COMPARAÇÃO DE TÉCNICAS ATIVA E PASSIVA NA MEDIÇÃO DE CONCENTRAÇÃO DE...
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Evaldo Paulo de Oliveira
COMPARAÇÃO DE TÉCNICAS ATIVA E PASSIVA NA MEDIÇÃO DE
CONCENTRAÇÃO DE RADÔNIO (222Rn) NO AR
Dissertação aprovada para obtenção do Grau de Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Radioproteção e Dosimetria do Instituto de Radioproteção e Dosimetria – IRD/CNEN na área Radioecologia.
Orientador: D.Sc. Mariza Ramalho Franklin
Rio de Janeiro
2017
ii
T 574.5 O48c Oliveira, Evaldo Paulo de
Comparação de técnicas ativa e passiva na medição de concentração de radônio (222Rn) no ar / Evaldo Paulo de Oliveira. – Rio de Janeiro: IRD, 2017.
XVII, 96 f.: il., tab.; 29,7 cm
Orientadora: Dra. Mariza Ramalho Franklin Dissertação (Mestrado) - Instituto de Radioproteção e Dosimetria. Rio de
Janeiro, 2017. Referências bibliográficas: f. 68-78 1. Radioecologia 2. Radônio. 3. Gás Radônio. 4. Detector Passivo. 5. Gás Radioativo. 6.
Emissor Alfa. I. Título.
iii
"Desistir... eu já pensei seriamente
nisso, mas nunca me levei realmente a
sério; é que tem mais chão nos meus
olhos do que o cansaço nas minhas
pernas, mais esperança nos meus
passos, do que tristeza nos meus
ombros, mais estrada no meu coração
do que medo na minha cabeça."
Cora Coralina
Dedico esse trabalho a minha mãe, Dulcinéa, que mesmo nos piores momentos que enfrentamos na vida, nunca desistiu e muito menos abaixou a cabeça, é um exemplo de sacrifícios e perseverança. As minhas filhas, Ana Beatriz e Ana Carolina, razões incomensuráveis para me fazer seguir em frente. Amo essas três mulheres da minha vida.
iv
AGRADECIMENTOS
Meu primeiro agradecimento é a Deus que me proporcionou todos os desafios e
toda a força para encará-los, que me deu saúde para suportar, lágrimas para não explodir
diante dos problemas e alegria para sorrir mesmo diante do pior momento.
Ao Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD), instituição que me acolheu
ao longo deste Curso de Pós-Graduação Stricto Sensu nível Mestrado, pela
oportunidade de execução deste trabalho e pela contribuição à complementação de
minha formação acadêmica.
Agradeço ao meu irmão Edinilson, meus tios, primos e primas que estiveram
comigo todo este tempo me cercando de bons fluídos e não me deixando perder a força
e a fé, a minha querida tia Célia (in memorian) por ter sido uma pessoa muito especial
na minha vida.
Aos amigos da turma do mestrado de 2014, em especial – Poliana Santos de Souza
(M.Sc. por este Instituto), pela grande paciência e companheirismo; Lucas Kiyoshi da
Fonseca Iwahara (M.Sc. por este Instituto), por ser o maior agorento que virou um
amigo; Ingryd Marques Ferreira (M.Sc. por este Instituto), pelo exemplo de persistência
e garra, Edmilson de Lima Lessa (grande amigo do Lato Sensu), que esteve
acompanhando, mesmo de longe, todas as etapas desse prazeroso esforço, ao amigo que
hoje está bem longe, Rodolfo Júlio da Silva, pelo incentivo constante e por ser um
exemplo de dedicação e disciplina.
Aos Pesquisadores do IRD – Professores do curso de Mestrado, pelo interesse e
atenção que demonstraram quando do planejamento, da apresentação e avaliação das
disciplinas sob sua responsabilidade, me permitindo assimilar incontável conhecimento
que, sem sombra de dúvida, dificilmente encontraria em outra única fonte.
v
Aos amigos que fiz durante todo o período do curso de Mestrado, vou citar os
primeiros nomes: Carlos Henrique, Fernando Ribeiro, Elder Magalhães, Ronaldo
Janvrot, Rócio Reis, José Ivan, Jenifer Guerra, Valdencir, Neuzinha, Dna. Célia, Luis
Bellido, Marcio Drummond e muitos outros que o nome não citei, mas que sabem do
carinho e apreço que tenho por todos.
Não poderia deixar agradecer também ao Centro de Desenvolvimento de
Tecnologia Nuclear CDTN/CNEN, pela acolhida e ter proporcionado realizar a
calibração do meu trabalho em seu laboratório. Em especial ao grande professor Zildete
Rocha, pela recepção, atenção e dedicação, com quem aprendi muito durante a semana
em que o trabalho foi realizado, mais uma grade amizade conquistada. Também
agradeço a D.Sc. Talita de Oliveira Santos, pela colaboração e participação, cuja ajuda
foi fundamental. Não esqueci da Glorinha e Eliana, que me receberam
maravilhosamente bem.
vi
AGRADECIMENTO ESPECIAL
Quero agradecer a professora D.Sc. Mariza Ramalho Franklin, minha
orientadora, pelos conhecimentos transmitidos, pela paciência, pelo empenho, pela
atenção e dedicação e pela grande ajuda no momento, particularmente, mais complicado
para escrever e finalizar esse trabalho. Muito obrigado! Que Deus esteja sempre lhe
abençoando com muita saúde e iluminando seus passos para que o sucesso seja cada vez
maior em sua vida.
Tenho um agradecimento muito especial a fazer ao professor M.Sc. Paulo
Roberto Rocha Ferreira, colaborador desse trabalho, mas que também foi mentor e
orientador de fato. Suas orientações, disponibilidade, atenção, ensinamentos, respeito,
amizade e compreensão foram fundamentais para a realização desse projeto de
mestrado. Tenho que lhe agradecer, do fundo meu coração, por tudo que fez e pelos
incentivos para me ajudar a atingir esse objetivo, mesmo em momentos em que tudo
parecia perdido não desistiu e me ajudou a superá-los. Hoje, não só tenho um professor
e mentor, mas também um grande amigo. Que Deus continue lhe abençoando e
iluminando também a toda sua família, que lhe proporcione cada vez mais saúde,
felicidades e muito sucesso. Muito obrigado mestre!
vii
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi realizar um estudo de comparação das medições de
concentração radônio entre duas técnicas usadas para medir o gás radônio no ar: uma
utilizando detectores de plástico policarbonato LEXAN e a outra o monitor contínuo no
modo passivo AlphaGUARD. Foram medidas as concentrações do gás radônio no
interior de câmaras de emanação de radônio usando fontes, calibradas/rastreáveis,
geradoras de 222Rn através do 226Ra. Na calibração foi determinado o "fator de
calibração" ou "sensibilidade" para o detector de plástico LEXAN. O trabalho de
calibração dos dosímetros foi realizado foi realizado no Laboratório de Radônio da
Divisão de Análises Ambientais – DIRAD IRD/CNEN e no Laboratório de
Radioatividade Natural - LRN - do Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear
(CDTN/CNEN). O "fator de calibração" ou "sensibilidade" encontrado foi de 32,34
(traços.cm-²)/(kBq.d.m-³). Esse fator foi utilizado para determinar a concentração de
radônio medida pelos detectores de plástico LEXAN. Também na calibração, foram
determinadas as eficiências para o LEXAN (94,1% ± 9,7%) e AlphaGUARD (92,5% ±
7,2%). A análise estatística usada mostrou boa paridade nos resultados das medições.
Concluiu-se que os resultados foram satisfatórios e servirão de boa referência para
estudos relacionados com os medidores de radônio ar usados neste trabalho.
Palavras chaves: Radônio. Gás Radioativo. Dosímetros Passivos.
viii
ABSTRACT
The purpose of this work was to perform a study comparing radon concentration
measurements between two techniques used to measure radon gas in the air: one using
LEXAN polycarbonate plastic detectors and the other the continuous monitor in
AlphaGUARD passive mode. The concentrations of radon gas within radon emanation
chambers were measured using calibrated / traceable sources generating 222Rn through 226Ra. In calibration the "calibration factor" or "sensitivity" was determined for the
LEXAN plastic detector. The calibration work of the dosimeters was carried out at the
Radon Laboratory of the Environmental Analysis Division - DIRAD IRD/CNEN and at
the Natural Radioactivity Laboratory (LRN) of the Center for the Development of
Nuclear Technology (CDTN/CNEN). The "calibration factor" or "sensitivity" was
found to be 32.34 (traits.cm-²)/(kBq.d.m-³). This factor was used to determine the radon
concentration measured by the LEXAN plastic detectors. Also in the calibration, the
efficiencies for LEXAN (94.1% ± 9.7%) and AlphaGUARD (92.5% ± 7.2%) were
determined. The statistical analysis used showed good parity in the results of the
measurements. It was concluded that the results were satisfactory and will serve as a
good reference for studies related to the radon air meters used in this work.
Keywords: Radon. Radioactive Gas. Passive Dosimeters.
