Comparação do uso de CCA e microssílica como adição mineral
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI
CAMPUS ALTO PARAOPEBA
TRABALHO DE CONTEXTUALIZAÇÃO E INTEGRALIZAÇÃO CURRICULAR – TCIC
COMPARAÇÃO DO USO DE CINZA DE CASCA DE ARROZ E MICROSSÍLICA COMO ADIÇÃO MINERAL EM
ARGAMASSAS
Gabriella Gomes Peixoto Franco Jéssica Paula Silva Abreu
Klaus Henrique de Paula Rodrigues
Ouro Branco
Novembro de 2012
1
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI
CAMPUS ALTO PARAOPEBA
TRABALHO DE CONTEXTUALIZAÇÃO E INTEGRALIZAÇÃO CURRICULAR – TCIC
COMPARAÇÃO DO USO DE CINZA DE CASCA DE ARROZ E MICROSSÍLICA COMO ADIÇÃO MINERAL EM
ARGAMASSAS
Gabriella Gomes Peixoto Franco Jéssica Paula Silva Abreu
Klaus Henrique de Paula Rodrigues
Dissertação do Trabalho de Contextualização
e Integralização Curricular –TCIC
Orientadora: Profª. Mariana Arruda Pereira
Co-orientador: Prof. Dr. Heraldo Nunes Pitanga
Ouro Branco
Novembro de 2012
2
Gabriella Gomes Peixoto Franco Jéssica Paula Silva Abreu
Klaus Henrique de Paula Rodrigues
Comparação do uso de Cinza de Casca de Arroz e Micr ossílica como adição mineral em argamassas
Trabalho apresentado ao curso de Engenharia Civil com ênfase em estruturas metálicas da Universidade
Federal de São João Del Rei – Campos Alto Paraopeba
-------------------------------------------------------------------------------
Mariana Arruda Pereira (Orientadora)
-------------------------------------------------------------------------------
Heraldo Nunes Pitanga (Co-orientador)
Ouro Branco, 08 de novembro de 2012.
3
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.........................................................................................8
2. OBJETIVO..............................................................................................11
2.1 Objetivo geral....................................................................................11
2.2 Objetivo específico...........................................................................11
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...................................................................12
3.1 Cimento............................................................................................12
3.2 Agregados........................................................................................15
3.3 Adição Pozolânica............................................................................16
3.3.2 Pozolanas naturais................................................................16
3.3.3 Pozolanas artificiais..............................................................18
3.4 Cinza da casca de arroz..................................................................20
3.5 Microssílica......................................................................................21
3.6 Argamassa......................................................................................23
3.6.1 Argamassa para assentamento..............................................25
3.5.1 Argamassa para revestimento...............................................25
3.5.2 Argamassa para assentamento de revestimento..................26
3.5.3 Argamassa industrializadas...................................................26
3.5.4 Argamassa poliméricas..........................................................26
4. MATERIAIS...................................................................................................27
4.1 Cimento..................................................................................................27
4
4.2 Areia.......................................................................................................28
4.3 Material pozolânico.................................................................................28
4.4 Cinza de casca de arroz.........................................................................29
4.5 Microssilica..............................................................................................33
5. METODOLOGIA...........................................................................................34
6. RESULTADOS..............................................................................................38
7. CONCLUSÃO................................................................................................39
8. REFERÊNCIAS.............................................................................................39
9. ANEXO..........................................................................................................42
ANEXO A.......................................................................................................42
ANEXO B.......................................................................................................43
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Areia em suas quatro faixas granulométricas.....................................28
Figura 2: Microssílica.........................................................................................29
Figura 3: Cinza da casca de arroz.....................................................................29
Figura 4: Tambor utilizado para a primeira queima da cinza de casca de
arroz...................................................................................................................30
Figura 5: Cinza de casca de arroz obtida na primeira queima..........................30
Figura 6: CCA no tijolo refratário.......................................................................31
Figura 7: Queima da CCA na mufla, com controle de temperatura.................31
Figura 8: Moinho de bolas ................................................................................33
Figura 9: Materiais utilizados para a confecção dos corpos de prova..............35
Figura 10: Misturador........................................................................................36
Figura 11: Processo de capeamento................................................................37
Figura 12: Ensaio de resistência à compressão...............................................37
Figura 13: Rompimento de corpo de prova......................................................37
5
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Óxidos compostos do cimento......................................................13
Tabela 2: Compostos do cimento e suas propriedades................................13
Tabela 3: Composição química da CCA.......................................................20
Tabela 4: Classificação das argamassas......................................................23
Tabela 5: Classificação das argamassas segundo as suas funções na
construção.....................................................................................................24
Tabela 6: Composição química da cinza da casca de casca de arroz.........31
Tabela 7: Composição química da microssílica............................................33
Tabela 8: Resistência média à compressão em 7 dias.................................38
Tabela 9: Resistência média à compressão em 28 dias...............................38
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Queima da CCA na mufla.............................................................32
Gráfico 2: Distribuição granulométrica da microssílica..................................35
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS CAD Concreto de alto desempenho CCA Cinza da casca de arroz CP Corpos de prova DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária FIFE Fundação Instituto de Pesquisa Econômico da Universidade de
São Paulo NBR Norma Brasileira Registrada
6
RESUMO
COMPARAÇÃO DO USO DE CINZA DE CASCA DE ARROZ E MICROSSÍLICA COMO ADIÇÃO MINERAL EM ARGAMASSAS.
O arroz é um dos produtos agrícolas mais cultivados e consumidos em
todo o mundo. No Brasil, o seu cultivo está presente principalmente na região
sul do Brasil, estando distribuída entre os estados do Rio Grande do Sul, Santa
Catarina e Mato Grosso do Sul.
Como consequência, o arroz gera a casca de arroz como resíduo
agrícola. Este, em muitas vezes é queimado e/ou descartado em aterros
sanitários, prejudicando os solos e produzindo uma poeira capaz de provocar a
silicose nos seres humanos.
Entretanto, esse resíduo pode ser aproveitado devido o alto teor de sílica
que possui,característica esta, presente em materiais pozolânicos.
Um material já utilizado como pozolana, é a microssílica, oriundo das
indústrias de ferro-ligas e silício metálico. Sendo utilizada em concretos de alto
desempenho.
Assim, este trabalho tem por objetivo a comparação do uso de
microssílica e cinza de casca de arroz em substituição parcial ao cimento, na
composição da argamassa e conformação de corpos de prova (CP’s), sendo
analisado a sua resistência a compressão.
7
ABSTRACT
COMPARISON OF THE USE OF RICE HUSK ASH AND MICROSILICA AS MINERAL ADMIXTURE IN MORTARS.
Rice is one of the most agricultural cultivated and consumed worldwide.
In Brazil, its cultivation is present mainly in the southern region of Brazil, being
distributed among the states of Rio Grande do Sul, Santa Catarina and Mato
Grosso do Sul
As a result, rice produces rice husk as agricultural waste. This, in often is
burned and / or discarded in landfills, harming the soil and producing a dust can
cause silicosis in humans.
However, this residue can be used because the high silica content that
possesses this characteristic, in this pozzolanic materials.
A material already used as pozzolan, is microssilica, native industries of
ferroalloys and silicon metal. Being used in high performance concrete.
This study aims to compare the use of microsilica and rice husk ash to
partially replace cement in the mortar composition and conformation of
specimens, and analyzed its resistance to compression.
8
1. INTRODUÇÃO O arroz é um dos produtos agrícolas mais cultivados e consumidos em
todos os continentes, desempenhando um papel importante tanto no aspecto
econômico quanto no social, por ser uma cultura versátil que se adapta a
diferentes condições do clima e do solo e ser considerado de grande potencial
no combate a fome no mundo (EMBRAPA, 2005).
