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COMPORTAMENTO MECÂNICO DE FIOS DE LIGA COM MEMÓRIA DE FORMA NI-TI SOLDADOS POR PULSOS DE TIG: INFLUÊNCIA DO TRATAMENTO TÉRMICO DE PRÉ-SOLDAGEM L. F. A. Rodrigues, F. A. Amorim, J. V. Q. Marques, C. J. de Araújo Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) Av. Aprígio Veloso, 882, Bairro Universitário, CEP: 58429-140, Campina Grande PB. RESUMO Neste trabalho foi realizada uma análise experimental da influência de tratamentos térmicos a diferentes temperaturas sobre o comportamento mecânico de fios de liga Ni-Ti com efeito de memória de forma soldados por pulsos de TIG. Para isso, fios de Ni-Ti com diâmetro de 1,5 mm, no estado como recebidos, foram previamente tratados termicamente a 450 °C, 550 °C e 650 °C por 20 min. Parte dos fios foram cortados e unidos por pulsos de solda TIG. A partir da obtenção das juntas soldadas foram realizados testes de tração para verificar os níveis de tensão e deformação máximos alcançados pelas juntas em comparação com o material integro. Também foi realizada microscopia ótica das juntas para verificar o aspecto da região soldada. Além disso, amostras dos fios foram submetidas a ensaios de calorimetria diferencial de varredura (DSC) para verificar a influência da soldagem nas temperaturas de transformação de fase dos fios de LMF. Foi observado que a temperatura do tratamento térmico tem influência direta nas propriedades mecânicas dos fios Ni-Ti contendo as juntas de solda, alterando consideravelmente os níveis de tensão e deformação máxima além de promover alterações na transformação de fase do material. Palavras-chave: Soldagem TIG, Ligas com Memória de Forma, Ni-Ti, Comportamento Mecânico. 21º CBECIMAT - Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais 09 a 13 de Novembro de 2014, Cuiabá, MT, Brasil 4716

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COMPORTAMENTO MECÂNICO DE FIOS DE LIGA COM MEMÓRIA DE FORMA

NI-TI SOLDADOS POR PULSOS DE TIG: INFLUÊNCIA DO TRATAMENTO

TÉRMICO DE PRÉ-SOLDAGEM

L. F. A. Rodrigues, F. A. Amorim, J. V. Q. Marques, C. J. de Araújo

Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)

Av. Aprígio Veloso, 882, Bairro Universitário, CEP: 58429-140,

Campina Grande – PB.

RESUMO

Neste trabalho foi realizada uma análise experimental da influência de tratamentos

térmicos a diferentes temperaturas sobre o comportamento mecânico de fios de liga

Ni-Ti com efeito de memória de forma soldados por pulsos de TIG. Para isso, fios de

Ni-Ti com diâmetro de 1,5 mm, no estado como recebidos, foram previamente

tratados termicamente a 450 °C, 550 °C e 650 °C por 20 min. Parte dos fios foram

cortados e unidos por pulsos de solda TIG. A partir da obtenção das juntas soldadas

foram realizados testes de tração para verificar os níveis de tensão e deformação

máximos alcançados pelas juntas em comparação com o material integro. Também

foi realizada microscopia ótica das juntas para verificar o aspecto da região soldada.

Além disso, amostras dos fios foram submetidas a ensaios de calorimetria diferencial

de varredura (DSC) para verificar a influência da soldagem nas temperaturas de

transformação de fase dos fios de LMF. Foi observado que a temperatura do

tratamento térmico tem influência direta nas propriedades mecânicas dos fios Ni-Ti

contendo as juntas de solda, alterando consideravelmente os níveis de tensão e

deformação máxima além de promover alterações na transformação de fase do

material.

Palavras-chave: Soldagem TIG, Ligas com Memória de Forma, Ni-Ti,

Comportamento Mecânico.

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INTRODUÇÃO

As ligas com memória de forma (LMF) são materiais metálicos que podem

sofrer grandes deformações (até 8 %) de maneira reversível, quando submetidas a

variações de temperatura ou simples carregamento e descarregamento mecânico.

Portanto, são materiais avançados, funcionais, considerados elementos senso-

atuadores por natureza.

