COMPACTAÇÃO DO SOLO

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VI - Compactação dos Solos

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Teoria de compactaçao do solo. Mecanica dos Solos I

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VI - Compactação dos Solos

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Compactação dos Solos

A compactação é um método de estabilização e

melhoria do solo através de processo manual ou

mecânico, visando reduzir o volume de vazios do

solo.

Utilizado quando o solo de um determinado local

não apresenta as condições requeridas pela obra.

Ex: solo pouco resistente, muito compressível ou

com características que deixam a desejar do ponto

de vista econômico.

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Objetivos da Compactação:

• aterro mais homogêneo melhorando as suas

características de resistência, deformabilidade e

permeabilidade;

• elevação da resistência à ruptura pelo aumento do atrito interno entre as partículas; e

• diminuição das variações de volume pela ação de cargas, bem como da água que eventualmente percola pela sua massa, devido ao melhor entrosamento entre as partículas.

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Da compactação de um solo resulta:

• Maior aproximação e entrosamento das partículas, ocasionando um aumento da coesão e do atrito interno e, consequentemente, da resistência ao cisalhamento;

• Aumento da resistência ao cisalhamento, com consequente melhoria da capacidade de suporte;

• Redução do índice de vazios, com diminuição da capacidade de absorção de água e da possibilidade de ocorrência de percolação, tornando o solo mais estável.

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Exemplos de aplicação em obras de engenharia:

• aterros para diversas utilidades,

• camadas constitutivas dos pavimentos,

• construção de barragens de terra, preenchimento

com terra do espaço atrás de muros de arrimo,

• reenchimento das inúmeras valetas que se abrem

diariamente nas ruas das cidades.

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Os tipos de obra e de solo disponíveis vão ditar:

• o processo de compactação a ser empregado,

• a umidade em que o solo deve se encontrar na

ocasião,

• a densidade a ser atingida.

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o As variações de volume, expansões ou contrações, dependem diretamente do teor de umidade inicial:

o Um aterro executado com material úmido apresenta a possibilidade de grande perda de água por evaporação, favorecendo a contração que se manifesta através de trincas, fissuras, etc.

o Em um aterro executado com solo muito seco haverá grande probabilidade de absorção de água e consequente inchamento.

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redução do índice de vazios do solo

redução do coeficiente de permeabilidade

aumento da impermeabilização do solo

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Uma edificação construída sobre um terreno de

corte e aterro mal compactado pode apresentar

trincas decorrentes de recalques de fundação.

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Fatores fundamentais na compactação:

• teor de umidade do solo; e

• energia empregada na aproximação dos grãos, denominada energia de compactação.

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1933 Ralph Proctor, engenheiro americano, estabeleceu a correlação entre os parâmetros que influem decisivamente na relação índice de vazios, ou seja, no aumento do peso específico.

“A densidade com que um solo é compactado, sob uma determinada energia de compactação, depende da umidade do solo no momento da compactação.”

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Proctor verificou que na mistura de solo com maiores quantidades de água, quando compactada, o peso específico aparente da mistura aumentava, porque a água de certa forma funcionava como lubrificante, aproximando as partículas e permitindo melhor entrosamento, com consequente redução do volume de vazios.

Num determinado ponto atingia-se um peso específico máximo, a partir do qual, ainda que se adicionasse mais água, o volume de vazios passava a aumentar.

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Curva de compactação

• Ao realizar-se a compactação de um solo, sob diferentes condições de umidade e para uma determinada energia de compactação, obtém-se uma curva de variação dos pesos específicos aparentes

secos (gd) em função do teor de umidade (w).

• Inicialmente, o peso específico aparente seco cresce com o aumento do teor de umidade até atingir um máximo e depois começa a decrescer, para valores ainda crescentes do teor de umidade.

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As coordenadas do ponto máximo receberam a denominação de teor de umidade ótima (wótima) e peso específico aparente seco máximo (gdmáx), que é o máximo para a energia de compactação utilizada.

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Curva de compactação

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Ensaio de compactação

• O ensaio de compactação desenvolvido por Proctor foi normalizado pela AASHO (American Association of State Highway Officials) e é conhecido como ensaio de Proctor Normal.

• No Brasil foi normalizado pela NBR 7182/86.