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1 – Série de decaimento do 238U ......................................................................01
Figura 1.2 – Esquema mostra evolução do radônio desde o decaimento do urânio, sua
passagem para o meio ambiente e a geração dos isótopos oriundos do seu decaimento
.........................................................................................................................................02
Figura 1.3 – Ilustração esquemática do processo de exalação do gás radônio a partir do
solo ..................................................................................................................................02
Figura 1.4 – Contribuição das diferentes fontes de radiação à dose efetiva da população
.........................................................................................................................................04
Figura 2.1 – Desenho esquemático da câmara de ionização do AlphaGUARD ............13
Figura 2.2 – Imagem da Câmara de Difusão de radônio ................................................15
Figura 2.3 – Câmara de difusão aberta ...........................................................................16
Figura 2.4 – Os estágios do processo de formação de trilhas: i) Trajetória da partícula
carregada; Estágio ii) Ionização; Estágio iii) Repulsão Coulombiana; Estágio iv)
Relaxação do dano ..........................................................................................................17
Figura 2.5 – Simulação do dano provocado pela partícula α na estrutura do material do
detector ...........................................................................................................................17
Figura 2.6 – Detector do tipo LEXAN após revelação eletroquímica e gerada imagem
através de scanner para contagem dos pontos. O da esquerda é o revelado sem a
contagem e o da direita após a contagem dos pontos .....................................................20
Figura 2.7 – Imagem ampliada mostrando as marcações, deixadas pelas partículas α, na
superfície do detector ......................................................................................................20
Figura 3.1 – Fluxograma das etapas realizadas nas medições do gás radônio
.........................................................................................................................................22
Figura 3.2 – Entrada da câmara de ionização do AlphaGUARD no modo difusão (a) e
(b). Observa-se que a entrada lateral direita (entrada da câmara de ionização) foi
deixada livre, protegida apenas pelo filtro, que é intrínseco do equipamento, e pela
grade de proteção ............................................................................................................23
x
Figura 3.3 – i) Partes da câmara de difusão do dosímetro LEXAN: (a) Filtro de fibra de
vidro; (b) plástico policarbonato LEXAN; (c) Tampa da câmara; (d) Grade de contenção
do filtro e LEXAN e (e) Câmara de fibra de carbono com interior em meia esfera. ii)
Esquema da Câmara de Difusão de radônio ...................................................................24
Figura 3.4 – Esquema da montagem da Câmara de Difusão de radônio. (a) colocação do
filtro de fibra de vidro, borosilicato, na tampa; (b) colocação do dosímetro plástico
sobre o filtro com sua face menos sensível voltada para o mesmo; (c) a grade que irá
fazer a contenção do dosímetro na tampa .......................................................................24
Figura 3.5 – Electro Etching Generator (etching), composto pelo: (a) módulo de
controle de frequência, tensão e temperatura; (b) bandeja de aço inox onde são
colocados os dosímetros; (c) gabarito para anéis de silicone; (d) anéis de silicone; (e)
placa de acrílico colocada sobre o gabarito e anéis de silicone para produzir
estanqueidade; (f) placa de circuito eletrônico ...............................................................25
Figura 3.6 – Montagem e organização dos dosímetros passivos e dos AlphaGUARDs na
câmara de emanação de radônio, no Laboratório de Radioatividade Natural - LRN - do
Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear (CDTN/CNEN)
.........................................................................................................................................29
Figura 3.7 – Fonte padrão de 226Ra NIST - SRM 4968 utilizada na calibração
.........................................................................................................................................30
Figura 3.8 – Fonte padrão de 226Ra PYLON modelo 2000A de 3,376 kBq, utilizada na
calibração.........................................................................................................................30
Figura 3.9 – Montagem das câmaras de emanação, à esquerda a de baixa atividade e a
direita a de alta atividade, no Laboratório de Radioatividade Natural - LRN - CDTN,
para criar atmosfera de concentração de radônio em seu interior. Um notebook foi
conectado às câmaras para o acompanhamento da concentração do radônio em seus
interiores .........................................................................................................................31
Figura 3.10 – Histograma da distribuição de frequência dos dados de medições de
concentração de 222Rn com o AG1-CDTN .....................................................................33
Figura 3.11 – Histograma da distribuição de frequência dos dados de medições de
concentração de 222Rn com o AG2-IRD .........................................................................33
xi
Figura 4.1 - Relação de medições de concentração do 222Rn com os AlphaGUARD do
CDTN e do IRD ..............................................................................................................35
Figura 4.2 – Comparação das medições de concentração de radônio realizadas com os
AlphaGUARD do IRD e CDTN .....................................................................................36
Figura 4.3 – Gráfico do fator de calibração para o dosímetro LEXAN
.........................................................................................................................................37
Figura 4.4 – Experimento de calibração para obtenção do fator de sensibilidade (Fonte:
URBAN, et al., 1985) .....................................................................................................38
xii
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 – Características básicas do detector ativo contínuo AlphaGUARD ...........14
Tabela 2.2 – Tipos de detectores plásticos .....................................................................15
Tabela 2.3 – Limites de energias, de partículas alfa detectáveis, para alguns detectores
plásticos ..........................................................................................................................18
Tabela 3.1 – Programação de tensão, frequência e tempo do gerador de frequências do
ECE .................................................................................................................................26
Tabela 4.1 – Comparação entre o valor médio da concentração de 222Rn medido pelo
AlphaGUARD e a concentração de 222Rn esperada dentro da câmara de calibração
proveniente da fonte de 226Ra com atividade nominal de 3379 Bq ................................34
Tabela 4.2 – Valores das densidades de traços e exposições para a determinação da
"sensibilidade" ou "fator de calibração" para o dosímetro de plástico LEXAN
.........................................................................................................................................36
Tabela 4.3 – Dados usados para a determinação das concentrações de 222Rn registrados
na calibração com fonte de alta atividade (3,376 KBq) para o LEXAN ........................39
Tabela 4.4 – Médias das concentrações de 222Rn obtidas na calibração, com as
respectivas eficiências, para o LEXAN e o AlphaGUARD ...........................................39
xiii
LISTA DE SIGLAS
BSS Basic Safety Standards
BGS British Geological Survey
CDTN Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear
CNEN Comissão Nacional de Energia Nuclear
IAEA International Atomic Energy Agency
IARC International Agency for Research on Cancer
ICRP International Commission on Radiological Protection
IRD Instituto de Radioproteção e Dosimetria
LNMRI Laboratório Nacional de Metrologia das Radiações Ionizantes
NCRP National Council on Radiation Protection and Measurements
RNSA Radiation and Nuclear Safety Authority
UNSCEAR United Nations Scientific Committee on the Effects of Atomic Radiation
USEPA United States Environmental Protection Agency
VIM Vocabulário Internacional de Metrologia
WHO World Health Organization
xiv
SUMÁRIO
1. Introdução..........................................................................................................01
1.1 – Justificativa ................................................................................................06
1.2 - Objetivo.......................................................................................................07
1.3 - Objetivos específicos .................................................................................07
2. Fundamentação teórica.....................................................................................08
2.1 – O gás radônio..............................................................................................08
2.2 – Efeitos do gás radônio sobre a saúde .........................................................09
2.3 – Medições do gás radônio no ar ..................................................................11
2.4 – Avaliação de incertezas ...................................................…………..........11
2.5 – Medidores contínuos ......…………………………………………............13
2.5.1 – AlphaGUARD ........................................................................................13
2.6 – Detectores de estado Sólido de Traço Nuclear ..........................................14
2.6.1 – Limite de energia crítica de detecção .....................................................18
2.6.2 – Revelação química e eletroquímica ........................................................18
3. Materiais e Métodos ..........................................................................................21
3.1 – Abordagem metodológica ..........................................................................21
3.2 – Medição de radônio no ar ..........................................................................22
3.2.1 – Detector AlphaGUARD ..........................................................................22
3.2.2 – Dosímetro passivo de policarbonato LEXAN ........................................23
3.2.2.1 – Revelação dos traços deixados pelas partículas alfa ............................25
3.3 – Calibração e comparação dos resultados ...................................................28
xv
3.4.1 – Calibração ...............................................................................................28
3.5 – Ferramentas estatísticas .............................................................................32
4. Resultados e discussões .....................................................................................34
4.1 – Considerações gerais .................................................................................34
4.2 – Verificação da calibração do detector contínuo AlphaGUARD ...............34
4.3 – Calibração do detector plástico LEXAN ...................................................36
4.4 – Comparação do desempenho do detector contínuo AlphaGUARD e passivo
LEXAN .....................................................................................................39
5. Conclusão............................................................................................................40
6. Sugestões para trabalhos futuros.....................................................................42
7. Anexos ................................................................................................................43
8. Bibliografia ........................................................................................................50
1
1. INTRODUÇÃO
O risco de câncer de pulmão devido à exposição ao radônio 222Rn e seus
produtos de decaimento (218Po, 214Pb, 214Bi e 214Po), tem sido motivo de preocupação
tanto pela população em geral como pelas autoridades regulatórias. Estudos
epidemiológicos têm mostrado um aumento do risco de câncer de pulmão associado a
elevadas concentrações de radônio encontradas em ambientes fechados como o interior
de residências e prédios (UNSCEAR, 2000; WHO, 2009; ICRP, 1987).
O radônio e seus produtos de decaimento ao serem inalados podem atingir as
regiões profundas dos pulmões onde podem decair emitindo radiação que deposita sua
energia nos tecidos e órgãos vizinhos podendo vir a causar danos às células e
aumentando a probabilidade do desenvolvimento de danos à saúde. (LUCIE, 1989;
HENSHAW et al., 1990; BERGLUNG et al., 1992; WHO, 2009).
O gás radônio (222Rn) é um produto do decaimento da série natural do urânio-
238, presente naturalmente em minerais que ocorrem tanto em rochas quanto nos solos,
como pode ser visto na Figura 1.1.
Figura 1.1 - Série de decaimento do 238U. (Fonte: https://considereapossibilidade.wordpress.com/2009/03/27/o-colapso-do-tempo-geolgico/)
O radônio (222Rn) resultante do decaimento do rádio (226Ra) é encontrado de
forma dispersa no meio ambiente estando presente no solo, na água e no ar. A Figura
1.2 mostra de forma esquemática a evolução do radônio em subsuperfície.
2
Figura 1.2 - Esquema mostra evolução do radônio desde o decaimento do urânio, seu transporte no meio ambiente e a geração dos isótopos oriundos do seu decaimento (adaptado). (Fonte: http://www.uc.pt/fctuc/dct/investigacao/labRadioNatural - acessado em 07/2016).
O 226Ra presente nos minerais que compõem o solo gera radônio-222 que, por
ser um gás, vai se dispersando gradativamente no solo por processos de emanação e
transporte (difusão e convecção). Posteriormente o 222Rn pode ascender até a superfície
do terreno através das descontinuidades do solo alcançando a atmosfera por exalação.
Esse processo é mostrado de forma esquemática na Figura 1.3.
Figura 1.3 – Ilustração esquemática do processo de exalação do gás radônio a partir do solo. Fonte: PORSTENDORFER (1993) apud LARA (2013).
Em função da dinâmica do gás radônio ele pode se dispersar na atmosfera, ou se
acumular em diversos ambientes e/ou ser aprisionado na água, caso entre em contato
3
com a mesma. Essas são as prováveis vias de transporte do gás radônio até a interação
com o ser humano, podendo assim, acarretar possíveis danos à saúde.
Cerca de 1% do radônio total gerado dentro das rochas escapa para seus poros e
fraturas e uma média de 20% do radônio total originado no solo migra para seus
interstícios. Experimentos de difusão e testes em campo indicaram que a distância
média entre o local de origem do 222Rn até que ele decaia é de aproximadamente 8,0
metros no solo. Esta distância é denominada “comprimento” ou simplesmente
“distância de migração” (DYCK and JONASSON, 2000).
Em agregados de grãos minerais, o poder de emanação é normalmente da ordem
de 1%, a menos que exista água ou outros líquidos presentes nos interstícios, fraturas e
capilares que absorvam a energia cinética do radônio recuado no momento do
decaimento alfa do rádio. Assim, o teor de umidade da maioria dos solos é suficiente
para garantir o poder de emanação maior que 1% (TANNER, 1991).
Em geral, o solo é responsável pela maior contribuição para a concentração
ambiental do radônio e seus produtos de decaimento. No entanto, diversos materiais de
construção naturais, como areia, argila, cal e pedra, por possuírem minerais retirados da
rocha ou do solo, podem conter traços de urânio, e, por conseguinte podem levar a
exposição humana a esse gás e seus produtos de decaimento. Materiais utilizados no
revestimento de paredes, pisos e tetos podem tanto contribuir para a redução quanto
para o aumento da exalação de radônio nos ambientes, pois o material de revestimento
pode barrar ou contribuir para a exalação (ABU-JARAD, et al., 1980; RIO DOCE,
1997).
A população humana está exposta a radiação através de fontes naturais e
artificiais. As fontes naturais são responsáveis pela maior parte da exposição
contribuindo com cerca de 82%, sendo 55% dessa exposição atribuída ao gás radônio
(222Rn) e somente 18% corresponde a fontes artificiais de radiação (produzida pelo
homem). A Figura 1.4 mostra a contribuição das diferentes fontes de radiação à dose
efetiva da população (ICRP, 1993; NCRP, 1998; UNSCEAR, 2000).
4
Figura 1.4 – Contribuição das diferentes fontes de radiação à dose efetiva da população. (http://www.oarquivo.com.br/variedades/qualidade-de-vida/4105-consequencias-do-gas-radonio-na-saude-humana.html)
Atualmente estima-se que uma dose média anual em torno de 2,4 mSv é
recebida pela população mundial em virtude das exposições às fontes radioativas
naturais, aproximadamente metade desse valor, 1,2 mSv, é devido ao radônio
(GERALDO et al 2005).
A agência de proteção ambiental dos Estados Unidos estabeleceu como limite
indoor de concentração de 148 Bq/m3 (4 pCi) para o 222Rn (USEPA, 2013).
Vários trabalhos têm se dedicado a avaliar a exposição brasileira ao 222Rn. Como
exemplos podemos citar os trabalhos de: VEIGA et al., (2004), que realizaram um
estudo sobre a exposição de trabalhadores ao radônio em uma mina de carvão
subterrânea brasileira; SEVERO et al., (2011), que avaliaram impacto da exposição ao
radônio nas construções em Pernambuco; SANTOS (2008) que estudou as
concentrações de radônio em minas subterrâneas de fluorita e carvão do Estado de Santa
Catarina visando entender os riscos radiológicos envolvidos; PEREIRA e KELECOM
(2014), que avaliaram os limites brasileiros de exposição ocupacional ao radônio e
comparou com os limites propostos pela "International Comission on Radiological
Protection"; GERALDO et al (2005), que estudaram os níveis de radônio em diferentes
tipos de ambientes internos na região da Baixada Santista; CORRÊA (2011), que
avaliou os níveis de concentração de radônio em ambientes e águas de poços no estado
do Paraná; MELO (1999), que avaliou a concentração de radônio e residências do
município de Monte Alegre-PA utilizando detectores de policarbonato LEXAN.
Apesar do esforço despendido na medição da concentração de radônio em
residências no Brasil, os dados ainda não são suficientes para se estimar a exposição
média da população Brasileira ao radônio. Um levantamento das concentrações de
5
radônio no país propiciaria a realização de mapas de radônio, da forma como já foi feito
em outros países o que promoveria, em nível nacional, um conhecimento geral das
concentrações de radônio.
Instrumentos para a medição de radônio e seus produtos de decaimento são
baseados principalmente na detecção das partículas alfa. Os instrumentos e os métodos
utilizados dependem se o radônio ou se os seus produtos de decaimento serão medidos.
No que diz respeito à duração das medições, existem três tipos de medições: (a)
instantâneas, (b) integrativas e (c) contínua.
