Como Fortalecer Um Negócio Para a Criação de Bovinos Para Leite

22
Como fortalecer um negócio para a criação de bovinos para leite EMPREENDEDORISMO Especialistas em pequenos negócios / 0800 570 0800 / sebrae.com.br

description

Apostila sebrae

Transcript of Como Fortalecer Um Negócio Para a Criação de Bovinos Para Leite

  • Como fortalecer umnegcio para acriao de bovinospara leite

    EMPREENDEDORISMO

    Especialistas em pequenos negcios / 0800 570 0800 / sebrae.com.br

  • Expediente

    Presidente do Conselho Deliberativo

    Roberto Simes

    Diretor-Presidente

    Luiz Eduardo Pereira Barreto Filho

    Diretor Tcnico

    Carlos Alberto dos Santos

    Diretor de Administrao e Finanas

    Jos Claudio Silva dos Santos

    Gerente da Unidade de Capacitao Empresarial

    Mirela Malvestiti

    Coordenao

    Luciana Rodrigues Macedo

    Autor

    Luis Tadeu Assad

    Projeto Grfico

    Staff Art Marketing e Comunicao Ltda.www.staffart.com.br

  • Apresentao

    1. Apresentao

    Com a realizao de grandes eventos no Brasil surgiram vrias oportunidades para ospequenos negcios aproveitarem. Saiba como.

    No Brasil, a bovinocultura uma atividade econmica extremamente tradicional, queteve incio na poca de colonizao e foi importante na abertura de novas fronteiras.Esta atividade se apresenta, ao longo do tempo, como componente econmico, social,cultural e, atualmente, tambm ambiental. O rebanho bovino brasileiro proporciona aproduo de carne, leite e seus derivados. O valor bruto da produo referente tanto bovinocultura para leite est estimado em R$ 22 bilhes, ou 22,4% do valor bruto daproduo pecuria, superado apenas pelo valor da produo da carne bovina. O leiteest entre os seis produtos mais importantes da agropecuria brasileira, ficando frente de produtos tradicionais como milho, caf beneficiado e arroz. Alm disso, acriao de bovinos ocorre em todos os estados brasileiros, evidenciando a importnciaeconmica e social dessa atividade para o pas, que gera cerca de 4,3 milhes deempregos somente no campo. Atualmente a produo de leite no Brasil se situaprxima de 32 bilhes de litros, o que permite ao pas se ficar entre a quarta e quintacolocao no ranking dos principais pases produtores de leite. Este volume representaaproximadamente 5,0% de toda a produo mundial. A atividade est presente emaproximadamente 1,3 milho de propriedades, sendo a maior parte delas deagricultores familiares, responsveis por 52% da produo.

    Este material faz parte da Srie Ideias de Negcios para 2014, que tem como objetivoexplorar oportunidades para que as micro e pequenas empresas (MPEs) apropriem-sedos investimentos programados para os megaeventos que ocorrero no Brasil, bemcomo do maior volume de movimentao econmica antes, durante e aps esseseventos.

    Este material no substitui a elaborao de um Plano de Negcio. As informaescontidas aqui fazem parte de pesquisas e entrevistas com especialistas eempreendedores, com o objetivo de oferecer uma viso estratgica da atividade deCriao de Bovinos para Leite.

    A deciso de investir em determinada atividade exige uma anlise mais aprofundadade informaes e alternativas com o intuito de diminuir os riscos e incertezas. Quandoso realizadas projees, para aumentar a preciso da anlise, so consideradasvariveis como tamanho de mercado, preos, custos de capital, custos operacionais,entre outras.

    Caso o empreendedor decida promover investimentos neste ou em qualquer ramo deatividade, sugere-se que seja elaborado um Plano de Negcio e que o mesmo procureorientaes na unidade do Sebrae mais prxima da sua regio.

    Ideias de Negcios | www.sebrae.com.br 1

  • Mercado

    Sero apresentados conceitos e informaes relativas a processo produtivo, mercado,marketing e vendas, canais de comercializao, estrutura, localizao, equipamentos,tecnologia, necessidade de pessoal, custos e capital de giro, fonte de recursos,planejamento financeiro, legislao, cursos, eventos e sites com informaes deinteresse do empreendedor.

    2. Mercado

    Tendncias e Oportunidades

    Os grandes eventos esportivos iro atrair um fluxo considervel de turistas antes,durante e depois da realizao dos eventos, que sero consumidores potenciais dosprodutos lcteos brasileiros em territrio nacional e nos seus pases de origem. Comoo Brasil um grande produtor de leite e apresenta potencial para aumentar suaproduo, os megaeventos esportivos devem ser utilizados para a promoo eabertura de novos mercados. Esta estratgia importante para que a pecuria leiteirareduza sua dependncia do mercado interno, j que o produto leite apresenta comocaracterstica alta elasticidade em relao renda da demanda. Esta caractersticamensura a variao percentual na quantidade demandada de um bem dado umavariao percentual na renda do consumidor.

    Segundo o Ministrio da Agricultura, entre os anos de 2011/2012 a 2021/2022 aproduo de leite bovino no pas deve crescer anualmente a 1,9% ao ano, atingindo noincio da prxima dcada aproximadamente 39,2 bilhes de litros (BRASIL, 2012).Todavia, segundo o prprio Ministrio, as taxas de crescimento projetadas para aproduo so baixas e taxas de crescimento entre 3 e 3,5% podem ser obtidas nosprximos anos. Duas razes sustentam essa estimativa: a) o crescimento da produode leite foi de 4,4% entre os anos de 2000 e 2010; e b) existem atualmente em cursoprogramas de sucesso que devem afetar muito a produo e produtividade. Ademais,existem iniciativas da indstria para melhorar a eficincia das propriedades e reduzir ocusto do produto. Ainda segundo este documento, o consumo deve crescer na mesmataxa anual da produo, o que sustentar o aumento da produo, mas manter anecessidade de importao.

