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COMUNICAÇÃO INTERNA DA FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ COORDENADORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL | PRESIDÊNCIA | FIOCRUZ Peter Ilicciev

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COMUNICAÇÃO INTERNA DA FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ

COORDENADORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL | PRESIDÊNCIA | FIOCRUZ

Peter Ilicciev

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ada gestação é única. Pen-sando nas emoções e desa-

fios enfrentados pela mulher nesteperíodo tão particular, a equipe deenfermagem do Núcleo de Saúdedo Trabalhador, do Centro de Saú-de do Trabalhador da Coordena-ção-Geral de Gestão de Pessoas(Nust/CST/Cogepe), idealizou umespaço voltado para gestantes elactantes da Fiocruz. O grupo, comcerca de vinte mulheres -servido-ras, terceirizadas, bolsistas, esta-giárias e alunas da instituição -, sereuniu no primeiro encontro doprojeto Diálogos com a Enferma-gem: vivenciando a maternidadeno trabalho. A iniciativa é condu-zida pelas servidoras Isis Brasil eMichelle Caldas.

Temas envolvendo métodos paracuidar e evitar os desconfortos con-sequentes do período gestacional,dicas sobre amamentação, curiosida-des e experiências foram temas daconversa neste espaço de troca, queirá acontecer mensalmente. “Nós es-tamos aqui para apoiar, escutar vo-cês neste momento tão bonito e, aomesmo tempo, desafiador”, disse Isis.

As participantes puderam falarsobre o que estão vivendo e adqui-rir, por meio da troca de vivências epercepções, um novo repertório paratemas tão importantes. As residen-tes de enfermagem do Nust, Patriciade Castro e Thaís Linhares, trouxe-ram informações relevantes sobrematernidade, utilizando ferramentaslúdicas e criativas. Uma delas foi uma

C

Paragestantes

e novasmães

Nust promoveencontros mensaispara trabalhadoras

da instituição

dinâmica em que as participantes le-vantavam plaquinhas onde estavaescrito ‘Fala sério’ e ‘Com certeza’, re-presentando suas opiniões em rela-ção a questões relativas ao períodogestacional ou à amamentação.

A chefe substituta do Nust, Atta-tianna Vinagre, alertou sobre as par-ticularidades de cada gestação: “Olegal é que tudo ocorra bem”, se refe-rindo ao modelo ideal de parto, quedepende das necessidades da mãe edo bebê. Para os próximos encon-tros, mulheres em período gestacio-nal ou de amamentação podem en-trar em contato com o Nust pelo te-lefone (21) 3836-2203 ou pelo [email protected] e seinscrever por meio de um link queserá enviado por e-mail.

Por Lara Goulart

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Instituto de Tecnologia emFármacos (Farmanguinhos)

deu mais um passo no fortalecimen-to de seu papel estratégico para oSistema Único de Saúde: começou aprodução de tacrolimo, imunossu-pressor usado para evitar rejeiçãode rins e fígado transplantados. Omedicamento foi fabricado na novalinha, criada especificamente paraessa categoria terapêutica. A produ-ção pública foi viabilizada por umacordo de transferência de tecnolo-gia da indústria nacional Libbs Far-macêutica para a unidade a partir deuma Parceria de DesenvolvimentoProdutivo (PDP).

Segundo o diretor Jorge SouzaMendonça, a fabricação em Far-manguinhos significa garantir queo medicamento esteja disponívelgratuitamente para a população,assegurando aos pacientes a con-tinuidade do tratamento. “Esseslotes-piloto serão submetidos àAnvisa (Agência Nacional de Vigi-lância Sanitária) para inclusão deFarmanguinhos como local de fa-bricação. Temos total condiçõesde garantir o tratamento de todasas pessoas que necessitam do me-

dicamento. Nossa capacidade pro-dutiva é muito superior à deman-da nacional”, ressalta.

Equipamentosde pontaAs obras de readequação tive-

ram duração de um ano. Ao todo,a unidade isolou uma área de 410m2 exclusivamente para este imu-nossupressor. Além de contar comprofissionais altamente qualifica-dos, foram adquiridos equipamen-tos de última geração. A expectati-va é de que outros medicamentosdesta categoria terapêutica passema fazer parte do portfólio instituci-onal. Um deles é o everolimo, cujaPDP já foi formalizada em março.Assim que for concluído todo o pro-cesso regulatório, a unidade pode-rá também ofertá-lo gratuitamentena rede pública de saúde.

Mendonça explica ainda que aprodução do tacrolimo nas insta-lações do Complexo Tecnológicode Medicamentos (CTM) promove-rá muitos benefícios para a socie-dade. Além de suprir o SUS, possi-bilitará uma economia significati-

va ao Ministério daSaúde - recursos es-ses que podem ser in-vestidos em outrosserviços de saúde.

BeneficiadosA cooperação ge-

rou uma economia de cerca R$980 milhões aos cofres públicos noperíodo de cinco anos. Estima-seainda uma redução de 10% com aprodução na unidade. Essa redu-ção de custos é extremamente im-portante, uma vez que o uso do ta-crolimo é contínuo, ou seja, o pa-ciente deverá administrá-lo seminterrupção ao longo de sua vidaapós o procedimento cirúrgico.Para se ter uma ideia, são realiza-dos 6,3 mil novos transplantes derins e 1,4 mil de fígado por ano noBrasil. Atualmente, cerca de 34 milpessoas fazem uso desse medica-mento no país.

Uma delas é Araci Costa, donade casa de 74 anos, que teve umrim transplantado há 15 anos. Emoutubro de 2016, ela ligou para aFiocruz na tentativa de comprar omedicamento. A aposentada expli-

cou que não encontra-va o tacrolimo nos pos-tos de saúde e que pre-cisava do produto para

sobreviver. Na ocasião,havia rumores de desabastecimen-to do SUS, o que levou os pacien-tes ao desespero.

Do outro lado da linha, a aten-dente frisou que a Fundação nãovende, mas distribui gratuitamen-te pelo SUS. Como o produto aindanão estava sendo fabricado porFarmanguinhos, a funcionária pas-sou informações sobre uma asso-ciação de pacientes. “Por sorte eunão fiquei sem o medicamento.Entrei em contato com um grupoque tinha cápsulas sobrando e mecedeu algumas”, conta.

Um ano e meio após aquele pri-meiro contato, a instituição já pro-duz o medicamento. “Não foi fácilficar sabendo que eu precisava deum rim novo e que, ainda assim,tenho que tomar um medicamen-to para o resto da vida. Fiquei pre-ocupada com preço, pois essesmedicamentos são caros. Depoisfiquei sabendo que era fornecidogratuitamente”, conta Araci.

O

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Fotos:Alexandre Matos

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impossível passar pela Aveni-da Brasil, principal via expres-

sa da cidade do Rio de Janeiro, e nãoreparar um castelo pousado no altode uma pequena montanha. Se os de-talhes arquitetônicos pitorescos doCastelo Fiocruz sempre despertaramfascinação, foi no seu interior, nos la-boratórios e salões destinados à pes-quisa e produção de remédios e vaci-nas, que a instituição se firmou comosímbolo da ciência e da saúde públi-ca brasileira, mostrando o porquê dasingularidade desta construção atra-vessar o tempo. Em 2018, esse mo-numento completa 100 anos.

Construído entre 1905 e 1918, oprédio foi concebido por OswaldoCruz, desde o início, para ser a novasede do Instituto Soroterápico Fe-deral, do qual se tornou diretor-ge-ral em 1902. O cientista elevou a ins-tituição a outro patamar e quis criarum espaço emblemático, aos mol-des do Instituto Pasteur, em Paris,onde havia cursado por dois anos es-pecialização em microbiologia, so-roterapia e imunologia.

