opostas. Isto no acontece noscasos crnicos, pois a mente se reajustagradualmente condio e suprime umadas imagens.

    Da o sentido da viso ser muitocomplexo. uma apurada coordenaode todas as partes do mecanismo davista: os olhos, o nervo ptico e oscentros visuais do crebro. Tudo issodeve funcionar com perfeio para sepoder ver normalmente.

    Descobrindo o seu problema

  • De um grande nmero de pessoas quepassam pelo meu consultrio, as queusam culos, na maioria das vezes, nonecessitam tratamento dos olhos, massim de tratamento ou conselhos paraalgum outro tipo de problema ou estadopatolgico que resulta em fraqueza. Amaioria faz uso de culos, mas semgrandes resultados, j que os olhos noso a causa real do distrbio.

    Muitos tm como responsveis por suasperturbaes visuais. condies fsicasgerais de fraqueza que afetam ativa evisivelmente os olhos.

    Outros tm uma leve perturbao navista e podem ficar completamentealiviados limitando o tratamento apenas

  • ao entendimento e execuo dosprocedimentos do Sistema Bates.

    Se no exame realizado por um mdicode confiana no for verificada nenhumapatologia degenerativo e nenhumproblema diretamente ligado aos nervosvisuais, o mais razovel dar umachance aos olhos e tentar readquirir umbom estado de sade geral; o maisperfeito possvel. Este procedimento muito mais sensato do que colocar umpar de cangalhas sobre o nariz e passaro resto da vida com essa muleta,gastando muitas horas do seu valiosotempo curvado, de joelhos, a procurarnos cantos os culos que voc perdeu"no sabe onde".

  • Dores de cabea associadas leitura,alm de cansao visual podem ter suaorigem no mal estado dos dentes, namanifestao de sinusite por excesso decatarro, ou ainda na priso de ventre.Como caracterstica haver um certocongestionamento na camada externa doolho, dando-lhe um aspecto ligeiramentevermelho. Estes sinais desaparecerorapidamente com os exercciosapropriados de relaxao e estmulos musculatura dos olhos. Logicamente hque se eliminar o catarro e pesquisar osdentes.

    Eliminadas as possibilidades decongestionamento ou inflamao nosrgos da face, dedique-se a melhorar a

  • sade geral e do sistema muscular.Inicie com cuidados na alimentao eespecial ateno funo intestinal. Senecessrio, uma hidroterapia de clonpara tonificar e aumentar a eliminao.

    O estado txico devido m excreo,envenena os olhos e afeta seriamente oseu funcionamento. Para livrar-se dessastoxinas, preciso evacuar todos os dias.

    A importncia do equilbrio do estadoemocional e do sistema nervoso para ofuncionamento da vista no pode sermenosprezada. Quando algum estaltamente preocupado, com o crebroem ebulio, h sempre algo de fadigavisual como conseqncia, no s porcausa da inevitvel tenso muscular

  • resultante, mas porque o crebroperturbado, no capaz de interpretarnormalmente os impulsos que lhe so 18

    Como Enxergar Bem sem culos

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    enviados atravs do nervo ptico. Umgrande medo, depresso ou tristeza,podem transformar a tal ponto ossistemas nervosos e emocional, que no possvel a algum usar os olhosnaturalmente, salvo se lhe for ensinadocomo os olhos vem e o que se devefazer em perodo depressivo paraproteg-los.

    Nas crianas, esse efeito mais visvel.

  • Quantas vezes ela capaz de ler umahistria ou usar os olhos horas seguidasem casa, sem dor de cabea, porque a,ela sente-se em segurana, feliz e tema mente livre de ansiedade ou medo.Porm, nos primeiros dias de aula naescola, que as deixam ansiosas, oumesmo num trabalho em casa, que lheseja exigido algo que ela receia nopoder fazer, ento sentir dor de cabea.O que ela precisa ateno e ajuda nosseus deveres escolares e no um par deculos. Ajude-a a adaptar-se na escola,ensine-a a compreender a lio e no seapresse em colocar culos nessacriana! Seu mal no so os olhos e simo medo.

  • Se algum est passando por umaprofunda fase de ansiedade oudepresso, durante toda a noite,enquanto dormir, provavelmente ter osolhos fixos (as pessoas deprimidasassim o fazem) e durante as horas emque estiver acordado, estar retesandoesses delicados e sensveis msculospticos, tirando-os da normalidade.

    No se deve colocar culos e condenaros olhos a uma deformidade. Deixe que,eles

    "retrocedam" naturalmente.

    Apenas fechar os olhos para dormir no o suficiente para as pessoas ansiosas.

  • Execute os exerccios simples querecomendamos no Captulo 3, pg. 41 "cansao simples da vista".

    Quando tiver seu estado de sade geralremediado e sentir que no est maissob depresso emotiva extraordinria,ento ser tempo de pensar na vistapropriamente dita. Mas, lembre-se quemuitas pessoas que se sentemperfeitamente em condies dedesempenhar suas atividades usuais, queaparentemente no sofrem de coisaalguma, nem de alterao detemperatura, esto, no entanto, numestado bem longe do normal e que a suacapacidade de aproveitar a vida em todaa sua plenitude visivelmente abaixo do

  • normal.

    Se apressadamente algum lhe disserque sua fadiga habitual causadaprovavelmente por cansao visual esugerir que voc deve usar culos sobprescrio de um oftalmologista,seguramente estar lhe prestando umgrande desservio. Antes, porm,deveria lhe perguntar:

    O que voc come?

    Como est sua eliminao?

    Quantas horas voc dorme por dia?

    O que o est preocupando?

  • Gosta do seu trabalho?

    Sua vida emotiva est bem?

    Tem bom humor?

    Se tais perguntas foram respondidashonestamente, j se ter um excelenteponto de partida para a soluo dos seusproblemas. Os seus olhos precisam node lentes, mas sim de melhorescondies.

    Seria impossvel superestimar aimportncia do repouso para os olhos.

    Agora, com seu estado geraldiagnosticado, talvez um simples casode dieta e eliminao e seu estado

  • mental e emocional ajustado, pergunte-se: qual mesmo o meu problema?

    Talvez seja apenas simples cansao davista, coisa de que pode libertar-se coma 19

    Como Enxergar Bem sem culos

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    maior facilidade.

    Tenha sempre em mente que seus olhospodem recuperar a sade to bem comoqualquer outra parte do corpo. Vocdeve fazer com eles, o que faria comoutro rgo qualquer afetado - nosobrecarreg-lo - ou seja, permitir seu

  • repouso e faz-lo voltar normalidadecom exerccios suaves e constantes.