Segundo o Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos -
DEPEC (2011), a projeção para a produção mundial de arroz em 2012 está em
torno de 465,4 milhões de toneladas, com uma produtividade de 4480 kg/ha;
comparado com a produção de 451,2 milhões de toneladas e produtividade de
4827 kg/ha obtidos em 2011. Estas variações se devem ao clima adequado à
cultura e o uso de tecnologias no cultivo.
A produtividade de acordo com os continentes tem a Ásia como o maior
produtor mundial, responsável por 90,5%, seguido das Américas (5,9%), África
(3,0%), Europa (0,5%) e Oceania (0,1%). Com relação ao consumo mundial,
88,95% corresponde à Ásia, 4,94% à América, 4,91% à África, 1,03% à Europa
e 0,17% à Oceania (EMBRAPA, 2006).
Os países em desenvolvimento são responsáveis por 95,2% do
consumo mundial e por 95,9% da produção. Dentre os países mais produtores
de arroz, como a China e a Índia, o Brasil se encontra na nona colocação, com
aproximadamente 12.809 toneladas. Já as projeções de produção e consumo
de arroz para os anos de 2019/2020, avaliados pelo Ministério da Cultura em
2010, mostram que o Brasil vai colher 14,12 milhões de toneladas de arroz.
O cultivo do arroz está presente principalmente na região Sul do Brasil,
responsável por 60% da produção total (estando distribuída entre os estados
do Rio Grande do Sul, Santa Catarina) e também no estado de Mato Grosso.
Dentre estes, o Rio Grande do Sul é o maior produtor, possuindo várzeas
subtropicais onde são cultivados anualmente cerca de 1,1 milhão de hectares
correspondendo a 5 milhões de toneladas de arroz (EMBRAPA, 2005).
Observa-se que o arroz é produzido e consumido em larga escala em
todo o mundo e, em consequência, tem por resíduo a casca de arroz. Esta, na
9
grande maioria, não é aproveitada e é descartada de maneira irregular, sendo
queimada ou colocada em aterros sanitários, prejudicando os solos e
produzindo uma poeira capaz de provocar nos seres humanos a silicose -
doença que ataca os pulmões (LIBÓRIO; SOUZA, 2000).
É notável a mudança da mentalidade quanto à preservação do meio
ambiente, bem como da utilização de materiais sustentáveis. Através de
iniciativas do Governo e de instituições, estão sendo realizadas pesquisas com
o intuito de minimizar os impactos causados no meio físico.
A casca de arroz é um produto de lenta biodegradação, que ocupa um
grande volume no aterro sanitário, por sua vez, a cinza da casca de arroz que é
o resultado da queima da casca de arroz, não ocupa grandes áreas.
Considerando que do total de arroz colhido, 22% da massa total do grão
correspondem ao percentual de casca e 4% correspondem à cinza, observa-se
que aproximadamente 445 mil toneladas deste resíduo são geradas no Brasil
(DELLA, et al., 2001).
Para o aproveitamento desse resíduo agrícola, pode utilizar-se da sílica
da cinza da casca de arroz. Esse componente está presente nos materiais
pozolânicos, que é todo material inorgânico, natural ou artificial, silicoso ou
alumino-silicoso que por si só não apresenta atividade hidráulica. Entretanto,
quando finamente moído e em presença de água, reage com o hidróxido de
cálcio ( Ca(OH)2 ) produzido na hidratação do cimento, formando produtos
resistentes (ACI 116-R-00, 2002). O uso de pozolanas em matrizes de cimento
Portland, torna-se cada vez mais frequente, devido ao interesse com a
destinação adequada de resíduos, bem como, a preocupação com a
durabilidade das estruturas e a elevação da resistência.
A cinza de casca de arroz (CCA) quando aplicada como pozolana, pode
obter boa reatividade com o cimento, dependendo do controle da temperatura e
tempo de queima, que determinam o teor de sílica amorfa e, por consequência,
a atividade pozolânica.
A microssílica ou sílica ativa, oriundo das indústrias de ferro-ligas e
silício metálico, é proposta como um material alternativo para melhorar as
características de concretos e argamassas de revestimento superficial. Pelas
suas propriedades químicas (teor de SiO2 > 85%) e físicas (superfície
10
específica média de 20 m²/g) este material é considerado uma excelente
pozolana que, quando usado no concreto, além de atuar quimicamente
também atua de forma física, através do efeito microfíler (aumenta a
densidade da mistura resultante do preenchimento dos vazios, decorrente
principalmente das minúsculas partículas de pozolana (CORDEIRO, 2009)). O
emprego deste material melhora as condições de porosidade, melhora a
aderência pasta/agregado e a reação com os produtos de hidratação do
cimento resultam em compostos mais resistentes, diminuindo a lixiviação e
aumentando a resistência à abrasão (DAL MOLIN, et al., 1995).
Este material é empregado em CAD - Concreto de Alto Desempenho,
que normalmente apresenta consumo elevado de cimento provocando
aumento do calor de hidratação e pode, então, ser amenizado com o uso de
adições minerais como cinza volante, escória de alto forno e a microssílica.
O tipo de cimento muito influencia o concreto, se for usada microssílica
deve-se usar o cimento que proporcione a melhor reação pozolânica quando se
quer considerar a resistência em idades mais avançadas. Geralmente, é usado
o Cimento Portland comum, e aqueles com elevados teores de silicato tri-
cálcico(C3S) e silicato di-cálcico(C2S) e com baixa quantidade dos outros
compostos químicos fundamentais.
O cimento Portland é composto basicamente por calcário, argila e
gipsita, consumindo 4 GJ de energia por toneladas produzidas nas indústria
cimenteiras, e é responsável por 10% da emissão de CO2 (MEHTA &
MONTEIRO, 2008) . Para minimizar esses efeitos a CCA pode ser usada como
substituto parcial ao cimento, bem como em adição ao concreto e argamassa.
A argamassa, por sua vez, é composta de uma mistura de materiais
inertes (areia) com materiais aglomerantes (cimento e/ou cal) e água, usada
para unir ou revestir pedras, tijolos ou blocos, formando o conjunto de
alvenaria. Por exemplo, a argamassa de cal é composta por cal, areia e água.
A argamassa magra ou mole é a mistura com menor quantidade de
aglomerante (cal e/ou cimento), responsável pela aglutinação. Já a argamassa
gorda tem o aglomerante em abundância.
Sua resistência e durabilidade dependem da proporção entre os
materiais que o constituem, essa proporção é o traço da argamassa.
11
O uso de CCA como fonte de sílica no cimento aumenta a resistência e
durabilidade da argamassa, além de reduzir a porosidade; o que é
extremamente importante visto que permite a sua aplicação em locais que
sofrem com agentes agressivos tais como ataques de sulfatos e ácidos
(CASSAL, 2000).
Por fim, conclui-se que a argamassa, tem por componentes adições
como as pozolanas, que são acrescentadas parcialmente ao cimento, como a
CCA, com a finalidade de diminuir o consumo de energia e emissões de CO2,
além de melhorar o desempenho de argamassas e concretos.
Tentando minimizar os efeitos desses gases, e também o consumo de
produtos naturais e o consumo de fontes de energia não renováveis, tem-se
pesquisado a utilização de resíduos agrícolas, como a CCA, que podem
diminuir o uso de cimento na preparação de concretos e argamassas, além de
conferirem ao produto final melhorias nas propriedades associadas à
resistência e durabilidade. Constituindo, assim, de maneiras sustentáveis a
qual o mundo globalizado está exigindo cada vez mais.
2. OBJETIVO
2.1 OBJETIVO GERAL
O objetivo geral desta pesquisa é comparar o uso de CCA e microssílica, usando como critério a resistência mecânica à compressão.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Em função deste objetivo geral, têm-se os seguintes objetivos específicos:
A) Comparar as resistência à compressão de corpos de prova de referência (sem adição mineral), com 10% e 20% de CCA e com 10% e 20% de microssílica;
B) Avaliar a resistência à compressão dos corpos de prova para as idades de 7 e 28 dias, partindo do traço de referência de 1:3:0.5 referente a cimento, areia e água, traço em massa.