Em 1907, já consagrado inter-nacionalmente diante das questõesde saúde que se mostravam na épo-ca, como o combate à febre ama-rela, peste bubônica e varíola,Oswaldo Cruz transformou o Insti-tuto Soroterápico em Instituto dePatologia Experimental, para en-tão, em 1908, nomeá-lo InstitutoOswaldo Cruz. Somente em 1974 ainstituição passaria a se chamarFundação Oswaldo Cruz.

“Uma construção sólida comoessa mostra não apenas monumen-talidade, mas perenidade. Ou seja,era importante para Oswaldo Cruz

marcar, com o Castelo, a perenida-de e a solidez de uma instituição cri-ada por ele e também a solidez daciência e da saúde pública”, explicaRenato Gama-Rosa, coordenador doPrograma de Pós-Graduação emPreservação e Gestão do Patrimô-nio Cultural das Ciências e da Saúdeda Casa de Oswaldo Cruz.

“Num contexto como o nosso,hoje, vemos o quanto isso foi im-portante, pois essa solidez mostraa firmeza da missão de nossa insti-tuição, num país em que as con-quistas sociais estão constante-mente ameaçadas”, afirma Gama-Rosa. A presidente Nísia TrindadeLima vai além: “O Castelo é um sím-bolo reconhecido pelos diferentespaíses com os quais a Fiocruz esta-belece cooperação; um símbolo deuma ciência voltada para a saúdeglobal, a justiça e a paz”, afirma.

InspiraçãoBatizado de Pavilhão Mourisco, o

Castelo está inserido no contexto doecletismo do século 20. Foi projeta-do pelo arquiteto português Luiz Mo-raes Júnior e idealizado pelo própriopatrono da Fundação, que desenhouseus primeiros esboços, inspirado porduas grandes influências: a fachada doPalácio de Montsouris, em Paris, e osdetalhes neomouriscos de Alhambra,em Granada, na Espanha. Diferente-mente do que se imagina, o Castelonunca foi moradia de Oswaldo Cruz,que morreu em 1917, um ano antesda finalização das obras.

Acredita-se que as torres da Si-nagoga de Berlim também teriaminfluenciado o projeto. “A configu-ração final do projeto, de 1908, com

Patrimônio símbolo daciência no Brasil

completa 100 anos

ÉPor Erika Farias

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Um Castelopara chamar

de nosso

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cinco pavimentos, teria sido decidida em viagens docientista e do arquiteto à Alemanha. Na primeira via-gem, ambos teriam tido contato com a Sinagoga deBerlim e se inspirado a concluir o projeto do edifício”,afirma Gama-Rosa.

Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico eArtístico Nacional (Iphan), em 1981, o Castelo é o edifí-cio principal do Núcleo Arquitetônico de Manguinhos– composto ainda pelo Quinino, Cavalariça, Pavilhãodo Relógio, Pombal, Instituto Nacional de InfectologiaEvandro Chagas e a Casa de Chá. Patrimônio histórico ecultural que, desde 1986, está sob a guarda e a respon-sabilidade da Casa de Oswaldo Cruz (COC).

ConstruçãoPara construir o Castelo, foram utilizados materiais

importados em grande parte da Alemanha, França, In-glaterra e Portugal. A mão de obra era composta porbrasileiros, austríacos, italianos e portugueses. Tudo foiminuciosamente planejado, utilizando modernas técni-cas de construção: vitrais com padrões geométricos deinfluência mourisca; hall da escada revestido por pai-néis de gesso, originalmente folhados a ouro; varandascom azulejos portugueses e mosaicos com pastilhas ce-râmicas francesas; e planta em formato H para permitir aventilação dos ambientes. O cuidado com detalhes já de-monstrava a importância e o investimento que pesqui-sas e campanhas sanitárias tinham à época.

A estrutura do prédio foi finalizada em 1908. Doisanos depois, com a edificação já ocupada por pesquisa-dores e com laboratórios em funcionamento, o terceiro,o quarto e o quinto pavimentos começariam a ser con-cluídos. Em 1918, um Castelo de 1.572m², maior que seuprojeto original, era entregue. Uma arquitetura monu-mental, erguida sobre a principal colina do terreno daantiga Fazenda de Manguinhos e voltada para a Baía daGuanabara – cujas águas se aproximavam do Instituto,até 1947, quando seria finalizada a Avenida Brasil.

Por dentroAtualmente, são realizadas visitas guiadas ao Caste-

lo, por mediadores do Museu da Vida (COC). Ponto altoda visitação, é impossível não se impressionar com osalão da Biblioteca, que possui teto e paredes em estu-que de gesso decorado com desenhos mouriscos, alémde uma arcada, apoiada sobre colunas repletas de deta-lhes. Luminárias de bronze e latão, com cúpulas de opa-lina, dão uma luminosidade diferenciada ao espaço ondeeram realizadas as Mesas das Quartas-Feiras, reu-niões instituídas por Oswaldo Cruz em queos cientistas discutiam os arti-

gos recém-chegados à instituição.Muito além da suntuosidade da

construção, o Castelo foi também re-ferência de modernidade para a épo-ca em que foi construído. É dentro doedifício que está localizado o mais an-tigo elevador em funcionamento doRio de Janeiro. Foi também um dosprimeiros prédios a ter energia elétri-ca e instalações telefônicas, antes mes-mo que houvesse cabos de telefoniapara seu funcionamento. Detalhes portodos os lados, que não passam des-percebidos nem por quem frequentao espaço diariamente.

“Antes de trabalhar na Fiocruz,castelo para mim era coisa de filme,não era real. É um orgulho traba-lhar em um lugar assim, mesmocomo servente. Me sinto como sefosse o presidente”, afirma João Pe-reira de Arruda. “Mesmo trabalhan-do aqui diariamente, a gente não secansa de admirar. Às vezes, no meuplantão no final de semana, eu douum passeio pelo Castelo e sempredescubro um detalhe novo”, afirmao vigilante Adilson Carlos de Olivei-ra. “Quem passa na Avenida Brasil esó vê as cúpulas iluminadas não têmideia da magnitude desse lugar”,complementa Alessandra Rios, re-cepcionista da Biblioteca.

O Castelo Fiocruz é uma edifica-ção peculiar que, apesar de não tersido vista pronta por seu idealizador,mantém viva sua memória, ao se pre-servar como símbolo de uma ciênciainclusiva, que luta por melhores con-dições de saúde, cultura e cidadaniapara a população. Um palácio dopovo e para o povo. Um Castelo parachamar, com orgulho, de nosso.

Fotos:Acervo COC

colaborou César Chevrand

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m dos principais veículos deComunicação Interna, a We-

bTV Fiocruz completou sete anosem maio, no aniversário de 118anos da Fundação. Com programa-ção bem diferente de outras TVscorporativas – que contam comanúncios publicitários e notícias desites pagos -, o canal mantém pro-dução e conteúdo próprios, volta-dos exclusivamente à comunidadeFiocruz. Só no ano passado foram2.744 notícias divulgadas, sendo1.907 notas e 837 vídeos, numamédia de 228 notícias por mês. Es-ses números garantiram mais de7.300 horas de conteúdo no ar.

A equipe de Comunicação Inter-na da Coordenação de ComunicaçãoSocial (CCS) monitora diariamente26 sites da Fundação e de institui-ções como a Organização Mundial daSaúde (OMS), garantindo aos teles-pectadores informações confiáveise de interesse dos profissionais. Pre-sente em 59 pontos da Fiocruz, aWebTV conta com uma programa-ção diversificada. Atividades das uni-dades e escritórios da Fundação, cam-panhas institucionais, dicas de saúde,informações sobre o trânsito e o cli-ma e reflexões so-bre a sociedade eo papel do SUSsão temas da gra-de de notícias.

