COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de...

68
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS CAMPUS DE BOTUCATU COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO FERTILIZADO COM LODO DE ESGOTO ROGÉRIO CARLOS TRABALLI Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP Campus de Botucatu, para obtenção do título de Doutor em Agronomia (Energia na Agricultura). BOTUCATU - SP Novembro - 2008

Transcript of COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de...

Page 1: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS

CAMPUS DE BOTUCATU

COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO

FERTILIZADO COM LODO DE ESGOTO

ROGÉRIO CARLOS TRABALLI

Tese apresentada à Faculdade de Ciências

Agronômicas da UNESP – Campus de

Botucatu, para obtenção do título de Doutor em

Agronomia (Energia na Agricultura).

BOTUCATU - SP

Novembro - 2008

Page 2: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

I

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS

CAMPUS DE BOTUCATU

COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO

FERTILIZADO COM LODO DE ESGOTO

ROGÉRIO CARLOS TRABALLI

Orientador: Prof. Dr. Iraê Amaral Guerrini

Co-Orientador: Prof. Dr. Juliano Corulli Corrêa

Tese apresentada à Faculdade de Ciências

Agronômicas da UNESP – Campus de

Botucatu, para obtenção do título de Doutor

em Agronomia (Energia na Agricultura).

BOTUCATU - SP

Novembro – 2008

Page 3: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

II

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉCNICA DE AQUISIÇÃO E TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO – SERVIÇO TÉCNICO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO – UNESP - FCALAGEADO - BOTUCATU (SP)

Traballi, Rogério Carlos, 1966- T759c Composição de amostra representativa de solo fertiliza- do com lodo de esgoto / Rogério Carlos Traballi. – Botuca-

tu : [s.n.], 2008. viii, 57 f. : il. color., gráfs, tabs. Tese (Doutorado)-Universidade Estadual Paulista, Facul- dade de Ciências Agronômicas, Botucatu, 2008 Orientador: Iraê Amaral Guerrini Co-orientador: Juliano Corulli Corrêa Inclui bibliografia 1. Lodo de esgoto. 2. Solos –Fertilidade. 3. Solos –Amos- tragem. I. Guerrini, Iraê Amaral. II. Corrêa, Juliano Co- rulli. III. Universidade Estadual Paulista“Júlio de Mes- quita Filho” (Campus de Botucatu).Faculdade de Ciências A- gronômicas. III. Título.

Page 4: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

III

Page 5: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

IV

“João o lixeiro”

João era um lixeiro diferente. Sua presença fazia-se notar já pelas

roupas que usava: eram limpas. João, em sua sabedoria popular, dizia que o externo é o

reflexo do interno.

Era de uma família tradicional de lixeiros, onde o pai, seu Alvino,

orgulhava-se cada vez que nascia um homem na família, porque naqueles tempos somente

os homens poderiam ser lixeiros.

João era um deles. Nas suas andanças pelas ruas da cidade,

apresentava-se sempre sorridente, compenetrado e feliz, pois sabia, por conhecimento

tradicional, que alguém deveria sempre recolher o lixo das atitudes humanas. Considerava

honroso esse trabalho, pois sabia que só os evoluídos podem reconhecer o lixo. Os outros

são apenas inocentes fazedores de lixo!

João não se casava, porque as mulheres de sua época não

conseguiam ver riquezas em reconhecedores de lixo, lixeiros, e tão-somente nos fazedores

de lixo.

Gostava de ficar perto de grupos, pois sabia que mais cedo ou mais

tarde entrariam em discussão e, então, sobrariam muitos pedaços de papéis esvoaçando

pelo ar, tal como palavras caluniadoras. Procurava recolher tão depressa quanto possível

estes pedaços e guardá-los em seu silêncio, pois sabia que se não agisse rapidamente o mal

se espalharia.

"Limpar, limpar, limpar" era seu lema, pois acreditava em um

mundo limpo.

João morreu e foi enterrado em uma esquina suja. Está no ar,

pairando até hoje, a sua Esperança de que, conforme ele dizia, "depende de você".

DR. CELSO CHARURI

Page 6: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

V

Aos meus pais CARLOS e MARIA INÊS, por essa vida e por seus

ensinamentos repletos de amor, dignidade, honestidade e humildade.

À minha esposa AMANDA, por todos os momentos, estando

sempre ao meu lado e me dando forças para completar esta obra.

Aos meus filhos RAFAEL e GIOVANNA, por serem uma dádiva

divina.

Ao médico e filósofo DR. CELSO CHARURI, que iluminou a nossa Vida.

DEDICO

Page 7: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

VI

AGRADECIMENTOS

Ao Professor Iraê Amaral Guerrini, meu orientador, que sempre me incentivou

na carreira de Pesquisador e Professor Universitário, além de me ensinar muito sobre

Amostragem de Solo e servir de espelho com seu profissionalismo, honestidade e

sinceridade. Um verdadeiro amigo.

Ao Professor Dr. Juliano Corruli Corrêa, pela co-orientação e pelos constantes

incentivos durante a elaboração desta Tese, que foram fundamentais para a conclusão da

obra.

Aos amigos e funcionários do Laboratório de Análise de Solo, do Departamento

de Recursos Naturais/Área Ciência do Solo, pela realização das análises, em nome dos

Professores Doutores Dirceu Maximino Fernandes e Roberto Lyra Villas Bôas.

Aos amigos Dr. Carlos Cesar Breda, Dr. José Ricardo Pupo Gonçalves, Dr.

Ricardo Povoa Cavalcanti de Araujo, Profa. Dra. Sirlei Pires Terra, Engenheiro Rodrigo

Eduardo de F. Penteado, Prof. Luiz Antonio Correia, e a todos os alunos de graduação e

pós-graduação da FCA que participaram do projeto “Uso de lodo de esgotos e revegetação

com espécies nativas da mata atlântica na recuperação de áreas degradadas”.

Aos meus irmãos Carla Maria Traballi da Silva, Claudia Maria Traballi, Roberto

Carlos Traballi; sobrinhos Arthur Traballi da Silva, Isabela Traballi da Silva, Bruno

Traballi di Piero, Vovó Benedita Machado Guerreiro, Maria Rosa Guerreiro, Rinaldo Luiz

da Silva, Nanci Mendes Gaspar Monteiro, Antonio Gaspar Monteiro Júnior, Daniela

Gaspar Monteiro e todos os membros de minha família que, de forma direta ou indireta,

contribuíram para a realização desta obra.

Aos colegas e professores do Curso de Pós-Graduação em Agronomia (Energia na

Agricultura), pela convivência, ensinamentos e contribuição para realização deste trabalho,

assim como aos amigos da Pró-Vida que sempre me incentivaram a fechar mais um ciclo.

E por aquele que cria todas as possibilidades no plano - DEUS.

Page 8: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

VII

SUMÁRIO

Página

LISTA DE TABELAS ............................................................................................................ VI

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................. VII

1. RESUMO............................................................................................................................. 01

2. SUMMARY......................................................................................................................... 02

3. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 03

4. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 05

4.1 Importância do número de amostras simples para formar uma amostra composta ....... 05

4.2 Contribuição do lodo de esgoto como fertilizante e condicionador do solo ................ 09

5. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................. 13

5.1 Descrição da área de estudo ........................................................................................... 13

5.2 Delineamento experimental e tratamentos .................................................................... 14

5.3 Procedimento de coleta das amostras ............................................................................ 17

5.4 Análise estatística .......................................................................................................... 22

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................................... 22

6.1 Quadro de análise de variância para análise do solo ..................................................... 22

6.2 Análise de pH ................................................................................................................ 24

6.3 Teor de fósforo no solo .................................................................................................. 28

6.4 Teor de matéria orgânica no solo .................................................................................. 31

6.5 Acidez Potencial (H + Al) ............................................................................................ 33

6.6 Teor de potássio ............................................................................................................. 36

6.7 Teor de cálcio ................................................................................................................ 38

6.8 Teor de magnésio ........................................................................................................... 40

6.9 Teor de boro................................................................................................................... 42

6.10 Teor de zinco ............................................................................................................... 43

6.11 Teor de cobre ............................................................................................................... 44

6.12 Teor de ferro ................................................................................................................ 46

6.13 Teor de manganês ........................................................................................................ 47

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 48

8. CONCLUSÕES ................................................................................................................... 48

9. REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 49

Page 9: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

VIII

LISTA DE TABELAS

Página

Tabela 1. Resultado das análises química e física do solo da área experimental antes

da implantação do experimento. ............................................................................ 13

Tabela 2. Composição química do lodo de esgoto utilizado no projeto .................................. 16

Tabela 3. Quadro de análise de variância para os resultados de análise de solo ..................... 23

Tabela 4. Quadro de análise de variância para os resultados de análise de solo para

micronutrientes ....................................................................................................... 24

Page 10: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

IX

LISTA DE FIGURAS

Página

Figura 1: Vista geral da área após subsolagem......................................................................... 14

Figuras 2 e 3: Aplicação do lodo de esgoto próximo a linha de plantio sobre a

superfície do solo ...................................................................................................... 15

Figura 4: Detalhe da coleta de solo com um trado holandês ................................................... 15

Figura 5: Detalhe do lodo de esgoto antes da aplicação ......................................................... 17

Figura 6: Área de coleta ............................................................................................................ 18

Figura 7: Amostras em sacos plásticos antes da secagem ........................................................ 18

Figura 8: Preparação das amostras para secagem ..................................................................... 19

Figura 9: Procedimento de secagem ao ar das amostras em túnel plástico .............................. 19

Figura 10: Número de amostras ................................................................................................ 21

Figura 11: Análise de pH para a média das doses de lodo de esgoto a 1% de

probabilidade ............................................................................................................ 25

Figura 12: Análise de pH em função de doses de lodo de esgoto a 20% de

probabilidade ........................................................................................................... 26

Figura 13: Desvio padrão dos tratamentos em relação ao nível de significância da

média de pH no solo ................................................................................................. 27

Figura 14: Teor de P no solo em função do número de amostras e da aplicação de lodo

de esgoto ................................................................................................................... 28

Figura 15: Teor de fósforo no solo em função do aumento crescente das doses de lodo

de esgoto ................................................................................................................... 29

Figura 16: Desvio padrão dos tratamentos em relação ao nível de significância da

média dos teores de P no solo ................................................................................... 30

Figura 17: Teor de matéria orgânica no solo em função do aumento das doses de lodo

de esgoto ................................................................................................................... 31

Figura 18: Desvio padrão dos tratamentos em relação ao nível de significância da

média dos teores de M.O. no solo ............................................................................ 33

Figura 19: Acidez Potencial (H+Al) do solo em função do número de amostras e das

doses de lodo de esgoto ............................................................................................ 34

Page 11: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

X

Figura 20: Acidez Potencial (H+Al) do solo em função do número das amostras e

doses de lodo de esgoto. ........................................................................................... 35

Figura 21: Desvio padrão dos tratamentos em relação ao nível de significância da

média da acidez potencial do solo (H + Al). ............................................................ 36

Figura 22: Teor de K no solo em função do número de amostras e das doses de lodo

de esgoto ................................................................................................................... 37

Figura 23: Desvio padrão dos tratamentos em relação ao nível de significância da

média dos teores de K no solo .................................................................................. 38

Figura 24: Teor de Ca no solo em função das doses de lodo de esgoto ................................... 39

Figura 25: Desvio padrão dos tratamentos em relação ao nível de significância da

média dos teores de Ca no solo ................................................................................ 40

Figura 26: Teor de Mg no solo em função do número de amostras e doses de lodo de

esgoto ........................................................................................................................ 41

Figura 27: Desvio padrão dos tratamentos em relação ao nível de significância da

média dos teores de Mg no solo ............................................................................... 42

Figura 28: Teor de B no solo em função do número de amostras e doses de lodo de

esgoto. ....................................................................................................................... 43

Figura 29: Teor de Zn no solo em função do número de amostras e das doses de lodo

de esgoto. .................................................................................................................. 44

Figura 30: Teor de Cu no solo em função do número de amostras e doses de lodo de

esgoto. ....................................................................................................................... 45

Figura 31: Teor de Cu no solo em função do número de amostras e das doses de lodo

de esgoto ................................................................................................................... 45

Figura 32: Teor de Fe no solo em função do número de amostras e doses de lodo de

esgoto ........................................................................................................................ 46

Figura 33: Teor de Mn no solo em função do número de amostras e das doses de lodo

de esgoto ................................................................................................................... 47

Page 12: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 1 -

1. RESUMO

O objetivo do presente trabalho foi determinar, através dos conhecimentos da estatística, o

número mínimo de amostras de solo a ser coletado em uma área fertilizada com lodo de

esgoto para que, depois de analisadas, representem, com elevada confiabilidade, a

composição química do solo estudado. Para isso foram utilizadas parcelas de 486m²

compostas por 9 linhas espaçadas de 3,0m. Em cada linha foram plantadas 9 mudas de

espécies nativas da Mata Atlântica, espaçadas de 2,0m entre elas, totalizando 81 plantas.

