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FACULDADE ASSIS GURGACCZ FAG JAQUELINE ANDREA WENDLAND

COMPARAO DA FRMULA DE ESTIMATIVA DE PESO COM O PESO AFERIDO DE PACIENTES HOSPITALIZADOS

CASCAVEL- PR 2008

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JAQUELINE ANDREA WENDLAND

COMPARAO DA FRMULA DE ESTIMATIVA DE PESO COM O PESO AFERIDO DE PACIENTES HOSPITALIZADOS

Trabalho de Concluso do Curso apresentado ao curso de Nutrio, da Faculdade Assis Gurgacz - FAG, como requisito final para obteno do Ttulo de Bacharel em Nutrio. Orientadora: Prof. Me. Claudia Regina Felicetti.

CASCAVEL- PR 2008

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FACULDADE ASSIS GURGACCZ FAG JAQUELINE ANDREA WENDLAND COMPARAO DA FRMULA DE ESTIMATIVA DE PESO COM O PESO AFERIDO DE PACIENTES HOSPITALIZADOS

Trabalho de Concluso de Curso apresentado ao Curso de Nutrio, da FAG, como requisito final para obteno do ttulo de Bacharel em Nutrio, sob orientao da Professora Me. Claudia Regina Felicetti.

BANCA EXAMINADORA

______________________________________ Professora Me. Claudia Regina Felicetti Faculdade Assis Gurgacz Orientadora

__________________________________________ Professora Avaliadora Me. Adriana Cruz Lopes Fisiopatologia em Clnica Mdica Universidade Estadual Paulista Jlio de Mesquita Filho Faculdade Assis Gurgacz

________________________________________________ Professora Avaliadora Lisiane Chiaradia Campos Pavan Especialista em Nutrio Clnica: Gesto em Nutrio Clnica Colgio Brasileiro de Estudos Sistmicos Faculdade Assis Gurgacz

Cascavel, _____ de ______ de 2008.

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COMPARAO DA FRMULA DE ESTIMATIVA DE PESO COM O PESO AFERIDO DE PACIENTES HOSPITALIZADOS WENDLAND, Jaqueline Andrea1 FELICETTI, Claudia Regina2 RESUMOIntroduo:A desnutrio um problema freqente que acomete pacientes hospitalizados, dentre vrios fatores, pela dificuldade em diagnosticar o estado nutricional adequadamente. Assim, foi criada equaes de estimativa de peso para indivduos acamados, embora a acurcia e a preciso dela seja pouco conhecida. Objetivo:Diante disto, o objetivo do estudo foi verificar a eficcia da frmula de estimativa de peso proposta pela literatura e compar-la com o peso real aferido de pacientes hospitalizados. Metodologia:Foram avaliados 34 pacientes adultos e idosos deambulantes hospitalizados. Analisou-se os dados pessoais, de diagnstico clnico e os dados de peso aferido e estimado pela Equao de Chumlea (1988). Resultados:A maioria dos participantes eram do gnero masculino (58,82%), com idade mdia de 46,8 anos e diagnstico clnico a esclarecer (26,47%). Foi observada uma mdia de diferena de 1,1Kg da equao de estimativa para o peso real aferido, representando apenas 1,7% de diferena. Quando comparado com os gneros e a faixa etria, houveram pequenas variaes, sendo que no gnero masculino a frmula superestimou e no feminino subestimou. Verificou-se tambm que nas faixas etrias entre 18 a 39 anos a equao de estimativa de peso superestimou o peso real e para os participantes acima de 40 anos houve uma leve subestimao. Nenhum desses dados analisados apresentou relevncia estatstica. Neste estudo apenas a circunferncia da panturrilha e a do brao tiveram pequena influncia para estimar o peso dos pacientes pela equao de estimativa de peso. Concluso: Apesar disto, conclui-se que a frmula de estimativa de peso proposta pela literatura til quando no h possibilidade de pesagem por no destoar do valor real. Palavras-chave: Avaliao nutricional. Estado nutricional. Estimativa de peso.

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Graduanda do curso de Nutrio pela Faculdade Assis Gurgacz FAG - Cascavel PR.

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2 Nutricionista, Mestre em Sade Coletiva e Especialista em Nutrio Clnica e Metabolismo pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), Docente da Faculdade Assis Gurgacz FAG - Cascavel PR.