    As regras para uma viso normal sosimplesmente as leis naturais seguidas,automaticamente, pelos olhos sadios. OSistema Bates baseia-se nessas regras.

    Se voc no chegar a ser um praticantedeste mtodo natural para recuperaoda viso, poder, ao menos, encontraralguma orientao. Os conhecimentos eexerccios nele contidos beneficiaro osolhos, estejam em que condiesestiverem, uma vez que o presentemtodo consiste no retorno ao usonormal dos olhos.

    A dor de cabea e os olhos

  • "A dor de cabea , com freqncia,considerada conseqncia de visodefeituosa."

    H mais de vinte condies no corpohumano que podem causar dor decabea.

    Diagnosticar acertada-mente a causa deuma dor de cabea, muitas vezes,desafia a percia do mais hbil clnico.

    A despeito disso, clnicos, professores,amigos, colegas de trabalho e parentessentem-se felizes em aconselhar algumque sofre dores de cabea, a usarculos. O

    fato de milhares de criaturas, que j os

  • usam, continuarem a trazer no bolso umtubo de aspirinas ainda no lhes causouto forte impresso que as impedissedesse hbito pernicioso de usar culospara as dores de cabea.

    As crianas so as que mais sofrem comesse absurdo e ignorante ponto de vista,uma vez que os culos necessariamenteinterferem no desenvolvimento normaldos olhos infantis e os tornam viciosos.No havendo um problema real,neurolgico ou degenerativo bemdiagnosticado, colocar culos numacriana significa danificar-lheseriamente a vista.

    O que algum com dor de cabea maisprecisa so os servios de um mdico

  • honrado. Desgraada-mente, muitosmdicos acham que a dor de cabea um sintoma enganoso e inclinam-se a"experimentar culos" em vez de seencarregarem da difcil tarefa delocalizar a causa real do distrbio.Deve-se procurar portanto, um mdicoque seja capaz e inteligente.

    Sem dvida, os olhos, eventualmente,causam dor de cabea, mas no tantocomo se acredita. H um consenso deque eles raramente so a causa primriae, em cada caso em que so a causa,obtm-se alvio infalvel quando opaciente instrudo nos princpios davista normal. Se a dor de cabea nodiminuir com esse tratamento, pode-se

  • ter absoluta certeza de que no so osolhos, mas qualquer outra parte dacabea ou do corpo, que est causando osofrimento.

    Infelizmente, em alguns casos, os culosaliviam as dores de cabea o suficientepara convencer o doente de que os olhosso a causa real do mal.

    Qualquer oftalmologista pode serpositivo em seu diagnstico quanto a seo distrbio ou no proveniente dosolhos. No restante, a dor de cabea uma condio de difcil diagnstico.Afirmar que os olhos causam o mal umgrande erro, muito comum entre osmdicos das diversas especialidades.

  • O que pode provocar o desvio docaminho reto que os olhos, pela suadelicadeza, se ressentem de qualquerestado de fraqueza ou sofrimento aoserem usados e, assim, soresponsabilizados pela doena, quando,na realidade, a dor de 20

    Como Enxergar Bem sem culos

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    cabea sempre a causa dasensibilidade da vista.

    Quando um profissional apenas receitaculos, no est fazendo nada alm doque faria um cidado comum ao tomaruma aspirina para abrandar a dor. Nesse

  • caso o sintoma, no a causa, que estsendo tratado e o alivio do sintoma tornamuito mais difcil localizar a causa dodistrbio.

    Se tal noo fosse melhor conhecida eaceita, poder-se-ia colocar umparadeiro nesse hbito vicioso de seprescrever culos para crianas eadultos simplesmente porque tm doresde cabea.

    Um recurso natural

    Uma das belezas deste sistema mostrarque sempre h um recurso natural diantede um caso de distrbio visual.

    Quanto mais rapidamente compreende-

  • se o uso vicioso que se faz da vista erecorre-se aos exerccios corretivos,mais cedo comeam a surgir osresultados, sendo necessrio apenas, daiem diante, continuar a usar corretamenteos olhos.

    Pessoas que ainda no usaram culos ouusaram apenas pouco tempo, ou cujodistrbio de pequena gravidadeembora, j venham usando culos halgum tempo, podero ter pronto alivio eem breve, a viso normal restituda.

    Os que tm distrbio grave, que tm tido"vista m" durante muitos anos, essesvencero mais lenta-mente. Cada diado um passo frente na libertao develhos hbitos e adquirem novos hbitos

  • normais de maneira automtica, at severem afinal livres da sua "doena".

    comum o individuo relutar em lanarfora os culos, receando que seus olhosressintam e acabem na cegueira. Leiamcom ateno no Cap. 2, pg. 32, otpico:

    "para tirar os culos".

    Aps 34 anos de observao dos efeitosdeste mtodo, ainda no vi um s mauresultado. Ao contrrio, tenhoacompanhado sempre uma mudana paramelhor at mesmo nos casos em que opaciente tinha poucas esperanas.

    No h o que temer. O pior que pode

  • acontecer voc ficar apenas meiocurado devido sua falta de disciplina.

    Os maus hbitos

    Os olhos anormais no piscamfreqentemente e fitam demoradamenteum mesmo ponto. Isto um mau hbitocontrado e uma das piores causas decansao da vista.

    O olhar normal nunca parado, ele estem constante mobilidade. O movimento to leve que chega a ser imperceptvel.Assim como tudo que vemos no estimvel, mas tem sua peculiar vibrao,da mesma forma os olhos vibram.Julgue-os livres e fludicos. Se voc noconceder esse sentimento de abandono,

  • de liberdade a seus olhos, eles no teromobilidade e ficaro com o hbitovicioso da fixidez.

    O olhar normal no tenta ver uma vastarea a um s tempo, uma linha inteirapor exemplo, mas palavra por palavra;todavia, seu movimento to amplo qued a impresso de uma imensa rea.Quando voc procura ver toda uma reaao mesmo tempo, est forando a vista.Relaxe, solte a vista e ver sem esforo.

    Use sua vista como faz quando escreve,no forando adiante, mas simempregando os olhos em cada palavraque est sendo escrita. Este o processode olhar para todas as coisas, cadadetalhe a seu tempo, sem pressa de ver o

  • seguinte.