Os tratamentos foram constituídos da aplicação de lodo de esgoto nas seguintes doses: 2,5;

5,0; 10,0; 15,0 e 20,0 t ha-1 e os números de amostras simples testados para compor uma

amostra composta foram: 5, 10, 15, 20 e 25, sendo as mesmas coletadas entre 0 e 20 cm de

profundidade. O delineamento experimental seguiu a metodologia de blocos ao acaso com

quatro repetições, no esquema de parcelas subdivididas, sendo que as parcelas foram

constituídas pelas doses de lodo de esgoto e as subparcelas pelo número de amostras. Para

as variáveis: matéria orgânica, fósforo e cálcio, o número de amostras simples para formar

uma amostra composta não foi influenciado pela dose de lodo de esgoto. Para a

determinação das variáveis pH, H + Al+3 e M.O., foi observado que após aplicação de 20 t

ha-1 há necessidade de se coletar, no mínimo, 5 amostras simples para formar uma amostra

composta confiável, enquanto que para se determinar os teores de K, Ca e Mg com alta

confiabilidade foram necessários números iguais ou superiores a 20 amostras simples para

formar uma composta.

Palavras–chave: lodo de esgoto, número de amostras, amostragem de solo, fertilidade do

solo

Page 13: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 2 -

COMPOSITION OF SOIL REPRESENTATIVE SAMPLE FERTILIZED

WITH SEWAGE SLUDGE

Botucatu, 2008. Tese (Doutorado em Agronomia/Energia na Agricultura) – Faculdade de

Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista.

Author: ROGÉRIO CARLOS TRABALLI

Adviser: IRAÊ AMARAL GUERRINI

Second Adviser: JULIANO CORULLI CORRÊA

2. SUMMARY

The goal of this paper was to apply statistical techniques in determining the minimum

number of soil samples to be collected in a fertilized area with sewage sludge which, after

analyses, represent, with high confidence, the chemical composition of the analyzed soil.

To this end parcels of 486 m2 were used, consisting of 9 lines set out in a 3 meter interval

and in each line 9 Mata Atlântica plants, alternating with a mix of pioneering, secondary

and climax plants were planted at a 2 meter interval, totaling 81 plants. These plants were

fertilized with sewage sludge in the following doses: 2,5; 5,0; 10,0; 15,0 and 20,0 t ha-1.

For every dose of sewage sludge, 5, 10, 15, 20, and 25 simple soil samples were collected,

thus composing the samples that were sent out for laboratory analysis. The experimental

design followed the random block method with four repetitions, in an outline of subdivided

parcels, where the parcels were made of doses of sewage sludge and the sub parcels of

number of samples collected. The measured values of Ca, Mg, P and K obtained from the

analyzed soil were varying, confirming to the doses of sewage sludge applied, but the

number of samples were not influenced by agricultural practice, leaving the spatial

variability for each type of variable. Based upon obtained results it can be concluded that,

in order to determine pH, H+ + Al+3 and M.O. of the variables, after applying 20 t ha-1, it is

necessary to collect, at least, 5 simple samples as a base for a reliable composed sample.

To determine the values of K, Ca and Mg, with high confidence, 20 or more simple

samples were needed to make such a composed sample.

Key words: sewage sludge, number of samples, sampling of soil, soil fertility

Page 14: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 3 -

3. INTRODUÇÃO

A análise de solo, provavelmente, começou a ter importância

quando o homem se interessou por saber mais sobre como as plantas crescem. Foi Justus

Von Liebig, fundador da química agrícola, o primeiro a fazer a análise de solo e

recomendar o uso de fertilizantes artificiais (FURTADO, 2002). Até o início de 1920,

pouco progresso foi observado, entretanto entre os anos de 1929 e 1934, importantes

contribuições foram feitas por Bray, Herster, Morgan, Spurway e Truog, os quais

desenvolveram metodologias para análise de pH, Matéria Orgânica (M.O.), Acidez

Potencial (H+Al), Fósforo (P), Potássio (K), Cálcio (Ca) e Magnésio (Mg) no solo. Desde

então, a análise de solo tem sido largamente aceita como fator essencial às formulações de

programas de adubação e calagem (BOARETTO et al., 1988).

A análise química do solo é o instrumento básico para a

transferência de informações sobre as condições reais do solo, visando à recomendação de

calagem e adubação, permitindo a transferência de conhecimentos obtidos em pesquisas

para o agricultor. Assim, é possível, por meio de uma análise de solo bem feita, avaliar o

grau de deficiência de nutrientes e determinar as quantidades dos mesmos a serem

aplicadas nas adubações (SILVA, 1999).

Solos são materiais heterogêneos que apresentam variação em suas

propriedades até em distâncias de centímetros; por isso, pode-se dizer que a amostra de

solo que chega a um laboratório para ser analisada representa uma fração diminuta do solo

como um todo. Daí decorre a importância de uma boa amostragem (RAIJ, 1991). Portanto,

Page 15: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 4 -

a amostragem é uma etapa crítica de todo o processo de análise, pois, em geral, não pode

ser repetida, sendo que uma amostra mal coletada não revela se é ou não representativa da

área amostrada.

Guerrini e Moro (1994) e Guerrini (2003) observaram uma grande

variabilidade no resultado das análises químicas efetuadas após a amostragem de uma área

com resíduo de papel e celulose. Também, Zhang e Johnson (2000) em artigo intitulado

“How to get a good soil sample” (Como obter uma boa amostra de solo), demonstraram a

grande variabilidade do solo e estudaram o “número ótimo” de amostras, concluindo que

uma má amostragem leva ao desperdício de material, de tempo e de recursos financeiros.

Essa variabilidade é mais marcante quando se utiliza resíduos,

como por exemplo, o lodo de esgoto, pois o seu desbalanceamento nutricional proporciona

maior variabilidade das quantidades de nutrientes no solo. Sendo assim, quando se pensa

em utilizar solos fertilizados com lodo de esgoto para qualquer cultura, é possível que se

tenha que aumentar o número de amostras simples para formar uma composta

representativa do solo da referida área.

Breda (2003) ressalta que a aplicação de lodo de esgoto como

fertilizante se mostra como uma prática muito interessante para solucionar os problemas de

disposição desse material, tido como problema para as Estações de Tratamento de Esgoto

(ETEs). Uma vez aplicado ao solo com critérios, o lodo de esgoto aumenta os teores de

M.O., P, Ca e Mg, conseqüentemente aumentando sua fertilidade.

Com base nessas informações, o objetivo do presente trabalho foi

definir, com base nos conhecimentos estatísticos, um número mínimo de amostras simples

a serem coletadas, de modo a compor uma amostra composta que, depois de analisada,

apresente resultados confiáveis sobre a real situação do solo de uma área fertilizada com

lodo de esgoto.

Page 16: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 5 -

4. REVISÃO DE LITERATURA

4.1. Importância do número de amostras simples para formar uma amostra

composta

Existem poucos estudos a respeito do número de amostras simples

de solo necessário para formar uma amostra composta que seja representativa de sua

fertilidade.

Interessante e mais preciso seria se as amostras simples fossem

analisadas individualmente, e apenas posteriormente fossem realizados os cálculos para

estimar a média e a variância da composição do solo da área amostrada. Porém, na prática

isso não acontece devido à necessidade de economia de recursos e de tempo. Assim sendo,

quando se quer conhecer a composição química média do solo de uma área e abster-se de

conhecer a variabilidade, faz-se rotineiramente uma análise da amostra composta, a qual é

formada pela mistura de várias amostras simples (ALVAREZ; GUARÇONI, 2003).

Na agricultura tradicional a avaliação da fertilidade média do solo é

feita com base na amostra composta. Assim, pode-se afirmar que esta é comumente

utilizada para representar a área a ser corrigida e/ou, adubada. Cada amostra composta é

formada pela mistura homogênea de um número pré-definido de amostras simples de

pequeno volume de solo.

Na agricultura de precisão, são coletadas amostras simples de

pequeno volume de solo, na maioria das vezes em um retículo limitado ao campo de

produção, as quais são analisadas individualmente.

Dessa forma, apenas pela facilidade de coleta, as amostras simples

estariam sendo utilizadas como unidades de amostra (indivíduo solo) componentes da

população, assumindo-se que os pequenos volumes de solo coletados nos dois casos

representariam corretamente o seu entorno, mas sem evidência científica para isso

(GARÇONI et al., 2006).

Assim, para avaliar a fertilidade do solo, tanto na agricultura

tradicional quanto na agricultura de precisão, o “indivíduo solo” (unidade de amostra) pode

ser definido como a menor área (considerando definida a profundidade) na qual se deve

amostrar o solo, para caracterizar a fertilidade efetivamente explorada por uma planta ou

por um grupo de plantas (fertilidade local média), sendo suas dimensões laterais grandes o

bastante para incluir variações representativas a curtas distâncias na composição do solo

Page 17: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 6 -

(meso e micro variações) (GARÇONI et al., 2006).

James e Wells (1990) apud Schlindwein e Anghinoni (2002)

caracterizaram em três tipos a variabilidade de fertilidade horizontal do solo resultante da

aplicação de fertilizantes:

- Microvariações: ocorrem em distâncias entre 0,00 e 0,05 m, em função do

local (sítio) onde o fertilizante é colocado no solo;

- Mesovariações: ocorrem em distâncias entre 0,05 e 2,00m devido às

adubações em linha; e

- Macrovariações: ocorrem a distâncias maiores que 2,00 m.

Assim, para contemplar a variabilidade horizontal do solo e ter uma

boa representatividade da sua fertilidade, o número de amostras deve contemplar as macro-

variações, enquanto que a forma, o tamanho e o local de amostragem devem contemplar as

microvariações e as mesovariações.

O problema na representatividade de amostras de solo para

determinar o estado de fertilidade está na desuniformidade espacial dos atributos químicos,

conhecida como variabilidade do solo. Esta variabilidade pode ser atribuída a causas

naturais, pelo efeito de fatores de formação do solo sobre o material de origem (maiores

distâncias) e pela ação humana na atividade agrícola (menores distâncias)

(SCHLINDWEIN; ANGHINONI, 2002).

A amostragem de solo é um dos procedimentos mais importantes

em qualquer programa de pesquisa na área, pois de nada valem as análises químicas

sofisticadas e extremamente rigorosas de suas variáveis, se as amostras coletadas não são

representativas da área em estudo (CARVALHO et al., 2002). Cada gleba ou talhão

homogêneo a ser amostrado deve ser considerado como uma unidade de amostragem, ou

seja, o universo das unidades de amostra (GUARÇONI et al., 2006).

Para uma amostragem representativa da fertilidade de uma área é

necessário o conhecimento da variabilidade dos atributos físicos e químicos. A

variabilidade espacial dos micronutrientes e também de outras características físicas e

químicas do solo determinam a intensidade e a forma de amostragem para compor

amostras representativas desse solo (SILVEIRA; CUNHA, 2002).

Page 18: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 7 -

Nessa amostragem deve-se considerar a variabilidade do solo em

relação as suas características químicas e físicas, visto que ela influencia o número e a

distribuição das amostras simples (unidades de amostra) a serem coletadas por área de

manejo de um cultivo, visando à determinação da sua fertilidade média (ALVAREZ;

GUARÇONI, 2003).

