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Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
Como se produz um Nanomaterial?
Como se produz um Nanocompósito?
Projeto FEUP 2016/2017
Mestrado Integrado em Engenharia Metalúrgica e de Materiais e Licenciatura em
Ciências de Engenharia - Engenharia de Minas e Geo-Ambiente
Equipa MGM_1:
Supervisor: Sónia Simões Monitor: Tatiana Padrão
Estudantes & Autores:
Daniel Silva [email protected] Liliane Gonçalves [email protected]
Helder Nunes [email protected] Pedro Barny [email protected]
Francisca Pinho [email protected] Rodrigo Cabral [email protected]
Porto, 28 de Outubro de 2016
2
Índice
1. Resumo .............................................................................................................................. 3
2. Palavras-chave……………………………………..……………………………………………3
3. Introdução ........................................................................................................................... 4
3.1 Nanomateriais e nanocompósitos…………….................................................................4
3.2 Tipos de nanocompósitos………………..........................................................................5
3.3 Propriedades dos nanocompósito………………..............................................................7
3.4 Produção dos nanocompósitos………….........................................................................8
3.5 Aplicações dos nanocompósitos………….....................................................................10
3.6 Extração do Alumínio………………...............................................................................11
4. Procedimento Experimental ......................................................................................... …15
4.1 Planeamento .....................................................................................................15
4.2 Produção do nanocompósito AlCNT..................................................................15
5. Resultados e Conclusões................................................................................................. 16
6. Referências bibliográficas ................................................................................................ 18
3
1. Resumo
No âmbito da unidade curricular do Projeto FEUP, do 1º ano do Mestrado Integrado
em Engenharia Metalúrgica e de Materiais e Licenciatura em Ciências de Engenharia de
Minas e Geo-Ambiente, lecionada no 1º semestre do ano 2016/2017, foi realizado um
estudo sobre nanomateriais e nanocompósitos com o objetivo de compreender melhor todo
o processo de formação deste tipo de compósitos e a sua utilidade.
Todo o estudo em questão foi abordado em duas vertentes: uma teórica e outra
laboratorial, na qual esta última foi feita no departamento do respetivo curso da Faculdade
de Engenharia da Universidade do Porto.
O seguinte relatório descreve, pormenorizadamente, no que consiste um
nanomaterial e um nanocompósito, explicitando também deste último os tipos,
propriedades, métodos de produção e aplicações. Para além, disso este trabalho descreve
todo o processo de atração de alumínio e a ativadade prática elaborada. Nesta componente
laboratorial foi fabricado um nanocompósito através do método de pulverometalurgia.
Em suma, com a execução deste projeto concluiu-se que a utilização de
nanocompósitos pode melhorar significativamente as propriedades dos materiais usados.
Neste caso, com o procedimento experimental realizado, a mistura de pós de nanotubos de
carbono com pós de alumínio, melhorou efetivamente a resistência mecânica do material.
2. Palavras-chave
Nanomateriais, nanocompósito, alumínio, nanotubos de carbono.
4
3. Introdução
3.1- Nanomateriais e nanocompósitos
Os nanomateriais são, atualmente, um dos principais tópicos de investigação e
estão relacionados com a produção em escala nanométrica, ou seja, estão na ordem dos
10-9m, sendo apenas visíveis ao microscópio [1]. As suas dimensões variam entre 1 e 100
nm, e estes valores diferem conforme as propriedades do nanomaterial. Para tentarmos
perceber esta unidade de medida podemos dizer, por exemplo, que um cabelo humano tem
aproximadamente 40.000 nm de diâmetro, muitas
moléculas (nomeadamente as proteínas) têm
dimensões superiores a um nanómetro e os
átomos dimensões inferiores [1](figura 1).
Os compósitos são materiais resultantes
da combinação de dois ou mais materiais com
propriedades diferentes, possuindo uma interface
distinta (não formam uma mistura homogénea),
com vista à obtenção de melhores propriedades,
como por exemplo resistência mecânica ou dureza
[2].
