Component Maintenance Manual
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FACULDADE DE TECNOLOGIA PROFESSOR JESSEN VIDAL – FATEC
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM MANUTENÇÃO DE AERONAVES
São José dos Campos
2016
TÁBATA CAROLINE DE ASSIS
WILIAN CACIANO FERREIRA JUNIOR
MANUAL DE MANUTEÇÃO DE
COMPONENTES
FACULDADE DE TECNOLOGIA PROFESSOR JESSEN VIDAL – FATEC
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM MANUTENÇÃO DE AERONAVES
2
MANUAL DE MANUTENÇÃO DE
COMPONENTES
Tábata Caroline de Assis
Wilian Caciano Ferreira Junior
Trabalho referente à disciplina de
Gerenciamento de manutenção do
Prof. Luiz Alberto Nolasco
Fonseca do Curso Superior de
Tecnologia em Manutenção de
Aeronaves.
São José dos Campos
2016
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RESUMO
Este trabalho tem o objetivo de explanar as funções e características de um
manual de manutenção de componentes, descrevendo claramente a finalidade,
diferenças, sua forma de utilização e sua correlação com os regulamentos e/ou
instruções existentes.
Além disso, podemos comparar genericamente todos estes itens acima com o
padrão real de um manual de manutenção de componentes, neste caso, daremos ênfase
aos procedimentos de manutenção da perna do trem de pouso principal.
Veremos os principais tópicos existentes na manutenção deste componente e,
podemos com isso, nos familiarizar com este tipo de documento na aviação.
Palavras-chave: Manual de Manutenção de Componentes, Messier-Downty;
Perna do trem de pouso principal.
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ABSTRACT
This work have the objective of explicating the functions and characteristics of a
component maintenance manual, describing clearly the finality , the differences, the use
mode and its correlation to the rules or instructions existing.
Furthermore, we can compare generically all of these items above with the real
standard of a component maintenance manual; in this case, we will give emphasis to the
procedures of the main landing gear leg.
We going to see the main topics existing in the maintenance of this component,
and, with this, we can familiarize us with this type of document in the aviation.
Keywords: Component Maintenance Manual, Messier-Downty; Main Landing
gear leg
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LISTA DE FIGURAS
Figura 01. - Página 16
Apresentação da capa do CMM
Figura 02. - Página 18
Lista de materiais
Figura 03. - Página 19
Vista geral da perna do trem de pouso e vistas detalhadas do amortecedor
Figura 04. - Página 19
Isolamento de falha
Figura 05. - Página 22
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil
AMM – Aircraft Maintenance Manual
CG – Center of Gravity
CMM – Component Maintenance Manual
FAA – Federal Aviation Administration
ICA – Instruction for Continued Airworthiness
IPC – Illustrated Parts Catalogue
IPL – Illustrated Parts List
LRU - Line-replaceable unit
OEM – Original Equipment Manufacturer
SI – International System Units
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ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO 08
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 09
2.1 Manual de instruções 09
2.2 Componentes aeronáuticos 09
2.3 OEM – Fabricante original do equipamento 09
2.4 LRU – Unidade de substituição de linha 10
2.5 Aeronavegabilidade continuada 10
3. CAPÍTULO I - CMM 12
3.1 Manual de manutenção de componentes ( CMM ) 12
3.2 Como utilizar o CMM e sua finalidade 12
3.3 Diferença entre o AMM e CMM 13
3.4 Manutenção profunda de componentes ou seção – ORDER 8110.54A – FAA 13
3.5 Conteúdo do CMM 14
3.6 Reparos de componentes 15
4. CAPÍTULO II – CMM PERNA DO TREM DE POUSO PRINCIPAL 16
4.1 Conteúdo inicial 16
4.2 Introdução 17
4.3 Lista de materiais 17
4.4 Descrição e operação 18
4.5 Teste de isolamento de falha 19
4.6 Desmontagem 20
4.7 Limpeza 20
4.8 Verificação 20
4.9 Reparo 20
4.10 Montagem (incluindo armazenamento) 21
4.11 Folgas e tolerâncias 21
4.12 Ferramentas especiais, acessórios e equipamentos 21
4.13 Lista de peças ilustradas 21
5. CONCLUSÃO 22
6. ANEXO I 23
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 24
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1. INTRODUÇÃO
Manuais aeronáuticos são fundamentais para as operações de rotina das
aeronaves comerciais e executivas de todo o mundo.
