COMPORTARE IACEP JANEIRO 2013

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Informavo Comportare Comportare Comportare NESSA EDIÇÃO AC e Políticas Públicas 1 Quem Somos 2 Aconteceu IACEP 4 Pergunte ao Psi- cólogo 5 A Psicologia foi regulamentada como profissão em 1962 e, desde então, muito se discute sobre o trabalho realizado pelo psicólo- go. Na época da ditadura militar o psicólogo era visto como aquele que fazia psicoterapia, somente. Foi no final dos anos 80, com o início dos movimentos para mudanças na atuação profissional que foi adotado o lema do compro- misso social como norteador da atuação psico- lógica. A partir daí, várias ações foram realiza- das pelos psicólogos e entidades de Psicologia brasileira no sentido da construção de práticas comprometidas com a sociedade brasileira (CFP/CFESS, 2007). Nos últimos dez anos, houve um cres- cimento na inserção do psicólogo nas políticas públicas, o que resultou numa ampliação da concepção social e governamental acerca das contribuições da Psicologia para as políticas públicas, além da geração de novas referên- cias para o exercício da profissão de psicólogo no interior da sociedade. Dessa forma, os psi- cólogos passaram a atuar nas diversas políti- cas públicas, dentre as quais a de Assistência Social, auxiliando na compreensão e no en- frentamento dos problemas sociais. Analistas do comportamento já vêm, há algum tempo, procurando desvendar as questões sociais, como afirmam Todorov, Martone e Mo- reira (2005) que Skinner já apontava, em 1953, em Ciência e Comportamento Humano, a im- portância de se planejar uma cultura utilizando- se dos mesmos princípios para explicar o com- portamento operante e o comportamento social Nesse ínterim, vamos discorrer sobre a Análise do Comportamento como base à atua- ção profissional na política pública de Assistên- cia Social, propondo a utilização de seus prin- cípios na compreensão dos fenômenos e na intervenção com as pessoas. Assistência Social no Brasil A Assistência Social é uma política pública de proteção social relativamente nova no Brasil. Foi em 1988 que ela passou a inte- grar o tripé do Sistema de Seguridade Social na Constituição Federal, como política pública não contributiva, pautada pela universalidade da cobertura e do atendimento, assim como a Saúde e a Previdência Social. Dessa forma, é um dever do Estado e um direito de quem dela necessitar, independentemente de contribuição à Seguridade Social (Brasil, 2004). Como regulamentação da Assistência Social no Brasil, foi promulgada, em 1993, a Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS, que tem como objetivos: 1) proteger a família, a maternidade, a infância, a adolescência e a velhice dos indivíduos; 2) amparar crianças e adolescentes carentes; 3) integrar os indiví- duos no mercado de trabalho; 4) promover ha- bilitação/reabilitação de pessoas com deficiên- cia e integrá-las na sociedade; e 5) garantir os benefícios necessários aos idosos e às pesso- as com deficiência que têm direito. Foi, então, em 2004 que a Política Na- cional de Assistência Social – PNAS foi elabo- rada e aprovada pelo Ministério de Desenvolvi- mento Social e Combate a Fome com intenção Página 01 Volume 01 Edição 01 Janeiro - 2013 A Atuação do Analista do Comportamento na Política Pública de Assistência Social Andreza Garbeloti Passos*, Luciana Aparecida Zanella Gusmão** (*UniFil - Centro Universitário Filadélfia **IACEP – Instituto de Análise do Comportamento em Estudos e Psicoterapia)

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jornal trimestral IACEP Londrina