Embora os produtos de decaimento do radônio, principalmente o polônio (218Po
e 214Po), sejam responsáveis pela maior parte da dose de radiação administrada pelo
radônio (222Rn), a concentração de gás radônio é geralmente considerada um bom
substituto para a concentração dos seus produtos de decaimento. Outro fato que
contribui para escolha da medição do gás radônio ao invés dos seus produtos de
decaimento é a relativa simplicidade e baixo custo envolvido nestas medições.
Os dispositivos de amostragem de radônio podem ser subdivididos em
dispositivos ativos, que necessitam de energia elétrica para coletar uma amostra, e
dispositivos passivos, que não necessitam de energia elétrica.
As dificuldades que surgem ao medir radônio e/ou descendentes no ar são
devidas às suas características de distribuição temporal e espacial. Como a concentração
destes radionuclídeos varia muito com o tempo, as técnicas de medição onde a
exposição dura horas ou poucos dias devem ser utilizadas com cautela. Tais técnicas
produzem resultados, em geral, pouco representativos das concentrações médias às
quais estão expostas em ambientes de convívio humano e de trabalho (ocupacional). Por
outro lado, elas têm a vantagem de informar rapidamente o quão insalubre um ambiente
é em um dado momento (NEMAN, 2004).
Vários fatores precisam ser levados em consideração ao selecionar os métodos e
instrumentação para a medição das concentrações do radônio e/ou filhos. Dentre estes
fatores estão o objetivo da medição, a grandeza a ser medida e a duração da exposição.
Técnicas com período de exposição de vários meses, em que o detector integra no
tempo a informação sobre as concentrações, geralmente são mais econômicas e fáceis
de aplicar, fornecendo resultados mais representativos.
6
1.1 Justificativa
O efeito carcinogênico do radônio tem sido comprovado através de estudos
epidemiológicos, sendo considerado pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer
(IARC) como um carcinógeno de classe I (WHO, 2003). Alguns estudos mostram que a
exposição ao radônio é responsável por cerca de 6 a 15 % dos casos de câncer de pulmão no
mundo. Nos Estados Unidos da América esse radionuclídeo é considerado o segundo maior
fator de risco para câncer de pulmão, perdendo apenas para o cigarro (USEPA, 2009).
Esses achados motivaram os organismos internacionais a estabelecerem níveis de
proteção adequados à saúde humana. De acordo com as normas básicas de segurança
(BSS – Basic Safety Standards) da Agência Internacional de Energia Atômica – AIEA
(IAEA, 2014), a autoridade regulatória de cada país deve estabelecer um nível de
referência apropriado para radônio em residências e outras construções com alto fator de
ocupação para os membros do público. Este nível não deverá exceder uma concentração
de atividade média anual devido a 222Rn de 300 Bq/m3. Com relação à proteção
radiológica contra a exposição ao 222Rn em ambientes de trabalho, o BSS/IAEA
preconiza a adoção de um nível de referência que não exceda uma concentração de
atividade média anual de 1000 Bq/m3. Já a Organização Mundial de Saúde (WHO,
2009) estabelece que as concentrações em ambientes internos sejam menores que 100
Bq/m3, mas adverte que se isto não for possível, deve ser tomado como referência o
valor de 300 Bq/m3 como limitante, observando os fatores relacionados à incidência de
câncer.
Essa preocupação tem levado tanto o setor público como privado ao
estabelecimento de programas de medição para caracterização do risco à exposição ao
radônio. Neste processo, é fundamental que os diferentes grupos envolvidos sigam
procedimentos consistentes para assegurar medições precisas e reprodutíveis,
permitindo comparações válidas entre os resultados dos diferentes estudos.
Este trabalho visa colaborar com o avanço do conhecimento das técnicas de
medição de radônio no através do uso dos dosímetros de plástico policarbonato LEXAN
e detectores contínuos AlphaGUARD, amplamente usados em estudos de avaliação da
exposição ao gás radônio.
Desta forma, espera-se subsidiar o estabelecimento de guias técnicos nacionais
na medição do radônio, propiciando a melhoria da qualidade do monitoramento
ambiental e ocupacional dos níveis de concentrações de radônio no ar.
7
1.2 Objetivo
Comparação da concentração de radônio (222Rn), apresentadas pelo detector
passivo (plástico policarbonato LEXAN) e o monitor contínuo (AlphaGUARD),
expostos simultaneamente a uma atmosfera uniforme de radônio em um ambiente
controlado.
1.3 Objetivos específicos
a) Calibração dos detectores ativos e passivos de radônio utilizando altas e baixas
taxas de exposição ao gás proveniente de fontes calibradas de radônio gerado a
partir do 226Ra.
b) Determinação do "fator de calibração" dos dosímetros de plástico policarbonato
LEXAN.
c) Avaliação das concentrações dos 222Rn medida pelos dosímetros passivos de
plástico policarbonato LEXAN e pelo monitor contínuo AlphaGUARD.
8
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 O gás radônio
O gás radônio (222Rn) é um elemento químico encontrado naturalmente em
forma de gás nobre; é incolor, inodoro, sem paladar e radioativo, não reage com quase
nenhum outro elemento químico natural, quando encontrado à temperatura ambiente.
Porém, STEIN (1970) demonstrou que o gás radônio reage com o flúor originando
fluoretos e halogênios entre outros complexos com carga iônica (+2). A 400 °C essa
interação forma difluoreto de radônio (DICK; JONASSON, 2000; apud MELO, 1999):
Rn + F2 + 400 °C � RnF2
Quando submetido a 500 °C e sob influência do hidrogênio, o difluoreto de
radônio é decomposto:
RnF2 + H2 + 500 °C � Rn + 2HF
Se esse composto for exposto à água, o radônio retorna ao seu estado elementar.
Quando submetido a um resfriamento brusco, abaixo do ponto de fusão,
apresenta uma fosforescência brilhante com tonalidade avermelhada a,
aproximadamente, - 180 °C.
O Rn é originado durante o processo de decaimento radioativo do 226Ra, sendo
este, por sua vez, oriundo da cadeia de decaimento do 238U. Sua ocorrência é mais
elevada em regiões em que a concentração dos elementos da série principal é mais
abundante.
A descoberta do 222Rn no ano de 1900 pelo o físico alemão Friedrich Ernest
Dorn (1848-1916), aconteceu observando que o elemento químico rádio liberava algum
tipo de gás, logo foi denominando como “emanação de rádio”. Em 1910, foi sugerido o
nome “niton” (símbolo Ni) para a “emanação do rádio” (do latim nitens – brilhante –,
relativo à propriedade de o gás exibir fosforescência quando solidificado). Essa
denominação foi aceita pela Comissão Internacional para Pesos Atômicos em 1912,
contudo ainda houve uma modificação final pela União Internacional de Química Pura e
Aplicada (IUPAC), em 1923, ocasião onde adotou-se a seguinte denominação:
“emanação do rádio” – radônio (do latim radonium, derivado do rádio, símbolo Rn);
como sendo a melhor definição para esse novo elemento químico (AFONSO, 2009).
9
Uma contribuição atribuída ao radônio foi o estabelecimento da antiga unidade
curie (Ci), onde um grama do elemento rádio determinava a medida de radioatividade.
Tal medida como unidade o curie, relacionava o equilíbrio e a quantidade estabelecida
do gás radônio com um grama de rádio. Posteriormente verificou-se que o gás radônio
estava liberando partículas alfa em uma razão de 3,7x1010 partículas por segundo.
Consequentemente, no VI Congresso Internacional de Radiologia, realizado em Londres
em 1950, a definição do curie foi alterada para se aplicar a qualquer substância
radioativa se desintegrando a uma taxa de 3,7 x 1010. s-1 (DELGADO, et al., 2003).
Seus pontos de fusão e de ebulição são muito baixos comparando com outros
compostos de massa molar similar. Aparenta ser pouco solúvel em água, porém é o
mais solúvel dentre todos os gases nobres.
O gás radônio-222 é um emissor alfa, com meia vida de 3,82 dias, sua energia é
de 5,49 MeV e concentração típica no ar de 6,0 x 10-14 ppm.
2.2 Efeitos do gás radônio sobre a saúde
O gás radônio proveniente do solo é a maior fonte de possível exposição das
pessoas, pois as casas construídas sobre o mesmo acabam acumulando esse gás em seu
interior. As pessoas que nela residem terão uma maior probabilidade de exposição via
inalação do gás e, consequentemente, um risco maior de desenvolver câncer de pulmão
(SELLINUS, 2005).
Como sua origem é no solo, nos materiais de construção e nas águas
subterrâneas ele acaba sendo liberado para o meio e vai se acumulando nos ambientes
fechados. Por ser 7,58 vezes mais pesado que o ar, ao ser inalado dificilmente será
expelido. A exposição prolongada ao gás radônio ou a altas concentrações leva a
possíveis casos de leucemia, enfisema, fibrose e alteração do material genético das
células pulmonares, podendo levar ao câncer de pulmão (SEVERO, 2011).
O gás radônio (222Rn) inalado passa a emitir sua radiação no interior dos
pulmões, sofre decaimento depositando nos tecidos pulmonares seus isótopos
descendentes (218Po, 214Pb, 214Bi e 214Po), que são emissores alfa, beta e gama. Esses
decaindo chegam ao chumbo-210 (210Pb), que tem meia vida de aproximadamente 22
anos, relativamente longa comparada com a expectativa de vida de uma pessoa, o que
faz aumentar a preocupação, principalmente porque o chumbo-210 (210Pb) pode se
10
depositar nos ossos levando, também, ao desenvolvimento de câncer ósseo. Por serem
elementos metálicos, a sua progênie dificilmente será expelida do organismo
permanecendo como emissores internos de radiação para os tecidos no seu entorno e
vias respiratórias o que pode acarretar em algumas enfermidades, inclusive o câncer de
pulmão.
Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS (WORLD HEALTH
ORGANIZATION – WHO, em inglês), o gás radônio é responsável por 15% dos casos
de câncer de pulmão no mundo (WHO 2009, 2011).
Considera-se, segundo a UNSCEAR (1993), que os níveis aceitáveis do gás
radônio em interiores devem ficar entre 150 e 200 Bq/m3.
Conforme a ICRP (1993), os limites de concentração do gás radônio em
ambientes internos são estabelecidos da seguinte forma: normal, até 200 Bq/m3;
atenção, de 200 a 400 Bq/m3; remediação, de 400 a 600 Bq/m3; e intervenção, acima de
600 Bq/m3.
O limite de 148 Bq/m3 estabelecido pela USEPA (2000), para a concentração do
gás radônio, sugere prática de intervenção em residência, para valores acima desse
limite. A WHO (2009) recomenda, para ambientes internos, que as concentrações sejam
menores que 100 Bq/m3, mas adverte que, na impossibilidade de se manter esse valor,
adota-se como referência o valor de 300 Bq/m3 como limitante.
No Brasil, a NN 3.01 de 2005 (CNEN-NN 3.01, 2010) se aplica a exposição a
fontes naturais cujo controle seja considerado necessário. A Comissão Nacional de
Energia Nuclear - CNEN, por meio da Posição Regulatória 3.01/007 de 2005 (CNEN-
Posição Regulatória, 2010) recomenda nível genérico para avaliação da implementação
de ações de intervenção de 10 mSv/a o que equivale a 300 Bq/m3, segundo a ICRP
(ICRP 106, 2008).
Nos Estados Unidos e na Europa, algumas residências nas quais os níveis de
concentração do gás radônio situados entre 2.000 e 50.000 Bq/m3, têm sido
identificadas com frequência em levantamentos efetuados, enquanto que os níveis
aceitáveis recomendados (IAEA, 2008; ICRP 60, 1991; NRPB, 2009; UNSCEAR,
1993) estão entre 148 e 200 Bq/m3 (CORRÊA, 2011).
Em países onde há monitoramento frequente registrado pela WHO (2009), a
concentração média do gás radônio "indoor" permanece abaixo do estabelecido pela
11
USEPA (2000), 148 Bq/m3 e também, abaixo do estabelecido pela UNSCEAR (2000),
200 Bq/m3.
Observa-se que, no Brasil, nas regiões monitoradas, os valores médios de
concentração de radônio não excedem significativamente a 200 Bq/m3 (CORRÊA,
2011).
2.3 Medições do gás radônio no ar
Dependendo da finalidade da aplicação e da metodologia a ser usada, realiza-se
a definição dos tipos de detectores a serem aplicados. Para obtenção de valores médios
da radiação nos ambientes durante um intervalo de tempo, sem as preocupações com as
flutuações diárias, os detectores do tipo SSNTD adaptam-se bem a situação.
