COMPORTAMENTO DA CURVA DE LACTATO SANGUÍNEO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário...

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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Treinamento Personalizado e Musculação Urbano Dario Cracco Junior COMPORTAMENTO DA CURVA DE LACTATO SANGUÍNEO APÓS A REALIZAÇÃO DO RAST- TEST LINS SP 2010

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Treinamento Personalizado e Musculação

Urbano Dario Cracco Junior

COMPORTAMENTO DA CURVA DE LACTATO

SANGUÍNEO APÓS A REALIZAÇÃO DO RAST-

TEST

LINS SP

2010

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URBANO DARIO CRACCO JUNIOR

COMPORTAMENTO DA CURVA DE LACTATO SANGUÍNEO APÓS A

REALIZAÇÃO DO RAST-TEST

Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como requisito parcial para obtenção do titulo de especialista em treinamento personalizado e musculação sob a orientação dos professores M. Sc. Wonder Passoni Higino e M. Sc. Heloisa Helena Rorery da Silva.

LINS SP

2010

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URBANO DARIO CRACCO JUNIOR

COMPORTAMENTO DA CURVA DE LACTATO SANGUÍNEO APÓS A

REALIZAÇÃO DO RAST-TEST

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do titulo de especialista em Treinamento Personalizado e

Musculação.

Aprovada em: _____/_____/_____

Banca Examinadora:

Prof. M. Sc. Wonder Passoni Higino

Titulação: Mestre em Motricidade Humana pela UNESP de Rio Claro - SP

_______________________________________________________________

Prof.ª M. Sc. Heloisa Helena Rorery da Silva.

Titulação: Mestre em Administração pela CNEC/FACEA - MG

_______________________________________________________________

Lins - SP

2010

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DEDICATÓRIA

DEDICO ESTA MONOGRAFIA A MEUS PAIS DARIO CRACCO E ELISA, Ao

MEU IRMÃO ANDRÉ, MINHA SOBRINHA MARIA ELISA E MINHA TIA OLGA.

Não pense qual é o melhor caminho para a vitória, dedique-se simplesmente a

buscá-lo Dr. Forteza De La Rosa

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AGRADECIMENTOS

AGRADEÇO A DEUS POR TER ME DADO O DOM DA VIDA E A

CAPACIDADE DE APRENDER, OBRIGADO MEU PAI.

AO MEU GRANDE PROFESSOR, MESTRE E AMIGO WONDER, OBRIDAGO

POR TER FEITO EU ME APAIXORNAR PELA EDUCAÇÃO FÍSICA.

E A TODAS AS PESSOAS QUE DE FORMA DIRETA OU INDIRETA

CONTRIBUIRAM PARA MINHA FORMAÇÃO E PELO QUE SOU HOJE, A

TODOS O MEU MUITO OBRIGADO...!

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RESUMO

A mídia televisionada e escrita tem colocado em evidência vários jogadores profissionais de tênis, ginástica, natação, futebol e outros esportes em idades muito precoces, por volta dos 15 a 17 anos. Os excelentes resultados obtidos por atletas, ainda na fase infantil e durante a adolescência, em competições nacionais e internacionais de reconhecido impacto tem aumentado o interesse por atividades esportivas e resultantes desta exposição, uma elevada proporção de crianças e adolescentes têm procurado os clubes de iniciação esportiva. O presente estudo tem como objetivo analisar o comportamento da curva de lactato sangüíneo, após a realização do Running Based Anaerobic Sprint Test (RAST-TEST), da Universidade de Wolverhampton. Para isso, participaram do presente estudo 11 jogadores de beisebol da categoria pré-junior da cidade de Lins/SP, todos do sexo masculino. Após o teste os sujeitos realizaram uma recuperação passiva. Para cada sujeito foram coletadas amostras de sangue para análise do lactato sangüíneo. As coletas ocorreram no repouso, antes do início do teste e nos tempos 1, 3, 5, 7, 10, 15, 20, 25 e 30 minutos após a realização do teste. Para interpretar os resultados coletados foi utilizada a estatística descritiva mediante a medida de tendência central (media aritmética), de dispersão (desvio padrão) e para observar as diferenças entre os dados utilizou-se a análise estatística Anova One Way. Através da análise da curva de lactato sangüíneo, após a realização do RAST-TEST pode-se verificar que ocorreu um aumento nas concentrações de lactato, após o teste, no qual este apresentou sua concentração máxima (pico de acumulo de lactato) entre três e dez minutos após o término do teste. Após ter atingido o pico de lactato, houve um decréscimo das concentrações, até a última coleta no minuto trinta. Com os presentes resultados, pode-se concluir que para testes ou séries de exercícios físicos de alta intensidade com grande solicitação do metabolismo glicolítico e curtos períodos de pausas entre as séries, no qual o objetivo é avaliar ou treinar as capacidades de potência ou velocidade, deve haver entre as séries um período de recuperação superior a trinta minutos, quando a recuperação for passiva, para que possa ocorrer uma maior diminuição nas concentrações de lactato sanguíneo, fornecendo assim subsídios para atletas, treinadores e pesquisadores de esportes com predominância glicolitica, no sentido de aprimorar cada vez mais os processos de treinamento e consequentemente o rendimento de seus atletas.

Palavras-chave: R.A.S.T test. Lactato. Recuperação passiva. Adolecentes.

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ABSTRACT

Not be televised and written media has demonstrated several players tennis, gymnastics, swimming, football and other sports in very early age, around 15 to 17 years. The excellent results obtained by athletes still childishly during adolescence, national and international competitions recognized impact has been increasing interest in sports and resulting from this exhibition, a high proportion of children and adolescents have sought sports launch clubs. This study aims to analyze the behavior of the blood lactate curve, after the completion of the running based anaerobic Sprint test (RAST-TEST), University of Wolverhampton. To do this, participated in the present study 11 baseball players prepaid Junior category of the city of Lins/SP, all males. After testing the passive subject will hold a recovery. For each subject blood samples were collected for analysis of blood lactate. Collections occurred in the rest, before the beginning of the test and in this day 1, 3, 5, 7, 10, 15, 20, 25 and 30 minutes after the completion of the test. To interpret the results collected was used descriptive statistics by the measure of central tendency (media algebra) and standard deviation. Through the review of the blood lactate curve, after the completion of or radioallergosorbent test can verify that there was an increase in concentration of lactate, after testing, which submitted its peak (maximum concentration of lactate) i accumulate them five minutes test anime. After reaching the peak lactate, there was a decrease of mergers, until the last thirty-minute collection. With these results, you can be concluded that for tests or series of high-intensity physical exercises with great glicolítico and metabolism request short breaks between the series, in which the objective is to evaluate or train maximises capacities or speed, there must be between series a recovery period of more than thirty minutes when the recovery is passive, to which could occur greater decrease in concentrations of blood lactate, providing subsidies for athletes, coaches and sports researchers mainly glicolitica, in order to enhance increasingly training processes and consequently the performance of its athletes.