    Outra tendncia e oportunidade que surge com a realizao dos megaeventosesportivos o desenvolvimento e abertura para o mercado de queijos artesanais. Apartir da publicao da Instruo Normativa n 57, em 16 de dezembro de 2011(BRASIL, 2011), a produo de queijo artesanal est regulamentada pelo Ministrio daAgricultura, Pecuria e Abastecimento. A norma prev a possibilidade de maturao dequeijos por perodo inferior a 60 dias e define requisitos para sua produo, garantindoa qualidade do produto e atendendo aos aspectos de sanidade e sade pblica.

    A nova regra definiu que a produo de queijos artesanais com maturao inferior a 60

    Ideias de Negcios | www.sebrae.com.br 2

  • Mercado

    dias fica restrita a queijarias situadas em regies certificadas ou tradicionalmentereconhecidas e em propriedades produtoras de leite cru com status livre detuberculose, brucelose e controle de mastite. Quando for inferior a 60 dias, o perodode maturao ser definido por pesquisas e estudos especficos, que devem serrealizados por comits tcnico-cientficos designados pelo ministrio.

    Clientes

    Mercado interno

    Laticnios, redes de supermercados, hotis e restaurantes, tanto nas cidades que irosediar os megaeventos esportivos quanto aqueles localizados em cidades de interesseturstico, tero grande demanda por produtos lcteos, devido ao grande crescimentono fluxo de turistas para o pas antes, durante e aps os eventos. De acordo com oMinistrio do Turismo, estima-se que at as Olimpadas o nmero de turistasestrangeiros dobre no Brasil, atingindo cerca de 10 milhes ao ano. Estes turistasaumentaro a demanda de leite e derivados por toda a rede hoteleira existente nopas.Alm disso, o consumo de queijos per capita no Brasil ainda baixo, perto de 4,5quilos contra 11,5 quilos na Argentina, o que demonstra o potencial de crescimento dademanda por este produto.

    O aumento da demanda pode ser verificado pelos dados da Associao Brasileira dasIndstrias de Queijos (Abiq). Segundo a Abiq, a produo de queijos no Brasil est emexpanso: em 2011 foram produzidas 867,1 mil toneladas de queijos, 9,4% a mais emrelao a 2010. Para se ter uma ideia da dimenso do crescimento, em 2000 aproduo era prxima de 400 mil toneladas. Os queijos mais produzidos so:muarela, requeijo culinrio, prato, requeijo cremoso e petit suisse, nesta ordem.Ainda segundo a Abiq, a tendncia para os prximos anos a de que a produo dequeijos continue aumentando, pois a demanda est impulsionada pelo aumento nopoder aquisitivo da populao brasileira.

    Mercado externo

    Segundo a Embrapa Gado de Leite (2013), em seu documento sobre a conjuntura domercado lcteo, o comportamento da balana comercial de lcteos do Brasil mudoumuito nos ltimos anos. Em 2008, o Brasil tinha supervit na balana comercial de US$328 milhes, com grande expectativa de crescimento contnuo das exportaes.Todavia, a partir de 2009 as importaes aumentaram consideravelmente em razo doaumento do consumo de lcteos no pas.

    As exportaes de lcteos do Brasil foram afetadas diretamente pela criseinternacional de 2008, com uma queda de 70% no valor exportado no ano de 2009, emrelao ao ano de anterior. Desde ento as exportaes vm decrescendogradativamente a cada ano.

    Ideias de Negcios | www.sebrae.com.br 3

  • Mercado

    Ainda segundo a Embrapa Gado de Leite (2013), em termos de valor, os produtoslcteos mais exportados pelo Brasil em 2012 foram o leite condensado, o leitemodificado e o creme de leite, os quais representam 45,7%, 22,1% e 15,5% do totalexportado, respectivamente. Os produtos que sofreram maior variao negativa novalor exportado em 2012 em relao a 2011 foram o leite em p, as demais gorduraslcteas e a manteiga, com quedas de 86,1%, 81% e 56,2%, nessa ordem.

    Portanto, a Copa do Mundo FIFA 2014 e as Olimpadas 2016 podem ser uma timaoportunidade para a promoo dos produtos lcteos produzidos no Brasil, de modo apermitir que o pas volte a exportar. Dentre os mercados promissores, a China apareceem grande destaque.

    Produtos e Servios Demandados

    O segmento de alimentao um setor que demandar produtos de qualidade devido demanda advinda do grande nmero de turistas esperado para a Copa do MundoFIFA 2014 e as Olimpadas 2016. Um megaevento esportivo exige dos setoresgastronmicos do pas produtos alimentcios de alta qualidade, o que pode ser umaoportunidade para a promoo de queijos finos e artesanais, que tenham alto valoragregado.

    Alm disso, as empresas de laticnios podero se beneficiar da grande visibilidade queo pas ter durante a Copa do Mundo FIFA 2014 e as Olimpadas 2016 paraconquistarem novos mercados internacionais, o que pode ser um dos pilares parasustentar o aumento da produo de leite projetado pelo Ministrio da Agricultura principalmente se este aumento mantiver taxas de crescimento prximas de 4%. Casoisto ocorra, o mercado externo uma alternativa para o setor, evitando a oferta emexcesso de produtos lcteos para o mercado interno, o que reduziria os preos eprejudicaria toda a cadeia produtiva. Todavia, importante lembrar que o mercadointernacional representa apenas 5 a 7% do total produzido.