Nacional e local

O sistema usado hoje permitemanter programações diferentes, deacordo com o público e os pontos detransmissão. Cinquenta e sete TVsveiculam conteúdo nacional, produ-zido pela CCS. Em três unidades, essaprogramação é acrescida de notíci-as produzidas pelas assessorias decomunicação e veiculadas apenas in-ternamente: o Instituto de Tecnolo-gia em Imunobiológicos (Bio-Man-guinhos), a Escola Politécnica de Saú-de Joaquim Venâncio (EPSJV) e oInstituto Ageu Magalhães (IAM/Fi-ocruz Pernambuco). Já o Institutode Ciência e Tecnologia em Biomo-delos (ICTB) é uma TV afiliada à We-bTV Fiocruz. Na unidade, 60% sãoda grade geral e 40%, do ICTB, queconta com editorias próprias.

A WebTV funciona sem áudioe com legendas, mas duas fogema essa regra – têm áudio e pro-gramação diferente. A primeiraé de um projeto piloto da Presi-dência da Fiocruz realizado noCentro de Saúde Escola GermanoSinval Faria, unidade da EscolaNacional de Saúde Pública Sergio

U Arouca (CSEGSF/Ensp). A pro-gramação, direcionada aos paci-entes e acompanhantes do Cen-tro, veicula programas de debatee comportamento, com produ-ções do Canal Saúde, VideoSaúdeDistribuidora/Icicit e do Ministé-rio da Saúde, todos com lingua-gem de fácil compreensão.

A iniciativa surgiu em respostaà demanda dos próprios pacientese acompanhantes, que reclama-vam da programação das TVs aber-tas, com noticiários sobre violên-cia. A outra WebTV com áudio fun-ciona no Núcleo de Saúde do Tra-balhador, da Coordenação-Geralde Gestão de Pessoas (Nust/Coge-pe), no Campus Manguinhos. Oconteúdo é voltado para os traba-lhadores e estudantes atendidos nolocal. A programação conta comdebates e mostra experiências exi-tosas do SUS.

CampanhasTodos os meses uma nova cam-

panha é veiculada na programa-ção da WebTV em prol dos direi-tos humanos. Entre os assuntosabordados estão a igualdade de gê-

nero, a luta contra a homofobia, oracismo e a intolerância religiosa,suicídio e a prevenção de doenças,como a Aids e as hepatites virais.Muitos desses conteúdos contamcom animações, elaboradas pelaequipe da WebTV, em parceriacom a MC Digital - empresa con-tratada por licitação que opera osistema on-line – e vídeos produ-zidos pelas unidades da Fiocruz ouinstituições parceiras.

Além da FiocruzMuitas das campanhas elabora-

das para a comunidade Fiocruz sãoveiculadas também em outras TVsCorporativas, em instituições públi-cas e privadas, de diferentes segmen-tos. Em 2017, foram quatro campa-nhas, que tiveram como tema o com-bate ao Aedes Aegypti, o ciclo da fe-bre amarela, a prevenção das hepati-tes virais e a importância do aleita-mento materno. Todo o roteiro e arevisão dos conteúdos foram de res-ponsabilidade da equipe da WebTVFiocruz. No total, 15 clientes da MCDigital - em quatro estados, 15 ci-dades e 84 pontos de exibição - vei-cularam as produções. Em tempos

de fake news, esse se tor-nou mais um instrumentoimportante da garantia deinformação qualificadapara a sociedade.

completa sete anos no arVeículo integra unidades de todo o país com conteúdo exclusivo

WebTVPor Leonardo Azevedo

Um dos grandes de-safios da WebTV é man-ter todos os aparelhosligados e com progra-mação atualizada. O tra-balho, coordenado pelaCCS, é feito semanalmentee conta com o apoio dostrabalhadores da Fiocruz,que podem entrar em con-tato para avisar quando háalgo de errado com as TVs,por meio do telefone (21)3885-1776 ou pelo [email protected].

Manutenção

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m 2018, o Sistema Únicode Saúde (SUS) completa

30 anos. Uma conquista da Refor-ma Sanitária, dos movimentos dasaúde coletiva e do Estado demo-crático brasileiro, garantido comodireito pela Constituição Federal.Para celebrar essa data, o servi-ço de multimeios do Instituto deComunicação e Informação Cien-tífica e Tecnológica em Saúde(Icict) lançou a campanha AquiSomos SUS, em parceria com a Co-ordenação de Comunicação Soci-al da Presidência.

O mote da campanha é forta-lecer a imagem do Sistema Úni-co de Saúde junto à sociedade,por meio da utilização de um selocom o slogan Aqui Somos SUS.“Essa é uma forma de destacarseu caráter de saúde pública,nem sempre percebido com cla-reza pela população e usuários do

Sistema”, defende Mauro Campe-llo, designer gráfico responsávelpela equipe de criação do selo.

A ação é voltada tanto para opúblico interno da Fiocruz, quan-to para o externo. O selo está dis-ponível para download no Por-tal Fiocruz e, desde que respei-tadas as regras de aplicação,pode ser usado em espaços, pro-dutos, serviços e iniciativas rea-lizadas no âmbito do SUS; veícu-los de comunicação pública; pro-gramas de pesquisa e ensino emsaúde e instituições parceiras.

“O selo foi elaborado de modoa não interferir na compreensão daspeças gráficas onde será aplicado”,explica a designer Patrícia Ferrei-ra, chefe do Multimeios. Ele podeser usado de forma gratuita e semnecessidade de inclusão de créditosadicionais. Desde 2017, a Fiocruzjá utiliza a peça de forma gradual em

E eventos e materiais de divulgação,como no VIII Congresso Interno.“Aideia é não apenas divulgar o SUS,mas assumir que somos parte dele.A Biblioteca de Manguinhos é umaprodução do SUS. Não se trata ape-nas de mazelas. O SUS é muito maisdo que isso”, afirmou o diretor doIcict, Rodrigo Murtinho, ao apre-sentar o selo durante atividade co-memorativa pelos 32 anos do Ins-tituto e 30 anos do SUS, em abril.

Na área do Portal Fiocruz criadapara disseminação do selo, estão dis-poníveis o manual de aplicação e osarquivos para download, nos forma-tos PDF ou vetorial. A seção traz exem-plos de aplicação, papéis de parede, eoutros materiais relacionados ao SUS,como e-books e links para outros si-tes públicos. Para acessar: http://portal.fiocruz.br/aqui-somos-sus.

Selo destacaserviços de

saúde públicaPor André Bezerra

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colaborou Erika Farias

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portunidade de ingresso nomercado de trabalho para mui-

tas pessoas, o estágio funciona, comoporta de entrada para o mundo profis-sional e marca um período de transi-ções. É uma forma de o aluno aprenderna prática o que é visto em sala de aulae ter uma perspectiva acerca do quedeseja trabalhar no futuro. Baseada naLei de Estágio (Nº 11.788/2008), a Fi-ocruz abre suas portas, por meio deeditais públicos regulares, para quemilhares de estudantes de ensino mé-dio e superior possam concorrer a va-gas de estágio todos os anos.

Oferecer essa oportunidade paramuitos jovens significa para a Fiocruz,também, cumprir um de seus objeti-vos principais: a geração e difusão deconhecimento científico e tecnológi-co. “O estágio é sempre uma oportu-nidade de você ter contato com no-vas perguntas, novas questões que aFiocruz pode repensar. É uma formade a instituição se enriquecer com osnovos olhares que o estagiário podetrazer sobre determinada questão”,afirma a chefe do Departamento de De-senvolvimento de Recursos Humanosda Coordenação-Geral de Pessoas(DDRH/Copgepe), Andréa da Luz. Nosúltimos dez anos, cerca de quatro milestudantes tiveram a oportunidade deestagiar na Fiocruz.