Segundo Carvalho et al. (2003), numa paisagem natural, o solo

apresenta ampla variabilidade dos seus atributos, tanto no sentido espacial como no

volumétrico, resultante da interação dos processos que comandam os fatores de sua

formação. Ademais, o solo cultivado revela fontes adicionais de heterogeneidade,

originadas exclusivamente do efeito antrópico da agricultura. Por outro lado, os princípios

básicos da experimentação, estabelecidos por meio do método estatístico clássico,

consideram que a variabilidade do solo ocorre de forma inteiramente aleatória, admitindo-

se que seus atributos apresentem uma distribuição de freqüência do tipo normal. O

conhecimento da distribuição de freqüência dos dados de uma variável direciona o método

estatístico a ser aplicado.

Um conceito importante para o estudo estatístico é o conceito de

população, que significa um conjunto de indivíduos com pelo menos uma característica

comum, sobre a qual se deseja obter informações. É por isso que a amostragem correta dos

indivíduos estima adequadamente as características da população (GUARÇONI et al.

2006).

No âmbito do conhecimento científico objetiva-se, normalmente,

pesquisar as características dos elementos de uma população. Uma vez definida a

população objeto do estudo, há necessidade de escolher a melhor maneira de estudar

algumas de suas características.

De maneira geral, a população de interesse é demasiadamente

grande, o que impossibilita a realização de um levantamento de dados com seus elementos.

Nesse caso, deve-se delimitar as observações a uma amostra da população, que reproduza,

o mais fielmente possível, suas características (CARVALHO et al., 2002).

Pode-se concluir, então, que uma amostra da população é um

subconjunto ou parte da população, necessariamente finita, formada por indivíduos

(unidades de amostra) e que a análise estatística da amostra é feita com base nos dados das

unidades de amostra ou indivíduos e não do todo (COCHRAN, 1965).

Sendo assim, para que uma amostra de solo seja representativa, a

Page 19: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 8 -

área amostrada deverá ser subdividida em glebas ou talhões homogêneos, considerando a

vegetação, a posição topográfica, as características perceptíveis do solo e o histórico da

área (CANTARUTTI et al., 1999).

Quanto mais heterogêneo for o solo, maior deve ser o número de

amostras coletadas, para que se atinja maior exatidão na avaliação de suas características.

Segundo Santos e Vasconcellos (1987), o número de amostras para análise química que

representa bem uma determinada área pode variar com o manejo do solo, cultura anterior e

fertilização da área. Souza (1992) relatou que inúmeros trabalhos mostraram que os

sistemas de manejos conservacionistas criam um ambiente no solo diferente do encontrado

no sistema convencional, resultante dos efeitos dos resíduos superficiais e da reduzida

movimentação do solo. Como resultado, afirma que tem sido encontrado um acúmulo

superficial de nutrientes nos sistemas conservacionistas (SILVEIRA et al., 2000).

Ball e Williams (1968) sugeriram que para uma amostra

representativa do elemento químico fósforo (P), as amostras compostas deveriam ser

formadas por um número de amostras simples que variasse entre 37 e 102. Com o passar

do tempo Friesen e Blair (1984) recomendavam entre 40 e 80.

Zhang e Johnson (2000) recomendam uma média de 20 amostras

simples para formar amostras compostas para campos ou áreas em que se deseja obter

amostras representativas.

Daniels et al. (2000) fizeram recomendação para coletar pelo

menos 48 amostras simples para formar uma composta, representativa para a análise do

fósforo (P) nos Estados Unidos, onde, na época, a maioria das Universidades recomendava

20 amostras simples.

Portanto, além de serem poucos os trabalhos que abordam o

complexo assunto relacionando a confiabilidade de amostras compostas em função do

número de amostras simples que as compõem, nota-se que os autores que atuam nessa

linha não conseguem chegar a um consenso. Isso mostra a grande importância da

realização de trabalhos que buscam determinar um número confiável e que há muito

trabalho a se fazer até que se chegue a uma conclusão aceitável.

Page 20: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 9 -

4.2 Contribuição do lodo de esgoto como fertilizante e condicionador do solo.

A pesquisa brasileira com uso de lodo de esgoto na agricultura foi

iniciada na década de 1980. Muitos pesquisadores, dentre eles Breda (2003), publicaram

artigos sobre a utilização de lodo de esgoto.

Já as pesquisas com utilização de lodo na área florestal são mais

recentes. Em 1998, um grupo de pesquisadores da ESALQ/USP iniciou as primeiras

pesquisas de campo com a aplicação de lodo de esgoto em espécies florestais no Brasil. O

trabalho de Poggiani e Bennedeti (1999) resume o programa de pesquisa desse grupo e

mostra os vários subprojetos que foram desenvolvidos para verificar a viabilidade

ecológica, silvicultural e econômica da utilização do lodo de esgoto na cultura de eucalipto

(GUEDES et al., 2006).

O lodo de esgoto está se tornando cada vez mais um grande

problema para as municipalidades ao redor do mundo, pois as quantidades produzidas

continuam crescendo com o aumento da densidade populacional das cidades. Uma

alternativa para sua disposição é a utilização na agricultura e em áreas florestais como

fertilizante orgânico.

Por ser rico em matéria orgânica, a qual desempenha papel de

fundamental importância na capacidade de troca catiônica (CTC) e retenção de água dos

solos, especialmente nos solos tropicais, que são deficientes nesses atributos, a aplicação

de lodo de esgoto é uma forma de repor a matéria orgânica que é rapidamente mineralizada

nas condições de clima tropical, fornecendo, ainda, nutrientes para as plantas,

especialmente nitrogênio e fósforo.

O lodo de esgoto é utilizado em vários países nos cultivos

florestais, principalmente em regiões de clima temperado. Em países tropicais seu uso

ainda é restrito e pouco estudado. No estado de São Paulo, vastas áreas destinadas a

florestas poderiam absorver grande parte do lodo de esgoto produzido nas Estações de

Tratamento de Esgoto (ROCHA et al., 2004).

A dificuldade para realizar a disposição final adequada do lodo de

esgoto produzido nas estações de tratamento é um problema para os gerentes da área de

saneamento no Brasil. As pesquisas demonstram que esse resíduo pode ser utilizado para

fins agrícolas e/ou florestais, evitando sua deposição em aterros e lixões, geralmente

Page 21: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 10 -

localizados na periferia das grandes cidades. Assim, esse resíduo, hoje problemático, no

futuro poderá ser considerado um insumo, gerando um estímulo para que mais esgotos

urbanos sejam tratados antes de promoverem a eutrofização e poluição dos rios (LIRA et

al., 2008).

No exterior, as pesquisas sobre o uso do lodo de esgoto como

fertilizante em áreas agrícolas e florestais estão bastante desenvolvidas, principalmente em

alguns países da América do Norte e Europa. Na Alemanha, por exemplo, grande parte ou

todo o lodo gerado nas ETEs é utilizado em escala operacional nas plantações florestais.

É importante frisar que, mesmo em caráter experimental, pouco se

conhece sobre os efeitos da aplicação de lodo de esgoto na ciclagem do C e do N, bem

como na imobilização desses elementos nos compartimentos do ecossistema (LIRA et al.,

2008).

A utilização de lodo de esgoto e o aproveitamento do seu potencial

fertilizante e condicionador de solos, bem como da sua influência positiva no crescimento

de plantas, representam possibilidades de associar ganhos para o produtor, por meio do

aumento da produtividade das culturas e redução do uso de fertilizantes minerais, com

ganhos para os geradores de lodo, pela efetivação de métodos adequados e mais

econômicos de disposição final desse resíduo (GUEDES et al., 2006).

Uma das utilizações potenciais do lodo de esgoto é o seu

aproveitamento como recondicionador físico e químico de solos usados em cultivos

agrícolas e florestais (ROCHA et al., 2004).

Oliveira (2000) e Breda (2003) afirmam que as principais

limitações do uso dos lodos de esgoto seriam gerar doenças prejudiciais ao homem e a

possível presença de metais pesados, que podem ocasionar toxicidade nas culturas e/ou

contaminação dos solos e das águas subterrâneas. No entanto, estudos conduzidos no Brasil

como, por exemplo, Bettiol e Camargo (2000) e Corrêa et al. (2008a) mostraram que os

lodos de esgoto não acarretam problemas de contaminação de solo com metais pesados.

Também a resolução no 375 do CONAMA (2006) impõe limitações aos metais pesados

poluentes. Tsutiya et al. (2001) ressaltam que quantidades superiores aos limites

estabelecidos não são aceitáveis para aplicação do lodo de esgoto em solos agrícolas.

As quantidades de nitrogênio presentes nos lodos de esgoto gerados

por biodigestores têm concentração variável de 2,2 a 5,5%. As concentrações de fósforo

variam de 1,0 a 3,7%. As concentrações de potássio são pequenas porque ele é altamente

Page 22: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 11 -

solúvel em água e não fica retido na parte sólida. A matéria orgânica varia de 40 a 70%, de

acordo com Bettiol e Camargo (2000), Tsutiya et al. (2001) e Melo et al. (2001). Para

Andreoli (1997), quase que 50% do nitrogênio e do fósforo contidos nesses lodos de esgoto

são utilizados pela planta já no primeiro ano de aplicação.

Como fornecedores de nutrientes às plantas, os lodos de esgoto têm

sido eficientes principalmente para fósforo (BETTIOL; CARVALHO, 1982 a, b;

BOARETO et al. 1982; VILLAS BOAS et al. 1984; BERTON et al. 1989; CORRÊA,

2001; MELFI et al. 2001). Silva et al. (1998) comprovam que o lodo de esgoto proporciona

menor custo de P2O5 e N em relação a fontes tradicionais (superfosfato triplo e uréia). A

formação de amônia ocorre paulatinamente à medida que o material orgânico vai sendo

mineralizado (ANDRADE; MATTIAZZO, 1999), sem que haja quantidade demasiada de

nitrato no solo (VIEIRA et al., 2000).

Uma característica importante do lodo de esgoto é que esse resíduo

é fonte de fósforo e o libera de forma moderada ao solo, porém contínua, em contraste com

os fertilizantes solúveis que fornecem alto teor de P solúvel, logo após sua aplicação

(MINHONI et al., 1993). A decomposição dos lodos de esgoto no solo produz agentes

complexantes que facilitam a movimentação de fosfatos (TSUTIYA et al., 2001).

A adubação orgânica com lodo de esgoto aumenta os teores de Ca e

Mg no solo, conforme verificado nos trabalhos de Marques (1997), Silva et al. (1998),

Simonete et al. (1999), Galli et al. (1999), Tsutiya et al. (2001), Melfi et al. (2001) e Melo

et al. (2001). Pode acontecer aumento no teor de Ca no solo, pela aplicação de lodo de

esgoto, em razão da dose utilizada e do tipo do lodo, principalmente se na geração do

mesmo for adicionado cal virgem (CaO) (SIMONETE et al., 1999; CARMO et al., 2000;

CORRÊA, 2001).

Elevando os valores de Ca2+, Mg2+ e K+ no solo também será

aumentada a soma de bases. O aumento da saturação por bases e da capacidade de troca de

cátions do solo através da aplicação de lodo de esgoto e a melhoria das características

químicas do solo foram verificados nos trabalhos de Melo et al. (1993), Bertoncini et al.

(1999), Galli et al. (1999), Simonete et al. (1999), Fiest et al. (1999), Carmo et al. (2000) e

Corrêa (2001).

Para os nutrientes como Zn, Mn e Cu disponíveis no solo, Marques

et al. (1993) e Simonete et al. (1999) observam que o aumento na quantidade de lodo de

esgoto elevou, de maneira geral, suas disponibilidades.

Page 23: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 12 -

De acordo com Bettiol e Camargo (2000), os lodos de esgoto

contêm matéria orgânica e quantidades consideráveis de nutrientes. Em solos de clima

tropical e subtropical, onde a matéria orgânica desempenha papel fundamental na CTC, o

emprego de lodo de esgoto torna-se vantajoso, melhorando as propriedades químicas pelo

aumento dos teores de matéria orgânica, CTC e aumento gradual da disponibilidade de

nitrogênio, fósforo, cálcio, magnésio e enxofre.

