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COMUNICAÇÃO TÉCNICA ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Nº 173047 Inovação e competitividade na construção civil: setor de edificações Fúlvio Vittorino Palestra apresentada na Lançamento do CDTCC – Centro de Desenvolvimento Tecnológico da Construção Civil, no Parque Tecnológico de Eugenio de Melo em São José dos Campos, 2015 A série “Comunicação Técnica” compreende trabalhos elaborados por técnicos do IPT, apresentados em eventos, publicados em revistas especializadas ou quando seu conteúdo apresentar relevância pública. ___________________________________________________________________________________________________ Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S/A - IPT Av. Prof. Almeida Prado, 532 | Cidade Universitária ou Caixa Postal 0141 | CEP 01064-970 São Paulo | SP | Brasil | CEP 05508-901 Tel 11 3767 4374/4000 | Fax 11 3767-4099 www.ipt.br

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COMUNICAÇÃO TÉCNICA ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Nº 173047

Inovação e competitividade na construção civil: setor de edificações Fúlvio Vittorino

Palestra apresentada na Lançamento do CDTCC – Centro de Desenvolvimento Tecnológico da Construção Civil, no Parque Tecnológico de Eugenio de Melo em São José dos Campos, 2015

A série “Comunicação Técnica” compreende trabalhos elaborados por técnicos do IPT, apresentados em eventos, publicados em revistas especializadas ou quando seu conteúdo apresentar relevância pública. ___________________________________________________________________________________________________

Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo

S/A - IPT Av. Prof. Almeida Prado, 532 | Cidade Universitária ou

Caixa Postal 0141 | CEP 01064-970 São Paulo | SP | Brasil | CEP 05508-901

Tel 11 3767 4374/4000 | Fax 11 3767-4099

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Inovação e Competitividade na Construção Civil - Setor de Edificações

Eng. Dr. Fulvio Vittorino (11) 3767-4553 [email protected]

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Mercado e Competitividade

Competitividade

Competitividade é a obtenção de uma

rentabilidade igual ou superior aos rivais

no mercado, satisfazendo as

necessidades e expectativas dos clientes

ou cidadãos aos quais serve, nesse mercado.

Fusão de diversas definições existentes.

Participação na Economia

Fonte: Construbusiness 2015

Alguns números do setor de construção civil

Déficit habitacional

em 2010

Déficit habitacional em 2013

Variação % ao ano

6.940.691 6.067.322 -873.369 -4,4%

Fonte: Construbusiness 2015

Mercado Imobiliário na Grande São Paulo

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

16000

J04 A J O J05 A J O J06 A J O J07 A J O J08 A J O J09 A J O J10 A J O J11 A J O J12 A J O J13 A J O J14 A J O

Un

idad

es

Mês

Lançamentos Residenciais Verticais e Horizontais - RMSP

Fonte: SECOVI - SP

O setor crescerá?

O déficit habitacional ainda levará décadas para ser eliminado. Precisamos construir mais!

Gerando menos resíduos! Estudos realizados na década passada mostraram que até 2/3 dos resíduos urbanos vem da construção civil.

Consumindo menos recursos naturais virgens.

Produzindo edificações que aumentem o conforto e consumam menos energia.

Além de escolas, postos de saúde, escritórios...

Onde estão os recursos

Fonte: Construbusiness 2015

Entraves para a rentabilidade

Carga tributária elevada, Não Isonômica e legislação

contábil muito demandante;

Leis trabalhistas antigas;

Qualificação de mão de obra insuficiente ao longo de

toda a cadeia produtiva;

Taxa de cambio;

Baixa automatização/industrialização do processo;

Burocracia em geral:

Aprovação de projetos;

Registro de Imóveis;

Etc.

Inovação e Competitividade

Nesse contexto, INOVAÇÕES que:

aumentem a produtividade ( Volume Recursos),

reduzam impacto ambiental, e

aumentem o valor percebido pelo cliente

são O diferencial. Ganhar participação no Mercado!

Modelo Schumpeteriano: as empresas

competem através da inovação.

O setor evolui... No passado o foco era em elementos “clássicos”.

Taipa Tijolos cerâmicos maciços Blocos Vazados Sistemas Leves em painéis para interiores e fachadas.

Tubos de aço PVC rígido PEX.

Hoje buscam-se horizontes mais largos

Fotocatálise para autolimpeza de vidros e despoluição do ar em túneis;

Internet das “coisas” Endereço IP para controle da edificação;

Asfalto piezoelétrico Passagem de veículos gera energia elétrica para acionar iluminação pública

Microencapsulação de materiais de mudança de fase para aumentar a inércia térmica de vedações leves.

ETC!

Inovação

O que é uma Inovação?

Uma Inovação ocorre quando uma ideia:

atende às expectativas e às necessidades dos consumidores;

é viável do ponto de vista econômico e sustentável;

e oferece retorno financeiro às empresas.

Inovação não é só uma invenção ou uma descoberta científica.

O foco da Inovação não é o conhecimento e sim o desempenho econômico.

