Comportamento gera Comportamento

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Numa breve passagem de olhos pelos blogs e grupos de discussão onde navego dei de caras com uma frase que me fez parar – “As empresas contratam pelas competências, mas despedem pelos comportamentos”. Considerei-a uma tão grande verdade que quero refletir aqui convosco o meu entendimento sobre ela e a sua pertinência nos tempos atuais (...)

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Comportamento gera Comportamento  

Numa breve passagem de olhos pelos blogs e grupos de discussão onde navego dei de caras com uma frase que me fez parar – “As empresas contratam pelas competências, mas despedem pelos comportamentos”.

Considerei-a uma tão grande verdade que quero refletir aqui convosco o meu entendimento sobre ela e a sua pertinência nos tempos atuais.

Se observarmos os clássicos processos de seleção e recrutamento, rapidamente percebemos

que a avaliação comportamental dos candidatos é diminuta. Primeiro, porque não é possível aferir essa componente no tempo que dura uma entrevista, segundo porque quando nos candidatamos a um lugar na empresa vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para o conseguir, incluindo ter um comportamento que agrade a quem está sentado à nossa frente.

Na tentativa de identificar os traços comportamentais dos candidatos, as empresas que recrutam

fazem um esforço de avaliação curricular, aferindo o “saber fazer”, e a experiência profissional do candidato. Tentam deduzir-se, pela sequência de experiências profissionais, as reais motivações do candidato. A esta leitura do currículo, somam-se vários testes com o objectivo de desenhar um perfil comportamental do candidato.

Por muita informação que se reúna e trabalhe, apenas a convivência diária nas organizações revela a essência comportamental dos profissionais. Só nessa altura é possível constatar o impacto positivo ou negativo que um determinado perfil comportamental pode ter nas equipas que compõem as empresas.

Passado o crivo da entrevista, os dias e anos de trabalho que se seguem permitem um reconhecimento mútuo entre as parte - colaborador e empresa. O funcionário passa a conhecer realmente o clima e cultura organizacional onde está inserido, e a empresa identifica com mais exactidão os traços comportamentais do colaborador que contratou.

Por muito fortes e marcadas que possam ser as competências técnicas que um colaborador detenha, é o seu comportamento revelado no dia-a-dia que ditará a sua aceitação para incorporar o presente ou futuro das equipas. Existe uma percepção implícita, nas pessoas que compõem a empresa, do equilíbrio entre o contributo das competências de um colega e o seu contributo comportamental. Esta percepção ditará a sua aceitação no grupo relacionando constantemente competências e comportamento.

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Atrevo-me a “matematizar” esta relação: Boas competências + Bom comportamento = Maior aceitação e, consequentemente… Boas competências + Mau comportamento = Menor aceitação

Para mim parece-me óbvia a relação entre estas variáveis e a suas implicações na forma como

somos aceites nas organizações por onde passamos.

Se é certo que, a nossa valorização (por via do aumento constante de competências) é um factor determinante para o prosseguir dos nossos percursos profissionais, junto-lhe agora a preocupação permanente com o nosso comportamento, e o seu enquadramento com a cultura e clima da empresa. Se não formos capazes de o fazer, estaremos em desarmonia com o nosso meio envolvente profissional, podendo chegar a criar uma relação de ruptura e consequente exclusão.

Importa reter a ideia que o nosso comportamento nas organizações ditará reciprocidade na nossa aceitação enquanto colaborador porque… comportamento gera comportamento. © Copyright 2011 Nuno Nunes | Crónica publicada na Revista Marketing Farmacêutico