Keywords: R.A.S. T test. Lactate. Passive recovery. Adolecentes.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Características biométricas dos voluntários ................................... 31

Tabela 2: Apresentação dos valores médios e desvios-padrão para as

concentrações (mM) em repouso e após o RAST-TEST ............................... 31

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ATP Adenosina Trifosfato

[lac] Concentração de Lactato

CEF Clinica de Educação Física

cm Centímetros

FC Freqüência Cardíaca

FCmax Freqüência Cardíaca Máxima

Kg Quilograma

Km/h Quilômetros por hora

Lac - Lactato

LAn Limiar Anaeróbio

LL Limiar de Lactato

M Metros

Min Minutos

mM Milimol

MSSLac Máxima Fase Estável do Lactato

O2

Oxigênio

RAST test Running Based Anaerobic Sprint Test

TW Test de Wingate

VcL Velocidade de Corrida do Limiar

VO2 Consumo de Oxigênio

VO2 max Consumo Máximo de Oxigênio

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................. 10

1 CONCEITOS PRELIMINARES ............................................................. 13

1.1 Dinâmica do Jogo de Beisebol............................................................. 13

1.1.1 Características do Jogo de Beisebol.................................................... 14

1.2 Bioenergética ....................................................................................... 15

1.2.1 Trifosfato de Adenosina (ATP)............................................................. 17

1.3 Lactato: Produção e Remoção............................................................. 18

1.4 Potência Anaeróbia .............................................................................. 24

2 CASUÍSTICAS E MÉTODOS .............................................................. 27

2.1 Condições Ambientais.......................................................................... 27

2.2 Sujeitos................................................................................................. 27

2.3 Material................................................................................................. 27

2.4 Testes................................................................................................... 28

a) Antropometria................................................................................... 28

b) Runnig Based Anaerobic Sprint Test (RAST-TEST) ....................... 29

c) Determinação do lactato sangüíneo ................................................ 29

2.5 Procedimentos ..................................................................................... 30

2.6 Analise Estatística ................................................................................ 30

3 RESULTADOS..................................................................................... 30

4 DISCUSSÃO ........................................................................................ 32

5 CONCLUSÃO ...................................................................................... 35

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 36

APÊNDICES ..................................................................................................... 40

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a) Apêndice (A) Termo de consentimento ........................................ 41

b) Apêndice (B) Avaliação física ....................................................... 42

c) Apêndice (C) Avaliação de potência anaeróbia (R.A.S.T.) .......... 43

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INTRODUÇÃO

A mídia televisionada e escrita têm colocado em evidência vários

jogadores profissionais de tênis, ginástica, natação, futebol e outros esportes

em idades muito precoces, por volta dos 15 a 17 anos. Os excelentes

resultados obtidos por atletas, ainda na fase infantil e durante a adolescência,

em competições nacionais e internacionais de reconhecido impacto tem

aumentado o interesse por atividades esportivas e resultante desta exposição,

uma elevada proporção de crianças e adolescentes têm procurado os clubes

de iniciação esportiva.

Embora ainda não se tenham explicações adequadas para inúmeros

questionamentos relacionados com os efeitos da pratica da atividade física

envolvendo integrantes da população jovem, verifica-se que, nos últimos anos,

uma grande quantidade de informações vem sendo acumulada com referencia

ao assunto. Certamente, as lacunas existentes têm a ver com o fato de alguns

programas de atividade física induzirem modificações morfológicas e funcionais

na mesma direção do que é esperado para o próprio processo de maturação

biológica. (GUEDES; GUEDES, 1995)

Os especialistas em pediatria enfatizam que as crianças, tanto funcional

quanto estruturalmente, não são semelhantes aos adultos. (ASTRAND, 1992)

Em pessoas adultas, tem-se assumido que as alterações que

eventualmente, possam ocorrer caracterizam-se como uma resposta ao

processo de adaptação do estresse imposto pelo esforço físico. Entretanto, em

se tratando de crianças e adolescentes, as modificações que presumivelmente

ocorrem até que atinjam o estágio de maturidade podem ser tão grandes ou

maiores até do que as próprias adaptações resultantes de um programa de

atividade física. (GUEDES; GUEDES, 1995)

Atualmente um grande número de institutos e pesquisadores estão

preocupados com os aspectos do treinamento em crianças. Esta preocupação

pode estar vinculada ao interesse de se criarem mais campeões olímpicos ou,

simplesmente ao fato de se conhecer a extensão dos efeitos da atividade física

e do esporte, já que estes são partes integrante da vida das crianças e

adolescentes. (MÁCEK; VÁVRA, 1980)

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Um dos objetivos básicos do treinamento do alto nível é a otimização de

cargas físicas, respeitando a individualidade do atleta e a especificidade

praticada. (GAGLIARDI; KISS; OLIVEIRA, 1994)

O beisebol vem crescendo no Brasil principalmente em cidades do

interior de São Paulo. De acordo com (MUJIKA et al., 1996) o beisebol é uma

modalidade esportiva coletiva, disputada entre duas equipes com nove

jogadores que alteram suas ações na fase de ataque e de defesa. As ações

durante a defesa acontecem, predominantemente, através de duas habilidades:

o arremesso e o catching (receber a bola com uma luva especifica), que são

utilizadas para evitar as conquistas das bases e, consequentemente, dos

pontos. Durante a fase de ataque, a rebatida e a corrida de bases são

utilizadas para conquistar bases e outros pontos. Nessas situações, o sistema

energético predominante (80%) é o sistema ATP-CP. (POWERS; HOWLEY,

2005).

Tradicionalmente, no meio esportivo e na pesquisa envolvendo a

produção de energia metabólica durante o exercício físico, tem-se considerado

potência anaeróbia como o máximo de energia liberada por unidade de tempo

por esse sistema. Atualmente, o metabolismo anaeróbio tem também sua

significância prática, tanto em algumas modalidades esportivas, como em

algumas atividades do cotidiano. Assim, existe a necessidade de avaliação da

potência anaeróbia. (FRANCHINI, 2002).

O Running-based Anaerobic Sprint Test (RAST-TEST) que consiste na

realização de seis repetições de uma distância de 35 metros, à velocidade

máxima, com um intervalo de recuperação ativa entre repetições com duração

de 10 segundos. Por ser de maior facilidade de aplicação sugere-se que o teste

seja eficaz na avaliação da potência anaeróbia dos atletas de desportos

coletivos, fornecendo informações importantes para os treinadores na

planificação e condução no processo do treinamento. (SIQUEIRA;

CRESCENTE; CARDOSO, 2005).

Esta pesquisa se propõe a uma investigação na área da fisiologia,

limitando-se a investigar e apresentar o comportamento da curva de lactato

sanguíneo após a realização do RAST-TEST. Para isso, a presente pesquisa

ocorreu no Laboratório de Avaliação do Esforço Físico (LAEF) do Centro

Universitário Católico Salesiano Auxilium, com jogadores de beisebol do sexo

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masculino, da categoria pré-junior, tendo um tempo de treinamento superior a 2

anos.

Com isso o presente trabalho tem como objetivo geral: analisar o

comportamento da curva de lactato sanguíneo após a realização do RAST-

TEST em jogadores de beisebol da categoria pré junior. O mesmo possui como

objetivos específicos:

a) determinar as concentrações de lactato sanguíneo em repouso e em

diferentes tempos após a realização de um teste intermitente de alta

intensidade;

b) identificar o momento após a realização do RAST-TEST, no qual a

concentração de lactato atinge sua concentração máxima (pico de

acumulo de lactato);

c) demonstrar os respectivos períodos de remoção do lactato após um

esforço intenso similar as condições do jogo de beisebol;

d) a apresentação de dados que podem servir para a investigação

voltada ao impacto da intensidade nas sessões de treinamento para

atletas da categoria pré junior, bem como no âmbito do treinamento

desportivo, são de fundamental importância na prevenção e controle

de cargas de trabalho, alem de valores de referencia para futuras

comparações.

Este estudo foi norteado pelo seguinte problema: Qual a importância do

conhecimento das respostas agudas do lactato sanguíneo, após a realização

de um teste intermitente de alta intensidade em jogadores adolescentes de

beisebol?

Torna-se imperioso conhecer e sistematizar a maior quantidade e

diversidade de informação acerca dos jovens que são submetidos, desde muito

cedo, a atividades físicas organizadas, altamente especializadas e

sistemáticas, sobretudo na resposta ao treino e competição (SEABRA; MAÍA;

GARGANTA, 2001).

Segundo Anderson; Griesemer; Johnson (2000, p. 154), a

especialização esportiva em idades mais jovens tem ocorrido graças à

complexidade dos movimentos técnicos e ao alto grau de habilidade motora

requisitados pelos esportes competitivos, e alcançar níveis de excelência

esportiva, independente da faixa etária é trabalho árduo, e durante a

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adolescência depende de muita cautela, em função do período exclusivo de

crescimento físico.