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Informavo

ComportareComportareComportare

NESSA EDIÇÃO

AC e Políticas Públicas

1

Quem Somos

2

Aconteceu IACEP

4

Pergunte ao Psi-cólogo 5

A Psicologia foi regulamentada como profissão em 1962 e, desde então, muito se discute sobre o trabalho realizado pelo psicólo-go. Na época da ditadura militar o psicólogo era visto como aquele que fazia psicoterapia, somente. Foi no final dos anos 80, com o início dos movimentos para mudanças na atuação profissional que foi adotado o lema do compro-misso social como norteador da atuação psico-lógica. A partir daí, várias ações foram realiza-das pelos psicólogos e entidades de Psicologia brasileira no sentido da construção de práticas comprometidas com a sociedade brasileira (CFP/CFESS, 2007). Nos últimos dez anos, houve um cres-cimento na inserção do psicólogo nas políticas públicas, o que resultou numa ampliação da concepção social e governamental acerca das contribuições da Psicologia para as políticas públicas, além da geração de novas referên-cias para o exercício da profissão de psicólogo no interior da sociedade. Dessa forma, os psi-cólogos passaram a atuar nas diversas políti-cas públicas, dentre as quais a de Assistência Social, auxiliando na compreensão e no en-frentamento dos problemas sociais. Analistas do comportamento já vêm, há algum tempo, procurando desvendar as questões sociais, como afirmam Todorov, Martone e Mo-reira (2005) que Skinner já apontava, em 1953, em Ciência e Comportamento Humano, a im-portância de se planejar uma cultura utilizando-se dos mesmos princípios para explicar o com-portamento operante e o comportamento social

Nesse ínterim, vamos discorrer sobre a Análise do Comportamento como base à atua-ção profissional na política pública de Assistên-cia Social, propondo a utilização de seus prin-cípios na compreensão dos fenômenos e na intervenção com as pessoas. Assistência Social no Brasil A Assistência Social é uma política pública de proteção social relativamente nova no Brasil. Foi em 1988 que ela passou a inte-grar o tripé do Sistema de Seguridade Social na Constituição Federal, como política pública não contributiva, pautada pela universalidade da cobertura e do atendimento, assim como a Saúde e a Previdência Social. Dessa forma, é um dever do Estado e um direito de quem dela necessitar, independentemente de contribuição à Seguridade Social (Brasil, 2004). Como regulamentação da Assistência Social no Brasil, foi promulgada, em 1993, a Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS, que tem como objetivos: 1) proteger a família, a maternidade, a infância, a adolescência e a velhice dos indivíduos; 2) amparar crianças e adolescentes carentes; 3) integrar os indiví-duos no mercado de trabalho; 4) promover ha-bilitação/reabilitação de pessoas com deficiên-cia e integrá-las na sociedade; e 5) garantir os benefícios necessários aos idosos e às pesso-as com deficiência que têm direito. Foi, então, em 2004 que a Política Na-cional de Assistência Social – PNAS foi elabo-rada e aprovada pelo Ministério de Desenvolvi-mento Social e Combate a Fome com intenção

Página 01

Volume 01 Edição 01 Janeiro - 2013

A Atuação do Analista do Comportamento na

Política Pública de Assistência Social

Andreza Garbeloti Passos*, Luciana Aparecida Zanella Gusmão** (*UniFil - Centro Universitário Filadélfia

**IACEP – Instituto de Análise do Comportamento em Estudos e Psicoterapia)

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Comportare — IACEP 2013

Sócias

Nione Torres (CRP 08/02333)

Kellen M. E. Fernandes (CRP 08/09270)

Luciana Ap. Zanella Gusmão (CRP 08/06382)

Bruna Moraes Aguiar (CRP 08/12450)

Luciana Helena Silva (CRP 08/15219)

Priscila Araújo Taccola (CRP 08/09743)

Colaboradores (as)

Patricia Motta Cordeiro

Cintia Cristiane M B da Rocha

Renata Trovarelli

Sublocatários (as)

Cristhiane de Almeida Mitsi

Luciane F. Alvarez

Fabiane da Costa Moraes

Joseane Kokchan

Wagner Rogerio da Silva

Estagiários (as)

Laís Rodrigues Paes

Giuliana Inocente

Secretária

Patricia Silva

Quem Somos?

de concretizar e redefinir princípios desta política no Brasil, proposta pela LOAS, na perspectiva de implementar o Sistema Único da Assistência Social.