    21

    Como Enxergar Bem sem culos

    M. Matheus de Souza, DC. DM.

    A verdade que voc no v com osolhos, mas com o crebro atravs dosolhos.

    A pupila do olho na realidade umorifcio vazio por onde passa a luz; ajanela pela qual o crebro v. A retina,a camada mais profunda do olho, recebeas vibraes da luz que lhe chega pelapupila e a transfere atravs dos nervospticos ao centro visual no crebro,

  • ento voc v.

    Tudo o que tiver diante da vista estdentro da vista, mas voc somentepoder ver se o crebro receber. Aausncia de relaxao no s estica osmsculos e conduz o olho para fora dofoco perfeito, mas atrapalha ofuncionamento do crebro.

    Tudo o que influencia suas emoestambm afeta seus olhos muito maisprofundamente do que apenas os sinaisbvios externos, tais como:

    Lgrimas de pesar

    Turvao de raiva

  • Arregalar de espanto

    Sombreamento de tristeza

    "Luz que brilha nos olhos" quando se feliz.

    E porque no, se uma parte dos olhos o prolongamento direito do tecidocerebral? E o crebro, centro de todo osistema nervoso, constantementeagitado pelas emoes.

    Nada que afete o estado geral podedeixar de agir nos seus olhos. De todosos enganos cometidos no estudo dascondies visuais, o mais comum esperar que a vista funcionenormalmente a despeito da sade do

  • corpo.

    Baixa vitalidade significa vista fraca.Uma infeco aguda, como uma gripe ououtro tipo de febre, ou qualquer estadode intoxicao violenta, quer dizer queseus olhos tambm esto doentes. E, noentanto, voc h de ler o dia todo paradistrair as idias. Ler um dos maisrduos trabalhos que os olhos realizam eos pobres no tm descanso nem quandose est doente.

    Com freqncia, aps uma doena,achamos que devemos usar culos - avista est nos faltando. Os olhos, porcausa desse estado de fraqueza,provavelmente nunca se livraro dosculos; to grande o seu poder de

  • adaptao que se ajustam aos culos e,dessa forma, se submetem ao usovicioso.

    As pessoas muito doentes no devem lernunca. E pessoas levemente doentesdeveriam ler apenas durante perodosmuito curtos, cerrando freqentementeas plpebras para breves minutos derepouso, piscando freqentemente,nunca fixando a vista, nunca fazendoesforo para ver.

    Pessoas extenuadas ou com esgotamentonervoso, jamais deveriam ler.

    H quem pretenda descansar lendo. descanso para as emoes, mas umfardo para os olhos. A viso obtida

  • pela ativa e saliente contrao eexpanso de msculos e pela atividadetanto das clulas visuais como dasclulas do pensamento, alojadas nocrebro. A absoro do assunto lidoexige igualmente, consumo de energianervosa.

    Nem o corpo, nem o crebro esto emcondies de executar esse rduo labor.So os olhos que pagam.

    Isto se aplica especialmente s crianas.Seus olhos no esto bem desenvolvidose so extremamente sensveis aoesforo. Quase todo mundo sabe que osolhos da criana devem ser poupadosdurante o sarampo, mas em muitas outrascircunstncias esta precauo

  • negligenciada. O resultado quecentenas de criaturas passam o resto davida com a vista defeituosa

    Pode-se ler na convalescena, mas osperodos de leitura devem ser curtos eos 22

    Como Enxergar Bem sem culos

    M. Matheus de Souza, DC. DM.

    olhos devem repousar logo que sesintam fatigados. Tratando a vista comeste processo simples e inteligente, elase reabilitar normal-mente, com o restodo corpo.

    Leia com ateno o Captulo 2, pg.30:

  • "Aprendendo a ler".

    Pessoas nervosas, ou que, por causa dotemperamento ou de condiesespecficas aparentemente fora decontrole, vo vida afora em contnuatenso, usualmente comeam a usarculos muito cedo. Quando os culosso colocados nessas criaturas, seusolhos pioram rapidamente, at que aslentes j no minoram o defeito eprejudicam a vista por acostum-la amaus hbitos. Essas pessoas precisamaprender a relaxar e a usar a si mesmascom menos esforo e com mais engenho.Elas precisam reaprender a usar osolhos apropriadamente. Podero entoavanar at o fim de suas vidas com a

  • vista normal e com maior vigor eresistncia.

    A base do sistema

    1. Aceitar o fato de que seus olhos,como qualquer outra parte do seu corpo,so dotados de poder para completarecuperao sob conveniente direo.No so algo parte ou separado doresto de seu corpo.

    2. Reconhecer que a "vista cansada" acausa da perturbao visual e no oresultado. vista cansada no formaoviciosa, no herana, massimplesmente "vista cansada".

    3. Compreender que relaxar a vista pode

  • alivi-la de pesados esforos. Este oprimeiro passo no caminho darecuperao da viso normal.

    4. Ter disciplina. Uma vezcompreendidos os princpios anteriores,ter determinao ao aprender como usarcorretamente os olhos. Reeducar-seatravs de exerccios que anulem osmaus hbitos, restituindo aos msculosda vista coordenao e vigor.

    A necessidade de relaxao um temamuito explorado. Um grande nmero delivros tem sido escrito sobre esteassunto. Existem provavelmente, tantosmeios de se obter a relaxao comoexistem tipos humanos - divertimentos,dana, amor, leitura, msica, pintura,

  • respirao profunda, exerccio fsico,trabalhos manuais, jardinagem,meditao transcendental, religio - emais um sem nmero de maneiras parase relaxar. O recurso em si no temimportncia, o que tem valor que sejapraticado habitualmente, que no sejaocasional mas habitual.

    Uma das melhores tcnicas derelaxamento o exerccio fornecidoneste sistema, Captulo 2, pg.36, quechamamos de "o grande volteio".

    O grande vilo (o cansao visual)

    Quando a causa de um erro conhecida,fica mais fcil sua correo.

  • No sistema antigo de Helmholtz, a causa atribuda conformao defeituosa doglobo ocular.

    No mtodo de Bates, a causa atribudaao cansao visual que afeta os msculosque movimentam os olhos.

    O cansao visual pode se manifestar devrias maneiras e pode ser classificadoem dois tipos bsicos: o agudo e ocrnico.

