Comportamento Extremo do Fogo

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Comportamento Extremo do Fogo: Interpretação e Segurança Domingos Xavier Viegas ADAI/CEIF- Univ. Coimbra

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Comportamento Extremo do Fogo:

Interpretação e Segurança

Domingos Xavier Viegas ADAI/CEIF- Univ. Coimbra

Page 2: Comportamento Extremo do Fogo

• Introdução

• Mudanças climáticas e grandes incêndios

• Comportamento extremo do fogo

• Segurança: alguns casos

• Conclusão

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Page 3: Comportamento Extremo do Fogo

Introdução

• “A Mudança Climática e o Risco Potencial dos

Grandes Incêndios Florestais: Estamos

Preparados?”

• Trata-se de um tema muito vasto, que

poderíamos abordar sob diversas perspetivas.

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Page 4: Comportamento Extremo do Fogo

• A mudança climática, ou pelo menos algumas

manifestações dela, já se faz sentir no incêndios

florestais.

• Os grandes incêndios florestais (GIF) e a sua

gestão constituem um dos maiores problemas

que se colocam à proteção civil e aos seus

agentes, nomeadamente aos Bombeiros.

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Page 5: Comportamento Extremo do Fogo

• Por condicionamentos de tempo iremos

considerar sobretudo a temática do

comportamento extremo do fogo, da segurança

e da gestão de recursos.

• Na medida do possível iremos apresentar

resultados da investigação do CEIF/ADAI e

lições apreendidas em situações anteriores.

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Page 6: Comportamento Extremo do Fogo

Clima e Grandes Incêndios Florestais

• Nos últimos anos, em todo o Mundo, tem-se

registado não apenas um aumento do número

de ocorrências e da área ardida, como também

a ocorrência de incêndios com áreas ardidas

maiores.

• Trata-se dos Grandes Incêndios, também

designados por Megafires.

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Portugal

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USA

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Normais de precipitação

em Coimbra

0

20

40

60

80

100

120

140

160

SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO

Prec

ip N

orm

al C

oim

bra

(mm

)

60-1990

70-2000

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Normais de precipitação

em Coimbra

0

200

400

600

800

1000

1200

SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO

Prec

ip N

orm

al C

oim

bra

(mm

)

60-1990

70-2000

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DXV

15-Maio-2013

12

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

Set

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

Mar

Jun

Set

Dez

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Precipitação acumulada

Coimbra (2003-2013)

Observ.

Normal

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Precipitação acumulada

em Coimbra

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

R

mm

CoimbraNormais

2003

2005

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

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Precipitação acumulada

na Primavera

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

0 200 400 600 800

Are

a

kH

a

R1 mm

1975-2000

Até 20 Março 2013:

450mm

Até 6 de Maio:

643mm

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• Uma outra particularidade da mudança climática

é a variabilidade da ocorrência de incêndios.

• Em Portugal, desde 2003 já pudemos observar

situações dessas, que nos deveriam levar a

saber que quase tudo pode acontecer neste

campo.

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Número anual de

incêndios em Portugal

2011 2012

NINC < 1Ha 20169 20969

NINC > 1 Há 5042 4295

NINC Total 25211 25264

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Área ardida anualmente

em Portugal

2011 2012

Povoamentos 20043 48046

Mato 53777 56970

Area Total 73820 105016

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Número de incêndios diários em Portugal

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Área ardida por dia em Portugal

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Probabilidade de

Número de Incêndios por dia

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Probabilidade de

Área Ardida por dia

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(Fontes IM e DGF)

2003

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Janeiro

2005

Junho Setembro

Maio

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Comportamento Extremo do Fogo

• Uma particularidade comum a estes grandes

incêndios é a existência de manifestações do

que designamos por Comportamento Extremo

do Fogo (CEF).

• Os CEF caraterizam-se por elevadas

intensidades de propagação ou por alterações

súbitas e difíceis de prever no comportamento

do fogo.

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Existe uma relação directa entre a intensidade de

propagação e a possibilidade/capacidade de

extinguir um incêndio, por meio de ataque directo,

com os recursos disponíveis.

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Gama de

intensidades em que

não é possível

combater com os

recursos actuais

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• Manifestações de CEF:

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Conflagrações Fogos de salto

Fogos Eruptivos Fogos de copas

Focos secundários Turbilhões de fogo

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Conflagrações

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Simulação laboratorial de fogo num desfiladeiro

Fogos Eruptivos

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Dt=20”

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Fogos de Copas

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Focos Secundários

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Fogos de Salto

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Tornados de Fogo

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Segurança pessoal: alguns casos

• Armamar

• Curragia (Sardenha)

• Victoria

• Monte Carmelo (Israel)

• Algarve

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Armamar:

Local em que morreram três Irmãos,

dos 14 Bombeiros que faleceram

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Curraggia, 28 de Julho de 1983

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Victoria (Austrália)

• 7 de Fevereiro de 2009

• Nalgumas horas, em cerca de vinte incêndios,

arderam cerca de 420000 Ha e perderam a vida

183 pessoas.