Os medidores passivos estão relacionados com o tempo de amostragem, são
utilizados para medições de alguns dias ou meses, são colocados nos ambientes a serem
monitorados, seguindo alguns critérios relacionados a posicionamento, umidade,
temperatura e pressão. Deve-se procurar posicioná-los de forma a não interferir na
estrutura organizacional e estética do ambiente monitorado.
Um protocolo, ou seja, um guia padronizado orientando as finalidades e
localização das medidas para o radônio, segundo relatório da WHO (2009), tem uma
grande importância na garantia dos testes realizados. Suas especificações devem
envolver: o tipo de detector passivo utilizado, o procedimento de medição aplicado, o
período mínimo recomendado para a medida, padrões de qualidade estabelecidos por
medições laboratoriais, comunicação dos resultados para os responsáveis pelo ambiente
e a conscientização pública.
2.4 Avaliação de incertezas
A incerteza é um parâmetro que caracteriza a dispersão dos valores atribuídos a
um mensurando. O valor que é atribuído à incerteza quer dizer que há um intervalo onde
o resultado varia, com um determinado nível de confiança. Sendo assim, o resultado
deve ser composto de um valor associado ao mensurando, a incerteza característica ao
processo de medição e o nível de confiança adotado.
12
A avaliação de incerteza tem como benefício além de uma maior confiança, a
identificação de pontos fracos nas metodologias adotadas que poderão comprometer sua
qualidade.
Algumas etapas são necessárias para se estimar a incerteza de medição. E estas
são:
� Especificação do mensurando – que consiste na definição do mesurando às
outras grandezas que a ele estão relacionadas.
� Identificação das fontes de incerteza – são classificados e identificados em Tipo
A e Tipo B. Utilizados apenas para avaliar os componentes, pois ambos são
baseados em distribuição de probabilidades. As incertezas do Tipo A, são
obtidas pelo cálculo do desvio padrão de série estatística, enquanto que as do
Tipo B, são obtidas de uma função densidade de probabilidade.
� Quantificação das fontes de incertezas – consiste em quantificar a dimensão dos
componentes de incerteza, obtendo uma incerteza padrão para cada componente
(u).
� Cálculo da incerteza combinada – é a composição quadrática das diferentes
incertezas padrões, através da seguinte equação:
���(y)= �∑ ���� . �� ���
�� � ^2 (2.1)
Em que:
��� (y) = é a incerteza padrão combinada
���� = é o coeficiente de sensibilidade para os componentes de entrada xi
u(xi) = é a incerteza padrão dos componentes de entrada xi
� Cálculo da incerteza expandida – nesta etapa, a incerteza padrão
combinada (uc) é multiplicada pelo fator de abrangência (k), a fim de obter a
incerteza expandida.
2.5 Medidores contínuos
2.5.1 AlphaGUARD
Os medidores/detectores ativos, basicamente, utilizam o princípio da câmara de
ionização, onde o gás radônio é inserido por difusão ou fluxo de ar, dependendo da
forma como é feita a exposição, se de forma espontânea (o medidor é posicionado em
um ambiente ou confinado dentro de câmaras junto com a fonte exaladora de radônio)
ou forçada através de uma bomba de ar (o medidor fica confinado dentro de uma
câmara e a fonte exaladora de radônio fica fora da câmara, interligada por dutos que,
através da bomba de ar, fará circular o gás para dentro da mesma).
Figura 2.1 – Desenho esquemático da câmara de ionização do AlphaGUARD. manual do AlphaGUARD
O princípio de funcionamento deste equipamento se baseia na medição da
atividade alfa do radônio e dos seus produtos de decaimento através de uma
ionização de contagem de pulsos (espectroscopia alfa). A atividade alfa é transferida em
forma de um sinal TTL (Transistor
equipamento, que por meio
concentração de radônio em função
O monitor AlphaGUARD PQ
ativo de aproximadamente 0,5 L e, quando ligad
interior metálico. Ao longo do seu eixo longitudinal possui um eletrodo central de
potencial igual a 0 V. Esse eletrodo é conectado com sinal de entrada d
amplificador. Os sinais processados no pré
circuito eletrônico para digitalização
Os medidores/detectores ativos, basicamente, utilizam o princípio da câmara de
ionização, onde o gás radônio é inserido por difusão ou fluxo de ar, dependendo da
feita a exposição, se de forma espontânea (o medidor é posicionado em
ou confinado dentro de câmaras junto com a fonte exaladora de radônio)
ou forçada através de uma bomba de ar (o medidor fica confinado dentro de uma
câmara e a fonte exaladora de radônio fica fora da câmara, interligada por dutos que,
ar, fará circular o gás para dentro da mesma).
Desenho esquemático da câmara de ionização do AlphaGUARD. – Genitron Instruments)
O princípio de funcionamento deste equipamento se baseia na medição da
atividade alfa do radônio e dos seus produtos de decaimento através de uma
ionização de contagem de pulsos (espectroscopia alfa). A atividade alfa é transferida em
sinal TTL (Transistor-Transistor Logic) ao módulo do contador interno do
por meio de parâmetros de calibração podem determinar a
em função dos pulsos registrados
phaGUARD PQ2000 PRO (Genitron Instruments) tem um volume
ativo de aproximadamente 0,5 L e, quando ligado, apresenta um potencial de +750 V no
interior metálico. Ao longo do seu eixo longitudinal possui um eletrodo central de
potencial igual a 0 V. Esse eletrodo é conectado com sinal de entrada d
amplificador. Os sinais processados no pré-amplificador são transmitidos para um
circuito eletrônico para digitalização, conforme Figura 2.1.
13
Os medidores/detectores ativos, basicamente, utilizam o princípio da câmara de
ionização, onde o gás radônio é inserido por difusão ou fluxo de ar, dependendo da
feita a exposição, se de forma espontânea (o medidor é posicionado em
ou confinado dentro de câmaras junto com a fonte exaladora de radônio)
ou forçada através de uma bomba de ar (o medidor fica confinado dentro de uma
câmara e a fonte exaladora de radônio fica fora da câmara, interligada por dutos que,
Desenho esquemático da câmara de ionização do AlphaGUARD. (Fonte:
O princípio de funcionamento deste equipamento se baseia na medição da
atividade alfa do radônio e dos seus produtos de decaimento através de uma câmara de
ionização de contagem de pulsos (espectroscopia alfa). A atividade alfa é transferida em
Transistor Logic) ao módulo do contador interno do
de parâmetros de calibração podem determinar a
) tem um volume
, apresenta um potencial de +750 V no
interior metálico. Ao longo do seu eixo longitudinal possui um eletrodo central de
potencial igual a 0 V. Esse eletrodo é conectado com sinal de entrada do pré-
amplificador são transmitidos para um
14
O AlphaGUARD é um equipamento portátil projetado para medição instantânea
ou contínua da atividade do gás radônio (222Rn), ver Tabela 2.1. O AlphaGUARD é
utilizado para a medição do gás radônio no meio ambiente, minas, laboratórios e
também para investigações complementares em edifícios, ar, água, solo. Medições de
exalação são realizadas graças a uma vasta gama de acessórios e sondas
externas. Utiliza um "software", o "DataExpert", que realiza a análise e armazenamento
de dados. O modelo PQ2000 PRO, atualizado, também está preparado para medir o
torônio-220 (220Rn) (oriundo da família do Tório). Seu sistema de detecção pode
distinguir entre os dois tipos de gases: radônio-222 (222Rn) e o torônio-220 (220Rn).
Tabela 2.1: Características básicas do detector ativo contínuo AlphaGUARD.
O AlphaGUARD, modelo PQ2000 PRO da Genitron Intruments, usado neste
trabalho, é um monitor capaz de realizar medições instantâneas e contínuas de radônio,
oferecendo uma alta eficiência de detecção e uma ampla faixa de medição (de 2 Bq.m-3
a 2 MBq.m-3). Além da concentração de radônio no ar o AlphaGUARD mede e grava
simultaneamente a temperatura ambiente, umidade relativa e a pressão atmosférica com
sensores integrados, facilitando a interpretação dos resultados obtidos.
2.6 Detectores de Estado Sólido de Traço Nuclear
Detectores Sólidos de Traços Nucleares (SSNTD - Solid State Nuclear Track
Detectors), são materiais com capacidade de registrar danos causados por radiações
nucleares de partículas pesadas (alfa, prótons e fragmentos de fissão) e, devido a sua
simplicidade e baixo custo, são amplamente utilizados nos mais diversos campos da
ciência e tecnologia. Os danos produzidos pela passagem de uma partícula carregada
pesada no material plástico, chamados de traços latentes, apresentam dimensões da
15
ordem de 50 ~ 100 Å. Contudo, com tratamento químico adequado, os traços são
ampliados tornando-se visíveis em microscópio óptico comum.
Existem vários materiais plásticos utilizados para a confecção desses detectores
disponíveis no mercado, os mais tradicionais são: LR-115, Macrofol, CR-39 e LEXAN,
conforme Tabela 2.2.
Tabela 2.2 - Tipos de detectores plásticos.
Os dosímetros são acondicionados em câmaras de difusão que, consistem num
suporte de fibra de carbono, onde são colocados os detectores plásticos policarbonato
LEXAN utilizado para medição do radônio (222Rn), conforme Figuras 2.2 e 2.3. Essas
câmaras são providas de uma atmosfera interna de volume conhecido e compostas por
três partes: corpo formado pelo volume da semi-esfera, provido com rosca externa (tipo
macho); tampa, onde ficam presos um filtro (membrana de fibra de vidro) e o detector;
receptáculo (grade) usado para fixar o detector e o filtro, conforme imagem da Figura
2.2.
Figura 2.2: Câmara de Difusão de radônio.
No KfK (KernforschungsZentrum) da Universidade Karlsruhe na Alemanha
foram desenvolvidos dois modelos de câmara de difusão, que são aplicados para
diversos tipos de SSNTDs, incluindo o Makrofol, o LEXAN e o CR 39 (KHAN, 1993;
apud CARNEIRO, 2012).
O modelo desenvolvido por URBAN (1985) é um dos mais utilizados em
medições indoor, Figura 2.11. Esta câmara possui volume sensível (interno) de 7,1 cm³
16
na forma de uma semi-esfera com 1,5 cm de raio e é composta de uma tampa vazada
para a passagem de ar que é fixada ao corpo da cápsula através de uma rosca ou
pressão; um anel, que serve como suporte para o filtro, e para o detector. A altura do
conjunto montado é de 2 cm e o diâmetro externo é de aproximadamente 4 cm. Para
diminuir a deposição dos produtos de decaimento do 222Rn sobre o detector, a solução
encontrada foi fabricar a câmara com fibra de carbono de alta condutividade elétrica.
Com isso, a deposição dos produtos indesejados (plate-out) no detector será feita
preferencialmente nas paredes da câmara. A Figura 2.3 mostra o interior da câmara de
difusão.
Figura 2.3: Câmara de difusão aberta.
Ao atingir a superfície do detector plástico, a partícula "α" desenvolve
uma série de interações de caráter mecânico e elétrico com a superfície de contato.
Nesse momento do contato, sua energia cinética é transferida para a superfície do
material e a partícula é desacelerada. Por consequência, um ponto de impacto é marcado
durante um intervalo de tempo ínfimo que vai depender da energia da partícula. A
partícula α, ao iniciar o processo de perfuração, por possuir carga positiva, produz
ionização na superfície de contato do material. A partir daí passa a atuar como um
projétil rompendo as ligações moleculares do material, produzindo trilhas latentes, de
acordo com a Figura 2.4.
17
Figura 2.4: Os estágios do processo de formação de trilhas: i) Trajetória da partícula carregada; Estágio ii) Ionização; Estágio iii) Repulsão Coulombiana; Estágio iv) Relaxação do dano (BRITO, 2013).
Ao penetrar no material, segundo BRITO (2013), por ser uma partícula pesada e
com carga elétrica, ioniza as superfícies no seu entorno. Essa ionização é inversamente
proporcional à distância, assim, conforme a partícula penetra no material, sua
velocidade diminui e, consequentemente, ela irá parar em uma determinada
profundidade em relação à superfície do detector. A Figura 2.5 ilustra o estado da região
onde houve a interação com a partícula α.