Os nanocompósitos são uma nova classe de
materiais que resultam das combinações entre uma matriz e partículas (nanoreforço ou
nanopartículas) que atuam como reforço [3]. Podem ser obtidos pela incorporação de
nanocargas (por exemplo: argila, sílica, nanotubos de carbono, carbonato de cálcio, óxido
de zinco, etc.) na matriz. Todos estes aditivos possuem pelo menos uma das suas
dimensões na escala nanométrica [4]. Novos materiais, com novas propriedades e
possibilidades de utilização, podem ser preparados através do controlo do tamanho e da
forma das partículas de materiais já conhecidos [2].
Figura 1- Comparação do tamanho
dos nanomateriais, neste caso
Nanotubos de Carbono.
5
Os constituintes de um nanocompósito são a matriz e o reforço (material
nanométrico). A matriz pode ser metálica, cerâmica ou polimérica. Esta tem como principal
função dispersar o reforço e, se for submetida a uma tensão mecânica, deformar para
distribuir e transferir as tensões para as partículas de reforço. O reforço deve suportar a
carga aplicada ao material (matriz) limitando a deformação do mesmo, e simultaneamente
aumentar a resistência, dureza, rigidez e diminuir a resistência à corrosão e à fadiga[4].
Podemos considerar a matriz como uma fase contínua de um nanocompósito
(escolhida para conferir a maleabilidade e ductilidade desejadas), e o reforço como a fase
descontínua (escolhida para conferir resistência).
3.2- Tipos de nanocompósitos
Podemos classificar os nanocompósitos de acordo com a quantidade de partículas
e como se organizam. Temos então três tipos: nanocompósitos com três dimensões ao
nível dos nanómetros (ex.: nanopartículas de sílica); com duas dimensões nanométricas
alongadas (ex.: nanotubos de carbono); e com uma dimensão de partículas nanométricas,
tais como, as argilas esfoliadas ou intercaladas [5].
Ainda podemos classificar os nanocompósitos em relação à sua composição (tabela 1):
Composição metálica;
Polímeros condutores;
Materiais Cerâmicos.
Tabela 1- Diferentes tipos de nanocompósitos. Adaptada de [7]
MATRIZ EXEMPLOS
Metálica Fe-Cr/Al2O3, Ni/Al2O3, Co/Cr, Fe/MgO, Al/CNT,
Mg/CNT
Cerâmica Al2O3/SiO2, SiO2/Ni, Al2O3/TiO2, Al2O3/SiC,
Al2O3/CNT
Polimérica poliéster/TiO2, polímero/CNT, hidróxidos de
dupla camada
6
Relativamente aos nanotubos de carbono, estes podem ser de parede simples
(SWCNT) (figura 2-a), obtidos através do enrolamento de uma folha de grafeno, ou de
paredes múltiplas (MWCNT) (figura 2-b), formados por um conjunto finito de cilindros
concêntricos. O espaçamento destes é semelhante ao espaçamento da grafite, cerca de
0,34 nm[6].
Figura 2- Representação de a) nanotubos de parede simples e b) nanotubos de paredes múltiplas [14].
Para finalizar, os nanotubos também podem ser divididos conforme a orientação
do plano cristalino do grafeno: ARMCHAIR; ZIGZAG; QUIRAL (figura 3).
Figura 3- Tipos de Estruturas de Nanotubos: (a) armchair, (b) zigzag, (c) quiral [15].
7
3.3- Propriedades dos nanocompósitos
As propriedades de um nanocompósito dependem de um grande número de variáveis,
particularmente do material usado como matriz, que pode diferenciar em (tabela 2):
Dimensões (em nanoescala);
Reforço;
Grau de dispersão;
Tamanho;
Forma e orientação;
Interações em nanoescala.
