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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU COMO O ORIENTADOR EDUCACIONAL PODE AUXILIAR NA RELAÇÃO PROFESSOR – ALUNO? CRISTINA PEDRO ALVES RIO DE JANEIRO 2007

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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

COMO O ORIENTADOR EDUCACIONAL PODE AUXILIAR

NA RELAÇÃO PROFESSOR – ALUNO?

CRISTINA PEDRO ALVES

RIO DE JANEIRO

2007

2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSUS

COMO O ORIENTADOR EDUCACIONAL PODE AUXILIAR

NA RELAÇÃO PROFESSOR – ALUNO?

Esta publicação atende a complementação didático-

pedagógica de metodologia da pesquisa e a produção e

desenvolvimento de monografia, para o curso de Pós

Graduação em Orientação Educacional e Pedagógica.

3 AGRADECIMENTOS

A Deus pela permissão de conseguir realizar este trabalho;

Ao Orientador Vilson Sérgio de Carvalho;

A Banca Examinadora;

A colega Susana Dias pelas palavras de incentivo;

4 DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha mãe,

que ensinou-me valores, és meu

porto seguro, te espelho...te amo.

5 RESUMO

Este estudo buscou analisar o papel da Orientação Educacional e suas

atribuições, e como o Orientador Educacional pode contribuir na relação

professor-aluno, já que esta pode levar a inclusão/ exclusão. Verificou-se que a

exclusão é feita através da seletividade do olhar do professor, que silencia,

julga e torna os educandos invisíveis, e na inclusão, relacionamos com a

metáfora do caleidoscópio, que tem por meta unir todos os pedaços formando

uma imagem, tendo assim, a inclusão de todos os indivíduos no sistema

educacional. Observou-se que a ação do Orientador Educacional é de suma

importância na relação professor – aluno, pois os incentiva e promove ações de

humanização das relações, do aluno e do ato de educar.

Palavras chave: Orientador educacional – Professor- Aluno- Inclusão/Exclusão

6 METODOLOGIA

Esta pesquisa objetivou investigar o papel da Orientação Educacional,

como a questão da relação professor-aluno é apresentada, abordando o aluno

silenciado, que pode ser levado à inclusão/exclusão, e como a ação do

Orientador Educacional pode auxiliá-los. Optou-se por uma pesquisa

bibliográfica com abordagem de cunho qualitativo e caráter exploratório. Dentre

os autores pesquisados destacam-se Mirian Paura Grinspun, Carlos Skliar,

Pablo Gentili e Chico Alencar.

7 SUMÁRIO

PÁGINAS

INTRODUÇÃO.....................................................................................................8

CAPÍTULO I – A Orientação Educacional...........................................................9

CAPÍTULO II – Como a relação professor – aluno pode levar a inclusão/

exclusão.............................................................................................................16

CAPÍTULO III - Como a ação do Orientador Educacional pode contribuir na

relação professor-aluno para o processo de humanização?.............................26

CONCLUSÃO....................................................................................................33

ÍNDICE...............................................................................................................39

8 INTRODUÇÃO

Este trabalho tem por objetivo analisar o papel do Orientador

Educacional e, estudar questões de um tema atual e complexo que é a relação

professor – aluno, que podem resultar na inclusão/exclusão, assim verifica-se

como o aluno se torna invisível aos olhos do professor, que desta forma se

torna oculto, julgado, sentenciado. Este trabalho procurou apontar ações do

Orientador Educacional que podem contribuir na relação professor – aluno ma

busca do processo de humanização.

No Primeiro Capítulo discute a Orientação Educacional e o Papel do

Orientador Educacional;

Segundo capítulo aborda a questão da relação professor-aluno, a

seletividade do olhar do professor, e a partir de quando o aluno si torna

silenciado e invisível e como estes aspectos podem levar a inclusão/exclusão;

Terceiro capítulo comenta como o Orientador Educacional pode ajudar

na relação professor-aluno em busca da humanização da relação de ambos.

9

CAPÍTULO I

A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL

10 1 – A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL

A Orientação Educacional é um processo educativo, onde o orientador

atua em conjunto com o professor, auxiliando o educando no desenvolvimento

pessoal, acompanhando desempenho, comportamento e o rendimento escolar.

O orientador também firma relações com os pais e com os profissionais da

escola com que os alunos têm contatos relevantes.

A Orientação faz com que os educandos reflitam sobre os seus valores,

buscando melhorias no seu relacionamento interpessoal, não só na escola,

mas em outros âmbitos de sua vida. Para Grinspun (2006), a orientação

educacional em parceria com os alunos deve buscar:

“auxiliá-los através de uma prática pedagógica que estimule

sua participação, desenvolvendo sua capacidade de criticar e

fundamentar sua crítica, de optar e assumir a responsabilidade

de suas escolhas, de participar do planejamento, da execução

e da avaliação do trabalho pedagógico... o aluno vai

construindo sua personalidade, enquanto participa do

processo pedagógico, ele terá a possibilidade de construir sua

identidade pessoal, grupal, de classe, de nacionalidade, de

autoconceito positivo, de conhecimento de si, do outro e do

mundo.” (p.111)