Para que estas aeronaves possam seguir com sua rotina diária de transporte de
passageiros, há algumas normas e instruções para serem cumpridas que, são
regulamentadas pela ANAC. Estas normas e instruções estão correlacionadas com as
normas estipuladas e regulamentadas pela FAA, logo podemos utilizar os documentos
deste órgão regulamentador como base por ora.
São abordados vários conceitos relacionados à aeronavegabilidade continuada,
utilização do CMM, conteúdo e teoria de reparos.
Utilizaremos como parâmetro de comparação um CMM da perna do trem de
pouso principal, descrevendo suas principais etapas de manutenção e detalhando os
procedimentos mais relevantes para estudo de CMM.
Os AMMs juntamente com o CMM e outros tipos de publicações técnicas fazem
parte das instruções para aeronavegabilidade continuada, que são documentos aceitáveis
pela ANAC para efeito do RBAC 43.
Nas seções I e II (capítulo I e II) é explanado de forma mais detalhada os tópicos
relacionados à manutenção de componentes e manutenção de componentes seguindo os
procedimentos e instruções do manual de manutenção de componentes elaborado pelo
fabricante.
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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Manual de instruções
Um manual é uma publicação guia para auxiliar a compreensão de algo.
Este tipo de publicação fornece as instruções necessárias para a utilização de um
determinado produto e/ou serviço.
Portanto, um manual de instruções é um documento de comunicação
técnica que procura dar suporte aos indivíduos que utilizam um sistema. Seus
autores utilizam uma linguagem simples e objetiva para atender o maior número
de pessoas e, também para aumentar a praticidade da operação.
Uma estrutura frequente dos manuais do utilizador inclui uma introdução
sobre o produto em questão, um índice com os conteúdos do manual, o guia em
si, uma secção de problemas frequentes e a sua forma de resolvê-los, os dados de
contato e um glossário.
2.2 Componentes aeronáuticos
É um produto aeronáutico reparável, cuja operação está limitada por
potencial. A sua designação deriva do fato de poder ser utilizado tantas vezes
quantas as que forem possíveis antes de ser considerado incapaz ou atingir o seu
limite de vida.
Os intervalos de manutenção são programados separadamente nos
intervalos de manutenção da própria aeronave.
Segundo PINTO E OLIVEIRA, 2008 componentes são “materiais
processados, peças e conjuntos que constituem parte integrante de uma
aeronave, motor ou hélice ou que sejam empregados em sua fabricação; os
dispositivos bem como os acessórios instalados na aeronave cuja falha ou
funcionamento incorreto possa afetar a segurança de voo ou ocupantes da
mesma”.
2.3 OEM – Fabricante original do equipamento
É um termo usado quando uma empresa faz uma parte ou subsistema que
é utilizado no produto final de outra empresa. O termo algumas vezes refere-se
ao fabricante de uma parte ou submontagem, algumas vezes a um fabricante de
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montagem final e outras vezes a uma categoria mental que compreende os dois
em contraste com todos os outros fabricantes terceirizados de peças ou
subconjuntos do mercado de peças. É uma empresa que produz uma parte que é
comercializada por outra empresa (DICTIONARY OF IBM & COMPUTING
TERMINOLOGY).
