Compostagem doméstica
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Compostagem - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
A Revolução Industrial foi uma data importante na história ambiental. O aumento da
poluição unido ao aumento demográfico originou diversos problemas ambientais, como
a gestão e tratamento de resíduos sólidos, problema que nos acompanha atualmente.
Apesar dos aterros sanitários parecerem uma boa solução, estes contaminam o solo, ar e
água, surgindo então variadas formas de reutilização dos resíduos, como a valorização e
compostagem.
Esta técnica, dá aos resíduos orgânicos um destino útil, a custo reduzido e
ambientalmente eficaz.
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Enquadramento - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
A compostagem doméstica não requer grandes custos de equipamento ou manutenção e
pode, por isso, ser feita por qualquer pessoa, em pequenas instalações. Neste sistema é
possível reciclar os restos orgânicos, dando-lhes um novo valor.
Esta ação tem como propósito incentivar a população da Amalga para a prática da
compostagem, quer a nível individual, quer a nível comunitário. Pretende demonstrar as
mais-valias deste processo de transformação de resíduos orgânicos em adubo: redução
da quantidade de resíduos que vão para aterro e, consequentemente, diminuição das idas
ao contentor, e obtenção de um novo produto com utilidade a custo zero, que irá tornar
plantas, flores e alimentos mais saudáveis e com mais qualidade.
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Ciclo da matéria
orgânica
Frutos e legumes
Restos de alimentos
Pilha de compostagem
Composto (adubo)
Aplicação do adubo na terra
Compostagem
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O que é a compostagem?
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É um processo de transformação de resíduos orgânicos* em adubo orgânico, que
aplicada no solo o torna mais fértil.
*Resíduos orgânicos:
(estrume, palha e feno, erva seca, ramos pequenos, restos de plantas, borras de café, sacos de chá, restos
de fruta, hortaliça, cereais, pão, casca de ovo, cabelo, lã).
Os resíduos orgânicos decompõem-se na presença de água e oxigénio com a ajuda de
microorganismos, dando origem ao adubo orgânico com aspeto e cheiro a terra.
Ciclo da
matéria
orgânica
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Vantagens da compostagem
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Vantagens da compostagem
Evita o uso de fertilizantes químicos Aumenta os nutrientes do solo, reduzindo o
uso de adubação química, dando origem a
produtos mais saudáveis.
Material rico em nutrientes Fornece uma adubação rica em nutrientes,
favorecendo o desenvolvimento dos tecidos
vegetais.
Melhora a estrutura do solo Melhora as características do solo, dando-lhe
uma nova estrutura e minimizando a erosão.
Retém os nutrientes e a humidade Atua como uma esponja, retendo a humidade
e os nutrientes.
Reduz a quantidade de resíduos no aterro Reduz os resíduos indiferenciados que vão
para o lixo, reduzindo a quantidade a
depositar no aterro.
Tipos de compostor
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Construção de compostor
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Compostor de rede
Construído com rede metálica ou plástica com 2 a 3 cm de
malha. A rede forma um cilindro com 1 m de altura e 80 cm de
diâmetro. Para suportar a rede, utilizam-se quatro estacas de
madeira com 1,3 m de comprimento.
Compostor de madeira
Recipiente de forma cúbica, sem fundo, com as dimensões de 1
m x 1 m x 1 m. Esta estrutura é suportada por quatro estacas de
madeira com 1,3 m de comprimento.
Compostor em pilha
O material a compostar é amontoado em forma de
pirâmide ou encostado a um muro. A pilha deve ter
aproximadamente 2 m de diâmetro por 1 m de altura.
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Buraco na terra
Um buraco na terra com 60 cm de diâmetro e 25 a 40
cm de profundidade.
Compostor duplo
No interior de um caixote de lixo colocar dois tijolos e um outro
caixote pequeno por cima dos tijolos. O segundo caixote deve
estar perfurado por baixo e nos lados.
Escolha do local do compostor
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O compostor deve ser colocado em locais de fácil acesso e pouco declive, diretamente
sobre a terra para facilitar a entrada dos decompositores (microrganismos, minhocas,
etc.) e a absorção de escorrências. O local deve ser protegido do vento e da luz solar
direta.
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Como fazer (passos da compostagem)
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1 - Colocar o compostor num local adequado – local que apanhe sol e sombra, em
contacto com o solo e com boa drenagem, com acesso a água.
2 - Adicionar os resíduos orgânicos nas proporções certas – tentar manter 50% de
materiais verdes e 50% de materiais castanhos, de forma a manter uma relação
equilibrada entre carbono/azoto e acelerar a compostagem.
3- Deixar decompor arejando e humedecendo com regularidade – os resíduos devem ser
remexidos com regularidade de modo a permitir o arejamento, possibilitando um
processo mais rápido e sem cheiros indesejáveis.
A pilha não deve estar demasiado seca, nem demasiado húmida. Verificar o “teste da
esponja”*.
4- Verificar a consistência e cheiro a terra – verificar se existem resíduos por decompor,
se praticamente não existirem e se tiver aspeto e cheiro a terra, o composto está pronto a
ser utilizado.
5- Retirar o composto – quando o composto estiver pronto a ser utilizado, retirá-lo do
compostor e deixá-lo secar ao sol, retirar e voltar a colocar no compostor os pedaços
maiores que ainda não se encontrem decompostos na totalidade.
6 - Aplicar o composto na terra – Hortas e jardins: 5 a 6 kg de composto por m2.
Vasos: metade do composto e metade de terra.
*Teste da esponja – Retirar um pouco do composto com a mão e aperte-o como
se fosse uma esponja:
Se escorrer água significa que a pilha está demasiado húmida.
Se, ao largar, a mão ficar completamente seca significa que necessita de mais
água.
