COMUNICAÇÃO E FORMAÇÃO SINDICAL RURAL: UMA ANÁLISE...

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TCC I - Trabalho de Conclusão de Curso I Universidade Federal de Santa Maria Centro de Educação Superior Norte RS Departamento de Ciências da Comunicação Curso de Comunicação Social Jornalismo 27 de junho a 08 de julho de 2011 COMUNICAÇÃO E FORMAÇÃO SINDICAL RURAL: UMA ANÁLISE DO CONTEÚDO SINDICAL IMPRESSO LEONIDES JOSÉ VOITACK Artigo científico apresentado ao Curso de Comunicação Social Jornalismo como requisito para aprovação na Disciplina de TCC I, sob orientação da Professora Andréa Weber e avaliação dos seguintes docentes: ______________________________________________________________________ Prof. Andréa Weber Universidade Federal de Santa Maria/CESNORS Orientadora ______________________________________________________________________ Prof. Carlos André Echenique Dominguez Universidade Federal de Santa Maria/CESNORS ______________________________________________________________________ Prof. Jaqueline Quincozes Kegler Universidade Federal de Santa Maria/CESNORS ______________________________________________________________________ Prof. Gelson Pelegrini Universidade Regional Integrada - URI/FW (Suplente) Frederico Westphalen, 20 de junho 2011. CESNORS Centro de Educação Superior norte RS

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TCC I Trabalh TCC I - Trabalho de Conclusão de Curso I Universidade Federal de Santa Maria

Centro de Educação Superior Norte – RS

Departamento de Ciências da Comunicação

Curso de Comunicação Social – Jornalismo

27 de junho a 08 de julho de 2011

COMUNICAÇÃO E FORMAÇÃO SINDICAL RURAL: UMA

ANÁLISE DO CONTEÚDO SINDICAL IMPRESSO

LEONIDES JOSÉ VOITACK

Artigo científico apresentado ao Curso de Comunicação Social – Jornalismo como requisito

para aprovação na Disciplina de TCC I, sob orientação da Professora Andréa Weber e

avaliação dos seguintes docentes:

______________________________________________________________________

Prof. Andréa Weber

Universidade Federal de Santa Maria/CESNORS

Orientadora

______________________________________________________________________

Prof. Carlos André Echenique Dominguez

Universidade Federal de Santa Maria/CESNORS

______________________________________________________________________

Prof. Jaqueline Quincozes Kegler

Universidade Federal de Santa Maria/CESNORS

______________________________________________________________________

Prof. Gelson Pelegrini

Universidade Regional Integrada - URI/FW

(Suplente)

Frederico Westphalen, 20 de junho 2011.

CESNORS Centro de Educação Superior norte RS

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Comunicação e Formação Sindical Rural: Uma Análise do Conteúdo Sindical

Impresso1

Leonides José Voitack2

Andréa Weber3

RESUMO

Este estudo pretende analisar de que forma o material impresso de divulgação exposto no

balcão do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Frederico Westphalen RS, contribui para a

informação, formação e organização dos trabalhadores rurais. Para isso, serão analisados

os temas, as fontes e imagens mais recorrentes em folderes, folhetos e uma revista produzidos

pelo Sindicato e por outras entidades parceiras. Os resultados mostram que o Sindicato, as

políticas para o meio rural e a agricultura familiar, são os temas que predominam no espaço

do material, destacando a luta e a organização da categoria. Além disso, mostram que os

agricultores não atuam como fontes do material de divulgação, porém, tem seu protagonismo

no movimento sindical rural representado nas imagens.

PALAVRAS-CHAVE: Sindicato dos Trabalhadores Rurais; Agricultura Familiar;

Comunicação.

INTRODUÇÃO

A Região do Médio Alto Uruguai, da qual Frederico Westphalen, RS faz parte, é

composta por pequenas propriedades rurais, que trabalham em regime de economia familiar.

A média das propriedades é 17ha e a agricultura tem um papel muito importante no

desenvolvimento regional, pois, na maioria dos municípios, é a principal atividade econômica.

De acordo com o censo do IBGE 2010, Frederico Westphalen, tem uma população de 28.848

pessoas. A grande maioria, 23.338, cerca de 80%, mora na zona urbana, e 5.510, ou seja,

aproximadamente 20%, na zona rural.

O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Frederico Westphalen faz da comunicação

uma ferramenta de luta para a defesa de pautas construídas pelo movimento sindical, em uma

constante busca pelo desenvolvimento de alternativas que criem possibilidades de

permanência do homem no campo. O setor de comunicação do sindicato tem um papel muito

1Artigo científico apresentado ao Curso de Comunicação Social – Jornalismo como requisito para aprovação na Disciplina de

TCC I do Centro de Educação Superior Norte do RS da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

2Acadêmico do 7º semestre do curso de Comunicação Social – habilitação Jornalismo da UFSM/Cesnors.

3Orientadora desta pesquisa e professora do curso de Comunicação Social – habilitação Jornalismo da UFSM/Cesnors.

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importante neste sentido, pois, ao se comunicar, as pessoas abrem caminho para a troca de

idéias. Conversando sobre suas realidades encontram no outro um auxílio para romper com as

barreiras do individualismo, e também para formar suas próprias opiniões, se envolvem nas

atividades do sindicato, tendo a possibilidade de participar desta organização e juntos

enfrentar os desafios.

O principal objetivo deste trabalho é estudar a importância da comunicação como

forma de conscientização e formação dos trabalhadores para a necessidade de buscar novas

alternativas para o desenvolvimento da agricultura familiar. Outro objetivo é observar o papel

que a comunicação vem prestando para o movimento sindical em face de sua organização.

A justificativa para sua realização é que a formação sindical é um instrumento de

conscientização, articulação e mobilização dos trabalhadores em nível regional, estadual e

nacional em que, organizados, os trabalhadores defendem seus ideais na busca de uma vida

melhor. A comunicação é indispensável para que haja sucesso no desenvolvimento de

projetos que envolvam estes trabalhadores. Além de auxiliar na informação do agricultor, ela

ainda constrói um espaço formador de opinião sobre o movimento na sociedade em geral.