    Agudo quando os olhos so usados, porexemplo, durante algum estado forte deintoxicao, (sarampo, angina, difteria,tonsilite, gripe, resfriado, pneumonia,qualquer molstia real). Quem "l parase distrair" e est na cama resfriado,

  • abusa to impiedosamente dos olhoscomo faria se sasse para suasatividades costumeiras 23

    Como Enxergar Bem sem culos

    M. Matheus de Souza, DC. DM.

    ardendo em febre. Pode ser que consigaescapar de estragar sua vista uma ouduas vezes, mas sempre umprocedimento perigoso.

    A vista tambm pode ser acometida decansao agudo, devido a um golpe de arsobre a sua superfcie, calor excessivo,a exposio claridade em demasia,invaso de corpos estranhos, ou algumadroga custica que entre em contato com

  • os olhos. O

    cansao agudo tambm pode ser causadopor fadiga aps leitura demorada,durante um dia ou uma noite sem pararpara descanso.

    Todas essas condies afetam asfunes visuais, mas se os princpios davista normal forem aplicados na ocasiodo estado agudo, os olhos readquirirocompleta normalidade.

    Crnico j o cansao mais insidioso edifcil de ser percebido. A maneiracomo os vrios graus de cansaocrnico podem afetar os olhos vai aoinfinito.

  • As crianas na escola, muitas vezescansam a vista com medo de umprofessor severo (real ouimaginariamente), ou por aplicarem-sedemasiadamente a um curso difcil.Iluminao imprpria, escura ou claraem excesso, ou posio incorretadurante a leitura. So erros muitocomuns entre os jovens e muito maiscomuns nos adultos.

    O tamanho das letras; quando muitomidas, dificultam uma leitura fcil enormal.

    Quando o livro colocado mais pertoou debaixo dos olhos, como sucedetantas vezes, produz-se inevitavelmenteo cansao.

  • Os olhos esto intimamente ligados aoutros pontos do crebro e qualquerirritao como dor de cabea, sinusiteou dentes cariados, produz o cansao davista.

    A vida em atmosfera ou ambientedesagradvel produzir constantecansao da vista.

    Auto-intoxicao devido eliminaoimperfeita (priso de ventre), umtemperamento naturalmente excitvel.

    Fadiga crnica que faa com que osolhos sejam usados de maneiraantinatural (postura adotadafreqentemente por pessoas que pensam

  • denotar com isso sua personalidade).Qualquer causa de hipertenso geralredundar em cansao da vista e em usovicioso dos olhos.

    Uma combinao de duas ou maiscausas encontrada freqentemente nodiagnstico de distrbio visual. O olho, contudo, to maravilhosamenteconstrudo que suportar adiantado graude cansao durante anos, sem que aviso fique defeituosa. Quando o malalcana um determinado ponto,invariavelmente o olho sucumbe aoesforo e a viso fica prejudicada.

    Quando o uso dos olhos normal, no necessrio se esforar para ver e o ato inteiramente automtico. Mas, logo que

  • se faz qualquer esforo para ver,comea a operar- se o cansao. Lembre-se que os objetos (em qualquer lugar),as palavras numa pgina, ou umapaisagem, deveriam "apresentar-se" semesforo a um olhar relaxado, no sendode competncia do olhar busc-los.

    O cansao visual manifesta-se comofadiga nos olhos, dores de cabea,comicho nos olhos, inflamao dasplpebras e, naturalmente, anuviamentoe reduo da viso.

    24

    Como Enxergar Bem sem culos

    M. Matheus de Souza, DC. DM.

  • Os trs segredos da boa viso

    Olhos normais e saudveis devem sercapazes de:

    piscar,

    ter a viso focada e

    possuir boa mobilidade.

    Piscar

    Este o primeiro segredo de uma boaviso. O ato de piscar natural(piscadela), um abrir e fechar ligeiro efcil dos olhos que feitointermitentemente por todos os olhosnormais. A mdia de piscadelas varia de

  • individuo para indivduo e varia tambmde acordo com o uso que se d vista.Pisca-se mais, por exemplo, quando sefita alguma coisa brilhante do quequando se olha para algo de cor suave.

    Com freqncia, a diferena entre osolhos normais e os anormais que osnormais tm maior tendncia a piscarsob uma dada situao. Se os olhos soperfeitamente normais, ho de piscar; asupresso do ato de piscar denuncia atendncia a tomarem-se anormais.

    A ao das plpebras no piscar proporcionada por outro msculoimportante (o levantador da plpebrasuperior). essencial a ao destemsculo para os olhos e viso

  • normais. Quando algum pisca, produzida uma pequena gotcula, algrima, que desce e envolve o globoocular mantendo-o mido. Esse lquido,que mantm os olhos lubrificados, produzido por uma pequena glndulachamada glndula lacrimal, localizadasob a parte exterior da plpebra decima.

    efetivada assim uma lavagemconstante que tem muitas funes:Mantm os olhos higienizados pois, esselquido um anti-sptico poderoso.

    Reflete a luz dando brilho aos olhos.

  • Protege a crnea, a pequena porotranslcida da frente do olho que no dotada de vasos sanguneos e necessitadesse lquido Para manter-se mida.

    Evita assim, o surgimento de pequenaslceras na crnea.

    Evita que partculas de matria estranhacadas no olho, adiram e sejamacomodadas. O fluido lacrimal mantm-nas flutuando at a sua eliminao.

    Aquecem os olhos nos dias frios com opiscar constante. Os olhos podem sofrer

  • muito com o frio.

    Com o ar seco ou sob vento forte, olquido se perde com rapidez. O piscarfreqente, quase continuamente, confortae defende os olhos.

    No curto intervalo de duas piscadelas,os msculos da pupila tm apossibilidade momentnea de relaxarsua tenso.

    O piscar tambm permite ao olho

  • mover-se levemente e, assim, possibilitaaos msculos retos e oblquos uma cotade movimento essencial sua sade.

    O movimento necessrio sade detodo msculo.

    O movimento produzido pela piscadelaestimula a circulao de fluido linfticoem torno do olho.

    O piscar natural, sem esforo, no umainterrupo viso contnua. ASensao de viso continua uma ilusoproduzida pelo olhar normal, autnticasem dvida mas, ainda assim, umailuso. Quando uma imagem captadapela retina, uma outra produzidadentro da vista, com uma frao de

  • segundo de atraso. A imagem permanecena retina por algum tempo alm do que aimagem de origem fica diante dos olhos. como a imagem de um objeto noespelho, a imagem permanece por umtempo 25

    Como Enxergar Bem sem culos

    M. Matheus de Souza, DC. DM.

    (frao de segundo) aps o objeto serretirado.