Tabela 2- Exemplos de nanocompósitos de matriz metálica e suas propriedades. Adaptada de [7]
MATRIZ/REFORÇO PROPRIEDADES
Ag/Au Melhoria na atividade catalítica
Ni/PSZ e Ni/YSZ Melhoria na dureza e força
Cu/Nb Melhoria na microdureza
Al/AIN Maior resistência de compressão e baixa taxa
de tensão
Al/SiC Melhoria na dureza e módulo de elasticidade
α-Fe/Fe23C6/Fe3B Drástica melhoria na dureza
Cu/Al2O Melhoria na microdureza
CNT/Fe3O4 Melhoria na condutividade elétrica
Alguns nanocompósitos chegam a ser 1000 vezes mais resistentes que os seus
originais. Isto é observado, pois apresentam uma razão de superfície de contacto/volume
extraordinariamente elevada, fazendo com que as suas características, quando
comparadas com o material em tamanho regular, sejam muito diferentes, resultando em
melhorias significativas para os componentes que vão incorporar.
O uso de um nanomaterial no compósito pode melhorar significativamente as
propriedades dos materiais usados como matriz, tais como:
Propriedades mecânicas, incluindo a resistência e a estabilidade dimensional;
8
Condutividade elétrica;
Redução na permeabilidade a gases, água e hidrocarbonetos;
Retardamento de chama;
Estabilidade térmica;
Resistência química;
Aparência superficial;
Propriedades óticas: transmitância, refletância e absorbância.
3.4-Produção dos nanocompósitos
A produção de nanocompósitos de matriz polimérica pode ser realizada por três
métodos diferentes: mistura via dissolução; mistura por fusão e polimerização in situ.
A mistura via dissolução é utilizada geralmente para a produção de
nanocompósitos polímero-argila intercalados.
Nesta técnica, inicialmente, a argila é dispersa num solvente orgânico e adicionado ao
polímero. De seguida, há uma dispersão da argila na matriz e posteriormente uma
evaporação do solvente. Aqui, é necessário que o polímero seja solubilizado de modo a
obter uma maior desagregação e, consequentemente, uma melhor dispersão do reforço
nanométrico (Figura 4).
Figura 4- Esquema do “Mistura via dissolução”.
9
Na mistura por fusão temos um polímero fundido sendo adicionado à matriz de
argila tratada organicamente. A nível industrial esta técnica é muitas vezes utilizada para a
síntese de nanocompósitos intercalados ou ate mesmo esfoliados, quando se introduz uma
quantidade de polímero na matriz de modo a interagir fortemente com as camadas da argila.
A polimerização in situ (figuras 5 e 6) baseia-se no inchamento da argila
organofílica com o monômero, para que entre as camadas intercaladas da argila se forme
o polímero. A fim de que haja uma maior dispersão do reforço nanométrico é necessário
que a polimerização seja feita no interior da galeria e a cadeia cresça, desencadeando a
formação de um nanocompósito esfoliado. A polimerização in situ tem proporcionado a
produção de materiais com excelentes propriedades mecânicas, físicas e elétricas [8].
Figura 5- Esquema do processo de produção “Polimerização in situ”.
Figura 6- Esquema do processo de produção “Polimerização in situ”.
10
Outros processos que se destacam na síntese de nanocompósitos, especificamente
de matriz metálica são: a pulverometalurgia; a pulverização térmica e a eletrodeposição
química.
A pulverometalurgia é uma ciência que produz pós metálicos de maneira a obter
peças de formas complexas, de elevada qualidade e com tolerância apertadas. Para além
disso, este método é simples, rentável e com baixos custos de energia e capital. Neste
processo é necessário adicionar pós de Nanomaterial a pós de metais para reforçar o
mesmo. Após a mistura destes pós, através de uma prensa, compacta-se esta mistura num
sólido. Mais tarde, o sólido obtido é submetido a elevadas temperaturas (ligeiramente
abaixo da temperatura de fusão) de modo a evitar a oxidação dos metais [9].
A pulverização térmica é uma técnica de revestimento que consiste na
pulverização de partículas aquecidas sobre uma superfície. Neste método os materiais mais
utilizados são os metais, os cerâmicos e os plásticos [10].
A eletrodeposição química é utilizada para a produção de revestimentos de modo a
proteger uma peça metálica contra a corrosão e a oxidação [11].