A matéria orgânica contida no lodo de esgoto pode aumentar o

conteúdo de húmus melhorando a capacidade de armazenamento e de infiltração de água

no solo, aumentando a resistência dos agregados e reduzindo a erosão (TSUTIYA et al.,

2001; CARVALHO, 2001; MELO et al., 2001).

Os critérios para taxa de aplicação de lodos de esgoto na área

agrícola são definidos em função do nitrogênio disponível, que não poderá ultrapassar o

quociente entre a quantidade de nitrogênio recomendado pela cultura agrícola e o teor de

nitrogênio disponível no lodo de esgoto, sendo que para a cultura do milho é de 6 t ha-1.

Pode também ser baseada na capacidade de neutralização da acidez do solo, não

ultrapassando o valor de pH 7,0 em CaCl2 (TSUTIYA et al., 2001; MELO et al., 2001).

Vale ressaltar que não foram encontrados na literatura consultada

trabalhos que denotam o número de amostras simples para formar uma amostra composta

em sistemas de produção onde são aplicados lodo de esgoto, demonstrando assim a

contribuição deste trabalho.

Page 24: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 13 -

5. MATERIAL E MÉTODOS

5.1 Descrição da área de estudo.

O trabalho foi realizado na Fazenda Entre Rios pertencente à

Companhia Suzano de Papel e Celulose, localizada na região de Itatinga, com

coordenadas 23º18’ latitude sul e 48º28’ longitude oeste, no estado de São Paulo, Brasil.

De acordo com a classificação de Köeppen, o clima local é do

tipo Cwa, com temperatura no mês mais frio abaixo de 18ºC e no mês mais quente

acima de 22ºC. A precipitação média anual é cerca de 1.200 mm, sendo que 73% das

chuvas ocorrem entre os meses de outubro e março.

O solo foi classificado como Neossolo Quartzarênico conforme

metodologia desenvolvida pela EMBRAPA (1999), sendo o mesmo arenoso e na época

de implantação do estudo encontrava-se degradado pela perda da camada superficial,

por ter servido de depósito de madeira. Os resultados de sua análise química e física

podem ser observados na Tabela 1, sendo esta análise realizada em amostras coletadas

antes da implantação do ensaio.

Tabela 1: Resultado das análises química e física do solo da área experimental antes da implantação do experimento.

ANÁLISE QUÍMICA BÁSICA pH M.O. Al+3 K Ca Mg SB H+Al CTC V% Pres

CaCl2 g dm-3 ______________________________________ mmolc dm-3 _______________________________________________

4,4 9 4 0,43 4 1 5 23 28 18,5 4 ANÁLISE QUÍMICA – Micronutrientes

B Cu Fe Mn Zn ________________________________________________________ mg dm-3 _________________________________________________________

12,6 4,6 27,6 0,6 0,1 ANÁLISE FÍSICA

Areia Grossa

Areia Fina

Areia Total

Argila Silte Argila Natural

Textura do solo

________________________________ g kg _______________________________________________________________

54 846 900 92 8 ----- Arenosa Análises realizadas pelo Laboratório de fertilidade do solo FCA/UNESP – Campus de Botucatu-SP, utilizando metodologias de rotina (secagem em estufa, peneiramento em malha de 2 mm, análise de matéria orgânica com solução de dicromato de sódio com ácido sulfúrico, agitação em capela, repouso, diluição em água, leitura em espectrofotômetro - padrões do IAC ( Instituto Agronômico de Campinas).

Page 25: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 14 -

5.2 Delineamento experimental e tratamentos

No mês de março de 2005, antes da instalação das parcelas foi

realizada a raspagem do terreno com uma motoniveladora (patrol), para retirada das

plantas que ocupavam a área. Posteriormente, fez-se o preparo do solo com subsolador

de dupla haste trabalhando na profundidade de 40-50 cm, de forma cruzada (Figura 1).

O plantio das mudas de espécies florestais nativas foi realizado

em julho de 2005, na intersecção das linhas subssoladas, sendo realizado um replantio

após 15 dias e outro após aproximadamente 45 dias, com diversas irrigações durante

esse período.

O lodo de esgoto foi distribuído mecanicamente entre as linha

de plantio com o uso de um trator, acoplado a uma carreta própria para esta finalidade,

sendo que as diferentes quantidades de lodo aplicadas nas parcelas foram reguladas

através da abertura ou fechamento da tampa traseira da carreta (Figuras 2 e 3).

Figura 1: Vista geral da área após subsolagem

Page 26: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 15 -

O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso,

no esquema de parcelas subdivididas, sendo as parcelas constituídas das doses de lodo

de esgoto e as subparcelas do número de amostras simples, utilizando-se 4 repetições.

Os tratamentos com lodo de esgoto foram constituídos das doses de 2,5; 5,0; 10,0; 15,0

e 20,0 t ha-1 e o número de amostras simples para formar uma composta foi constituído

de 5, 10, 15, 20 e 25, sendo que as amostras foram coletadas com trado holandês

(Figura 4) na linha de plantio, de 0 - 20 cm de profundidade, 6 meses após o plantio.

Figuras 2 e 3: Aplicação do lodo de esgoto na linha de plantio sobre a superfície do solo

Figura 4: Detalhe da coleta de solo com um trado holandês

Page 27: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 16 -

A área experimental ocupou aproximadamente 1 ha, sendo

composta por 20 parcelas de 486 m2, que foram constituídas por 81 plantas nativas

(pioneiras, secundárias e clímax), distribuídas em 9 linhas com 9 plantas cada, sendo o

espaçamento entre linhas de 3,0m e entre plantas de 2,0m.

Os tratamentos ficaram assim definidos:

T1: 2,5 t ha-1 de lodo de esgoto (base seca) + suplementação com K;

T2: 5,0 t ha-1 de lodo de esgoto (base seca) + suplementação com K;

T3: 10,0 t ha-1 de lodo de esgoto (base seca) + suplementação com K;

T4: 15,0 t ha-1 de lodo de esgoto (base seca) + suplementação com K;

T5: 20,0 t ha-1 de lodo de esgoto (base seca) + suplementação com K.

O lodo de esgoto utilizado no experimento foi proveniente da

Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Jundiaí-SP, operada pela Companhia de

Saneamento Jundiaí, a qual foi responsável pelo fornecimento dos dados de

caracterização química do material (Tabela 2).

Tabela 2: Composição química do lodo de esgoto(*) utilizado no projeto.

Parâmetro Concentração

(mg kg-1)

Parâmetro Concentração

(mg kg-1)

Cobre 850 Enxofre 19,2 Cromo 162,7 Mat. Org. 440

Chumbo 196,4 C. orgânico 200 Zinco 573 Umidade 55 %

Cádmio 8,24 Relação C/N 7,9 Níquel 37,8 pH 5,0

Manganês 584 Sódio 1500 Nitrogênio 25,3 Ferro 25950

Fósforo 16,6 Magnésio 2,3 Potássio 1,9 Arsênio 0,1 Cálcio 12,1

(*) Os valores de concentração são dados com base na matéria seca.

Page 28: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 17 -

De acordo com a Resolução no 375 do CONAMA (Conselho

Nacional de Meio Ambiente), de 27 de setembro de 2006, o lodo utilizado foi

classificado como Classe B (Figura 5).

Os cálculos da suplementação com potássio foram baseados na

análise de solo e nas recomendações de adubação e calagem para espécies nativas da Mata

Atlântica (GONÇALVES et al., 1996). A fonte de potássio utilizada foi o Cloreto de

Potássio (KCl), que foi misturado ao lodo antes da sua aplicação, utilizando-se 26 kg ha-1

de K2O (26g de KCl por planta). Além disso, foi aplicado manualmente 1 kg ha-1 de Zn (3

g de sulfato de zinco em cada planta).

5.3 Procedimento de coleta das amostras

Para cada tratamento foram sorteados 25 pontos de coleta de

amostras de solo (Figura 6) que foram enviadas para análise química laboratorial, sendo

numeradas de 1 a 25, totalizando 500 amostras.

Figura 5: Detalhe do lodo de esgoto antes da aplicação

Page 29: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 18 -

� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � Legenda: � plantas da bordadura � plantas da área útil � pontos de coleta

Figura 6: Área de coleta.

Depois da coleta as amostras foram colocadas em sacos

plásticos, sendo secas posteriormente em bandejas de isopor (Figuras 7, 8 e 9).

Figura 7: Amostras em sacos plásticos antes da secagem

Page 30: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 19 -

Figura 8: Preparação das amostras para secagem

Figura 9: Procedimento de secagem ao ar das amostras em túnel plástico

Page 31: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 20 -

Em laboratório, cada uma das 25 amostras retiradas de cada

parcela foram subdivididas em 5, gerando 625 sub-amostras por bloco e um total de

2.500 sub-amostras. Essas sub-amostras tinham o mesmo volume e foram utilizadas

para facilitar o agrupamento das diferentes amostras compostas posteriormente. Por

exemplo, a amostra número 1 do tratamento 1, bloco 1, foi subdividida em 1A, 1B, 1C,

1D e 1E, sendo estas escolhidas por sorteio, o mesmo ocorrendo com a amostra 2 e,

assim, sucessivamente. Isso foi realizado para todos os tratamentos em todos os blocos

(Figura 10).

O objetivo dessa separação foi poder juntar diferentes amostras

compostas formadas por diferentes números de amostras simples. Por exemplo, no

tratamento 1 (2,5 t ha-1 de lodo de esgoto) do bloco 1 foram agrupadas as seguintes

amostras (sorteio aleatório do mesmo tratamento): 1A + 6A + 11A + 16A + 21A,

formando a amostra composta constituída por 5 amostras simples. Nessa mesma parcela

foram agrupadas amostras 1B + 2B + 5 B + 6B + 10 B + 11B + 15B + 16B + 20B +

21B, formando a amostra composta por 10 amostras simples. O mesmo procedimento

foi realizado para as amostras compostas com 15, 20 e 25 amostras simples.

As amostras foram submetidas às análises químicas no

Laboratório de Fertilidade do Solo do Departamento de Recursos Naturais/Ciência do

Solo, da FCA-UNESP/Botucatu-SP.

Dessa forma, foram agrupadas as 5, 10, 15, 20 e 25 amostras

simples, para cada dose de lodo de esgoto, com o objetivo de identificar o número ideal

de amostras simples para formar uma amostra composta quando se utiliza lodo de

esgoto como fertilizante orgânico.

Page 32: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 21 -

Figura 10: número de amostras

Page 33: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 22 -

5.4 Análise Estatística

Para a análise estatística, determinou-se o quadro de análise de

variância, utilizando-se do teste F e, após constatação de significância, em nível de 1; 5;

10 e 20% de probabilidade foi realizada a análise de regressão, escolhendo a equação

matemática em função do nível de significância e do coeficiente de determinação para cada

variável. Para isso foi utilizado o software SISVAR versão 3.1.

O programa de computação permitiu o ajuste de algumas equações

as quais buscaram a melhor relação existente entre as variáveis: dose, número de amostras

e interação entre os fatores.

A qualidade desse ajuste é dada pelo nível de significância pelo

coeficiente de determinação (R2), que dá uma indicação da precisão do modelo proposto:

quanto mais próximo de um (1,0) for R2, melhor o ajuste.

Uma segunda análise estatística foi realizada empregando-se o

desvio padrão da média dos tratamentos com lodo de esgoto dentro de cada número de

amostras, comparando os mesmos com a variabilidade da média geral a 5, 10 e 20% de

margem de erro com base no trabalho de Zhang (2008).

A construção dos gráficos juntamente com as suas respectivas

fórmulas foi feita através da aplicação do software Microsoft Excel®, versão 2007.

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.1 Quadro de análise de variância para análise do solo

De acordo com os resultados apresentados no quadro de análise

de variância para as variáveis de análise de solo (Tabela 3), pode-se notar o efeito

significativo do número de amostras a 1% de probabilidade para pH; ocorreu, ainda,

diferença de dose a partir de 5% de probabilidade para matéria orgânica e cálcio. Para o

fósforo e o potássio, houve interação entre os fatores com 5% de probabilidade,

enquanto que para hidrogênio+alumínio e magnésio a interação ocorreu com 1% de

probabilidade.