O processamento destas LMF através de processos de soldagem pode

promover o desenvolvimento de atuadores com formatos mais complexos (1). O

método que tem se mostrado mais eficaz, e que por isso vem sendo mais estudado,

é a soldagem a laser, devido a sua alta precisão e reduzida dimensão da zona

afetada pelo calor (ZAC) (2,3,4).

Por outro lado, a união de LMF de Ni-Ti utilizando o processo TIG (Tungsten

Inert Gas), que é mais simples e barato em comparação com a soldagem laser, é

muito pouco estudado (5,6).

Sendo assim, nesse trabalho foi realizada uma análise experimental para

identificar a influência de tratamentos térmicos de pré-soldagem (ou seja, antes da

operação de soldagem), em juntas de Ni-Ti soldadas por pulsos de TIG. Para esse

estudo foram usadas técnicas de calorimetria diferencial de varredura (DSC),

microscopia ótica (MO) e ensaios de tração uniaxial.

MATERIAIS E METÓDOS

Para o desenvolvimento deste trabalho foram empregados fios de Ni-Ti com

diâmetro de 1,5 mm, adquiridos junto a empresa Nimesis (França). O fluxograma da

Fig. 1 descreve resumidamente a metodologia adotada.

Os fios inicialmente brutos de fabricação (encruados a frio) não apresentam

qualquer transformação de fase que possa dar origem aos fenômenos de memória

de forma. Assim, estes fios foram tratados termicamente a 450 ºC, 550 ºC e 650 ºC

por 20 minutos em um forno de resistência elétrica da marca EDG, modelo Titan

Platinium Quartz. Esse tratamento visa eliminar o encruamento oriundo do processo

de fabricação e liberar a transformação martensítica reversível que origina os

comportamentos especiais deste material.

Após os tratamentos térmicos, uma amostra de cada fio Ni-Ti tratado

termicamente foi separada para ser mantida integra e outra foi cortada, utilizando

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uma cortadeira metalográfica de precisão, para ser submetida ao processo de

soldagem TIG.

Figura 1. Fluxograma da metodologia empregada no trabalho.

A soldagem de topo, autógena, sem qualquer metal de adição, foi realizada

utilizando uma soldadora por pulsos de TIG fornecida pela EDG Equipamentos e

Controles, modelo MicroMelt. A potência máxima desse equipamento é de 3kW. Os

parâmetros de tempo e profundidade de pulso usados na soldadora foram regulados

em 03-03. Foram necessários 2 pulsos TIG, aplicados em 180° um do outro para se

obter uma junta soldada completa.

Os fios Ni-Ti íntegros e soldados foram então submetidos a ensaios de tração

até a ruptura a temperatura ambiente em uma máquina universal de ensaios Instron,

modelo 5582. A taxa de deslocamento durante os testes foi de 0,5 mm/min e o

comprimento útil usado foi de 30 mm.

Análises térmicas em um Calorímetro Diferencial de Varredura (DSC), marca

TA Instruments, modelo Q20, na faixa de temperatura de - 60 °C a 100 oC foram

realizados nos fios Ni-Ti íntegros e soldados, com o intuito de verificar a influência

da união soldada e dos tratamentos térmicos nas temperaturas de transformação de

fase do fio Ni-Ti.

Além disso, foram obtidas imagens das juntas soldadas através de microscópio

ótico (MO) com aumento de 50 vezes.

Tratamento

térmico (550 °C) Tratamento

térmico (450 °C)

Fio Integro

Tratamento

térmico (650 °C)

Fio Soldado

Corte e lixamento

Tração

DSC MO

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Comportamento Mecânico

A Fig. 2 mostra os resultados de ensaios de tração até a ruptura dos fios de

LMF Ni-Ti íntegros e soldados, após os diferentes tratamentos térmicos antes da

operação de soldagem. De uma forma geral, observa-se que o aumento das

temperaturas de tratamento térmico leva a uma redução da tensão limite de ruptura

e aumento significativo do alongamento até a ruptura. Isto ocorre devido a continua

restauração da estrutura do fio causada pelos tratamentos de recozimento,

principalmente considerando que 650 oC corresponde a temperatura de

recristalização da LMF Ni-Ti.