12
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Na revisão bibliográfica são abordados temas como os agregados e o
cimento que compõem a argamassa, bem como as adições pozolânicas a
argamassa. Para isso, foi abordado características da cinza da casca de arroz,
que lhe confere condições para ser considerada como pozolana.
3.1 CIMENTO
O cimento é o aglomerante mais utilizado na construção civil, que se
hidrata na presença de água formando uma pasta resistente capaz de aglutinar
agregados, dando origem às argamassas e concretos. Constituído de silicatos
e aluminatos de cálcio, desenvolvem elevada resistência mecânica ao longo do
tempo.
É mundialmente conhecido como cimento Portland, que decorre da
semelhança do cimento fabricado industrialmente com a pedra Portland,
calcário extraído em Dorset, na Inglaterra.
A fabricação do cimento Portland é resultante da moagem do clínquer, que
é obtido pela calcinação de uma mistura crua de calcário e argila, dosados e
homogeneizados convenientemente, depois é adicionado gesso, com o
objetivo de impedir que as reações de hidratação entre o cimento e a água se
processem instantaneamente.
Os constituintes fundamentais do cimento Portland são a cal (CaO) de 0,5 a
1,5%, silicato tricálcico (3CaO.SiO2) de 50 a 65%, e aluminato tricálcico
(3CaO.Al2O3) de 6 a 10%, ferro aluminato tetracálcico (4CaO.Al2O3Fe2O3) de
3 a 8% e certa proporção de magnésia (MgO) e uma pequena porcentagem de
anidrido sulfúrico (SO3), que é adicionado após a calcinação para retardar o
tempo de pega do produto, conforme tabelas.
13
Tabela 1: Óxidos compostos do cimento
Fonte: METHA E MONTEIRO (1994) apud PERUZZI (2002)
Tabela 2: Compostos do cimento e suas propriedades
Compostos
do clínquer
Nomes Propriedades específicas
C3S Silicato
tricálcico
Endurecimento rápido
Alto calor de hidratação
Alta resistência inicial
C2S Silicato
dicálcico
Endurecimento lento
Baixo calor de hidratação
Baixa resistência inicial
C3A Aluminato
tricálcico
Pega muito rápida controlada com adição de gesso
Suscetível ao ataque de sulfatos
Alto calor de hidratação
Alta retração
Baixa resistência inicial
C4AF Ferro
aluminato
tretacálcico
Endurecimento lento
Resistente a meios sulfatados
Não contribui para a resistência
C Cal livre Aceitável somente em pequenas quantidades, em
maiores quantidades, causa aumento de volume e
fissuras
Fonte: Materias de contrução civil. Carmem Couto Ribeiro, Joana Darc da Silva Pinto e Tadeu
Starling
14
Tem ainda, como constituintes menores impurezas, óxido de sódio
(Na2O), óxido de potássio (K2O), óxido de titânio (TiO2) e outras substâncias de
menor importância. Os óxidos de potássio e sódio constituem os denominados
álcalis do cimento.
Cal, sílica, alumina e óxido de ferro são os componentes essenciais do
cimento Portland e constituem, geralmente, 95 a 96% do total na análise de
óxidos. A magnésia, que parece permanecer livre durante todo o processo de
calcinação, está usualmente presente na proporção de 2 a 3%, limitada, pelas
especificações, a um máximo permissível de 5%. No Brasil, esse limite é um
pouco superior (6,4%). Os óxidos menores comparecem em proporção inferior
a 1%, excepcionalmente 2%.
A hidratação do cimento Portland pode ser analisada, de acordo com
CARVALHO (2002), como a soma das reações dos vários compostos
individuais do cimento, que ocorrem simultaneamente. Com a introdução de
água, os componentes do cimento começam a se hidratar, formando
compostos que, em sua maioria, são silicatos de cálcio hidratado (CSH). Estes
começam a formar uma rede microestrutural coesiva, se desenvolvendo com o
aumento do número de hidratos.
A evolução das reações de hidratação está diretamente relacionada à
evolução das propriedades do material como módulo de elasticidade,
resistência, fluência, retração, evolução esta que pode ser denominada pelo
termo “envelhecimento” do concreto. (FARIA, 2004).
Essas reações de hidratação são um processo exotérmico e estão
ligadas a uma característica do cimento que é o calor de hidratação, ou seja, a
quantidade de calor que resulta das reações de hidratação, durante o processo
de endurecimento do cimento. Esse efeito pode acontecer durante meses, em
função do volume do concreto. A quantidade de calor gerado depende da
composição química do cimento, da sua finura e de outros fatores.
No processo de hidratação do cimento Portland, de acordo com
PERUZZI (2002), os principais produtos (fases sólidas principais) geralmente
presentes na pasta são: Silicato de Cálcio Hidratado (C-S-H), a Portlandita
Ca(OH)2 (ou CH), e os Sulfoaluminatos.
15
Segundo FARIA et al. (2004), a reação de hidratação do cimento é
geralmente apresentada de forma simplificada (e unificada) como:
cimento + H → CSH + Ca(OH)2 + calor , onde: CSH representa os hidratos de
silicato de cálcio hidratado.
Os cimentos se diferenciam, quanto às suas propriedades, não só pela
composição química do clínquer, mas também por algumas adições tais como
escória de alto-forno, pozolana, materiais carbonáticos e outras que vão definir
características quanto ao seu uso.
A qualidade do cimento é verificada pelos ensaios definidos pelas
Normas Brasileiras para garantir as características especificadas pelos
fabricantes. A finura, o tempo de pega, a expansibilidade, a resistência à
compressão e o calor de hidratação tem alta relevância para se obter uma boa
qualidade no produto final.
3.2 AGREGADOS
Os agregados, para a indústria da construção civil são os insumos
minerais mais consumidos no mundo. São materiais granulares, sem forma e
volume definidos e abundantes no Brasil e no mundo. Os agregados devem ser
inertes, ou seja, não devem provocar reações indesejáveis, eles constituem em
torno de 70% do volume total dos produtos em que são utilizados,
desempenhando, em consequência, um importante papel do ponto de vista do
custo total dos mesmos, ainda propiciam uma menor retração das pastas
formadas por cimento e água e aumentam a resistência ao desgaste superficial
das argamassas e concretos. Podem ser obtidos diretamente na natureza, em
leitos de rios ou barrancos, como as areais e pedregulhos, ou por processos
artificiais, como a fragmentação ou a trituração de materiais provenientes de
extração, como britas e areias artificiais.
O consumo de agregados no país se torna um indicador da situação
econômica e social de um país, por exemplo, nos EUA o consumo anual por
habitante é cerca de 7,5 toneladas e a Europa Ocidental de 5 a 8 toneladas por
habitante/ano, enquanto no Brasil o consumo esta pouco acima de 2 toneladas.
16
Mesmo dentro do país, os níveis de consumo de agregados têm diferenças
siginificativas. O consumo no Estado de São Paulo, o mais desenvolvido do
país, chega a 4,5 t/hab/ano, enquanto em regiões metropolitanas como
Fortaleza e Salvador não atinge 2 t/hab/ano, o que demonstra que o consumo
de agregados tem clara relação com a renda per capita e com a capacidade de
poupar e investir.
3.3 ADIÇÃO POZOLÂNICA
O uso de pozolanas para a produção de concretos e argamassas já é
bem antigo, Gregos e Romanos usaram a pozolana em diversos tipos de
construções, que sobreviveram e sobrevivem há milênios.
De acordo com a NBR 12653 (ABNT, 1992d), materiais pozolânicos são:
“Materiais silicosos ou silicoaluminosos que, por si sós, possuem pouca ou
nenhuma atividade aglomerante, mas que, quando finamente divididos e na
presença de água, reagem com o hidróxido de cálcio à temperatura ambiente
para formar compostos com propriedades aglomerantes” .