PolíticaEm 2014, a Fundação desen-

volveu sua própria política de es-tágio e lançou o edital públicocomo instrumento norteador deseleção, passando a ter períodosconcentrados, com a abertura dedois processos por ano, em mé-dia. Desde então, mais de dois milestagiários passaram pelas di-versas áreas da Fiocruz. No iní-cio de 2018, havia 377 estagiá-rios em atividade. Em abril, a ins-tituição recebeu mais de 2 milinscrições para novas 201 vagasofertadas, sendo 150 para o Riode Janeiro e 51 para as unidadesregionais. A procura é sempremuito superior à oferta.

Para além da quantidade, a ges-tão de estágio se preocupa com aqualidade da formação ofertada eem evitar desvios de funções. “Pro-jetar a Fiocruz como um campo deestágio, um lugar onde o estágio éprincipalmente um lugar de forma-ção, é um dos objetivos da Cogepe.Eu insisto muito nisso, porque exis-te uma relação equivocada de en-carar o estagiário puramente comomão de obra. Na verdade, o está-gio é o aprendizado no trabalho.Entendo que o destaque que a gen-te tem que dar é mais educacional”,defende Andréa da Luz.

O

CrescimentoPara as nutricionistas recém-for-

madas Isadora Ferreira e CarollyneCavararo o estágio foi muito mais doque horas complementares da gradu-ação. Formadas no fim de 2017, as ex-estagiárias do Núcleo de Saúde do Tra-balhador (Nust/CST/Cogepe), super-visionadas pela servidora WanessaNatividade, apresentaram um balan-ço de suas experiências e aprendiza-dos aos demais colegas da Coordena-ção como atividade final do estágio.

“Entendemos que o estágio é ummomento de aprendizado e amadu-recimento, e elas trocam muito co-nosco. Não tratamos as estagiáriascomo mão de obra barata, mas simcomo acadêmicas em formação”,ressalta Wanessa, reforçando a di-retriz pedagógica do vínculo.

Em 2017, o Programa de EstágioCurricular (PEC) da Fiocruz firmou par-ceria com o Centro de Integração Em-presa-Escola (CIEE) e retomou o inves-timento em atividades de capacitaçãodos estagiários. Foi oferecido aos estu-dantes um ciclo de palestras relacio-nadas à carreira e comportamentos.Em 2018, o ciclo foi reeditado e seráampliado. “Achamos importante con-tribuir também para a formação pes-soal, conseguir transmitir para os es-tagiários os valores que a Fiocruz de-fende socialmente”, afirma Andréa.

A Cogepe, a partir do Programa de Estágio Curricular (PEC/Fiocruz), atualmente coordenado pela servidora Valéria Adriano, é responsável pelo estágioobrigatório (não remunerado) e não obrigatório (remunerado). Ambas oportunidades são destinadas a estudantes de nível superior e de ensino médio. Acarga horária pode ser de 20 ou 30 horas semanais. O estágio não obrigatório paga uma bolsa de R$ 203 (20h/semana) ou R$ 290 (30h/semana) paraestudantes de nível médio. Já quem é de nível superior recebe R$ 364 (20h/semana) ou R$ 520 (30h/semana). Os estagiários também recebem R$132mensais de auxílio transporte.

Bolsas disponíveis

Quandoa teoria

encontraa práticaEstágios oferecidospor meio de editais

públicos abremoportunidades para

estudantes

Por Mônica Braga eGlauber Queiroz

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Mateus Linhares é estagiário do ICTB. Foto: Gian Corvachini

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o segundo semestre de2018, o último concurso

público realizado pela Fiocruzcompletará dois anos. Até o mo-mento, das 150 vagas oferecidaspara quatro cargos, somente 31foram preenchidas, relativas aoscargos de Assistente Técnico deGestão em Saúde e Especialista emC&T, Produção e Inovação em Saú-de Pública. As 119 vagas restan-tes, para Técnico em Saúde Públi-ca e Pesquisador em Saúde Públi-ca, aguardam a autorização do Mi-nistério do Planejamento, Desen-volvimento e Gestão (MPDG).

Uma boa notícia para a insti-tuição e para os candidatos queaguardam a nomeação foi a as-sinatura de um Aviso Ministeri-al, no âmbito do Ministério daSaúde, realizada no início demaio, após conversa de repre-sentantes da Fiocruz com o novotitular da pasta, Gilberto Occhi.

Na prática, a assinatura libera oprocesso para seguir sua trami-tação até a aguardada publicaçãono Diário Oficial.

Além do ato do Ministério daSaúde, os concursos para Técni-co em Saúde Pública e para Pes-quisador em Saúde Pública tive-ram suas validades prorrogadaspor mais um ano. Para o primei-ro cargo, a prorrogação come-çou a contar em 20 de abril. Parao segundo cargo, a prorrogaçãoé válida a partir de 13 de junho.Importante destacar também queos cargos de Analista de Gestãoem Saúde Pública e Tecnologistaem Saúde Pública, não contem-plados com vagas no último con-curso, tiveram seu último pro-cesso seletivo em 2014.

Enquanto os técnicos do MPDG,em Brasília, não definem sobre o fu-turo das nomeações dos aprovados,a Fiocruz, por meio da Vice-Presidên-cia de Gestão e Desenvolvimento Ins-titucional (VPGDI) e da Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas (Cogepe),mantém contato permanente com re-presentantes do governo no intuitode acelerar a tramitação das nomea-ções. O tempo é fator fundamental nanegociação, visto que a partir de 7 dejulho, por força da Lei Eleitoral, serávedada a nomeação de novos servi-dores até o final do pleito.

O coordenador-geral de Gestãode Pessoas, Juliano Lima, destacaa necessidade de nomear com ur-gência os candidatos aprovadospara as vagas remanescentes. “Sãovagas destinadas a função finalísti-ca e primordial da instituição, queé a pesquisa científica. O Brasil viveainda um cenário de crise sanitá-ria com o reaparecimento de ca-sos de febre amarela e das arbovi-roses. Neste sentido, faz-se funda-mental reforçar nossa força de tra-balho nos laboratórios da institui-ção com profissionais de carreirapara seguirmos dando respostas ci-entíficas eficientes aos problemasde saúde no país”.

Pedidos deaposentadoriaSe a reposição de vagas aber-

tas por meio de concurso públicoacontece de forma lenta e insufi-ciente, a saída de servidores poraposentadoria está em franca ex-pansão na Fiocruz. De acordocom números do Serviço de Apo-sentadorias e Pensões (Secap/DARH//Cogepe), somente nosprimeiros seis meses de 2018 fo-ram concedidas 104 aposentado-rias. Outros dois processos estãoem análise, ainda sem previsãopara publicação.

Fundaçãoaguarda nomeação

de 119 candidatosaprovados em 2016

Por Eduardo Muller

A situação fica ainda mais alar-mante se ampliarmos a delimitaçãotemporal da análise, de 2016, datado último concurso, até o momen-to. Neste período, o Secap regis-trou a saída de 346 servidores, sen-do 90 em 2016 e 165 em 2017. Oaumento dos pedidos de aposen-tadoria foi em parte impulsionadopelos debates em torno da mudan-ça de regras previstas na Reformade Previdência, cuja tramitaçãoestá momentaneamente paralisadano Congresso Nacional.

O quadro de saída de servi-dores tem um nítido e potencialperfil de agravamento se consi-derarmos o número de trabalha-dores que cumprem os requisi-tos para solicitar a aposentado-ria e seguem ativos na institui-ção por força do recebimentodo Abono de Permanência. Hoje,de acordo com o Serviço de In-formação em RH (Seinfo/Coge-pe), existe um total de 1.308servidores recebendo o benefí-cio. “São trabalhadores que po-dem de uma hora para outra pe-dir para sair. A Fiocruz contacom a experiência e dedicaçãodesses servidores, mas por ou-tro lado, é necessário que hajauma renovação constante dosquadros de trabalhadores está-veis”, explica Juliano.