3.5- Aplicações dos nanocompósitos
A indústria automobilística foi a primeira a usar materiais compósitos nos seus
produtos. Em 1953, a empresa General Motors começou a usar compósitos na produção
do Corvette. E em 1981, o automóvel DeLorean foi produzido com o uso de vários materiais
compósitos [12].
Outra indústria que também começou a utilizar materiais compósitos foi a
aeroespacial. Em 1974, a Corporação Vought testou e utilizou a primeira asa feita com
esses materiais. O uso de compósitos com matriz de alumínio provocou uma diminuição no
custo de produção no campo aeroespacial [12].
Após a descoberta dos nanotubos de carbono, em 1991 por Iijima, os estudos de
nanocompósitos aumentou significativamente, devido às excelentes propriedades de
reforço de nanotubos de carbono.
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Algumas das principais aplicações (figura 7, tabela 3) [12,13]:
Medicina, em próteses ortopédicas;
Condensadores de filmes finos para chip de computador;
Eletrólitos de polímeros sólidos para bateria.
Defesa militar, em foguetes e mísseis;
Astronomia, em plataformas de telescópio;
Marinha, em mastros e cascos de navios;
Desportos, em artigos de tênis, golfe, pesca etc.;
Tabela 3- Exemplos de nanocompósitos e suas aplicações. Adaptada de [7]
Nanocompósitos Aplicações
Fe/MgO Catalisadores, dispositivos magnéticos.
Ni/PZT Revestimentos resistentes ao desgaste.
Ni/TiO2 Aplicações foto-eletroquímicas.
Al/SiC Estruturas aeroespaciais, navais e automotivas.
Al/AIN Indústria microeletrônica
Nb/Cu Materiais de estrutura para aplicação a altas
temperaturas.
Au/Ag Microeletrônica, dispositivos óticos, conversão
de energia.
Figura 7- Exemplos de aplicações dos Nanomateriais.
12
Existem diversos estudos do uso de nanotubos de carbono como material de
reforço, porém, ainda se verificam problemas na sua dispersão nas matrizes. Devido a estas
adversidades, a melhoria das propriedades é afetada, uma vez que não feita de maneira
uniforme e, consequentemente, dificulta as aplicações nas indústrias.
3.6- Extração do Alumínio
A matriz utilizada foi de alumínio (figura 8), material
que não é retirado diretamente da Terra. Numa primeira
fase, extrai-se a bauxita, formada a partir de um processo
químico natural proveniente da infiltração de água em
rochas alcalinas. Através desta, recolhe-se a alumina
(óxido de alumínio), a partir do qual será possível obter
alumínio. A alumina passa por um processo de redução,
constituído por uma série de reações químicas (processo químico denominado Bayer), em
virtude da obtenção de alumínio.
A bauxita é extraída com a ajuda de retroescavadoras, normalmente a céu aberto,
encontrando-se, geralmente, próximo da superfície e com uma espessura de 4,5 metros.
Após tendo sindo retirada, esta é transportada para a fabrica, onde se dará início ao
processo da sua transformação em alumina. A primeira das muitas reações químicas
consiste em moer a bauxita e adicionar uma solução de hidróxido de sódio (NaOH),
transformando-a em pasta.
Depois de ser aquecida sob pressão e receber novas quantidades de solução de NaOH,
esta pasta dissolve-se e forma uma solução que é sujeita a processos de sedimentação e
filtragem. Com estes dois métodos, elimina-se as impurezas, de modo a restar uma solução
pronta para a extração de alumina.
De seguida, a alumina presente na solução obtida é precipitada (em equipamentos
denominados precipitadores), pelo processo de cristalização por semente.
Assim, depois de lavado e seco, é obtida a alumina, um pó branco que se parece
com o açúcar. Por fim, esta é transformada em alumínio por processo de eletrólise [16].
Figura 8- Barras de Alumínio.
