Comunicação comparada - Aula 6

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Veículos de comunicação: o grande desafio

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O jornal impresso vive

um momento de crise “O jornal da era industrial,

aquele que conhecemos e estávamos acostumados, está morto. Ou agonizante. O que não quer dizer que o jornal esteja morto. Muito pelo contrário. O jornal ainda tem vida longa. Vejo a edição em papel resistindo em 2020. Mas, a empresa jornalística vai estar bastante diferente” Rosental Calmon Alves

Rosental Calmon Alves, diretor do Knight Center for Journalism in the Americas, da Universidade do Texas

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O jornalismo impresso pode estar em

crise, mas o texto jornalístico não

É cedo para dizer, mas certamente vai mudar.

Isso não significa que aprender jornalismo

impresso perde o sentido no mundo

contemporâneo, pois as técnicas de escrita

jornalística persistirão, talvez apenas no

ambiente web, mas o texto jornalístico não

morreu, nem dá sinais de que irá morrer.

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A situação brasileira difere

da dos EUA... Por quê?

“As mudanças vão

acontecer até mesmo em

países como Brasil, Índia e

China, onde a circulação

dos jornais vem aumentado

os últimos anos. Por isso,

terei dificuldades em reter

a atenção do público sobre

o que virá. E, acredite, vem

uma tempestade...”

Rosental Calmon Alves

Rosental Calmon Alves, diretor do Knight Center for Journalism in the Americas, da Universidade do Texas

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Sintomas da crise nos EUA

Cai a circulação dos jornais, em média 2,5% anual

para as edições diárias e 3,3% para edições

dominicais (dados de 2007).

Faturamento médio de publicidade dos impressos

caiu 7,7% em 2007

O faturamento geral das empresas jornalísticas caiu

10% em 2007 e a tendência em 2008, quando ainda

não havia uma crise econômica aguda, era de cair. A

situação piorou muito desde então.

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Sintomas da crise nos EUA

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Sintomas da crise na Europa - 1

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Sintomas da crise na Europa - 2

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Pensando um pouco o modelo de

negócio do jornalismo

O jornal, como vimos em Otto Groth, é um

empreendimento capitalista que se baseia em

duas fontes de receita:

1. A venda de exemplares

2. A venda de anúncios

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O que está ocorrendo?

O público está migrando do impresso para a web,

por ser uma mídia mais barata e mais ágil do que a

mídia os jornais impressos.

Rosental Calmon Alves, diretor do Knight Center for Journalism in the Americas, da Universidade do Texas

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A visão de Murdoch: jornal é filão

• “Diferentemente dos que

vislumbram o fim do

mundo, eu acredito que os

jornais vão alcançar novas

alturas. No século 21, as

pessoas estão mais sedentas

por informação do que

jamais estiveram. E elas têm

mais fontes de informação

do que jamais tiveram.” Keith Rupert Murdoch (*1931)

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A visão de Murdoch: jornal não é

papel • “Quando se discute o futuro com

jornalistas, constata-se que um

número grande demais deles

pensa que nosso negócio é

apenas o dos jornais físicos. Eu

gosto da aparência e da sensação

do jornal em papel tanto quanto

qualquer pessoa. Mas nosso

negócio não é imprimir sobre

árvores mortas. É oferecer a

nossos leitores ótimo jornalismo

e ótimo julgamento”. Keith Rupert Murdoch (*1931)

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A visão de Murdoch: jornal é marca

• “Em suma, estamos

passando dos jornais

publicados em papel para

os jornais como marcas...

Neste século que temos pela

frente, a forma de

transmissão pode mudar,

mas o público potencial de

nosso conteúdo pode

multiplicar-se muitas

vezes.” Keith Rupert Murdoch (*1931)

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A visão de Murdoch: o público se

desaponta • “Em vez de encontrar assuntos

relevantes às vidas de seus leitores,

os jornais publicam matérias que

refletem seus próprios interesses.

Em vez de escrever para seu

público, escrevem para seus

colegas jornalistas. E, em vez de

encomendar aos jornalistas

reportagens que tragam mais

leitores, alguns editores

encomendam reportagens cuja

única meta é a busca de um

prêmio”. Keith Rupert Murdoch (*1931)

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Impresso X on-line:

vantagens do jornalismo

Jimmy Wales, fundador

da Wikipédia

•Para Jimmy Wales, fundador

da Wikipédia, o fazer

jornalístico, por exigir tempo

e dedicação além dos limites

que um cidadão comum pode

oferecer, não está ameaçado

pela internet. A colaboração

do público enriquece o

trabalho da imprensa, mas não

o substitui.

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Impresso X on-line:

o desafio da rentabilidade

Jimmy Wales, fundador

da Wikipédia

•Jimmy Wales considera que o maior

desafio para o jornalismo é como

conseguir recursos no ambiente digital.

•Por um lado, a web tem se

caracterizado pela gratuidade ou baixos

custos, o que dificulta a captação de

recursos, por outro, o modelo de venda

para anunciantes perde sentido no

ciberespaço.

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Outro problema para o jornalismo

impresso: a lentidão

• O jornalismo

impresso vive um

drama, assim

descrito pelo

ombudsman da

Folha, Marcelo

Beraba, em artigo

publicado em 10 de

abril de 2005...

Marcelo Beraba

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• Quando o papa

João Paulo II

morreu, às 16h37

do dia 2 de abril de

2005, milhares de

leitores do jornal

no Nordeste e no

Sul do País não

viram a notícia na

edição dominical.

Papa João Paulo II (1920-2005)

A morte do Papa João Paulo II

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• Apesar de a tecnologia dos jornais ter

se aprimorado, os horários de

fechamento, principalmente nos

jornais de pretensão

nacional/internacional, tornaram-se

mais rigorosos, o que prejudica o

princípio da atualidade das

publicações.

• Jornal é refém do “realizou-se

ontem”, o que dá à notícia um gosto

de coisa velha, principalmente se

comparada às demais mídias.

Impressão retarda comunicação

Marcelo Beraba

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O advento de Gutemberg viveu a sua idade de

ouro até que um novo meio de comunicação

surgiu, o Rádio. “Na maior parte dos países

ocidentais, a imprensa recebe o choque desta

concorrência inédita num momento em que está

enfraquecida.” (JEANNENEY, 1996:133)

Historicamente

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“O rádio possui o seu manto de invisibilidade,

como qualquer outro meio. Manifesta-se a nós

ostensivamente numa franqueza íntima e

particular de pessoa a pessoa, embora seja,

real e primeiramente, uma câmara de eco

subliminar cujo poder mágico fere cordas

remotas e esquecidas.” (MCLHUAN,

1996:339).