    A bovinocultura para leite uma atividade que apresenta grande demanda porprodutos e servios ao logo de sua cadeia produtiva. Dentre estes, destacam-se asempresas fornecedoras de insumos como fertilizantes, alimentos para animais, smen,produtos veterinrios, entre outros. uma caracterstica das grandes empresas destesetor fornecer servios de assistncia tcnica aos seus clientes, j que a corretautilizao dos insumos e a melhoria dos ndices de produtividade permitiro que oprodutor continue demandando produtos. Tal estratgia uma forma de conseguirfidelizao s empresas.

    Alm dos servios prestados pelas empresas fornecedoras de insumos, empresas deconsultoria independentes tambm so demandadas na criao de bovinos de leite. Apossibilidade de escolha dos melhores insumos disponveis no mercado (preo equalidade) e a visualizao mais ampla da atividade so vantagens que devem serlevadas em conta no momento da contratao deste tipo de servio.

    Ideias de Negcios | www.sebrae.com.br 4

  • Mercado

    Concorrncia

    Segundo Pereira (2010), a criao do Mercosul, em 1991 (Tratado de Assuno),contribuiu para a entrada de lcteos no pas durante a dcada de 1990, aproveitando atarifa zero vigente entre os pases integrantes do bloco. Por intermdio da Argentina,importava-se leite subsidiado de outros pases, burlando a gravao de 30% impostapelo Brasil, com ganhos de at 14% aos importadores, pela diferena existente entreas tarifas dos dois pases para compras fora do bloco. Neste perodo, o Brasildisputava com Mxico e Arglia o ttulo de maior importador de lcteos do mundo. Nofinal de dcada de 1990 o governo brasileiro iniciou a investigao de dumping contraexportadores da Nova Zelndia, Unio Europeia, Argentina e Uruguai. A concluso dainvestigao resultou na aplicao de tarifas e estabelecimento de acordos de preos apartir de fevereiro de 2001, em relao s empresas dos pases investigados. E emfevereiro de 2013 foi aprovada a prorrogao de direitos antidumping por cinco anossobre a importao de leite em p da Nova Zelndia e da Unio Europeia.

    A aplicao do direito antidumping, somada incluso do leite em p, dos queijos e dosoro de leite na Lista de Excees Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul, comimposto de 27%, reduziu a concorrncia externa dos produtos lcteos no Brasil.Atualmente a TEC est em 28% para o leite integral e desnatado, alm de onzeprodutos derivados, estando esta prorrogada at o fim de 2014.

    Apesar disso e da produo nacional recorde de 32,5 bilhes de litros de leite em2012, as importaes brasileiras de lcteos continuam a crescer. Neste ano, foramimportados 1,32 bilho de litros de janeiro a novembro, o que representa 13% a maisque em 2011. A maior parte da importao de lcteos tem como origem o Uruguai,pas com o qual o Brasil no possui acordo de cota.

    Em relao Argentina, ficou estabelecido um acordo de exportao de at 3,6 miltoneladas mensais de leite em p para o Brasil, mantendo a cota anterior. O acordotem validade at janeiro de 2014.

    Fornecedores

    Como as demais cadeias produtivas agropecurias, a bovinocultura para leite utiliza-sede uma rede de fornecedores de produtos, insumos e servios que prov os elementosexigidos ao bom desenvolvimento da atividade.

    Enquadram-se nesta categoria:

    a) A indstria farmacutica veterinria;b) A indstria de gentica responsvel pela venda de smen, embries e serviosligados reproduo;c) Os fabricantes de alimentos para animais, como gros de cereais e oleaginosas,subprodutos alimentares, concentrados, suplementos minerais e vitamnicos;d) A indstria de mquinas e implementos agropecurios;

    Ideias de Negcios | www.sebrae.com.br 5

  • Localizao

    e) Empresas de consultoria especializada; dentre outros.

    Torna-se importante que o empresrio rural negocie o melhor preo dos insumospecurios para a reduo nos custos de produo, seja comprando em grandesquantidades ou nas melhores pocas do ano. Uma das estratgias que pode seradotada aumentar a capacidade de armazenamento dos ingredientes destinados alimentao animal. Outro fator importante a localizao geogrfica dosempreendimentos, pois regies com difcil acesso ou muito distantes das regiesprodutoras de alimentos e demais insumos pode ser decisivas para o sucesso doempreendimento.

    Uma caracterstica da bovinocultura para leite a possibilidade do uso de subprodutosde culturas agrcolas e industriais, como casca de soja, caroo de algodo, polpactrica, glicerina etc., o que pode reduzir os custos com alimentao. Portanto, desuma importncia que o empresrio busque fornecedores dos subprodutos existentesnas regies em que o empreendimento se encontra.

    3. Localizao

    A localizao dos empreendimentos fundamental para o sucesso da atividade.Geralmente a seleo de um local comea pela avaliao dos principais parmetrosexigidos para o desenvolvimento da atividade, como clima, solo, topografia, tamanhoda propriedade, disponibilidade e qualidade de gua, entre outros.

    O empreendedor deve equilibrar os aspectos produtivos com os de logstica quefortemente influenciam a tomada de deciso para a implantao e sucesso doempreendimento. Portanto, a implantao da atividade em regies produtoras de grosproporciona reduo nos custos com alimentao. Ademais, fundamental analisar adisponibilidade de mo de obra e assistncia tcnica.

    Preferencialmente, as instalaes devem ser localizadas em regio de relevo plano ede fcil acesso, com gua e energia eltrica disponvel. As instalaes devem estarlocalizadas de maneira a proporcionar economia nos custos de produo, atendendo arequisitos de conforto e segurana tanto para os animais quanto para os trabalhosdirios com o rebanho.

    A facilidade de acesso fundamental para a pecuria de leite, j que o produtogeralmente coletado a cada dois dias quando se utiliza tanques de expanso(refrigeradores) nas propriedades. Portanto, as estradas para a propriedade devem seapresentar em boas condies durante todo o ano.