Portanto, verifica-se que o fio Ni-Ti integro tratado termicamente a 450 °C tem

uma tensão máxima (máx) na ruptura de aproximadamente 1500 MPa e deformação

máxima (máx) da ordem de 23,2 %. Já o fio Ni-Ti submetido ao mesmo tratamento e

posteriormente submetido a soldagem por pulsos TIG apresenta uma tensão

máxima de 370 MPa, o que corresponde a apenas 24,7 % da tensão máxima do fio

integro e uma deformação máxima de 9,2 %, o que representa 39,4 % daquela

verificada para o fio integro. O fio Ni-Ti integro tratado termicamente a 550 °C

apresenta uma tensão máxima na ruptura de aproximadamente 1030 MPa e

deformação máxima de 48,2 %. O fio Ni-Ti submetido a esse mesmo tratamento e

depois soldado apresenta uma tensão máxima de 440 MPa, o que corresponde a

42,7 % da tensão máxima do fio integro e uma deformação máxima de 12,0 %, o

que representa 25,0 % da do fio integro. Para o fio Ni-Ti integro, tratado

termicamente a 650 °C, correspondente a temperatura de recristalização da LMF Ni-

Ti (7), foi observada uma tensão máxima na ruptura de aproximadamente 890 MPa

e deformação máxima de 97,0 %, enquanto o fio soldado tem uma tensão máxima

de 410 MPa, o que corresponde a 46,1 % da tensão máxima do fio integro e uma

deformação máxima de 14,5 %, o que representa 15,0 % da do fio integro. A Tab. 1

resume os resultados dos testes de ruptura para os fios Ni-Ti íntegros e soldados.

Em todos os casos, conforme revela a Fig. 2, mesmo os fios Ni-Ti soldados

apresentando menor resistência mecânica e alongamento, o processo de orientação

de variantes de martensita representado pelos patamares de tensão que ocorrem a

200 MPa e 100 MPa para os fios Ni-Ti tratados a 450 oC e 550 oC/650 oC,

respectivamente, não é impedido pelo processo de soldagem. Na prática, isso

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significa que todos os fios de LMF Ni-Ti soldados podem apresentar efeito de

memória de forma por deformação pseudo plástica até 8 % seguida de aquecimento.

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 240

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

Tensao (

MP

a)

Deformaçao (%)

Integro 450 °C

Soldado 450 °C

0 10 20 30 40 500

200

400

600

800

1000

1200

Te

nsa

o (

MP

a)

Deformaçao (%)

Integro 550 °C

Soldado 550 °C

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 1000

200

400

600

800

1000

Tensao (

MP

a)

Deformaçao (%)

Integro 650 °C

Soldado 650 °C

Figura 2. Comportamento tensão – deformação até a ruptura de fios Ni-Ti íntegros e

soldados após tratamentos térmicos por 20 minutos. (a) 450 °C, (b) 550 °C e (c)

650°C.

Tabela 1. Parâmetros de ruptura de fios Ni-Ti íntegros e soldados.

Tratamento

Térmico

máx (MPa)

Integro

máx (MPa)

Soldado

máx (%)

Integro

máx (%)

Soldado

450 1500 370 23,2 9,2

550 1030 440 48,2 12,0

650 890 410 97,0 14,5

A Fig. 3 mostra, respectivamente em (a) e (b), a superposição dos

comportamentos até a ruptura dos fios Ni-Ti íntegros e soldados após os diferentes

tratamentos térmicos empregados.

(a) (b)

(c)

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0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 1000

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

Tensao (

MP

a)

Deformaçao (%)

Integro 450 °C

Integro 550 °C

Integro 650 °C

0 2 4 6 8 10 12 14 16 180

100

200

300

400

500

600

Tensao (

MP

a)

Deformaçao (%)

Soldado 450 °C

Soldado 550 °C

Soldado 650 °C

Figura 3. Superposição dos comportamentos tensão – deformação até a ruptura de

fios Ni-Ti tratados a 450 °C, 550 °C e 650 °C por 20 minutos. (a) Fios íntegros. (b)

Fios soldados.