2.4 LRU – Unidade de substituição de linha
É um termo geral para componentes de sistemas complexos que podem
ser substituídos rapidamente e geralmente com o mínimo de ferramentas. O
termo deriva da manutenção que pode ser feita na linha de voo ao invés de
deslocar a aeronave até uma instalação de manutenção.
Dependendo da natureza da LRU, a unidade substituída pode ser
descartável, ou pode ser enviado para uma instalação de manutenção de fábrica
ou um centro de manutenção para inspeção.
LRU’s eletrônicos modernos são susceptíveis de serem reparados,
mesmo na fábrica, devido à complexidade das placas de circuitos impressos de
camadas múltiplas que não podem ser desmontados.
Em alguns casos o LRU pode ser devolvido, não para
recondicionamento, mas para o teste de engenharia destrutiva, que irá informar o
porquê a unidade falhou e dará informações úteis para melhoria (BERKOWITZ,
2008).
2.5 Aeronavegabilidade continuada
É a propriedade ou capacidade de uma aeronave de realizar um voo
seguro ou navegar com segurança no espaço aéreo, para o transporte de pessoas,
bagagens ou cargas, ou para a realização de serviços aéreos especializados,
policiais ou outros (FLORIO, 2010).
Essa propriedade ou capacidade é reconhecida pelo órgão governamental
responsável através da concessão de um certificado de aeronavegabilidade
(CERTIFICAÇÃO DE AERONAVEGABILIDADE - MPR-100, 2013).
Esse certificado é, junto com o certificado de marcas de nacionalidade e
matrícula, uma condição necessária para que uma aeronave civil possa voar na
maioria dos países, particularmente os que integram a Organização da Aviação
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Civil Internacional (INTERNACIONAL CIVIL AVIATION ORGANIZATION,
2010).
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3. CAPÍTULO I – CMM
3.1 Manual de Manutenção de Componentes (CMM)
Um manual de manutenção de componentes é uma documentação criada
pelo fabricante original do equipamento (OEM) para uma unidade de
substituição de linha (LRU). Este manual inclui tipicamente a descrição de
operação, especificações, requerimentos de testes, ferramentas especiais e
acessórios, instruções de montagem e desmontagem, e imagens detalhadas dos
componentes conforme sua respectiva numeração (Lista de peças ilustradas).
A FAA referencia o CMM como parte das instruções de
aeronavegabilidade continuada (ICA) (ANSWERS, [s.d.]).
3.2 Como utilizar o CMM e sua finalidade
A utilização varia de acordo com o tipo de manutenção a ser realizada.
Porém, todos mantém a mesma estrutura de detalhamento de dados e
organização do manual.
A legislação lista quais os manuais de manutenção devem ser usados
como referência na manutenção de aeronaves e, estão incluídos como principais
o AMM e o IPC. Porém, o CMM é listado também como possíveis dados de
manutenção de aeronaves.
O AMM irá lhe dizer o que lhe é permitido fazer em uma aeronave e,
portanto, quais ações técnicas são consideradas de manutenção de aeronaves em
vez de manutenção de componentes.
É possível executar tarefas de manutenção de acordo com um CMM
desde que o AMM faça referência ao manual de componentes citando a
execução de tais tarefas.
O próprio regulamento permite a manutenção de componentes de acordo
com uma CMM sob uma aprovação categoria, desde que o componente não
necessite ser removido da célula, a fim de ser submetido a tal manutenção, a
menos que está a ser removida apenas com a finalidade de obter um melhor
acesso.
A ideia geral é que é permitido realizar a manutenção de componentes
sob a categoria de aeronaves em dois casos: quando a AMM diz-lhe para fazê-lo,
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fornecendo instruções adequadas ou apontando para um CMM relevante ou;
quando a manutenção do componente não requer unidade própria para ser
removida a partir da célula, exceto para o propósito de melhorar o acesso
técnico, ou seja, não se pode executar qualquer manutenção de componente que
requer testes prateleira ou acabamento mecânico, por exemplo.