Figura 2.5: Simulação do dano provocado pela partícula α na estrutura do material do detector. (BRITO, 2013)
A partícula ao atingir o detector plástico penetra com direção aleatória. O ataque
químico/eletroquímico ocorre preferencialmente na região danificada, região de traço
latente. É certo que a velocidade de ataque, ao longo do traço, VAT, será maior em
relação à velocidade no restante da superfície do plástico, VGER, e ao longo de qualquer
outra direção no meio. Essa diferença nas velocidades produz um ângulo mínimo que
um traço deve formar com a superfície do detector plástico para poder ser revelado.
18
Portanto, o ângulo mínimo que um traço deve formar com a superfície do detector
plástico para poder ser revelado é:
VGER/ VAT = sen θmin (Eq. 2.3)
2.6.1 Limite de Energia Crítica de Detecção
O desarranjo na estrutura molecular dos plásticos causado pela passagem de uma
partícula carregada é uma função da energia E da partícula. Dependendo do valor da
energia da partícula incidente, o desarranjo na estrutura molecular do plástico pode não
ser tão intenso que o ataque químico não consiga revelá-lo. Isso significa que os
detectores plásticos são ineficientes para registrar partículas cujas energias se situam em
certa faixa específica. Na Tabela 2.3, são mostrados os limites de energia de partículas
alfa detectáveis para alguns detectores plásticos, limites estes que devem ser
interpretados como um guia, pois dependem das condições de ataque químico, um
destaque é dado para o detector policarbonato LEXAN, usado neste trabalho (RIO
DOCE, 1997).
Tabela 2.3 - Limites de energias de partículas alfa detectáveis para alguns detectores plásticos. Destacando o LEXAN usado neste trabalho (Fonte: RIO DOCE (1997)).
2.6.2 – Revelação química e eletroquímica
Existem basicamente dois métodos utilizados na revelação dos SSNTDs (Solid
State Nuclear Track Detectors): a Chemical Pre Etching (CPE), ou pré–revelação
química, e a Electro Chemical Etching (ECE), revelação eletroquímica.
O equipamento comercial de ECE (Electro Chemical Etching) EEG4 da
EKOTRONIC é composto por um gerador de tensão EEG4 e um módulo de revelação
EER4.
Segundo TOMMASINO (2004), a diferença entre as técnicas de revelação é o
padrão de desgaste (marcação) dos traços. A revelação dos detectores baseia-se,
resumidamente, na retirada de suas películas plásticas (fosca-irradiada e lisa) e
deposição do detector nas células da câmara de revelação química e eletroquímica. A
19
camada lisa não exposta à radiação deve ser deixada para baixo na cuba, pois terá
contato com o gel eletrocardiográfico utilizado na revelação. O equipamento é montado
de tal forma que o detector fica exposto com o lado não irradiado para o gel e com o
outro lado irradiado, a uma solução de hidróxido de potássio (KOH 6N – 80% em
volume) e álcool etílico (C2H5OH - 20% em volume).
Inicialmente o detector fica exposto à solução por um tempo para a pré-
revelação química. O equipamento é ligado, para a revelação eletroquímica, a uma
frequência e tensão, programadas previamente, por um período determinado. Em
seguida, é submetido a uma nova frequência, maior do que a anterior, e uma tensão
menor do que a anterior por um novo período. Após o término dessa etapa, os
dosímetros permanecem durante mais um período nas células até poder ser removido.
As células da câmara são neutralizadas com um produto ácido. O detector é lavado com
água à temperatura ambiente, seco em guardanapo macio e encaminhado para a leitura
dos traços.
Na pré-revelação química há a corrosão da superfície do detector e a ampliação
do diâmetro dos traços latentes. Neste processo, a velocidade de corrosão da superfície é
diferente da mesma na região dos traços. Portanto, se um traço ficar tempo demais sob a
ação da pré-revelação química, este poderá ser apagado enquanto que os demais traços
(de maior energia) vão sendo ampliados e desgastados com o passar do tempo de ataque
químico.
Com a revelação eletroquímica, o processo de corrosão funciona de forma
diferenciada do método anterior. Enquanto que a pré-revelação química apenas prepara
os traços latentes para o próximo passo de revelação, na revelação eletroquímica os
traços são ampliados até a ordem de micrômetro de forma a possibilitar a contagem ao
final do processo.
O detector plástico ainda está em contato com a solução básica. Neste momento
é aplicada uma diferença de potencial. A revelação eletroquímica diferencia as energias
de traços latentes através da dimensão final do diâmetro: quanto menor a energia, maior
o diâmetro que o traço terá ao longo do tempo de revelação, pois foi corroído por um
período de tempo maior (TOMMASSINO, 2004).
Para a revelação eletroquímica dos traços nos detectores plásticos faz-se
necessária uma câmara para revelação que possua uma célula para cada detector,
20
isoladas eletricamente uma da outra. Desta forma, podem ser submetidos ao processo
vários detectores simultaneamente (MELO, 1999; PRESSYANOV, 2001).
Após a revelação eletroquímica, os traços podem ser contados de diversas
maneiras diferentes. Uma das formas, mais comum porém ultrapassada, é a contagem
manual através da utilização de microscopia ótica. Atualmente alguns "softwares" estão
sendo disponibilizados para contagem por imagem obtida por "scanner" a 1200 dpi. Na
Figura 2.6, é apresentada a imagem de detectores do tipo LEXAN revelados. Na Figura
2.7 é apresentada uma ampliação da superfície de um detector.
Figura 2.6 - Detector do tipo LEXAN após revelação eletroquímica e gerada imagem através de scanner para contagem dos pontos. O da esquerda é o revelado sem a contagem e o da direita após a contagem dos pontos.
Figura 2.7 – Imagem ampliada mostrando as marcações, deixadas pelas partículas α, na superfície do detector. (CORRÊA, 2011)
21
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Abordagem metodológica
As técnicas de medição de radônio podem ser classificadas com base em três
características, segundo BASKARAN (2016), como:
(i) se a técnica irá medir o 222Rn ou seus produtos de decaimento;
(ii) resolução temporal envolvida na medição, e
(iii) como será feita a detecção do tipo de emissão resultante do decaimento
radioativo (particulas alfa, beta ou radiação gama).
Neste trabalho, as medições do radônio no ar foram feitas com dosímetros
passivos (plástico policarbonato LEXAN) e um detector contínuo no modo passivo
(AlphaGUARD). O critério adotado na escolha desses detectores/dosímetros foi a sua
ampla utilização em estudos sobre a exposição ao gás radônio, considerando medições
instantâneas e de longa duração.
O AlphaGUARD é considerado um equipamento de referência na medição
instantânea ou contínua do radônio, sendo amplamente usado para medir o 222Rn no
meio ambiente, em minas, laboratórios, e também de forma complementar em estudos
sobre a exposição do 222Rn em residências. Os dosímetros passivos integrativos de
plásticos LEXAN (policarbonato de bisfenol-A), devido ao seu baixo custo e facilidade
de manuseio, são dispositivos muito utilizados na avaliação da exposição ao 222Rn em
residências.
Para criar um ambiente de exposição único, com uma concentração uniforme de
radônio, foram utilizadas câmaras de exposição contendo fontes de exalação de radônio.
Os diferentes tipos de detectores/dosímetros foram colocados dentro destas câmaras
permitindo que os mesmos fossem expostos, de forma controlada, à mesma atmosfera
de gás radônio. Essa estratégia permitiu a comparação entre os resultados obtidos pelos
dois dispositivos.
No fluxograma, mostrado na Figura 3.1, pode ser vista a estrutura e as etapas
realizadas nas medições do radônio no ar.
22
Figura 3.1: Fluxograma das etapas realizadas nas medições do gás radônio.
3.2 Medição de radônio no ar
3.2.1 Detector AlphaGUARD
O detector AlphaGUARD utilizado neste trabalho foi configurado para trabalhar
em modo "contínuo passivo", com ciclos de atualização a cada dez minutos. Apesar
deste equipamento possibilitar o seu uso no modo fluxo, i.e., quando é conectado a uma
bomba de ar, que força a passagem do gás pela sua câmara de ionização, optou-se por
utilizar este detector em modo difusão, quando a entrada do gás na câmara de ionização
é feita de forma espontânea, conforme mostrado na Figura 3.2. Essa estratégia foi
escolhida para facilitar a comparação dos resultados obtidos por este equipamento com
os dosímetros passivos de plástico policarbonato LEXAN.
23
(a) (b)
Figura 3.2: Entrada da câmara de ionização do AlphaGUARD no modo difusão (a) e (b). Observa-se que a entrada lateral direita (entrada da câmara de ionização) foi deixada livre, protegida apenas pelo filtro, que é intrínseco ao equipamento e pela grade de proteção.
Depois de configurado, o AlphaGUARD foi colocado dentro da câmara de
exposição junto com os dosímetros passivos, onde permaneceram, com alimentação
externa de energia através de conexões intrínsecas das câmaras.
Passado o período de exposição, a câmara foi aberta, o AlphaGUARD foi
retirado do interior da mesma e os dados das medições foram extraídos para uma
planilha "Excel" para análise.
3.2.2 Dosímetro passivo de policarbonato LEXAN
Os detectores de estado sólido de traços nuclear, conhecidos como SSTD (Solid
State Nuclear Track Detectors), são poderosos dispositivos para registrar a assinatura
radioativa primária da emissão de partículas alfa, possibilitando o desenvolvimento de
métodos simples e quantitativos de medição do gás radônio (222Rn) (BASKARAN,
2016)..
SSTDs são dispositivos pequenos compostos por um substrato plástico (material
celulósico ou policarbonatos) colocado dentro de uma câmara de difusão coberta por um
filtro que impede a entrada dos produtos de decaimento do radônio. Os primeiros
substratos a serem utilisados foram os materiais celulósicos tais como nitrato de
celulose (LR 115, CN 85) e butirato de acetato de celulose. Subsequentemente, outros
materiais também foram testados como substrato como os policarbonatos tais como
policarbonato de bisfenol-A, i.e., LEXAN e carbonato de alil-diglicol, CR-39 (Fleischer
1988).
24
Nesse trabalho foi utilizado detector plástico de policarbonato LEXAN, em
função do seu baixo custo e baixa sensibilidade à umidade, à temperatura e ao
"background" beta e gama (CORRÊA, 2011).
Os detectores de plástico policarbonato LEXAN foram acondicionados nas
câmaras de difusão. As partes e o esquema de montagem da câmara de difusão do
detector de plástico LEXAN são mostrados na Figura 3.3.
Figura 3.3: i) Partes da câmara de difusão do dosímetro LEXAN: (a) Filtro de fibra de vidro; (b) plástico policarbonato LEXAN; (c) Tampa da câmara; (d) Grade de contenção do filtro e LEXAN e (e) Câmara de fibra de carbono com interior em meia esfera. ii) Esquema da Câmara de Difusão de radônio. (Fonte: MELO, 2001).
O lado sensível, às partículas alfa do detector foi recoberto com uma película
opaca e fina. O detector foi posicionado e fixado na estrutura interna da tampa da
câmara de difusão, junto com um disco de filtro de fibra de vidro, voltado para o
volume interno da câmara de difusão. O lado menos sensível, recoberto com uma
película mais espessa e brilhante ficou voltado para o filtro de fibra de vidro, conforme
mostra a Figura 3.4. As membranas permaneceram nos dosímetros durante a exposição.
Figura 3.4: Esquema da montagem da Câmara de Difusão de radônio. (a) colocação do filtro de fibra de vidro, borosilicato, na tampa; (b) colocação do dosímetro plástico sobre o filtro com sua face menos sensível voltada para o mesmo; (c) a grade que irá fazer a contenção do dosímetro na tampa. (Fonte: MELO, 2001)
Após a montagem, todos os dosímetros foram etiquetados e identificados. Em
seguida foram embalados em material especial (aluminizado), para evitar a exposição
25
ambiente antes de serem posicionados dentro das câmaras, evitando assim,
contribuições para o aumento do “background”.
Passado o período de exposição, as câmaras de difusão de radônio foram
desmontadas e os dosímetros LEXAN foram retirados. A membrana do lado menos
sensível foi removida e foi feita identificação, com estilete, diretamente na borda do
plástico, uma vez que este lado não sofreu ataque das partículas alfa. Desse modo o
dosímetro ficou pronto para o ataque eletroquímico para a intensificação e posterior
identificação dos danos causados pela radiação alfa.
O equipamento usado no processo de intensificação dos traços deixados pela
radiação alfa via ataque eletroquímico, foi o ECE (Electro Chemical Etching)
EKOTRONIC Ltd, modelo EEG4/EER4 (descrito no item 2.7.2). A Figura 3.5 mostra a
estrutura básica de composição e montagem desse equipamento.