Page 34: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 23 -

Por se tratar de dados quantitativos (número de amostras ou dose

de lodo de esgoto), a partir desses níveis de significância foram realizadas as análises

estatísticas com base em regressão, visando à modelagem do comportamento

matemático com equações de primeiro e segundo grau, cujos gráficos e discussões estão

apresentados a partir do item 6.2.

Tabela 3. Quadro de análise de variância para os resultados de análise de solo CAUSA DE

VARIÂNCIA pH M.O. P H+Al K Ca Mg

Probabilidade %

1 5 10 20 1 5 10 20 1 5 10 20 1 5 10 20 1 5 10 20 1 5 10 20 1 5 10 20

Dose (D) NS NS NS NS NS * * * * * * * NS NS * * NS NS NS NS NS * * * NS NS NS NS No Amostras (A) * * * * NS NS NS NS NS NS NS * NS NS NS NS NS * * * NS NS NS NS NS * * *

D*A NS NS NS * NS NS NS NS NS * * * * * * * NS * * * NS NS NS NS * * * * C.V. 1 9,7 27,7 37,6 24,8 25,3 55,7 48,0 C.V. 2 1,8 15,2 26,2 8,3 24,7 28,0 18,8

NS = Não Significativo * = significativo

Schlindwein e Anghinoni (2002) estimaram que os números de

sub-amostras necessários para formar amostras representativas para determinação das

variáveis de fertilidade do solo devem ser os seguintes: para pH e M.O., igual ou

superior a 8; para fósforo e potássio, igual ou superior a 40. Os mesmos autores

sugerem, tanto para o sistema de cultivo convencional como para o plantio direto, um

número médio de 20 amostras, admitindo-se um erro de 20% em relação à média. De

acordo com Zhang e Johnson (2000) e Zhang et al. (2008), um bom número de sub-

amostras para compor a amostra composta, para ser representativa, ficaria em torno de

20 e 22, sendo esse critério válido para a região de Oklahoma (USA).

Para os resultados do quadro de análise de variância para

análises de micronutrientes do solo, pode-se notar efeito significativo de interação a 1%

de probabilidade para B e Mn. Para o cobre e zinco ocorreu diferença de dose a partir

de 1% de probabilidade e para ferro a 5% de probabilidade para o fator dose (Tabela 4).

Durante as pesquisas e as atividades de revisão de literatura, não foram encontrados

trabalhos, artigos ou citações onde foi avaliado e/ou considerado o número de sub-

amostras necessário para se formar uma amostra composta representativa e confiável

para os micronutrientes no solo.

Page 35: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 24 -

Tabela 4. Quadro de análise de variância para os resultados de análise de solo para micronutrientes.

CAUSA DE VARIÂNCIA B Cu Fe Mn Zn

Probabilidade % 1 5 10 20 1 5 10 20 1 5 10 20 1 5 10 20 1 5 10 20 Dose (D) * * * * * * * * NS * * * NS * * * * * * *

No Amostras (A) NS NS NS NS NS NS NS * NS NS NS NS NS NS NS NS NS NS NS NS D*A (Integração) * * * * NS NS NS NS NS NS NS NS * * * * NS NS NS NS C.V. 1 (Parcela) 32,0 66,0 45,0 48,0 56,0

C.V. 2 (Subparcela) 17,0 18,0 11,0 13,0 27,0

NS = Não Significativo * = Significativo

Em razão da aplicação de doses crescentes de lodo de esgoto

incorporado ao solo como fertilizante, as variáveis que apresentaram CV (coeficiente de

variação) acima de 20% foram P, K e Ca, com valores respectivos de 26,2, 24,7 e

28,0%. Com base nesses resultados, pode-se inferir que são essas variáveis químicas do

solo que sofrem maior variabilidade espacial. Em solo fertilizado com lodo de esgoto, a

seqüência decrescente para número de amostras de solo foi a seguinte: Cálcio > Fósforo

> Potássio > Magnésio > Matéria Orgânica > Hidrogênio+Alumínio > pH. Para os

micronutrientes, a seqüência decrescente de variabilidade espacial foi: Zn > Cu > B >

Mn > Fe. No entanto, vale ressaltar que apenas a variável Zn apresentou CV maior que

20% de probabilidade (CV2).

6.2 Análise de pH

O valor de pH do solo apresentou comportamento linear em função

do aumento do número de amostras (Figura 11). Porém, o aumento do valor de pH foi

pouco expressivo. Assim, a amostra composta, para análise de pH do solo, se torna

representativa já com 5 amostras simples, uma vez que os valores são muito próximos e

para análise de solo convencional é estabelecido apenas uma casa decimal.

Page 36: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 25 -

Figura 11. Análise de pH para a média das doses de lodo de esgoto a 1% de probabilidade.

Os trabalhos de Carvalho et al. (2002), Schlindwein e Anghinoni

(2000 e 2002), Alvarez e Guarçoni (2006) e Oliveira et al. (2007) demonstraram que o

coeficiente de variação para amostras de pH do solo é baixo. Isto é, pequeno número de

amostras de solo já são suficientes para garantir boa precisão dos resultados, possibilitando

confiabilidade para interpretação quanto ao potencial hidrogeniônico do solo.

A aplicação de doses crescentes de lodo de esgoto permite

diferenciar o valor de pH do solo, com 20% de probabilidade (Figura 12), para o ajuste da

regressão, nas maiores doses 15 e 20 t ha-1. Aumenta a escala de pH em uma unidade

decimal após a vírgula, isto é, o pH passa de 4,0 para 4,1 na dose de 15 t ha-1 e de 4,1 para

4,2 na dose de 20 t ha-1.

Page 37: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 26 -

Figura 12. Análise de pH em função de doses de lodo de esgoto a 20% de probabilidade.

Silveira et al. (2002) demonstraram que houve diferença

significativa para pH do solo quanto ao número de amostragens realizadas, em diferentes

profundidades, sendo que na primeira camada, as amplitudes observadas foram de 1,0, 1,3

e 1,5, respectivamente, para arado, grade e plantio direto. Seus coeficientes de variação

foram baixos em todos os tratamentos, variando de 3,7% a 5,4%, o que evidencia a baixa

variabilidade dessa característica. Quanto ao pH, pelo baixo CV dos dados, a variável pode

ser estimada com número relativamente pequeno de sub-amostras.

De acordo com Barreto et al (1974), a coleta de maior número de

amostras simples para formar uma composta representativa não tem influência no valor

médio da característica química do solo avaliada, mas aumenta a confiabilidade ou

exatidão dessa média (OLIVEIRA et al., 2007).

No Brasil, a literatura contém alguns resultados que, de forma

geral, são favoráveis à utilização de lodo de esgotos na agricultura. O seu uso na correção

da acidez do solo, elevando o valor de pH e neutralizando o Al tóxico, foi constatado em

vários trabalhos conduzidos por Mazur et al. (1983a), Bataglia et al. (1983), Berton et al.

(1989), Oliveira, (1995), Berton et al. (1997), Silva et al. (1998), Andrade et al. (1999),

Carmo et al. (2000), Melo e Marques (2000), Corrêa (2001) e Tsutiya et al. (2001).

Page 38: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 27 -

Segundo Berton et al. (1989), uma das explicações para o aumento

do pH pela aplicação de lodo de esgoto que recebe polietrólitos para estabilização do

resíduo, é a formação de íons amônio devido à oxidação do N-orgânico. No entanto,

existem certos tipo de lodos de esgoto que recebem a adição de cal virgem (CaO) para

esterilização, estabilidade do material e redução do teor de água, o qual possui alto poder

corretivo, possibilitando, assim, a elevação no valor de pH do solo (CORREA et al., 2007a

e b, 2008a, b, c e d, MELO, MARQUES, 2000, TSUTIYA et al., 2001, MELO et al. 2001

e OLIVERIA et al., 2002).

Os valores de pH no solo sofreram desvio padrão menores do que

5% da média (Figura 13), podendo inferir que existe a necessidade de uma quantidade

menor ou igual a 5 amostras simples para formar a composta. Esses resultados

confirmaram os obtidos na análise de pH demonstrado na Tabela 3 e na análise de

regressão (Figuras 11 e 12). Esses resultados confirmam os obtidos por Zhang (2008), os

quais demonstraram que há necessidade de pequena quantidade de amostras simples (5),

demonstrando pequena variabilidade espacial para o pH do solo quando manejado sob

aplicação de lodo de esgoto.

Figura 13. Desvio padrão dos tratamentos em relação ao nível de significância

da média de pH no solo.

Page 39: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 28 -

6.3 Teor de Fósforo no solo

Existe diferença entre o número de amostras e as doses de lodo de

esgoto quanto ao teor de P no solo, sendo que as doses maiores desse resíduo

proporcionaram maior disponibilidade desse nutriente para as plantas (Figura 14). No

entanto, houve diferença apenas na maior dose (20 t ha-1) com comportamento linear

decrescente, resultado obtido com 5% de probabilidade (Figura 15). Esses resultados

permitem inferir que quando o lodo de esgoto for aplicado na maior dose, será necessário

coletar maiores números de amostras simples para formar uma composta, fato que

permitirá maior confiabilidade dos resultados.

Figura 14. Teor de P no solo em função do número de amostras e

da aplicação de lodo de esgoto.

Silveira et al.(2000) demonstraram que os valores de P apresentam

as maiores variabilidades em relação ao pH. Assim, pode-se admitir um maior desvio

percentual da média resultante de um baixo número de sub-amostras.

Para esses autores, os valores mínimos e máximos de P retrataram

bem os altos coeficientes de variação obtidos em relação ao nutriente. Na primeira camada

de solo, os tratamentos com arado e grade apresentaram menores amplitudes de variação,

Page 40: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 29 -

respectivamente iguais a 24,8 mg dm-3 e 24,5 mg dm-3. A maior amplitude de variação

(107 mg dm-3) ocorreu no plantio direto e, por conseguinte, o maior coeficiente de variação

(63,2%). Nesse tratamento e nessa camada, o valor máximo de P (112,8 mg dm-3) foi 19,4

vezes o valor mínimo (5,8 mg dm-3). Na segunda camada, o plantio direto apresentou ainda

maior amplitude de variação, igual a 129,1 mg dm-3 e, por conseguinte, maior CV

(136,9%). Os valores de P, 112,8 mg dm-3 em 0-5 cm e de 131,5 mg dm-3 em 5-20 cm,

devem ser oriundos da coincidência da coleta de solo nas linhas de plantio e de adubação

das culturas instaladas anteriormente na área, fato muito comum na coleta de amostras de

solo sob plantio direto.

Figura 15. Teor de fósforo no solo em função do aumento crescente

das doses de lodo de esgoto.

O aumento de fósforo disponível no solo em função da aplicação

de lodo de esgoto foi demonstrado por vários trabalhos, dentre eles os publicados por

Marques (1997), Berton et al. (1989 e 1997), Silva et al. (1998 e 2002) Nascimento et al.

(2004) e Galdo et al. (2004), em razão do lodo de esgoto diminuir a adsorção do nutriente

no solo, devido à matéria orgânica presente nesse resíduo fornecer íons orgânicos que

competem com o fosfato pelos sítios de adsorção, bem como a formação de complexos e

quelatos, aumentando assim sua disponibilidade (HUE, 1995).

Page 41: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 30 -

A eficiência relativa do lodo de esgoto como fonte de fósforo, no

primeiro cultivo, em comparação com o adubo fosfatado solúvel em água varia de 37 a

83% para a cultura da soja, dependendo do tipo de solo e clima, com a vantagem de

oferecer maior constância no fornecimento ao longo do tempo, por ocasião de sua

mineralização (MELO; MARQUES, 2000; BREDA, 2003).

Os valores para os teores de P no solo sofreram desvio padrão

maiores do que 20% da média (Figura 16), podendo-se inferir que existe a necessidade de

quantidades maiores ou iguais a 25 amostras simples para formar a composta. Esses

resultados confirmaram os obtidos na análise de variância (Tabela 3) e na análise de

regressão (Figura 14), corroborando com os dados de Zhang (2008) os quais demonstraram

que há necessidade de maior variabilidade espacial desse nutriente e são exigidas maiores

quantidades de amostras.