Nossa análise, parte da idéia de que a elaboração de materiais para auxílio e

divulgação das lutas dos movimentos sociais, neste caso do Sindicato dos Trabalhadores

Rurais, abre espaço para uma reflexão sobre o impacto que este conteúdo provoca nos

associados. A intenção é fazer uma análise capaz de apontar alguns temas e características

mais recorrentes em relação à comunicação informação e formação sindical direcionada ao

meio rural.

Para isso, observamos os temas às fontes e as imagens presentes em folderes, folhetos

e revista impressos, produzidos pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio

Grande do Sul (FETAG), pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura

(CONTAG) e outras entidades parceiras, e disponibilizados pelo Sindicato dos Trabalhadores

Rurais de Frederico Westphalen.

1. Agricultura Familiar

Atualmente, no Brasil, atribui-se um destaque especial ao sistema agropecuário

familiar em virtude do importante papel social que vem desempenhando em termos de

produções alternativas e sustentáveis. No entanto, alguns fatores, principalmente os de ordem

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tecnológica, colocam a agricultura familiar em uma condição delicada. De acordo com o

professor e pesquisador da USP Joaquim Guilhoto (2003, sp), “tão alvejado processo de

modernização da produção rural faz com que as possibilidades do desenvolvimento da

agricultura familiar por si só sejam reduzidas”. A questão é que em pequenas propriedades

onde o espaço é reduzido, ou o relevo é acidentado, não se viabiliza, no geral, o uso de

máquinas agrícolas. Porém, se devidamente pensada, esta propriedade pode ser desenvolvida

com a implantação de alternativas a partir do aproveitamento da matéria-prima já produzida,

no caso da laranja, uva, figo, abóbora, leite, carne entre outros, sendo que estes produtos

podem ser inclusive industrializados na própria propriedade rural.

Segundo Guilhoto (2003, sp), o grande número de propriedades rurais classificadas

como “familiar” diverge em termos de tamanho, capital e tecnologia, tornando as prioridades

individuais diferentes. Essa característica dificulta a organização dos trabalhadores, uma vez

que, pela diversificação de culturas, estes, muitas vezes, não têm conhecimento do que o outro

está produzindo ou então não vê como alternativa a união de interesses pela fortificação do

setor familiar. O pesquisador menciona que, em alguns lugares, agrupamentos como

associações e cooperativas possibilitam a permanência do sistema familiar, mas são

totalmente inexistentes em outras.

A agricultura familiar vem assumindo um papel de destaque na implantação das

agroindústrias familiares. A produção que era basicamente de grãos começou a ser

diversificada com a implantação de alternativas geradoras de renda para a pequena

propriedade, com a organização da produção, o agricultor passou a ter mais oportunidades em

desenvolver esse importante setor da agricultura. Segundo Pelegrini e Gazolla (2008, p. 37),

“atualmente a reprodução social da agricultura familiar passa pelos mercados tanto de

mercadorias agropecuárias, como de serviços e da força de trabalho”. Isso justifica a

necessidade de produzir e comercializar. No entanto, o desenvolvimento da agroindústria

familiar, por ser uma alternativa, não pode ficar isolado e nem subordinado ao mercado, como

ocorreu com a produção de grãos para as grandes indústrias. Comercializar esses produtos no

mercado final ou em feiras, acrescidos de outros bens e serviços, passa a ser uma estratégia de

reprodução social e possibilita agregar um maior valor à matéria-prima principal, e ainda

aumentar a qualidade e a vida útil desses produtos.

Muitos produtos tradicionalmente mantidos nas receitas caseiras vão passando de

geração a geração sem, muitas vezes, chegar ao conhecimento de outras pessoas que não as da

própria família. Neste sentido, Pelegrini e Gazolla (2008, p. 76) comentam que “o processo de

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industrialização artesanal de alimentos possui um caráter cultural e histórico, que se constitui

em uma prática das unidades de produção familiar”. Com a agroindustrialização, esse produto

passa a ser conhecido, alcança um determinado público, esse público consumidor garante a

viabilidade da produção.

Desse modo, a agroindustrialização dos alimentos não deve ser entendida como sendo

um simples fato, mas ser considerada como um processo de sobrevivência das pessoas que

dessa forma se sustentam. De acordo com Pelegrini e Gazolla (2008, p. 56), os produtos

utilizados na alimentação humana foram sendo descobertos e introduzidos nos hábitos

alimentares. Pelegrini e Gazolla (2008, p. 56) salientam que, com o passar dos anos, esses

foram ganhando novas formas de transformação, ao conquistar novas configurações para o

consumo e para a sua armazenagem.

Conforme dados apresentados por Guilhoto (2003), a agricultura familiar representa

27% do Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul, e as cadeias produtivas

vinculadas ao campo representam metade do PIB do estado. Fica evidente assim, o grau de

importância que a agricultura familiar alcança no Rio Grande do Sul. No Brasil, essa

participação é calculada em 31%.

1.1 Agricultura Familiar em Frederico Westphalen

Frederico Westphalen, que é a cidade à qual se vincula o Sindicato dos Trabalhadores

Rurais deste estudo, depende economicamente da agricultura familiar desenvolvida no

município e em toda a região. Neste item, vamos abordar algumas questões relacionadas ao

desenvolvimento do município que está profundamente ligado ao setor agrícola.

O Município de Frederico Westphalen localiza-se no Noroeste do Estado do Rio

Grande do Sul, de acordo com o censo do IBGE 2010, tem uma população de 28.848 destas

somente 5.510 vivem na zona rural. Na pesquisa da Fundação de Economia e Estatística do

Rio Grande do Sul (FEE), no período de 1991-2000, o índice de Desenvolvimento Humano

Municipal (IDH-M) de Frederico Westphalen cresceu 11,80%, passando de 0,746 em 1991

para 0,834 em 2000. Em pesquisa publicada no Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil

(2003), Frederico Westphalen aparece entre os principais municípios brasileiros, com

população até 50 mil habitantes, que têm mais de 20% da população entre 18 a 24 anos

freqüentando um curso superior.

Quanto à formação geográfica, Pelegrini e Gazolla (2008, p. 24) atribuem ao relevo

acidentado e com superfície irregular o favorecimento da pequena propriedade rural. A

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agricultura familiar adquire então um papel fundamental para a economia do município, pois

potencializa boa parte da indústria e comércio local, além de aproveitar a matéria-prima

originária da agricultura e transformá-la em produto de valor agregado, sendo uma alternativa

de renda familiar.