Assim, o aluno é estimulado a buscar o seu desenvolvimento pessoal, a

entender seus conflitos, ansiedades, valores, e incoerência de palavras e

ações. O Orientador Educacional também vai trabalhar com os professores em

busca de uma inserção maior na “vida” do aluno, como afirma Grinspun (2006):

“...trabalhando junto com professores através de uma reflexão

critica da pratica pedagógica, o Orientador procurará contribuir

11 para a discussão da realidade dos alunos, das finalidades

do processo pedagógico, do sistema de avaliação, das

questões de evasão e repetência escolar, dos recursos físicos

e materiais de que a escola dispõe, das metodologias

empregadas, enfim, sobre as questões técnico-pedagógicas

da escola.” (p.112)

A Orientação Educacional mobiliza uma integração entre todos os

indivíduos que estão envolvidos para revelar, analisar e colaborar na formação

do educando, em prol do seu desenvolvimento e sucesso. Para Giacaglia

(2006), Orientação Educacional é um:

“processo sistemático e contínuo que se caracteriza por ser

uma assistência a profissional realizada por meio de métodos

e técnicas pedagógicas e/ou psicológicas, exercidas direta ou

indiretamente sobre o aluno, levando-os ao conhecimento de

suas características pessoais e do ambiente sociocultural, a

fim de que possam tomar decisões apropriadas as melhores

perspectivas de seu desenvolvimento pessoal e social, torna-

se cada vez mais necessária”. (p.12)

A Orientação Educacional faz atendimento individual com os educandos

que tem algum tipo de necessidade, identificando suas limitações e

potencialidades, buscando o ajustamento do aluno no ambiente escolar, e na

relação com o professor e com as demais pessoas da escola.

Verifica-se que a Orientação Educacional atua com a família do aluno,

tentando trazê-la para participar da vida escolar de seus filhos, desenvolvendo

trabalhos de integração pais x escola, pais x filhos e professores x pais,

fazendo uma integração escola - família - comunidade, acompanhando o

rendimento escolar do educando para que quando necessário possa intervir,

fazendo conexão deste aluno à sociedade e à escola. Identifica também se

12 está acontecendo influência do meio familiar que possam vir prejudicar o

aluno na escola.

A Orientação Vocacional é uma atribuição do Orientador Educacional,

onde contribui para a escolha profissional dos educandos, que muitas vezes

não conhecem as opções de profissões, cursos, faculdades e outros. Leva o

aluno a capacidade de relacionar suas características pessoais às

características das profissões.

O Orientador faz Acompanhamento Pós Escolar (APE) com os ex-

alunos da escola para saber a situação que o aluno si encontra, si conseguiram

ingressar em algum curso, faculdade ou trabalho. Assim, os ex-alunos podem

ser convidados pelo Orientador a ministrarem palestra sobre informações

profissionais, já que são oriundos da mesma. Detecta e contribui para redução

da evasão escolar por meio de alternativas relacionadas aos fatores

identificados como motivos desse fato.

A Orientação Educacional é compreendida como um processo contínuo

e dinâmico, que está incluída em todo o currículo escolar sempre vendo o

aluno como um indivíduo que deve desenvolver-se em todos os aspectos:

moral, político, educacional, intelectual, físico, social, e vocacional.

Assim, a Orientação Educacional é responsável pelos aspectos morais,

cívicos e religiosos da educação e do lazer do aluno e também a contribuição

para o desenvolvimento físico e emocional do educando. Busca despertar no

aluno atitudes de respeito ao próximo, desenvolvendo questões de direitos e

deveres enquanto cidadão, atua para que o educando analise, vivencie atitudes

e valores de princípios universais.

Também é legado desta profissão o Estágio Supervisionado em

Orientação Educacional, o estagiário deve conhecer a realidade escolar para

aplicar na prática o que aprendeu em teoria, levando para vivenciar situações

em atividades do Orientador.

13 1.1 – O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL

Uma das funções do Orientador Educacional é auxiliar a direção,

desenvolvendo atividades que articulam a infra-estrutura do âmbito escolar,

como aborda Grinspun (2006):

“... deve participar da organização das turmas, dos horários,

da distribuição dos professores em turma, do número de

alunos em sala de aula, dos horários da merenda, da

recreação, das atividades complementares, da matrícula...”

(p.112)

Esse auxílio ajuda a sua prática, pois possibilita o estabelecimento de

relações entre o Orientador Educacional e toda comunidade escolar. Visa um

bom relacionamento entre os funcionários da escola, contribui para o

funcionamento de suas tarefas e valorizando para a estrutura da escola,

possibilitando um ambiente saudável para o desenvolvimento do processo

ensino-aprendizagem.