Embora, exista muita preocupação entre os pesquisadores no sentido de

não exceder os limites orgânicos de crianças e adolescentes vinculados a

esportes competitivos, poucas são as investigações voltadas ao impacto da

intensidade nas sessões de treinamento e os respectivos períodos para

recuperação dos jovens atletas. (SILVA et al., 2007)

1 CONCEITOS PRELIMINARES

1.1 Dinâmica do jogo de beisebol

O beisebol é um jogo em que se utilizam um taco, uma bola e uma luva,

no qual os fundamentos do jogo são arremessar, acertar e pegar a bola.

Logicamente, a execução dessas três tarefas é algo mais complexo do

que parece, e é esse desafio que obriga os jogadores de beisebol a praticarem

tanto.

Ao contrário da maioria dos jogos, um jogo de beisebol não é limitado

pelo cronômetro. Os dois times adversários jogam durante um período de

entradas (innings), que são subdivididos em metades. Os jogos profissionais e

colegiais costumam ter nove entradas de duração.

O motor do esporte é composto de dois jogadores - o arremessador e o

rebatedor. Toda a ação em um jogo de beisebol gira em torno desses dois

combatentes.

Para iniciar o jogo, o arremessador tenta lançar a bola além do rebatedor

e atingir a luva do receptor ou tenta fazer com que o rebatedor acerte a bola

para colocá-la em jogo. Com a bola posta em jogo, os oito jardineiros tentam

pegá-la ou expulsar o rebatedor para que ele não alcance a base e, por fim,

marque um ponto (um run). O objetivo do rebatedor é colocar a bola em jogo

para que os oito jardineiros (fielders) não consigam pegá-la ou arremessá-la

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para o outro campo e registrar uma eliminação.

Como qualquer esporte, é o campo que define o jogo de beisebol. Ao

contrário da maioria dos esportes coletivos, que acontecem em um campo

retangular (por exemplo, basquete, futebol americano e futebol), o beisebol é

praticado em um campo em formato de um quarto de círculo, como uma fatia

de bolo. O campo costuma ser chamado de diamante.

Durante uma entrada, os times se revezam nas tacadas. Enquanto um

time rebate, o outro coloca seus jogadores em áreas específicas do campo

para evitar que o time adversário consiga acertar e marcar runs. Um jogador do

time de ataque vai ao home plate, fica sobre a caixa do rebatedor e tenta

acertar a bola que o arremessador atira em sua direção.

No fim das entradas previstas, o time que tiver marcado mais runs é

declarado vencedor. Se o time da casa estiver na frente após o auge dessa

entrada, o time da casa vence o jogo e não precisa completá-lo. No entanto, se

os times estiverem empatados após nove entradas, continuarão jogando até

que um dos times tenha mais runs que o outro. Tenha em mente que o time da

casa sempre tem a chance de dar a última tacada (BONSOR; MARTIN, 2007).

1.1.1 Características do jogo de beisebol

O beisebol é uma modalidade esportiva coletiva, disputada entre duas

equipes com nove jogadores que alternam suas ações na fase de ataque e de

defesa. (MUJIKA et al., 1996). Trata-se de um esporte intervalado com

períodos curtos de repouso. O beisebol apesar de ser jogado com movimentos

explosivos e intensos, não são realizados em uma freqüência que leve a fadiga

anaeróbia.

As ações durante a defesa acontecem, predominantemente, através de

duas habilidades: o arremesso e o catching (receber a bola com uma luva

especifica), que são utilizadas para evitar as conquistas das bases e,

conseqüentemente, dos pontos. Durante a fase de ataque, a rebatida e a

corrida de bases são utilizadas para conquistar bases e outros pontos.

(MURPHY; FORNEY, 1997).

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Nessas situações, o sistema energético predominante (80%) é o sistema

ATP-CP (POWERS; HOWLEY, 2005).

A habilidade de rebater a bola é descrita como uma cadeia cinética de

seqüências combinadas de movimentos iniciados com os pés, seguido por

outros movimentos como a rotação do tronco. Nesta fase, pernas e tronco

ganham uma grande aceleração. Quando ocorre a desaceleração do

movimento, há uma facilitação para que os braços realizem um movimento

similar ao de uma chicotada com o taco durante o swing. Esta habilidade é

caracterizada como uma atividade balística de alta velocidade (pico da

velocidade angular do taco é de 2,437 metros por segundo avaliado em

jogadores colegiais) (ANDERSON; LONGO, 1992).

Após a rebatida, o atleta deve deslocar-se o mais rápido possível para

alcançar a primeira base ou percorrer o maior número possível de bases. A

distância entre as bases é de 27,25 metros, e são denominadas: home base

(onde se inicia a corrida), primeira base, segunda base e terceira base, sendo

um total de quatro bases, que devem ser percorridas para se fazer um ponto.

Nesta área ocorrem todas as corridas do ataque, sendo que a quantidade de bases que se pode alcançar depende, principalmente, da velocidade do swing (movimento para rebater a bola), para rebater a bola e em percorrer no menor tempo possível um maior número de bases. Portanto, para o beisebol, seria interessante aumento da disponibilidade nas reservas dos fosfatos de alta energia e, conseqüentemente, uma melhora no desempenho do swing e na velocidade durante a corrida de bases (BATISTA JUNIOR et al. 2005, p. 86).

Portanto o rendimento que os atletas podem apresentar nos esportes

coletivos depende fundamentalmente dos aspectos técnicos, táticos, físicos e

psicológicos. No beisebol particularmente, a associação entre os níveis

apropriados de força rápida, velocidade e habilidade para a execução dos

movimentos (técnicos) permite que o atleta realize os fundamentos desta

modalidade com maior rapidez e precisão (BOMPA, 2001).

1.2 Bioenergética

A Bioenergética constitui um dos principais blocos temáticos da

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Fisiologia, sendo essencialmente dedicada ao estudo dos vários processos

químicos que tomam possível a vida celular do ponto de vista energético.

Procura, entre outras coisas, explicar os principais processos químicos que

decorrem na célula e analisar as suas implicações fisiológicas, principalmente

em relação ao modo como esses processos se enquadram no conceito global

de homeostasia (BROOKS; FAHEI, 2000).

A compreensão daquilo que significa energia e da forma como o

organismo a pode adquirir, converter, armazenar e utilizar, é a chave para

compreender o funcionamento orgânico tanto nos desportos de rendimento,

como nas atividades de recreação e lazer. O estudo da bioenergética permite

entender como a capacidade para realizar trabalho (exercício) está dependente

da conversão sucessiva, de uma em outra forma de energia. Com efeito, a

fisiologia do trabalho muscular e do exercício é, basicamente, uma questão de

conversão de energia química em energia mecânica, energia essa que é

utilizada pelas miofibrilas (Feixes de delicadas fibrilas longitudinais envolvidas

por retículo sarcoplasmático e localizadas no interior de uma fibra muscular

esquelética. As fibrilas são constituídas, essencialmente, por miofilamentos

ultramicroscópicos espessos e delgados) para provocar o deslize dos

miofilamentos, resultando em ação muscular e produção de força. Para

compreender as necessidades energéticas de qualquer modalidade desportiva,

tanto ao nível do treino como da competição, é importante conhecê-la

profundamente. O sucesso de qualquer tarefa motora pressupõe que a

conversão de energia seja feita eficazmente, na razão direta das necessidades

energéticas dos músculos esqueléticos envolvidos nessa atividade Será

importante referir que o dispêndio energético depende de vários fatores, entre

os quais podemos referir à tipologia do exercício, a freqüência, a duração e a

intensidade, os aspectos de caráter dietético, as condições de exercitação

(altitude, temperatura e umidade), a condição física do atleta e a sua

composição muscular em termos de fibras (tipo I e ll). (FERREIRA, 2006).