Figura 16. Desvio padrão dos tratamentos em relação ao nível de significância

da média dos teores de P no solo.

Page 42: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 31 -

6.4 Teor de matéria orgânica no solo

A aplicação de doses crescentes de lodo de esgoto elevou o teor de

matéria orgânica no solo (Figura 17), não sendo encontradas diferenças quanto ao número

de amostras para representar com maior confiabilidade os resultados dessa variável no

solo. Com base nessa informação, pode-se inferir que 5 amostras simples são suficientes

para formar uma composta, em experimentos contendo até 20 t ha-1 de lodo de esgoto.

Esses resultados corroboram com os de Santos e Vasconcellos (1987) que obtiveram

menores variações de coeficiente de variação para as variáveis observadas de pH e M.O.

O aumento do teor de matéria orgânica no solo pelos tratamentos

com lodo de esgoto se deu por ocasião de sua composição apresentar 44% de matéria

orgânica (Tabela 3).

Aumentos no teor de matéria orgânica do solo, em função da

aplicação de doses crescentes de lodo de esgoto, foram observados nos trabalhos de Corrêa

et al. (2007a, b; 2008a, b, c, d) e Breda (2003), sendo justificados por esse resíduo

apresentar em sua composição entre 25% a 60% de M.O. O lodo do presente trabalho

apresenta 440mg dm-3 ou 44% de M.O.; sendo assim, na dose 20 t ha-1 foram aplicados em

1 ha, aproximadamente, 8,8 t de matéria orgânica.

Figura 17. Teor de matéria orgânica no solo em função do aumento

das doses de lodo de esgoto.

Page 43: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 32 -

Vários trabalhos observaram expressivos aumentos nos teores de

matéria orgânica no solo em razão da aplicação de lodo de esgoto (NASCIMENTO et al.,

2004; MARCIANO et al., 2001; BREDA, 2003; BARBOSA et al., 2004). De acordo com

Santos et al. (1999), é possível aumentar o teor de matéria orgânica através da adição de

carbono pela síntese de compostos orgânicos no processo fotossintético ou adição de

resíduos, pois o solo comporta-se como um sistema aberto trocando matéria e energia com

o meio, sendo o manejo o principal fator para o benefício ou prejuízo.

De acordo com Bettiol e Camargo (2000), o lodo de esgoto contém

matéria orgânica e quantidades apreciáveis de nutrientes. Em solos de clima tropical e

subtropical, onde a matéria orgânica desempenha papel fundamental na CTC, o emprego

de lodo de esgoto torna-se vantajoso, melhorando as propriedades químicas pelo aumento

dos teores de matéria orgânica, CTC e aumento gradual da disponibilidade de nitrogênio,

fósforo, cálcio, magnésio e enxofre.

O uso de lodo de esgoto aumenta a concentração de matéria

orgânica no solo, favorecendo a CTC, aumentando a ação quelante, aumentando o poder

tampão e contribuindo como fonte de nutrientes, de acordo com trabalhos apresentados por

Bataglia et al. (1983), Melo et al. (1994), Marques (1997), Bettiol e Camargo (2000),

Breda (2003).

A matéria orgânica contida no lodo de esgoto pode aumentar o

conteúdo de húmus, melhorando a capacidade de armazenamento e de infiltração de água

no solo, aumentando a resistência dos agregados e reduzindo a erosão (TSUTIYA et al.,

2001; CARVALHO, 2001; MELO et al., 2001).

Os valores para teor de M.O. no solo sofreram desvio padrão

maiores do que 10% da média (Figura 18). Os teores da M.O., a partir de 10 amostras

ficaram abaixo do desvio padrão até 20% de probabilidade, bem próximo de 10%,

podendo-se inferir que existe a necessidade de uma quantidade maior ou igual a 5 amostras

para formar a composta. Esses resultados confirmaram os obtidos na análise de variância

(Tabela 3) e na análise de regressão (Figura 17), o que denotaram quantidades maiores que

10 amostras simples para amostragem de matéria orgânica. Assim, vale ressaltar que a

variabilidade da M.O., após aplicação de lodo de esgoto, estaria entre o pH e o P, sendo

superior ao primeiro e inferior ao segundo, o que indica uma quantidade de amostras entre

10 e 20 para formar uma composta.

Page 44: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 33 -

Figura 18. Desvio padrão dos tratamentos em relação ao nível de significância

da média dos teores de M.O. no solo.

6.5 Acidez Potencial (H + Al)

De acordo com a Tabela 3, houve efeito significativo de interação

entre número de amostras e dose de lodo de esgoto, com nível de 1% de probabilidade,

sendo realizada assim a regressão do desdobramento das doses para o número de amostras.

De acordo com a Figura 19, pode-se verificar que a única dose que apresentou diferença

quanto ao número de amostras para determinação dessa variável foi a de 20 t ha-1. Esses

resultados permitem inferir em doses iguais ou superiores a 20 t ha-1 deverão ser

amostradas maiores quantidades de pontos para melhor confiabilidade. Quanto ao resultado

de H+Al no solo, a metodologia usada foi pelo método de SMP. Já, para doses inferiores a

esse valor, poderão ser coletadas 5 amostras simples para formar uma composta.

Page 45: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 34 -

Figura 19. Acidez Potencial (H+Al) do solo em função do número de amostras e das doses de lodo de esgoto.

A partir da probabilidade de 10%, o aumento da média nas doses

de lodo promoveu pequena elevação do teor de H+Al no solo. Esse resultado está

relacionado à maior quantidade de lodo de esgoto contando com maior número de

polietrólitos, moléculas que trazem cargas negativas, sendo, portanto, capaz de adsorver

cátions, principalmente os cátions ácidos, H+ e o Al3+, responsáveis pela acidez potencial,

ativa e trocável no solo.

Page 46: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 35 -

Figura 20. Acidez Potencial (H+Al) do solo em função do número das amostras e doses de lodo de esgoto.

Os valores para teor de H+Al no solo sofreram desvio padrão

maiores do que 10% da média (Figura 21). Os teores de H+Al, a partir de 5 amostras por

ha-1, ficaram abaixo do desvio padrão até 20% de probabilidade, podendo-se inferir que

existe a necessidade de uma quantidade de 5 amostras para formar uma composta, desde

que a quantidade de lodo de esgoto seja igual ou inferior a 20 t ha-1. Esses resultados

confirmaram os obtidos na análise de variância (Tabela 3) e na análise de regressão (Figura

20), sendo semelhantes aos obtidos para o pH no solo.

Page 47: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 36 -

Figura 21. Desvio padrão dos tratamentos em relação ao nível de significância da média da acidez potencial do solo (H + Al).

6.6 Teor de potássio

Existe diferença entre o número de amostras e as doses de lodo de

esgoto quanto ao teor de K no solo. Assim, doses maiores do resíduo proporcionaram

maior variação espacial para esse fator no campo, exigindo maior número de amostras para

permitir maior confiabilidade dos resultados (Figura 22), justificado pela diferença, apenas

nas maiores doses (15 e 20 t ha-1) com comportamento quadrático crescente, resultado

apresentado com 5% de probabilidade (Tabela 3). Assim, quanto ao K, pelo alto CV dos

dados (> 20%, Tabela 3), a variável deve ser estimada com número relativamente alto de

sub-amostras, semelhante ao P, principalmente quando se aplicar doses iguais ou

superiores a 20 t ha-1.

Page 48: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 37 -

Figura 22. Teor de K no solo em função do número de amostras e das doses de lodo de esgoto.

De acordo com Silveira et al. (2000) e Carvalho et al., (2002)

os resultados de K apresentaram com altos valores de CV, recomendando-se a retirada de

17 a 42 amostras simples para formar a composta.

Vale ressaltar que o lodo de esgoto não é uma boa fonte de K,

pelo fato desse nutriente ser facilmente solubilizado em água, encontrando-se assim baixos

teores em sua composição. Silva et al. (1998) encontraram diminuição no teor de K com o

aumento da doses de lodo de esgoto, em função de esse elemento ser lavado com base

líquida durante o processo de tratamento, o que justifica o baixo teor do mesmo na

composição do lodo de esgoto utilizado no presente trabalho (Tabela 22). Isso mostra que

há uma grande exigência no número de amostras simples para dar confiabilidade aos

resultados de K no solo.

Alguns autores como Forsythe (1970) e Barreto et al. (1974)

relatam valores para a avaliação do K no solo da ordem de 760 e 2.226 amostras, ainda

assim com 10% de variação em torno da média. O teor de K tem maior variabilidade

espacial quando existe a presença da palha em relação a sistemas de preparo convencional

Page 49: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 38 -

com o revolvimento do solo, o qual permite maior uniformidade de distribuição no solo

pelo uso de equipamentos como arado e grade (SILVEIRA et al., 2000).

Os valores para teor de K no solo sofreram desvio padrão maiores

do que 20% da média nos tratamentos com 5, 10 e 25 amostras por hectare e menores ou

iguais nos tratamentos com 15 e 20 amostras (Figura 23). Isso permite inferir que existe a

necessidade de uma quantidade maior ou igual a 25 amostras para formar composta nas

determinações de K. Esses resultados confirmaram os dados obtidos na análise de variância

(Tabela 3) e na análise de regressão (Figura 22).

Figura 23. Desvio padrão dos tratamentos em relação ao nível de significância da média dos teores de K no solo.

6.7 Teor de cálcio

A aplicação de doses crescentes de lodo de esgoto

possibilitou o aumento do teor de Ca no solo (Figura 24), sem, no entanto, existir diferença

quanto ao número de amostras para a determinação dessa variável. O C.V.2, também foi

alto (28%) sendo o maior entre as variáveis analisadas (Tabela 3). Este resultado pode

Page 50: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 39 -

justificar a alta variância entre os resultados obtidos e a média, não possibilitando níveis

significativos quanto ao número de amostras de solo. Essa conclusão indica que houve alta

dispersão dos resultados quanto ao teor de Ca no solo (variabilidade espacial), devendo ser

indicado, portanto, números iguais ou superiores a 25 amostras simples para compor uma

composta, quando for aplicado lodo de esgoto no solo.

Figura 24. Teor de Ca no solo em função das doses de lodo de esgoto.

Foi demonstrado nos trabalhos de Marques et al. (1997), Silva et al.

(1998), Simonete et al. (1999), Galli et al. (1999), Tsutiya et al. (2001), Melfi et al. (2001)

e Melo et al. (2001) que a adubação orgânica com lodo de esgoto aumenta os teores de Ca

e Mg no solo. Pode ocorrer aumento no teor de Ca no solo, pela aplicação de lodo de

esgoto, em razão da dose utilizada e do tipo do lodo, principalmente, se no processo de

geração desse resíduo for adicionada cal virgem (CaO) para secagem desinfecção e/ou,

outra finalidade (SIMONETE et al., (1999; CARMO et al., 2000; CORRÊA, 2007a e b,

2008a, b, c e d).

Os valores para teor de Ca no solo sofreram desvio padrão maiores

do que 20% da média (Figura 25), podendo inferir que existe a necessidade de uma

quantidade maior ou igual a 25 amostras para formar uma composta. Esses resultados

confirmaram os obtidos na análise de variância (Tabela 4) e na análise de regressão (Figura

13).

Page 51: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 40 -

Figura 25. Desvio padrão dos tratamentos em relação ao nível de significância da média dos teores de Ca no solo.

6.8 Teor de magnésio

Existe diferença entre o número de amostras e as doses de lodo de

esgoto quanto ao teor de Mg no solo, sendo que a menor e a maior dose desse resíduo

proporcionou menores variabilidades espaciais para esse fator no campo, o que leva ao

número entre 15 e 20 amostras simples para formar uma composta, o que permite maior

confiabilidade dos resultados (Figura 26). Esse resultado é justificado pela diferença nos

tratamentos com 2,5 e 20 t ha-1, ambos com comportamento quadrático crescente, com 1%

de probabilidade (Tabela 3). Assim, quanto ao Mg, pelo alto C.V.1 dos dados (19%, Tabela

3), a variável deve ser estimada com números relativamente maiores ou iguais a 25 sub-

amostras, semelhante ao P, Ca e K, principalmente quando forem aplicadas doses iguais ou

superiores a 20 t ha-1.