    Ideias de Negcios | www.sebrae.com.br 6

  • Exigncias Legais e Especficas / Estrutura

    4. Exigncias Legais e Especficas

    Para a abertura da empresa sero necessrios registros junto Secretria da ReceitaFederal, que emitir o CNPJ; Junta Comercial; Receita Estadual, por meio da qualser obtida a Inscrio Estadual (caso a empresa seja sujeita ao ICMS, comoempresas do setor de comrcio, transporte ou indstria); Prefeitura Municipal, paraobteno de Alvars de Localizao e Alvars de Licena Sanitrios; Secretria daFazenda; e ao Sindicato Patronal. A empresa ter tambm que se cadastrar junto Caixa Econmica Federal no sistema Conectividade Social INSS/FGTS e obterautorizao do Corpo de Bombeiros. O empreendedor deve estar atento ao Cdigo deDefesa do Consumidor (Lei n 8.078, de 11/9/1990) e s suas especificaes.

    O Ministrio da Agricultura, em parceria com entidades vinculadas, trabalha paragarantir a sanidade do rebanho brasileiro e a sade dos consumidores. Para tanto,elabora normas e fiscaliza o seu cumprimento, assina acordos internacionais efomenta o desenvolvimento de pesquisas e inovao tecnolgica.

    O Programa Nacional de Erradicao e Preveno da Febre Aftosa (PNEFA) e oPrograma Nacional de Controle e Erradicao da Brucelose e da Tuberculose Animal(PNCEBT) so exemplos de aes do Ministrio que visam garantir a sanidade animal(BRASIL, 2009). O objetivo diminuir e eliminar o impacto negativo dessas zoonosesna sade comunitria, a fim de manter as portas dos mercados nacional e internacionalsempre abertas.

    O Ministrio tambm define regras para o crdito rural e, por fim, acompanha e propesolues de abastecimento em favor da segurana alimentar. Destacam-se ainda asInstrues Normativas n 51, de 18 de setembro de 2002, e n 62, 29 de dezembro de2011, que aprovaram os regulamentos tcnicos de produo, identidade e qualidadedo leite tipos A, B e C, do leite pasteurizado e do leite cru refrigerado, bem como oregulamento tcnico da coleta de leite cru refrigerado e seu transporte a granel.

    O produtor de bovinos para leite tambm deve conhecer o novo Cdigo FlorestalBrasileiro, regulado pela Lei n 12.651, de 25 de maio de 2012. O Cdigo estabelecelimites de uso da propriedade, que deve respeitar a vegetao existente na terra,considerada bem de interesse comum a todos os habitantes do Brasil.

    5. Estrutura

    A estrutura do empreendimento de fundamental importncia para proporcionarcondies adequadas de manejo ao sistema de produo.

    Ideias de Negcios | www.sebrae.com.br 7

  • Estrutura

    Na implantao da atividade, devem ser previamente planejados aspectos relativos aodimensionamento das instalaes e pastagens, conforme o tamanho projetado para orebanho e o sistema de produo a ser adotado. Devem-se considerar ainda osaspectos tcnicos e a funcionalidade das seguintes estruturas: divisrias e estruturasde bebedouros e cochos das pastagens, quando da utilizao de sistemas deproduo a pasto; dimenso dos galpes de confinamento, quando da utilizao desistemas de produo confinados (free-stall ou tie-stall); dimenso das pistas dealimentao; tipo e dimenso da sala de ordenha adequada ao volume de produoprojetado; bezerreiros que preservem a sade dos animais; estrutura paraarmazenamento de insumos alimentares, fertilizantes, veterinrios e gesto dapropriedade; dentre outros.

    As principais razes para o confinamento de animais so: rea limitada e altos custosdas terras prximas s regies metropolitanas, progresso gentico dos rebanhos,potencial limitado e estacionalidade das pastagens para sustentar altas produes,necessidade de produo uniforme e constante durante o ano, presses econmicase sociais para o aumento de produtividade do solo, culturas e animais em condiesadversas de clima (NOVAES, 1986).

    Segundo Pereira (2010), a escolha do tipo de instalao depender do capitaldisponvel, do tamanho do rebanho, da disponibilidade de mo de obra e dapreferncia do produtor. Contudo, a construo deve proporcionar no apenas confortoaos animais para que expressem ao mximo seu potencial produtivo, mas tambm altograu de eficincia da mo de obra envolvida diretamente na movimentao dealimentos, esterco, leite e animais. Quando estas operaes so realizadas por meiosmecnicos (vages forrageiros, raspadores, sistema de lavagem, ordenha mecnica),aumenta-se significativamente a eficincia da mo de obra (NOVAES, 1986).

    O sistema de estabulao livre, ou free-stall, o mtodo desenvolvido para alojar ogado livremente em um complexo de instalaes e reas independentes quecomunicam entre si. O sistema geralmente consiste de cinco unidades distintas: reade alimentao, rea de repouso, rea de exerccio, rea de ordenha composta decurral de espera e sala de ordenha e rea especial para o isolamento e tratamentoveterinrio. recomendado para rebanhos com mais de 60 vacas em lactao.Economicamente, mais adaptado a fazendas com 100 ou mais vacas em lactao(NOVAES, 1986).

    No free-stall, a rea de alimentao geralmente est localizada na mesma rea derepouso. O piso deve ser concretado, no escorregadio, com declividade de 1% e comfrisos a cada 10 a 20 cm. A instalao no deve possuir cantos, corredores afuniladose degraus, com o intuito de melhorar a locomoo dos animais e facilitar a limpeza.Maiores informaes podem ser obtidas em literatura especfica de construes rurais.No caso da adoo de grandes confinamentos, faz-se necessria a criao deestrutura para coleta, tratamento e aproveitamento dos dejetos.