O Orientador Educacional deve servir como um elo entre aluno, escola,

família e comunidades. Buscar os pais dos alunos para participarem da vida

escolar de seus filhos, para que assim, possam trabalhar em conjunto em prol

do desenvolvimento dos educandos. A comunidade também deverá ser

incluída na construção do projeto político-pedagógico, e também participar de

diálogos em decisões da escola, buscando melhorias para o coletivo, como

analisa Grinspun (2006):

“...trazer os pais à escola constitui uma das atividades do

orientador. Ele faz com que eles participem do projeto dela de

diferentes formas, desde o planejamento do projeto

pedagógico até as decisões que a escola deve tomar.” (p.113)

14 O Orientador Educacional faz atendimentos individuais, sempre que

for preciso para reflexão e análise dos problemas encontrados em situações da

sala de aula, e também acompanha o desempenho escolar, recreios,

pontualidade, relacionamento com os colegas de classes e com os colegas de

outras turmas da escola, respeito aos professores e aos demais funcionários

da escola, esclarece regras e normas do colégio e faz atendimentos grupais

sempre que for necessário para reflexão de problemas em situações de grupo.

A ação deste profissional objetiva a diminuição do número de repetência

e evasão e, aumento do rendimento da aprendizagem. A inserção da ação do

Orientador Educacional tem como expectativa que o processo de ensino

aprendizagem seja proveitoso. Para Giacaglia (2006), Orientação Educacional

é um:

“processo sistemático e contínuo que se caracteriza por ser

uma assistência a profissional realizada por meio de métodos

e técnicas pedagógicas e/ou psicológicas, exercidas direta ou

indiretamente sobre o aluno, levando-os ao conhecimento de

suas características pessoais e do ambiente sociocultural, a

fim de que possam tomar decisões apropriadas as melhores

perspectivas de seu desenvolvimento pessoal e social, torna-

se cada vez mais necessária”. (p.12)

Com a inclusão (de alunos, escola, família e comunidade) realizada pelo

Orientador Educacional, será possível trabalhar para o desenvolvimento de

cada um dos educandos, prestando suporte ao professor, auxiliando o aluno

em seu comportamento e desempenho escolar, além de promover meios que

estimulam o relacionamento interpessoal.

O Orientador Educacional deve ter uma participação significante na

relação professor – aluno, também deve se comprometer com investigação da

realidade social e educativa, acompanhando o processo de aprendizagem

imprescindível aos educandos, estimulando a discussão contínua da prática

15 pedagógica, trabalhando com o coletivo e contribuindo para uma escola de

qualidade e para todos.

16

CAPÍTULO II

COMO A RELAÇÃO PROFESSOR – ALUNO

PODE LEVAR A INCLUSÃO/EXCLUSÃO?

17 1 – EXCLUSÃO

Em nossa sociedade, podemos perceber que há inúmeras formas de

exclusão, seja no âmbito educacional, social, familiar, econômico, enfim dentre

outros. Partindo do pressuposto social, destaca Gentili (2005):

“...o que faz do pé descalço de um menino de classe média

motivo de atenção e circunstancial preocupação em uma

cidade com centenas de meninos descalços? Por que, em

uma cidade com dezenas de famílias morando nas ruas, o pé

superficialmente descalço de Mateo chamava mais atenção do

que outros pés cuja ausência de sapatos é a marca inocultável

da barbárie que nega os elementares direitos humanos a

milhares de indivíduos?” (p.28)

Diante destas indagações, acredita-se que temos um olhar normalizador

quanto aos moradores de rua, já que os pés descalços do menino de classe

média é que nos incomodam.

Assim, podemos observar que nos preocupamos com o “anormal” e não

damos realmente importância para o “normal”, que são os excluídos que

encontramos em diversos âmbitos da sociedade. Neste contexto, Skliar (2003)

diz que:

“O processo de inversão ou conversão do problema da

anormalidade no problema da normalidade é (uma tentativa

de) desconstruir a naturalização que foi feita do problema da

deficiência – o problema da deficiência é a deficiência e/ou o

deficiente, deslocando-o para aquilo que se configurou como

campo do normal, a normalidade, a normalização. Em outras

palavras: o problema não é anormal, a anormalidade, o

anormal, e sim a norma, a normalidade e o anormal.” (p.35)

18 Fatos semelhantes a estes também acontecem no contexto escolar, já

que o olhar do professor nem sempre é homogêneo, nem sempre abrange

todos os alunos da turma, ou seja, não há atendimento das necessidades de

cada educando. Alguns alunos acabam não sendo contemplados pelo olhar do

professor, sendo menosprezados, silenciados e ignorados, tornando-os

invisíveis aos olhos do educador.

A seletividade do olhar do professor é uma forma de exclusão educativa.