    Portanto, no necessrio que o olhoesteja vendo ativamente o tempo todopara produzir a iluso de verconstantemente. Na verdade, nada nocorpo trabalha mais do que a metade de

  • uma frao de tempo. Assim, 50% (ouum pouco mais) do tempo consumidopor cada rgo no reparo e substituiode seus prprios tecidos e na excreode seus produtos metabolizados.

    A velocidade das impresses visuais entre trinta e quarenta imagens porsegundo em mdia, por pessoa. Logo,pode-se verificar facilmente que opiscar no atrapalha a viso. possvelpiscar to freqentemente que o olho semantm fechado a metade do tempo eainda assim h de ver tanto como seestivesse aberto o tempo todo.

    Na verdade, o ato contnuo de piscaraumenta o espao real de tempo em quepode-se ver ativamente, j que o deixar

  • de piscar redunda em cansao da vista epode reduzir o nmero de imagens detrinta ou quarenta para vinte ou menosimagens por segundo. No h um s fatoa indicar que o piscar interfira no olhar.E um movimento bonito, natural econstrutivo e mantm em boas condieso olho e a viso. No confunda com o"tique" contnuo (pisca-pisca) que umespasmo das plpebras e uma contraoforada, involuntria, e geralmenteenvolve os msculos em torno do olho eos das plpebras e freqentemente estassociado a alguma doena nervosa. Apiscadela ou pestanejar um movimentoligeiro, fcil, delicado, quaseimperceptvel das plpebras.

  • Para vencer o hbito de olhar fixamentedemais para os objetos, pisqueconscientemente e repetidas vezes atreadquirir o hbito de piscarinconscientemente.

    Viso focada

    O segundo segredo de uma viso normal manter os olhos e a inteno to bemcoordenados que se tenha centrada aateno apenas sobre uma pequena reapor vez num mesmo momento. Ao seolhar para um objeto deve-se localiz-locom ateno, circunscrevendo-o a umapequena rea, sem dispers-lo.

    Isso quer dizer que ao olhar para umapgina impressa, voc no conseguir

  • ver claramente toda essa pgina. Se, noentanto, focar sua ateno no cantosuperior direito, voc o ver com amxima clareza, mas o restante dapgina, embora dentro do seu campo deviso, estar menos claro. Para verclaramente a ltima palavra de umapgina, voc ter que desviar os olhos,de forma a posicion-los diretamente natal palavra.

    O mesmo acontece quando se quer lerpalavras prximas uma das outras. Paraver com clareza a primeira palavra deuma linha, voc dever olhardiretamente para ela e para ver a ltimapalavra da mesma linha ser necessriodesviar a vista. A mesma coisa

  • acontecer se voc quiser verclaramente a segunda palavra dessalinha; poder v-la bastante bem paraler, mas no a enxergar perfeitamenteclara se estiver olhando para a primeira.Se voc insistir em ver desta maneira, aconseqncia ser o cansao. E o fato severifica mesmo com os mnimosespaos.

    H uma razo para isso. A nica partedo olho que v perfeitamente claro, ocentro da retina que no maior do quea cabea de um alfinete comum. Esseponto de viso perfeita est colocado noolho como um pingo deitado exatamenteno fundo de uma tigela cujas bordasdecaem suavemente para o centro -

  • como uma arena. S esse 26

    Como Enxergar Bem sem culos

    M. Matheus de Souza, DC. DM.

    pontinho mnimo tem viso clara e forte.Imediatamente fora deste ponto, a visosofre tremenda reduo em sua clareza.H, ao invs, uma viso confusa,colateral. E esta impreciso aumentara aproporo que se continuar a fugir docentro, at que, atingindo-se a bordaexterna, haver apenas a percepoconfusa de forma, cor e movimento. Nose ter mais viso direta, e sim umborro colateral.

    J que s esse minsculo ponto,

  • chamado Mcula Ltea, tem visoperfeitamente ntida, apenas umapequena rea poder ser vistaclaramente em dado momento. Mas omovimento de desvio to rpido quetemos a iluso de ver uma vasta rea. Asimagens caindo na Mcula Ltea, sotransportadas rapidamente para oscentros visuais do crebro, umas sesucedendo s outras com tal rapidez quese somam trinta ou quarenta e, s vezes,mais imagens por segundo, formando umquadro completo dentro do crebro.

    Essa possibilidade de acumular nocrebro sucessivas imagens e produzirassim a iluso de ver claramente umobjeto inteiro ou uma rea considervel

  • um fato fantstico e impressionante,mas tambm a causa de um grandeerro. Acreditando que os prprios olhospodem ver claramente uma grande rea,passa-se assim, sem sentir, para um usoerrado e vicioso de se empregar a vistasem a focar.

    Quando falamos "grande rea",queremos dizer, tentar ver duas ou maispalavras ao mesmo tempo. O olharnormal e sadio v habitualmente s umapequena rea em dado tempo, com ainteno e os olhos coordenando-seperfeitamente sobre cada palavra ouponto de observao, sem esforo ouimpulso para ver mais, tal como se fazquando se est escrevendo.

  • Na prtica de ver uma vasta rea aomesmo tempo consome-se mais tempo eesforo do que o necessrio, perde-se acapacidade de focar perfeitamente eresta uma viso imprecisa da reacolateral. Neste ponto, torna-se entonecessrio exercitar a vista para focarapenas uma pequena rea e, assim,conseguir-se de novo a viso focada,sem a qual nenhum olhar pode ser claroe normal.

    Pode-se ler indefinidamente sem cansarou prejudicar os olhos, se eles semantiverem relaxados e a viso bemfocalizada. Mas, se o poder visual decampo colateral da viso for usado, avista estar se cansando e isso resultar

  • em fadiga e perda de eficincia.

    O fato de os olhos s verem claramenteuma rea muito pequena num dadomomento, no pode ser desprezado. Naobservncia desse fato reside acoordenao da inteno com aslimitaes estruturais do olho, sem oque, no pode haver viso normal.

    Se voc, ao entender este fato da visofocada, no tentar enxergar uma granderea, perceber que esse hbito valiosoaumentar a eficincia dos seus olhos.

    Mobilidade

    O terceiro segredo benfico para se teruma viso normal a mobilidade.

  • Parece antagnico ao segundo segredo,que focalizar o olhar, mas na realidadeno o . O

    olhar deve ser dirigido para umdeterminado ponto, mas deve, tambm,mudar constantemente o seu ponto focal.