Figura 3.5: Electro Etching Generator (gerador eletroquímico), composto pelo: (a) módulo de controle de frequência, tensão e temperatura; (b) bandeja de aço inox onde são colocados os dosímetros; (c) gabarito para anéis de silicone; (d) anéis de silicone; (e) placa de acrílico colocada sobre o gabarito e anéis de silicone para produzir estanqueidade; (f) placa de circuito eletrônico. Equipamento do laboratório de radônio da Divisão de Análises Ambientais DIRAD – IRD/CNEN.
3.2.2.1 Revelação dos traços deixados pelas partículas alfa
O processo de revelação dos traços dos detectores LEXAN baseia-se na
revelação eletroquímica através de um ataque com solução de KOH 6N 80% etanol a
20% v/v, sob tensão elétrica de 100 a 800 V e frequência de 1 a 8 KHz, conforme
descrito no “Procedimento para Método de Ensaio da Divisão de Análises Ambientais
DEPRA / IRD / CNEN” (MELO, 2001).
Após a exposição, os dosímetros LEXAN foram dispostos nas células da câmara
de revelação eletroquímica do ECE, tomando o cuidado de remover a película
(membrana de Mylar) do lado irradiado desses dosímetros, i.e., o lado que recebeu o
26
ataque das partículas alfa. Esse sistema foi montado de tal forma que a parte não
irradiada do dosímetro LEXAN ficou para baixo em contato com o gel
eletrocardiográfico utilizado na revelação, e a parte irradiada ficou para cima. Para
facilitar o ataque químico e a estanqueidade do sistema, foram usadas 2 placas de
acrílico perfuradas sobre a parte irradiada do dosímetro. Em cada furo da 1ª placa foi
colocado um anel de silicone, de forma a produzir uma pequena cavidade, por onde o
composto químico foi inserido. Por cima da 1ª placa foi colocada outra placa de acrílico,
um pouco mais espessa que a anterior e com furos menores, de forma a permitir a
injeção do composto químico de KOH em cada célula. Essas placas foram fixadas por
meio de porcas nos parafusos fixos da placa de aço inox do ECE para comprimir os
anéis de silicone e proporcionar a estanqueidade do sistema.
Em seguida, cada célula foi preenchida com solução de KOH (potassa alcoólica)
a 80 % v/v. Posteriormente, por cima dessa última placa de acrílico, foi colocada a placa
de circuitos elétricos com conexão em cada célula. Esta placa também foi fixada através
de parafusos da placa de aço inox do ECE, e em cada uma das conexões foi introduzido
um eletrodo com ponta em formato de agulha para alcançar a solução de potassa
alcoólica e produzir a corrente elétrica no composto intensificando, assim, o ataque
corrosivo na superfície do dosímetro.
Concluída a montagem das placas, o estabilizador de voltagem foi ligado e o
gerador de frequências foi programado para dois estágios para o ataque eletroquímico,
de acordo com a Tabela 3.1.
Tabela 3.1 – Programação de tensão, frequência e tempo do gerador de frequências do ECE.
Um teste para avaliação da integridade da montagem do sistema foi feito antes
de iniciar o ataque eletroquímico e mostrou que o sistema estava estável.
Para otimizar o processo de ataque eletroquímico um tempo de pré-ataque de
trinta minutos foi considerado ideal, antes de iniciar o ataque eletroquímico por duas
horas, de acordo com a Tabela 3.3. Os tempos usados para o pré-ataque químico e o
27
ataque eletroquímico na revelação dos dosímetros LEXAN estão descritos no
“Procedimento para Método de Ensaio” do Laboratório de Radônio da Divisão de
Radioproteção Ambiental e Ocupacional – DIRAD – IRD/CNEN (MELO, 2001) e foi
considerado aceitável em testes realizados previamente para avaliar a eficiência dos
resultados produzidos na revelação dos dosímetros LEXAN.
Após o ataque eletroquímico iniciou-se o procedimento de extração da potassa
alcoólica de cada célula com a ajuda de uma seringa. Em seguida, foi injetado em cada
uma das células ácido acético a 10% v/v, para neutralizar os mols de potassa alcoólica
restantes nas células. Na sequência, foi retirado o ácido acético e foi feita a lavagem
com água destilada.
Os dosímetros foram recolhidos, lavados com água corrente e secados com
guardanapos macios.
A contagem dos traços foi feita com a ajuda de um "software" gráfico e
contagem manual na tela do computador baseada nas imagens geradas pelos dosímetros
LEXAN, após ataque eletroquímico (imagens obtidas por "scanner" resolução de 1200
dpi). A área de 1 cm2 em cada detector foi considerada como uma área útil que permitiu
uma boa varredura feita com o auxílio do software “Traços” de contagem de pontos e
complementado com contagem visual.
As imagens com os pontos contados foram armazenadas junto com o as imagens
iniciais, em arquivo eletrônico.
Para o cálculo da concentração de traços por cm2 foi utilizada a equação 3.1:
(Eq. 3.1)
Em que:
S � Sensibilidade ou fator de calibração, dada por (traços . cm-2) / (kBq . d . m-3).
A � área contada (1 cm2).
t � período de exposição em dias.
A sensibilidade às partículas alfa na câmara de difusão ou fator de calibração do
detector se refere à linearidade entre a exposição e o número de traços (densidade de
28
traços) observados nos detectores (URBAN et al., 1985). A sensibilidade ou fator de
calibração corresponde ao coeficiente angular da reta abaixo:
d = S . E ± PIV (Eq. 3.2)
∴ S = �± ���
� (Eq. 3.3)
Em que:
E � Exposição, medida em (kBq. d. m-3).
d � É a densidade líquida de traços, dado por (traços/cm2).
S � Sensibilidade ou fator de calibração, dada por (traços . cm-2) / (kBq . d . m-3).
PIV � Ponto de Intersecção com o Eixo Vertical.
3.3 Calibração e comparação dos resultados
3.3.1 Calibração
A WHO (2009) afirma que todas as entidades (agências governamentais,
empresas, universidades e etc.) que executam serviços de medição de radônio e de seus
produtos de decaimento devem estabelecer e manter um programa de garantia da
qualidade. Na elaboração desses planos para garantia da qualidade das medições, a
obtenção das eficiências dos sistemas utilizados é uma etapa fundamental.
A calibração de qualquer instrumento de medição é de vital importância para a
garantia da qualidade dos resultados obtidos, conferindo confiabilidade ao método
científico utilizado. Procedimento de calibração corresponde a um conjunto de
operações destinadas a fazer com que as indicações de um instrumento correspondam a
valores pré-estabelecidos das grandezas a medir. Tal processo garante a rastreabilidade
das medições, reduz a variação das especificações técnicas dos produtos além de
identificar e prevenir determinados defeitos.
O procedimento de verificação da calibração do detector AlphaGUARD®
baseou-se na exposição do detector à fontes padrões de 226Ra, as quais produzem gás
radônio em sua desintegração. Tais fontes, uma modelo 2000A, da PYLON, e a outra,
NIST standad reference material (SRM 4968), são ideais para aplicações que exigem a
29
dispersão passiva do radônio no ambiente, de modo que a concentração do interior da
câmara permaneceu constante ao longo do experimento.
O processo de calibração foi feito em duas etapas através de duas fontes padrão,
uma de baixa atividade (SRM 4968) e outra de alta atividade (PYLON 2000A). Essas
fontes foram colocadas na câmara de emanação com o intuito de produzir ambiente com
concentração conhecida de radônio.
Este procedimento foi realizado no Laboratório de Radioatividade Natural -
LRN - do Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear (CDTN/CNEN).
Na câmara de emanação com baixa concentração do gás radônio (com
capacidade de 100,1 litros) foram expostos 05 dosímetros de LEXAN e um
AlphaGUARD de procedência do IRD. Enquanto que na câmara de emanação com alta
concentração do gás radônio (com capacidade de 210,5 litros) foram expostos 10
dosímetros de plástico LEXAN e dois AlphaGUARD de procedências diferentes, um do
IRD e outro do CDTN.
A utilização de dois monitores contínuos (AlphaGUARD) no procedimento de
calibração com alta concentração de atividade, serviu apenas de comparação, uma vez
que esse tipo de detector produz resultados imediatos. Ver Figura 3.6.
Figura 3.6: Montagem e organização dos dosímetros passivos e dos AlphaGUARDs na câmara de emanação de radônio, no Laboratório de Radioatividade Natural - LRN - do Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear (CDTN/CNEN).
A fonte NIST (SRM 4968) consiste em um sal de 226Ra encapsulado em um recipiente de
vidro fechado com controles reguláveis que permitem a liberação do gás radônio por
fluxo de ar conduzido, do seu interior para a câmara de emanação. O radônio acumulado
no interior do recipiente foi transferido, por fluxo forçado por uma bomba de ar, para o
30
interior da câmara de emanação. A Figura 3.7 apresenta o modelo da fonte (458 Bq)
utilizada.
Figura 3.7: Fonte padrão de 226Rn NIST - SRM 4968 utilizada na calibração.
A fonte PYLON 2000A da Pylon Eletronics Inc, com atividade de 3379 Bq
consiste em um sal de 226Ra contido em um recipiente blindado com tampa de vedação
tipo rosca. Esse tipo de tampa permite promover a abertura e fechamento do sistema
para a liberação do gás 222Rn, não permitindo vazamento do mesmo. Esse padrão foi
posicionado com a tampa aberta no interior da câmara de emanação que foi fechada
hermeticamente de forma a não permitir fuga do gás de seu interior para o meio externo.
A Figura 3.8 apresenta o modelo da fonte de alta atividade utilizada.
Figura 3.8: Fonte padrão de 226Rn PYLON modelo 2000A de 3379 Bq, utilizada na calibração.
Os equipamentos de detecção de radiação foram preparados no interior das
câmaras. Os dois aparelhos AlphaGUARD foram configurados para a função de 10
minutos-DIFF (modo de difusão do equipamento). Os dosímetros passivos de plástico
LEXAN e o AlphaGUARD foram organizados no interior da câmara de acordo com a
Figura 3.6.
31
Medições prévias de "background" (BG) do equipamento AlphaGUARD, do
IRD, foram realizadas em sistema fechado para a calibração de baixa e alta atividade.
Um total de 06 dosímetros de plástico LEXAN, foram separados, com o objetivo de
obter o valor de concentração de radônio referente ao "background".
Os valores fornecidos instantaneamente pelos AlphaGUARD também foram
verificados por meio de um computador externo com o "software" "DataExpert" através
da conexão de cabo de dados à porta de dados localizada nas tampas das câmaras de
emanação. A Figura 3.9 mostra a montagem experimental.
Figura 3.9: Montagem das câmaras de emanação, a esquerda a de baixa atividade e a direita a de alta atividade, no Laboratório de Radioatividade Natural - LRN - CDTN, para criar atmosfera de concentração de radônio em seu interior. Um notebook foi conectado às câmaras para o acompanhamento da concentração do radônio em seus interiores.
A fonte padrão de 226Ra (SRM 4968) de baixa atividade, gerou uma
concentração do gás radônio dentro da câmara de emanação de aproximadamente, 4575
Bq/m3. O gás radônio foi conduzido da fonte padrão para a câmara através de
mangueiras de "Tygon", acopladas as mesmas. O gás radônio gerado, pelo decaimento
do 226Ra dentro do recipiente de vidro foi transferido para o interior da câmara através
de uma bomba de ar. A câmara foi fechada hermeticamente sem perturbações ou
distúrbios por 12 horas, antes da liberação da fonte de rádio. Durante esse tempo o
AlphaGUARD registrou os valores de "background" dentro da câmara de emanação.
Após o período de 12 horas, uma bomba de ar foi ligada com fluxo 0,5 L/min
por 15 minutos, permitindo que o ar expelido pela bomba entrasse no bulbo de vidro da
fonte de 226Ra e direcionasse o radônio gerado pela fonte para o interior da câmara. Em
seguida, a bomba de ar foi desligada, as válvulas da fonte e da câmara foram fechadas,
32
as mangueiras desconectadas e a câmara permaneceu fechada por mais 15 horas para
que as medições de concentração de radônio fossem obtidas pelos equipamentos
passivos e contínuos dispostos na câmara de emanação.
Ao final do processo de medição, a câmara foi aberta no ambiente do laboratório
e um exaustor fez aspiração do ar do local, para que o radônio liberado da câmara fosse
forçado a sair e conduzido para o lado de fora do laboratório.