Referindo-se à avaliação da performance, alguns investigadores

classificam as atividades em 3 grupos distintos: potência, velocidade e

resistência (endurance), aos quais associam um sistema energético específico,

respectivamente, os fosfatos de alta energia, a glicólise anaeróbia e o sistema

oxidativo. Como exemplos ilustrativos de atividades relacionadas aos sistemas

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energéticos, podemos referir o lançamento do peso (potência), a corrida de

400m (velocidade) e a maratona (resistência).

Os dois primeiros sistemas energéticos são designados de anaeróbios, o

que significa que a produção de energia nas modalidades que os utilizam

preferencialmente não está dependente da utilização de oxigênio. Já a

produção de energia no sistema oxidativo decorre na mitocôndria e só é

possível mediante a utilização de oxigênio, razão pela qual se denomina este

tipo de sistema de aeróbia Deste modo, o sucesso e a operacionalidade de

cada um dos grupos de atividade encontra-se dependente do funcionamento

do sistema energético preferencialmente utilizado, razão pela qual faremos em

seguida uma caracterização bioenergética sumária de cada sistema (BROOKS;

FAHEI, 2000).

1.2.1 Trifosfato de adenosina (ATP)

O trifosfato de adenosina (ATP) é o único combustível que pode ser

usado diretamente pelo músculo esquelético para a contração. O estoque de

ATP no músculo esquelético humano é relativamente pequeno (cerca de 24mM

por quilo de matéria seca) e, por isso, deve sofrer contínua ressíntese a partir

de seus produtos de degradação, o difosfato de adenosina (ADP) e o

monofosfato de adenosina (AMP). Durante exercício submáximo (situação

estável), a ressíntese de ATP pode ser adequadamente obtida pela combustão

oxidativa dos estoques de gorduras e de carboidratos. No entanto, durante

exercício de alta intensidade (situação não-estável), a ativação relativamente

lenta e a taxa de liberação de energia da fosforilação oxidativa não conseguem

suprir as necessidades energéticas da contração. Nesse caso, a liberação de

energia anaeróbia é essencial para a continuidade da contração. Em geral, a

liberação de energia oxidativa requer vários minutos para atingir uma situação

estável, sobretudo por causa da quantidade e da complexidade das reações

envolvidas. Uma vez atingida a estabilidade, a taxa máxima de produção de

ATP encontra-se em tomo de 2,5mM kg por massa seca por segundo. Por

outro lado, a liberação de energia anaeróbia está restrita ao citossol, cuja

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ativação é quase instantânea e cuja liberação de ATP excede a taxa de 11mM

por quilo de matéria seca por segundo. O problema é que isso se mantém

apenas por poucos segundos antes de começar a declinar. É evidente que as

ressínteses oxidativas e anaeróbias do ATP não devem ser consideradas

independentes uma da outra.

1.3 Lactato: Produção e remoção

Desde que Fletcher; Hopkins em (1907 apud VILLAR; DENADAI, 1998)

demonstraram a formação de ácido lático durante a contração muscular, muita

atenção tem sido dada aos prováveis mecanismos que controlam sua produção

e remoção durante o exercício, onde novas pesquisas surgiram e evidenciaram

que o lactato produzido pode ser utilizado como substrato energético pelo

fígado, músculos esqueléticos e o coração. Este conceito de que o lactato pode

ser produzido num tecido e transportado a outro, para ser utilizado como fonte

de energia é denominada de lançadeira de lactato (POWERS; HOWLEY,

2005).

Para realizar quase todas as tarefas que nosso corpo necessita para a

nossa sobrevivência (funções biológicas), ou para que possa realizar uma ação

do nosso comando (movimentos e exercícios), é necessário um gasto de

energia para que isto aconteça. Esta energia é proveniente de uma molécula

chamada ATP (adenosina trifosfato

uma molécula universal condutora de

alta energia, produzida em todas as células vivas como um modo de capturar e

armazenar energia). Esta consiste de base púrica adenina e do açúcar de cinco

carbonos, ribose, aos quais são adicionados, de forma linear, três moléculas de

fosfato. À medida que o corpo vai realizando suas funções, o ATP é degradado

e, conseqüentemente, restaurado por outra fonte energética que pode ser

proveniente da fosfocreatina (intramuscular), das gorduras, dos carboidratos ou

das proteínas. (FOSS; KETEYIAN, 2000).

Conforme as necessidades energéticas vão avançando, o corpo utiliza o

pouco ATP que ele tem disponível para realizar suas funções, à medida que o

ATP acaba, é solicitado o uso da fosfocreatina para ressintetizar o ATP, porém

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a fosfocreatina também é pouca em nosso organismo. Então as necessidades

energéticas continuam e o nosso organismo solicita outro macronutriente para

realizar a ressíntese do ATP. Entretanto, neste momento o nosso corpo precisa

fazer uma escolha, ele precisa determinar qual substrato energético utilizar:

gordura, na forma de triglicerídeos, ou carboidratos, na forma de glicose ou

glicogênio muscular. (BROOKS; FAHEI, 2000) Essa escolha irá depender de

dois fatores:

a) a velocidade de ressíntese do ATP;

b) se há ou não a presença de oxigênio durante o processo de

transformação.

Na presença de oxigênio e na pouca necessidade de solicitação o

organismo utilizaria a gordura para ressintetizar ATP, uma vez que a gordura

gera mais ATP que a glicose, e sua fonte é praticamente ilimitada no nosso

corpo, não levando-o ao risco de sofrer pela má utilização deste substrato. Por

outro lado, na necessidade de alta velocidade de ressíntese do ATP o

organismo irá optar pela glicose ou glicogênio hepático e muscular; como em

exercícios extenuantes e muito intensos. Isso também ocorreria na ausência de

oxigênio durante o processo de geração de energia, chamado de via glicolítica.

Essa via é capaz de gerar energia suficiente para ressíntese do ATP, mas

tendo como produto final o ácido lático (um subproduto tóxico gerado no

decorrer do ciclo de ressíntese do ATP), que faz com que o exercício seja

interrompido minutos depois pela instalação da fadiga muscular dos músculos

exercitados. (McARDLE; KATCH; KATCH, 2001).

O lactato não deve ser encarado como um produto de desgaste

metabólico. Pelo contrário, proporciona uma fonte valiosa de energia química

que se acumula como resultado do exercício intenso. Quando se toma

novamente disponível uma quantidade suficiente de oxigênio durante a

recuperação, ou quando o ritmo do exercício diminui, o NAD (coenzima NADH

em sua forma oxidada) varre os hidrogênios ligados ao lactato para

subseqüente oxidação a fim de formar ATP. Os esqueletos de carbono das

moléculas de piruvato formados novamente a partir do lactato durante o

exercício serão oxidados para a obtenção de energia ou serão sintetizados

(transformados) para glicose (gliconeogênese) no ciclo de Cori. O ciclo de Cori

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não serve apenas para remover o lactato, mas o utiliza também para

reabastecer as reservas de glicogênio depletadas no exercício árduo. (SMITH,

et al., 1998).

Quando a oxidação do lactato iguala sua produção, o nível sangüíneo de

lactato se mantém estável, apesar de um aumento na intensidade do exercício

e no consumo de oxigênio. Para as pessoas sadias, porém destreinadas, o

lactato sangüíneo começa a acumular-se e sobe de maneira exponencial para

aproximadamente 55% de sua capacidade máxima para o metabolismo

aeróbio. A explicação habitual para um acúmulo do lactato sangüíneo durante o

exercício pressupõe uma hipoxia (falta de oxigenação da musculatura) tecidual

relativa. Quando o metabolismo glicolítico predomina, a produção de

nicotinamida adenina dinudeotidio (NADH

coenzima envolvida na

transferência de energia) ultrapassa a capacidade da célula de arremessar

seus hidrogênios (elétrons) através da cadeia respiratória, pois existe uma

quantidade insuficiente de oxigênio ao nível tecidual. O desequilíbrio na

liberação de oxigênio e a subseqüente oxidação fazem com que o piruvato

(substrato final da degradação da glicose; muito importante para a formação do

lactato) possa aceitar o excesso de hidrogênios, o que resulta em acúmulo de

lactato. (FOSS; KETEYIAN, 2000).