INTRODUO

Para um bom desenvolvimento do organismo necessrio uma nutrio adequada. Quando h uma deficincia na nutrio, ou seja, falta de um ou mais nutrientes no corpo humano surge desnutrio. Para Elias (2000), a desnutrio pode ser definida quando h uma deficincia ou falta de protenas, carboidratos, lipdios ou algum nutriente no organismo que cause efeitos adversos afetando o formato, funes e conseqncias clnicas no indivduo. A desnutrio energtico-protica (DEP) constitui-se um dos principais problemas de sade coletiva no mundo por suas grandes conseqncias biolgicas e repercusso negativa na vida social (FALBO, ALVES, 2002). Ela interfere no tempo de internao e no nmero de complicaes (CHIL, UNAMUNO, MARCHINIL, 1996). A elevao do tempo de internao gera elevao dos custos, maior probabilidade de aquisio de doenas infecciosas e lceras de presso, elevando o risco de mortalidade (REZENDE et. al., 2004). Segundo Kondrup (2004), a causa primria da desnutrio em hospitais a demanda aumentada ou modificada das necessidades nutricionais devido doena e, ao mesmo tempo, reduo do apetite. A desnutrio hospitalar ocorre por muito tempo em diversos lugares e por vrios fatores. O Inqurito Brasileiro de Avaliao Nutricional (IBRANUTRI) realizado em hospitais da rede pblica de 12 capitais brasileiras e no Distrito Federal em 1996 revelou que 48% dos pacientes internados apresentaram algum grau de desnutrio (WAITZBERG, CAIAFFA e CORREIA, 2001). Diante desta elevada incidncia de desnutrio entre os pacientes internados, cresceu o interesse pela avaliao nutricional nesta populao, pois cerca de 50% dos que do entrada no servio intra-hospitalar apresentam alguma disfuno nutricional (VANNUCCHI, UNAMUNO E MARCHINI, 1996). Outro estudo realizado por Rezende et al. (2004) com pacientes de um hospital filantrpico de Salvador (BA), verificaram que 63,11% deles apresentaram desnutrio sendo que alguns com desnutrio grave e outros moderada. Alm disso, verificou-se que estes indivduos permaneceram, em mdia, cinco dias a mais

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internados do que aqueles que no apresentaram desnutrio (18 e 13 dias de internao, respectivamente). H vrios fatores que interferem no estado nutricional do paciente, a exemplo disto, cita-se a prpria patologia e seus sintomas, as complicaes, uso de medicamentos, as alteraes de rotina, horrios, alimentao e de ambiente que prejudicam a ingesto dos alimentos, bem como a falta de avaliao e monitorizao nutricional adequada (CARDOSO et al., 2005). Uma avaliao nutricional inadequada dificulta o diagnstico correto e a terapia nutricional ideal desde o primeiro momento (BARBOSA, COLOMBO, NOGUEIRA, FREITAS, 2002). Vannucchi (1996) recomenda que a avaliao do estado nutricional deva ser realizada o mais precoce possvel, ou seja, nas primeiras 24 horas de internao hospitalar. Para isso, um indicador muito importante para avaliar o estado nutricional a antropometria, por ser um mtodo rpido, no invasivo e de fcil execuo e, alm disso, fornece informaes das medidas fsicas e da composio corporal do indivduo (MENEZES E MARUCCI, 2005; SANTOS, 1993). Os mtodos antropomtricos mais utilizados em hospitais so o peso, altura, dobras cutneas e as circunferncias. Entretanto, o peso corporal, em muitos casos, de difcil obteno quando os pacientes esto acamados, em virtude da impossibilidade de pesagem e pela ausncia de dispositivos como a cama-balana, equipamento til nestas circunstncias embora de custo elevado (DOCK-NASCIMENTO et al., 2006). Assim, para a avaliao nutricional de pacientes acamados, utiliza-se as equaes de estimativa de peso (Chumlea et al., 1988) embora a acurcia e a preciso delas sejam pouco conhecidas (DOCK-NASCIMENTO et al., 2006). Diante disto, surge necessidade de avaliar a eficincia deste mtodo alternativo de obteno do peso a fim de contribuir na avaliao nutricional, permitindo que ela seja mais fidedigna possvel e, conseqentemente, reduzindo a prevalncia de desnutrio hospitalar. Portanto, este trabalho teve como objetivo verificar a eficcia da frmula de estimativa de peso proposta pela literatura e compar-la com o peso real aferido de pacientes hospitalizados. METODOLOGIA