Os materiais pozolânicos são divididos em dois grupos:
3.3.1 POZOLANAS NATURAIS:
Normalmente de origem vulcânica, também podem ser oriundas de
rochas sedimentares ou fósseis. Possuem grande teor de sílica (dióxido de
silício - SiO2 > 65%)
De acordo com MONTANHEIRO et al. (2002a), os materiais pozolânicos
naturais podem ser classificados, segundo sua origem, como: rochas
vulcânicas ácidas, tufos vulcânicos, terras diatomáceas, arenitos e folhetos
opalinos, argilitos de argilas mal cristalizadas.
Dependendo de sua origem, as pozolanas naturais apresentam
variações consideráveis nas suas propriedades à medida que variam os
componentes ativos das rochas, suas características físicas e mineralógicas. A
forma, finura, distribuição do tamanho das partículas, densidade e composição
mineralógica das pozolanas naturais são também fatores que influenciam na
reação pozolânica e, consequentemente, no resfriamento e no
17
desenvolvimento da resistência do concreto (ACI, 1994 apud MONTANHEIRO
et al., 2002a).
Segundo MEHTA (1987), modificações nas propriedades do concreto à
base de cimento Portland, como resultado da adição de uma pozolana,
incluem: taxa de endurecimento mais baixa; aumento da resistência última;
redução do calor de hidratação; melhor performance em ambientes ácidos.
Ainda segundo MEHTA (1987), investigações utilizando adição de pozolana
(Santorin earth) em argamassas de cimento Portland, contendo 10, 20 e 30%
dessa adição em comparação a uma argamassa sem adição, mostraram que,
acima de sete dias (considerando os dados de resistência à compressão a 1, 3,
7 e 28 dias), a resistência à compressão foi praticamente proporcional à
quantidade de cimento Portland presente nas misturas. Esses resultados
mostram que, em sete dias, as reações pozolânicas não haviam tido progresso
suficiente para influenciar a resistência. Entretanto, aos 28 dias, a resistência
da mistura contendo 10% de adição mostrou-se superior à resistência da
argamassa de referência. As demais, contendo 20 e 30% de adição
apresentaram resistências 7 e 18% menores que a referência,
respectivamente. Concluiu-se que no período de hidratação de 7 a 28 dias, os
efeitos na resistência resultantes da reação pozolânica não foram
consideráveis.
Entretanto, considerando um período de 28 dias a um ano, observou-
se que as resistências das misturas, contendo 10 e 20% de adição de Santorin
earth, ficaram aproximadamente 10% superiores à da argamassa de
referência, que apresentou resistência semelhante à mistura contendo 30% de
adição. (MEHTA, 1987).
MASSAZZA e COSTA (1979) apud MEHTA (1987), concluíram em seus
estudos que, para idades baixas de hidratação do concreto, as misturas
contendo pozolanas apresentam resistências inferiores à mistura de referência.
Entretanto, as resistências finais, em idades mais avançadas, podem ser
superiores às de referência, dependendo da qualidade e quantidade de
pozolana utilizada. Aparentemente um excesso de pozolana (por exemplo,
mais de 30% por peso em misturas de cimento) deve ser evitada, onde uma
redução substancial na resistência mecânica do produto pode não ser tolerada,
18
especialmente em concretos com pouca idade, ou sob condições de
temperatura fria.
3.3.2 POZOLANAS ARTIFICIAIS:
Oriundas de processos industriais (Ex.: escórias, cinzas volantes, etc.)
ou tratamento térmico de alguns tipos de argilas.
Entretanto, existem divergências entre quanto esta classificação,
principalmente quanto à natureza de argilas calcinadas. Alguns autores, como
MONTANHEIRO et al (2002a) e ABNT (1992d), classificam como pozolanas
naturais todas as rochas portadoras de atividade pozolânica natural. Por outro
lado, MEHTA (1987) também considera como pozolanas naturais os produtos
da calcinação dessas rochas. FAICK (1963, apud SANTOS, 1992) considera
que o termo “pozolana artificial” deveria ser reservado apenas aos subprodutos
industriais, incluindo a utilização de tijolos e/ou telhas moídos.
Atualmente a engenharia está em um novo ciclo no que diz respeito ao
uso desse material, com estudos sendo divulgados por diversos
pesquisadores, especialmente porque o mercado se faz cada vez mais
exigente, principalmente em relação à durabilidade das construções. Além
disso, em determinados aspectos o cimento Portland comum apresenta
deficiências, ou insuficiências, para atender necessidades específicas da
construção civil. Nesse sentido, o uso de pozolanas em adição ao cimento
pode suprir tais necessidades, conferindo certas características aos materiais
de base cimentícia.
A pozolana quando adicionada ao cimento reage com o hidróxido de
cálcio (CH) formado na hidratação e gera produtos resistentes de hidratação
como o silicato de cálcio hidratado (C-S-H), aluminato de cálcio hidratado(C-A-
H) e/ou o silicoaluminato de cálcio hidratado (S-A-C-H) (VIEIRA,
2005;TASHIMA,2006).
A NBR 12653 (1992d), exige o índice de atividade pozolânica (IAP) para
classificar um material como pozolânico. A atividade da pozolana depende da
sua origem, da qualidade e da quantidade das fases ativas (amorfas) presentes
na pozolana. O termo atividade pozolânica compreende todas as reações que
19
envolvem os constituintes ativos da pozolana, hidróxido de cálcio e água: em
geral esse termo esta relacionado a dois fatores, que são: quantidade máxima
de hidróxido que pode reagir com a pozolana e a taxa com que tal combinação
se processa (MASSAZZA,1998).
A pozolana atua em três aspectos no cimento em que foi adicionado. O
primeiro, a reação se torna mais lenta, com baixa liberação de calor de
hidratação, como consequência, menos fissuração. O segundo, a reação
pozolânica consome hidróxido de cálcio ao invés de produzi-lo, o que poderia
ser um problema com relação à durabilidade, e a reação consumindo-o
aumenta a durabilidade da pasta endurecida. O terceiro, diz respeito à
distribuição do tamanho dos poros dos cimentos pozolânicos hidratados, os
produtos da reação preenchem os espaços capilares grandes, aumentando a
resistência e reduzindo a permeabilidade do sistema.
Outros fatores favoráveis ao uso da adição da pozolana é o interesse na
destinação adequada de resíduos e a diminuição do uso do clínquer, que em
longo prazo, significaria ganho ao meio ambiente, diminuição de recursos não
renováveis, pela economia de energia e pela diminuição da emissão de CO2
tanto na fabricação do cimento quanto na fabricação do clínquer.
3.4 CINZA DA CASCA DE ARROZ
A casca de arroz é um resíduo que apresenta um grande problema de
acúmulo para moinhos de arroz, porém, devido a seu elevado poder calorífero
(aproximadamente 16720 kJ, o qual corresponde a 33% da capacidade térmica
do petróleo (KAPUR, 1985)), vem substituindo a lenha empregada na geração
de calor nos secadores de grãos. A queima da casca de arroz gera outro
resíduo, que é a cinza da casca de arroz (CCA). De modo que, para cada
tonelada de arroz produzido, tem-se 20% de casca de arroz, e desse total 20%
é convertido em cinza de casca de arroz (PRUDÊNCIO JR, et al , 2003).
A cinza de casca de arroz é um material leve, volumoso e altamente
poroso, composto por grande parte de sílica, como está apresentado na Tabela
2, segundo a análise de vários autores.
20
Tabela 3: Composição química de cinza da casca de a rroz, segundo
vários autores .