A PNAS tem como proposta a promoção de serviços, programas, projetos e benefícios de proteção social básica e, ou, especial para famílias, indivíduos e grupos que deles necessitarem. Dessa forma, visa favorecer a inclusão e a equida-de dos usuários e grupos específicos, ampliando o acesso a bens e serviços sócioassistenciais básicos e especiais, em áreas urbanas e rurais. Isso tudo assegurando que ações no âmbito da assistência social tenham centralidade na família, e que garantam a convivência familiar e comunitária (Brasil, 2004). Assim, a PNAS traz à tona as necessidades de uma popu-lação excluída pelas desigualdades, em situação de vulnerabilidade e risco marcada pela pobreza e extrema pobreza. Assistência Social e Psicologia Dessa forma, a psicologia está inserida na Assistência Social oferecendo contribuições relevantes para que essa política pública realmente promova qualidade de vida aos cidadãos. Essa contribuição se dá por meio de práticas que ga-rantam acesso aos direitos de forma humana e ética, favorecendo o desenvolvimento de sujeitos capazes de reflexão social e política, com atitudes de autonomia e emancipação. Com isso, as contribuições do psicólogo pretendem abarcar o cotidiano de desigualdades e violência dessas popu-lações, visando o enfrentamento e superação das vulnerabilidades, procurando desenvolver, em todos, o anseio por con-quistas e reivindicações de seus direitos como cidadãos. Para tanto, as práticas psicológicas “não devem categorizar, patologizar e objetificar a classe trabalhadora, mas buscar compreender os processos estudando as particularidades e circunstâncias em que ocorrem. Os processos devem ser compreendidos de forma articulada com os

aspectos histórico-culturais da sociedade, produzindo-se a construção de novos significados ao lugar do sujeito-cidadão autônomo e que de ter vez e voz no processo de tomada de decisão e de resolução das dificuldades e problemas vivencia-

dos”. (CFP/CFESS, 2007, p.23). No entanto, estudos realizados na área de Psicologia Social têm privilegiado abordagens internalistas ou mediacio-nais, explicando o comportamento de indivíduos em grupo com base em variáveis intrínsecas aos indivíduos, tais como variáveis emocionais e/ou intelectuais, e características de personalidade (Lana, 1994 apud Farias, 2005). Diferentemente dessa abordagem e em consonância com as propostas do CFP, a Análise do Comportamento tem a contri-buir para o estudo e compreensão desse novo campo de atuação do psicólogo. Assistência Social e Análise do Comportamento A Análise do Comportamento oferece uma forma de se compreender e atuar na sociedade diferente daquela utiliza-da na Psicologia Social. Skinner estudou a sociedade sob o ponto de vista da Análise do Comportamento e isso é evidenciado em diversas de suas obras. Ele enxergava a sociedade como um fenômeno ou uma classe de fenômenos, as-sim como o comportamento operante. Dessa forma, parte-se agora para uma reflexão sobre de que forma os princípios da Análise do Comportamento podem ser empregados na teoria e na prática dos psicólogos que trabalham nesse campo.

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Uma grande contribuição da Análise do Comportamento para as Políticas Públicas é a forma de compreender as situações. Ao utilizar a análise funcional como metodologia de atuação, o analista do comportamento sempre parte do princípio de que os comportamentos aprendidos respondem às contingências ambientais de acordo com as conse-quências obtidas anteriormente. Dessa forma o analista deve compreender um comportamento a partir de sua função, que pode variar de um indivíduo para outro, entre situações e no tempo (Costa; Marinho, 2002). Compreende-se que a atuação do psicólogo na política de Assistência Social visa, em sentido amplo, a mu-dança das realidades sociais através da melhora na qualidade de vida dos indivíduos e das famílias. Ao trabalhar com uma população que não tem ou tem pouco acesso aos seus direitos básicos como alimentação vestuário, moradia, o psicólogo, inserido numa equipe inter e multidisciplinar deve agir com o intuito de modificar essa realidade, diminuindo as situações de vulnerabilidade e risco às quais ela está sujeita. Assim, por meio da análise funcional, o analista do comportamento é capaz de prever e controlar comportamentos ao conhecer as variáveis das quais o mesmo em questão é função. Por isso, pode-se dizer que a Análise do Comportamento é uma aliada no trabalho da Assistência Social, já que pode contribuir eficaz e diretamente com a transformação social. Ao utilizar a análise funcional, o analista do comportamento entende que os indivíduos comportam-se da for-ma como o fazem como consequência das contingências ambientais e da história de aprendizagem individual. Saben-do disso, o analista do comportamento deve auxiliar os indivíduos e famílias a identificarem variáveis que mantém os comportamentos ditos “problemáticos” envolvidos e propor estratégias de mudanças se houver necessidade. Lima (2007) propõe a presença de analistas do comportamento junto ao poder público, mas com maior preparo dos profissionais. Para tanto ele sugere capacitação dos analistas do comportamento no campo das políticas públicas, inclusive com inserção de disciplinas específicas nos cursos de graduação; incentivo à participação em concursos públicos, visando adentrar o ambiente de trabalho estatal e garantir espaço de atuação; e apoio à pesquisa aplicada de foco social. I nserido nas Políticas Públicas e utilizando-se da abordagem analítica comportamental, o psicólogo deverá agir, de acordo com a NOB/SUAS (Brasil, 2005, p. 19), segundo a qual a Assistência Social deve garantir à popula-ção:

“A segurança de acolhida; A segurança social de renda;

A segurança do convívio ou vivência familiar, comunitária e social; A segurança do desenvolvimento da autonomia individual, familiar e social;

A segurança de sobrevivência a riscos circunstanciais”.