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Processo químico de Bayer (figura 9):
1- Digestão
Primeiramente, a bauxita é moída e colocada no digestor com solução de hidróxido
de sódio (NaOH) para ser transformada em pasta.
Al(OH)3(s) + NaOH(aq) -> NaAl(OH)4(aq)
2- Clarificação
Após aquecida sob pressão e receber novas quantidades de NaOH, a pasta
dissolve-se e forma uma solução que passa por processos de filtragem e sedimentação,
onde ocorre a separação do NaAl(OH)4 dos resíduos insolúveis.
3- Precipitação
De seguida, a alumina é precipitada em equipamentos denominados precipitadores,
onde ocorre o esfriamento e a separação do NaAl(OH)4.
Figura 9- Esquema do Processo Químico de Bayer.
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4- Calcinação
Assim, a alumina, material resultante, é lavada para serem retirados os resíduos,
sendo seca de seguida. Posteriormente, é desidratada em virtude de gerar cristais de
alumina pura, de aspeto branco e arenoso, semelhante ao açúcar.
2Al(OH)3(s) -> Al2O3(s) + 3H2O(l)
Assim, a alumina fica pronta para o processo de Eletrólise, que dará origem ao
alumínio.
Processo de Eletrólise (figura 10):
A alumina é dissolvida em Na3AlF6, e
fundida em placas com temperatura de 1000
ºC. A seguir, as placas de alumina são
colocadas numa cuba eletrolítica, onde
sofrerão eletrólise.
2Al2O3 -> 4Al + 3O2
Deste modo, o Oxigénio é ligado ao
Carbono, libertando-se sob a forma de CO2, e
o alumínio líquido precipita, sendo retirado e moldado.
Figura 10 - Esquema do Processo de Eletrólise.
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4. Procedimento Experimental
4.1-Planeamento
Na fase inicial do trabalho laboratorial foi necessário realizar uma pesquisa para
determinar os processos de fabrico e parâmetros mais comuns para a produção do
nanocompósito de alumínio e nanotubos de carbono (Al-CNT). O método utilizado foi a
pulverometalurgia, que consiste na produção e/ou mistura de pós metálicos e é composta
por três fases:
Mistura dos materiais utilizando uma Túrbula;
Compressão/ prensagem;
Sinterização.
Durante a mistura, deve-se escolher corretamente a proporção dos nanotubos de
carbono em relação ao alumínio para que as amostras fiquem mais homogéneas possíveis.
A prensagem deve ser feita de forma uniaxial com pressão de 100 MPa. Na fase de
sinterização, durante a primeira hora a temperatura atinge os 625°C e nos restantes 110
min deve alcançar os 640°C com uma taxa de 5°C/min e vácuo de 10-2 Bar. Como a
temperatura de fusão do alumínio é aproximadamente 660°C, o material não será
danificado no processo de sinterização.
4.2-Produção do nanocompósito Al-CNT
A produção do nanocompósito (figura 11) foi feita com uma proporção de 99% de
alumínio para 1% de nanotubos de carbono. Inicialmente, colocou-se na Túrbula uma
mistura de 5g (0,05g de CNT e 4,95g de alumínio), durante 24 horas, de maneira a que esta
ficasse o mais homogénea possível.
Após a mistura, o pó foi colocado num molde para que fosse feita a prensagem.
Este é constituído por um material resistente de modo a não deformar após sujeito à
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pressão (neste caso o molde utilizado é feito de aço revestido por carbonetos de
tungstênio). É necessário prensar o pó até que o marcador de pressão chegue a 100 Bar.
Após a prensagem, a amostra obtida ainda estava frágil e quebradiça. Para a
consolidar e evitar a oxidação dos metais recorreu-se ao processo de sinterização. Este
método foi realizado num forno, onde a amostra foi submetida a uma pressão de 10-2 Bar
(vácuo) e aquecida a uma temperatura de 640°C (valor um pouco inferior à temperatura de
fusão) com taxa de 5°C/min. Quando atingidos os 640°C, a amostra ficou aproximadamente
por uma hora e meia nessa mesma temperatura, voltando, posteriormente, à sua
temperatura inicial.