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planejamento ganhouprotagonismo no pro-

cesso licitatório com a publica-ção da Instrução Normativa nº05/2017, editada pelo Ministé-rio do Planejamento, Desenvol-vimento e Gestão no dia 26 desetembro de 2017. Agora, o re-quisitante é o responsável porconduzir o planejamento, quetem início com a elaboração doDocumento de Formalizaçãoda Demanda. A partir daí, sãotrês etapas: Estudos Prelimina-res, Gerenciamento de Risco eTermo de Referência ou Proje-to Básico, que passam a serobrigatórias para todas as con-tratações de serviços.

A IN nº 05/2017 dispõesobre as regras e diretrizes dosprocedimentos de contrata-ção de serviços sob o regimede execução indireta, no âm-bito da Administração Públi-ca Federal direta, autárquica efundacional e revoga a IN nº 02/2008. É obrigatória sua adoçãoem qualquer contratação de pres-tação de serviço, contínuo ou

O

não, com ou sem mão de obra re-sidente. Foram instituídas três fa-ses inovadoras: Planejamento daContratação, Seleção de Fornece-dores e Gestão do Contrato.

ublicado pela Coordenação-Geral de Planejamento Estra-

tégico (Cogeplan) e produzido coma participação de diversas unidadese instâncias da Fiocruz, o Relatóriode Gestão Fiocruz 2017 presta con-tas ao governo federal e à sociedadesobre as atividades da Fundação. Odocumento é uma importante fontede consulta sobre as contribuiçõesmais recentes da Fiocruz para saúdeda população e para o desenvolvi-mento do SUS. São descritos e anali-sados o modelo de planejamento eos resultados das diversas ações de-senvolvidas pela Fundação comoórgão de ciência e tecnologia do Mi-nistério da Saúde. Todas as ediçõesdo relatório, desde de 2002, estãodisponíveis para consulta no PortalFiocruz: https://portal.fiocruz.br/perfil-institucional

PRelatóriode Gestão

Fiocruz2017

Formou mais de 10 milprofissionais para o SUS

Atendeu 82 mil pacientesem seus ambulatórios eenfermarias

Realizou 312 mil examesem laboratórios dereferência

Forneceu 129 milhõesde doses de vacinas aoMinistério da Saúde

Produziu mais de 9milhões de frascos debiofármacos

Executou 1,7 mil projetosde pesquisa e desenvolvi-mento tecnológico

Dados de desempenho

Por GustavoMendelsohnde Carvalho

Afinal, qual o papeldo requisitante?

O início do processo começacom o requisitante, responsávelpor elaborar o Documento de For-malização da Demanda, que deveconter a justificativa da necessida-de da contratação, a quantidadede serviço a ser contratada, a pre-visão de data em que deve ser ini-ciada a prestação dos serviços e aindicação do servidor(es) paracompor a equipe que irá elaboraros Estudos Preliminares e o Geren-ciamento de Risco.

O objetivo da Instrução Nor-mativa é propiciar contrataçõesmais eficientes a partir do planeja-mento, resultando em melhor qua-lidade do gasto e na gestão eficien-te dos recursos públicos. As con-tratações governamentais produ-zem impacto na atividade econô-mica. Além do volume de recursosenvolvidos, são instrumento de re-alização de políticas públicas.

Para mais informações sobrea Instrução Normativa nº 05/2017e para baixar os formulários utiliza-dos, acesse o site da Coordenação-Geral de Administração (Cogead) emwww.dirad.fiocruz.br.

Destaque para o planejamentoInstrução Normativa traz mudanças para contratação em processo licitatório

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Por Carla Procópio

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Plataformadigitaldesenvolvidapela CQuali ePortal traz novasfuncionalidades

Por André Bezerra

Novo Guiade Serviços

on-lineFiocruz ganhou uma novaversão da sua carta de ser-

viços. A partir de agora, ela passa aser digital, com novas funcionalida-des e interatividade, facilitando oacesso - tanto para gestores de ser-viços quanto para os cidadãos aten-didos. O novo Guia de Serviços,como passa a ser chamado, foi ela-borado em uma parceria entre aCoordenação de Qualidade da Fio-cruz (CQuali) e o Centro de Tecno-logia da Informação e Comunicaçãoem Saúde (CTIC), do Instituto deComunicação e Informação Cientí-fica e Tecnológica em Saúde (Icict).

A ferramenta está disponível noPortal Fiocruz e é fruto de um pro-jeto colaborativo iniciado em2016, quando a CQuali procurou aequipe do CTIC para desenvolveruma plataforma digital que facili-tasse o cadastramento e atualiza-ção dos serviços oferecidos pelasdiversas unidades. A Carta de Ser-viços era uma publicação impres-sa, cuja última versão foi elabora-da em 2013, disponibilizada emPDF na internet.

O processo envolveu mapea-mentos e oficinas com gestores dediferentes serviços, com o objeti-vo de classificar e organizar as in-formações. Foram necessáriasadequações para poder atender auma série de normativas governa-mentais que passaram a viger nes-se período, como a Plataforma deCidadania Digital (Decreto nº8.936) e o Portal de Serviços doGoverno Federal (Serviços.gov),um canal integrado para a dispo-nibilização de informações, soli-citação eletrônica e acompanha-mento de serviços públicos.

“Toda vez que um serviço daFiocruz for publicado em nosso

Portal, ele será duplicado no Por-tal de Serviços do Governo Fede-ral. Isso dará uma grande visibili-dade e fortalecerá nosso compro-misso com a transparência e com aparticipação da sociedade na ela-boração e avaliação dos serviços”,explica Tatiana Núñez, analista deGestão da Qualidade na CQuali.

Facilidadepara o usuárioO Guia foi disponibilizado para

a consulta dos cidadãos com deta-lhes de cada serviço da Fiocruz.Para os gestores, a interface foi de-senvolvida para facilitar o cadas-tramento. Para os trabalhadores daFiocruz responsáveis por alimen-tar o sistema, foi disponibilizadoum manual de uso, com orienta-ções sobre o conceito e formatodos serviços, e sobre a forma depreenchimento das informações. ACQuali e o Icict vêm realizando, pormeio da Escola Corporativa da Fi-ocruz, treinamentos visando aocadastramento dos serviços. A ca-pacitação será constante.

A linguagem foi orientada a fa-cilitar a comunicação com a popu-lação. “Esperamos que o maior be-nefício seja para os usuários, queterão um instrumento para exercí-cio da cidadania e poderão sugerirmelhorias e adequações na presta-ção dos serviços da instituição”,avalia Juliana Yañez, analista deGestão da Qualidade na CQuali.

Do ponto de vista tecnológico,o trabalho resultou em inovação.“A gente teve que avançar nas so-luções de buscas e de filtros, o queé uma grande conquista”, afirmaAldo Pontes chefe do CTIC. A fer-ramenta também tem funcionali-

dades como estatísticas e indica-dores sobre a busca de informa-ções por serviços, dentre outrasque podem ser úteis tanto para osusuários como para os gestores,além de documentos, fichas ouformulários específicos para seuatendimento.

Integração

Para as equipes envolvidas noprojeto, o resultado foi além dasexpectativas. “Conseguimos fazeruma solução transversal paratoda a Fiocruz baseada em cola-boração, uma metodologia cen-trada no usuário e uma cultura deintegração. Isso foi fundamentalpara chegarmos a esse resulta-do”, aponta Aldo.

“Esse trabalho é uma impor-tante iniciativa para solidificar acultura da transparência na Fiocruze da interação com o usuário”, ava-lia Renata Souza, coordenadora daQualidade, na CQuali.