O olhar acaba sendo regulado e definido para onde se deve olhar e, é este

olhar que julga o outro. Representamos, nomeamos, julgamos e

estigmatizamos o outro com o nosso olhar. Na sala de aula, o aluno é vítima do

olhar do professor, olhar este que oculta, julga, supõe e presumi. O aluno é

sentenciado por este olhar, que pode levá-lo a inclusão/exclusão. Skliar (2003)

explica que:

“A primeira delas se refere a fenomenologia daquilo que se

denomina como sendo o outro, esse outro que geralmente é

considerado como alter ego que não deixa de ser um eu

deslocado para um indivíduo diferente. A segunda dificuldade

estaria relacionada à especificidade das relações

intersubjetivas com o outro, no sentido de que talvez esteja

ausente ou invisível, isto é, negado como tal: é o eu que se

projeta e, também, o que ocupa o espaço vazio. A terceira e a

última dificuldade e refere `a nossa própria percepção do

outro, percepções geralmente errôneas, distorcidas, tentativas

de mascaramento etc.” (p.68)

O olhar sentenciador tem o costume de decidir, proferir, julgar, de

rotular, escolhe quem quer julgar, enfim é algo que encobre e não deixa ver o

que há por dentro, ou seja, o interior, de tal modo que o julgado si torna

invisível diante desta situação. E isso pode levar o aluno à exclusão, como

afirma Skliar (2003):

19 “...o nosso olhar, existe, sobretudo, uma regulação e um

controle que define para onde olhar, como olharmos quem

somos nós e quem são os outros e, finalmente, como olhar

acaba por sentenciar como somos nós e como são os outros.”

(p. 71)

Assim, os mecanismos de exclusão si fazem presentes, sendo o aluno e

o seu saber excluídos do processo escolar. Para Gentili (2005): “a invisibilidade

é a marca mais visível dos processos de exclusão”. (p.29)

O educador em sala de aula não vê os educandos com os mesmo olhos,

tendo em vista que o educando é visto por vários olhares de diversas pessoas,

e cada um dos educandos vê o educador com um olhar modificado. Portanto, a

necessidade de cada educando, o que ele procura no educador e a maneira

como busca, é diferente de todo e qualquer outro educando. Como explica

Skliar (2003): “...o outro excluído, parece ser um ser sem rosto, sem subjetividade,

sem identidade, sem corpo...” ) (p.85)

O olhar normalizador tem o poder de normalizar os fatos, tornando-os

normais, comum, tornando-os cotidiano. Para Gentili, (2005): “A “anormalidade”

torna os acontecimentos visíveis, ao mesmo tempo em que a ´´normalidade`` costuma

ter a capacidade de oculta-los.” (p.29)

É necessário ao educador um olhar voltado às mudanças socias assim

como às necessidades de seus educandos, buscando no processo de

interação caminhos que tornem possível a superação de dificuldades.

Entretanto isso só se torna possível através de um ato reflexivo,

contextualizado e sensato da sua prática. Esses mecanismos de exclusão

interferem no processo ensino aprendizagem, levando os alunos a se tornarem

invisíveis.

Vozes silenciadas, que alcançam a invisibilidade, assim o saber do aluno

não é contemplado, então o torna silenciado, ignorado, estereotipadas,

menosprezado em favor de interesses hegemônicos.

A invisibilidade se torna um mecanismo de exclusão e interfere

diretamente no processo ensino-aprendizagem, pois os alunos ao se tornarem

20 invisíveis têm suas vozes e atos silenciados, não expondo seus interesses e

saberes, tornando-se apenas um “número” em sala de aula. Assim Skliar

(2003) descreve:

“O outro já foi suficientemente massacrado. Ignorado.

Silenciado. Assimilado. Industrializado. Globalizado.

Cibernetizado. Protegido. Envolto. Excluído. Expulso. Incluído.

E novamente assassinado. Violentado. Obscurecido.

Branqueado. Anormalizado. Excessivamente normalizado.”

(p.29)

Se o outro não existisse, não seríamos nada, representamos o outro

pelo nosso olhar, às vezes, olhamos de maneira errada sem analisar as suas

particularidades, e acabamos anulando, banalizando e apagando o outro.

O outro que nos está diante, tem uma vida, uma cultura e uma linguagem

diferente da nossa.

Quando nos encontramos com o diferente, na hora tentamos trazê-lo

para nosso mundo, em busca de que possamos entendê-lo. Portanto, esse ato

pode ser uma ação violenta com o outro, uma vez que o vejo, o decido pela

visão, pela minha cultura. Assim, colocamos um rótulo (algo que classifica ou

qualifica e não nos deixa ver o conteúdo). É necessário conhecermos o outro,

para não usarmos estereótipos classificatórios e que assim, possamos ter uma

relação mais verdadeira com o outro, já que neste sentido não somos iguais.

Os olhares e a invisibilidade, ignoram, estereotipam, menosprezam,

silenciam e, por conseqüência favorecem a exclusão do aluno da sala de aula,

da escola e da sociedade.

21 1.1 – INCLUSÃO

Na estrutura histórica do Brasil continuamente tivemos a exclusão

escolar, assim como: negação do direito à educação aos setores populares,

incapacitando desta maneira que ocorresse a entrada e a permanência na

escola. Vem diminuindo intensamente, mas não significa que a exclusão

educacional esteja perto do fim ou que tenha acabado.

A inclusão educativa deve ter por objetivo assegurar que todos os alunos

tenham acesso a todas as oportunidades educacionais e sociais oferecidas

pela escola.

A inclusão da escola para uma educação comum a todos em que todos

os alunos tenham direito de se educar juntos na escola, que não tenha

requisitos para ingressar, que não selecione crianças, que não as torne

invisíveis e silenciadas. Modificar a estrutura, o funcionamento, de modo que

se tenha lugar para todas as diferenças individuais, inclusive aquelas

associadas a alguma deficiência.