    Ideias de Negcios | www.sebrae.com.br 8

  • Pessoal / Equipamentos6. Pessoal

    Fundamental para o sucesso da atividade, a mo de obra necessria para o processoprodutivo depende da dimenso do empreendimento e tipo de sistema de produoadotado.

    Ainda que os bovinos sejam animais rsticos e resistentes, h necessidade de mo deobra adequadamente qualificada, apta a conduzir as atividades rotineiras da criao,especialmente os manejos preconizados, e capacitada a reconhecer os primeirossinais de anormalidade. Para isto, programas de capacitao aos funcionrios devemser implementados como rotina nos empreendimentos.

    A adoo de sistemas de produo intensivos, que apresentam como caractersticavacas de alta produo, exige das propriedades maior qualidade de mo de obra.

    Alm do pessoal diretamente envolvido com o rebanho, devem ser considerados ospostos de trabalho necessrios para a execuo das outras atividades inerentes aoprocesso produtivo, como operao do maquinrio (veculos, tratores, misturadoras derao total etc.), adubao e manejo de pastagens, produo de silagem e todas asatividades indiretamente relacionadas com a criao de bovinos para leite.

    To importantes quanto estas atividades de produo propriamente ditas so asatividades de gesto da propriedade. Todos os dados devem estar devidamenteregistrados como o uso de insumos, dados zootcnicos, lista de fornecedores etc.Programas de bonificao aos funcionrios por terem atingidos metas estabelecidastambm so recomendados.

    7. Equipamentos

    A criao de bovinos para leite exige uma variedade de equipamentos para o manejo,alimentao e ordenha do rebanho. Os principais deles so: ordenhadeiras mecnicas,tanques de expanso, tratores, misturadora de rao total, colhedoras de forragens,adubadoras e plantadeiras, bebedouros, comedouros, seringas para medicamentos,geladeira e computador para uso gerencial. Independentemente doequipamento utilizado, deve-se ter sempre em mente a necessidade de seguircriteriosamente o emprego dos recursos disponveis na propriedade dentro de critriosde absoluta segurana aos animais e trabalhadores, alm de empregar as melhoresprticas de manuteno e conservao do maquinrio.

    matPrima orgProcProd automacao Para competir no mercado internacional oBrasil precisa se adaptar s transformaes tecnolgicas e de mercado, sobretudo em

    Ideias de Negcios | www.sebrae.com.br 9

  • Equipamentos

    eficincia produtiva e qualidade da produo. Os cenrios apontam nesta direo. Ocrescimento geral da renda per capita na maioria das regies do mundo vai pressionara expanso rpida da oferta. As mudanas de hbitos e a maior conscientizao dosconsumidores vo pressionar cada vez mais o aumento de qualidade (EMBRAPAGADO DE LEITE, 2011).

    O sistema de produo de uma propriedade rural caracterizado pelo grau deintensificao dos recursos disponveis e o nvel tecnolgico adotado, o que leva, namaioria das vezes, a elevaes na produtividade por rea e animal.

    A tecnologia de produo na pecuria leiteira deve levar em considerao inmerosfatores, como clima, solo, plantas e animais e suas inter-relaes. As diversidadesnestes fatores ir influenciar o sistema de produo a ser adotado e a forma demanejar o rebanho. O importante que o sistema de produo permita aos animaisdemonstrar o mximo potencial gentico de produo.

    Devido grande variao no uso de tecnologias disponveis para a pecuria leiteira,este documento destacar os principais pontos a serem observados pelo produtor paraa atividade. Para tanto, utilizou-se o Guia de boas prticas na pecuria de leite,desenvolvido pela Organizao das Naes Unidas para a Alimentao (FAO) e aInternational Dairy Federation (IDF) (FAO; IDF, 2003).

    O Guia de boas prticas na pecuria de leite (BPPL) foi escrito em um formato prticoe apoia a produo e a comercializao de leite e produtos lcteos com qualidadeassegurada. Alm disso, o guia contm vrias prticas individuais que contribuem paraa manuteno da sade animal e higiene na ordenha, assim como os principaisaspectos a serem observados na nutrio, bem-estar animal, meio ambiente e gestosocioeconmica. A seguir so descritos alguns pontos principais a serem levados emconsiderao pelo produtor.

    Sade animal

    Animais que produzem leite precisam ser sadios, e um programa efetivo de manejosanitrio do rebanho deve ser adotado, levando em considerao os seguintesaspectos:

    Estabelecer o rebanho com resistncia a doenas; Prevenir a entrada de doenas na propriedade; Estabelecer um programa efetivo de manejo sanitrio do rebanho; Utilizar produtos qumicos e medicamentos veterinrios conforme orientaotcnica.

    Higiene na ordenha

    O leite deve ser ordenhado e armazenado sob condies higinicas. Os equipamentosutilizados na ordenha e no armazenamento do leite devem ser adequados e mantidos

    Ideias de Negcios | www.sebrae.com.br 10

  • Canais de D

    istribuio

    em boas condies. Para que isso ocorra de forma adequada, devero ser observadosos seguintes pontos crticos:

    Garantir que a rotina de ordenha no lesione os animais ou introduzacontaminantes no leite; Garantir que a ordenha seja realizada em condies higinicas; Garantir que o leite seja manipulado adequadamente aps a ordenha.

    Nutrio

    Animais precisam de gua e alimentos suficientes e de qualidade e seguros para suasade. Garanta:

    O fornecimento de alimentos e gua provenientes de fontes sustentveis; Alimentos e gua aos animais em quantidade e qualidade adequadas; O controle das condies de armazenamento dos alimentos; A rastreabilidade dos alimentos adquiridos pela propriedade.