O lactato é formado continuamente durante o repouso e o exercício

moderado. As adaptações musculares induzidas pelo treinamento aeróbio,

permitem os altos ritmos de renovação do lactato; assim sendo, o lactato

acumula-se em intensidades mais altas de exercício que no estado

destreinado. (JUEL, 1998).

Outra explicação para o acúmulo de lactato durante o exercício poderia

incluir a tendência para a enzima desidrogenase lática (LDH) nas fibras

musculares de contração lenta favorecer a conversão de lactato para piruvato.

Portanto, o recrutamento das fibras de contração rápida com o aumento

da intensidade do exercício favorece a formação de lactato,

independentemente da oxigenação tecidual (BENEKE, et at., 2003).

Referindo-se ainda a formação de lactato, Denadai (1999) salienta que,

embora o músculo esquelético seja o maior sítio de produção e liberação de

lactato durante o exercício, outros órgãos (intestino, fígado, pele) também

podem produzir e liberar lactato. A maior produção de ácido láctico ocorre

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durante exercícios que só podem ser mantidos entre 60 a 180 segundos,

quando este sistema é exigido ao máximo.

Segundo Ferreira (2006, p. 16) a produção e o acumulo de lactato são

acelerados quando o exercício torna-se mais intenso e as células musculares

não conseguem atender às demandas energéticas adicionais aerobiamente

nem oxidar o lactato com o mesmo ritmo de sua produção .

Durante um exercício exaustivo, os músculos e o sangue conseguem

tolerar o acumulo de apenas 60 a 70 gramas de acido lático, antes de surgir a

fadiga. (FOSS; KETEYIAN, 2000).

Segundo McArdle; Katch; Katch, (2003), atletas de velocidade-potência

em geral alcançam níveis sanguíneos de lactato 20 a 30% mais altos que seus

congêneres destreinados durante o exercício máximo de curta duração.

Depois de sua formação no músculo, o lactato se difunde rapidamente

para o espaço intersticial e para o sangue, para ser tamponado e removido do

local do metabolismo energético. Dessa forma, a glicólise continua fornecendo

energia anaeróbia para a ressíntese do ATP. Essa via para a energia extra

continua sendo temporária, pois os níveis sangüíneos e musculares de lactato

aumentam e a regeneração do ATP não consegue acompanhar seu ritmo de

utilização. A fadiga se instala de imediato e diminui o desempenho nos

exercícios. A maior acidez intracelular e outras alterações medeiam a fadiga,

pela inativação de várias enzimas na transferência de energia e pela

deterioração das propriedades contráteis do músculo. Entretanto, a maior

acidez (pH mais baixo) por si só não explica a redução na capacidade de

realizar exercícios durante um esforço físico intenso (JUEL, 1998).

No exercício extenuante, quando as demandas energéticas ultrapassam

tanto o suprimento de oxigênio quanto seu ritmo de utilização, a cadeia

respiratória não consegue processar todo o hidrogênio ligado ao NADH. A

liberação contínua de energia anaeróbia na glicólise depende da

disponibilidade de NAD para oxidar 3-fosfogliceraldeído (subproduto da

degradação da glicose); caso contrário, o ritmo rápido da glicólise se esgota .

Durante a glicólise anaeróbia, NAD é liberado à medida que pares de

hidrogênios não oxidados em excesso se combinam temporariamente com o

piruvato para formar lactato. O acúmulo de lactato, e não apenas sua

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produção, anuncia o início do metabolismo energético anaeróbio. (SMITH et al.,

2002).

A ressíntese dos fosfatos de alta energia (ATP) terá que prosseguir com um ritmo rápido para que o exercício extenuante possa continuar. A energia para fosforilar o ADP (resultado final do ATP depois de liberar energia), durante o exercício intenso deriva principalmente do glicogênio muscular armazenado através da glicólise anaeróbia (ritmo máximo de transferência de energia igual a 45% daquele dos fosfatos de alta energia), com a subseqüente formação de lactato. De certa forma, a glicólise anaeróbica com formação de lactato poupa tempo. Torna possível a formação rápida de ATP pela fosforilação ao nível do substrato, mesmo quando o fornecimento de oxigênio continua sendo insuficiente e/ou quando as demandas energéticas ultrapassam a capacidade do músculo para a ressíntese aeróbia do ATP (FERREIRA, 2006, p.18).

Os acúmulos rápidos e significativos de lactato sangüíneo ocorrem

durante os exercícios máximos (extenuante) que dura entre 60 a 180

segundos. Uma redução na intensidade desse exercício árduo para prolongar o

período do exercício acarreta uma redução correspondente tanto no ritmo de

acúmulo quanto no nível final de lactato sangüíneo (FOSS; KETEYIAN, 2000).

Apesar do lactato sangüíneo permanecer elevado por uma a duas

horas após um exercício altamente anaeróbio, as concentrações sanguíneas e

musculares de H+ retornam ao normal em 30 a 40 minutos de recuperação

ativa. Além disso, exercícios de alta intensidade, onde as concentrações de

lactato se elevam muito, acima de seus níveis de repouso, tende a voltar a sua

normalidade por volta de 30 a 60 minutos após a atividade. (HIGINO, 2001).

A recuperação ativa realizada após exercícios de alta intensidade,

aumenta a velocidade de remoção do lactato do músculo e da circulação, em

relação ao repouso passivo, sendo que sua remoção após um exercício intenso

pode ocorrer através da oxidação em CO2 e H2O pela musculatura,

gliconeogênese hepática e através da reconversão a glicogênio pela

glicogênese muscular e hepática. (VILLAR; DENADAI, 1998; HIGINO, 2001).

Um exercício aeróbio de baixa intensidade realizado na fase de

recuperação durante 10

15 minutos será capaz de uma remoção do lactato

até duas vezes mais rápido quando comparado com uma recuperação inativa

sendo que sua remoção deve acontecer primeiramente no músculo e depois no

sangue (BOMPA, 2001).

De acordo com Higino, (2001) os atletas praticantes de atividades

aeróbias (fundistas) demonstram possuir uma melhor taxa de remoção de

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lactato do que aqueles praticantes de atividades predominantemente

anaeróbias (velocista).

Em condições aeróbias, o ritmo de remoção do lactato por outros tecidos

corresponde a seu ritmo de formação, resultando na ausência de qualquer

acúmulo efetivo de lactato, isto é, a concentração sangüínea de lactato se

mantém estável. Somente quando a remoção não mantém paralelismo com a

produção, o lactato acumula-se no sangue (BIRCHER; KNECHTLE, 2004).

Existem quatro destinos possíveis para o ácido lático:

a) Excreção na Urina e no Suor. Sabe-se que o ácido lático é excretado

na urina e no suor. Entretanto, a quantidade de acido lático assim

removida durante a recuperação após um exercício é negligenciável.

b) Conversão em Glicose e/ou Glicogênio. Já que o ácido lático é um

produto da desintegração dos carboidratos (glicose e glicogênio),

pode ser transformado de novo em qualquer um desses compostos

no fígado (glicogênio e glicose hepáticos) e nos músculos (glicogênio

muscular), na presença de energia (ATP) necessária. Contudo, e

como já vimos, a ressíntese do glicogênio nos músculos e no fígado é

extremamente lenta, quando comparada com a remoção do ácido

lático. Além disso, a magnitude das alterações nos níveis sanguíneos

de glicose durante a recuperação também é mínima. Portanto, a

conversão do ácido lático em glicose e glicogênio é responsável

apenas por uma pequena fração do ácido lático total removido.

c) Conversão em proteína. Os carboidratos, incluindo o ácido lático,

podem ser convertidos quimicamente em proteína dentro do corpo.