A educação inclusiva não é uma ação somente da Educação Especial, é

da escola comum. A inclusão educativa deve estabelecer novos

posicionamentos por parte dos educadores, de modo que nenhum aluno seja

excluído de atividades do âmbito escolar. Acreditamos que a escola pode

colaborar para fazer sociedades mais inclusivas. Mas somente a educação,

não vai resolver a inclusão social, mas vai representar um grande começo.

Para Lisita (2003):

“A inclusão se baseia na idéia de que todas as pessoas

devem, democraticamente, participar de forma ativa na

organização da sociedade, de tal maneira que todos possam

ter acesso às oportunidades de desenvolvimento sociocultural,

considerando-se suas características individuais. Percebe-se

que a realidade social em que vivemos ainda não traz em si a

incorporação dos valores de uma sociedade inclusiva.” (p.209)

22 A inclusão concorda para uma educação a todos e com um ensino

particularizado para cada aluno, contudo não se consegue inserir uma

alternativa de inclusão tão transformadora sem evitar passar por questões

como: os meios materiais e os recursos físicos para realização de uma ação

escolar de qualidade para que, possam desenvolver novo modo e alternativas

de inclusão, na escola, determinando modificações no relacionamento pessoal

e social e no modo de se concretizar os processos de ensino e aprendizagem.

Neste contexto, pode se contribuir para que o processo de invisibilidade

seja minimizado, e talvez dissipado do ambiente escolar, assegurando aos

educados igualdade, que deveria ser um principio básico em nossas escolas e

sociedade.

O conceito de inclusão se refere a abranger, a fazer parte de, ou seja,

incluir. Podemos citar a inclusão a vida social e educativa em que todos os

alunos devem ser incluídos nas escolas. A meta é incluir um aluno ou um grupo

de alunos que anteriormente já foram excluídos e não deixar nenhum aluno

fora da escola. Destaca Werneck (1997): “a inclusão vem quebrar barreiras

cristalizadas em torno de grandes estigmatizados” (p.30)

Desse modo entende-se que para modificar a escola no sentido de um

ensino de qualidade, faz-se necessário que este ensino seja também inclusivo.

Para a transformação da escola é necessário criar condições para aprimorar o

ensino que é ministrado nas escolas, apontando, universalizar o acesso, enfim,

comum a todos os indivíduos, irrestrito, nas turmas escolares com objetivo de

democratizar a educação, o que em várias escolas vem ocorrendo.

A inclusão visa valorizar o professor e estimular a formação continuada, já

que é responsável pela aprendizagem dos alunos. A escola deve ser um lugar

aberto para o diálogo entre os funcionários, administradores, professores e

alunos, visando à cidadania, colocando a aprendizagem como meta das

escolas, garantindo que todos possam aprender.

A inclusão é um caminho que assegura ao educando um meio para o

êxito no processo de aprendizagem. É necessário mudar a escola e

especificamente o ensino nelas ministrado. A escola aberta para todos é o

grande desafio e, ao mesmo tempo, o grande problema da educação.

23 A inclusão tem como metáfora um caleidoscópio, Sassaki (1997)

contribui que: “Contemplar a unidade na diversidade através da metáfora do

caleidoscópio, enfatizando a importância das partes para a riqueza e beleza de seu

todo.” (p.13). Uma vez que, todos os pedacinhos são necessários e significativos

para a formação da imagem, quanto maior a variedade, mais complexa e rica

se torna a figura formada pelo conjunto das partes que a compõem. Para

Werneck (1997) afirma que:

“Inclusão é, assim, o termo utilizado por quem defende o

sistema caleidoscópio de inserção. Trata-se de uma metáfora

criada por educadores canadenses, que têm se destacado,

como pioneiros da luta pela inclusão. No sistema

caleidoscópio não existe uma diversificação de atendimento. A

criança entrará na escola, na turma comum do ensino regular,

e lá ficará. Caberá à escola encontrar respostas educativas

para as necessidades específicas de cada aluno, quaisquer

que sejam elas. A inclusão não admite diversificação pela

segregação.” (p.82)

O objetivo da inclusão é não deixar nenhum indivíduo fora do sistema

escolar, que terá de se adaptar as peculiaridades de todos os educandos para

efetivar a sua metáfora - o caleidoscópio. Podemos dizer que a metáfora do

caleidoscópio é ambígua, pois, juntando os pedacinhos formará uma figura,

que é delicada diante de qualquer movimento dos dedos e das mãos que

seguram o brinquedo. Relacionando com a sala de aula, teríamos os alunos

nas “mãos” dos professores, assim como as peças do caleidoscópio?

A transformação em mudança de perspectiva educacional deve buscar

ajudar não só os alunos que apresentam dificuldades na escola, mas amparar

a todos: alunos, professores, demais funcionários, para que alcancem sucesso

no percurso educativo. Este movimento crê na extinção dos atos segregados.