Fonte: SILVEIRA (1996), p.40. – adaptado e complementado por POUEY (2006)
As propriedades da CCA dependem do tipo de equipamento (a céu
aberto, fornalhas tipo grelha ou leito fluidizado), temperatura de queima e
tempo de exposição durante o processo, pois esses influenciarão as
características adequadas para a produção de cinzas de elevada reatividade.
Segundo Chandrasekhar (2003) a queima sem controle fornece como
produto a CCA rica em sílica, normalmente na forma cristalina. Se submetida à
queima controlada, a sílica pode ser amorfa, caracterizada por uma alta
reatividade.
Com relação às transformações estruturais que regem a formação de
cinzas amorfas e/ou cristalinas, tem-se que inicialmente ocorre a perda de
massa em temperaturas de até 100°C, resultando na e vaporação de água
absorvida. A cerca de 350°C ocorre a ignição do mat erial mais volátil, dando
início à queima da casca de arroz. Entre 400°C e 50 0°C, o carbono residual é
oxidado, sendo neste estágio observada a perda de massa mais substancial.
Após esta etapa a cinza é rica em sílica amorfa. O emprego de temperaturas
21
acima de 600°C pode levar a formação de quartzo, e níveis mais elevados de
temperatura podem acarretar na formação de outras formas cristalinas. Acima
de 800°, a sílica presente na CCA é essencialmente cristalina (COOK, 1986).
De acordo com Nevelli (1997), como pozolana, a sílica deve estar em
estado amorfo, pois a forma cristalina possui pouca reatividade. Além disto,
deve estar finamente subdividida para poder se combinar com hidróxido de
cálcio na presença da água e formar silicatos estáveis (reação pozolânica).
A CCA ao ser adicionado ao cimento ou substituindo parte deste, tal
como outras pozolanas, modifica a microestrutura da pasta de cimento, pois ao
se combinarem com o hidróxido de cálcio livre, geram uma pasta menos
heterogênea, mais compacta, mais resistente e com menor calor de hidratação.
Além disso, devido ao tamanho das partículas, estas se introduzem entre os
grãos de cimento e se alojam nos interstícios da pasta, reduzindo o espaço
disponível para a água.
Devido a suas características, principalmente a presença de grande
quantidade de sílica, a CCA tem sido utilizada na fabricação de vidros,
isolantes térmicos, tijolos prensados, materiais refratários, na produção de
cimento Portland e na forma de agregados em argamassa e concreto. Porém, o
seu emprego na construção civil ainda tem certas restrições por motivos como:
a sua cor escura que fornece ao cimento, concreto ou argamassa empregado,
ocasionado um problema estético e de aceitação no mercado; e a sua falta de
uniformidade apresentada em termos de características mineralógicas, que
está associada à atividade pozolânica e ao grau de reatividade.
3.5 MICROSSÍLICA
A microssílica, ou também denominada sílica ativa, é um subproduto da
reação entre quartzo de alta pureza e carvão na produção de silício metálico e
ligas ferro-silício. Também é obtida na produção de outras ligas, tais como
ferro-cromo e ferro-manganês. A microssílica é constituída por finas partículas
amorfas e esféricas de dióxido de silício, com diâmetro médio de 0,1 µm e com
área superficial próxima a 20 m²/g (MYHRE, B., 1994).
22
A utilização de pozolanas como microssílica nos concretos de cimento
Portland têm apresentado inúmeros benefícios às propriedades do concreto,
tanto em relação à sua reologia no estado fresco e, principalmente ao
comportamento mecânico e de durabilidade no estado endurecido. A
incorporação de microssílica promove uma diminuição da porosidade e torna a
microestrutura do concreto mais densa e compacta, pois preenche parte dos
vazios disponíveis na distribuição granulométrica, resultando em um material
com desempenho superior ao concreto convencional.
A microssílica ao ser adicionada ao concreto atua de duas formas em
função das suas propriedades químicas e físicas. Devido ao alto teor de sílica
com estrutura amorfa e a elevada superfície específica das partículas (~ 20.000
m²/kg), a microssílica possui efeito químico como material pozolânico de alta
reatividade, reagindo rapidamente com o hidróxido de cálcio formado na
hidratação do cimento. O composto resistente de silicato de cálcio hidratado,
gerado na reação pozolânica, é semelhante ao formado pela reação do
cimento, que é o maior responsável pela resistência da pasta. O efeito físico
(efeito microfíler) acontece pelo reduzido tamanho das partículas (~ 0,1 µm),
que se introduzem entre os grãos de cimento e se alojam nos interstícios da
pasta, reduzindo o espaço disponível para a água e atuando como ponto de
nucleação dos produtos de hidratação, o que proporciona um refinamento da
estrutura de poros (DAL MOLIN, 1995).
O concreto de alto desempenho -CAD- é um exemplo de concreto com a
utilização de microssílica. Normalmente os CAD apresentam consumo elevado
de cimento que provoca aumento do calor de hidratação, podendo ser
amenizado com o uso de adições minerais como cinza volante, escória de alto
forno ou microssílica; e elevado consumo de água, que pode ser diminuído
com o uso de aditivos superplastificantes.
Desta forma, a sílica ativa é proposta como um material alternativo para
melhorar as características de concretos e argamassas de revestimento
superficial. O emprego deste material melhora as condições de porosidade,
melhora a aderência pasta/agregado e a reação com os produtos de hidratação
do cimento resultam em compostos mais resistentes, diminuindo a lixiviação e
aumentando a resistência à abrasão.
23
3.6 ARGAMASSA
A argamassa é composta de aglomerantes, agregados, água e aditivos e
o traço varia de acordo com a utilização. As argamassas possuem as seguintes
propriedades: plasticidade, aderência, retenção de água, homogeneidade,
compacidade, resistência à infiltração, à tração e à compressão e durabilidade.
As argamassas mais antigas utilizadas pelos egípcios, gregos e
romanos a partir de 5600 a.C. eram à base de cal e areia. Entretanto, como o
avanço da tecnologia nas técnicas de construção civil, novos materiais foram
desenvolvidos. As argamassas recentes utilizam cimento Portland e vários
aditivos para melhorar algumas propriedades. Os aditivos são vários e têm
funções diversas que vão desde o aumento da impermeabilidade na
argamassa até aumento da resistência (através da redução de água de
amassamento). No fim do século XIX surge na Europa e nos Estados Unidos
argamassas industrializadas, para as quais, na obra, só é necessária a adição
de água.
As argamassas podem ser classificadas com relação a vários critérios,
alguns dos quais são propostos na Tabela 4.
Tabela 4: Classificação das argamassas.
Critério de classificação Tipo
Quanto à natureza do aglomerante Argamassa aérea
Argamassa hidráulica
Quanto ao tipo de aglomerante
Argamassa de cal
Argamassa de cimento
Argamassa de cimento e cal
Argamassa de gesso
Argamassa de cal e gesso
Quanto ao número de aglomerantes Argamassa simples
Argamassa mista
Quanto à consistência da argamassa Argamassa seca
Argamassa plástica
24
Argamassa fluida
Quanto à plasticidade da argamassa
Argamassa pobre ou magra
Argamassa média ou cheia
Argamassa rica ou gorda
Quanto à densidade de massa da argamassa
Argamassa leve
Argamassa normal
Argamassa pesada
Quanto à forma de preparo ou fornecimento
Argamassa preparada em obra
Mistura semipronta para argamassa
Argamassa industrializada
Argamassa dosada em central
As argamassas podem também ser classificadas segundo sua função na
construção, conforme resumo apresentado na Tabela 5
Tabela 5: Classificação das argamassas segundo as s uas funções
na construção.