Inovação

Segundo o Manual de Oslo (desenvolvido

conjuntamente pelo Eurostat e pela OCDE) há 4 tipos de INOVAÇÃO:

de produto;

de processo;

organizacionais; e

de marketing.

Conceito Prático de Inovaçao

O requisito mínimo para se definir uma inovação é que o produto, processo, método de marketing ou organizacional sejam totalmente novos ou significativamente melhorados para a empresa.

Isso inclui produtos, processos e métodos em que as empresas são as pioneiras a desenvolver (Inovação para o Mercado) e aqueles que foram adotados de outras empresas ou organizações (Inovação Interna).

Inovações na Construção de Edifícios

Produto: Agregam características que melhoram o comportamento em uso da edificação, para o usuário, sob a ótica de requisitos de desempenho (térmico, acústico, estrutural, impacto ambiental, etc).

Não necessariamente agregam mudanças no processo produtivo. Podem ser produzidas por

Materiais, componentes ou sistemas construtivos;

Decisões de projeto;

Combinação de inovações de produto e de projeto.

Fonte: http://www.pit.org.br/1a-fase/inovacao-conceito

Inovações na Construção de Edifícios

Processo produtivo: decorrentes de materiais, componentes ou subsistemas construtivos inovadores que revolucionam ou produzem mudanças incrementais no processo de produção. Aumento de produtividade, qualidade, segurança no trabalho ou mais de um destes fatores.

Podem ser também inovações na forma de fornecimento de materiais, componentes e serviços ou ainda de introdução de equipamentos e ferramentas. Fonte: http://www.pit.org.br/1a-fase/inovacao-conceito

Inovações na Construção de Edifícios

Processos internos das empresas ligados a processos administrativos, de atendimento ao cliente etc. – Em geral são provenientes da implantação de softwares, de arranjos de trabalho com fornecedores envolvendo novas forma de prestação de serviços. Fonte: http://www.pit.org.br/1a-fase/inovacao-conceito

Assistência Técnica pós-entrega da obra mais ativa e atenciosa.

Inovações na Construção de Edifícios

Inovações de marketing: que envolvem uso de sistemas via web para visualização dos produtos (maquetes eletrônicas ao invés das tradicionais físicas), personalização de apartamentos, softwares para visualização de especificações, projetos, etc.

Fonte: http://www.pit.org.br/1a-fase/inovacao-conceito

Vale destacar o uso de marketing didático para ensinar o uso de novos produtos: vídeo-aulas no youtube, por exemplo

Abordagem Holística para

Inovação

Ainda hoje, na construção civil...

É RARO se ter a visão de todos os aspectos de desempenho relevantes para um novo produto

Foco principal: reduzir custos Década perdida Reduziu Desempenho Criou uma cultura ruim.

Desempenho de Edificações Habitacionais: NBR 15575

Atendimento a Normas Técnicas:

PSQs e Certificação de produtos só demonstram o atendimentos às exigências básicas.

NBR 15575

Segurança

segurança estrutural;

segurança contra o fogo;

segurança no uso e na operação.

Sustentabilidade durabilidade;

manutenibilidade;

impacto ambiental.

Habitabilidade

estanqueidade;

desempenho térmico;

desempenho acústico;

desempenho lumínico;

saúde, higiene e qualidade do ar;

funcionalidade e acessibilidade;

conforto tátil e antropodinâmico.

Modelo de Noriaki Kano

O Modelo de Noriaki Kano visa entender as necessidades dos clientes.

Quais são os atributos desejados e o valor dado pelo cliente a eles.

Atributos Básicos = Desempenho mínimo Atender esse desempenho, apenas, não mantém a empresa no mercado. Eles não atendem a todas as necessidades dos consumidores, mas falhas nesses atributos geram enorme insatisfação: Patologias construtivas e produtos fora das normas técnicas

Atributos de Desempenho = Atributos que representam desejos explícitos dos consumidores. Sua presença/ausência irá satisfazer/insatisfazer de forma diretamente proporcional o cliente. Esses atributos mantém o fornecedor no mercado.

É necessário ouvir-se a Voz do consumidor

Atributos Sedutores = Qualidade Surpreendente Atributos que tornam um fornecedor líder de mercado. Atingir níveis de desempenho ou de oferta não esperados pelo consumidor. Sua ausência não torna o cliente descontente, mas sua presença aumenta a chance de fechar negócio e fidelizar o cliente.

Modelo de Noriaki Kano

Satisfação

Total

Insatisfação

Total

Atributo

Presente

Atributo Não

Presente

Atributos Mínimos

=

“Qualidade Esperada”

Atributos Sedutores

=

“Qualidade

Surpreendente”

Atributos de

Desempenho

=

“Qualidade

Proporcional”

Produto de

Mercado

Exemplo de Modelo de Kano aplicado a apartamentos

Nível da Necessidade Grau de

Explicitação Atributo

Básico Não Declaradas

Atendimento ao Código de Obras

Atendimento à NBR 15.575

Produtos Conformes em PSQ

Desempenho

Declaradas Número de vagas para estacionamento

Proximidade ao Metro

Não Declaradas Arquitetura “bonita”

Paisagismo “agradável”

Surpreendentes Não Esperadas Garantia estendida de 10 anos

Sistema de Captação de água de chuva

Análise do mercado.