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Trata-se de um estudo transversal realizado com todos os indivduos internados no Hospital Universitrio do Oeste do Paran na cidade de Cascavel PR, no perodo entre maio e junho de 2008. A populao foi composta por pacientes adultos e idosos internados neste hospital nas unidades de clnica mdica, cirrgica e de neurologia. Os critrios de incluso adotados foram: pacientes deambulantes e conscientes; sem presena de reteno hdrica corprea (edema), membros amputados e/ou engessados. Para verificao destes dados, foi realizado um levantamento no pronturio mdico de todos os pacientes para verificao do diagnstico clnico. Aps o processo de incluso do estudo, os indivduos selecionados foram abordados individualmente em seus leitos e questionados sobre a viabilidade de permanecerem em p para a pesagem. Foram excludos da pesquisa, os pacientes que no podiam se levantar por qualquer motivo; com doena mental incapacitante e purperas no perodo da avaliao. Participaram, ainda, somente os indivduos que aceitaram participar do estudo e que assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO 1). As variveis estudadas foram: dados pessoais e diagnstico clnico coletados por meio do pronturio mdico; e dados de peso (estimado e aferido) coletado por meio de medidas antropomtricas no prprio indivduo. O peso atual do paciente foi aferido utilizando como base a recomendao de Cuppari (2005) a qual sugere que o indivduo deva posicionar-se em p no centro da balana, descalo, com roupas leves e com os braos estendidos ao longo do corpo. Para a coleta deste dado foi utilizada uma balana digital da marca GL-D3H com capacidade mxima para 150 Kg com preciso de 100g. Alm disso, foram coletados os dados de circunferncia do brao, circunferncia da panturrilha, prega cutnea subescapular e a altura do joelho para realizao da estimativa de peso por meio da Equao de Chumlea (Chumlea et.al., 1988) conforme Quadro 1 abaixo:

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HOMEM = [(0,98 x CP) + (1,16 x AJ) + (1,73 x CB) + (0,37 x PCSE) 81,69] MULHER = [(1,27 x CP) + (0,87 x AJ) + (0,98 x CB) + (0,4 x PCSE) 62,35] Onde: CP = Circunferncia da panturrilha AJ = Altura do joelho CB = Circunferncia do brao PCSE = Prega cutnea subescapular

Fonte: CHUMLEA, W.C., GUO, S., ROHE, A.F., STEINBAUGH, M.L. Prediction of body weight for the nonambulatory elderly from anthropometry. J Am Diet Assoc; 88:564-568; 1988.

Para obteno destes dados foi utilizada uma fita mtrica inelstica graduada em centmetros da marca Glasfiber e o adipmetro cientfico da marca Cescorf com preciso de 0,01. A circunferncia do brao foi aferida posicionando a fita mtrica no ponto mdio do brao entre o acrmio e o olcrano. Para isto, o paciente permaneceu com o brao em posio de 90 flexionando-o em direo ao trax e foi marcado o ponto mdio entre os dois pontos citados. Em seguida, o brao foi posicionado ao longo do corpo com a palma da mo voltada para a coxa e a circunferncia do brao foi aferida (CUPPARI, 2005). Para a aferio da altura do joelho o indivduo foi posicionado sentado na beira do leito com o joelho esquerdo flexionado a um ngulo de 90 e com a fita foi verificado o comprimento do calcanhar at a superfcie anterior da perna na altura do joelho sobre a patela (CARDOSO et al., 2005). J a prega subescapular foi aferida com o indivduo em p ou sentado com os braos e ombros relaxados e a prega foi feita logo abaixo do ngulo inferior da escpula observando um ngulo de 45 entre esta e a coluna vertebral (CUPPARI, 2005). A circunferncia da panturrilha foi verificado no sentido horizontal ao redor do maior permetro do msculo da panturrilha (NACIF, VIEBIG, 2008). Para avaliao da reteno hdrica foi utilizado o exame fsico, onde foram observadas as extremidades do corpo do paciente e foi tocado para melhor observao de algum edema (CUPPARI, 2005).