Função Tipos
Para construção de alvenarias
Argamassa de assentamento (elevação da alvenaria)
Argamassa de fixação (ou encunhamento) - alv. de
vedação
Para revestimento de paredes e
teto
Argamassa de chapisco
Argamassa de emboço
Argamassa de reboco
Argamassa de camada única
Argamassa para revestimento decorativo monocamada
Para revestimento de pisos Argamassa de contrapiso
Para revestimentos cerâmicos
Argamassa de alta resistência para piso
Argamassa de rejuntamento
Argamassa de assentamento de peças cerâmicas-colante
Para recuperação de estruturas Argamassa de reparo
25
3.6.1 ARGAMASSA PARA ASSENTAMENTO
As argamassas para assentamento são usadas para
unir blocos ou tijolos das alvenarias.
Dependendo do tipo de bloco ou tijolo, podem ser utilizadas diversas
técnicas de assentamento com argamassa. Normalmente ela é colocada com
colher de pedreiro, mas podem ser utilizadas também bisnagas.
As três primeiras fiadas de uma parede de blocos ou tijolos devem ser
revestidas inicialmente com uma camada de argamassa de impermeabilização,
que protege a parede contra a penetração da umidade.
3.6.2 ARGAMASSAS PARA REVESTIMENTO
Usualmente são aplicadas três camadas de argamassa em uma parede
a ser revestida:
●Chapisco: primeira camada fina e rugosa de argamassa aplicada sobre
os blocos das paredes e nos tetos. Sem o chapisco, que é a base
do revestimento, as outras camadas podem descolar e até soltar da
superfície da base.
●Emboço: sobre o chapisco é aplicada uma camada de massa grossa
ou emboço, para regularizar a superfície.
●Reboco: é a massa fina que dá o acabamento final. Em alguns casos
não é usado o reboco, por motivo de economia. Geralmente tem em seu
traço areias mais finas, pois servem para dar o acabamento ao
revestimento.
Em alguns casos, como em muros, o chapisco pode ser o
único revestimento.
Sobre as argamassas de revestimentos podem ser aplicados outros
acabamentos como textura, massa corrida, pintura, etc.
O acabamento destes revestimentos pode ser sarrafeado ou
desempenado.
26
3.6.3 ARGAMASSA PARA ASSENTAMENTO DE
REVESTIMENTOS
Revestimentos como azulejos, ladrilhos e cerâmicas são aplicados sobre
o emboço. Para esta aplicação, também são utilizadas argamasssas.
No piso, utiliza-se uma camada de contrapiso e pode-se dar o
acabamento por sobre esta camada.O contrapiso é uma camada de
argamassa de regularização e de nivelamento.
3.6.4 ARGAMASSAS INDUSTRIALIZADAS
Atualmente está sendo cada vez mais comum o uso de argamassas
industrializadas, ou seja, a mistura dos componentes secos é realizada em
uma planta industrial. Assim, na obra, apenas deve ser acrescentada água à
mistura prévia. As argamassas industrializadas para aplicação
de revestimentos cerâmicos são conhecidas como argamassas colantes. Elas
apresentam os tipos AC-I, AC-II, AC III e ACIIIE, segundo a norma NBR 14081.
A AC-I é recomendada para o revestimento interno com exceção de
saunas, churrasqueiras e estufas. A AC-II é recomendada para pisos e paredes
externos com tensões normais de cisalhamento. A AC-III é recomendada para
pisos e paredes externos com elevadas tensões de cisalhamento e piso sobre
piso. A AC-IIIE é recomendada para ambientes externos, muito ventilados e
com insolação intensa.
3.6.5 ARGAMASSA POLIMÉRICAS
Outro tipo de argamassa que vem se tornando cada vez mais comum é
a argamassa polimérica. O seu principal uso se dá no assentamento
de tijolos ou blocos na construção de alvenarias(paredes). Por necessitar de
uma quantidade relativamente pequena de material para unir os blocos
ou tijolos, uma parede construída com argamassa polimérica apresenta juntas
mais finas do que uma parede construída com argamassa convencional.
Embora menos tradicional do que a argamassa cimentícia, a argamassa
polimérica apresenta certas vantagens e já é utilizada em grande escala em
27
todo o território do Brasil. Ao contrário das argamassas convencionais, que são
comercializadas em pó, a argamassa polimérica é comercializada em estado
pastoso e pronto para a utilização, sem nem mesmo necessitar a adição
de água.
A aplicação das argamassas varia para cada tipo de argamassa e de
acordo com a utilização. De forma geral o procedimento executivo pode ser
resumido em: limpeza da superfície da base (para evitar má aderência devido à
sujeira); execução de uma superfície que confere aderência entre a superfície
da base e a argamassa (chapisco), aplicação da argamassa, e acabamento de
superfície. (dando-se atenção especial ao tempo de cura após execução, antes
da entrada da próxima atividade).
4 MATERIAIS
4.1. CIMENTO
O cimento utilizado nesse ensaio foi o CP-V ARI, que tem a
peculiaridade de atingir altas resistências já nos primeiros dias da aplicação,
além de possuir baixas adições minerais, favorecendo a comparação entre a
CCA e a microssílica.
O desenvolvimento da alta resistência inicial é conseguido pela
utilização de uma dosagem diferente de calcário e argila na produção do
clínquer, bem como pela moagem mais fina do cimento, de modo que, ao
reagir com a água, ele adquira elevadas resistências, com maior velocidade. O
clínquer é o mesmo utilizado para a fabricação de um cimento convencional,
mas permanece no moinho por um tempo mais prolongado. O cimento continua
ganhando resistência até os 28 dias, atingindo valores mais elevados que os
demais, proporcionando maior rendimento ao concreto. É largamente utilizado
em produção industrial de artefatos, onde se exige desforma rápida, como
concreto protendido pré e pós-tensionado, pisos industriais e argamassa
armada. Segundo prescrições da NBR 5733/91 – Cimento Portland com alta
resistência inicial.
28
4.2. AREIA
O agregado miúdo utilizado tem dimensões padronizadas em quatro
faixas granulométricas correspondentes à areia grossa (material retido entre as
peneiras de abertura nominal de 2,4 mm e 1,2 mm), areia média grossa (1,2
mm e 0,6 mm), areia média fina (0,6 mm e 0,3 mm) e areia fina (0,3 mm e 0,15
mm), para esse procedimento foi usado o agitador de peneiras. Estas quatro
granulometrias representam cada uma 25% do agregado miúdo. Conforme
prescrições da NBR 7214/82 – Areia Normal para ensaio de cimento.
Figura 1: Areia em suas quatro faixas granulométricas.
A areia, após a sua obtenção, foi lavada para retirada de algumas impurezas.
4.3. MATERIAL POZOLÂNICO
Os materiais pozolânicos utilizados foram a microssílica (Figura 2) cinza
de casca de arroz (Figura 3), com o objetivo de comparar a eficiência quanto a
resistência à compressão.
29
Figura 2: Microssílica.
Figura 3: Cinza da casca de arroz.
4.3.1 CINZA DE CASCA DE ARROZ
A casca de arroz foi coletada na região Sul de Minas Gerais. Após isso,
a casca sofreu uma primeira queima (Figura 4), sem controle de temperatura
por aproximadamente 36h a céu aberto, por combustão à álcool.
30
Figura 4: Tambor utilizado para a primeira queima da cinza de casca de arroz.
Após isso com a utilização de um agitador de peneiras foi efetuado um
peneiramento descartando as cinzas que ficaram retidas na peneira 0,6 mm. A
cinza gerada de coloração cinza (Figura 5) foi levada para a mufla em um tijolo
refratário (Figura 6) para uma segunda queima com temperatura controlada de
750ºC (Figura 7), para que dessa forma pudesse atingir um nível de sílica
superior a 90%.
Figura 5: Cinza de casca de arroz obtida na primeira queima.
31
Figura 6: CCA no tijolo refratário.
Figura 7: Queima da CCA na mufla, com controle de temperatura.
A cinza gerada de coloração rosa continha as seguintes composições e
características:
Tabela 6: Composição química da cinza de casca de a rroz.
