Complemento da edição 58 da Revista EXAME PME

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Complemento da edição 58 da Revista EXAME PME

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• Estudo realizado com 126 empresas;

• O faturamento das respondentes equivale a cerca de 20% do PIB brasileiro;

• O objetivo é avaliar os custos logísticos para as empresas que operam no país.

Setor

48,2% das empresas que compreendem a amostra mais atuam na região Sudeste do Brasil. Essa concentração se deve à localização de plantas produtivas e também mercado de consumo.

Quanto ao porte, utilizando a classificação de Faturamento Operacional Bruto (FOB) disponibilizada pelo BNDES, tem-se que mais de 60% da amostra é considerada “de grandes empresas”, com o FOB anualizado igual ou maior do que R$ 300 milhões, sendo que aproximadamente 10% fatura mais de R$ 10 bilhões por ano.

A amostra é composta por empresas de diversos segmentos, onde 16,1% das empresas respondentes pertencem ao setor da “Auto indústria”.

-126 empresas – 20% do PIB.

Pesquisa realizada pelo Boston Logistics Group mostra o Brasil nas piores colocações em termos de minimização de custo logístico no mundo.

Somente em relação aos EUA, o Brasil apresenta um custo logístico de aproximadamente 12% do PIB, enquanto nos EUA tal custo é de 8% do PIB. Ou seja, em termos de custos logísticos, o Brasil, não tendo a performance do EUA, perde cerca de 83,2 bilhões de dólares por ano.

Custos logísticos – comparação entre países

Custos de Transportes e Logística como um Percentual do PIB

Custos logísticos – comparação entre paísesCusto de Transporte Ferroviário

Velocidade Média de Percurso

Custo para Exportar um Contêiner

A comparação dos componentes de performance logística mostra que o Brasil só leva vantagem em relação aos outros países do BRIC na entrega mais rápida. Dentre os países analisados, a China possui melhor infraestrutura, embarques internacionais, competência logística, habilidade em customizar as entregas e rastreabilidade. A entrega mais rápida no Brasil tem como consequencia o aumento no volume de estoques mais próximos dos clientes, obviamente com aumento de custos.

Componentes Custos Logísticos - Comparação com os BRICs

Fonte: Banco Mundial - 2010

A escala vai de 0 a 4,5. Quanto maior a pontuação melhor a posição do país.

Customizar as entregas

Infraestrutura

EmbarquesInternacionais

CompetênciaLogística

Rastreabilidade dosProdutos

Entrega maisRápida

Índice de Performance Logística do Banco Mundial

O índice agregado dos seis itens de performance logística apresentados no slide anterior, mostra que o Brasil só tem melhor performance do que Índia e Rússia, além de Argentina, Chile e México, mas abaixo de Estados Unidos, Austrália, Canada, Nova Zelândia e China. Ou seja, o Brasil é também um emergente em performance logística.

De acordo com a pesquisa, a Indústria de Bens de Capital apresenta o maior percentual do Custo Logístico na receita. Por sua vez, a indústria Química e Petroquímica possui o maiores gastos com Transporte de longa distância em relação aos custos logísticos. Em vermelho são marcados alguns setores que afetam diretamente o preço final dos produtos consumidos pelos brasileiros e com boa representatividade na amostra.

Análise descritiva – Custos Logísticos para os Setores Mais Representativos na Amostra

% PIBReceita Média

(bi)

Porcentagem do Custo

Logístico na receita - média

ponderada

Transporte de longa distância Armazenagem

Distribuição urbana (transporte de curta

distância)

Custos Portuários/ Aeroportuários Administrativo

Agregado 20% 6,46 13,1% 38,21% 18,13% 16,48% 13,32% 9,41%Auto Indústria 3,5% 6,52 8,8% 31,09% 21,68% 13,55% 12,32% 9,50%

Indústria da Construção 0,8% 2,21 20,9% 40,53% 17,20% 13,00% 15,33% 10,20%

Têxtil 0,1% 0,38 9,4% 45,75% 19,67% 21,92% 5,75% 6,92%Bens de

Consumo 1,0% 3,58 10,7% 33,92% 16,50% 29,25% 10,42% 10,00%

Química e Petroquímica 5,3% 19,92 6,3% 56,09% 9,36% 9,73% 9,18% 13,20%

Siderurgia e Metalurgia 1,6% 6,67 12,8% 47,30% 20,30% 9,50% 12,00% 10,90%

Mineração 3,3% 15,02 14,6% 51,11% 14,44% 3,78% 14,89% 10,22%Produção

Agropecuária 0,5% 2,20 12,0% 48,10% 17,90% 14,00% 12,50% 6,50%

Bens de Capital 0,2% 0,81 22,7% 11,23% 2,57% 3,51% 2,10% 1,80%

Outros setores 3,7% X X X X X X X

Os setores que estão acima da média ponderada para o agregado de setores são mineração, indústria de construção e indústria de bens de capital. O setor Químico e Petroquímico foi o setor

mais eficiente em termos de minimização de custo em relação à receita.

