Compliance uma questao de cultura

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Compliance: uma questão de cultura FONTE - GRC Management Magazine Diante do aumento da criação de leis e da atualização constante de normas e códigos organizacionais e de conduta (normativas do Governo Federal, normas ISO, PCI DSS, Código Civil, Código de Defesa do Consumidor, entre outras), o compliance está cada vez mais presente nas empresas. Originado nas instituições financeiras, pela exigência dos órgãos reguladores para evitar grandes perdas financeiras, o compliance se expandiu para as mais diversas organizações públicas e privadas, especialmente aquelas que estão sujeitas a fortes regulamentações e controles. O maior desafio de hoje, segundo os especialistas, é desenvolver, nas organizações, uma cultura de compliance que vá além do cumprimento de normas e regulamentos.No Brasil, essa conscientização vem crescendo desde as determinações criadas pelo Banco Central, década de 1990, para obrigar as instituições financeiras brasileiras a adotar procedimentos rígidos de controle interno e de gerenciamento de riscos, de acordo com as normas internacionais. Hoje, empresas de todos os segmentos veem a necessidade de prevenir e administrar riscos de seus negócios por meio de regras de compliance, para possibilitar maior transparência e mais segurança para seus gestores, sócios, funcionários, parceiros e clientes. Apesar dessa tendência, ainda existem alguns mitos em relação ao tema. O desafio de reforçar as políticas de segurança de acordo com os requisitos legais e regulatórios, como aqueles determinados pelo Banco Central para as instituições financeiras, por exemplo, exige reestruturações estratégicas, organizacionais e tecnológicas, incluindo treinamento profissional e implementação de políticas de controle interno e de proteção de dados, códigos de ética e normas de conduta. No entanto, de acordo com Patrícia Borba, o custo do investimento em compliance não é necessariamente alto, depende da complexidade do negócio e do que a empresa pode fazer. Um exemplo de setor em que o compliance pode ser aplicado é a administração pública. O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR) publicou oito normas referentes a segurança da informação e comunicações, válidas para toda a administração pública federal, direta e indireta. Para conscientizar os funcionários sobre a importância de conhecer e aplicar mecanismos de controle para manter os órgãos públicos em conformidade com as leis e regulamentos, o GSI promove seminários, encontros, congressos e ofi cinas por todo o Brasil. “Além de dar um respaldo legal aos processos da instituição, o compliance permite ver o quanto avançamos na organização do trabalho”, ressalta Rozelito Félix, Assessor Técnico do GSI. 24 de Fevereiro de 2011 www.twitter.com/anyhelpbrasil

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Compliance: uma questão de cultura

FONTE - GRC Management Magazine

Diante do aumento da criação de leis e da atualização constante de normas e códigos

organizacionais e de conduta (normativas do Governo Federal, normas ISO, PCI DSS, Código

Civil, Código de Defesa do Consumidor, entre outras), o compliance está cada vez mais presente

nas empresas. Originado nas instituições financeiras, pela exigência dos órgãos reguladores

para evitar grandes perdas financeiras, o compliance se expandiu para as mais diversas

organizações públicas e privadas, especialmente aquelas que estão sujeitas a fortes

regulamentações e controles.

O maior desafio de hoje, segundo os especialistas, é desenvolver, nas organizações, uma

cultura de compliance que vá além do cumprimento de normas e regulamentos.No Brasil, essa

conscientização vem crescendo desde as determinações criadas pelo Banco Central, década de

1990, para obrigar as instituições financeiras brasileiras a adotar procedimentos rígidos de

controle interno e de gerenciamento de riscos, de acordo com as normas internacionais. Hoje,

empresas de todos os segmentos veem a necessidade de prevenir e administrar riscos de seus

negócios por meio de regras de compliance, para possibilitar maior transparência e mais

segurança para seus gestores, sócios, funcionários, parceiros e clientes. Apesar dessa

tendência, ainda existem alguns mitos em relação ao tema.

O desafio de reforçar as políticas de segurança de acordo com os requisitos legais e

regulatórios, como aqueles determinados pelo Banco Central para as instituições financeiras, por

exemplo, exige reestruturações estratégicas, organizacionais e tecnológicas, incluindo

treinamento profissional e implementação de políticas de controle interno e de proteção de

dados, códigos de ética e normas de conduta. No entanto, de acordo com Patrícia Borba, o custo

do investimento em compliance não é necessariamente alto, depende da complexidade do

negócio e do que a empresa pode fazer. Um exemplo de setor em que o compliance pode ser

aplicado é a administração pública. O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da

República (GSI/PR) publicou oito normas referentes a segurança da informação e comunicações,

válidas para toda a administração pública federal, direta e indireta. Para conscientizar os

funcionários sobre a importância de conhecer e aplicar mecanismos de controle para manter os

órgãos públicos em conformidade com as leis e regulamentos, o GSI promove seminários,

encontros, congressos e ofi cinas por todo o Brasil. “Além de dar um respaldo legal aos

processos da instituição, o compliance permite ver o quanto avançamos na organização do

trabalho”, ressalta Rozelito Félix, Assessor Técnico do GSI.

24 de Fevereiro de 2011

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