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Todos os dados coletados foram transcritos em um formulrio prprio (APNDICE A) e para sua anlise foram utilizados mtodos de estatstica bsica, para comparar entre gneros, masculino e feminino, foi utilizado o Teste t-student ao nvel de 5% de significncia e para analisar segundo a faixa etria o clculo estatstico utilizado foi o mtodo de Anova. O projeto recebeu parecer favorvel do Comit de tica em Pesquisa com Seres Humanos da FAG, com o protocolo nmero 015/2008 (ANEXO 2). RESULTADOS E DISCUSSO A seleo dos participantes deste estudo encontra-se demonstrado no diagrama abaixo. Pacientes adultos e idosos internados na clnica mdica, cirrgica e de neurologia durante o perodo de estudo (maio e junho de 2008), HUOP, Cascavel PR n= 85

Excluses (n=49): 28 Membros fraturados 6 problemas neurolgicos 15 acamados

Perdas (n=2): 2 pacientes indispostos

Populao de estudo n= 34

FIGURA 1 Processo de seleo da populao de estudo, maio e junho de 2008, Hospital Universitrio do Oeste do Paran (HUOP), Cascavel PR, No presente estudo nenhum paciente se negou em participar da pesquisa. Somente dois pacientes encontravam-se indispostos no momento da avaliao e

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logo aps receberam alta hospitalar no sendo possvel a coleta dos dados. Neste perodo, no houveram purperas internadas nestas unidades. Sobre os pacientes neurolgicos excludos todos apresentavam-se acamados e no respondiam a estmulos verbais no momento do estudo, portanto, foram excludos. A Tabela 1 apresenta os dados de identificao da populao estudada. Dos 34 pacientes participantes, 20 eram do gnero masculino (58,82%) e 14 eram do sexo feminino (41,17%). A mdia de idade masculina foi de 45 anos (19,1anos) e a mdia de idade feminina foi de 48,7 anos (24,7 anos). Sobre a causa da internao hospitalar, 26,47% encontravam-se com diagnstico a esclarecer, seguido de problemas gastrintestinais (23,52%), cirurgias diversas (11,76%), (laqueadura, fratura de face, entre outros) e problemas cardio-pulmonares e neurolgicos (5,88%, respectivamente). Praticamente um quarto dos pacientes (20,58%) apresentavam outros tipos de problemas, entre eles, citam-se mucomicose (2), ferimento por arma branca (3), hiperplasia prosttica (1) e aumento do volume da tireide (1). TABELA 1 Dados de gnero sexual, faixa etria e diagnstico clnico dos participantes do estudo. VARIVEIS Gnero Feminino Masculino Faixa etria (anos) 18 30 40 50 29 39 49 59 > 60 Diagnstico clnico Doena Pulmonar Doena Cardiolgica Doena Gastrintestinal Doena Neurolgica Cirurgia eletiva 2 2 8 2 4 5,88 5,88 23,52 5,88 11,76 6 8 9 3 8 17,64 23,52 26,47 8,82 23,52 14 20 41,17 58,82 n = 34 %

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Diagnostico a esclarecer Outras

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26,47 20,58

Sobre os dados de peso aferido foi verficado uma mdia de 63,2 Kg (Mnimo: 48Kg; Mximo: 83,2Kg). Por outro lado, a mdia de peso verificada pela equao de Chumlea (1988), foi de 62,10 Kg (Mnimo: 38,9Kg; Mximo: 77Kg), sendo, apenas 1,1Kg de diferena, representando apenas 1,7% de diferena do peso real (TABELA 2). TABELA 2 - Resultados da mdia do peso aferido e estimado dos participantes do estudo e a diferena (em Kg) do peso real e o peso estimado calculado pela Equao de Chumlea (1988), conforme a faixa etria. Faixa etria (anos) 18 30 40 50 > 60 Mdia 29 39 49 59 Peso aferido (Kg) 62,5 61,4 64,6 66,7 61,5 63,3 Peso estimado (Kg) 63,2 58,3 66,4 64,7 58,8 62,2 Diferena (Kg) -0,7 3,1 -1,8 2,1 2,7 1,1

Em estudo semelhante conduzido por Dock-Nascimento em 2006 com 150 pacientes portadores de cncer, foi verificado que a diferena entre o peso real com o peso estimado foi de 4,5 Kg, superior ao encontrado neste estudo. Embora haja semelhana entre os valores encontrados, em um paciente (feminino, 70 anos) observou-se uma diferena importante entre o peso aferido (52,3 Kg) e o peso estimado (38,9 Kg), tendo como causa provvel um erro na coleta de dados. Quando comparado os dados de peso com o gnero dos participantes do estudo, pde-se observar, conforme a Tabela 3, que para o gnero masculino o peso estimado foi acima do peso real e j no feminino o peso estimado foi abaixo do peso real embora sem relevncia estatstica (p=0,12).