Conforme é possível observar a partir das Figs. 3(a) e 3(b), os fios Ni-Ti

íntegros e soldados após tratamentos a temperaturas mais baixas são menos

dúcteis do que aqueles tratados a temperatura mais altas. Porém, considerando que

o fenômeno de memória de forma é potencializado pela imposição de deformações

plásticas entre 6 e 8 %, seguidas de aquecimento, verifica-se que todos os fios

soldados podem apresentar esse fenômenos sem romper no primeiro ciclo

termomecânico.

Comportamento Térmico

A Fig. 4 mostra os resultados dos ensaios de análise térmica via DSC de fios

Ni-Ti íntegros e soldados após tratamentos térmicos a 450 °C, 550 °C e 650 °C

durante 20 minutos. Verifica-se claramente da Fig. 4 que o processo de soldagem

por pulsos TIG gera uma “perturbação” no comportamento da transformação de fase

dos fios de LMF Ni-Ti, além de alterar ligeiramente as temperaturas de transição de

fase do material. Esse comportamento está de acordo com o observado em

trabalhos recentes da literatura (1).

Para os fios de LMF Ni-Ti íntegros, observa-se que os tratamentos de

recozimento (450 °C e 550 °C) levam ao aparecimento de dois picos de

transformação durante o resfriamento. O primeiro pico corresponde a transformação

da austenita em uma martensita romboédrica (fase R) enquanto o segundo

corresponde a conversão da martensita romboédrica em martensita monoclínica

(B19’) (7). Por outro lado, o tratamento de recristalização a 650 °C elimina

completamente essa transformação em 2 etapas no resfriamento. Em todos os

(a) (b)

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casos, a reversão martensita – austenita durante o aquecimento ocorre em uma

única etapa, levando ao aparecimento de um único pico de transformação. Observa-

se também que as temperaturas de transformação do fio Ni-Ti aumentam com o

aumento das temperaturas de tratamento térmico. Por exemplo, observando o pico

de transformação no aquecimento, verifica-se que a temperatura de pico aumenta

de aproximadamente 58 oC para o recozimento a 450 oC para 73 oC no caso da

recristalização a 650 oC, o que corresponde a um incremento de 15 oC na

transformação reversa (martensita – austenita)

A Fig. 4 revela também, qualitativamente, que o processo de soldagem

origina perturbações nas transformações de fase dos fios Ni-Ti, representadas pela

presença de múltiplos picos tanto na transformação direta (resfriamento) quanto na

reversa (aquecimento). Esse comportamento pode ser atribuído à introdução de

defeitos de soldagem na região da união.

-80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100 120-3

-2

-1

0

1

2

3

4

Aquecimento

Flu

xo d

e C

alo

r (W

/g)

Temperatura (°C)

Integro 450 °C

Soldado 450 °C

Resfriamento

-80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100 120-6

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

Flu

xo d

e C

alo

r (W

/g)

Temperatura (°C)

Integro 550 °C

Soldado 550 °C

Resfriamento

Aquecimento

-80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100 120-6

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

Flu

xo d

e C

alo

r (W

/g)

Temperatura (°C)

Integro 650 °C

Soldado 650 °C

Aquecimento

Resfriamento

Figura 4. DSC de fios Ni-Ti íntegros e soldados tratados termicamente. (a) 450 °C.

(b) 550 °C. (c) 650 °C.

(a)

(b)

(c)

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Análise Microestrutural

As Figs. 5, 6 e 7 mostram as imagens obtidas por microscopia ótica para as

juntas soldadas de fios LMF Ni-Ti. É possível observar, conforme representado na

Fig. 5, que os grãos colunares das juntas se iniciam no centro da solda partindo da

extremidade e tentem a se direcionar para dentro do fio. Os grãos colunares centrais

tendem a ser paralelos ao centro da solda. Além disso, a região de encontro dos

pontos de solda apresenta forma de cunha, o que pode induzir concentrações de

tensão na região. Esses fatos podem estar relacionados a ruptura da junta que

ocorreu no centro da solda. Nas micrografias também é possível verificar a presença

de poros.

Figura 5. Micrografia ótica da junta obtida para o fio tratado a 450 °C.

Figura 6. Micrografia ótica da junta obtida para o fio tratado a 550 °C.