Page 52: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 41 -

Figura 26. Teor de Mg no solo em função do número de amostras e doses de lodo de esgoto.

Os valores para teor de Mg no solo sofreram desvio padrão maiores

do que 20% da média (Figura 27), demonstrando que existe a necessidade de uma

quantidade maior ou igual a 25 amostras para compor a composta. Esses resultados

confirmaram os obtidos na análise de variância (Tabela 4) e na análise de regressão (Figura

9).

Page 53: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 42 -

Figura 27. Desvio padrão dos tratamentos em relação ao nível de significância da média dos teores de Mg no solo.

6.9 Teor de boro

Houve diferença entre o número de amostras e as doses de lodo de

esgoto quanto ao teor de B no solo, sendo que a menor e a maior dose desse resíduo

proporcionaram menor variabilidade espacial para esse fator no campo, o que indica

números de amostras entre 10 e 15 simples para formar a composta, permitindo maior

confiabilidade dos resultados (Figura 28). Esse resultado é justificado pela diferença nos

tratamentos com 2,5 e 20 t ha-1, ambos com comportamento quadrático decrescente, com

1% de probabilidade (Tabela 4).

Page 54: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 43 -

Figura 28. Teor de B no solo em função do número de amostras e doses de lodo de esgoto.

6.10 Teor de zinco

A aplicação de doses crescentes de lodo de esgoto possibilitou o

aumento do teor de Zn no solo (Figura 29), sem haver diferença quanto ao número de

amostras para a determinação dessa variável. No entanto, o C.V.2 para essa variável

apresentou 27%, sendo o maior entre as variáveis analisadas para micronutrientes (Tabela

4), resultado que pode justificar a alta variância entre os resultados obtidos e a média, não

possibilitando com isso níveis significativos quanto ao número de amostras de solo. Essa

conclusão indica que houve alta dispersão dos resultados, quanto ao teor de Zn no solo

(variabilidade espacial), sendo indicado, portanto, números iguais ou superiores a vinte

amostras simples para formar uma composta, quando for aplicado lodo de esgoto no solo.

Page 55: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 44 -

Figura 29. Teor de Zn no solo em função do número de amostras das doses de lodo de esgoto.

O aumento do teor de Zn no solo em função das doses crescentes

de lodo de esgoto deve-se a presença desse elemento em sua composição (Tabela 2), sendo

que esse resíduo apresenta efeito muito pequeno na neutralização da acidez do solo.

Com relação aos teores de Zn, Mn e Cu disponíveis no solo,

observou-se que o aumento na quantidade de lodo de esgoto elevou, de maneira geral, a

disponibilidade destes elementos no solo. (MARQUES et al., 1993; SIMONETE et al.

1999).

6.11 Teor de cobre

Os teores de cobre no solo foram influenciados em razão do

número de amostras (Figura 30) e do aumento nas doses de lodo de esgoto no solo (Figura

31). No entanto, essa diferença ocorre de forma distinta para cada fator, ou seja, sem a

presença de interação entre eles. Em razão do valor, 18% para o coeficiente de variação do

cobre (tabela 4), podem ser indicados números de 10 a 15 amostras simples para formar

uma composta confiável.

Page 56: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 45 -

Figura 30. Teor de Cu no solo em função do número de amostras e doses de lodo de esgoto

Figura 31. Teor de Cu no solo em função do número de amostras e das doses de lodo de esgoto.

Page 57: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 46 -

6.12 Teor de ferro

A aplicação de doses crescentes de lodo de esgoto possibilitou o

aumento do teor de Fe no solo (Figura 32), sem diferenças quanto ao número de amostras

para a determinação dessa variável. O aumento do teor de Fe no solo, em função das doses

crescentes de lodo de esgoto, está relacionado à presença desse elemento em sua

composição (Tabela 2). Assim, como esse resíduo apresenta efeito muito pequeno na

neutralização da acidez do solo, o elemento Fe torna-se abundante na solução do solo e,

portanto, passível de ser extraído pelo extrator DTPA e absorvido pela cultura. Com o

valor de 11% para coeficiente de variação de ferro (tabela 4), pode ser indicado os números

de 10 a 15 amostras simples para formar uma composta de forma confiável.

Figura 32. Teor de Fe no solo em função do número de amostras e doses de lodo de esgoto.

Page 58: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 47 -

6.13 Teor de manganês

Houve diferença de interação entre o número de amostras e as

doses de lodo de esgoto quanto ao teor de Mn no solo, sendo que a menor e a maior dose

desse resíduo proporcionaram variabilidades especiais para esse fator no campo, indicando

números próximos de 25 amostras simples para formar uma composta, permitindo maior

confiabilidade dos resultados (Figura 33). Isso é justificado pela diferença nos tratamentos

com 2,5 e 20 t ha-1, ambos com comportamento lineares crescente e decrescente, resultado

com 1% de probabilidade (Tabela 4).

Figura 33. Teor de Mn no solo em função do número de amostras e das doses de lodo de esgoto.

Page 59: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 48 -

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pelo fato da literatura consultada ser muito pobre em trabalhos

relacionados ao assunto em questão, a realização deste trabalho se mostrou bastante

dificultoso sendo que os principais pontos que devem ser melhorados, caso haja interesse

em se aprofundar estudos nessa linha são:

Custo elevado das análises laboratoriais, o que acaba reduzindo as

possibilidades de realização de um maior número de repetições e combinações de

amostras;

Grande necessidade de mão de obra para a realização dos trabalhos

de campo, ligados à coleta, transporte, secagem, sorteio das amostras.

Cabe ressaltar que o trabalho em grupo, um planejamento

detalhado e um acompanhamento minucioso das atividades são fatores fundamentais para o

sucesso da empreitada.

8. CONCLUSÕES

O número de amostras simples para formar uma composta não é

influenciado pela adição de lodo de esgoto com até 20% de probabilidade, porém sua

utilização aumenta os teores de matéria orgânica e cálcio no solo.

As variáveis pH, H+Al e M.O. necessitam de no mínimo 5

amostras simples para caracterizar uma composta quando são aplicados até 20 t ha-1 de

lodo de esgoto.

Para determinar os teores de K e Mg no solo são necessários

números iguais ou superiores a 20 amostras simples para formar uma composta, para se

obter alta confiabilidade dessas variáveis na análise química do solo para até 20 t ha-1.

Page 60: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 49 -

8. REFERÊNCIAS ALVAREZ, V. V.; GUARÇONI, M. A. Variabilidade horizontal da fertilidade do solo de uma unidade de amostragem em sistema de plantio direto. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 27, p. 297-310, 2003. ANDREOLI, C. V. Proposta preliminar de regulamentação para a reciclagem agrícola do lodo de esgoto no Paraná. Revista SANARE, Curitiba, v. 7, n. 7, p. 1351-1358, 1997. ANDRADE, C. A.; MATTIAZZO, M. E. Volatilização de amônia após adição de lodo de esgoto a um latossolo vermelho amarelo. In: _____. CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 27., 1999, Brasília, DF. Anais… Brasília: 1999. p. 053-2 BALL, D. F.; WILLIAMS, W. M. Variability of soil chemical properties in two uncultivated Brown Earths. Journal of Soil Science, v. 19, p. 379-391, 1968. BARBOSA, G. M. C.; TAVARES FILHO, J.; FONSECA, I. C. B. Condutividade hidráulica saturada e não saturada de Latossolo Vermelho eutroférrico tratado com lodo de esgoto. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 28: p. 403-407, 2004. BARRETO, A. C.; NOVAIS, R. F.; BRAGA, J. M. Determinação estatística do número de amostras simples de solo para avaliação de sua fertilidade. Revista Ceres, Viçosa, v .21, n. 114, p. 142-147, 1974. BATAGLIA, O. C. et al. Resíduos orgânicos como fonte de nitrogênio para capim braquiária. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 7, p. 277-284, 1983. BERTON, R. S.; CAMARGO, O. A.; VALADARES, J. M. A. S. Absorção de nutrientes pelo milho em resposta à adição de lodo de esgoto a cinco solos paulistas. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 13, p. 187-192, 1989. BERTON, R. S. et al. Peletização de biossólidos e adição de CaCO3 na produção de matéria seca e absorção de Zn, Cu e Ni pelo milho em Três latossolos. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v 21, p. 685-691, 1997. BERTONCINI, E. I., MATTIAZZO, M. E. Lixiviação de metais pesados em solos tratados com lodo de esgoto. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 23, p. 737-744, 1999.

Page 61: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 50 -

BETTIOL, W.; CAMARGO, O. A. Impacto ambiental do uso agrícola do lodo de esgoto. Jaguariúna: EMBRAPA Meio Ambiente, 2000. p. 281-312. BETTIOL, W.; CAMARGO, P. C. T. Lodo de esgoto como fertilizante para cultura do milho (Zea may L.) híbrido HMDO7974. Fertilizantes, São Paulo, v. 4, p. 9-11, 1982. BOARETO, A.E.; et al. Níquel e cádmio em grãos de feijão produzidos em solo adubado com lodo de esgoto. In: REUNIÃO BRASILEIRA DE FERTILIZADE DO SOLO E NUTRIÇÃO DE PLANTAS, 20., Piracicaba, 1982. Adubação, produtividade, ecologia: Anais, Piracicaba: SBCS, 1982. p.100-401. BOARETTO, A. E.; CHITOLINA, J. C.; CRUZ, A. de P. Fundamentos para a amostragem de solo. In: SIMPÓSIO SOBRE INTERPRETAÇÃO DE ANÁLISE DE SOLO E PLANTA PARA FINS DE ADUBAÇÃO, 1988, Botucatu. Anais... Botucatu: UNESP, 1988. p. p. do artigo. BREDA, C. C. Utilização de lodo de efluente doméstico: efeitos na produtividade agrícola e em alguns aspectos ambientais. 2003. 143 f. Tese (Doutorado em Agronomia Energia na Agricultura) - Faculdade de Ciência Agronômicas,Universidade Estadual Paulista, Botucatu, São Paulo, 2003. CARMO, J. B. ; LAMBAIS, M. R. . Impacto da aplicação de biossólidos nas atividades microbianas dos solos. In: FertBio200, 2000, Snata Maria, RS. Anais . Santa Maria : Universidade Federal de Santa Maria, 2000. p. 9-9. CANTARUTTI, R. B. et al. Pastagens. In: RIBEIRO, A. C.; GUIMARÃES, P. T. C.; ALVAREZ, V. H. Recomendações para uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais. Viçosa: UFV, 1999. p. 332-341. CARVALHO, M. P.; TAKEDA, E. Y.; FREDDI, O. S. Variabilidade espacial de atributos de um solo sob videira em Vitória, Brasil: seção VI. manejo e conservação do solo e da água. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 7, p. 695-703, 2003. CARVALHO, J. R. P.; SILVEIRA, P. M.; VIEIRA, S. R. Geoestatística na determinação da variabilidade espacial de características químicas do solo sob diferentes preparos. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 37, n. 8, p. 1151-1159, ago. 2002. CARVALHO, P. C. T. Compostagem. In: TSUTIYA, M.T Biossólidos na agricultura. São Paulo: SABESP, 2001. 468p. cap. 6, p. p. do capítulo

Page 62: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 51 -

COCHRAN, W. G. Técnicas de amostragem. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura e USAID, 1965. 555p. CORRÊA, J. C. et al. Correção da acidez e mobilidade de íons pela aplicação superficial de escória de aciaria, lama cal, lodo de esgoto e calcário. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 42, p. 1307-1317, 2007a. CORRÊA, J. C. et al. Caracterização química em substratos de resíduos industriais e urbanos para a obtenção de mudas de café. Científica, 2007b. No prelo. CORRÊA, J. C. et al. Disponibilidade de metais pesados em Latossolo com aplicação superficial de escória, lama cal, lodos de esgoto e calcário. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 43, p. 411-419, 2008a. CORRÊA, J. C et al. Aplicação superficial de diferentes fontes de corretivos no crescimento radicular e produtividade da aveia preta. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Brasília v.32, p. 1583-1590, 2008b. CORRÊA, J. C. et al. Aplicação superficial de escória, lama cal, lodo de esgoto e calcário na cultura da soja. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília v. 43, n. 9, p. 1209-1219, 2008c. CORRÊA, J. C.; BÜLL, L. T.; CRUSCIOL, C. A. C.; MORAES, M. H. Atributos físicos em latossolo com aplicação superficial de escória de aciaria, lama cal, lodos de esgoto e calcário. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Brasília 2008d. No prelo. CORRÊA J. C. Utilização de resíduos industriais e urbanos na composição de substratos para mudas de café. 2001, 198f. Dissertação (Mestrado em Agronomia/Agricultura) - Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2001. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA. Impõe limitações aos metais pesados poluentes. Resolução n. 375, de 29 de agosto de 2006. Disponível em: <http://www. mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=506/normas_01.htm>. Acesso 6 ago. 2008.