Diante disso, é importante destacar que a ação do analista do comporta-mento deverá sempre ser, segundo Skinner, baseada na substituição do contro-le aversivo por reforçamento positivo, com preferência por reforçadores naturais, e não condicionados. Além disso, dar ênfase a comportamentos governados por consequências e não por regras e a diminuição de reforços incontingentes (Holpert, 2004). Percebe-se, então que o analista do comportamento atua modificando as relações tanto teóricas com relação a compreensão do comportamento, como práticas, diretamente no controle e previsão dos mesmos. Ao propor a análise

funcional como instrumento de atuação, a Análise do Comportamento enfoca a importância de se conhecer as contin-gências envolvidas no ambiente presente e passado para se entender os comportamentos, além de propor a não pa-tologização e não estereotipização do comportamento. Este é o momento do analista do comportamento mostrar a relevância da sua atuação nessa área que ape-nas começou a expandir. Para tanto é necessário maior interesse e incentivo nesse campo conquistado pelos psicólo-gos e tão bem assimilado em Análise do Comportamento. Referências Bibliográficas Brasil (2004). Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome. Política Nacional de Assistência Social (PNAS), Brasí-lia: Brasil. Conselho Federal de Psicologia (CFP), Conselho Federal de Serviço Social (CFESS). (2007) Parâmetros para atuação de assis-

tentes sociais e psicólogos (as) na Política de Assistência Social. Brasília, DF: CFP/CFESS. Holpert, E. C. (2004) Questões Sociais na Análise do Comportamento: Artigos do Behavior na Social Issues (1991-2000). Re-vista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva. (v. VI, n.01,pp.01-12, jan-jun), São Paulo. Lima, A. M. (2007). A Análise do Comportamento e as Políticas Públicas: o Analista do Comportamento Como um Agente Político Formal. Disponível em: <http://analiseesintese.blogspot.com/2007/03/analise-do-comportamento-e-as-politicas.html>. Acesso em: 25 set. 2007.

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Comportare — IACEP 2013 Comportare — IACEP 2013

De início, citaremos uma frase que nos faz pensar uma relação a dois: “A BELEZA DO INÍCIO E A TRISTEZA DO FIM ... ’O COMEÇO: VIDA, DOÇURA, ESPERANÇA NOSSA... TEMPOS DEPOIS: ...GEMENDO E CHORANDO NESTE VALE DE LÁGRIMAS’...” Assim parece ocorrer: o casamento começa para a maioria das pessoas como fonte de satisfação, de bem-estar e termina como fonte de frustração, de desesperança, de dor e de desamparo. Na verdade, há uma alta tendência dos reforçadores diminuírem sua eficácia com as repetidas experiências! Exatamente dentro deste contexto que um casal ou um dos cônjuges buscam uma terapia de casal – hoje chamada de Terapia Comportamental de Casal Integrativa. Assim se inicia o processo de condução de atendimento de casais. Primeiramente importante enfatizar que na Terapia de Casal contamos com as diferentes possibilidades de condução quanto ao atendimento (tais como, opção por sessões conjuntas, sessões conjuntas e individuais ou sessões basicamente individuais). Além disso, o atendimento pode ser realizado por um terapeuta ou por du-pla de terapeutas. Na nossa prática clínica, preferimos o atendimento realizado por duas terapeutas (cada qual atendendo um cônjuge). Realizamos sessões conjuntas e individuais. Quando conjuntas, a dupla de terapeutas deverão estar presentes. Vemos neste modelo inúmeras vantagens; entre elas, a de evitar uma triangulação. Vale assinalar também que, nós, analistas do comportamento, sempre iremos buscar um fio condutor em nosso trabalho. No que se refere à Terapia de Casal podemos dizer que importante parte deste fio condutor se dará a partir da compreensão que cada casal é único e, portanto, tem sua história específica de relacionamento. Ou seja, o comportamento deste casal é formado e mantido por eventos ambientais singulares. Dessa forma, precisamos compreender como cada membro aprendeu a se comportar num relacionamento íntimo tendo em vista as diferentes experiências de uma vida por inteira, assim como, das experiências dentro do relacionamento presente.