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TABELA 3 Mdia estatstica da diferena do peso real com o peso estimado entre os gneros (masculino e feminino) calculado pela Equao de Chumlea (1988). Gnero sexual Masculino Feminino* Significativo p 60 0,0300

Mdia Desviopadro p-valor*

-0,0180

-0,0221

0,0329

0,0867

0,0432

0,0567

0,0972 0,32

0,1098

0,1195

* Significativo p0,05) em idosos ( 60 anos) com isso no apresentando uma boa correlao entre o peso real e estimado. Confirmando os achados deste estudo, embora sem diferena estatstica. Tambm pode-se verificar que no grupo na faixa etria entre 18 a 39 anos a equao de estimativa de peso superestimou o peso real e para os participantes acima de 40 anos houve uma subestimao do peso real, confirmando os achados de que, com o envelhecimento, o resultado da equao vai subestimando o peso do paciente. Rabito (2004), no mesmo estudo citado acima, props quatro novas frmulas para estimativa de peso onde apenas uma frmula (QUADRO 2) apresentou uma boa correlao entre o peso real e o estimado. Quadro 2: Equao de estimativa de peso proposta por Rabito (2004)

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Peso estimado = 0,5149(A) + 0,7416(CB) + 0,3080(CA) + 0,5317(CP) + 0,3640(DCSE) 0,0137(Re) 82,7230 Onde: A= altura (cm); CB = circunferncia do brao; CA= circunferncia abdominal; CP = circunferncia da panturrilha; DCSE= dobra cutnea sub-escapular; Re= resistncia ( ).Fonte: RABITO, E. Estimativa de peso e altura corporal atravs de medidas antropomtricas e bioimpedncia eltrica. [Dissertao] So Paulo: 2004.

Esta frmula, no entanto, de difcil utilizao, pois a mesma necessita, alm de adipmetro e fita mtrica, o equipamento chamado bioimpedncia eltrica que possui custo elevado e necessita de preparo para realizao do teste. Alm disso, no se recomenda o uso desta frmula em pacientes com o ndice de massa corprea (IMC) superior 30 Kg/m2 (RABITO, 2004). Sampaio, Melo, Almeida e Bernardes (2002) realizaram um estudo com metodologia semelhante ao deste trabalho no Hospital Geral de Fortaleza com amostra de 209 pacientes de ambos os gneros divididos em 2 grupos (adultos 19 a 59 anos e idosos 60 anos),os resultados no apresentaram diferena significativa entre os pesos real e estimado, concluindo que a frmula de estimativa de peso confivel para estimar o peso de pacientes que podem ser pesados tradicionalmente com uso de balana. CONSIDERAES FINAIS Ao analisar as tabelas descritas no trabalho nota-se que no h diferena significativa entre o peso real e estimado com o gnero e a faixa etria e, que a diferena mdia entre o peso aferido e estimado muito prxima (1,1kg de diferena). As medidas antropomtricas que demonstraram tendncia na diferena encontrada neste estudo foram s circunferncias do brao e da panturrilha, embora sem diferena estatstica.

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Sendo assim, foi verificado que a equao de estimativa de peso proposta por Chumlea et al. (1988) possui boa correlao com o peso real podendo ser utilizada na prtica clnica diria. Mas vale ressaltar que para que a equao seja eficaz necessrio que todas as medidas antropomtricas sejam aferidas corretamente, fazendo-se necessrio treinamento adequado ao indivduo que coletar os dados, seguindo todas as recomendaes da literatura, para que no haja distores de valores entre diferentes avaliadores. Outros estudos com amostras maiores so necessrios para confirmar estes achados, ficando como recomendao levar em considerao os medicamentos utilizados pelos pacientes.