Magalski (2010) salienta que a implantação da fruticultura proporcionou o surgimento

de diversas agroindústrias famíliares de pequeno porte. Essas agroindústrias são produtoras de

doces, conservas, sucos e vinhos. De acordo com Zontta (2010), a Cooperativa de Produtos da

Agricultura Familiar (COPRAF), serve como uma forma de agregar valor à produção. Célio

de Pelegrin (2011) diz que, no Município de Frederico Westphalen, se produz soja, milho,

feijão, trigo, fumo, aves, bovinos e suínos, além da piscicultura, da produção de hortaliças e

da vitivinicultura. Destaca algumas novidades, entre estas a produção de nozes e uma lavoura

experimental de oliveiras.

Segundo Zontta (2010), os agricultores com o apoio do STR, da Empresa de

Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER) e da Secretaria da Agricultura estão em

busca de alternativas para investir em outros modelos de matriz produtiva, principalmente no

setor da fruticultura, possibilitando melhorias na qualificação e agregação de valor nos

produtos oriundos da agricultura familiar. Pelegrin (2010) destaca o interesse dos produtores

que estão buscando renda, abrindo novos espaços, organizando feiras de venda direta ao

consumidor, construindo também espaços fixos. Entre elas está a Cooperativa de Produtos da

Agricultura Familiar (COPRAF), que serve de referência para o público consumidor encontrar

produtos da agricultura familiar. Pelegrin (2010) enfatiza que os agricultores do regime

familiar estão trocando experiências e mostrando a importância da agricultura familiar,

aplicando práticas ecológicas e menos agressivas ao meio ambiente no município.

A descoberta de novas tecnologias, aliadas aos estudos feitos em busca de alternativas

que melhor se adaptam ao clima e solo da região, é possível aos poucos, se sobressair em

relação ao modelo produtivo local. De acordo com Pelegrini e Gazolla (2008, p. 44), a

modernização da agricultura através da incorporação do progresso tecnológico é que fez com

que houvesse aumento da produtividade da terra e do trabalho.

2. Comunicação Rural e Sindical

2.1 Comunicação Rural

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Independente do meio onde vivemos, rural ou urbano, somos sujeitos comunicáveis

seja pela fala, escrita, olhares, gestos ou códigos. De acordo com Eduardo Nicol (1965 apud

Paulo Freire, 1983, pg. 44), “o mundo humano é [...] um mundo de comunicação, de

mediação entre homens que pensam falam e agem”. Juan Dias Bordenave (1988, p. 07)

conceitua comunicação rural como um conjunto de fluxos de informações, de diálogo e de

influência recíproca existentes entre os componentes do setor rural. Os meios pelos quais

estas informações circulam podem ser de natureza pessoal, formal ou informal, ou seja, nas

visitas mútuas, reuniões, exposições nas festas e velórios, como também através da mídia, A

comunicação rural, então, é um processo mais amplo que a informação agrícola ou a extensão

rural. De acordo com Bordenave (Ibid.), isso se deve ao fato de que a sociedade rural está

composta de grupos, associações, empresas e famílias entre as quais existem numerosos e

dinâmicos fluxos de comunicação. Segundo Freire (1983, pg. 45), “o sujeito pensante não

pode pensar sozinho, não pode pensar sem a co-participação de outros sujeitos”. Nesta co-

participação dos sujeitos no ato de pensar é que se dá a comunicação. Bordenave (1988)

refere-se ao diálogo participativo em que as famílias é que mudam ou transformam a

realidade rural e o agente de extensão é um co-participante.

Segundo Marques de Melo (1993, apud Magalhães 2004) aponta que a pobreza é

muito maior no campo do que na cidade, chegando a 39% da população rural em 1990. No

campo, é onde se encontram os menores índices de escolaridade e as maiores taxas de

analfabetismo do país. A agricultura concentra os mais baixos níveis de renda média. Para

Marques de Melo, tudo é uma questão de produção de conhecimento.

[...] se não priorizarmos a produção de conhecimento brasileiro sobre os processos

de comunicação rural continuaremos reproduzindo na sala de aula modelos

importados acriticamente das bibliografias estrangeiras ou realizando estudos

marginais sobre fenômenos típicos da vida rural, mas que não aprofundam as

relações simbólicas ou as mediações culturais (MARQUES DE MELO, 1993, p

77).

Muitas experiências frustradas em que o conhecimento técnico não foi aceito pelo

homem do campo por não compreender o conteúdo proposto devido à falta de conhecimento

deste conteúdo teórico, provocaram comentários de que o homem do campo não é capaz de

aceitar as inovações. No entanto, segundo Freire (Ibid.), faltou o verdadeiro entrosamento

entre a teoria e a prática, ou seja, a práxis em que ensinar e aprender devem estar em sintonia.

De nada adianta o conhecimento técnico sem que se considere a realidade do local aonde vai

se aplicar essa teoria. Magalhães (2004) explica que a comunicação se estabelece através da

trocas de idéias, do diálogo e da construção comum, que só é possível quando dois pólos da

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estrutura relacional funcionam. Neste sentido, todo transmissor pode ser receptor, e todo

receptor pode ser transmissor.

No que se refere à tomada de decisões na agricultura, Bordenave (1988, pg. 21)

destaca três fatores: Querer, saber e poder. “A comunicação influi decisivamente sobre estes

três fatores: agricultores vão querer adotar uma inovação se sabem que ela existe e quais são

suas conseqüências e poderão executá-la se aprendem como fazer, isto é, os procedimentos

correspondentes”. Sendo assim, depois de ter certeza sobre como vai se realizar a atividade

proposta, o agricultor aceita sua aplicação. Importante mencionar que em determinadas

experiências se implantou o novo modelo tecnológico a partir de um dos membros do grupo.

Ou seja, a informação agrícola adotou técnicas de marketing, e o sucesso destes fez com que

outros agricultores viessem a implantar também a novidade.

Em se tratando de extensão, de acordo com Bordenave (1988, pg. 26), “a palavra

extensão vem da ação de estender os resultados da pesquisa agrícola aos agricultores”. Porém,

vale ressaltar que de nada adianta uma pesquisa apontar para melhorias, se neste sentido for

necessário o uso de máquinas, fertilizantes e defensivos incompatíveis com a capacidade

produtiva da propriedade. Sendo assim.