    Para maior aprofundamento sobre as diferentes tecnologias de produo a seremadotadas, recomenda-se acessar a publicao Sistemas de produo de leite paradiferentes regies do Brasil, publicada pela Embrapa Gado de Leite (2011). Nestedocumento apresentada uma srie de quatro documentos destacando as principaistecnologias a serem aplicadas aos sistemas produtivos da regio Sudeste, da MataAtlntica, do Meio-Norte e do Semirido.

    8. Canais de Distribuio

    Para uma comercializao exitosa, necessrio que o produtor tenha a conscincia deque faz parte de uma cadeia produtiva. Assim, deve estar atento aos mercadosconsumidores regional, nacional e at mesmo internacional, que tero grandeinfluncia nos preos do leite e seus derivados.

    importante que o produtor defina a melhor alternativa de comercializao de seuproduto, que deve ser adequada ao volume e ao sistema de produo adotado.Alternativas como verticalizao e industrializao da produo, associao comoutros produtores ou entrega direta do produto aos laticnios e cooperativas devemfazer parte do plano de negcios da atividade.

    O objetivo final do processo de comercializao fazer com que o produto chegue aoconsumidor final. Todavia, alguns mercados demandam produtos diferenciados destesegmento, o que requer estrutura e servios de beneficiamento e distribuioadequados dentro da cadeia produtiva. Esta etapa se torna mais importante quandose adota a verticalizao da produo, com a industrializao do leite cru dentro da

    Ideias de Negcios | www.sebrae.com.br 11

  • Capital de G

    iro / Custos

    propriedade.

    9. Capital de Giro

    O capital de giro so os recursos financeiros, prprios ou de terceiros, necessriospara manter as atividades operacionais da empresa. A gesto do capital de giro quedetermina a capacidade de saldar os compromissos de curto prazo.

    Como qualquer empreendimento, no qual insumos so incorporados em uma unidadeprodutiva para obter o lucro ao fim do processo de produo, a criao de bovinos paraleite tambm exige recursos disponveis para a manuteno das atividadesoperacionais e para custear os compromissos financeiros de curto prazo.

    Assim, a compra de ingredientes para alimentao, fertilizantes, medicamentos; opagamento de salrios e de impostos; a amortizao de um financiamento bancrio oua compra de mquinas e equipamentos so exemplos de despesas na propriedadeque so custeadas pelo capital de giro.

    Estratgias podem ser adotadas para a reduo do volume de capital de gironecessrio ao empreendimento. Entretanto, este estudo dependente de variveiscaractersticas da unidade produtiva, considerando-se as peculiaridades locais queinterferem na composio dos preos dos insumos. Assim, a determinao de talestratgia e do valor do capital de giro necessrio torna-se um estudo especfico paracada empreendimento.

    Linhas de crdito so ofertadas pelas instituies financeiras para custear despesascom capital de giro, e o produtor deve orientar-se quanto aos custos financeirosenvolvidos e prazos de pagamento. importante que o empreendedor tenhaconhecimento dos custos destas operaes para que esteja apto a negociar e obtermelhores condies no financiamento. Para isso, importante pesquisar junto sdiversas instituies financeiras pblicas e privadas, promovendo visitas constantes econsultas aos balces de atendimento do Sebrae da regio.

    10. Custos

    Entende-se por custo de produo a soma dos valores de todos os recursos (insumos)e operaes (servios) utilizados no processo produtivo de certa atividade (LOPES;CARVALHO, 2000). Ainda segundo estes autores, para fins de anlise econmica,custo de produo a compensao que os donos dos fatores de produo (terra,trabalho e capital) utilizados por uma empresa para produzir determinado bem devemreceber para que continuem a fornec-los ao empreendimento.

    Ideias de Negcios | www.sebrae.com.br 12

  • Divulgao

    Os custos de produo se dividem entre custos variveis e fixos. Os primeiros socompostos por: mo de obra, despesas com alimentao do rebanho, reproduo,medicamentos, alguns impostos (IRPJ, PIS, COFINS etc.) e despesas gerais. J oscustos fixos incluem: a depreciao (de benfeitorias, animais, mquinas, implementos,equipamentos etc.), alguns impostos (ITR e IPVA), seguro, remunerao do produtorrural e do capital fixo.

    Normalmente, sistemas intensivos de produo tendem a ter custos mais elevados,especialmente no tocante alimentao e mo de obra, e possibilitam volumesmaiores de produo por unidade considerada. Entretanto, nem sempre osinvestimentos requeridos para a produo no sistema de criao intensivo so maioresque nos outros sistemas de criao. Tal diferena explicada pela economia de escalana aquisio dos insumos e pela maior produtividade do sistema intensivo de criao.

    fundamental o controle rigoroso das despesas no empreendimento. Os empresriose produtores devem sempre gerenciar a produo com planilhas financeiras, de formaa organizar os dados de produo e acompanhar os custos operacionais. A gestofinanceira adequada do empreendimento possibilitar ao empreendedor avaliar seuscustos e planejar suas aes de maneira a minimizar despesas e potencializar osresultados financeiros de sua atividade.

    Dentre os custos da atividade bovinocultura para leite destacam-se a remunerao docapital investido, j que o montante de recursos destinados aquisio da terra einstalaes elevado. Da mesma forma, para iniciar a atividade, os custos com aaquisio de animais para a formao do rebanho so bem elevados.

    Caso o produtor opte por sistemas de produo que adotem a produo de leite emconfinamento, importante uma anlise detalhada dos custos com alimentao, j queestes representam a maior parte dos custos variveis.

    11. Divulgao

    A divulgao dos leites e derivados bovinos realizada por diversos agentes pblicose da iniciativa privada. Dentre eles, destacam-se o Ministrio da Agricultura, Pecuria eAbastecimento (Mapa), a Agncia Brasileira de Promoo de Exportaes eInvestimos (ApexBrasil), ambos do governo federal, e as Secretarias de Estado daAgricultura. Da iniciativa privada, so agentes responsveis pela divulgao aConfederao Brasileira de Agricultura e Pecuria (CNA), a Organizao dasCooperativas do Brasil (OCB), a Associao Brasileira das Indstrias de Queijo (Abiq),a Associao Brasileira dos Produtores de Leite (Leite Brasil), as diversas cooperativasisoladas existentes no pas, as associaes de criadores de determinadas raas, o siteMilkPoint, dentre outros.