No atendimento de casais enfocamos geralmente objetivos tais como: Com relação ao Plano Terapêutico a ênfase recai em integrar estratégias que: a) promovam aceitação com b) estratégias de mudanças (principalmente no que tange aos treinos de comunicação e de resolução de problemas). Nossa experiência nos diz que trabalhar a aceitação emocional (desde o abandono da luta para mudar o outro, passando pela compreensão que o outro tem limites e dificuldades, até quanto ao fato de lidar com conflitos de forma adequada) precedendo os treinos de comunicação e resolução de problemas, poderá resultar em efeitos mais satisfatórios: o casal torna-se mais colaborativo/responsivo, levando o foco para a rela-ção e não para o individual. De qualquer forma, para integrar mudança e aceitação, o terapeuta precisa ficar atento aos seguintes indicadores: o nível de crise do casal, o compromisso com o outro e com a própria relação, o envolvimento emo-cional, a compatibilidade e a colaboração de ambos. Quanto aos resultados obtidos numa Terapia de Casal, é possível observar que os mesmos parecem estar relacionados grandemente à capacidade de cada um dos parceiros para colaborar. Constata-se além des-te, outros fatores envolvidos:

Como funciona a Terapia de CasalComo funciona a Terapia de CasalComo funciona a Terapia de CasalComo funciona a Terapia de Casal????

Pergunte ao PsicólogoPergunte ao PsicólogoPergunte ao PsicólogoPergunte ao Psicólogo

a) identificar os padrões comportamentais que trazem prejuízo ao casal; b) promover a aceitação no sentido dos casais aprenderem amar na diferença e não apenas quan-do são compatíveis (ou seja, aceitação de comportamentos e sentimentos tanto da própria pessoa como do parceiro, com vistas à intimidade e proximidade); e, ao mesmo tempo, c) ensinar estratégias para mudanças a fim de instalar novos repertórios de interação entre o casal

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Na verdade, todos estes fatores são indicadores que a Terapia de Casal terá dificuldades em cumprir seu papel. Na prática clínica, temos visto muitos casais reconstruindo a relação resgatando ternura, cumplicidade, lealdade, amizade, intimidade tanto emocional quanto erótica. São, evidentemente, experiências extremamente reforçado-ras para nós.

Como também, e, infelizmente, já pre-senciamos a confirmação de uma ou outra se-paração. Aqui, a Terapia de Casal terá um pa-pel de suporte tanto no sentido de apoio emocional quanto o de ensinar ao casal estra-tégias para lidar com este momento com os filhos, famílias de origem, tomadas de decisão e de resolução de problemas (entre outros as-pectos) no sentido de auxiliar este casal para que consiga ter uma separação digna. Para finalizar, algumas palavras com relação ao campo de trabalho na Terapia de Casal. É pos-sível afirmar que esta tem sido uma das áreas de atuação mais desenvolvidas nas últimas dé-cadas, talvez, pelas grandes transformações em termos de “novas realidades” sociais, eco-nômicas e culturais, o que podem ter conse-quenciado o surgimento de novas demandas de casais. Hoje, a Terapia de Casal necessaria-mente trabalha com novos contextos que o pro-cesso natural da vida/do viver nos aponta: por exemplos, as novas parcerias (recasamentos, relacionamentos virtuais, casais homoafetivos) e as novas idades. Assim como, precisa lidar com os novos papéis da mulher no contexto evolutivo sócio cultural (tais como, independên-cia econômica, profissionalização, desempenho de funções análogas ao dos homens).

Nione Torres é psicóloga clínica pelo IACEP e Mestre em Análise do Comportamento pela

PUC de Campinas

a) casais que possuem dificuldades em conciliar e colaborar entre si tornam-se mais inflexíveis nas suas posturas; b) quando o comprometimento de um ou de ambos for baixo; c) quando a formação de valores e/ou princípios apresenta-se fortemente diferente entre o casal; d) quando um ou outro, ou mesmo ambos, não estiver/estiverem emocionalmente engajado (s); e) quando um dos parceiros apresentar padrões destrutivos de comportamento.

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Não

Perca!!!

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