Grãos colunares

Centro da solda

Formato de cunha

Poros

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Figura 7. Micrografia ótica da junta obtida para o fio tratado a 650 °C.

CONCLUSÕES

De acordo com os resultados obtidos, é possível concluir que:

A deformação máxima e a tensão máxima dos fios Ni-Ti são reduzidas

pelo processo de soldagem, para a mesma temperatura de tratamento

térmico;

O procedimento de soldagem gera uma “perturbação” no comportamento

da transformação de fase do fio Ni-Ti, além de alterar as temperaturas de

transição de fase do material;

A região de encontro dos pontos de solda apresenta forma de cunha,

podendo induzir concentrações de tensão na região durante os ensaios de

tração. A forma como ocorreu a ruptura, que se deu no centro da solda,

pode estar relacionada a maneira como ocorre o crescimento dos grãos

colunares e ainda a concentração de tensão associada a formação da

região em cunha.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem ao CNPq pelo financiamento dos projetos: INCT de

Estruturas Inteligentes em Engenharia (Processo no 574001/2008-5), Casadinho

UFCG-UFRJ-ITA (Processo no 552199/2011-7), Bolsa de Doutorado CNPq –

Petrobrás (Processo no 503082/2011-2) e ao Instituto Federal de Educação, Ciência

e Tecnologia da Paraíba (IFPB) pelo financiamento da participação do autor principal

no evento.

Poros

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REFERÊNCIAS

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welding of NiTi shape memory alloy tubes. Journal of Materials Processing

Technology. v. 213, p. 1139 – 1145, 2013.

2 - SONG, Y.; LI, W.; LI, L.; ZHENG, Y.; The influence of laser welding parameters

on the microstructure and mechanical property of the as-jointed NiTi alloy wires.

Materials Letters. V. 62, p 2325-2338, 2008.

3 - CHAN, C.; MAN, H.; CHENG, F.; Fatigue behavior of laser-welded NiTi wires in

small strain cyclic bending. Materials Science & Engineering A. v. 559, p 407-415,

2013.

4 - MIRSHEKARI, G.; SAATCHI, A.; KERMANPUR, A.; SADRNEZHAAD, S.; Laser

welding of NiTi shape memory alloy: Comparison of the similar and dissimilar joints

to AISI304 stainless steel. Optics & Laser Technology. v. 54, p. 151 – 158, 2013.

5 - IKAI, A.; KIMURA, K.; TOBUSHI, H.; TIG welding and shape memory effect of

TiNi shape memory alloy. Journal of Intelligent Material Systems and Structures,

v. 7, p 646-655, 1996.

6 - FOX, G.; HAHNLEN, R.; DAPINO, M.; TIG welding of nickel-titanium to 304

stainless steel. Anais do ASME 2011 Conference on Smart Materials, Adaptive

Structures and Intelligent Systems, Volume 1, Arizona, USA, 18-21, 2011.

7 - OTSUKA, K.; WAYMAN, C.M,. Shape memory materials. Cambridge, UK:

Cambridge University Press, 1998.

MECHANICAL BEHAVIOUR OF Ni-Ti SHAPE MEMORY ALLOY WIRES WELDED

BY TIG PULSES: INFLUENCE OF PRE-WELDING HEAT TREATMENTS

ABSTRACT

In this work an experimental analysis of the influence of thermal treatment on the

mechanical behavior of shape memory Ni-Ti wires welded by TIG pulse was

performed. For this, Ni-Ti wires with 1.5 mm in diameter were pre-annealed at 450°C,

550°C and 650°C for 20 min. From the obtained welded joint tensile tests to obtain

strength levels and maximum deformation reached by the joints compared to the as-

received material were performed. Some wires were cut, sanded and welded by TIG.

Optical Microscopy of the joints areas to show its aspects were performed. In

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addition, DSC tests to check the influence of the weld joint at phase transformation

temperatures of SMA NiTi wires were carried out. It was observed that the heat

treatment temperature has a direct influence on the joints properties, considerably

changing strength levels and maximum deformation and promote changes in the

phase transformation temperature of the material.

Keywords: TIG Welding, Shape Memory Alloys, NiTi, Mechanical Behavior.

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