    Ideias de Negcios | www.sebrae.com.br 13

  • Eventos / Glossrio

    Diante disso, o produtor deve atuar, isoladamente ou junto com associaes,sindicatos, cooperativas etc., em parceria com estes principais agentes de divulgao.Outra estratgia que o produtor pode desenvolver criar sua prpria marca de leite ederivados, verticalizando sua produo. Com isto, faz-se necessrio a utilizao dosmecanismos tradicionais de promoo e divulgao de seu produto.

    Dentre as estratgias de marketing focadas no mercado consumidor deve-se procuraralcanar o maior nmero de clientes potenciais. Os principais meios de divulgaoaplicados aos negcios so: encartes de supermercados, revistas e jornais, TVs, rdio,materiais grficos, internet e outdoor. Estratgias de insero produtiva em vendadireta em mercados tursticos e institucionais tambm demonstram bom potencial desucesso.

    Circuitos gastronmicos e campanhas junto a hotis e restaurantes, no s nascidades que sediaro os jogos da Copa do Mundo FIFA 2014, so tambm maneirasde maximizar o acesso ao mercado consumidor.

    12. Eventos

    Feira Internacional da Cadeia Produtiva do Leite Feileite So Paulo/SPhttp//:www.feileite.com.br

    Fique atento no apenas a exposies das diversas associaes de criadores, mastambm a congressos e simpsios realizados por universidades, centros de pesquisa eentidades de classe.

    13. Glossrio

    Dados zootcnicos Levantamentos dos ndices produtivos, reprodutivos e sanitriosdo rebanho e das atividades realizadas com os animais.

    Misturadoras de rao total Equipamento utilizado para misturar e fornecer as dietasaos animais. Elimina a necessidade de fbrica de rao na propriedade.

    Silagem Mtodo de preparao de alimento para animais, consistindo na trituraode forragens e leguminosas e seu acondicionamento em locais sem contato com o ar,de maneira a fermentarem.

    Tanques de expanso Equipamento utilizado para refrigerar o leite na propriedadeaps a ordenha e antes da coleta pelo indstria de laticnios. responsvel por manter

    Ideias de Negcios | www.sebrae.com.br 14

  • Dicas de N

    egcio / Bibliografia

    a qualidade do leite.

    14. Dicas de Negcio

    Utilize as tecnologias disponveis no mercado para obter ndices de produtividadeadequados. Isto se refletir em aumento da lucratividade de sua atividade. A pecuriade leite no permite mais a produo ineficiente que ocorreu at o incio dos anos 1990devido ao tabelamento de preo do leite.

    Escolha o sistema de produo mais adequado para as caractersticas de suapropriedade, pois tanto a produo a pasto quanto a confinada podem ser lucrativas.

    Faa o controle de todos os ndices zootcnicos do rebanho.

    Estabelea um sistema moderno de gesto, com metas e planos de ao bem-definidos.

    15. Bibliografia

    BRASIL. Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. Assessoria de GestoEstratgica. Projees do agronegcio: Brasil 2011/2012 a 2021/2022. Ministrio daAgricultura, Pecuria e Abastecimento. Braslia: Mapa/ACS, 2012. 76 p.

    BRASIL. Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. Secretaria de DefesaAgropecuria. Departamento de Sade Animal. Manual de Legislao: programasnacionais de sade animal do Brasil. Braslia: Mapa/SDA/DSA, 2009.

    EMBRAPA Gado de Leite. Conjuntura do Mercado Lcteo, Juiz de Fora, ano 5, n. 41,2012.

    ______. Sistemas de produo de leite para diferentes regies do Brasil. Disponvelem: http://www.cnpgl.embrapa.br/sistemaproducao/. Acesso em: 26 abr. 2013.

    FAO; IDF. 2013. Guia de boas prticas na pecuria de leite. Produo e Sade AnimalDiretrizes, Roma, n. 8.

    LOPES, M.A., CARVALHO, F.M. Custo de produo de leite. Lavras: Editora UFLA,2000. 33p. (Boletim tcnico.)

    NOVAES, L. P. Confinamento de Bovinos leiteiros: bovinocultura leiteira fundamentosda explorao racional. Piracicaba: FEALQ, p. 155 a 218, 1986.

    Ideias de Negcios | www.sebrae.com.br 15

  • Fonte

    OECD/FAO. Agricultural Outlook 2012-20212. Disponvel em: http://dx.doi.org/10.1787/agr_outlook-2012-en.

    PEREIRA, M.N. Bovinocultura de leite. In: CURSO DE APERFEIOAMENTO EMAGRONEGCIO, 2010. Anais... Ribeiro Preto: Instituto de Ensino e Pesquisa emAdministrao, p. 336-360, 2010.

    16. Fonte

    A estabilidade econmica e o advento de uma moeda forte proporcionaram oamadurecimento do mercado financeiro nacional. Este amadurecimento se mostra sempresas em forma de produtos financeiros que atendam suas demandas de curto elongo prazo. A cada dia surgem produtos que exigem do empresrio maturidade nagesto do crdito. Para isso, fazem-se necessrios a realizao de planejamentofinanceiro e o conhecimento da capacidade de pagamento da empresa.

    O mercado nacional possui uma extensa variedade de instituies financeiras privadascom grande portflio de produtos. Sero descritos a seguir alguns produtos do BancoNacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES). Este critrio uma merasimplificao e se justifica pela abrangncia nacional dos produtos desta instituio.Vale ressaltar que os bancos e as agncias de desenvolvimento regionais tambmapresentam produtos bastante competitivos e merecem uma anlise maisaprofundada.