Há de se considerar que tecnologia agrícola, então, não são as sementes, máquinas

ou adubos, mas o conhecimento de seu uso correto num sistema de produção

determinado. Transferência de tecnologia, neste sentido, significa comunicação de

conhecimentos (BORDENAVE, 1988, pg. 48).

É importante para a comunicação rural levar em conta o estágio tecnológico em que se

encontram os agricultores de uma determinada região. Quando se aplica o conhecimento

como uma ferramenta transformadora, podemos dizer que essa inversão de fluxo informativo

representa a passagem da informação agrícola para a comunicação rural, neste sentido a

informação se difunde e aparece como uma troca de diálogo mútuo. Segundo Freire (1983,

sp) “a capacitação técnica constitui-se como um espaço que é objeto da reflexão dos

camponeses”. Se até a década de 70 a comunicação se dava de cima para baixo na figura de

um produtor de mensagens, que se dirigia ao agricultor unilateralmente, segundo Bordenave

(Ibid.), a comunicação rural cada vez mais deixa de funcionar naquele padrão vertical de

simples difusão. Hoje, ela está evoluindo para um diálogo participativo e problematizador, e

se percebe claramente esta ocorrência entre todos os grupos, pessoas e instituições que

compõem o setor rural.

Há de se considerar também outro fator diante da realidade crescente de um novo rural

brasileiro. Conforme Campanhola e Silva (2000 apud Magalhães 2004), pessoas da cidade

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vão morar para o interior em busca de melhor qualidade de vida, desenvolvendo novas

alternativas de produção e industrialização. Segundo os autores “estas atividades geram a

mobilização de pessoas, incrementando o comércio de mercadorias, transporte e

comunicação, serviços auxiliares e atividades econômicas no meio rural”. Trata-se da

chamada nova ruralidade.

2.2 Comunicação Sindical

O sindicalismo no Brasil surge em 1858 no Rio de Janeiro com a sociedade de auxílio

mútuo. Estas sociedades acolhiam pessoas que estivessem passando por necessidades. Em

1906, ocorre o primeiro congresso dos trabalhadores que criam a Confederação Operária

Brasileira. Segundo Ribeiro (2008, sp), o objetivo do encontro era de democratizar o

movimento sindical e fazer da entidade sindical um órgão que representasse de verdade a

classe trabalhadora. O congresso foi um enfrentamento à política desvirtuada de alguns líderes

que apenas representavam seus próprios interesses, ao invés de representar sua categoria.

Nas décadas de 60 e 70, há uma busca do movimento camponês no sentido da

participação político-ideológica do movimento sindicalista rural interessado na condução do

próprio movimento. Dala Nora (2007,sp) aponta que, durante a década de 1980, aconteceram

algumas alterações sofridas pelo sindicalismo rural em consonância com o novo cenário

nacional de abertura democrática. E, dessa forma, nasce o “novo sindicalismo”, com

discussões mais críticas sobre a ação sindical. Com isso a luta sindical fica mais incisiva em

suas pautas de reivindicações.

Lima (2006,sp) define a questão em uma luta de nível ideológico, pois há muita

manipulação nos meios de comunicação e a atuação do sindicato deve ser no sentido de

revelar as coisas como elas são e como a política se desenvolve, sem manipulação. Mas é

importante destacar que a luta se faz com povo organizado e o sindicato é o instrumento que

articula esta luta.

Quando falamos nessa luta ideológica, queremos reforçar essa idéia de que os

trabalhadores deveriam ser formados no sentido de compreenderem a realidade objetiva em

que vivem. Mas isso só não basta. Lima (Ibid.) salienta que deve-se colocar as pessoas em

movimento para buscar suas reivindicações. Neste sentido, as manifestações em prol de seus

direitos, o material produzido para o convencimento e a sensibilização da comunidade diante

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das reivindicações são argumentos que mobilizam e colocam as pessoas em movimento na

busca de seus direitos.

A organização sindical, em face aos problemas sociais, aparece como um espaço de

sobrevivência e resistência, em razão da construção de um modelo capaz de suprir as

adversidades regionais e locais.

Para Schneider (2003 apud Pelegrini e Gazolla, 2008, p. 75), deve-se levar em conta a

necessidade de estratégias de reprodução social frente às diferentes situações sociais. A

reprodução social, econômica, cultural e simbólica das formas familiares dependerá de um

complicado jogo através dos quais as unidades familiares relacionam-se com o ambiente e o

espaço no qual elas participam.

De acordo ainda com Schneider (Ibid.), desse modo, a reprodução não é apenas o

resultado de um ato de vontade individual ou do coletivo familiar ou, tampouco, uma

decorrência das pressões econômicas externas do sistema social. A reprodução social, então, é

o resultado do processo de intermediação entre indivíduos, entre membros com sua família e

estes interagindo com o ambiente social em que estão inseridos.

Cicília Peruzzo (1998,sp) diz que as pessoas se envolvem, se mobilizam, e se

organizam para assegurar a observância dos direitos fundamentais da pessoa humana ou,

ainda, para tratar de temáticas sociais mais amplas que dizem respeito ao conjunto da

sociedade.

Os estudos sobre comunicação e educação tendem a enfocar as relações e as inter-

relações entre os dois campos do conhecimento, principalmente a questão do ensino

aprendizagem enquanto mediada por um processo comunicativo; da utilização de

meios de comunicação na educação presencial; nas instituições de ensino; do papel

da mídia no processo de educação; da educação para a recepção crítica das

mensagens transmitidas através dos meios massivos, especialmente da televisão

(PERUZZO, 1998).

Peruzzo (Ibid.) destaca ainda que, as pessoas participam de grupos de interesses

sociais, organizações não governamentais, sindicatos e outros, na medida em que pela

organização e aplicação de suas idéias promovem um tipo de educação informal solidificado

pela cultura popular em benefício da formação para a cidadania. Para a autora isso abre uma

perspectiva diferente das mencionadas acima. Com isso nosso foco volta-se para a edu-

comunicação forjada em outro lugar, no âmbito da educação informal, mais precisamente a

que ocorre no contexto de organização e ação das organizações e movimentos populares.