Entretanto, também foi demonstrado nos estudos que apenas uma

quantidade relativamente pequena de ácido lático é transformada em

proteína durante o período imediato de recuperação após um

exercício.

d) Oxidação/Conversão em CO2 e H2O. O ácido lático pode ser usado

como combustível metabólico para o sistema do oxigênio,

predominantemente pelo músculo esquelético, porém o músculo

cardíaco, o cérebro, o fígado e o rim também são capazes dessa

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função. Na presença de oxigênio, o ácido lático é transformado,

primeiro, em ácido pirúvico e, a seguir, em CO2 e H2O no ciclo de

Krebs e no sistema de transporte de elétrons, respectivamente. É

evidente que o ATP é ressintetizado em reações acopladas no

sistema de transporte de elétrons. (BENEKE et al., 2003).

O uso de acido lático como combustível metabólico para o sistema

aeróbio é responsável pela maior parte do acido lático removido durante a

recuperação após um exercício intenso. (FERREIRA, 2006).

A capacidade de gerar altos níveis sangüíneos de lactato durante o

exercício máximo aumenta com o treinamento anaeróbio específico de

velocidade-potência e, subseqüentemente, diminui com o destreinamento.

A manutenção de um baixo nível de lactato conserva também as

reservas de glicogênio, o que permite prolongar a duração de um esforço

aeróbio de alta intensidade. (BIRCHER; KNECHTLE, 2004).

Foi observado em pesquisas que, a elevação dos níveis de lactato

observada nos indivíduos treinados quando exercitados agudamente foi

significativamente menor que a observada nos sedentários. Tais resultados

reproduzem os achados clássicos descritos na literatura, o que nos permite

avaliar como eficazes, tanto na intensidade do exercício agudo na

determinação de modificações no metabolismo energético, quanto o protocolo

de treinamento físico na produção de adaptações orgânicas.

Em outras palavras, treinar para aumentar o limiar anaeróbico. (FOSS;

KETEYIAN, 2000).

1.4 Potência Anaeróbia

Durante as duas últimas décadas vem crescendo substancialmente o

interesse pela performance anaeróbica de crianças e adolescentes. No entanto

a capacidade de esforço anaeróbico do organismo humano, permanece ainda,

menos conhecida que a capacidade aeróbica. Além do mais, a aptidão

anaeróbica não tem recebido a mesma atenção, por parte de pesquisadores e

profissionais envolvidos na área. Nos altos níveis de aptidão anaeróbia

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exigidos em muitos esportes, e também pela limitação que baixos níveis de

aptidão anaeróbica impõe a função diária em várias doenças pediátricas.

(BLIMKIE et al., 1988; NINDL et at., 1995).

Diversos autores já enfatizaram a dificuldade em comparar os resultados

entre estudos, uma vez que diferentes protocolos, diferentes medidas e modo

de exercício são empregados. Isto se deve, em parte, a inexistência de

medidas diretas do metabolismo energético nos seus componentes alático e

lático. (BAR-OR, 1987; VAN PRAAGH, 1997).

A quantificação tanto da capacidade quanto da potência anaeróbica, tem

sido feita através de medidas indiretas com ênfase no trabalho mecânico:(ex.

Salto vertical, salto horizontal; corrida 36m. teste de 40 seg; teste de Margaria;

teste de Wingate; teste em esteira rolante; teste isocinético mono-articular,

teste de força-velocidade em cicloergômetro ou esteira; os métodos: déficit

máximo acumulado de oxigênio e potência crítica). Os dados existentes

evidenciam a especificidade dos resultados em relação a forma de mensuração

e/ou protocolo utilizado. (MARTIN; MALINA,1998).

Os aspectos evolucionários do sistema energético anaeróbico não foram

totalmente esclarecidos, particularmente, com respeito as diferenças sexuais. A

literatura tem demonstrado que alterações específicas relacionadas ao sexo

são perceptíveis no início da puberdade e ampliadas no final da adolescência,

as evidências até o momento, enfatizam as variações na massa muscular,

como sendo o fator preponderante; as interações com o meio ambiente e

outros fatores, além do biológico, ainda não foram explorados. Assim a

quantidade de músculo (área transversa e comprimento), a qualidade muscular

(tipo de fibra, substrato disponível), a arquitetura muscular (alinhamento das

fibras musculares), assim como a arquitetura músculo-esquelética (geometria

articular), a ativação neuro-muscular (recrutamento e coordenação), a

endurance muscular, (enzimas glicolíticas e estoques de creatinafosfato), a

resistência à fadiga (capacidade de tamponamento), já foram investigados e

são considerados fatores básicos; além disso, muitos deles devem ser

interpretados no contexto do crescimento e maturação (MALINA, 1998).

Para a avaliação funcional de atletas, vários são os testes que têm sido

empregados para a determinação da potência e da capacidade anaeróbia

(BAR-OR, 1987; MEDBO et. al., 1988).

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A maior parte destes testes, que são utilizados por pesquisadores e

treinadores, acabam apresentando pelo menos um destes inconvenientes:

a) dificuldade para diferenciar claramente a potência da capacidade

anaeróbia;

b) dificuldade para estabelecer a fronteira exata entre o metabolismo

aláctico e láctico e;

c) dificuldade em estabelecer testes específicos para cada esporte.

Entre os testes mais utilizados pelos laboratórios de Fisiologia do

Exercício, para a avaliação anaeróbia, está o Teste de Wingate (TW). Esta

grande utilização ocorre provavelmente, em função da simplicidade

metodológica e do fácil acesso ao material necessário para a execução do

teste. Além disso, o TW pode ser realizado em condições laboratoriais, o que

permite a princípio, um controle das condições ambientais, e um

acompanhamento muito grande do sujeito avaliado, o que acaba determinando

uma excelente reprodutibilidade para o teste. (BAR OR, 1987).

Apesar das vantagens citadas anteriormente, as informações referentes

a validade do TW em avaliar a performance anaeróbia obtida durante a corrida,

ainda são escassas. Esta preocupação é importante, pois embora sejam

empregados nos dois testes (Wingate e corrida), preferencialmente os

membros inferiores, existem diferenças biomecânicas e fisiológicas, entre a

corrida e o ciclismo. Estas diferenças ficam bem evidentes, quando são

analisados os dados existentes na literatura, que compararam as avaliações

aeróbias (Consumo Máximo de Oxigênio e Limiar Anaeróbio) de diferentes

grupos de indivíduos (corredores, ciclistas, triatletas e sedentários), realizadas

nos dois ergômetros, mostrando, pelo menos para esta capacidade motora,

que a resposta é específica para o ergômetro utilizado. (DENADAI; PIÇARRO;

RUSSO, 1994). Embora exista escassez destas informações, várias equipes de

esportes coletivos (basquete, futebol, voleibol) apesar de empregarem

principalmente a corrida como meio de treinamento físico, vem utilizando o TW

para realizar avaliações e reavaliações da capacidade e potência anaeróbia (-

DENADAI; GUGLIEMO; DENADAI, 1997)

No entanto as limitações apontadas ao teste do Wingate para estas

modalidades são minimizadas em um outro teste: Running-based Anaerobic

Sprint Test (R.A.S.T.), da Universidade de Wolverhampton, pois apresenta uma

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maior facilidade de aplicação. O R.A.S.T. consiste na realização de seis

repetições de uma distância de 35 metros, à velocidade máxima, com um

intervalo de recuperação ativo entre repetições com duração de 10 segundos.

(SIQUEIRA; CRESCENTE; CARDOSO, 2005).

2 CASUÍSTICAS E MÉTODOS

2.1 Condições ambientais

As avaliações foram realizadas na pista de atletismo do Centro

Universitário Católico Salesiano Auxilium de Lins (Unisalesiano), durante o mês

de junho de 2007, nos horários entre 15 horas e 17 horas.