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O ensaio Proctor Normal utiliza:

• Cilindro metálico de volume igual a 1000 cm3

(10 cm de diâmetro e altura de 12,73 cm);

• Soquete com peso de 2,5 kg, caindo de uma altura de 30,5 cm;

• Amostra de solo é compactada em três camadas, cada uma delas com aplicação de 26 golpes

As espessuras finais das camadas compactadas devem ser aproximadamente iguais, e a energia de compactação deverá ser uniformemente distribuída.

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(a) Soquete (b) Molde cilíndrico

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Compactação dos Solos Com os valores do peso específico do solo e teor de

umidade, pode-se calcular o peso específico aparente seco mediante a fórmula de correlação:

onde: gd = peso específico aparente seco g= peso específico natural do solo w = teor de umidade

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Junto com a curva de compactação, sempre que necessário, pode-se desenhar as curvas representativas de um mesmo grau de saturação, a partir da equação:

onde: gd = peso específico aparente seco gs = peso específico real dos grãos gw = peso específico da água S = grau de saturação w = teor de umidade

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Energias de compactação utilizados nos ensaios.

• O objetivo do ensaio de compactação é determinar uma curva umidade × peso específico comparável à que corresponde ao mesmo material quando compactado por meio de equipamentos e procedimentos empregados na obra.

• De acordo com o objetivo da obra e do equipamento ali empregado, define-se o método de compactação a ser utilizado no laboratório, cada qual caracterizado por sua energia de compactação (E).

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Energias de compactação utilizados nos ensaios.

• O ensaio padronizado Proctor Normal fornece

uma energia próxima de 6 kg.cm/cm3.

• Utiliza-se ainda, de acordo com as situações,

energias superiores a esta, como o Proctor

Modificado (E = 27 kg.cm/cm3) e o Proctor

Intermediário (E = 13 kg.cm/cm3).

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Compactação dos Solos A energia de compactação é dada por:

Onde: E = energia de compactação por unidade de volume P = peso do soquete h = altura de queda do soquete n = número de golpes por camada N = número de camadas V = volume do solo compactado

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Energias de compactação utilizados nos ensaios.

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Compactação dos Solos Um mesmo solo, quando

compactado com energias diferentes, apresentará valores de peso específico aparente seco máximo maiores e teor de umidades ótimas menores.

Para valores crescentes dessa energia, o ponto se deslocará para cima e para a esquerda.

Curvas de compactação de um solo com diferentes energias

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Comportamento do solo

• A natureza do solo, influencia nos valores do peso específico aparente seco máximo e do teor de umidade ótima.

• Ao tentar-se compactar um solo, o esforço de compactação será mais ou menos efetivo conforme a granulometria e plasticidade.

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Curvas de compactação normal de alguns solos brasileiros.

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Em geral, para o mesmo esforço de compactação (E) atinge-se nos solos arenosos (ou materiais granulares bem graduados) maiores valores de peso específico aparente seco máximo sob menores teores de umidade ótima, do que solos argilosos finos (uniformes).

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Compactação dos Solos

Quanto mais arenoso for

o solo, menor a umidade

ótima e maior o peso

específico aparente seco máximo.

O ponto máximo da curva de compactação se deslocará para cima e para a esquerda.

Curvas de compactação para diferentes tipos de solo

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O secamento de um solo argiloso, dependendo do argilo-mineral que o compõe, poderá alterar de forma irreversível as suas características, refletindo nos valores das coordenadas do ponto de máximo da curva de compactação.

Assim como o secamento, também a forma de realizar o ensaio, utilizando uma única amostra de solo (com reuso) para todos os pontos ou uma amostra nova (sem reuso) para cada ponto, apresentará valores diferentes para as coordenadas do pico da curva.

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Recomenda–se que os solos argilosos não sejam secadas diretamente ao sol ou em estufa e que o ensaio seja realizado com amostras secas à sombra, sempre que necessário.

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Recomenda–se que os solos argilosos não sejam secadas diretamente ao sol ou em estufa e que o ensaio seja realizado com amostras secas à sombra, sempre que necessário.