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REFERNCIAS BARBOSA ,E., COLOMBO, P.P.F., NOGUEIRA, T.L., FREITAS S.F.T. Perfil nutricional de crianas desnutridas internadas uma realidade do Hospital Infantil Joana de Gusmo. Rev. Bras. Nutr. Cln., 17:137-42, 2002. CARDOSO, R.M, OLIVEIRA, R.M.C, KNOBEL, E. Triagem e avaliao nutricional. In.: Terapia Intensiva Nutrio. Elias Knobel. Co-autores: Roselaine M.C. Oliveira e Ruy G.R. Cal. So Paulo: Atheneu, 39-56, 2005. CHIL H.V., UNAMUNO M.R.D.L., MARCHINIL, J.S. Avaliao do estado nutricional. Medicina Ribeiro Preto, 29: 5-18, jan./mar. 1996 CHUMLEA, W.C., GUO, S., ROHE, A.F., STEINBAUGH, M.L. Prediction of body weight for the nonambulatory elderly from anthropometry. J. Am. Diet. Assoc., 88:564-568, 1988. CUPPARI, L. Nutrio clnica do adulto guia de medicina ambulatorial e hospitalar. 2 ed, Editora Manole, So Paulo, 2005. DOCK-NASCIMENTO et al Preciso de mtodos de estimativa do peso e altura na avaliao do estado nutricional de pacientes com cncer. Rev. Bras. Nutr. Clin. 21(2):111-6 2006. ELIA M. Guidelines for the detection and management of malnutrition. Maidenhead,United Kingdom: British Association for Parenteral and Enteral Nutrition, 2000. FALBO, A.R.; ALVES, J.G.B.. Severe malnutrition: epidemiological and clinical characteristics of children hospitalized in the Instituto Materno Infantil de Pernambuco (IMIP), Brazil. Cad. Sade Pblica., Rio de Janeiro, v. 18, n. 5, 2002. KONDRUP, J. Proper hospital nutrition as a human right. Clin. Nutr. vol. 23, p. 135137, 2004. MATSUDO,et.al.Evoluo do perfil neuromotor e capacidade funcional de mulheres fisicamente ativas de acordo com a idade cronolgica. Rev. Bras. Med. Esporte vol.9 no.6 Niteri Nov./Dec. 2003 MENEZES, T.N., MARUCCI, M.F.N. Antropometria de idosos residentes em instituies geritricas, Fortaleza, CE. Rev. Sade Pblica vol.39 n So Paulo .2 Apr. 2005. NACIF M, VIEBIG RF. Avaliao Antropomtrica nos ciclos da vida: uma viso prtica. So Paulo: Metha, 2008. RABITO, E. Estimativa de peso e altura corporal atravs de medidas antropomtricas e bioimpedncia eltrica. [Dissertao] So Paulo: 2004

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REZENDE et.al. Prevalncia da desnutrio hospitalar em pacientes internados em um hospital filantrpico em Salvador (BA), Brasil. Rev. Clin. Med. Biol., Salvador, v. 3, n. 2, p. 194-200, jul./dez. 2004. SAMPAIO, H.A.C., MELO, M.L.P., ALMEIDA, P.C., BENEVIDES, A.B.P. Aplicabilidade das frmulas de estimativa de peso e altura paraidosos e adultos. Rev. Bras. Nutr. Clin.; 17(4):117-121, 2002. VANNUCCHI, H., UNAMUNO, M.R.D.L., MARCHINI, J.S. Avaliao do estado nutricional. Medicina Ribeiro Preto, 29: 5-18, jan/mar. 1996. WAITZBERG, D.L.., CAIAFFA, W.T., CORREIA, I.T.D. Hospital malnutrition: The brazilian national survey (IBRANUTRI): a study of 4000 patients. Nutrition 2001; 17:573-580, 2001. WHO, World Health Organization. Physical status: the use and interpretation of anthropometry. Geneva: World Health Organization; 1995. (Technical Report Series,854).

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APNDICE A Formulrio de Pesquisa COMPARAO DA FRMULA DE ESTIMATIVA DE PESO COM O PESO REAL DE PACIENTES HOSPITALIZADOS

Dados Pessoais Nome:__________________________________________________________ Gnero: Masculino Feminino Idade:_________________ Data de nascimento:__________________ Telefone para contato:________________________________________ Dados Antropomtricos Peso atual: __________ PCSE______________ CB________________ Altura_______________ Histria de doena pregressa ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________ Diagnstico Clnico:__________________________________________________ Clculo do Peso Estimado: PCBi_______________ PCSI_______________ PCTi________________ AJ__________________ CP_________________