Além disso, o IPC lista normalmente todas as peças que podem ser
substituídas em uma aeronaves. Isto quer dizer que, se o IPC lista um
componente como um número de peça e não lista as peças específicas que
compõem um determinado componente, deve ser geralmente considerado como
uma unidade autônoma, que precisa ser mantida sob uma aprovação manutenção
de componentes (AIRLINE BASICS, 2014).
Então, a finalidade dos manuais de manutenção de componentes é
fornecer as funções do componente e todas as instruções para seu reparo em uma
oficina especializada com o objetivo de coloca-lo em boas condições de
funcionamento. Estes têm de estar certificados e aprovados a cada revisão.
3.3 Diferença entre o AMM e CMM
O AMM é um manual que lida com a remoção e instalação de um
componente de aeronave ou LRUs. Ele não dá qualquer informação de inspeção
ou revisão. Este tipo de manutenção geralmente é realizado em manutenção de
linha.
Já o CMM é um manual que detalha as revisões de um componente
aeronáutico e geralmente utiliza um IPC anexo as instruções de manutenção.
(ANSWERS, [S.l.: S.d.])
3.4 Manutenção profunda1 de componentes ou seção - ORDER 8110.54A
- FAA
A FAA determina que se a informação da manutenção da aeronave,
motor ou hélice referencia o uso de um CMM como a situação apropriada para o
1 É a designação em língua portuguesa de Revisão Geral. Também designado em linguagem anglo-
saxónica por "OH". Este termo normalmente corresponde aos trabalhos de desmontagem, inspeção,
correção de anomalias, montagem e ensaio, quando aplicado a um conjunto.
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cumprimento da ICA, estas instruções aplicáveis são incorporadas como
referência e se tornam parte do conjunto da ICA.
Se a informação do CMM foi desenvolvida para a conformidade com o
14 CFR § 21.50 (vide anexo I), então o CMM ou a seção referenciada é parte do
ICA. Como parte do ICA, deve ser fornecido ao proprietário e disponibilizado
para qualquer outra pessoa que seja obrigada a cumprir estas informações.
(FEDERAL AVIATION ADMINISTRATION, 2010)
3.5 Conteúdo do CMM
O CMM deve conter as seguintes informações (FEDERAL AVIATION
ADMINISTRATION, 2010):
a. Manuais ou seções explicando as características do artigo e, providenciar
as informações necessárias para a condução da manutenção ou
manutenção preventiva;
b. Uma descrição do controle e operação dos sistemas e componentes do
artigo. A descrição deve fornecer os detalhes suficientes para a
realização da manutenção nos níveis especificados;
c. Instruções de instalação completas para as partes e acessórios que fazem
parte do projeto aprovado. As instruções devem incluir o mínimo de
instruções para interface e quaisquer especificações apropriadas, avisos
ou precauções para as áreas em que os artigos que não são parte do
projeto aprovado poderia mais tarde serem instalados no tipo de produto
certificado;
d. Número de recomendações para limpezas, inspeções, testes,
lubrificações, e ajustes do artigo se seus componentes e sistemas. Esta
informação programada deve incluir a profundidade de inspeção
requerida, as tolerâncias de desgaste e as tarefas executadas. Deverá
garantir a aeronavegabilidade continuada do artigo. Embora o requerente
não tenha que providenciar uma informação esquemática para cada peça,
a falta de tais informações não devem afetar a aeronavegabilidade
continuada do artigo;
e. Um programa de inspeções para assegurar a aeronavegabilidade
continuada do artigo. Certificação de testes, análises e experiências de
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serviço, se disponíveis são úteis no desenvolvimento das inspeções
programadas de peças, conjuntos, subconjuntos ou módulos;
f. Troubleshooting2 as informações para solucionar possíveis defeitos e
fornecer procedimentos para corrigi-los ou substituir a parte ou
componente afetado antes da continuidade da operação;
g. Um meio para garantir o controle da configuração durante a manutenção
não é necessária, mas apoie se for devidamente mantido e controlado.