Procedimento análogo se deu para a exposição na câmara de emanação de alta
concentração do gás radônio. A fonte padrão usada foi passiva e permaneceu aberta e
dentro da câmara junto com os medidores passivos de plástico LEXAN e o monitor
contínuo AlphaGUARD. O período de exposição dos detectores foi de 41 horas
contínuas.
Os dosímetros passivos de plástico LEXAN foram recolhidos e acondicionados
em envelopes de material revestido com alumínio, para evitar contato com o meio e
revelados no Laboratório de Radônio da Divisão de Análises Ambientais DIRAD –
IRD/CNEN, a revelação seguiu os procedimentos descritos no item 3.2.3.1.
A calibração com a fonte padrão de alta atividade teve como objetivo
complementar os dados de densidade de pontos, obtidos com a calibração de baixa
atividade, para a confecção do gráfico do "fator de calibração" para os dosímetros de
plástico LEXAN.
Os dados do AlphaGUARD foram transferidos para uma planilha Excel em um
computador e analisados posteriormente.
No ANEXO I é apresentada a relação de equipamentos utilizados na
determinação da calibração.
3.6 Ferramentas estatísticas
Além da estatística descritiva que foi usada para apresentar as concentrações de
radônio no ar e a sua variabilidade, um teste de hipótese foi empregado para identificar
a significância estatística da diferença das médias da concentração de radônio no ar
medido pelos dois AlphaGUARDS, do IRD e do CDTN. Apesar desses dados terem
falhado no teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov, foi assumido a hipótese de
normalidade dos dados em função da análise dos histogramas das distribuições de
33
frequências das concentrações médias de radônio medidas pelos monitores AG-IRD e
AG-CDTN (ver Figura 3.10 a 3.11). É possível observar que os dados seguem uma
distribuição normal a log-normal, conforme reportado por outros autores (QUARTO et
al., 2015). O teste paramétrico utilizado foi o teste t, e o nível de significância adotado
foi de 5% (p< 0,05). As análises estatísticas foram realizadas com o auxílio do
programa SPSS, versão 20.
Figura 3.10: Histograma da distribuição de frequência dos dados de medição de concentração de 222Rn com o AG-CDTN.
Figura 3.11: Histograma da distribuição de frequência dos dados de medição de concentração de 222Rn com o AG-IRD.
34
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 Considerações gerais
Estabelecer a eficiência do sistema de medição de radônio para os dosímetros
passivos e monitor contínuo previamente em um ambiente controlado, é uma etapa
fundamental para garantir a qualidade dos resultados obtidos em medições de campo,
minimizando possíveis falhas e erros.
Conforme descrito no item 3.4.1 (capítulo 3), foram utilizadas fontes padrões de 226Ra geradoras de 222Rn, em ambiente controlado, para verificação da calibração do
detector AlphaGUARD e para determinação do "fator de calibração", para os
dosímetros plástico LEXAN.
O resultado do procedimento de calibração será apresentado em detalhes nos
itens 4.2 a 4.4.
4.2 Verificação da calibração do detector contínuo AlphaGUARD
Apesar do detector AlphaGUARD ser um medidor de Rn com certificado de
calibração do fabricante, a sua calibração foi verificada através da comparação dos
resultados obtidos com padrões de referência em uma câmara de calibração conforme
descrito no capítulo 3 (seção 3.3.1.). O resultado dessa verificação para a fonte de 3379
Bq é apresentado na Tabela 4.1.
Tabela 4.1 – Comparação entre o valor médio da concentração de 222Rn medido pelo AlphaGUARD e a concentração de 222Rn esperada dentro da câmara de calibração proveniente da fonte de 226Ra com atividade nominal de 3379 Bq.
35
O resultado alcançado mostra que o detector AlphaGUARD conseguiu medir de
forma adequada a concentração de Rn-222 dentro da câmara de calibração atingindo
uma eficiência de medição de 92,5% comparada com a concentração hipotética
esperada proveniente da fonte de 3379 Bq. A perda de 7,5% no desempenho do detector
AlphaGUARD deve estar associada, não ao mal funcionamento deste equipamento, mas
a diminuição da concentração de Rn da fonte até a sua detecção pelo monitor.
Além de verificar a calibração do detector AlphaGUARD (AG-IRD) utilizado
neste trabalho, este equipamento foi confrontado, a título de simples comparação da
paridade dos resultados, com o AlphaGUARD do CDTN (AG-CDTN), também com
certificado de calibração do fabricante. A Figura 4.1, mostra a relação das medições de
concentração de radônio por esses dois equipamentos dentro da câmara de 210,5 litros
com a fonte de 3379 Bq. Os registros dessas medições estão no Anexo II.
Figura 4.1: Relação de medições de concentração do 222Rn com os AlphaGUARD do CDTN e do IRD.
É possível observar uma boa relação de paridade nas medições da concentração
do radônio durante o período de exposição. As medições apresentaram resultados
próximos mostrando que a concentração no interior da câmara se desenvolveu de forma
homogênea. O valor médio medido com o AlphaGUARD do IRD foi 3,6% maior que o
valor médio medido com o AlphaGUARD do CDTN (147376 vs 14919 Bq/m3, t=-9,01,
p=0,001). O gráfico "Boxplot" da Figura 4.2 mostra a relação das medidas de
concentração de radônio para os dois AlphaGUARD (CDTN e IRD).
36
Figura 4.2: Comparação das medições de concentração de radônio realizadas com os AlphaGUARD do IRD e CDTN.
Uma vez que o detector AlphaGUARD do IRD está devidamente calibrado, ele
foi usado como referência na calibração do detector plástico LEXAN.
4.3 Calibração do detector plástico LEXAN
O fator de calibração, para os dosímetros de plástico policarbonato LEXAN foi
determinada pela calibração em baixa e em alta concentração da forma descrita no item
3.2.2.1 (capítulo 3). A primeira etapa deste trabalho foi a determinação da exposição
(com base nas medições obtidas com o AlphaGUARD para as fontes de baixa e alta
atividades) e das densidades de traços obtidas pelos dosímetros LEXAN. Esses
resultados são apresentados na Tabela 4.2.
Tabela 4.2 – Valores das densidades de traços e exposições para a determinação da "sensibilidade" ou "fator de calibração" para o dosímetro de plástico LEXAN.
37
Com as informações da Tabela 4.2 foi construído o gráfico de regressão linear
simples (Fig. 4.3), onde os dados foram ajustados de forma a se obter a equação da reta
e o coeficiente de determinação (R2) que indica quanto o modelo de regressão linear foi
capaz de explicar os dados analisados. Observa-se que o modelo de regressão linear
conseguiu explicar praticamente 100% dos dados analisados.
A relação entre a densidade de pontos e a exposição (Fig. 4.3) foi usada para
determinar o fator de calibração ou sensibilidade, usado no cálculo da concentração de 222Rn para o dosímetro de plástico policarbonato LEXAN.
Figura 4.3: Gráfico do fator de calibração para o dosímetro LEXAN.
Assumindo a linearidade entre a exposição ao radônio e a densidade de traços
encontrados (Figura 4.3), o fator de calibração ou sensibilidade é representado pelo
coeficiente angular da equação da reta, que neste caso assume a forma da Eq. 4.1
O gráfico da Figura 4.3, mostra o fator de calibração representado pela letra "a"
na equação da reta y = a . x + b:
y = 32,34.x + 475,41 (Eq. 4.1)
Onde valor do "fator de calibração" encontrado foi de 32,34 (traços.cm-2) /
(kBq.d.m-3).
O valor do fator de calibração ou sensibilidade encontrado neste trabalho foi o
dobro do fator amplamente usado na literatura de 16,2 (traços.cm-2)/(kBq.d.m-3)
(URBAN, et al. 1985). Este fator foi obtido ajustando os resultados das calibrações de
38
diferentes laboratórios (BGA em Neuherberg na Alemanha, EML em New York nos
EUA, NRPB em Didcot na Inglaterra e KfK em Karlsruhe na Alemanha) pelo método
dos mínimos quadrados (Figura 4.4). A diferença encontrada pode estar relacionada
tanto ao número de dosimetros usados no experimento de calibração, como também a
ampla faixa de exposição, ambas superiores ao usado neste trabalho de dissertação.
Figura 4.4 – Experimento de calibração para obtenção do fator de sensibilidade (Fonte: URBAN, et al., 1985).
O fator de calibração de 32,34 (traços.cm-2)/(kBq.d.m-3) foi aplicado na Eq. 3.1,
apresentada no ítem 3.2.2.1 (capítulo 3), para a determinação dos valores de
concentração de radônio (222Rn) com fontes padrão de baixa e alta atividade, registrados
pelos detectores de plástico LEXAN.
A Tabela 4.3 mostra, como exemplo, os dados usados na determinação das
concentrações com a fonte de alta atividade.
39
Tabela 4.3 – Dados usados para a determinação das concentrações de 222Rn registrados na calibração com fonte de alta atividade (3,376 KBq) para o LEXAN.
Conforme descreve a Eq. 3.1 do item 3.2.2.1 (capítulo 3), a concentração está
relacionada de forma direta e linear com a quantidade de traços por centímetro
quadrado. Ou seja, quanto maior a quantidade de traços contados na superfície de 1 cm2
do detector (densidade de traços), maior também será a concentração medida pelo
mesmo.
4.4 Comparação do desempenho do detector contínuo AlphaGUARD e passivo
LEXAN
Os mostra os resultados das médias das concentrações de 222Rn obtidas com os
detectores passivos de plástico policarbonato LEXAN e o monitor contínuo
AlphaGUARD no procedimento de calibração são compatíveis e mostram uma boa
correspondência. Mostrando que tanto o AlphaGUARD quanto o LEXAN foram
capazes de medir de forma adequada a concentração de radônio dentro da câmara de
emanação.
Tabela 4.4 – Médias das concentrações de 222Rn obtidas na calibração, com os respectivos fatores de correção.
40
5. CONCLUSÃO
1) Os resultados do experimento de calibração dos detectores passivos de plástico
policarbonato LEXAN e monitor contínuo AlphaGUARD usando fontes
rastreadas/calibradas de baixa (458 Bq) e alta (3379 Bq) atividades, conseguiram
produzir resultados consistentes. As concentrações medidas pelo LEXAN e
AlphaGUARD, 15093,0 ± 2263,9 Bq/m3 e 14839,0 ± 1067,7 Bq/m3, respectivamente,
se sobrepõem considerando suas incertezas, em relação a exposição com a fonte padrão
de alta atividade, o que demonstra .
2) O experimento de calibração confirmou a calibração do AG-IRD com uma eficiência
de 92,5%. Esta foi considerada satisfatória uma vez que a perda de 7,5% na eficiência
de medição deve estar relacionada com o posicionamento do monitor no interior da
câmara e/ou possível diminuição da concentração de radônio no interior da mesma,
dificultando a detecção do gás radônio pelo monitor contínuo AlphaGUARD.
3) A calibração do AG-IRD foi verificada comparando os resultados com padrões de
referência, conforme descrito no capítulo 3. Para reforçar a verificação da calibração do
AG-IRD, seus resultados foram confrontados com os resultados do AG-CDTN, ambos
inseridos na mesma câmara com a mesma fonte padrão (capítulo 4). Os resultados
mostraram uma boa relação de paridade (147376 vs 14919 Bq/m3, t=-9,01, p=0,001)
entre as medições das concentrações médias registradas pelos dois AplhaGUARDs. A
análise dos histogramas das distribuições de frequências das concentrações médias de
radônio referente aos AG-IRD e AG-CDTN indicou a normalidade dos dados, apesar do
teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov ter falhado nesta indicação.
4) O fator de calibração ou sensibilidade obtido neste estudo de 32,34 (traços.cm-
2)/(kBq.d.m-3) foi o dobro do fator amplamente usado na literatura de 16,2 (traços.cm-
2)/(kBq.d.m-3) (URBAN, et al. 1985). Isto se deve ao fato que pode estar relacionada
tanto ao número de dosimetros usados no experimento de calibração, como também a
ampla faixa de exposição. O tempo também pode ter sido um fator de influência para
este resultado, a literatura relacionada com o assunto tem confirmado que o tempo e
41
exposição possuem relação direta. Apesar da diferença da sensibilidade medida e
apresentada neste trabalho em relação à literatura, o LEXAN apresentou uma eficiência
de 94,1%
5) Os resultados apresentados pelo AlphaGUARD confirmam, sua eficácia já
estabelecida em medições do gás radônio no ar, em baixas e altas concentrações e sua
versatilidade para monitoramento ambiental, devido a sua robustez para trabalhos em
campo, exatidão e reprodutibilidade das medições, estabilidade e incerteza compatível
com a grandeza analisada. O LEXAN também apresentou bom resultado com eficiência
equivalente a do AlphaGUARD, o que permite resaltar sua boa qualidade para aplicação
em monitoramento ambiental de radônio.