24 O educador deve estimular seus educandos a sonhar por ideais,

cultivar esperanças, para que os sonhos sejam coletivos e comuns que

resultem em realizações. Como cita Alves (2003): “... é uma das missões da

educação: formar um povo. Ou seja, ajudar as pessoas a sonhar Sonhos comuns para

que, juntas possam construir.” (p.8).

O professor deve estimular seus alunos a acreditar que eles podem

mudar o mundo, que basta querer. Que ideais construídos individuais podem

se tornar coletivos e em seguida, transformados em realizações. Nesta

perspectiva Alencar (2005) apud Brandão afirma que “a escola não muda o

mundo: pode e deve mudar as pessoas. E estas sim, é que mudam o mundo.” (p.116)

O educador deve trabalhar nas situações e dificuldades, promovendo

condições que favoreçam o desenvolvimento do educando, e também a

relação professor-aluno deve ser centrada na motivação, estimulando um

ambiente escolar harmonioso e o processo educativo relevante e interessante

para o educando. Como destaca Lück (1981) apud Foster:

“... é a qualidade do relacionamento professor-aluno que torna

o processo educativo e a escola significativos para o

educando, e não outros aspectos, como por exemplo métodos

e técnicas interessantes, atividades extraclasse variadas, etc.”

(p.15)

É desta maneira que a inclusão deve ser trabalhada nas escolas,

focando a atenção nas necessidades dos alunos. Devendo ser pluralista além

de democrática. A escola para ser considerada um espaço inclusivo, deve

atender a todos, sem distinção de dificuldades ou deficiências ou simplesmente

por não ter problema nenhum, como é a questão da seletividade do olhar do

professor, que silencia e ignora independentemente da situação que o aluno

apresenta.

Acreditamos que para construir uma sociedade inclusiva é necessário

que a educação atenda a todas as camadas da população, atendendo a todos

25 os cidadãos, devendo atender os princípios de não segregação,

independentemente das limitações ou das possibilidades de cada aluno.

26

CAPÍTULO III

COMO A AÇÃO DO ORIENTADOR

EDUCACIONAL PODE CONTRIBUIR NA

RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO PARA O

PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO?

27 A profissão professor com o passar dos anos, vem perdendo seu

prestigio social, mas esse resgate de identidade só poderá ser recuperado

quando o professor assumir seu papel, e entender que lidamos com seres

humanos, seres esses que precisam de educadores cientes de sua missão e

função e que não é através de um ensino defasado e vazio que conseguirá

educar.

A valorização do ofício do professor deveria ser a meta principal dos

governos, escolas e dos próprios educadores, mas enfim, de qualquer forma o

professor precisa ter consciência que ensinar é acreditar na humanização e

nos valores para toda a vida.

Educadores devem sempre batalhar e se esforçar para não deixarem

serem vencidos pelas poucas condições de trabalho, não basta apenas ensinar

devem sim estimular o aprender, e para fazer todo esse trabalho o educador

precisa ser autêntico e estar sempre renovando seus conhecimentos,

elaborando suas aulas e ouvindo pais, alunos e comunidade escolar, sendo

assim, educar é um ato de humanizar e apenas quando o educador voltar a ter

consciência disso será resgatada sua identidade, que a profissão professor é

uma escolha em que podemos acreditar, apostar e reconhecer a educação

como um processo de construção. Como destaca Alencar (2005):

“Educadoras são as parteiras do mundo! Devem estar

armadas de paciência, serenidade, conhecimento e

compreensão das mudanças do mundo, que não acontecem

fora das vontades dominantes na sociedade. Educadoras tem

a delicada tarefa de investigar a mina que é cada pessoa, com

suas preciosidades escondidas. Jóias que ele próprio, aluno

ou aluna, muitas vezes desconhece.” (p.110)

O professor deve motivar seus alunos, apoiando seus sucessos, e

auxiliando na superação dos fracassos, reorientando seus esforços. Deste

28 modo, a relação professor-aluno se dará positivamente proporcionando a

interação e satisfação pessoal, o que auxilia o aprendizado.

O ato de educar torna-se eficaz na medida em que o professor ajuda

todos os alunos, sem distinção, em seu aprendizado. Para Alves (2003),

“...processo mágico pela qual a palavra desperta os mundos adormecidos se dá o

nome de educação. Educadores são todos aqueles que tem esse poder.” (p.94)

O educador precisa contribuir e agir para um ensino renovável no qual

não basta levar perguntas prontas e sim estimular o aluno a pensar, para que

se tornem críticos e que produzam novas perguntas, fazendo com que o

processo ensino-aprendizagem seja dinâmico e construtivo.

Educar acima de tudo é humanizar e construir junto com o indivíduo um

olhar para fora e para dentro, e de dentro para fora. Deve-se reconhecer a

educação como um processo contínuo, feito através de ações diárias que

proporcionem uma revolução diária. Pensando nessas questões, entende-se

hoje a tarefa de educar é difícil, mas, sobretudo imprescindível. Para Alencar

(2005) apud Hannah afirma que “o ato educativo resume-se em humanizar o ser

humano”. (p.99) Assim, o ato educativo é a base para a transformação do sujeito

para que dessa forma, a humanização seja o objetivo a ser alcançado por

todos.