Custo logístico médio para as empresas brasileiras(percentual da receita bruta)

O transporte de longa distância representa, em média, a maior porcentagem do custo logístico da amostra, com 38%.

A média dos custos logísticos no Brasil é de 13,1% da

receita total das empresas entrevistadas

De acordo com dados estatísticos da pesquisa, as empresas que vivenciam aumentos nos custos gerais de logística acreditam que a prioridade seria a melhoria do acesso e distribuição nas regiões metropolitanas.

O transporte de produtos acabados representa para os empresários o principal fator de custo de logística, sendo os custos de

transporte de matéria-prima e distribuição urbana também expressivos.

Quando questionadas sobre quais fatores tendem a aumentar o custo logístico no Brasil, 54,5% da amostra declarou que “Estradas em más condições” representam a maior causa de aumento dos custos logísticos no país.

70,7% da amostra declarou que “Melhor gestão das ferrovias com integração multimodal” seria uma ação relevante para a redução dos custos logísticos. Essa integração multimodal poderia reduzir o custo relacionado com o transporte de longa distância.

Capacitação de mão de obra (49%) e a falta de estrutura de apoio nas estradas (48%) geram fortes impactos nos custos logísticos adicionais.

Os custos logísticos extras são relacionados a 3 grandes grupos:

capacitação de mão de obra, falta de estrutura de apoio nas estradas e horas

extras.

68% das respondentes declaram não estar “transferindo os custos logísticos para os clientes” para reduzir os custos logísticos.

Terceirizar a frota e serviços logísticos para outros operadores foi eleito por 65% das

empresas como a ação mais importante para redução de custos logísticos.

O nível de satisfação das empresas em relação aos custos logísticos nas regiões Norte e Nordeste é, de maneira geral, ruim. As regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste apresentam níveis de satisfação intermediários.

Índices de satisfação ruim em relação ao custo logístico

• As empresas que têm se defrontado com elevados custos logísticos de transporte de matéria-prima buscam combatê-los por meio de estratégias internas, como reduzir o número de entregas rápidas e a terceirizar a frota e serviços logísticos para outros operadores. Ademais, essas empresas também têm trabalhado com operações FOB em substituição ao CIF. Em termos de eficiência logística, essas empresas não transferem as responsabilidades e custos logísticos para clientes (Eficiência logística externa). Para essas empresas, os principais determinantes de aumento de custos logísticos são a burocracia do governo e suas implicações, como aumento nas filas de portos;

• Empresas que têm grande parte dos custos logísticos associados ao “Armazenamento de Matéria-Prima” observam grandes custos extras de pessoal, tais como “Capacitação de mão de obra”, “Horas extras e Ações trabalhistas”. Além disso, acreditam que a expansão da malha ferroviária para o Centro-Oeste, Nordeste e Norte é uma forma de combater os crescentes custos logísticos do setor;

• Empresas que têm grande parte dos custos logísticos associados ao transporte de produto acabado acreditam que uma maior oferta de caminhões seria efetiva no combate de custos logísticos.

Conclusões

• Empresas que possuem elevados custos com armazenagem de produtos acabados ou logística reversa tendem a perceber um crescimento generalizado na estrutura de custos logísticos no Brasil, especialmente “Ausência de oferta de transporte com qualidade (transportadora)”, “Custos com armazéns nas regiões metropolitanas” e “Informalidade no setor de transportes”.

•Empresas que têm grande parte de seus custos concentrados em “Distribuição Urbana de Produtos” acreditam que a melhoria do “Acesso e distribuição nas regiões metropolitanas” é um fator essencial para redução dos custos logísticos. Assim ações como “Reduzir as restrições de carga e descarga nos centros urbanos” e “Maior oferta de plataformas logísticas com armazenagem nas regiões metropolitanas” são prioridades que devem ser analisadas em termos da competitividade logística do Brasil. Ademais, fatores estruturais têm elevado o custo logístico para essas empresas.

•A distribuição do produto acabado em centros urbanos pauta-se no acesso à cidade e nas externalidades negativas da aglomeração urbana como fonte do aumento dos custos logísticos. De maneira geral, pode-se inferir que problemas históricos de infraestrutura, capital-humano e conurbação urbana devem ser atacados pelo setor público e privado para mitigar as diversas fontes de aumento de custo logístico.

Conclusões

• Empresas que têm grande parte de seus custos concentrados em questões portuárias ou aeroportuárias tendem a não adotar estratégias internas de redução de custos logísticos, transferindo menos os custos e responsabilidades a seus clientes. Para elas, o principal fator para combater os custos de logística é a redução da burocracia portuária e aeroportuária. Para estas empresas, a maior oferta de caminhões não seria uma estratégia útil para combater o crescimento dos custos logísticos;

• Conclui-se também que fatores estruturais como estradas em más condições, ausência de intermodalidade de transporte e externalidades negativas provindas de aglomeração urbana são vistos pelo empresariado como aceleradores do aumento de custos logísticos;

• Os leilões de concessão realizados pelo governo são vistos com bons olhos para a atual conjuntura econômica brasileira e pelas empresas privadas que atuam no país.

Conclusões