2.2 Sujeitos

A amostra foi composta por doze (12) indivíduos do sexo masculino,

voluntários, aparentemente saudáveis, fisicamente ativos com média de idade

treze (13) anos. Todos os indivíduos treinados no período mínimo dois (2)

anos, fazendo parte da equipe de Beisebol da categoria pré-junior, da cidade

de Lins, estado de São Paulo. Os atletas treinavam de uma forma geral, isto é,

sem treinamento individualizado, durante três (3) vezes por semana, no horário

entre 15 horas e 18 horas. Antes de iniciarem os testes, seus responsáveis

tomaram conhecimento dos procedimentos aos quais as crianças seriam

submetidas e assinaram o termo de concordância referente à participação no

estudo. (Apêndice A)

2.3 Material

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a) cone de plástico;

b) analisador eletroquímico YSL 1500, Sport ;

c) caixa de isopor;

d) becher;

e) eppendorf;

f) capilar;

g) algodão;

h) luvas de procedimento;

i) lanceta;

j) álcool (70%);

k) pipeta de fluoreto de sódio;

l) fluoreto de sódio 2%;

m) computador;

n) estadiômetro;

o) balança de bioimpedância TANITA, TBF 305;

p) cronômetro;

q) esparadrapo;

r) fichas de coletas de dados;

s) apito;

t) trena.

2.4 Testes

O presente estudo foi norteado pelas seguintes avaliações:

a) Antropometria: os indivíduos foram submetidos a uma anamnese para

que se pudesse determinar o nível de atividade física, após a

anamnese foi mensurado o perfil antropometrico. (GUEDES;

GUEDES, 2006). (Apêndice B)

Peso:o avaliado posicionou-se em pé, de frente para a escala da

balança, com afastamento lateral dos pés, estando à plataforma entre

os mesmos. Em seguida colocou-se sobre e no centro da plataforma,

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ereto com o olhar num ponto fixo à frente, estando o individuo com o

mínimo de roupa possível. Foi realizada apenas uma medida.

(FERNANDO FILHO, 2003).

Estatura: o avaliado ficou na posição ortostática: estando em pé,

posição ereta, braços estendidos ao longo do corpo, pés unidos,

procurando sempre o contato com o instrumento de medida as

superfícies posteriores do calcanhar, cintura pélvica, cintura escapular

e região e região occipital. A medida foi realizada com o avaliado em

apnéia inspiratória, de modo a minimizar possíveis variações sobre

esta variável antropometrica. A cabeça esteve posicionada segundo o

plano de Frankfurt, paralelo ao solo. A medida foi realizada com o

cursor em ângulo de 90º em relação à escala. Permitiu-se o avaliado

usar calção e camiseta, exigindo-se que esteja descalço.

(FERNANDO FILHO, 2003).

b) Runnig Based Anaerobic Sprint Test (RAST-TEST) (Apêndice C)

O Runnig Based Anaerobic Sprint Test (RAST-TEST), da

Universidade de Wolverhampton, realizado na pista de atletismo do

Unisalesiano de Lins. Este modelo de avaliação constitui-se na

realização de seis corridas de 35 metros em pista demarcada,

desenvolvendo o máximo de velocidade possível, com período de

recuperação de 10 segundos entre cada corrida. (SIQUEIRA;

CRESCENTE; CARDOSO, 2005)

c) Determinação do lactato sangüíneo.

No período de repouso, antes da realização do RAST-TEST foram

coletados 25 microlitros (ul) de sangue arterializado do lóbulo da

orelha, sem hiperemia, para a determinação do lactato sanguíneo. O

sangue foi imediatamente transferido para o microtubulos de

polietilenio com tampa tipo Eppendorf de 1,5ml, contendo 50

microlitros (ul) de fluoreto de sódio (1%), e imediatamente analisado.

Analise de lactato foi realizada através de analisador eletroquímico

modelo YSI 1500 Sport. Após a realização do RAST-TEST foi

iniciado o período de recuperação, no qual os indivíduos

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permaneceram sentados em um banco de madeira até o 30º minuto.

Durante o período de recuperação foram realizadas coletas de

sangue (25 microlitros), no 1º, 3º, 5º, 7º, 10º, 15º, 20º, 25º, e 30º

minutos, para a mensuração do lactato sangüíneo. As formas de

coleta, armazenamento e análise do lactato foram realizadas da

mesma maneira como descrito anteriormente.

2.5 Procedimentos

Após os responsáveis pelos jogadores terem lido, assinado e entregue o

termo de compromisso (Apêndice A), os mesmos foram convidados a

comparecerem ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium de Lins

(Unisalesiano), com objetivo de realizar o RAST-TEST.

2.6 Análise estatística

Para interpretar os resultados coletados foi utilizada a estatística

descritiva mediante a medida de tendência central (media aritmética) e de

dispersão (desvio padrão), e para observar as diferenças entre os dados

utilizou-se a análise estatística Anova One Way.

3 RESULTADOS

Para melhor visualização dos dados, os mesmos foram dispostos em

tabela.

Na tabela 1 são apresentados às médias e desvios padrões das

características biométricas dos sujeitos para a idade, estatura e peso.

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Tabela 1 - Características biométricas (média + DP) dos voluntários (n = 12).

Idade (anos) Estatura (cm) Peso (kg)

Média 13,25 162,22 48,98

DP 0,62 8,62 10,05

Fonte: Elaborada pelo autor.

Nos resultados biométricos foi possível observar que mesmo sendo um

grupo bastante homogêneo quanto à idade cronológica, ocorrendo uma

variabilidade no que diz respeito à estatura e peso, mostrando que cada

jogador procura adaptar seu biótipo ao esporte, de forma que este obtenha seu

melhor desempenho, na realização de sua função.

Na tabela 2, é apresentado os valores médios e desvios-padrão para as

concentrações (mM) em repouso e após o RAST-TEST.

P 0,05

a diferenças significantes com relação ao repouso;

b diferenças significantes com relação a 1 ;

c diferenças significantes com relação a 3 ;

d diferenças significantes com relação a 5 ;

e diferenças significantes com relação a 7 ;

f diferenças significantes com relação a 10 ;

g diferenças significantes com relação a 15 ;

h diferenças significantes com relação a 20 .

Fonte: Elaborada pelo autor.

Na tabela 2 pode-se verificar através da curva de lactato

sangüíneo que ocorreu um aumento nas concentrações de lactato, após o

teste, no qual este apresentou sua concentração máxima (pico de acumulo de

Tabela 2

Médias e desvios-padrão (DP) para as concentrações (mM) em repouso e após o RAST-TEST.

REP 1

3

5

7

10

15

20

25

30

Média 1,08 6,72 a

9,18 ab

9,37 ab

9,11 ab

8,81 ab

7,39 adef

6,49 acdef

5,31 acdefgh

4,48 abcdefgh

DP 0,46 1,28 2,18 1,90 1,67 2,03 2,01 1,53 1,29 1,28

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lactato) entre três e dez minutos após o término do teste. Após ter atingido o

pico de lactato, houve um decréscimo das concentrações, até a ultima coleta

no 30º minuto, no qual, o valor das concentrações de lactato ainda se mostrava

significativamente acima dos valores de repouso, indicando que intervalos

dessa magnitude são insuficientes para que a concentração de lactato retorne

os valores de repouso quando a recuperação é passiva, sugerindo que o

processo de recuperação não foi completo.