Segundo Krohling (1997,sp), referindo-se aos movimentos sociais urbanos e rurais, “é

inegável a contribuição que os sujeitos coletivos sociais e políticos, emprestaram ao

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alargamento do exercício do campo da política e ao processo de redemocratização da

sociedade”. A educação é um espaço de afirmação social de busca e partilha de

conhecimento. A comunicação é o facilitador para que o conhecimento chegue aos diferentes

tipos de grupos de pessoas.

Pereira (2006) observa que se percebe a disputa pelo sentido, a intenção de que seus

significados sejam decodificados por determinados grupos sociais. Segundo o autor, os meios

de comunicação sindicais, mais do que unidade, preocupam-se em mostrar uma aparente

unanimidade da categoria.

Um grande desafio para a construção do desenvolvimento humano e social demanda

de um intenso processo de formação de dirigentes e lideranças que se tornem capazes de

administrar as mudanças propostas como estratégias de enfrentamento e de organização do

movimento sindical em busca de formação consciente e ativa.

O material analisado se organiza entre a comunicação rural e sindical, buscamos

analisá-lo para observar de que forma ele contribui como instrumento de comunicação,

informação e formação dos trabalhadores da agricultura familiar.

3 Metodologia Utilizada para a Construção da Análise

Para a pesquisa que nos propomos fazer, vamos utilizar a metodologia de análise de

conteúdo de sete folderes, cinco folhetos e uma revista de origem da Federação dos

Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul FETAG/RS, e entidades afins, coletados

no balcão da sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Frederico Westphalen.

Nossa análise parte do pressuposto de que a elaboração de materiais para auxílio e divulgação

das lutas dos movimentos sociais, neste caso do STR, abre espaço para uma reflexão do

impacto que este conteúdo provoca nos associados. Grande parte do material é produzido em

nível nacional, estadual e adequado às demandas regionais e locais, e refletido na realidade

local através da sua distribuição, já outro montante é produzido na própria sede sindical e a

principal maneira de atingir o publico alvo (agricultor) é por meio das discussão em reuniões,

encontros comemorativos, lutas e mobilizações. A intenção da nossa análise é apontar

algumas características em relação à educação e formação sindical direcionada ao meio rural.

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A análise de conteúdo é entendida como uma técnica hibrida que faz uma ponte

entre o formalismo estatístico e a análise qualitativa de materiais. De acordo com Bauer

(2002, sp), “a análise de conteúdo oscila entre estes dois pólos, ora valorizando a aspecto

quantitativo, ora o qualitativo”. Esta escolha vai depender da ideologia e dos interesses do

pesquisador. Segundo Wilson Corrêa da Fonseca Junior (2008, p. 285), “se o objetivo da

pesquisa é o aprofundamento deve-se usar o método da técnica qualitativa para que se possam

obter melhores resultados”. A nossa análise tem como foco os temas, as fontes e as imagens

do material coletado. Com isso esperamos poder aprofundar nossos estudos em relação a este

conteúdo.

O sindicato utiliza também o rádio para comunicar-se com seu público alvo, no

entanto por questões no que se refere aos diferentes recursos comunicacionais e suas

características muito diferenciadas, uma análise do programa radiofônico torna-se

incompatível com a nossa proposta. Outro fator é que no programa de rádio os assuntos são os

mesmos abordados nos folderes, folhetos e revista. Em virtude destes aspectos, optamos em

deixar o programa de rádio fora da nossa análise, mantendo o foco no material impresso.

O material impresso tem como característica a durabilidade, a possibilidade de

trabalhar com ilustrações, de poder circular entre vizinhos e mesmo em um local de pouco

acesso pela dificuldade de distribuição, como é o caso do meio rural da região, é bastante

valorizado justamente por essa possibilidade de ler e passar de um para outro e assim poder

comentar a respeito do conteúdo entre familiares, vizinhos e amigos. Para que nossa análise

possa ter foco, sem que para isso precise se usar de argumentos e métodos de outros gêneros,

optamos em somente analisar parte do material impresso do STR deixando além do programa

de rádio, também o jornal fora de nossa análise. Com isso nos propomos em ater-mos

exclusivamente nos folderes, folhetos e revista, que, abordam os mais diversos temas em

ralação ao Sindicato.

Alguns materiais coletados não possuem fonte revelada nem ano da publicação, são de

certa maneira um tanto rústicos e produzidos de forma quase artesanal. No entanto,

consideramos importante utilizá-los em nossa análise em virtude da possibilidade de

identificar a qualidade do conteúdo informacional destes. Outros materiais possuem fontes e

datas mencionadas, qualidade de impressão e fotos muito boas.

No quadro demonstrativo a seguir vimos a classificação do material em análise.

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Quadro 1 - Material impresso coletado no balcão do STR/FW

FORMATO TEMA DATA ORIGEM TAMANHO COR

Folder Agricultor e

agricultura familiar

Não há Fetag –

RS/STRs/Contag

Quatro faces Colorido

Revista Agroindústria

familiar rural

2009 Fetag/Emater Oito faces Colorido

Folheto Centro natureza,

vida e saúde

Não há STR Duas faces Colorido

Folder Crédito fundiário Não há CONTAG/FETA

G/STTRs

Oito faces Colorido

Folder Cooperativa

Habitacional da

Agricultura

Familiar Ltda

Não há Fetag/RS Seis faces Colorido

Folheto Declaração anual

de rebanho é

obrigatória

2010 Governo do

RS/DFDSA/DPA

Uma face Colorido

Folheto Dia Internacional

da Mulher

2011 STR Uma face Colorido

Folder Escola de ensino

médio – Casa

familiar rural

2006 Casa Familiar

Rural

Quatro faces Colorido

Folder Fetag – RS 47 anos

de lutas e de

conquistas

2010 Fetag –

RS/STRs/Contag

Quatro faces Colorido

Folheto Fumicultor:

Valorize o Seu

Trabalho

Não há STR/Fetag Duas faces PB

Folder Proagro Mais Não há Banco do Brasil Quatro faces Colorido

Folder Programa Nacional

de Crédito

Fundiário

Não há CONTAG/FETA

G/STTRs

Dez faces Colorido

Folheto Sindicato dos

Trabalhadores

Rurais

Não há Fetag - RS Duas faces PB

Fonte: o autor

Neste sentido, o material produzido e distribuído pelo STR serve para o

convencimento e a sensibilização dos trabalhadores e trabalhadoras rurais e também da

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comunidade diante das reivindicações dos agricultores. São argumentos que visam a

mobilização e tendem a colocar as pessoas em movimento na busca de seus direitos. Nossa

análise se propõe a identificar de que forma estes conteúdos se organizam com esse propósito.