    Providos de recursos federais, os recursos geridos pelo BNDES destinam-se aofinanciamento de investimentos de longo prazo e, de forma complementar, capital degiro ou custeio. A contratao e a liberao dos recursos so feitas mediante diversosbancos comerciais, bancos de investimento e bancos mltiplos. Em alguns casos, oacesso aos recursos pode ser feito diretamente junto ao BNDES (p.ex., operaesacima de R$ 10 milhes).

    Dentre os principais programas de financiamento disponveis maioria dosempreendimentos, destacam-se: BNDES Finame: financiamento para produo e aquisio de mquinas eequipamentos novos, de fabricao nacional; BNDES Automtico: financiamento a projetos gerais de investimento (equipamentos,obras civis, capital de giro etc.); BNDES Exim: financiamentos a projetos do setor exportador, tanto na fase pr-embarque quanto na fase ps-embarque. Carto BNDES: crdito pr-aprovado de at R$ 1 milho destinado s Micro,Pequenas e Mdias Empresas para aquisio de produtos credenciados de diversostipos.

    Ideias de Negcios | www.sebrae.com.br 16

  • Planejamento Financeiro

    O BNDES importante instituio financiadora da atividade produtiva brasileira emgeral e atua na bovinocultura para leite por meio de sua rede de instituiescredenciadas concesso de crdito. Maiores detalhes devem ser buscados no portaldo BNDES (ver Sites teis) ou no do Sebrae (ver Sites teis).

    Outras instituies financeiras tambm oferecem vrias modalidades de linhas decrdito para a bovinocultura para leite. O empreendedor deve buscar orientao junto aessas instituies financeiras para identificar a fonte de recursos que mais se adequas suas necessidades.

    17. Planejamento Financeiro

    O acesso cada vez mais facilitado s informaes, tanto dentro quanto fora dasempresas, tem possibilitado uma administrao mais criteriosa e apurada por parte dasmicro e pequenas empresas. No entanto, o que pode ser observado que grandeparte destas empresas continua mantendo uma viso imediatista e centralizadora nasquestes relativas gesto. Os reflexos deste comportamento so inadimplncia eelevao dos custos operacionais. Os controles financeiros, quando praticados deforma eficiente, disponibilizam aos gestores informaes necessrias ao planejamentoe a tomada de deciso.

    Um bom oramento de caixa considera previses de vendas, compras, despesas einvestimentos para perodos futuros. O principal ponto do oramento de caixa apreviso das vendas. Estas projees so realizadas a partir da anlise deinformaes referentes ao histrico de perodos anteriores, projees de crescimentoda economia, expectativa de investimentos, objetivos e metas estratgicos, capacidadeprodutiva da empresa e sazonalidade.

    A partir das previses de vendas, estimam-se os custos e as despesas variveis (quevariam proporcionalmente em relao ao volume de vendas) como impostos,comisses e pagamentos aos fornecedores de matrias-primas. importante que oempreendedor esteja atento aos prazos de pagamento e recebimento e para lanar asentradas e sadas de caixa no perodo correto. Tambm importante estar atento sdespesas fixas como telefone, energia, aluguel, gua, funcionrios, encargos etc.

    Esta viso do futuro auxilia o processo de tomada de deciso por oferecer informaessobre a gerao de caixa da atividade, proporcionando reflexes sobre a viabilidade deinvestimentos e possveis furos de caixa (descasamento entre entradas e sadas decaixa). A comparao do que foi planejado com o que est ocorrendo periodicamente uma ferramenta de anlise de desempenho importante.

    Ideias de Negcios | www.sebrae.com.br 17

  • Solues Sebrae / Sites teis

    18. Solues Sebrae

    Negcio Certo Rural Anlise e Planejamento Financeiro Agentes Locais de Inovao Capacitao Rural Controles Financeiros; D-olho na Qualidade Despertar Rural Empretec. Formao de Preos Gesto e Tcnicas de Produo Programa Sebrae da Qualidade Total Rural Projeto Aprisco Sebratec o Gesto ambiental o Sustentabilidade rural

    19. Sites teis

    Associao Brasileira dos Produtores de Leite Leite Brasilhttp://www.leitebrasil.org.br

    Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES)http://bndes.gov.br

    Embrapa Bovinos de Leitehttp://www.cnpgl.embrapa.br/

    MilkPointhttp://www.milkpoint.com.br

    Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento (Mapa)http://www.agricultura.gov.br

    Sebraehttp://www.sebrae.com.br/

    Confira tambm os sites de associaes de criadores de determinadas raas comoABCBRH, Pardo-Suo, Associao dos Criadores de Gado Jersey do Brasil,Girolando etc. Pesquise tambm outros sites especializados no setor.

    Ideias de Negcios | www.sebrae.com.br 18

  • Sites teis

    Ideias de Negcios | www.sebrae.com.br 19

  • Sites teis

    Sumrio

    11. Apresentao .........................................................................................22. Mercado .................................................................................................63. Localizao ............................................................................................74. Exigncias Legais e Especficas ............................................................75. Estrutura ................................................................................................96. Pessoal ..................................................................................................97. Equipamentos ........................................................................................

    118. Canais de Distribuio ...........................................................................129. Capital de Giro .......................................................................................1210. Custos ..................................................................................................1311. Divulgao ...........................................................................................1412. Eventos ................................................................................................1413. Glossrio ..............................................................................................1514. Dicas de Negcio .................................................................................1515. Bibliografia ...........................................................................................1616. Fonte ....................................................................................................1717. Planejamento Financeiro .....................................................................1818. Solues Sebrae ..................................................................................1819. Sites teis ............................................................................................