    Se no mover, a vista ficar fixa e isso a pior e a mais comum das maneiras defatig-la.

    A mobilidade dos olhos uma funo e,via de regra, se faz inconscientemente.

    A freqncia com que os olhos semovem varia de acordo com o tipo deuso 27

  • Como Enxergar Bem sem culos

    M. Matheus de Souza, DC. DM.

    solicitado; compare o ato de ler umlivro ao de assistir um jogo de tnis. Olivro estacionrio e os olhos notendem a mover-se, a no ser de palavraem palavra, ao passo que a bola e ostenistas esto em constante movimento,obrigando os olhos a se moveremcontinuamente para os acompanhar.

    Mas, em qualquer caso, a mobilidadedos olhos deve ser a mais freqentepossvel. O tempo requerido para queuma imagem seja gravada na retina -cerca de 1/150 de um segundo - permiteuma grande freqncia de mobilidade,

  • sem perda ou interrupo da viso.

    A mobilidade faz-se voluntria einvoluntariamente. A mobilidadevoluntria o movimento dos olhos deum ponto a outro executado por fora davontade. A involuntria contnua,automtica e muito delicada. Talmovimento no visvel e julga-se quecorresponde em freqncia ao nmerode imagens produzidas pela retina.

    Quando a mobilidade voluntria fcil,freqentemente a involuntria normal,mas se um certo cansao for produzidopela mobilidade voluntria, ainvoluntria tornar-se- anormal tambme aumentar o j existente cansao davista.

  • Em cada msculo h sempre um levetremor, por isso a tmpera muscular no um fator constante mas uma sucessode contraes produzindo a tensomuscular relativamente firme. Uma vezque os olhos so mantidos em posiopelos msculos e o foco obtido pormeio desses msculos, os olhos estonaturalmente sujeitos a todas ascondies que as funes musculareslhes impem.

    Portanto, os msculos visuais tm esseleve tremor que inerente aofuncionamento normal de todo msculo.

    Voc pode tornar-se cnscio dessemovimento olhando para as estrelas, que

  • parecem tremeluzir, o queverdadeiramente no se d, pois ofenmeno de radiao da luz denatureza constante. A iluso dacintilao , na realidade, a percepodos raios visuais provocados por essepasseio do olho de um ponto a outro; emoutras palavras, as pulsaes do tremor.

    Quando os olhos esto relaxados, amobilidade voluntria freqente e omovimento curto. O olhar mais tensopode executar um movimento maisamplo, mas produz cansao muscular.H necessidade de relaxamentomuscular para que o olho tenha amobilidade adequada e possa visualizarpequenas reas. Isto se aplica a todos os

  • msculos do corpo - quanto mais sutil omovimento, mais bem adestrado e maisrelaxado deve ser o msculo.

    A mobilidade normal absolutamenteessencial vista normal. A perda daviso, com freqncia, diretamenteproporcional perda de movimento.

    A luz

    Quando h quantidade suficiente de luz,os olhos normais podem ver semesforo. Sem luz, so incapazes de ver edeveriam ficar em repouso.

    Quando a luz pouca, a pupila dilata afim de permitir a entrada de mais luz,como a abertura do diafragma de uma

  • mquina fotogrfica ou filmadora;quando a luz muito viva, a pupila secontrai para barrar o excesso de luz. Oolho capaz de adaptar-se aos maisvariados tipos de luz.

    A atividade da ris, mudando emantendo o tamanho da pupila e oestmulo dos elementos visveis naretina, depende da luz. Dessa forma, importante que sejam favorveis osarranjos de iluminao.

    A luz solar benfica aos olhos,repousa e estimula os msculos aomesmo 28

    Como Enxergar Bem sem culos

  • M. Matheus de Souza, DC. DM.

    tempo. Aqueles que vivem em ambientesfechados e no expem os olhos luz dosol, verificam que sua vista se tornagradualmente mais fraca. Os homens eanimais que trabalham em minas, comluz artificial, tem a viso pauprrima secomparada aos que vivem luz do dia.

    necessrio, porm, saber como usar aluz solar. O abuso do sol pode produzirsrios danos aos olhos.

    Talvez os olhos estranhem aoenfrentarem pela primeira vez a luz fortedo sol, saindo, por exemplo, dapenumbra de um teatro ou cinema, para aclaridade ofuscante da rua numa tarde

  • ensolarada. Isto no significa, olhosfracos. Sente-se certo incmodo ou umasensao de esforo porque adiminuio da pupila, o fechamento daabertura em sua tentativa de proteger oolho contra o sbito brilho, requertempo considervel.

    Freqentemente so necessrios dois outrs minutos para a mudana de uma luzforte para uma iluminao escassa, ouvice-versa. A brusca contrao domsculo da ris penosa. Mas,chegando luz demasiado forte, semantiver os olhos baixos por dois outrs minutos, enquanto se altera otamanho da pupila, as plpebras e aspestanas protegero os olhos da luz

  • excessiva, at completar-se a adaptaoe, assim, pode-se sair da relativaobscuridade para a luz fulgurante sem omnimo desconforto.

    Por outro lado, o alargamento da ris,relaxamento do msculo, no emabsoluto penoso. Mesmo mergulhandosubitamente na escurido, no h omenor desconforto. Por exemplo,quando se entra num salo deespetculos s escuras, princpio nose v porque o tamanho da pupila demasiado pequeno para to pouca luz erequer um certo tempo at que a pupilatome dimenses suficientes parapermitir que maior quantidade de luzentre no olho. Mas no h desconforto.

  • E, feito isso, estar-se- apto a ver combastante clareza.

    Os olhos podem ter aumentada a suatolerncia luz por controladas efreqentes exposies claridade. Naparte de exerccios, Captulo 2, pg.33,aprenda, de maneira segura, o quechamamos de "olhar solar".

    Captulo 2

    EXERCCIOS

    Neste captulo explicaremos todos osexerccios que compem o MtodoBates para recuperar e manter uma visoperfeita. Sero descritos o maisclaramente possvel, independente da

  • ordem em que devam ser realizados. NoCaptulo 3, TRATAMENTOS serfornecida a ordem de execuo.

    Jamais devemos esquecer os trssegredos da boa viso: 1. Piscarfreqentemente.

    2. Focalizao central (dirigir a atenodos olhos a um ponto especfico porvez).

    3. Mover os olhos com freqncia.

    Estes procedimentos independem dehora ou local para serem executados.