4 A Comunicação Rural – Sindical no Sindicato dos Trabalhadores Rurais

4.1 Temática

Quadro 2 - Temas recorrentes nos treze itens analisados

Ordem Temas N° de vezes que aparece

01 Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) 10

02 Agricultura Familiar 09

03 Legislação e Meio Ambiente 07

04 Federação dos Trabalhadores na Agricultura

(Fetag)

06

05 Crédito Fundiário 05

06 Política Agrícola 05

07 Previdência Social e Saúde 05

08 Habitação 04

Fonte: o autor

Dez dos treze itens analisados tem como tema o Sindicato dos Trabalhadores Rurais,

apresentando conteúdos relacionados à luta e organização dos trabalhadores rurais. Trata-se

de assuntos que dizem respeito à história, mobilizações e conquistas do movimento sindical.

Nota-se que esse tema ora aparece nomeado como “STR” e ora como “movimento sindical”.

O STR aparece mais como entidade, estrutura organizacional, e o movimento sindical como

as atividades que dirigentes e trabalhadores realizam no dia-a-dia da luta sindical. É

importante destacar que luta se faz com povo organizado e o sindicato é o instrumento que

articula esta luta. Neste sentido, Pereira (2006, sp) observa que se percebe a disputa pelo

sentido, a intenção de que seus significados sejam decodificados por determinados grupos

sociais. Segundo o autor, os meios de comunicação sindicais, mais do que unidade,

preocupam-se em mostrar uma aparente unanimidade da categoria, por isso, a freqüência

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deste tema no material analisado. Lima (2006, sp) salienta que se deve colocar as pessoas

em movimento para buscar suas reivindicações, e segundo Freire (1983, pg. 45), “o sujeito

pensante não pode pensar sozinho, não pode pensar sem a co-participação de outros sujeitos”.

Desta forma, a participação, o envolvimento das pessoas no movimento sindical, se justifica

pela necessidade de estar em contato com as outras pessoas de sua classe. E o material de

divulgação busca justamente essa unidade, mostrando os trabalhadores em suas atividades na

roça, no sindicato nas mobilizações e encontros comemorativos (oito de março - dia

internacional da mulher), mostrando um contexto que relaciona participação com conquistas

para a categoria.

Em nove dos treze itens analisados, a Agricultura Familiar aparece como tema.

Conforme dados apresentados por Guilhoto (2003, sp), a agricultura familiar representa 27%

do Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul e as cadeias produtivas vinculadas ao

campo representam metade do PIB do Estado. A agricultura familiar concentra a grande

maioria dos trabalhadores rurais, produtores de boa parte da matéria-prima que é utilizada

pela agroindústria familiar formando assim um ciclo, uma cadeia produtiva que agrega valor a

esse produto primário. Assim, pela recorrência deste tema vê-se que o STR/FW tem como

público agricultores familiares. Nessa temática o principal assunto é a agricultura familiar e

sua característica de pequena propriedade com mão-de-obra familiar, produzindo e

comercializando produtos in-natura ou industrializados pela própria família em pequenas

agroindústrias. Neste sentido, Pelegrini e Gazolla (Ibid.) comentam que o processo de

industrialização artesanal de alimentos possui um caráter cultural e histórico, que se constitui

em uma prática das unidades de produção familiar. Segundo os autores, a modernização da

agricultura através da incorporação do progresso tecnológico é que fez com que houvesse

aumento da produtividade da terra e do trabalho. De acordo com Freire (Ibid.), a capacitação

técnica constitui-se como um espaço que é objeto da reflexão dos camponeses.

Essa abordagem temática em relação à agricultura familiar numa perspectiva de se

organizar a propriedade de forma que gere renda em uma economia sustentável e de

qualidade, além do ensino de técnicas agrícolas, faz referência à educação e a formação dos

trabalhadores de acordo com a realidade da pequena propriedade. Gadotti (1999) diz que, a

educação tem um papel importante no processo de humanização do homem e na

transformação social. Isso significa uma educação especifica para um meio, no caso, o meio

rural, um grupo diferenciado com um interesse social. O material mostra o meio rural com

jovens, mulheres e homens se dedicando à formação, seja ela técnica (conhecimentos

científicos aplicados à agropecuária) ou social (formas de organização, direitos, qualidade de

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vida). Neste sentido, a sucessão rural é apontada no conteúdo com a preocupação de formar

o jovem do campo, capacitá-lo em espaços educacionais voltados ao meio rural como a

pedagogia da alternância que valoriza a teoria e a aplicação prática do conhecimento na

propriedade rural.

Em sete dos treze itens, o tema tem relação com a questão da Legislação e do Meio

Ambiente, seja para a implantação e regulamentação de agroindústrias ou pela questão

ambiental, vigilância sanitária e sanidade animal. Os temas estão em foco neste período de

discussão sobre o novo código florestal. Tais questões relacionadas ao meio ambiente são

bastante discutidas pela repercussão que têm no cenário nacional e, com isso, no meio rural.

Neste sentido é importante que os trabalhadores conheçam e entendam o que significa essa

discussão, por isso, ela é frequentemente abordada no material disponibilizado pelo STR. A

busca pelo desenvolvimento sustentável que não agrida a natureza, com responsabilidade

social e cultural passa pela temática da legislação. A legislação não é só lei é conhecimento e

adequação. Segundo Schneider (2003 apud Pelegrini e Gazolla, 2008, p. 75), deve-se levar em

conta a necessidade de estratégias de reprodução social frente às diferentes situações sociais.

Neste sentido, a reprodução social, econômica, cultural e simbólica das formas familiares

dependerá de um complicado jogo através dos quais as “unidades familiares” relacionam-se

com o ambiente e o espaço no qual elas participam. O tema do material é significativamente

focado na questão da legislação, em virtude da atividade agrícola precisar estar de acordo com

liberações ambientais e autorizações sanitárias. Esse material serve de instrumento de

comunicação junto aos agricultores para a divulgação dessas exigências.