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ANEXO 1 - Termo de consentimento livre e esclarecido Voc est sendo convidado (a) a participar, como voluntrio(a), da pesquisa Comparao da frmula de estimativa de peso com o peso real de pacientes hospitalizados, no caso de voc concordar em participar, favor assinar ao final do documento. Sua participao no obrigatria, e, a qualquer momento, voc poder desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua recusa no trar nenhum prejuzo em sua relao com o pesquisador(a) ou com a instituio. Voc receber uma cpia deste termo onde consta o telefone e endereo do pesquisador(a) principal, podendo tirar dvidas do projeto e de sua participao. TTULO DA PESQUISA: Comparao da frmula de estimativa de peso com o peso real de pacientes hospitalizados PESQUISADOR(A) RESPONSVEL: Profa. Me. Claudia Regina Felicetti ENDEREO: Rua Gal Alcides Etchegoyn, 923 TELEFONE: (45) 8412-0025 PESQUISADORES PARTICIPANTES: Jaqueline Andrea Wendland OBJETIVOS: Verificar a eficincia da frmula de estimativa de peso proposta pela literatura comparando-a com o peso real do paciente. JUSTIFICATIVA: Na prtica clnica as medidas estimadas de peso e altura so rotineiramente utilizadas para avaliar o estado nutricional, entretanto a acurcia e a preciso delas so pouco conhecidas para pacientes internados.O paciente hospitalizado sem uma avaliao nutricional adequada tem maiores chances de desnutri ao longo do tempo. Diante disto, surge a necessidade de avaliar a eficincia deste mtodo alternativo de obteno do peso a fim de contribuir na avaliao nutricional, permitindo que ela seja mais fidedigna possvel e, consequentemente, reduzindo a prevalncia de desnutrio hospitalar. PROCEDIMENTOS DO ESTUDO: Esse estudo ser realizado no Hospital Universitrio do Oeste do Paran, onde o paciente ser pesado em uma balana para verificar o peso real aps ser feito avaliao nutricional onde sero coletados as medidas do brao, altura do joelho e as pregas cutneas para o clculo da estimativa de peso pela frmula proposta pela literatura. RISCOS E DESCONFORTOS: O paciente no ter nenhum risco e no influenciar no seu tratamento. O paciente ter apenas o desconforto de levantar do seu leito para subir na balana para a pesagem. BENEFCIOS: A confirmao de que o uso da frmula de estimativa de peso eficaz, auxiliar no diagnstico nutricional de pacientes acamados e contribuir para a preveno e/ou tratamento da desnutrio hospitalar melhorando a qualidade de vida dos mesmos. CUSTO/REEMBOLSO PARA O PARTICIPANTE: No haver nenhum gasto com sua participao. Os exames sero totalmente gratuitos, no recebendo nenhuma

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cobrana com o que ser realizado. Voc tambm no receber nenhum pagamento com a sua participao. CONFIDENCIALIDADE DA PESQUISA: Garantimos que seus dados pessoais sero mantidos em sigilo, onde somente os dados globais sero divulgados na pesquisa. Assinatura do Pesquisador Responsvel: __________________________

Eu,________________________________________________, declaro que li as informaes contidas nesse documento, fui devidamente informado(a) pelo pesquisador(a) Claudia Regina Felicetti dos procedimentos que sero utilizados, riscos e desconfortos, benefcios, custo/reembolso dos participantes, confidencialidade da pesquisa, concordando ainda em participar da pesquisa. Foi-me garantido que posso retirar o consentimento a qualquer momento, sem qualquer penalidade ou interrupo de meu acompanhamento/assistncia/tratamento. Declaro ainda que recebi uma cpia desse Termo de Consentimento. Poderei consultar o pesquisador responsvel (acima identificado) ou o CEP/FAG, com endereo na Faculdade Assis Gurgacz, Av. das Torres, 500, Cep 85807-030, Fone: (45) 3321-3871, no e-mail: [email protected] sempre que entender necessrio obter informaes ou esclarecimentos sobre o projeto de pesquisa e minha participao no mesmo. Os resultados obtidos durante este estudo sero mantidos em sigilo, mas concordo que sejam divulgados em publicaes cientficas, desde que meus dados pessoais no sejam mencionados. LOCAL E DATA: Cascavel, ______,_______________,_________. NOME E ASSINATURA DO SUJEITO OU RESPONSVEL (menor de 21 anos):

_______________________ (Nome por extenso)

______________________ (Assinatura)

Presenciamos a solicitao de consentimento, esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar.

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ANEXO 2 Parecer do Comit de tica em Pesquisa com Seres Humanos