    Devem ser introjetados de tal forma emnossa mente, que a sua execuo deve

  • ocorrer de forma expontnea, semesforo, livre e confortavelmente emcada segundo de nossa vida.

    29

    Como Enxergar Bem sem culos

    M. Matheus de Souza, DC. DM.

    Esclarecemos novamente que opresente mtodo aplica-se a todos osdistrbios visuais para os quais prescrito o uso de culos e no nossainteno aplic-lo nos distrbiosprovocados por degenerescncia. Noentanto, mesmo estes podero usufruirde algum benefcio com osprocedimentos descritos.

  • Aprendendo a ler

    A maior incidncia de cansao visual proporcionada pelos maus hbitos evcios desenvolvidos na leitura.Achamos til iniciar este captulo comeste tema.

    Para cada atividade do corpo h umamaneira normal de funcionamento, sendotodas as outras anormais. O mesmo sed com a funo de ler.

    Pensava-se que o tipo de letra pequena emal impressa dos jornais, revistas elivros que era ruim para os olhos.Atualmente isso j no problema,temos melhor trabalho tipogrfico, emtipos de maior corpo, tinta mais preta,

  • papel mais alvo, podendo-se ler com luzmais clara e, no entanto, o nmero deindivduos que padecem quando lem ouque devem limitar sua leitura por causada fadiga dos olhos, cresce dia a dia.

    O que temos, na realidade, um enfoqueerrado do problema: ataca-se os efeitosdo distrbio e no as causas. A resposta:

    "no precisamos de coisas melhorespara ver, mas sim de uma melhormaneira de ver as coisas".

    Os erros ou maus hbitos mais comunsna leitura so:

  • Segurar o livro muito longe ou muitoperto dos olhos. Ficar com o corpo emposio incmoda ou forada; porexemplo, a cabea excessivamenteinclinada para a frente ou os ombros ebraos por demais tensos. Esse umhbito muito comum quando se quercombater o sono ocasionado pelaleitura.

    Ler com pouca luz ou luz em excesso.Ler com luz trmula ou refletindo-sefortemente sobre objetos nofocalizados mas dentro do campo deviso.

    Ler enquanto doente ou muito cansado.

  • Ler com tenso nervosa provocadapela pressa, preocupao oucontrariedade.

    Ter sob a vista material mal impressoou borrado. Procurar ler com os olhossemicerrados para poder ver melhor.

    Ler em papel cuja cor esteja emdesarmonia com a tinta usada naimpresso.

    Ler em papel fortemente lustroso. Talpapel provoca cansao da vista se nofor convenientemente iluminado; a luzdireta sobre ele causa um brilhoexcessivo que cansa os olhos.

    Ler quando no possvel manter o

  • impresso razoavelmente estacionado,como num trem ou automvel.

    Para que voc comece logo a usar suavista de um modo normal, apreciando ecompreendendo o que se segue maisplenamente, leia este livro da seguinteforma: 1.

    Sente-se em posio vertical e relaxada.A posio do corpo deve ser to fcilque nenhum rgo ou tecido deve sofrerpresso ou tenso indevida.

    2.

    A cabea tambm deve ficar mais oumenos a prumo. Pode-se inclin-la 30

  • Como Enxergar Bem sem culos

    M. Matheus de Souza, DC. DM.

    levemente mas no ao ponto de tomb-lapara a frente. Quando a cabea seinclina pesadamente para a frente, todosos tecidos do pescoo e dos ombrossofrem um puxo anormal, a circulaoda cabea processa-se irregularmente eproduz-se o cansao da vista devido sinterferncias nos centros nervosos quecontrolam as funes visuais.

    3.

    O livro deve ser mantido a umadistncia de 35 a 40 centmetros dosolhos e prximo ao peito, de modo que

  • os braos possam apoiar-se de encontroao corpo; a plpebra deve encobrir amaior parte do globo ocular, repelindo aluminosidade desnecessria e outrasimpresses visuais que s serviriampara distrair a ateno; o msculo daplpebra manter-se- relaxado. Com asplpebras apenas ligeiramente abertas, opiscar executado uma ou duas vezespara cada linha realiza-se em ummnimo de tempo, graas distnciaextremamente curta que as plpebrasdevem percorrer. Isso no interrompe,de modo algum, a seqncia de impulsosque chegam ao crebro atravs do nervoptico.

    4.

  • A luz deve ser adequada, mas nodemasiado forte. A iluminao geral docmodo ser boa se houver uma luzdireta, ligeiramente mais forte, incidindosobre o livro. A luz deve ser colocadade lado e por trs, de forma que oreflexo, mesmo sobre as pginas dolivro, no atinja os olhos. Luz refletida,globos luminosos expostos ou objetosbrilhantes no devem ficar no campovisual, pois a fadiga da retina produz-secom qualquer luminosidade fortepartindo de qualquer parte que no sejao ponto focalizado pela vista.

    5.

    Leia de maneira que cada palavra siga aanterior, tal qual como se escreve. No

  • avance. Se numa s olhada se abrangeruma sentena ou uma linha inteira,voando-se sobre a pgina, o resultadoser o cansao dos olhos. Oaconselhvel ir guardando na memriao que foi lido e acrescentando cadapalavra nova. Assim procedendo,mantm-se os olhos em cmodo econtnuo movimento, com o que seevitar todo esforo e cansao. Quem l,em mdia, um livro em uma hora ouduas, est abusando dos olhos econdenando-se a ter distrbios ocularesmais cedo ou mais tarde. Deve-se lerpalavra por palavra. Se no estiverinteressado num pargrafo ou numadeterminada parte do capitulo, pule estaparte inteira-mente, o hbito de "devorar

  • um livro" sempre causar perturbaesporque a vista ser usada semfocalizao completa. Se esta prtica forcontnua, acaba-se por perder acapacidade de produzir focalizaocompleta e o resultado ser uma visoturva ou borrada.

    Todas as funes do corpo sorealizadas por meio dos impulsosnervosos.

    Quando feitas fcil e normalmente, asoma de energia despendida pequena.Quando o sistema nervoso ficadebilitado, ou por doena ou pela faltade sono, a melhor poltica deixar aomesmo tempo de ler, ou ler o mnimopossvel. Embora a leitura ainda seja um

  • repouso, comparada maioria dasatividades, nem por isso substitui o sonoou o descanso absoluto.