O magistério não deve ser visto como um sofrimento e sim como uma

profissão de fé, uma missão no qual o educador ajudará crianças a se tornarem

futuros cidadãos de bem, devemos conscientizar que educar é usar a

imaginação dia após dia, como se fosse o primeiro, é transformar a prática.

Devemos ser mestres de um tempo de delicadeza onde crianças e

adolescentes poderão ver nos profissionais verdadeiros exemplos, temos que

ver o educar como uma recuperação do público, do social, enfim educar é

humanizar, socializar e reproduzir conhecimentos para superar exclusões e

outros. Para Alencar (2005) apud Saramago, argumenta que: “vivemos uma

quadra estranha da humanidade, onde as pessoas conquistam os espaços siderais

mas não conseguem chegar, solidárias, à porta do vizinho.” (p.99)

Neste contexto, o Orientador Educacional engloba aluno, professor,

educação e relações entre os mesmos, devendo contribuir para mudanças,

para a construção da humanização do aluno, tornando-os indivíduos solidários,

29 e é este o compromisso que o Orientador deve firmar articulando valores

para o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes.

O que pode ser alcançado com incentivo, esperanças nos objetivos a

serem alcançados por eles, já que o ato de educar deve provocar no aluno a

vontade do querer, da busca, da curiosidade pelo novo, pela surpresa.

“Educar é mostrar a vida a quem ainda não a viu. O educador

diz: “Veja!” – e, ao falar, aponta. O aluno olha na direção

apontada e vê o que nunca viu. O seu mundo espande. Ele

fica mais rico interiormente. E, ficando mais rico interiormente,

ele pode sentir mais alegria e dar mais alegria – é a razão pela

qual vivemos... O milagre da educação acontece quando

vemos um mundo que nunca se havia visto” (p. 116)

Entende-se que os professores devem estar atentos as mudanças

socias e ao conhecimento, para que junto com o ato de educar para humanizar

possam sistematizar uma ação educativa dialética e dinâmica. Enfatiza Alencar

(2005):

“... educar é humanizar, socializar valores de justiça, respeito e

solidariedade. Educar é reproduzir criadoramente os

conhecimentos, para superar doenças, exclusões e

maldades.” (p.116)

Neste contexto, o Orientador Educacional é um profissional importante e

significativo, pois ele é responsável pela democratização da escola, ajudando

na inclusão dos indivíduos no âmbito escolar.

O Orientador Educacional ouve, dialoga e orienta, ajudando no

desenvolvimento pessoal do aluno, em conjunto com o professor. Busca

alternativas que refletem na relação com o outro, contribui para o indivíduo

analisar o mundo, facilita a escola na interação de suas relações, para que

30 assim, possamos nos relacionar de forma consciente, e buscando

alternativas para uma escola de paz, para todos, de qualidade. Dessa forma,

Grinspun (2006) explica que a Orientação Educacional ajuda a educação a:

“1 - Tratar a educação como uma prática social.

2- Elaborar um projeto político-pedagógico que reflita as

finalidades da Escola, as expectativas e interesses dos alunos,

e que seja formulado por todos que participam da vida da

Escola.

3- Rever a questão do espaço-tempo dos alunos na Escola.

4- Contribuir para a construção do sujeito.

5- Elaborar propostas e estratégias de ação que visem à

formação do aluno.

6- Organizar meios e condições de promoção da cidadania.

7- Trabalhar no sentido de incluir na vida da sociedade todos

os seus alunos, diminuindo ou eliminando o fator exclusão.

8- Investir no desenvolvimento das potencialidades dos

alunos.

9- Possibilitar que sejam vivenciados na escola os valores que

estão presentes na formação do aluno.

10- Colaborar para que o espaço vivido na escola seja para o

aluno um locus de aquisição de conhecimentos e experiências

de sentimento.” (p.185)

Assim, o Orientador Educacional é um profissional de apoio à escola,

onde atua com o aluno em busca da construção da subjetividade em parceria

com o professor, e lida também com os demais funcionários do ambiente

escolar. Para Grinspun (2006), os pontos necessários para o Orientador

Educacional trabalhar na escola são: “1- autonomia, 2- participação, 3-

responsabilidade, 4- reflexão, 5- solidariedade” (p.186)

O Orientador Educacional deve apoiar o professor, para que ensinem a

olhar para dentro e para fora, aprender além, reduzir a distância entre dois

31 seres humanos, é um dos primeiros passos para educar para compreensão

da realidade. Humanizar deve ser um ato de amor, de inclusão, de

solidariedade. Acredita-se que o aluno deve ser visto como sujeito que constrói

e des-constrói idéias pelas informações que recebe, considerando suas

vivências individuais e sociais.

Com essas ações do Orientador Educacional, o professor deve conduzir

personalidades diferentes para meta comuns, sem mutilá-las, sem ferir-lhes as

possibilidades de críticas, capaz de levar ao aperfeiçoamento das próprias

metas desejadas.

