PRODUÇÃO, PROCESSAMENTO, DIFUSÃO E

APROPRIAÇÃO DA INFORMAÇÃO CIENTÍFICA

Camila Oliveira CruzCamila Oliveira Cruz

Rio Grande, 2011.

Universidade Federal do Rio GrandeInstituto de Ciências Humanas e da Informação

Seleção para professor temporário

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Ciência: “um corpo coerente e sistemático de conhecimentos sobre qualquer tema, formal ou empírico, natural ou cultural, obtido por qualquer método.” (MEADOWS, 1999, p.40)

Comunicação: Ato ou efeito de emitir, transmitir e receber mensagens por meio de métodos e/ou processos convencionados, quer através da linguagem falada ou escrita, quer de outros sinais, signos ou símbolos, quer de aparelhamento técnico especializado, sonoro e/ou visual.

Comunicação científica: “processo específico de produção, consumo e transferência de informação no campo científico.” (CUNHA; CAVALCANTI, 2008, p. 97)

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Comunicação Científica

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Importância:

• A comunicação científica, além de permitir a avaliação pelos pares, evita a duplicidade de pesquisas, garantindo a construção do conhecimento científico. Tornando-se tão vital quanto a própria pesquisa ela permite o controle de qualidade e garante, também, a originalidade das descobertas.

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Canais de comunicação científica

Ocorre geralmente de forma escrita, em meios possíveis de difusão e preservação para um público amplo: livros, periódicos (impressos e eletrônicos), anais de eventos, relatórios...

Ocorre geralmente através de meios efêmeros, difíceis de serem preservados e é difundida para um público limitado: correspondência pessoal (cartas e e-mails), telefonemas, redes de relacionamento, comunicação oral em eventos...

FormalFormal

InformalInformal

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• As formas principais de se comunicar as pesquisas são a fala e a escrita;

• Preservaram seus debates em manuscritos copiados diversas vezes;

• Suas idéias influenciaram a cultura árabe e depois a cultura ocidental;

Surgimento da Comunicação Científica: Grécia

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Surgimento da Comunicação Científica: as sociedades e academias

Começaram nos séculos XVII e XVIII com o intuito de fiscalizar a atuação profissional de seus membros. Promoveram reuniões para que os pesquisadores divulgassem e discutissem suas pesquisas. Davam prioridade à coleta e análise de informações.

Academias = eram mantidas com o apoio financeiro do Estado e seus membros eram remunerados.

Sociedades = organizações autônomas, mantidas por sócios pagantes.

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A revista científica

• Journal des Savans – Paris – 5 Jan. 1665• Philosophical Transactions – Londres – Mar. 1665

“catalogar e resumir os livros publicados na Europa, publicar necrológios de personalidades eminentes, descrever os progressos científicos e técnicos, registrar as principais decisões jurídicas e em geral cobrir todos os tópicos de interesse dos

homens letrados” (MEADOWS, 1999, p.6)

- Com o tempo, passou a significar uma publicação séria,que continha idéias originais.

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Razões do surgimento do periódico científico

Expectativa de lucro por parte dos editoresCrença de que para fazer um descobrimento eram necessários debates coletivosNecessidade de comunicaçãoNecessidade de padronização da comunicação

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Busca e recuperação da informação

• Índices• Palavras-chave• Títulos• Resumos• Texto integral

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Difusão:

• Catálogos – “lista minuciosa dos itens que compõem um acervo ou uma coleção elaborada de acordo com normas apropriadas de modo a facilitar a busca.” (CUNHA; CAVALCANTI, 2008, p.71)

• Bibliografias – “pesquisa de textos impressos ou multigrafados para indicá-los, descrevê-los e classificá-los com a finalidade de estabelecer instrumentos (de busca) e organizar serviços apropriados a facilitar o trabalho intelectual.” (CUNHA; CAVALCANTI, 2008, p.46)

• Periódicos - • Livros - • Bases de dados – os artigos científicos são indexados para que outros pesquisadores possam encontrá-los. Podem ser pagos ou gratuitos e a maioria funciona através da internet.

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Livro X Periódico

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Livro:

Publicações de pesquisas concluídas.Conteúdo mas detalhado.Necessita de maior tempo para produção e distribuição

Periódico:

As pesquisas publicadas podem estar em andamento ou estarem concluídasConteúdo objetivo e resumidoPodem ser especializados ou não

Impresso X eletrônico

Impressos:• Meios tradicionais;• Facilidade de leitura

quando os textos são longos;

• Divulgação restrita;• Alto custo de publicação e

distribuição;• Vantagens em termos de

preservação

Eletrônicos:• Dificuldade de ler textos longos;• Flexibilidade;• Inter-relação entre os textos

(hipertexto);• Participação de um número maior de

avaliadores• Reprodução de imagens com exatidão;• Facilidade para acrescentar novas

informações;• Facilidade de acesso• Menor custo de publicação• Acesso remoto;• Possibilidade de publicar dados brutos

junto com a análise desses dados 17

Comunidade Científica

Cada área temática é formada por pequenos grupos de pessoas que dominam suas áreas preferidas. Essas pessoas estão visíveis tanto para pesquisadores da mesma especialidade, quanto para pesquisadores de fora. Cada comunidade de pesquisadores tem suas regras e se comunica de acordo com critérios pré-estabelecidos

pelo grupo.

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Robert Merton e as normas básicas de conduta para a comunidade científica

• Universalismo – avaliação com base em critérios preestabelecidos e impessoais

• Sentido de comunidade – o conhecimento científico deve ser propriedade comum

• Despreendimento - preocupação com o progresso do saber, afastamento emocional

• Ceticismo organizado – análise crítica, busca depossíveis erros

O entendimento das normas da comunidade científica (e de comoE quando podem ser violadas) em geral se aprende pelo exemplo e não pela discussão. (MEADOWS, 1999, p.95) 19

Referências:

APOLINÁRIO, Fábio. Metodologia da Ciência: filosofia e prática da pesquisa. São Paulo: Pioneira Thompson Learnig, 2006.

CUNHA, Murilo Bastos da; CAVALCANTI, Cordélia Robalinho de Oliveira. Dicionário de Biblioteconomia e Arquivologia. Briquet de Lemos/Livros, 2008.

HOLANDA, Aurélio Buarque de. O Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 4.ed. Curitiba: Positivo, 2008. 1 CD ROM

MEADOWS, Arthur Jack. A comunicação científica. Brasília: Briquet de Lemos/Livros, 1999.

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