CCA PF SiO2 TiO2 Al2O3 Fe2O3 CaO MgO Na2O K2O P2O5 Área
específica Dimensão
média
% 20,78 75,22 0,08 0,9 0,53 0,39 0,31 0,1 1,32 0,37 125,23 m²/g 0,0052 mm
32
O gráfico abaixo apresenta o tempo de queima na mufla, relacionada à
temperatura da mesma.
Gráfico 1: Queima da CCA na mufla.
Após a queima a cinza da casca de arroz passou um processo de
moagem no moinho de bolas (Figura 8) por 24horas, já que de acordo com o
Weber (2001) quando se aumenta o tempo de moagem, a tendência é de
redução do tamanho médio da partícula, e com ele o aumento da área
superficial e da massa específica.
33
Figura 8: Moinho de bolas.
4.3.2 MICROSSÍLICA
A microssílica, também denominada sílica ativa, utilizada na composição
da argamassa de alguns corpos de prova possui a seguinte composição
química:
Tabela 7: Composição da microssílica.
Amostra PF 1000° SiO2 Al2O3 Fe2O3 CaO MgO SO3
Microssílica 5,8 86,2 0,71 2,78 3,11 0,52 0,27
fonte
Esta também apresenta a seguinte distribuição granulométrica indicada
no gráfico, que correlaciona às dimensões das partículas de microssílica com a
porcentagem do volume de amostra analisado.
34
Gráfico 2: Distribuição granulométrica da microssílica. Fonte: Holcim
5. METODOLOGIA
O procedimento para a análise de comparação entre as cinco diferentes
composições da argamassa com relação à sua resistência a compressão será
listado adiante.
Feito isso, estes e os demais materiais foram separados de acordo como
traço para a composição dos corpos de prova.
Os corpos de prova de referência, ou seja, não possuindo CCA nem
microssílica em sua composição, possuíam o seguinte traço: 936g da areia
contendo 25% de cada granulometria citada acima; 312g de cimento CP - V
ARI; e 156g de água. Esta composição permitiu moldar 3 CP’s, sendo
necessário outra composição para totalizar 6 CP’s de referência, no qual 3
corresponderia a idade de 7 dias e os outros 3, a idade de aproximadamente
28 dias.
35
Figura 9: Materiais utilizados para a confecção dos corpos de prova.
Segundo a NBR 5752 – Materiais pozolânicos - Determinação de
atividade pozolânica com cimento Portland – Índice de atividade pozolânica
com cimento, foram constituídos também, 6 corpos de prova com 10% de CCA,
possuindo 936g de areia; 280,8g de cimento CP - V ARI; 31,2g de CCA
(totalizando 312g do cimento correspondente à argamassa de referência) e
156g de água. Outros 6 CP’s com 20% de CCA cada, possuindo 936g de areia;
249,6g de cimento CP - V ARI; 62,4g de CCA (totalizando 312g do cimento
correspondente à argamassa de referência) e 156g de água. Sendo que 3
CP’s de 10% corresponde a idade de 7 dias e o outros 3 CP’s a idade de
aproximadamente 28dias. E 3 CP’s de 20% corresponde a idade de 7 dias e o
outros 3 CP’s a idade de aproximadamente 28 dias.
O mesmo procedimento foi realizado para a microssílica, sendo 6 corpos
de prova com 10% de microssílica, possuindo 936g de areia; 280,8g de
cimento CP - V ARI; 31,2g de microssílica (totalizando 312g do cimento
correspondente à argamassa de referência) e 156g de água. Outros 6 CP’s
com 20% de microssílica cada, possuindo 936g de areia; 249,6g de cimento
CP - V ARI; 62,4g de microssílica (totalizando 312g do cimento correspondente
à argamassa de referência) e 156g de água. Sendo que 3 CP’s de 10%
corresponde a idade de 7 dias e o outros 3 CP’s a idade de aproximadamente
28dias. E 3 CP’s de 20% corresponde a idade de 7 dias e o outros 3 CP’s a
idade de aproximadamente 28 dias.
No procedimento fixamos a relação água/cimento para que esse fator
não influenciasse a resistência à compressão, o que dificultaria a comparação
dos materiais pozolânicos.
36
Após feita a separação da composição da argamassa referente aos
corpos de prova, foram colocados os materiais no misturador seguindo as
recomendações da NBR 7215/96 – Determinação da resistência à compressão.
Figura 10: Misturador.
Retirado do misturador, a argamassa foi colocada dentro de moldes,
sendo compactada em quatro camadas por meio de um soquete para formar os
corpos de prova, esperando que estes secassem de um dia para o outro. Feito
esse procedimento para os corpos de prova, foram colocados em repouso
imersos em uma solução saturada de água e cal. Até a referente idade de cura
de cada um.
Passada esta idade de cura, os corpos de prova foram retirados da
solução e colocados para a secagem dos mesmos. Logo após, foram feitos os
capeamentos dos CP’s utilizando enxofre derretido, sendo derramado no molde
e colocado em contato com as extremidades dos CP’s com a fim de que a força
da máquina de compressão fosse distribuída em toda área da seção
transversal do corpo de prova.
Os CP’s foram capeados e colocados na máquina de compressão. Esta
verificava a capacidade que cada CP suportava de compressão. Verificando a
resistência de cada um.
37
Figura 11: Processo de capeamento
Figura 12: Ensaio de resistência à compressão.
Figura 13: Rompimento de corpo de prova.
38
6. RESULTADOS
Os resultados obtidos em 7 e 28 dias de cura dos corpos de argamassa
quanto à resistência à compressão estão dispostos nas tabelas resumo 7 e 8 e
nas tabelas 1 e 2 em anexo. Os CP´s foram confeccionados com relação
água/aglomerante em 0,5.
Tabela 8: Resistência à compressão em 7 dias.
Resistência à compressão em 7 dias
Corpos de Prova Quantidade de materiais (g)
Média das tensões (MPa) Cimento Areia Água CCA MS
Referência 312 936 156 0 0 37,94
10% CCA 280,8 936 156 31,2 0 35,47
20% CCA 249,6 936 156 62,4 0 26,84
10% MS 280,8 936 156 0 31,2 26,48
20% MS 249,6 936 156 0 62,4 24,75
Tabela 9: Resistência média à compressão em 28 dias.
Resistência à compressão em 28 dias
Corpos de Prova Quantidade de materiais (g)
Média das tensões (MPa) Cimento Areia Água CCA MS
Referência 312 936 156 0 0 38,42
10% CCA 280,8 936 156 31,2 0 34,75
20% CCA 249,6 936 156 62,4 0 45,62
10% MS 280,8 936 156 0 31,2 39,54
20% MS 249,6 936 156 0 62,4 29,94
Os resultados da resistência à compressão em 7 dias foram maiores nos
corpos de prova de referência, devido a reação pozolânica da CCA não ser
instantânea. A microssílica por ter dimensões maiores e menor área específica
do que a CCA possui menor reatividade e consequentemente menor
resistência.
Os resultados obtidos na idade de 28 dias mostram que as reações
pozolânicas ocorrem em maiores idades e indica que foram formados silicatos
de cálcio hidratados aumentando a resistência dos corpos de prova com
adições pozolânicas.
39
7.CONCLUSÃO
Concluímos que as adições pozolânicas são viáveis do ponto de vista da
resistência à compressão. Os corpos de prova de cinza de casca de arroz e
microssílica aos 28 dias obtiveram bons resultados comparados com os de
referência, sobretudo com as porcentagens de 20% de CCA e 10% de
microssílica.
Os resultados obtidos dos corpos de prova com 20% de microssílica
foram abaixo do esperado, isso mostra que a argamassa com essa
porcentagem de microssílica não é vantajosa.
O uso de cinza de casca de arroz tem a vantagem de aumentar a
resistência da argamassa em idades mais avançadas.
A desvantagem da utilização da cinza de casca de arroz está na falta de
uma padronização para a realização da queima da casca e nas diferentes
formas de cultivo do grão.