Isto garante que as peças, componentes, e combinações de peças
adequadas estejam identificados e em conformidade com o projeto
aprovado. Por exemplo, um IPC.
h. Localização dos painéis de acesso para inspeção da manutenção. Isto
inclui um diagrama de placas de acesso estruturais e como ganhar acesso
quando as placas de acesso não são fornecidas;
i. Instruções para armazenamento de peças e componentes e identificação
especial nos containers e quaisquer equipamentos ou ferramentas. A ICA
deve também incluir as restrições ambientais para armazenamento e os
limites de armazenamento e;
j. Uma lista de ferramentas e equipamentos necessários para a manutenção
e indicações quanto aos seus métodos de utilização.
3.6 Reparos de componentes
Os reparos de componentes variam das substituições de peças simples até
uma revisão profunda inteira (Overhaul¹). Se um componente não funcionar
corretamente, ele é removido da aeronave e substituído por outro que funcione
corretamente. O componente, então, é removido e reparado. Estes reparos
consistem em determinar a causa da falha e substituir as peças internas que
falharam. O componente é desmontado, limpo, inspecionado reparado,
remontado, testado e retornado ao serviço. Estes procedimentos são realizados
de acordo com o manual de manutenção de componentes (CMM). (AVIATION
SAFETY BUREAU, [S.d.]).
2 Troubleshooting é uma forma de resolver problemas, muitas vezes aplicada na reparação de produtos
ou processos falhados. É uma busca sistemática e lógica pela raiz de um problema, de modo a que possa
ser resolvido e o produto ou processo possa ficar novamente operacional.
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4. CAPÍTULO II – CMM PERNA DO TREM DE POUSO PRINCIPAL
(MESSIER-DOWTY, 1994)
4.1 Conteúdo inicial
Part numbers abordados pelo documento;
Carta de transmissão para a revisão 3, com o histórico de todas as
alterações efetuadas nesta revisão;
Área reservada para os registros de revisões;
Lista de revisões temporárias efetivas;
Lista de Boletins de Serviço
Anexo está o boletim de serviço 024-032-040, cujo título é:
“Trem de pouso principal – substituição de mangueira flexível”.
Lista de páginas efetivas;
Índice por assunto ou por título de parágrafo.
Figura 01. Apresentação da capa do CMM
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4.2 Introdução
a. O CMM em estudo que inclui a lista de peças ilustradas é feito de
acordo com a ATA 100, especificação Nº 100.
b. O manual provê as funções dos componentes e todas as instruções
para o reparo em uma oficina especializada para adequação em boas
condições de funcionamento
c. Os procedimentos incluídos são dadas para orientação, porem pode-
se utilizar procedimentos equivalentes (ou melhores) se as instalações
de reparo (oficina) permitir.
d. O manual não inclui instruções sobre técnicas padrões, materiais de
fornecedores largamente utilizados e os limites de calendário de
qualquer tipo (frequência, vida, armazenamento, etc.), aplicado ao
componente.
e. Os procedimentos utilizados para tratamentos superficiais, proteções,
inspeções, etc., são dadas em um manual especial 32-09-01
denominado "STANDARD REPAIR PRACTICES".
f. As instruções contidas no manual não podem incluir todos os
detalhes do componente, pois se baseiam no empenho normal em
operação da unidade e de seus componentes, que podem ser
danificados com o tempo.
g. Usar em todos os momentos na oficina, precauções de segurança para
evitar danos pessoais e danos no componente.
h. O manual foi verificado por meio de simulação e será revisado
sempre que necessário para fornecer informações atuais
i. Os valores são dados em unidades do Sistema Internacional de
Unidades, com as unidades padrões dos Estados Unidos em
parênteses depois da unidade do SI. As conversões e abreviaturas
estão listadas em uma tabela referenciada.