O Guia de Serviços da Fiocruzestá disponível no Portal Fio-cruz, pelo endereço https://portal.fiocruz.br/servicos

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Estudo Longitudinal de Saú-de do Adulto (Elsa) acompa-

nha, há uma década, a saúde de 15mil servidores públicos, com ida-des entre 35 e 74 anos, em seis ca-pitais brasileiras – Rio de Janeiro,Salvador, Vitória, Belo Horizonte,Porto Alegre e São Paulo. No Rio,o Elsa iniciou as atividades em se-tembro de 2008, com a participa-ção de mais de 1,7 mil servidoresda Fiocruz. Seu objetivo principalé identificar causas e fatores rela-cionados à ocorrência de novos ca-sos e à evolução de doenças crô-nicas, como a hipertensão, o di-abetes e a obesidade, informa-ções ainda inéditas para a popu-lação brasileira.

O Elsa é mantido com recursospúblicos dos Ministérios da Saúde ede Ciência, Tecnologia e Inovação,com apoio do Conselho Nacional deDesenvolvimento Científico e Tecno-lógico (CNPq) e da Financiadora deEstudos e Projetos (Finep). A coor-denadora do Centro de Investigaçãosediado na Fiocruz (CI-Rio de Janei-ro), Rosane Griep, brinca dizendo quea abrangência do estudo é tão amplaque vai “do código genético ao códi-go postal” de cada participante.

Terceira ‘onda’

O estudo está na terceira ‘onda’,termo usado para denominar as di-versas fases de visitas ao centro depesquisas, quando os participantespassam por uma bateria de examese respondem a questionários. Nestafase, iniciada em abril de 2017 e que

deve ser concluída no final do ano,estão sendo realizados exames no-vos que levam em conta o envelhe-cimento dos participantes, comotestes que avaliam a capacidade fun-cional – de força muscular das mãos,senta-levanta, equilíbrio e caminha-da de quatro metros.

Nessa fase está sendo feito o mo-nitoramento das atividades físicas,por uma semana, utilizando um pe-queno aparelho na cintura (Actigra-ph), e o exame de escore de cálciocoronariano, em parceria com a Casade Saúde São José, para estimar o ris-co de pessoas assintomáticas desen-volverem problemas cardíacos.Também foi incluída a avaliação defatores atuais para o entendimentodas doenças crônicas, como o uso desmartphones, que podem afetar asaúde e qualidade de vida.

Artigos científicos

Cerca de 200 artigos científicosforam publicados em revistas cien-tíficas internacionais e nacionais apartir da experiência do Elsa. Algunsresultados tiveram repercussão naimprensa brasileira e estrangeira,todos ainda relacionados à primei-ra fase do estudo. “Daqui para a fren-te, com as informações da Etapa 2(2012-2014) e da Etapa 3 (em cur-so), poderemos analisar a evoluçãodas doenças e a ocorrência de no-vos casos. Ainda não dispomos des-se tipo de informação para a hiper-tensão ou para o diabetes, causasimportantes de mortalidade em nos-so país”, enfatiza Rosane.

OAté junho desse ano cerca

de mil pessoas já participaramda terceira ‘onda’, mas existemalguns obstáculos em relação àsfaltas e remarcações, que os 35profissionais da equipe multi-disciplinar do Centro de Inves-tigação do Rio de Janeiro estãopreparados para ajudar os par-ticipantes a superar. Em caso depessoas acamadas ou que sejamacompanhantes de parentes en-fermos, a equipe vai ao encon-tro do participante do Elsa, comum minikit para os exames.Quem está trabalhando ou estu-dando fora da cidade pode par-ticipar da pesquisa em algum ní-vel, usando Skype ou outrosmeios alternativos.

“Nossa estrutura física permi-te receber oito participantes pordia”, afirma Rosane, pedindo queas marcações sejam feitas comduas semanas de antecedência.“Embora imprevistos aconteçam,solicitamos que, se for possível,todas as faltas sejam comunicadascom pelo menos 24 horas de an-tecedência para possibilitar asubstituição por outro participan-te. Sem isso, o estudo se alonga eos custos aumentam”, pondera.

O Elsa tem canais abertospara facilitar e agilizar a comu-nicação com os participantes,por meio de WhatsApp e SMS 2199719-5982 ou pelos telefones2598-2719 / 2776.

Participaçãofundamental

“Estamos comemorandojuntos os dez anos doElsa-Brasil. A adesãoe a participação de cadaum nas várias etapas doestudo é indispensávelà produção deconhecimento nacional,mais do que nuncanecessário parainfluenciar políticaspúblicas de saúde.”

Rosane Griep,coordenadora do Centrode InvestigaçãoRio de Janeiro

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projeto Eliminar a Dengue:Desafio Brasil mudou de

nome. Chamado agora de WorldMosquito Program (WMP), o es-tudo internacional de combate aarboviroses transmitidas peloAedes aegypti chega no próximosemestre ao Campus Mangui-nhos. E é justamente ali, nos la-boratórios da Fiocruz, onde sãocriados os mosquitos com a bac-téria Wolbachia que estão sen-do liberados em larga escala embairros do Rio de Janeiro desdeagosto de 2017.

O objetivo do projeto é pro-mover a substituição da popula-ção de mosquitos locais e, porconsequência, reduzir a trans-missão de doenças como dengue,Zika e chikungunya. “O métodoque utilizamos é seguro para aspessoas e para o ambiente. Nãohá risco de interferência destetrabalho em outras pesquisasque também tenham criação demosquitos ou outros insetos”,afirma Luciano Moreira, pesqui-sador do Instituto René Rachou(IRR/Fiocruz Minas) e líder daequipe do WMP no Brasil.

A liberação de mosquitosadultos com Wolbachia no Cam-pus Manguinhos será realizadadurante 16 semanas. A equipe doprojeto transporta os mosquitos

O acondiciona-dos em tubos eutiliza um carropara levá-los até ospontos de soltura, pré-determinados após traba-lho de georeferenciamentoda rota de liberação.

No prédio da Expansão doCampus, onde as ações de libera-ção começaram em fevereiro, aequipe do WMP utilizou um ou-tro método, o Dispositivo de Li-beração de Ovos (DLO). Os dispo-sitivos são recipientes com pe-quenos furos nas laterais, quecontêm ovos de Aedes aegypticom Wolbachia, água e alimentopara as larvas que vão nascer.Entre dez e 14 dias, os mosquitosadultos saem pelos furos do DLOe vão para o ambiente.

É esperado, durante o perío-do de liberação, um aumento naquantidade de mosquitos. Essecrescimento é temporário e a po-pulação de Aedes aegypti voltaao patamar anterior quando asatividades de soltura são conclu-ídas. A picada dos Aedes aegypticom Wolbachia é igual à dosmosquitos sem a bactéria. Paradiminuir o incômodo, a orienta-ção é usar repelente e recursoscomo raquete elétrica e insetici-da nos locais de trabalho.

A Wolbachia é uma bactéria pre-sente em cerca de 60% dos insetos nanatureza. Ela foi inserida em ovos deAedes aegypti na Universidade deMonash, na Austrália, sede do WMP,onde se identificou que, uma vez pre-sente nestes mosquitos, os vírus dadengue, Zika e chikungunya não sedesenvolveram bem, reduzindo atransmissão destas arboviroses.

O método começou a ser desen-volvido no Brasil em 2012, comoprojeto Eliminar a Dengue: DesafioBrasil, com a aprovação da AgênciaNacional de Vigilância Sanitária (An-

visa), do Instituto Brasileiro doMeio Ambiente e dos Recursos Na-turais Renováveis (Ibama), do Mi-nistério da Agricultura, Pecuária eAbastecimento e da Comissão Naci-onal de Ética em Pesquisa (Conep),após rigorosa avaliação sobre a se-gurança para a saúde e para o ambi-ente. A iniciativa conta ainda comapoio do Ministério da Saúde e foirecomendada, em 2016, pela Orga-nização Mundial de Saúde (OMS).