O educador precisa transformar o ambiente que envolve o educando e

onde ele se desenvolve, buscando a cooperação e a solidariedade entre os

educandos para melhor convívio. Assim, será desenvolvido um ambiente

harmonioso, tendo o aluno como objeto amado. Para Alves (2003): “O amor faz

nascer os pensamentos que levam até o objeto amado. É assim que acontece com os

verdadeiros educadores: eles descobrem um jeito de chegar até as crianças.” (p.88)

O trato de igual para igual entre homens é mais desejável que o

relacionamento de subordinação. Neste contexto, resulta desta proposição,

para que esse igualitarismo não caia na anarquia ou no individualismo, tendo a

educação desenvolver o senso da responsabilidade no indivíduo, com realce

nos seus deveres sócio-morais.

Assim, para a sociedade funcionar, necessita de cidadãos participantes,

aqueles que se sensibilizam pelos problemas do outro e coopera para o

atendimento dos mesmos, isso é humanizar.

As relações humanas não devem ser somente de razão e sim de amor.

Assim, deve haver um entrelaçamento do emocional com o racional, como

afirma Grinspun (2006) apud Maturana:

“sustento que não há ação humana sem uma emoção que a

estabeleça como tal e a torne possível como ato... não é a

razão o que nos leva à ação e sim a emoção... cada vez que

afirmamos que temos uma dificuldade no fazer, existe de fato

32 uma dificuldade no querer, que fica oculta pela

argumentação sobre o fazer.” (p.208)

O Orientador Educacional deve estimular a participação de todos os

indivíduos da escola, para que assim todos estejam inseridos e contribuindo

para o processo de inclusão.

O Orientador Educacional tem a missão de humanizar a relação

professor-aluno, de minimizar, se possível acabar com exclusões dentro de

sala de aula. A seletividade do olhar do professor tem que deixar de existir, tem

que deixar de excluir, de ocultar, de calar... o aluno invisível tem que se tornar

visível aos olhos do educador.

33 CONCLUSÃO

O presente trabalho teve como objetivo promover uma reflexão a

respeito da Orientação Educacional, analisando sua importância no âmbito

escolar. Verificou-se que o Orientador Educacional auxilia o educando em suas

diversas necessidades, faz acompanhamento junto com professor no

desempenho, no comportamento e no rendimento escolar para o

desenvolvimento pessoal do aluno.

O Orientador Educacional tem o papel fundamental e significante na

escola, pois além de firmar relações com os alunos, também tem relações com

os pais, com os profissionais da escola e com a comunidade.

Analisamos também, como a relação professor – aluno pode levar a

inclusão / exclusão através da seletividade do olhar do professor em relação ao

aluno e, é a partir desta exclusão que o aluno se torna invisível, silenciado ou

sentenciado.

Abordamos a questão do outro, quando representamos nosso olhar no

outro, às vezes, de maneira errônea, desta forma acabamos banalizando e

excluindo.

Apontamos a metáfora do caleidoscópio como símbolo da inclusão, onde

todos os pedaços são fundamentais e necessários para a formação da

imagem, quanto maior a diversidade, mais complexa e rica se torna a figura

formada pelo conjunto das partes que a compõem, assim, esta metáfora é a

melhor que traduz a idéia de inclusão, em que não se pode deixar nenhum

aluno fora do sistema educacional.

A ação do Orientador Educacional pode contribuir na relação professor -

aluno para o processo de humanização, através da inclusão das pessoas da

escola, como alunos, professores, funcionários, comunidade escolar, para que

assim, possam contribuir para mudanças para a construção da humanização

do educando, tornando-os indivíduos solidários, e é este o compromisso que o

Orientador deve firmar articulando valores para o desenvolvimento integral de

alunos.

34 Educar deve ser um processo de humanização, para que a partir da

inclusão educativa, possamos ter na relação professor - aluno o sentimento de

solidariedade. Assim, a humanização deve começar na escola e se possível

ser levada para outros víeis de nossa sociedade.

35 BIBLIOGRAFIA

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www.pro-inclusao.org.br/textos.html - 60k - Pró-Inclusão (Todos juntos numa

nova escola) – 2007 – acesso em 21/07/2007

39

ÍNDICE

PÁGINAS

INTRODUÇÃO.....................................................................................................8

CAPÍTULO I – A Orientação Educacional...........................................................9

CAPÍTULO II – Como a relação professor – aluno pode levar a inclusão/

exclusão ............................................................................................................16

CAPÍTULO III - Como a ação do Orientador Educacional pode contribuir na

relação professor-aluno para o processo de humanização?.............................26

CONCLUSÃO....................................................................................................33

ÍNDICE...............................................................................................................39

40

ATIVIDADES CULTURAIS

41

1 - Museu de Arte Contemporânea de Niterói – MAC – Visitação

42

2 - Centro Cultural Banco do Brasil – Exposição Aleijadinho e

seu tempo

43

3 – Paço Imperial – Exposição “Calder no Brasil”

44

4 - Paço Imperial – Exposição “Oscar Niemeyer”

45

5 - Centro Cultural Banco do Brasil – Exposição Primeiro de

Março, 66 – 100 anos