Análise SWOT da sua Empresa e Mercado(s).

Pesquisa de anseios de potenciais consumidores.

Pesquisa de satisfação de consumidores.

Analisar macrotendências e a fim de identificar oportunidades de negócios (lacuna e gargalos)

Benchmarking de sua Tecnologia/Produto/Processo Reduzir a distância do líder – Vazio a ser explorado;

Empatar com o líder – Dividir o mercado;

Ultrapassar o líder.

Benchmarking

Benchmarking Técnico

Realizado pela equipe técnica para avaliar comparativamente as capacidades de produtos/serviços em relação aos dos líderes do mercado.

Por exemplo, em um escala de 1 (pior) a 4 (melhor), como projetistas classificam os atributos de seus produtos ou serviços em relação aos líderes?

Benchmarking Competitivo

Compara quão bem (ou mal) uma empresa está desempenhando suas funções em relação ao líder do mercado, especialmente com relação aos atributos, funções e valores críticos associados com os produtos/serviços da organização, sob a ótica do consumidor.

Por exemplo, em um escala de 1 (pior) a 4 (melhor), como consumidores classificam os produtos ou serviços em relação aos competidores?

Estrutura para Inovação

Quem introduz a Inovação no setor?

Arquitetos Consultores em áreas especializadas, como “acústica”; Projetistas de outras disciplinas

Instalações Prediais; Estruturas; Etc.

Vendedores da indústria de produtos Equipes Especializadas em Indústrias de Materiais e Componentes:

Apenas com equipes próprias; Equipes próprias com apoio de 1 ou 2 consultores de mercado ou membros de ICTs (professores de Universidades); Equipes próprias com apoio sistemático de Universidades (raro) e de Institutos de Pesquisa.

Como o processo pode fluir

Fonte de uma ideia: inventores, consumidores finais, captação junto a clientes por vendedores.

Avaliações de seu potencial e detalhamento em “stage gates”.

Desenvolvimento do Conceito;

Avalição de potencial de venda;

Estimativa de margens;

Benchmarking Técnico e Competitivo;

Detalhamento;

Teste de protótipos.

Lançamento no Mercado.

Para inovar é preciso de:

Pessoas/Times Capacitados;

Motivados;

Focalizados em resultados;

Com visão holística;

Trabalhando em um ambiente favorável e estimulante; e

Contando com recursos materiais e laboratoriais adequados.

Laboratórios

Controle tecnológico

Orientados para grandes volumes de ensaios de baixa complexidade.

Medição de propriedades básicas ou para a caracterização de produtos.

Apoio a P&D&I

Projetados para realizar ensaios especializados, alguns de longa duração.

Direcionados para estudar o desempenho de soluções em condições de uso.

Quality Function Deployment (QFD)

A QFD, permite desenvolver produtos, processos produtivos e procedimentos de controle a partir de demandas dos consumidores. Começando com a casa da qualidade (house of quality), priorizam-se os atributos mais importantes do produto/serviço utilizando-se a técnica do Benchmarking. Após a priorização de atributos, a técnica do QFD desdobra as ações a serem tomadas ao longo da vida do projeto e da execução do produto ao longo da empresa.

Benchmarking: house of quality

Excerpted from Jack B. ReVelle’s Quality Essentials: A

Reference Guide from A to Z, ASQ Quality Press, 2004, pages

9–11.

Fonte: http://asq.org/learn-about-

quality/benchmarking/overview/tu

torial-building-house-of-

quality.html

Acessado em 10/04/2015

Desdobramento da qualidade

Requisitos do

consumidor

Requisitos

de projeto

Matriz de Requisitos.

Requisitos de Projeto

Características

do Produto

Operações de

manufatura e compra

Projeto de

Engenharia

Matriz de Projeto.

Projeto de

Engenharia Matriz de

Características do

Produto.

Características do

Produto Matriz de Compra e

Manufatura.

Operações de

Manufatura/Compra Matriz de Controle e

Verificação.

Controles de

Produção e

Qualidade. Casa

Silenciosa

Alta

Isolação

Sonora da

Fachada

Preencher as

juntas verticais

da alvenaria

Isolação

Sonora da

Parede

Rw= 45 dB Blocos de

concreto de

19 cm,

Classe A

Inspeção visual

do

preenchimento

das juntas

verticais da

alvenaria

Considerações Finais

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Inovar é preciso!

Precisamos incorporar as visões sistêmicas de outros setores.

Mercado consumidor de grande potencial.

No futuro, os atuais impactos ambientais não serão mais tolerados pela sociedade.

A competitividade depende de INOVAÇÃO.

Há capacitação HUMANA e Laboratorial para inovarmos.

VAMOS SEGUIR EM FRENTE!

Agradeço pela Atenção.

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