Em seis dos treze itens, o tema é a Federação dos Trabalhadores na Agricultura

(Fetag). A Fetag fica em uma posição intermediária entre os sindicatos e a Confederação

Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e serve de elo e representa no estado do

Rio Grande do Sul, os pequenos trabalhadores da agricultura, que são, na grande maioria,

trabalhadores da agricultura familiar. Cicília Peruzzo (Ibid.) diz que as pessoas se envolvem,

se mobilizam, e se organizam para assegurar a observância dos direitos fundamentais da

pessoa humana ou, ainda, para tratar de temáticas sociais mais amplas que dizem respeito ao

conjunto da sociedade. Estas informações destacam em números a quantidade de pessoas que

ela representa em todo estado, em torno de 1, 3 milhões de trabalhadores (as) rurais, 351

sindicatos filiados em 23 regionais sindicais. Os números sugerem a importância pela quantia

de pessoas que agrega em sua estrutura. Assim, essa organização está refletida no material

analisado para que os agricultores conheçam a estrutura que os representa. O propósito

comunicacional do material enfatiza a luta a história e as conquistas do movimento sindical

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colocando-se como mediador e representante dos agricultores. Assim, o objetivo

comunicacional da inserção dessa temática é legitimar a estrutura organizacional do sindicato

dos trabalhadores rurais e sua atuação social.

Em cinco dos treze itens, aparece o tema do Crédito Fundiário. O material aborda

questões relacionadas à necessidade de se conquistar crédito fundiário e agrícola viável de

acordo com a realidade da pequena propriedade à aquisição de terra com juros e prazos

diferenciados, considerando o alto valor dos insumos à necessidade de investimentos para que

se tenham condições de produzir e comercializar. Segundo Pelegrini e Gazolla (2008, p. 37), a

agricultura familiar passa pelos mercados tanto de mercadorias agropecuárias como de

serviços e da força de trabalho. Isso justifica a necessidade de produzir e comercializar, e

também de ter acesso a terra. No material, se destaca a importância da comunicação como um

instrumento de levar o conhecimento aos trabalhadores, para se ampliar e fortalecer as

estratégias na luta pelo crédito fundiário, de se divulgar estas informações nos meios de

comunicação disponíveis a fim de sensibilizar a sociedade quanto à importância de se

conquistar esse direito ao financiamento.

Em cinco dos treze itens, o tema trata da questão da Política Agrícola referente ao

preço dos produtos, à assistência e programas diferenciados aos agricultores e ainda o seguro

agrícola. As questões relacionadas aos trabalhadores e trabalhadoras rurais apontam para a

necessidade de se construir políticas públicas capazes de suprirem as demandas do meio rural.

Neste sentido, a valorização do trabalho do grupo familiar está relacionada a melhorias da

vida no campo, com a implantação de vários programas, entre os quais o seguro agrícola.

Estas ações promovidas pelos trabalhadores rurais em defesa da sua categoria vão de encontro

à formulação de políticas publicas para a agricultura na defesa da reforma agrária, em

benefício de atender aos trabalhadores sem-terra e assalariados do campo, bem como, os

trabalhadores arrendatários sem condições de adquirir sua terra. Segundo Krohling (1997,

sp), referindo-se aos movimentos sociais urbanos e rurais, é inegável a contribuição que os

sujeitos coletivos sociais e políticos, emprestaram ao alargamento do exercício do campo da

política e ao processo de redemocratização da sociedade. Assim, o sindicato busca mobilizar o

agricultor no sentido de ativar politicamente o movimento na articulação de manifestações em

defesa de condições de vida no meio rural.

Também em cinco dos treze itens, os temas da Previdência Social e Saúde são

abordados. Eles dizem respeito ao acesso à saúde, ao uso de métodos alternativos de saúde

preventiva e curativa à base de fitoterápicos (ervas medicinais). O material destaca a

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organização dos trabalhadores e, de forma geral ressalta a importância da busca por

direitos, entre estes os relacionados à previdência social e à saúde, salário maternidade,

aposentadoria. Segundo Lima (2006, sp), neste sentido, as manifestações em prol de seus

direitos, bem como o material produzido para o convencimento e a sensibilização da

comunidade diante das reivindicações são argumentos que mobilizam e colocam as pessoas

em movimento na busca de seus direitos.

Quatro dos treze itens apontam o tema da habitação rural como forma de melhorar a

vida dos trabalhadores do campo. Esta pauta se tornou um marco da luta do movimento

sindical, conquistando benefícios para a população rural. A luta pela moradia já garantiu

melhorias na vida de muitos trabalhadores da roça, com moradia digna se possibilita avanços

em outras áreas ainda carentes de programas e avanços. A importância deste tema para o

sindicato pode ser observada no fato de que um dos folderes tratava exclusivamente deste

tema, pois a moradia é entendida pelo sindicato como um dos principais fatores para se ter

qualidade de vida.

4.2 Fontes

Quadro 3 - Fontes

Banco do Brasil 1

Casa familiar rural 1

Confederação Nacional dos trabalhadores

na Agricultura (Contag) 3

Empresa de Assistência Técnica e

Extensão Rural (Emater)

1

Federação dos Trabalhadores na

Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag) 8

Governo Federal 1

Governo RS – Secretaria da Agricultura 2

Ministério do Desenvolvimento Agrário 1

Secretário de Política Agrária da (Contag)

Willian C. S. Matias

1

Secretaria de Reordenamento Agrário 1

Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) 5

Total 25

Fonte: o autor

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O quadro das fontes mostra que não há presença de agricultores como fontes, mas

somente a presença de entidades representativas, os sindicatos, as federações e a

confederação, além de outras entidades parceiras. Somente um texto sobre crédito fundiário e

luta sindical é assinado pelo Secretário de Política Agrária da Contag Willian C. S. Matias. O

material não é organizado na forma de entrevistas e sim por temas ligados ao movimento

sindical.