Se a mão ficar húmida, significa que tem a humidade certa.
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Escolha dos materiais
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Colocar no compostor
Verdes (Ricos em Azoto) Castanhos (Ricos em Carbono)
Restos de vegetais Palha e feno
Cereais Aparar de madeira e serradura
Borras de café e sacos de chá Erva, relva seca, ramos pequenos
Restos de plantas e ervas Cinzas de madeira
Cascas de ovo Cabelo
Migalhas de pão Lã natural
Não colocar no compostor
Comida cozinhada Cinzas de carvão mineral
Ossos e espinhas Excrementos de animais domésticos
Carne, peixe e marisco Beatas de cigarros
Óleos e gorduras Vidro, plástico e metal.
Lacticínios
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Fatores que influenciam a compostagem
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Arejamento - Oxigénio - A presença de oxigénio no interior dos materiais a compostar
é indispensável para a sobrevivência e atividade dos microrganismos que desenvolvem
a compostagem. A falta deste oxigénio conduz à produção de maus odores. Arejar a
pilha permite uma decomposição rápida dos materiais e isenta de cheiros. Uma das
formas de arejar a pilha é revolver os materiais periodicamente (1 vez por semana).
Humidade - Teste da esponja - O excesso ou falta de humidade no meio condicionam
negativamente a atividade dos microrganismos decompositores. Uma forma simples de
testar é realizar o “teste da esponja”.
Temperatura - A atividade dos microrganismos provoca variações de temperatura.
Valores elevados são essenciais para maximizar a eficiência de decomposição e
higienização dos materiais. Colocar um termómetro na pilha, os valores obtidos deverão
oscilar entre 60ºC a 70ºC.
Tamanho dos materiais – O material a decompor deve estar em pequenos pedaços de
forma a maximizar a superfície de contacto com os microrganismos. Por outro lado,
partículas demasiado pequenas favorecem a compactação e consequentemente limitam a
circulação de oxigénio e água. Materiais estruturantes (como os ramos) ajudam a
garantir o espaçamento adequado.
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Resolução de problemas
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Problema Causa Solução
Mau cheiro
Excesso de verdes Adicionar castanhos
Falta de oxigénio
Mexer a pilha e evitar
adicionar materiais muito
pequenos que se
compactem
Pilha muito húmida
Mexer a pilha e adicionar
materiais secos
Pilha de compostagem
muito húmida
Excesso de água
Adicionar materiais secos
ou tirar a tampa do
compostor
Falta de ar
Usar uma camada de ramas
secas na base do compostor
ou mexer a pilha para o ar
circular
Má drenagem
Mudar o compostor para
um lugar que escoe bem a
água
Visitas indesejadas
A pilha tem materiais
“proibidos”
Remover os materiais
“proibidos”
Os restos de comida não
estão bem cobertos
Cobrir a pilha com
materiais secos ou com um
plástico, colocar
armadilhas para os ratos
As larvas de mosca não
foram mortas
Mexer o composto para
aumentar a temperatura
Compostagem muito lenta
e/ou temperatura não sobe
Elevado tamanho dos
materiais
Partir os materiais em
pequenos pedaços ou
misturar os materiais com
um pouco de terra
Falta de verdes Adicionar verdes
Pilha muito seca Adicionar água
Pilha muito pequena Aumentar o tamanho da
pilha, pôr a pilha ao sol
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Tempo de preparação do composto
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Ao fim de alguns meses, os resíduos orgânicos dentro do compostor transformam-se em
composto – material orgânico estável com aspeto de terra, escuro, sem odor e com
excelentes qualidades fertilizantes. O tempo que demora a produzir o composto depende
do acompanhamento que se realiza ao processo de compostagem (rega, revolvimento da
pilha de compostagem, etc).
Se os materiais forem adicionados em pequenas dimensões, alternando camadas
de materiais verdes e restos de cozinha com materiais secos, mantendo um bom
nível de humidade e remexendo o material 1 a 2 vezes por semana, o composto
poderá estar pronto em 2 a 3 meses.
Se o material for adicionado continuamente, o material remexido
ocasionalmente e a humidade controlada, o composto estará pronto ao fim de 3 a
6 meses.
Aplicação do composto
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O composto é geralmente aplicado uma vez por ano, na altura das sementeiras, sendo
preferível aplicá-lo na Primavera ou no Outono, visto que no Verão o composto seca
demasiado e, no Inverno, o solo está demasiado frio e húmido.
Se usar o composto em plantas que estejam em vasos, misture 1/3 do composto
com 1/3 de terra e 1/3 de areia.
Se tiver:
Pequena quantidade de composto, espalhe-o por cima da terra na vala onde
pretende semear.
Grande quantidade de composto, espalhe-o em camadas de 1 a 2 cm de
espessura misturado com o solo, sem enterrar ou espalhe-o em camadas de 2 cm
à volta das árvores e não misture com o solo.
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Fontes bibliográficas
http://www.gave.minedu.pt/np3content/?newsId=111&fileName=construcao_de_um_co
mpostor.pdf
http://www.cm-pacosdeferreira.pt/NR/rdonlyres/637D234E-B24D-40B1-8846-
5F3685BDD802/16561/ManualdeCompostagem.pdf
http://www.geota.pt/xFiles/scContentDeployer_pt/docs/articleFile140.pdf
http://www.hortadaformiga.com/compostagem.cfm
http://www.amism.pt/Portals/1/pdf/Guia%20Compostagem.pdf
http://www.valorlis.pt/dl/compostagem_domestica.pdf
http://portal.smsbvc.pt/rsu/compostagem
http://ec.europa.eu/environment/life/project/Projects/index.cfm?fuseaction=home.show
File&rep=file&fil=SEIXAL_caderno_compostagem.pdf