A microssílica possui características de aumentar a resistência à
compressão, sua desvantagem fica por conta de seu elevado custo.
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CASSAL, S., B., Durabilidade de concretos com adição de cinzas de arroz frente ao ataque por ácidos. Dissertação (Mestrado em Engenharia). Escola de Engenharia, Curso de Pós-Graduação em Engenharia Civil. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Poro Alegre, 2000; CHANDRASEKHAR, S., SATYANARAYANA, K., G., PRAMADA, P. N. RAGHAVAN, P., 2003. “Processing, properties and applications of reactive sílica from Rice lusk – an overview”. Journal of Materials Science, v.38, PP. 3159 – 3168; COOK, D. J. Calcined Clay, shane and other soils. In: SWAMY, R. N. Cement replacement materials, London: Blackie and Son Ltda, 1986;
40
CORDEIRO, L. N. P., Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica. Dissertação(Mestrado em Engenharia) – PPGE/UFRGS, Porto Alegre, 2009. p. 27; DAL MOLIN, D. C. C.; OLIVEIRA A. P. M.; KULAKOWSKI, M. P. Estudos de concreto com adição de sílica ativa (microssílica) frente ao ataque de agentes agressivos para emprego em pisos especiais. Porto Alegre, 1995. DELLA, V. P.;KUHN, I.; HOTZA, D. Caracterização de cinzas de casca de arroz para o uso como matéria-prima na fabricação de refratário de sílica. Revista Química Nova. Vol. 24, no. 06, 778-782, 2001; DEPEC - Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos. Arroz. [Versão eletrônica, Out./2011]. Disponível em: <http://www.economiaemdia.com.br/static_files/EconomiaEmDia/Arquivos/infset_arroz.pdf>. Acesso em: 04 Abr. 2012; EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Cultivo de arroz irrigado no Brasil. [Versão eletrônica, Nov./2005]. Disponível em: <http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Arroz/ArrozIrrigadoBrasil/cap01.htm>. Acesso em: 04 Abr. 2012; EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Cultivo do arroz de terras altas no estado do Mato Grosso. [Versão eletrônica, Set./2006]. Disponível em: <http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Arroz/ArrozTerrasAltasMatoGrosso/index.htm>. Acesso em: 04 Abr. 2012; KAPUR, P. C. Production of reactive bio-silica from the combustion of rice husk in a tube-in-basket (TIB) burner. Powder Technol , [S. l.], v. 44, n. 1, p. 63-67, 1985; LIBÓRIO, J. ; SOUZA, M. F. Cimento nobre com casca de arroz. Revista Pesquisa FAPESP , São Paulo, out. p. 56-58, 2000. MEHTA, P. K. & MONTEIRO P. J. M. Concreto: microestrutura, propriedades e materiais. São Paulo: IBRACOM, 2008; MINISTÉRIO DA CULTURA. Arroz. Brasília, DF, 2010. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/vegetal/culturas/arroz>. Acesso em: 04 Abr. 2012;
41
PRUDÊNCIO JR, L., R., SANTOS, S, DAFICO, D., A., Cinza de arroz. In:
RICHA, J., C., & JOHN, V., M., Utilização de resíduos na construção
habitacional. Porto Alegre: ANTAC (2003);
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ANEXOS
ANEXO A
DATA 29 / 10 / 2012 TRAÇO = 3:1 Relação Agua/aglomerante = 0,5
CORPO PROVA ENSAIO DE COMPRESSÃO
n° DIÂMETRO (cm) ÁREA (cm)
IDADE (dias)
DATA /HORA rompimento
FORÇA (Kgf)
TENSÃO (Mpa)
MÉDIA DAS
TENSÕES (MPa)
DESVIO PADRÃO
COMPOSIÇÃO
1 1 5,05
5,06 20,07 7 14:50 80,40 39,29
37,94
0,95 Referência 2 5,06
2 1 5,05
5,04 19,98 7 15:37 65,20 32,00 4,20 Referência 2 5,03
3 1 5,05
5,05 20,03 7 15:41 86,90 42,54 3,25 Referência 2 5,05
4 1 5,03
5,03 19,89 7 15:47 71,50 35,25
35,47
0,15 10% CCA 2 5,03
5 1 5,05
5,05 20,00 7 15:50 71,20 34,91 0,40 10% CCA 2 5,05
6 1 5,03
5,03 19,83 7 15:53 73,30 36,25 0,55 10% CCA 2 5,02
7 1 5,02
5,02 19,81 7 17:05 43,20 21,38
26,84
3,86 20% CCA 2 5,02
8 1 5,03
5,03 19,88 7 17:09 63,40 31,28 3,13 20% CCA 2 5,03
9 1 5,00
5,01 19,71 7 17:14 56,00 27,87 0,73 20% CCA 2 5,02
10 1 5,04
5,04 19,96 7 17:17 55,50 27,26
26,48
0,55 10% MS 2 5,04
11 1 5,02
5,01 19,74 7 17:25 65,50 32,54 4,29 10% MS 2 5,01
12 1 5,03
5,03 19,87 7 17:29 39,80 19,64 4,84 10% MS 2 5,03
13 1 5,03
5,03 19,87 7 19:50 55,60 27,44
24,75
1,90 20% MS 2 5,03
14 1 5,01
5,01 19,74 7 19:54 59,90 29,76 3,55 20% MS 2 5,02
15 1 5,06
5,05 20,03 7 19:57 34,80 17,04 5,45 20% MS 2 5,04
Tabela 1: Ensaio de resistência à compressão em 7 dias.
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ANEXO B
Resistência à compressão em 28 dias
DATA 29 / 10 / 2012 TRAÇO = 1:3 Relação Agua/aglomerante = 0,50
CORPO PROVA ENSAIO DE COMPRESSÃO
n° DIÂMETRO (cm) ÁREA (cm)
IDADE (dias)
DATA /HORA
rompimento
FORÇA (Kgf)
TENSÃO (Mpa)
MÉDIA DAS
TENSÕES (Mpa)
DESVIO PADRÃO
COMPOSIÇÃO
1 1 5,03
5,02 19,83 28 17:42 60,70 30,02
38,42
5,94 Referência 2 5,02
2 1 5,04
5,04 19,92 28 17:44 79,80 39,28 0,61 Referência 2 5,04
3 1 5,03
5,03 19,87 28 17:46 93,10 45,95 5,33 Referência 2 5,03
4 1 5,02
5,02 19,80 28 17:34 57,10 28,28
34,75
4,58 10% CCA 2 5,02
5 1 5,03
5,03 19,84 28 17:37 79,90 39,50 3,36 10% CCA 2 5,03
6 1 5,03
5,02 19,82 28 17:39 73,70 36,47 1,22 10% CCA 2 5,02
7 1 5,03
5,03 19,83 28 17:50 92,30 45,64
45,62
0,01 20% CCA 2 5,02
8 1 5,02
5,02 19,81 28 17:53 86,70 42,92 1,91 20% CCA 2 5,02
9 1 5,02
5,02 19,82 28 17:56 97,60 48,30 1,89 20% CCA 2 5,03
10 1 5,03
5,03 19,88 28 17:59 92,90 45,83
39,54
4,45 10% MS 2 5,04
11 1 5,02
5,02 19,82 28 18:01 73,50 36,37 2,24 10% MS 2 5,03
12 1 5,03
5,02 19,79 28 18:04 73,50 36,42 2,21 10% MS 2 5,01
13 1 5,03
5,02 19,83 28 17:20 83,70 41,40
29,94
8,10 20% MS 2 5,02
14 1 5,01
5,02 19,78 28 17:24 58,00 28,75 0,84 20% MS 2 5,03
15 1 5,02
5,02 19,76 28 17:29 39,60 19,66 7,27 20% MS 2 5,01
Tabela 2: Ensaio de resistência à compressão em 28 dias.