4 DISCUSSÃO

De acordo com Linnamo et al.(2000), aumentos significativos da

concentração de lactato, acima de 10 mM, indicam grande percentual de

utilização de fibras rápidas durante o esforço e, portanto, pode ser um bom

indicador da potência anaeróbia. Em nosso estudo analisando a curva de

lactato sangüíneo (Lac), após a realização do RAST-TEST pode-se verificar

que ocorreu um aumento nas concentrações de lactato, após o teste, no qual

este apresentou sua concentração máxima (pico de acumulo de lactato) entre

três e dez minutos após o término do teste. A concentração de lactato máxima

atingida em nosso estudo (9,37 ± 1,90 mM) foi inferior aos valores

apresentados por Linnamo et al.(2000), como bom indicador de potencia

anaeróbia, assim como os resultados encontrados, por Lima et al.,(2004) em

estudo realizado com judocas adultos, com experiência de 10 anos no esporte,

no que se refere ao comportamento do Lac. Os resultados dos judocas adultos,

na situação prévia à luta, foram de 2 a 3 mM, aumentando para 10-12 mM pós-

luta, sendo estes resultados superiores à média geral dos atletas adolescentes

deste estudo (9,37 ± 1,90 mM). Essas diferenças nas concentrações de Lac

são assinaladas quando efetuam-se comparações entre crianças e

adolescentes, em profunda fase de crescimento e desenvolvimento, com dados

advindos de adultos, já completamente amadurecidos. Embora, as

investigações sobre o impacto da treinabilidade, que contemplam os anos da

infância e adolescência sejam em pequeno número, sabe-se que em exercícios

realizados em uma mesma intensidade, encontram-se concentrações menores

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de Lac sanguíneo em crianças, do que as obtidas em adultos (GRECCO et al.,

2003). Vários mecanismos fisiológicos têm sido postulados na perspectiva de

explicar as diferenças entre crianças, adolescentes e adultos e, provavelmente,

os fatores envolvidos atuam de forma associada. Neste sentido, a literatura

destaca: reduzida ação glicolítica expressa pela menor quantidade de

fosfofrutoquinase e lactato desidrogenase, como também pela elevada

concentração de enzimas oxidativas, como a succinato desidrogenase,

sugerindo que crianças e adolescentes são mais eficientes em obter energia

através das vias oxidativas. Associado a esses fatores, pesquisadores indicam

que os mais elevados estoques de lipídeos em crianças e adolescentes podem

contribuir para minimizar a utilização de glicogênio durante o exercício físico

(DENADAI; GRECCO; DONEGA, 1997). Para Ratel et al.(2003) a associação

dos fatores supracitados contribuem significativamente para explicar a

considerável habilidade de crianças em resistir à fadiga, em protocolos

intervalados de alta intensidade e curta duração, quando comparados com

adultos.

Muitos estudos têm demonstrado que a recuperação ativa realizada

após exercícios de alta intensidade, aumenta a velocidade de remoção do

lactato do músculo e da circulação, em relação ao repouso passivo (BONEN;

BELCASTRO, 1976), pois o metabolismo e a utilização de substratos pelos

músculos ativos se mantêm elevados. Segundo McLellan; Skinner (1982), a

remoção do lactato é mais rápida quando se utiliza o limiar aeróbio, que é

possivelmente a intensidade onde ocorre a velocidade ótima de remoção de

lactato. Em nosso estudo realizamos a recuperação passiva devido à

especificidade da modalidade esportiva realizada pelos adolescentes

participantes do estudo, onde durante o jogo de beisebol os mesmos ficam

parados após terem realizado uma corrida, caracterizando desta forma uma

recuperação passiva, segundo Verkhoshansky (2001) livro verde, as

modalidades desportivas (jogos) são realizados em um regime variado e

intermitente de trabalho de velocidade, cuja particularidade comum, é a

necessidade de manifestar de forma isolada esforços de caráter explosivo, ou

executar um trabalho breve e intenso, como as acelerações, alternando com

intervalos não prolongados de descanso. Em nosso estudo as concentrações

de Lac comportaram se desta forma. Após ter atingido o pico de lactato, entre

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três e dez minutos após o término do teste, houve um decréscimo das

concentrações, até a ultima coleta no minuto trinta, no qual, o valor das

concentrações de lactato ainda se mostrava significativamente acima dos

valores de repouso, indicando que intervalos dessa magnitude são insuficientes

para que a concentração de lactato retorne os valores de repouso quando a

recuperação é passiva, sugerindo que o processo de recuperação não foi

completo. Embora a recuperação ativa demonstre ser mais eficiente que a

recuperação passiva, nos relatos de Barros et al., (1994), que analisaram a

remoção de lactato após a realização de partidas de futebol de campo

utilizando três tipos de recuperação: passiva; alongamento + trote e;

hidroginástica. A recuperação através da hidroginástica, determinou uma

menor concentração de lactato (1,63 mM) do que a recuperação com

alongamento + trote (2,91 mM) e a passiva (2,77 mM). O interessante neste

estudo foi que, e a utilização do alongamento + trote, como forma de

recuperação ativa não determinou aumento na taxa de remoção em relação a

recuperação passiva. Um dos fatores que podem ter influenciado nos

resultados foi que neste estudo, os autores não mencionam qualquer controle

objetivo da intensidade de esforço empregado nas recuperações ativas.

Portanto, é provável que a maior velocidade de remoção na hidroginástica, e a

menor remoção no alongamento + trote tenha ocorrido em função da

intensidade relativa que foi realizada em cada tipo de recuperação.

Todos estes aspectos indicam dificuldade em se estabelecer níveis

adequados de intensidade ao treinamento físico, particularmente durante a

infância e os primeiros anos da adolescência. Assim, é prudente ter cautela na

prescrição de exercícios, apoiando-se em vários indicadores, como os

aspectos do crescimento, o amadurecimento biológico, a treinabilidade prévia

adquirida, o esforço percebido durante as sessões e as metas a serem

alcançadas, na perspectiva de potencializar as capacidades físicas envolvidas

no esporte e minimizar quaisquer comprometimentos à saúde.

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5 CONCLUSÃO

Desta forma podemos concluir que para testes ou series de exercícios

físicos de alta intensidade com grande solicitação do metabolismo glicolítico e

curtos períodos de pausas entre as series, no qual o objetivo é avaliar ou

treinar as capacidades de potencia ou velocidade, deve haver entre as series

um período de recuperação superior a trinta minutos, quando a recuperação for

passiva, para que possa ocorrer uma maior diminuição nas concentrações de

lactato sanguíneo, fornecendo assim subsídios para atletas, treinadores e

pesquisadores de esportes com predominância glicolitica, no sentido de

aprimorar cada vez mais os processos de treinamento e consequentemente o

rendimento de seus atletas. Apesar dessas considerações, estamos cientes

das limitações deste estudo, por isso deixamos aqui propostas para que

estudos complementares sejam realizados com o intuito de melhor analisar a

recuperação após a realização de sessões de treinamento de alta intensidade,

principalmente em adolescentes.

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APÊNDICES

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Apêndice A

TERMO DE CONSENTIMENTO

Eu , autorizo meu filho

, portador da identidade de número , a participar

da avaliação física, que será realizado no Laboratório de Fisiologia da Clínica

de Educação Física do Unisalesiano, que serão utilizadas para o

desenvolvimento do trabalho de conclusão de curso de especialização em

treinamento personalizado e musculação do aluno Urbano Dario Cracco Junior.

Lins, , de 200 .

_______________________________. Assinatura de responsável

LINS SP

2010

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Apêndice B

Avaliação Física

Data: ___/___/_______ Nome: _________________________________________________________ Data de Nascimento: ___/___/_______ Idade: _____________________

Antropometria

Peso: ___________________ Estatura: _____________________

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Apêndice C

AVALIAÇÃO DO RUNNIG BASED ANAEROBIC SPRINT TEST (RAST-

TEST)

TIME PRÉ JUNIOR DE BEISEBOL

NOME: IDADE: DATA: ___/___/2009.

PESO: _____KG.

LACTATO DE REPOUSO: _________mM

CONCENTRAÇÕES DE LACTATO (MM) APÓS O RAST-TEST

LACTATO (mM)

10º

15º

20º

25º

30º

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