4.3 Lista de Materiais
Lista todos os materiais necessários, classificando aonde o material é
utilizado, dividindo-se nas categorias de: teste, limpeza, verificações, reparo e
conjunto incluindo armazenamento, vide exemplo na figura 02, abaixo.
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4.4 Descrição e operação
O helicóptero Dauphin 365N é equipado com dois trens de pouso
retráteis principais. Eles estão localizados atrás do CG e cada um deles está
ligado ao bordo da fuselagem em dois pontos.
Cada trem de pouso principal é composto por uma perna principal em um
barril contendo um absorvedor de choque óleo pneumático do tipo de duas
Figura 02. Lista de materiais
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câmaras, uma tomada de atuação, uma roda com pneu e tubo e uma unidade de
freio operada hidraulicamente.
O manual provê as características de operação (temperatura, umidade), e
a descrição do equipamento (tanto da vista geral da perna do trem de pouso
quanto da vista da perna principal até a operação do absorvedor de impacto, vide
figura 03 abaixo).
4.5 Teste e isolamento de falha
O manual especifica as ferramentas e materiais necessários para
realização do teste e logo após dá as instruções para realização do teste
operacional e de
amortecimento de impacto.
Também são listadas
em uma tabela as falhas, as
possíveis causas e como
corrigir as falhas, como na
imagem ao lado (Figura 04).
Figura 03. Vista geral da perna do trem de pouso e vistas detalhadas do amortecedor
Figura 04. Isolamento de falha
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4.6 Desmontagem
O manual menciona as ferramentas utilizadas para realizar a remoção de
alguns itens que compõem o componente, as técnicas para desmontar o braço de
torque e, também, cita as peças para serem substituídas sistematicamente. Há
imagens explicativas, demonstrando como realizar tais procedimentos.
4.7 Limpeza
Na categoria de limpeza, é informado que todas as peças devem ser
limpas com aguarrás e, depois, secadas com ar comprimido seco. As peças
pintadas devem ser descascadas caso forem submetidos a uma inspeção
metalúrgica.
São mencionados também, todos os procedimentos de descascamento da
pintura, o material a serem utilizados, as instruções e o descascamento
mecânico.
4.8 Verificação
As verificações a serem efetuadas após a desmontagem da perna
principal devem ser: inspeção visual, verificação dimensional, verificação de
geometria e verificação metalúrgica. O manual detalha cada um deles.
4.9 Reparo
As operações de reparos descritos fornecem para o equipamento um novo
ciclo de funcionamento idêntico ao que foi realizado depois da primeira
configuração em funcionamento, ou após a última grande revisão.
Algumas das operações requerem o uso de maquinário, como torno e
maquina de lapidação, e as instalações para aplicação de tratamento superficial.
Estes reparos podem ser realizados apenas no fabricante ou em oficinas
autorizadas.
Os procedimentos gerais são: remoção da corrosão de peças de aço,
proteção de peças de aço por aplicação de cádmium galvanizado, proteção de
peças em ligas leves por aplicação de ALODINE 1200, aplicação de cromo e
níquel galvanizado, pintura e a selagem de juntas com ARALDITE.
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4.10 Montagem (incluindo armazenamento)
Esta seção especifica os materiais e ferramentas necessários para
efetuar a montagem e a própria montagem em si. Também inclui uma tabela
com todos os torques de acordo com a numeração dos itens. Também dá as
instruções de como realizar este procedimento.
Quanto ao armazenamento, o intuito é especificar medidas a serem
tomadas para proteção da perna do trem de pouso principal para obtenção de
uma operação satisfatória após ser estocado.
4.11 Folgas e tolerâncias
Inclui uma tabela com os parâmetros de tolerância para cada item. Os
itens podem ser consultados na lista de peças ilustradas.
4.12 Ferramentas especiais, acessórios e equipamentos.
Inclui uma tabela com as ferramentas necessárias e relata sua
disponibilidade no endereço do próprio fabricante, conforme os dados do
mesmo.