    Exerccio n 01

    Relaxamento simples na cama:

    Uma vez que esteja com todo o corpobem acomodado, de olhos fechados,tome 31

    Como Enxergar Bem sem culos

    M. Matheus de Souza, DC. DM.

    conscincia da face e dos olhos,comande um relaxamento nessas regiese depois na lngua. Repita o processo

  • at sentir que os msculos esto livres emacios. Vire a cabea vagarosamente deum lado para o outro.

    Antes de ir para a cama e durante anoite, se voc no conseguir dormir,pratique o "Grande Volteio" (Ex. 07),at que lhe cheguem os bocejos e vocse sinta completamente relaxado. Faaassim tantas vezes quantas conseguir epor tanto tempo quanto no o incomode.

    Exerccio N 02

    Focalizao:

    As pessoas inclinadas a olhar uma reademasiado grande - e os olhos muitoanormais assim procedem -

  • beneficiariam a viso e proporcionariamconforto aos olhos se praticassemcriteriosamente o seguinte exerccio:sem os culos, olhe uma palavra, depoisolhe outra palavra trs palavras distanteda primeira, ento volte atrs e repita oexerccio. Faa isso at que as duaspalavras se tornem claras. Relaxe osmsculos durante essa prtica.

    Um exerccio que consiga focalizardefinitivamente cada palavra e,propositadamente, mover a vista at aprxima. Poucos minutos desta prticapor dia, transforma-la- num hbitoinconsciente.

    Exerccio N 03

  • Leitura de cima para baixo:

    Como um exerccio de carter prtico, aleitura de cima para baixo desenvolve ohbito de mover os olhos e dar-lhesfixao central. Segure o livro decabea para baixo a trinta e cincocentmetros de distncia. Comeando docanto direito inferior, leia da direitapara a esquerda, leia cada palavraindividualmente e, as palavras extensasque no possam ser lidas de um relance,leia-as slaba por silaba. Cada palavradeve ser lida com os olhos e noadivinhada pelo sentido. Dessa forma,cada palavra ser vista separadamente ea mobilidade ser contnua. Talexerccio poderia ser feito durante

  • semanas ou meses at a leitura de baixopara cima ser feita to facilmente comoa leitura pelo processo comum. Quandovoc puder faz-lo com tanta facilidadeque se torne confortvel ler curtashistrias dessa maneira, poder deduzirque seus olhos esto funcionandoperfeitamente.

    Se apenas um dos olhos estiver afetado,tape a vista boa com uma venda eexercite a vista afetada.

    Exerccio N 04

    Para tirar o culos

    Se voc retirar os culos, poder versomente um borro. Inconscientemente

  • voc se esforar por ver. Adicione aisso, talvez, o pnico subconsciente deque, sem 32

    Como Enxergar Bem sem culos

    M. Matheus de Souza, DC. DM.

    os culos, enxerga muito pouco. Mas,em vez disso, esforce-se por ficardespreocupado depois de abandonar osculos, relaxando conscientemente ocorpo, msculo por msculo - deixe-o vontade e mole como uma pea de sedamacia. Em seguida, conscientemente,relaxe tambm a mente, deixe ospensamentos vagarem sem rumo certo.

    Relaxe o rosto afrouxando a lngua e

  • todos os msculos ao redor da boca,permitindo que os cantos da boca subame no desam. Feche os olhos - livre-osde prestar ateno a tudo quanto osrodeia e da tenso da menina dos olhos.Faa de conta que o globo ocular estlivre e solto, d um sorriso e deixe-oespalhar-se por seus olhos fechados,pensando que no h absolutamente luzem seus olhos, que tudo de um negrorde veludo.

    Ento, abra os olhos e olhe de novo.No se esforce por ver, deixe apaisagem, a palavra ou o objeto virdescansar em seus olhos, no saia emsua perseguio. Se voc j alcanou umbelo grau de relax, ao, sua viso

  • tambm j ter progredido um pouco. Esempre o esforo para ver que o impedede ver.

    Exerccio N 05

    Olhar solar

    Um dos mais eficientes e simplesprocessos de aumentar a capacidade detolerncia expor os olhos aos raios dosol da seguinte maneira: 1) Feche osolhos ligeiramente enquanto o rostoestiver virado diretamente para o sol.

    2) Mantendo os olhos cerrados, vire acabea lentamente de um lado para ooutro. Proceda assim durante quatro oucinco minutos.

  • 3) Ento, quando os olhos estiverembem relaxados com o calor do sol e omovimento da cabea, poder abri-los,mas apenas momentaneamente e quandoa cabea estiver voltada para o lado. Osolhos no devem fitar diretamente o sol,mas podem fixar-se em suasproximidades. No faa esforo paraenxergar e abra os olhos somente emcurtos lapsos. Com a continuao desteexerccio e habituando-se vista maisforte, os olhos podem ser dirigidos maise mais para o sol.

    Fazendo isto regularmente em diasseguidos e em tempo cada vez maior, osolhos ho de se tornar mais fortes equalquer vista experimentar melhoras.

  • Os olhos so admiravelmente equipadospara se protegerem e funcionam sobcondies luminosas as mais variadas.Quando se usa o mecanismo natural deproteo que acabamos de resumir, a luzcausa prazer aos olhos e no incmodo.

    33

  • Como Enxergar Bem sem culos

    M. Matheus de Souza, DC. DM.

    Exerccio N 06

    Empalmao

    Ponha-se em posio confortvel comalgum anteparo onde possa apoiar oscotovelos.

    Cubra os olhos com a palma das mos.Essas devem ficar em concha e notocar na vista, assentando-se as palmasnas mas do rosto e os dedos de umadas mos cruzando sobre os dedos daoutra, interceptando completamente a luze sem exercer a mnima presso contra

  • os olhos (veja a ilustrao para aposio das mos sobre os olhos). Osolhos mantm-se suavemente fechados.Quando estiverem inteiramenterelaxados, o fundo da vista ficar preto.O tempo requerido para isto se realizarvaria de dois a dez minutos e, em algunscasos, so necessrias algumas semanasde prtica 34

  • Como Enxergar Bem sem culos

    M. Matheus de Souza, DC. DM.

    antes de se atingir uma boa percepodo negror absoluto.

    No deve ser feita qualquer tentativa dever o negror. No d ateno vista masocupe sua mente com pensamentosagradveis, tranqilos e a vista seencarregar de si mesma. O negroraparecer automaticamente quando oolhar e mente se relaxarem.

    A empalmao benfica em qualquercaso de cansao de vista como um meiode repousar os olhos o mximo possvelno menor lapso de tempo. Uma pessoa

  • com catarata deveria pratic-la algunsminutos de