Após uma fase de estudos decampo, no fim de 2016, teve início aliberação de mosquitos em larga es-cala em Niterói e, em agosto de 2017,na cidade do Rio de Janeiro, em umaárea com mais de 2,5 milhões de pes-soas em bairros das zonas norte e sule da região central. As liberações demosquitos prosseguirão até meadosde 2019, com uma previsão de co-brir cerca de 90 bairros. Em Niterói,29 bairros - onde vivem cerca de 270mil pessoas - já receberam os mos-quitos Aedes aegypti com Wolbachiae uma segunda rodada está em anda-mento na região central da cidade.

Iniciativachegou ao

Brasil em 2012

Mais informações podem ser obtidas por telefone e WhatsApp(21 3882-9265 e 21 99643-4805) e também no site do projeto(wmpbrasil.org). Você pode também curtir a página do World Mos-quito Program no Brasil no Facebook (facebook.com/wmpbrasil) eseguir no Instagram (@wmpbrasil).

Fale conosco

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Fotos:FlávioCarvalho

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ma parceria com agricultoresfamiliares para propiciar o

acesso dos alunos a uma alimentaçãosaudável e livre de agrotóxicos: esse éo resumo do Projeto EPSJV Sustentá-vel, realizado desde março na EscolaPolitécnica de Saúde Joaquim Venân-cio, da Fiocruz. A iniciativa será via-bilizada com recursos do ProgramaNacional de Alimentação Escolar(PNAE), que financia alimentação nasescolas e ações de educação alimen-tar e nutricional a estudantes de todasas etapas da educação básica pública.

“Apesar de a Escola já fazer toda aparte de elaboração de cardápio deacordo com o Programa, somente noano passado foi liberada a verba doFundo de Manutenção e Desenvolvi-mento da Educação Básica e de Valori-zação dos Profissionais da Educação”,explica Taísa Carvalho, nutricionista daEPSJV e uma das idealizadoras do pro-jeto. Juliana de Carvalho, responsávelpelo setor de compras da Escola, com-pleta: “Fomos os primeiros a fazer umachamada pública para agricultores fa-miliares dentro da Fiocruz”.

U De acordo com a lei 11.947 de2009, do total dos recursos financei-ros repassados pelo Fundo Nacionalde Desenvolvimento da Educação(FNDE), no âmbito do PNAE, no mí-nimo 30% deverão ser utilizados naaquisição de gêneros alimentícios di-retamente da agricultura familiar edo empreendedor familiar rural oude suas organizações, priorizando-seos assentamentos da reforma agrária,as comunidades tradicionais indíge-nas e comunidades quilombolas. A Es-cola Politécnica, no entanto, decidiudestinar 100% da verba do programapara comprar alimentos da agricultu-ra familiar – apenas o feijão ficou defora, porque não teve oferta de agri-cultor. “Abraçamos essa demanda etodos os trabalhadores se mobiliza-ram e foram fundamentais para que agente conseguisse comprar esses ali-mentos”, afirma Juliana.

“Como esse é um processo novopara a Escola, fizemos visitas ao Ins-tituto Federal do Rio de Janeiro(IFRJ) e ao Colégio Pedro II. Só de-pois de toda essa bagagem, começa-

mos a elaborar o nosso projeto dealimentação e então chamamos agri-cultores para saber o que era viávelde ser fornecido para merenda es-colar na agricultura do Rio de Janei-ro, além de termos feito uma pes-quisa de preços”, explica Taísa.

O resultado é que todas as quartase sextas-feiras, os agricultores da Coo-perativa de Mulheres Rural Legal deNova Friburgo, da Cooperativa de Pro-dução Agroecológica Terra Fértil e osagricultores do grupo informal, JoséAntônio Pereira e Cristina dos Santos,entregam na Escola hortaliças, frutas etubérculos, como banana, tangerina,aipim, alface, abobrinha, cenoura, en-tre outros. Taísa explica que a Escolafez um contrato híbrido, no qual ositens que não podem ser fornecidospela agricultura familiar são oferecidospela empresa contratada para o “ban-dejão”. Mesmo assim, são seguidas to-das as orientações nutricionais do pro-grama escolar. “Só há oferta de docesduas vezes por semana, fizemos a di-minuição dos alimentos processados,restrição de temperos artificiais e uso

EscolaPolitécnica

promovealimentação

saudávelpara alunos

Iniciativa sustentávelgarante que alimentos

servidos venham daagricultura familiar

Por Julia Neves

Foto: Ana Limp

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de xaropes, além de usarmos apenasuma quantidade pequena de alimen-tos em conserva”, ressalta.

Taísa afirma que, a partir disso, aEscola tem feito um trabalho de edu-cação nutricional e conscientizaçãosobre sustentabilidade com os alu-nos. “Com esse projeto, a gente temum fortalecimento da nossa relaçãocom os movimentos sociais e a me-lhoria da alimentação escolar, já quea agricultura local não faz uso de agro-tóxicos. Podemos proporcionar aosnossos alunos um alimento melhor eainda fortalecer a nossa agriculturalocal”, comemora a nutricionista.

Além da agricultura familiar, em2018 a EPSJV adotou também outramedida no projeto de sustentabilida-de. Segundo Juliana, hoje os órgãosfederais têm a obrigação de reduzir oconsumo de copos descartáveis em20%. Pensando nisso, o Politécnicomudou a prática e comprou canecassustentáveis para os trabalhadores e

alunos dos cursos diários. “Todo oprojeto foi feito sob a lógica da utili-zação consciente. Nosso foco maioré reduzir o consumo de descartáveis,é uma mudança de cultura instituci-onal e individual”, destaca.

Juliana também ressalta que es-sas iniciativas têm envolvido todaa equipe de compras. E acrescenta:“Ao mesmo tempo que ajudamos omeio ambiente, poluindo menos,reduzimos o gasto da administraçãopública, que poderá ser usado emoutras coisas”.

Parceria commovimentos sociaisdo campo e lutacontra os agrotóxicos

A Escola Politécnica tem umalonga trajetória de parcerias commovimentos sociais do campo quepromovem práticas agroecológi-

cas, e a saúde da população e o meioambiente. No ano passado, a Esco-la publicou o livro Curso Técnicoem Meio Ambiente - Tramas e Tes-situras, dividido em cinco fascícu-los, que sistematiza a experiência,os dilemas e aprendizados do Cur-so Técnico em Meio Ambiente, rea-lizado pela EPSJV em parceria coma Universidade Federal do Ceará,Universidade Federal da Fronteirado Sul e o Movimento dos Traba-lhadores Rurais Sem Terra (MST) noCeará e no Paraná.

Em 2012, a parceria já tinha ge-rado outro livro, o Dicionário daEducação do Campo. Cursos de es-pecialização técnica (como o dePolíticas em Saúde e Saúde Ambi-ental) e uma pós-graduação (emTrabalho, Educação e Movimen-tos Sociais) fazem parte dessa par-ceria. Isso sem contar o DossiêAbrasco, uma publicação que sis-tematiza estudos de um grande

grupo de pesquisadores exatamen-te sobre os impactos dos agrotóxi-cos na saúde. Vários outros cursosque dialogam com esse tema já fo-ram e ainda são oferecidos pela EP-SJV. Qualificação Profissional emCooperativismo e Agroecologia,Qualificação Profissional em Vigi-lância em Saúde Ambiental comênfase em Riscos Biológicos e Qua-lificação Profissional em Vigilânciaem Saúde Ambiental para BaciasHidrográficas são alguns exemplos.

Desde 2014, a Escola tem promo-vido, em parceria com a Escola Naci-onal de Saúde Pública Sergio Arouca(Ensp), a Feira Agroecológica Josuéde Castro - Sabores e Saberes, reali-zada quinzenalmente no CampusManguinhos como parte de um pro-jeto institucional. A feira busca tra-zer o debate da transição agroecoló-gica e da soberania alimentar com acomercialização de alimentos livresde agrotóxico.