Após todas estas etapas concluídas obteve-se um nanocompósito AI-CNT.
Figura 11 - Esquema do processo de produção do nanocompósito.
5. Resultados e Conclusões
Com a realização deste projeto observou-se a produção de um nanocompósito de
alumínio e nanotubos de carbono, através do processo de pulverometalurgia. A junção
desses dois materiais foi importante, pois os nanotubos de carbono melhoram as
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propriedades mecânicas do alumínio, fazendo com que o material resultante fosse mais
resistente que o alumínio puro.
Porém, se a mistura dos materiais não for feita corretamente, o nanocompósito
resultante não será uniforme, não sendo assim observada uma melhoria em toda a amostra,
como se pode verificar na figura 11. Aqui encontram-se duas amostras: na primeira
observa-se uma mistura homogénea, enquanto na segunda amostra constatam-se alguns
pontos pretos, devido à não dispersão dos nanotubos de carbono na sua totalidade na
matriz de alumínio.
Figura 11 - Comparação entre duas amostras referente à dispersão nos nanotubos de carbono.
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5. Referências bibliográficas
[1] http://www.spq.pt/magazines/BSPQ/622/article/30001252/pdf acedido em 14/10/2016
[2]http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422007000600016
acedido em 14/10/2016
[3]https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/15272/000673089.pdf?sequence=1
acedido em 14/10/2016
[4]http://www.ebah.pt/content/ABAAAfEWEAL/nanocompositos-com-carga-tridmensional
acedido em 14/10/2016
[5] Mehl, Hiany. Tese: Nanocompósitos Formados por Nanotubos de Carbono,
Nanopartículas de Prata e Polianilina: Síntese e Caracterização, 2011, Universidade
Federal do Paraná.
[6] Mignoni, Marcelo Luis. Tese: Síntese, caracterização e aplicações de nanocompósitos
polímero-argila, 2008, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
[7]http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-14392009000100002
acedido em 14/10/2016
[8]http://portal.peq.coppe.ufrj.br/index.php/producao-academica/teses-de-doutorado/2012
/98-preparacao-de-compositos-e-nacocompositos-polimericos-in-situ/file acedido em
14/10/2016
[9] http://paginas.fe.up.pt/~falves/5pulveromet.pdf acedido em 14/10/2016
[10]http://www.mecanicaindustrial.com.br/615-metalizacao-de-pulverizacao-termica/
acedido em 14/10/2016
[11] http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/galvanoplastia-ou-eletrodeposicao.htm
acedido em 14/10/2016
[12] Composites applications – The future is now – Society of Manufacturing Engineers –
first edition
[13] http://www.azonano.com/article.aspx?ArticleID=1832 acedido em 14/10/2016
19
[14] Zarbin, A. J. G. Química de (nano)materiais. Química Nova, vol. 30, no. 6, 2007, p.
1473.)
[15] Juan Orellana, Tese: Estado del arte: nanotubos de carbono, 2012, Universidad
Politécnica Salesiana.
[16] Moura, Alan; Ferreira, Emílio; FUKUSHIMA, Felipe; Neto, Teodoro; Moutinho,Thalita;
Costa; Thiago. Tese: Processo de Obtenção do Alumínio, 2008, Universidade Federal do
Pará: Instituto de Tecnologia - ITEC.
[17] http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/25508/000752385.pdf acedido em
14/10/2016
[18]http://www.solvayindupa.com/en/binaries/Technical_Bulletin_Nanocompositos_de_PV
C_PT-232551.pdf acedido em 14/10/2016
[19] http://paginas.fe.up.pt/~projfeup/submit_14_15/uploads/relat_EMM16.pdf acedido em
14/10/2016
[20]https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/15272/000673089.pdf?sequence=1
acedido em 14/10/2016
[21]https://www.ttu.ee/public/m/Mehaanikateaduskond/Instituudid/Materjalitehnika_instituut
/MTX9100/Lecture14_Nanocomposites.pdf acedido em 14/10/2016