Page 63: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 52 -

DANIELS, M. et al. Fayetteville: University of Arkansas Cooperative Extension, 2000. Disponível em: < http://www.sera17.ext.vt.edu/Documents/soil_testing_for_manure.pdf >. Acesso em: 12 out. 2008. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. Brasília: 1999. 412 p. FIEST, L. C. et al. Influência da aplicação do lodo de esgoto nas propriedades químicas do solo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 1999, Brasília, DF. Anais ... Brasilia: 1999. p. p. do artigo FORSYTHE, W. M. Importancia de la variabilidad de lãs propiedades del suelo para evaluarlas en su manejo.Turrialba, San Jose, v. 20, n. 4, p. 445-451, 1970. FURTADO, R. Agribuniness brasileiro: a história. São Paulo: Evoluir Cultural/ABAG, 2002. 232 p. FRIESEN, D. K.; BLAIR, G. J. A comparison of soil sampling procedures used to monitor soil fertility in permanent pastures. Journal of Australia Soil Research, v. 22, p. 81-90, 1984. GALDO, M. V.; DE MARIA, I. C. ; CAMARGO, O. A. Atributos químicos e produção do milho em um Latossolo Vermelho eutroférrico tratado com lodo de esgoto. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 28:569-577, 2004. GALLI, J. A., et al. Avaliação da escória de aciária na produção de matéria seca, nutrição mineral e aspectos fisiológicos do sorgo granífero (Sorghum bicolor l. Moench). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 27., 1999, Brasília, DF. Anais... 1999 p. p. do artigo. GONÇALVES, L. C. et al. A. Produtividade e teor de matéria seca de girassol (Helianthus

annus) cultivado em diferentes épocas do ano e colhido em diferentes estágios vegetativos. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 33., 1996, Fortaleza. Anais... Fortaleza: UFC, 1996. v. 2, p. 377-379. GARÇONI A. M., et al. Definição da dimensão do indivíduo solo e determinação do número de amostras simples necessário à sua representação. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 30, p. 943-954, 2006.

Page 64: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 53 -

GUARÇONI M. A. et al . Definição da dimensão do indivíduo solo e determinação do número de amostras simples necessário à sua representação. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa , v. 30, n. 6, 2006 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-06832006000600004&lng=&nrm=iso>. Acesso em: 01/09/2008. GUERRINI, I. A. Uso de resíduos industriais de fábrica de celulose e papel em plantios de eucalipto. 2003. 108p. Tese (Livre Docência) - Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2003 GUERRINI, I. A.; MORO, L. Influência da aplicação de resíduos industriais de fábrica de celulose e papel em plantios de eucalipto: efeitos no solo e na planta. In: SEMINÁRIO SOBRE USO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS E URBANOS EM FLORESTAS, 1994, Botucatu. Anais... Botucatu: UNESP, Faculdade de Ciências Agronômicas, 1994. p. 188-215. GUEDES, M. C. et al. Propriedades químicas do solo e nutrição do eucalipto em função da aplicação de lodo de esgoto. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 30, p. 267-280, 2006. HUE, N. V. Sewage sludge. In: RECH, G. L. et al. (Eds.) Soil amendments and environmental quality. Boca Ration: CRC Press, 1995. p. 149-168. LIRA, A. C. S.; GUEDES, M. C.; SCHALCH, V. Reciclagem de lodo de esgoto em plantação de eucalipto: carbono e nitrogênio. Engenharia Sanitária Ambiental, v.13, n. 2, p. 207-216, abr./jun. 2008. MARCIANO, C. R. et al. Efeito do lodo de esgoto e do composto de lixo urbano sobre a condutividade hidráulica de um Latossolo Amarelo saturado e não saturado. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 25, p. 1-9, 2001. MARQUES, M. O et al. Aproveitamento do lodo de esgoto como adubo em cana-de-açúcar. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 24. 1993, Goiânia, GO. Anais ... Goiânia: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 1993. p. 251-252. MARQUES, M. O. Incorporação de biossólidos em solos cultivados com cana de açúcar. 1997. 111f. Tese (Livre Docência em Agronomia/Agricultura) - Faculdade de Ciências Agronômicas e Veterinária, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 1997.

Page 65: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 54 -

MAZUR, N.; SANTOS, G. A.; VELLOSO, A. C. X. Efeito do composto de resíduo urbano na disponibilidade de fósforo em solo ácido. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 7, p. 153-156, 1983a. MELFI, A. J.; MONTES, C. R. Impacto dos biossólidos sobre o solo. In: TSUTIYA, M. T. et al. Biossólidos na agricultura. São Paulo: SABESP, 2001. cap. 9, p. p. do cap.. MELO, W .J.; MARQUES, M. O.; MELO, V. P. O uso agrícola do biossólido e as propriedades do solo. In: _____. Biossólidos na agricultura. 2001. 468p. MELO, W. J.; MARQUES, M. O. Potencial do lodo de esgoto como fonte de nutrientes para as plantas. In: BETTIOL, W.; CAMARGO, O. A. Impacto ambiental do uso agrícola do lodo de esgoto. Jaguariúna: EMBRAPA Meio Ambiente, 2000. p. 109-141. MELO, W. J. et al. Efeito de doses crescentes de biossólidos sobre a fração da matéria orgânica e CTC de um latossolo cultivado com cana de açúcar. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa v. 18, p. 449-455, 1994. MELO, W. J., et al. Efeito de doses de lodo de esgoto sobre a matéria orgânica e a CTC de um latossolo cultivado com cana. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO (24.: (1993: Goiânia) Anais Brasília: SBSC, 1993, v.2, p. 253-254. MINHONI, M. T. A.; CARDOSO, E. J. B. N. ; EIRA, A. F. Efeitos da interação de fosfato de rocha, matéria orgânica e fungo micorrízico no crescimento e na absorção de nutrientes pela soja. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 17, p. 165-171, 1993. NASCIMENTO, C.W.A., et al. Alterações Químicas em solos e crescimento de milho e feijoeiro após aplicação de lodo de esgoto. Revista Brasileira de Ciência do Solo,Viçosa, v. 21, p. 385-392, 2004. OLIVEIRA G.C.; SEVERIANO, E.C. ; MELLO, C.R. Dinâmica da resistência à penetração de um Latossolo Vermelho da Microrregião de Goiânia, GO. R. Bras. Eng. Agríc. Amb., v. 11, p. 265-270, 2007. OLIVEIRA, F. et AL. Amostragem para avaliação da fertilidade do solo em função do instrumento de coleta das amostras e de tipos de preparo do solo Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 31 p. 973-983, 2007.

Page 66: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 55 -

OLIVEIRA, F. C.,et al. Efeito das aplicações sucessivas de lodo de esgoto em Latossolo Amarelo distrófico cultivado com cana de açúcar: carbono orgânico, condutividade elétrica, pH e CTC. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 26, p. 505-519, 2002. OLIVEIRA, F. C. Metais pesados e formas nitrogenadas em solos tratados com biossólido. 1995. 90f. Dissertação (Mestrado em Agronomia/Solos e Nutrição de Plantas) – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 1995. OLIVEIRA, F. C. Disposição de lodo de esgoto e composto de lixo urbano num latossolo vermelho-amarelo cultivado com cana de açúcar. 2000, 247 f. Tese (Doutorado em Agronomia/Solos e Nutrição de Plantas) – Escola Superior de Agricultura Luíz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2000. POGGIANI, F.; BENEDETTI, V. Aplicabilidade do lodo de esgoto urbano em plantações de eucalipto. Silvicultura, n. 80, p. 48-52, 1999. RAIJ, B. Van. Fertilidade do solo e adubação. São Paulo: Ceres; Potafos, 1991. 343 p. ROCHA, G. N.; GONÇALVES, J. L. M.; MOURA, I. M. Mudanças da fertilidade do solo e crescimento de um povoamento de Eucalyptus grandis fertilizado com lodo de esgoto - seção IV - fertilidade do solo e nutrição de plantas. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 28, p. 623-639, 2004. SANTOS, G. A.; CAMARGO, F. A. O. Fundamentos da matéria orgânica no solo: Ecossistemas tropicais e subtropicais. Eds. Porto Alegre: Gênesis, 1999, 518p. SANTOS, H.L. dos; VASCONCELOS, C.A. Determinação do número de amostras do solo para análise química em diferentes condições de manejo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Campinas, v. 11, p. 97-100, 1987. SCHLINDWEIN, J. A.; ANGHINONI, I. Tamanho da sub-amostra e representatividade da fertilidade do solo no sistema plantio direto. Ciência Rural, Santa Maria, v. 32, n. 6, p. 963-968, 2002. SCHLINDWEIN, J. A.; ANGHINONI, I. Variabilidade espacial de atributos de fertilidade e amostragem de solo no sistema plantio direto. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 24, p. 85-91, 2000.

Page 67: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 56 -

SILVA, J. E.: RESCK, D. V. S.; SHARMA, R. D. Alternativa agronômica para o biossólido produzido no Distrito Federal: I efeito na produção de milho e adição de metais pesados em Latossolo no cerrado. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 26, p. 487-495, 2002. SILVA, F. C., et al. Cana de açucar cultivada em solo adubado com biossólido. Pesquisa Agropropecuária Brasileira, v. 33, p. 1-8, 1998. SILVA, F. C. da. Manual de análises químicas de solos, plantas e fertilizantes. Brasília, DF: EMBRAPA, 1999. 370 p. SILVEIRA, P. M.; CUNHA, A. A. Variabilidade de micronutrientes, matéria orgânica e argila de um Latossolo submetido a sistemas de preparo. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 37, n. 9, p. 1325-1332, set. 2002. SILVEIRA, P. M., et al. A amostragem e variabilidade espacial de características químicas de um latossolo submetido a diferentes sistemas de preparo. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v.35, n.10, p. 2057-2064, out. 2000. SIMONETE, M. A.; KIEHL, J. C.; PLESE, L. P. M. Efeito do lodo de esgoto nas propriedades químicas de um solo Podzólico vermelho-amarelo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 27., 1999, Brasília, DF. Anais. EMBRAPA, 1999. 1 CD-ROM SOUZA, L. S. Variabilidade espacial do solo em sistemas de manejo. 1992. 162 p. Tese Doutorado em 1992, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre,1992. TSUTIYA, M. T., et al. Biossólidos na Agricultura. São Paulo: SABESP, 2001. 468 p. VIEIRA R. F. Mineralização de nitrogênio em solo suplementado com lodo de esgoto. In: FERTBIO 2000, Santa Maria, RS. Anais...2000. p. p. do artigo. VILLAS BÔAS, R. L.; BÜLL, L. T. ; BOARETTO, A. E. Estudo da disponibilidade de fósforo do lodo de esgoto aplicado ao solo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS, 4. 1984, Taubaté, SP. Anais ... Taubaté: Universidade de Taubaté, 1984. p. 93.

Page 68: COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA REPRESENTATIVA DE SOLO … · universidade estadual paulista “jÚlio de mesquita filho” faculdade de ciÊncias agronÔmicas campus de botucatu composiÇÃo

- 57 -

ZHANG, H.; JONHSON, G. How to get a good soil sample. OSU Extension Facts. Oklahoma State University, p. 1-2. 2000. ZHANG, H. Spatial variability and soil sampling in a grazed pasture . Communications in Soil Science and Plant Analysis, 2008. No prelo.