4.13 Lista de peças ilustradas
A lista permite uma melhor identificação dos componentes. Contém, sob
a forma de índices, a lista de peças detalhadas todos os dados necessários para a
aquisição de quaisquer componentes.
Também há uma subcategoria de forma explicativa, ensinando como
utilizar a IPL.
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5. CONCLUSÃO
Os manuais em geral são ferramentas de extrema importância na rotina
de um mecânico de manutenção em aeronaves. Sem dúvidas a familiarização
com este tipo de publicação faz com que o conhecimento em relação ao assunto
específico se amplie de forma que o aprendizado se torne ainda maior.
Conhecer a organização do material e aprender a utilizar este tipo de
documento é um requisito na área da aviação.
A lista de peças ilustradas que acompanham o manual também torna a
manutenção mais prática e mais eficaz.
O manual de manutenção de componentes fornece as informações
necessárias para que o profissional realize a manutenção na aeronave atentando-
se sempre ao manual de manutenção e o catalogo de peças ilustradas da
aeronave em questão para melhor confiabilidade no procedimento.
Outro item a ser observado é que de fato este manual cumpre todos os
requisitos de conteúdo citados na ordem 8110.54A da FAA que dispões sobre as
instruções para as responsabilidades, requerimentos e conteúdo da
aeronavegabilidade continuada.
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6. ANEXO I
Disponível em: https://www.gpo.gov/fdsys/pkg/CFR-2008-title14-
vol1/pdf/CFR-2008-title14-vol1-sec21-50.pdf
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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AIRLINE BASICS. Aircraft Component Maintenance – Main Issues. 2014, [S.l.].
Disponível em: http://airlinebasics.com/aircraft-component-maintenance-main-issues/
ANSWERS. What is aircraft component maintenance manual?, [S.d.:S.l.]. Disponível
em: http://www.answers.com/Q/What_is_aircraft_component_maintenance_manual
ANSWERS. What is the difference between Aircraft Maintenance Manual and
Component Maintenance Manual?, [S.d.:S.l.]. Disponível em:
http://www.answers.com/Q/What_is_the_difference_between_Aircraft_Maintenance_M
anual_and_Component_Maintenance_Manual
AVIATION SAFETY BUREAU. [S.d.:S.l]. Disponivel em: http://www.aviation-safety-
bureau.com/aircraft-repair.html
BERKOWITZ, Howard C. Line Replaceable Unit. Citizendium. [S.l], 2008. Disponível
em: http://en.citizendium.org/wiki/Line_Replaceable_Unit
CERTIFICAÇÃO DE AERONAVEGABILIDADE - MPR-100. Manuais de
Procedimentos (MPH/MPR). Superintendência de Aeronavegabilidade - SAR. Agência
Nacional de Aviação Civil – ANAC
DICTIONARY OF IBM & COMPUTING TERMINOLOGY. About IBM: More than a
century of making the world a smarter place. [S.l.: s.n.]. Disponível em: http://www-
03.ibm.com/ibm/history/documents/pdf/glossary.pdf
FEDERAL AVIATION ADMINISTRATION. ORDER 8110.54A - Instructions for
Continued Airworthiness Responsibilities, Requirements, and Contents, 2010 [s.l]
FLORIO, F de. Airworthiness: An Introduction to Aircraft Certification. Great Britain:
Elsevier. [S.l.], 2010.
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INTERNACIONAL CIVIL AVIATION ORGANIZATION. Annex 8 — Airworthiness
of Aircraft. [S.l.: s.n.], 2010
MESSIER DOWTY. Component maintenance manual with Illustrated parts list. Main
landing gear leg. France, 2008.
PINTO, Laercio e OLIVEIRA, Vilson Aparecido Lopes de. Certificação e recebimento
de produtos aeronáuticos. Universidade Tuiuti do Paraná. Curitiba, 2008.