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7 Fev 2009

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Principais incêndios

no dia 7 de Fevereiro

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Nome Hora Área (Ha) Vítimas Casas

Bunyip (4 Fev.)

Kilmore 11:49 90.000 121 1.244

Horsham 12:26 2.200 68

Coleraine 12:36 775 1

Pomborneit 13:17 1.300

Churchill 13:33 24.500 11 247

Murrindindi 15:00 168.542 39 590

Redesdale 15:11 9.500

Narre Warren 15:32 7

Bendigo 16:34 330 1 58

Beechworth 18:09 31.000 2 29

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Criação de um novo

Nível de Perigo

Canberra, Janeiro de 2010

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Monte Carmelo

Dezembro de 2010

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Análise do Incêndio de

Tavira/São Brás de Alportel

D. X. Viegas, A. Figueiredo, V. Reva, M. Almeida, L. Ribeiro, B. Gabbert, M. T. Viegas, J. Raposo, R. Oliveira

ADAI/CEIF, Universidade de Coimbra

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Mapa de incêndios

ocorridos no distrito de

Faro de 1990 a 2012.

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Inc.

2009

Inc.

2004

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Áreas críticas de risco de

incêndio florestal identificadas

no PROT em 2007.

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Rede Primária de Faixas de Gestão de

Combustíveis prevista em 2006 e

realizada até 2012.

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256 km 52 km

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Mapa de aglomerados

populacionais na área

do incêndio.

DXV 59 15-Maio-2013

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Rede viária

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• Velocidade média e máxima do vento, entre 18 e 22 de Julho.

Page 62: Comportamento Extremo do Fogo

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• Rumo médio do vento, entre 18 e 22 de Julho.

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• Evolução da direção e

velocidade do vento no

dia 18 de Julho.

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Rotação do vento no dia 18

120

130

140

150

160

170

180

190

-205 -200 -195 -190 -185 -180 -175

Passa Frio 14.00h às 17.00h

100

110

120

130

140

150

160

170

180

190

200

-200 -180 -160 -140 -120 -100 -80

Fonte da Rata 14.00h às 17.00h

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Evolução do

incêndio no dia 18

de Julho.

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Page 66: Comportamento Extremo do Fogo

• Evolução do

incêndio na

frente sul, na

tarde do dia

19 de Julho.

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Page 67: Comportamento Extremo do Fogo

• Evolução do

incêndio na

freguesia de

Santa

Catarina da

Fonte do

Bispo, ao final

da tarde de

19 de Julho.

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68 DXV 15-Maio-2013

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Evolução do

incêndio no dia 19

de Julho.

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Muitas destas

povoações ficaram

entregues a si

próprias.

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• Neste incêndio houve muitas manifestações de

CEF:

– Focos secundários

– Fogos de copas

– Comportamento eruptivo

– Conflagração

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Page 75: Comportamento Extremo do Fogo

Conclusão

• As mudanças climáticas estão já a ter um

reflexo na incidência dos IF por todo o Mundo e

em Portugal.

• Temos de nos preparar para a ocorrência, cada

vez mais frequente, de grandes incêndios, que

podem ocorrer em qualquer parte do País.

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Page 76: Comportamento Extremo do Fogo

• A nossa preparação melhorou muito ao longo

destes anos, mas não podemos ter a pretensão

de estar sempre preparados para as piores

situações.

• Mesmo assim não devemos desanimar e pensar

que não vale a pena o esforço da preparação e

da melhor organização para vencer esta guerra.

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Page 77: Comportamento Extremo do Fogo

• É importante que cada um faça o que estiver ao

seu alcance e que as várias entidades

trabalhem de forma articulada umas com as

outras.

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EXTREME – Comportamento Extremo do Fogo

• Estudo do Comportamento Extremo do Fogo:

– Comportamento eruptivo

– Fogos de copas

– Focos secundários

– Interacção de frentes

– Vórtices em incêndios

Projecto FCT; com participação do IST.

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FIRECAMP - Prevenção de Incêndios em Parques de

Campismo

• Caracterização do risco de incêndio em parques de

campismo e previsão da sua propagação.

• Estudo de casos.

• Proposta de regras de prevenção e de fiscalização.

Projecto LAETA; com participação de IST, FEUP, UBI.

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Page 82: Comportamento Extremo do Fogo

Ignição de uma tenda

por focos secundários

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