A voz institucional apresenta os conteúdos direcionados à classe trabalhadora com o

objetivo de informá-la, porém, a voz do indivíduo está representada nesses conteúdos, numa

relação fundamental: O sindicato representa os agricultores, logo a voz do sindicato é a voz

dos agricultores, nesta lógica, partindo da realidade do ambiente da luta sindical composta de

lideranças e trabalhadores é que surge está representação. Os nomes das pessoas responsáveis

por elaborar esses conteúdos não aparecem como fonte, apenas aparece o nome da entidade.

Além disso, o processo de seleção dos temas e sua abordagem se dá em um processo

comunicativo que inicia como reuniões, debates encontros e manifestações em defesa do

interesse dos trabalhadores (ambiente da luta sindical). Em seguida, esses temas e esses

debates servem de base para a elaboração desses conteúdos divulgados pelas entidades

representativas, como construindo uma espécie de “autoria coletiva”, que será assinada pelo

órgão de representação.

As entidades parceiras são oriundas notadamente de órgãos governamentais. Isso

mostra que o movimento sindical para construir suas conquistas precisa estar em sintonia com

as políticas públicas governamentais.

4.3 Imagens

Quadro 4 - Imagens

Educação 22

Mobilizações 10

Trabalho, vida no campo e

produtos

49

Total 81

Fonte: o autor

Das 81 imagens analisadas, em 49, o assunto é o trabalho dos agricultores, sendo na

grande maioria das vezes o agricultor representado em trabalho braçal, com enxadas, alicate

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de poda, equipamento de apicultor, carregando fumo, colhendo legumes, frutas e cereais.

São produtos oriundos da agricultura familiar, produtos in-natura ou industrializados,

artesanatos, ervas medicinais e produtos derivados das plantas medicinais. Poucas pessoas

apenas estão em composição com o ambiente rural próximas de suas casas. O trabalho braçal

sem grandes aparatos tecnológicos também é característica do público presente nas imagens,

que é o público do STR. Das 81 imagens, em 22, aparecem pessoas em salas de aula,

mostrando a educação voltada ao meio rural. Isso também ocorre na representação de aulas

práticas em campo, onde aparecem várias culturas sendo manuseadas por jovens estudantes.

Em outras imagens, aparecem pessoas adultas em espaço de formação, reunidas em salas,

debatendo, discutindo apresentado propostas dos debates.

Das 81 imagens, em 10, estão presentes muitas pessoas participando de mobilizações,

com faixas, bandeiras, enxadas. Concentradas em praças, reivindicando suas pautas na luta do

movimento sindical. Há também algumas pessoas se pronunciando para a multidão. Em

outras imagens, as pessoas estão de mãos dadas caminhando, se movimentando e também em

algumas cercadas pela polícia.

Nas imagens, os trabalhadores ganham destaque, em uma tentativa de mostrar que o

movimento sindical é feito por trabalhadores, trabalhadoras e jovens rurais. O protagonismo

dos trabalhadores está evidenciado pelo trabalho no campo, em movimentos sociais e projetos

educacionais. Se os agricultores não aparecem como fontes, eles são marcadamente

assinalados nas fotos e figuras. Nestas, não há ênfase nos líderes, presidentes de sindicatos ou

políticos, mas nos trabalhadores.

A atividade agrícola retratada deixa claro que se trata de pequenos produtores,

trabalhadores em regime de economia familiar. Mostra ainda que, além do trabalho, a classe

está em busca de conhecimento, de aperfeiçoamento e também atenta para defender seus

direitos organizando-se e participando de mobilizações. A grande maioria das imagens não

credita autoria ao fotógrafo, para ser mais exato, apenas uma foto está creditada como

“Arquivo da Contag”.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao finalizar esta pesquisa sobre comunicação e formação sindical rural, tendo como

base o material impresso, coletado no balcão do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de

Frederico Westphalen, observamos a grande incidência da agricultura familiar e suas

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características familiares enquanto composição e forma de trabalhar. Homens, mulheres e

jovens trabalham a terra numa perspectiva de qualidade de vida, que está profundamente

ligada às lutas do movimento sindical, formado justamente por este público da agricultura

familiar. Nesse contexto de trabalho, lutas e conquistas os trabalhadores organizados em

espaços de formação e debates sobre a realidade do campo, formulam suas reivindicações. O

conteúdo destas atividades se transforma em material de divulgação e conhecimento entre os

trabalhadores do campo, e se torna um instrumento de comunicação.

No entanto, observamos que os agricultores não aparecem como fontes no conteúdo

escrito dos folderes, folhetos e revista, mas aparecem nas fotos. Por outro lado os diretores

dos sindicatos e entidades parceiras, na maioria governamentais, aparecem pouco nas fotos e

mais como fontes nos conteúdos analisados. No geral, a temática aborda questões que são da

realidade da vida no campo, mas é nas fotos realmente que fica evidente o público-alvo do

material, destacando os trabalhadores em suas atividades de trabalho, estudo, formação e

mobilizações.

Na maioria dos temas há indicativos, orientações, informações de como funcionam

determinados programas e como fazer para participar, ainda chamam a atenção para a

necessidade de estar em sintonia com as pautas mantidas pela FETAG e os sindicatos,

colocando os avanços das mobilizações.

Nos conteúdos em geral, a informação é transmitida de forma sucinta, mas nem por

isso menos informativa. Essa característica de ser resumida é comum ao tipo de material

comunicacional analisado, constituído de folderes, revistas de poucas páginas e panfletos.

Mas é também uma estratégia de atingir o agricultor público-alvo do sindicato, a partir desses

conteúdos rápidos com isso podemos concluir que o material cumpre seu objetivo

comunicacional que é o de ligar o agricultor ao sindicato para a solução de problemas

concretos de seu dia-a-dia. Assim, apesar do pequeno tamanho e quantidade de texto, há uma

grande quantidade de informações contidas em tais conteúdos abordando temas com relatos

históricos das lutas e conquistas, as explicações sobre os programas e acesso à benefícios e

crédito, enfim toda a temática abordada em relação a classe trabalhadora rural. O movimento

sindical formado por trabalhadores e sindicalistas possuem um instrumento de muito valor

para divulgar suas ações, apesar de não ter como fonte direta os agricultores, pode servir para

os trabalhadores como um instrumento comunicacional, informativo e formativo em relação

ao trabalho do Sindicato dos Trabalhadores Rurais.

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