42
6. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Devido a relevância dos programas de intercomparação nos quais se usam
medições simuladas em ambientes controlados, é interessante que trabalhos de
confrontação e atualização de fatores sejam realizados envolvendo mais detectores, afim
de proporcionar maior conhecimento das suas eficiências e suas características para o
aprimoramento constante das medições de 222Rn no ar. Assim como, envolver mais
instituições que estejam relacionadas com o tema, na realização das intercomparações,
agrega confiabilidade às técnicas de medição de radônio no ar e proporciona
transferência de conhecimento do assunto.
43
ANEXO I
Instrumentação geral
Seguindo as diretrizes apontadas no fluxograma, apresentado anteriormente, a
instrumentação utilizada na calibração foi:
• 25 dosímetros de plástico policarbonato LEXAN com câmaras de difusão, filtro
de fibra de vidro e tela de contenção, para exposição e "Background";
• 01 fonte padrão de rádio (226Ra) referenciado pelo NIST, de 0,458 kBq e uma
fonte padrão da PYLON ELECTRONICS, de 3,376 kBq;
• 01 bomba de ar com fluxo de 0,3 L/min, 0,5 L/min e 1 L/min;
• 02 câmaras de concentração de radônio em aço inox, com cooler, conexões
elétrica e de dados e janelas de observação, uma de 101,1 L e outra de 210,5 L,
respectivamente, para baixa e alta concentração;
• 02 medidores/detectores de radônio de medição contínua e no modo passivo,
AlphaGUARD PQ2000 PRO, sendo um do IRD e outro do CDTN, com
software de análise "DataExpert".
44
ANEXO II
Lista de dados do AlphaGUARD e dosímetro de plástico LEXAN da calibração
com alta concentração de atividade.
Concentração 222
Rn (KBq/m3)
AlphaGUARD
IRD
Error
(kBq.m-3
)
Concentração 222
Rn (KBq/m3)
AlphaGUARD
CDTN
Error
(kBq.m-3
)
Concentração
Alta Ativ.
(kBq/m3)
Error
(kBq.m-3
)
0,141 0,035 0,482 0,078 7,935 0,237
3,488 0,228 3,920 0,258 6,773 0,174
8,256 0,468 8,576 0,484 6,143 0,397
12,800 0,712 12,032 0,672 7,167 0,035
14,400 0,844 13,760 0,816 8,093 0,029
15,040 0,884 14,784 0,856 7,246 0,007
14,464 0,900 16,000 0,960 6,773 0,017
15,552 0,996 14,400 0,952 6,084 0,418
16,128 1,048 14,848 1,000 9,176 0,672
14,784 1,024 14,272 1,008 14,208 1,048 14,848 1,040 16,000 1,128 14,848 1,056 15,296 1,104 14,080 1,048 14,400 1,080 15,168 1,080 14,784 1,104 14,464 1,080 14,144 1,104 14,720 1,088 15,232 1,128 12,928 1,032 15,488 1,144 13,824 1,064 13,952 1,096 14,144 1,072 16,192 1,176 14,144 1,080 15,360 1,184 15,488 1,128 15,552 1,168 15,424 1,144 15,040 1,168 14,144 1,096 15,360 1,176 13,440 1,080 14,656 1,168 13,696 1,080 14,016 1,128 14,656 1,112 15,616 1,176 15,680 1,152 14,848 1,160 15,168 1,136 14,656 1,136 14,208 1,112 14,656 1,176 15,488 1,152 15,040 1,168 14,144 1,128 15,680 1,168 15,040 1,136 15,104 1,152 13,312 1,080 14,272 1,136 13,632 1,080 14,272 1,136 13,440 1,080 14,848 1,160 15,168 1,136
45
14,400 1,136 14,336 1,112 15,168 1,160 13,056 1,072 14,720 1,144 13,248 1,064 15,040 1,152 13,312 1,072 14,656 1,152 14,400 1,096 14,528 1,144 14,720 1,112 14,784 1,136 13,952 1,088 14,912 1,160 13,760 1,080 15,616 1,184 14,400 1,104 14,208 1,136 13,312 1,088 15,360 1,168 15,616 1,136 15,808 1,192 14,144 1,096 14,656 1,152 14,336 1,104 15,424 1,168 14,336 1,104 14,336 1,144 13,568 1,088 15,232 1,168 14,336 1,096 13,568 1,128 14,272 1,112 14,592 1,136 13,696 1,088 16,640 1,208 14,528 1,104 14,848 1,168 14,656 1,104 14,080 1,136 14,592 1,120 14,848 1,152 14,784 1,136 15,552 1,176 14,144 1,104 14,208 1,128 13,760 1,080 15,808 1,176 13,312 1,064 14,912 1,152 15,488 1,136 14,272 1,136 13,568 1,080 14,912 1,168 15,040 1,120 14,656 1,160 14,848 1,136 14,720 1,152 13,888 1,088 14,272 1,136 15,744 1,160 15,424 1,184 14,336 1,112 15,296 1,176 14,144 1,104 13,632 1,104 13,056 1,056 14,528 1,128 13,632 1,080 15,744 1,168 14,144 1,088 13,952 1,120 13,760 1,080 15,424 1,160 13,696 1,080 14,976 1,144 14,080 1,088 15,552 1,184 13,696 1,080 15,488 1,184 14,848 1,120 13,440 1,104 14,784 1,112 14,464 1,136 14,272 1,104 16,640 1,208 14,016 1,096 14,976 1,168 12,992 1,048
46
16,192 1,192 14,016 1,080 14,464 1,136 14,144 1,080 15,872 1,200 15,360 1,144 14,592 1,152 14,848 1,128 14,528 1,152 14,144 1,112 16,000 1,176 14,656 1,112 15,616 1,192 13,888 1,096 12,736 1,096 13,376 1,072 14,592 1,136 14,656 1,104 15,424 1,184 15,360 1,120 16,064 1,200 14,272 1,104 14,400 1,144 14,080 1,088 14,336 1,128 14,592 1,128 14,528 1,136 14,208 1,104 14,400 1,144 15,040 1,120 15,744 1,176 15,168 1,136 14,528 1,144 12,544 1,040 14,912 1,160 13,632 1,088 14,976 1,160 13,952 1,088 15,872 1,176 14,912 1,120 14,976 1,152 15,424 1,128 14,976 1,160 15,232 1,152 15,616 1,184 14,272 1,112 15,232 1,176 14,848 1,136 15,744 1,192 15,424 1,144 14,144 1,144 13,440 1,096 14,976 1,160 15,488 1,152 14,208 1,120 14,720 1,136 14,656 1,152 14,592 1,120 14,784 1,144 13,120 1,056 15,296 1,176 15,360 1,144 14,656 1,136 15,104 1,136 14,528 1,152 14,144 1,104 15,040 1,152 14,656 1,136 15,488 1,176 14,976 1,136 15,296 1,184 15,168 1,144 15,808 1,184 13,312 1,088 14,720 1,152 14,784 1,128 15,424 1,176 14,464 1,128 14,592 1,152 15,424 1,152 15,040 1,168 13,824 1,112 14,912 1,160 15,104 1,144 15,360 1,160 13,824 1,104 13,824 1,136 14,144 1,104 14,720 1,152 14,720 1,112
47
15,744 1,192 15,040 1,136 14,592 1,144 14,784 1,120 13,696 1,104 15,040 1,144 15,552 1,184 13,504 1,088 15,488 1,176 14,464 1,128 15,168 1,184 15,296 1,160 15,296 1,184 14,976 1,144 14,784 1,168 13,504 1,080 13,440 1,128 15,488 1,152 15,744 1,176 14,912 1,152 14,656 1,136 14,144 1,112 13,760 1,120 14,784 1,136 15,168 1,160 14,528 1,120 15,104 1,160 14,208 1,104 14,848 1,152 14,528 1,136 14,336 1,144 14,976 1,144 14,528 1,144 14,016 1,104 13,760 1,104 14,144 1,096 15,424 1,184 14,784 1,128 14,976 1,144 14,272 1,120 14,400 1,136 13,824 1,080 15,360 1,176 14,720 1,112 16,192 1,192 14,976 1,136 14,912 1,168 13,248 1,080 14,400 1,136 14,656 1,112 14,784 1,160 13,504 1,088 13,632 1,128 16,064 1,168 14,976 1,160 14,336 1,128 14,400 1,144 15,296 1,160 14,720 1,128 13,760 1,112 15,296 1,160 14,976 1,120 14,912 1,152 13,952 1,096 14,400 1,128 15,040 1,136 15,808 1,184 13,632 1,088 13,632 1,136 13,760 1,080 14,592 1,136 15,040 1,128 15,424 1,176 14,336 1,112 14,784 1,136 13,184 1,064 14,848 1,160 14,400 1,112 14,080 1,120 14,208 1,080 14,336 1,136 13,888 1,096 15,616 1,168 14,720 1,128 14,336 1,136 13,952 1,088 15,232 1,160 14,016 1,096 14,080 1,120 14,528 1,112
48
14,976 1,152 13,632 1,072 15,936 1,176 14,656 1,112 15,680 1,192 15,488 1,144 13,696 1,136 13,632 1,088 15,488 1,176 14,784 1,128 14,464 1,136 14,528 1,128 16,064 1,176 14,464 1,128 13,888 1,136 14,720 1,144 14,976 1,152 13,760 1,088 15,104 1,176 14,208 1,104 13,696 1,128 14,080 1,112 15,616 1,168 13,824 1,104 14,848 1,160 15,488 1,136 14,336 1,144 13,696 1,096 15,232 1,184 14,400 1,112 15,232 1,168 12,928 1,064 14,208 1,136 14,208 1,104 14,528 1,144 14,784 1,112 15,424 1,176 15,104 1,128 14,656 1,152 13,760 1,096 15,040 1,168 13,376 1,080 15,680 1,176 14,336 1,096 15,616 1,192 14,080 1,088 14,784 1,160 14,720 1,112 14,784 1,160 14,976 1,136 15,232 1,168 14,848 1,112 14,592 1,136 13,824 1,104 14,400 1,152 14,912 1,120 15,168 1,168 14,912 1,128 15,040 1,160 14,336 1,128 15,168 1,176 13,120 1,080 16,064 1,200 13,632 1,096 14,528 1,152 13,504 1,080 14,656 1,152 14,976 1,104 13,632 1,112 14,976 1,112 14,720 1,144 16,512 1,184 14,464 1,144 13,824 1,088 14,400 1,128 14,336 1,120 15,360 1,168 13,952 1,080 15,232 1,152 14,016 1,112 16,320 1,208 14,336 1,112 14,528 1,168 14,400 1,104 15,232 1,168 15,296 1,136 15,168 1,160 14,784 1,144 15,808 1,184 14,656 1,120
49
14,144 1,144 13,312 1,088 15,296 1,176 15,360 1,144 15,488 1,192 13,952 1,096 13,952 1,136 13,120 1,080 15,296 1,176 14,464 1,120 14,784 1,152 15,104 1,120 14,720 1,136 14,400 1,120 15,552 1,168 14,784 1,128 16,128 1,200 14,592 1,120 13,760 1,128 14,272 1,112 14,144 1,136 13,248 1,064 15,616 1,168 14,080 1,088 15,168 1,168 15,296 1,136 15,552 1,184 14,720 1,128 14,336 1,144 14,976 1,120 15,168 1,168 14,656 1,120 15,104 1,152 14,144 1,120 14,400 1,144 14,272 1,104 15,168 1,176 14,400 1,112 15,296 1,160 12,544 1,040 14,912 1,152 14,784 1,112 13,248 1,104 13,504 1,056 16,640 1,200 15,552 1,144 15,744 1,176 14,592 1,128 14,784 1,152 14,784 1,120 15,040 1,168 14,272 1,112 14,976 1,152 14,912 1,128 14,912 1,160 14,400 1,112 14,656 1,160 13,760 1,088 15,424 1,184 14,144 1,104 13,632 1,120 14,336 1,104 15,360 1,160 13,952 1,088 14,272 1,128 14,976 1,120 14,848 1,152 14,528 1,120 14,528 1,136 14,144 1,096 15,232 1,168 13,760 1,096 14,912 1,152 14,656 1,112
50
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