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Especificações para a compactação

a) Grau de Compactação (Gc)

As especificações atuais costumam referir-se ao grau de compactação (Gc) a ser atingido.

b) Outras – Específicas

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Controle da compactação

Controle de compactação: conjunto de ações visando

garantir que os parâmetros de projeto sejam atendidos

A determinação dos parâmetros (relativos à resistência

ao cisalhamento, deformabilidade, permeabilidade, etc)

em geral demanda tempo e recursos incompatíveis com

a rotina de obra

O controle incide então sobre características de fácil

determinação relacionadas aos parâmetros de projeto

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Controle da compactação

As características de solos compactados

tradicionalmente são relacionadas a dois parâmetros

básicos:

- peso específico aparente seco (gd)

- teor de umidade (w)

O controle dos trabalhos de compactação, portanto,

pode ser feito sobre estes dois parâmetros

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Controle da compactação

É comum admitir as variações:

- gd: Grau de compactação (GC) entre 95% e 100%

- w: +/- 2%

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Métodos de controle da compactação

a) Determinação da umidade do campo

O processo expedito - processo da frigideira (DNER 86-64, determinação da umidade pelo método expedito do álcool). Com uma frigideira e fogareiro faz-se a secagem violenta e rápida, no próprio campo, das amostras.

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Métodos de controle da compactação

Método do “speedy moisture test”

A análise indica a pressão do gás acetileno produzido na reação química da umidade do solo com o carbureto de cálcio.

• Necessita de frequentes aferições.

• É conveniente a realização de um ensaio em estufa, a 110°C, para determinação correta da umidade da amostra e comparando-a com os resultados do Speedy.

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Métodos de controle da compactação

Método do “speedy moisture test”.

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Determinação do teor de umidade - Speedy

Reservatório metálico fechado que se comunica com um manômetro, destinado

a medir a pressão interna.

Coloca-se dentro do reservatório o solo úmido e uma porção de carbureto de

cálcio (CaC2).

Pela combinação da água do solo com o carbureto gera acetileno e pela

variação da pressão interna obtém-se a umidade do solo.

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Métodos de controle da compactação

b) Determinação do grau de compactação (Gc)

A determinação do grau de compactação, obtido no campo demanda a determinação do peso específico aparente seco “in situ”.

Vários processos correntes foram desenvolvidos para efetuar de maneira rápida, e com suficiente precisão, essa determinação, a saber:

• método do frasco de areia;

• método do amostrador (cilindro cortante)

• outros processos

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Métodos de controle da compactação

b) Determinação do grau de compactação (Gc)

Método da areia (ABNT/NBR 7185/86 - Determinação da massa específica aparente in situ com o emprego do frasco de areia)

Frasco de areia

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Métodos de controle da compactação

b) Determinação do grau de compactação (Gc)

Método do amostrador (ABNT/NBR 9813/87 - Determinação da massa específica aparente, in situ, com o emprego de cilindro de cravação)

O amostrador é um cilindro oco, com a parte inferior em bisel e cujas dimensões internas são conhecidas, permitindo o cálculo do volume V. O amostrador é cravado no solo por percussão, retirando-se a amostra cujo peso úmido é W. Conhecendo-se o teor de umidade da amostra, calcula-se o peso seco da amostra e determina-se diretamente γd campo.

Este processo tem a vantagem de trabalhar com a amostra não perturbada, o que daria maior precisão ao método.

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Métodos de controle da compactação

Método do amostrador (ABNT/NBR 9813/87 - Determinação da massa específica aparente, in situ, com o emprego de cilindro de cravação)

(a) Cilindro de cravação

(b) Cilindros e anéis biselados

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Exemplo: Determinação da massa específica aparente in situ através do método do frasco de areiado, solo utilizado como base em um trecho de rodovia.

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Exemplo: Determinação da massa específica aparente in situ através do método do frasco de areiado, solo utilizado como base em um trecho de rodovia.

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Exemplo: Determinação da massa específica aparente in situ através do método do cilindro de cravação de um solo utilizado como base em um trecho de rodovia

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Exemplo: Determinação da massa específica aparente in situ através do método do cilindro de cravação de um solo utilizado como base em um trecho de rodovia

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Métodos de controle da compactação

Frequência dos ensaios

As Especificações Gerais de Terraplenagem do DNER prescrevem o seguinte:

• Um ensaio de compactação no material do corpo do aterro para cada 1000 m3;

• Um ensaio para determinação do peso específico in situ, para cada 1000 m3 de material compactado, no corpo do aterro;

• Para as camadas finais (60 cm abaixo do greide final), uma determinação do peso específico in situ, para cada 100 m de extensão de camada, alternadamente no eixo e bordos.