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Fotos: Maycon Gomes

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um momento em que tantose fala sobre a importância

de práticas sustentáveis, o ProjetoTerrapia, em seu espaço de refe-rência em Alimentação Viva naFiocruz, realiza em 2018 asexta edição do Curso Bási-co e Prático de Agroecolo-gia. Aberto ao público emgeral, parte de uma abor-dagem transdisciplinar,apresentando os aspec-tos técnicos, sociais,culturais e econômicosdessa ciência.

O tema é desenvol-vido em módulos quin-zenais, de modo a favo-recer ao participanteuma visão complexa eintegrada do que signifi-ca produzir alimento. En-tre os assuntos abordadospelo cientista social, agri-cultor e instrutor de agroe-cologia Thiago Alves estão osprincípios gerais de agriculturae prática de coleta de solo paraanálise; adubação orgânica; pre-paro do solo em diversos tiposde hortas domésticas (caixotes,canteiros, jardineiras, bambuetc.); e tratos culturais das prin-cipais plantas indicadas para estemodo de plantio.

As aulas tratam também dasculturas de legumes, como toma-te, jiló, berinjela, pepino e abobri-nha; e de raízes de grãos, tais comomilho, mandioca, amendoim, ba-tata doce e feijão. O professor falasobre a identificação, colheita, pre-paro e formas de uso de plantas ali-mentícias não convencionais eplantas medicinais, além do conhe-cimento sobre poda de árvores.

NEspaço abertoSegundo Thiago Alves, o diferen-

cial do curso oferecido na Fiocruz é aoportunidade de “botar a mão na mas-sa” e trabalhar com ferramentas, ten-

do um contato direto com a nature-za. “Estamos falando de agroeco-

logia, um tema que, apesar deganhar uma grande notorie-dade, atualmente, é ainda umdesafio, uma novidade parao indivíduo que está inseri-do há tanto tempo no con-texto urbano”, explica oprofessor, reforçando aqualidade de um espaçodentro da Fundação.

“Nós temos aqui umahorta pública, um espa-ço aberto para a popula-ção que queira manejar,plantar. Nós incentiva-mos isso também para as

pessoas que se interessa-rem pelas práticas, mesmo

que fora do curso. O espaço éaberto a todos”, enfatiza.

O Curso Básico e Prático deAgroecologia tem previsão de tér-mino para meados de julho. Duran-te este período, os participantestêm acesso ao conteúdo teórico eprático em dez encontros na sededo Terrapia e em visitas externas àFazendinha Agroecológica (Embra-pa) e à Shiva Ashram Brasil, ondepodem exercer atividades já rarasna cultura urbana.

As aulas ocorrem às sextas-fei-ras, quinzenalmente, das 7h às 12h,no horto da Fiocruz, localizado nasede do Terrapia, próximo ao Ca-nal Saúde, no Campus Manguinhos.Os módulos temáticos podem serrealizados separadamente. Paramais informações basta compare-cer ao local ou acessar a página:http://www.terrapia.com.br/cur-so-de-agroecologia

Agro (terra cultivável) + ecologia (estudo da casa/ do lugar em quese vive). Na teoria, a agroecologia estuda seres vivos e o meio ambiente;na prática, é uma nova forma de utilizar recursos naturais com maisconsciência, respeitando a natureza ao longo de todo processo produti-vo, desde o cultivo até a circulação dos produtos, de modo que a terracontinue sempre produtiva. Esta forma de cultivo condena o uso deagrotóxicos ou adubos químicos solúveis, por entender que todas asformas de vida presentes em um ciclo da agricultura têm importância eque, tais produtos, empobrecem o solo, contaminam os alimentos epodem causar doenças em seres humanos e animais.

O que é?

Por Lara Goulart

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vida da cozinheira Carla Ar-gento, de 40 anos, mudou ra-

dicalmente nos últimos dois anos,quando chegou aos 163 Kg e come-çou a ter problemas de saúde porcausa da obesidade. Por meio doportal da Fiocruz, ela conheceu eadotou a ‘alimentação viva’, e nãoparou de procurar outros métodossaudáveis. Moradora da Colônia Ju-liano Moreira (CJM), na Taquara,Zona Oeste do Rio de Janeiro, Carlaresolveu usar o terreno de casa paraplantar seus alimentos e ingredien-tes e, em março, buscou o projetoQuintais Produtivos do Programa deDesenvolvimento do Campus Fio-cruz Mata Atlântica (PDCFMA).

“É muito rico você pegar um es-paço seu e transformar em plantação,é mágico”, comemora a cozinheira.“No início, achava que seria simplesfazer uma horta. Hoje vejo que preci-sa de muita dedicação, mas com o co-nhecimento, pude descobrir que ti-nha elementos que poderia usar, porter grande potencial. Agora ministroaulas de gastronomia aqui em casa eposso levar as pessoas para conhe-cer alguns alimentos frescos”, disse.

Mudança de vidaO quintal de Carla é um dos seis

que recebem o apoio dos profissio-nais do PDCFMA, na região da CJM.A moradora adotou produtos orgâ-nicos e naturais como fazer parte desua rotina, perdeu 50 Kg e conta tertido uma grande melhora de humore disposição. Como a cozinheira, as

outras participantes do projeto tam-bém têm histórias de mudança devida e superação. É o caso da mani-cure Sandra Maria de Azevedo, de47 anos. Ela gosta de dizer que o pro-grama salvou a sua vida.

Antes de passar pelo processo deaprendizado com horta orgânica daFiocruz, Sandra viveu momentoscomplicados. Por causa de uma fra-tura no pé e uma tendinite no joelho,precisou ficar de cama e depois emcadeira de rodas, o que a fez entrarnum processo de depressão. “Venciessa doença depois que passei a plan-tar em casa e a conhecer pessoas”,diz. “Tirava para o consumo da mi-nha família, até que fui estimulada aestudar melhor o assunto e tambémpoder vender os produtos desse meutrabalho. Estou crescendo no proje-to e multiplicando o conhecimento

A para os vizinhos. Tudo depois doapoio da Fiocruz”, afirma.

CertificaçãoO projeto também já rendeu ou-

tros frutos importantes, entre elesa certificação. Hoje, são três quin-tais certificados pelo Sistema Parti-cipativo de Garantia da Associaçãode Agricultores Biológicos do Esta-do do Rio de Janeiro. O reconheci-mento assegura a qualidade da pro-dução e do processamento oriun-dos da agricultura ecológica - pro-dução orgânica, sem agrotóxicos eadubos químicos solúveis, entreoutras práticas de uso conscientedo solo. Com a certificação, os pro-dutos podem ser comercializadosfeiras agroecológicas.

A dona de casa Fátima Maria da

Silva foi a primeira produtora certifi-cada em quintal (horta urbana) do Riode Janeiro. Depois a contemplada foia baiana Aldacir Amaro dos Santos.Com 71 anos, ela conseguiu a libera-ção da Prefeitura do Rio para fazeruma horta na área comum do con-junto de casas populares em que vive.Segundo Maria de Fátima, o novo tra-balho a rejuvenesceu e trouxe maismotivação. “Minha intenção era fa-zer uma horta para ter alimentos paraminha casa e família. Mas agora, como certificado, já posso vender essesprodutos. É muito bom. Hoje me sin-to útil e com coragem para seguircom a minha horta”, garante.

A certificação dos quintais pro-dutivos de Fátima e Aldacir é resul-tado de uma parceria da Fiocruz,com a Associação de AgriculturaFamiliar e Agroecologia AS-PTA eRede Carioca de Agricultura Urba-na. Neste propósito de engajamen-to em políticas públicas, o PDCFMAé uma das instituições convidadaspara participar do Conselho de Se-gurança Alimentar e Nutricional doMunicípio do Rio de Janeiro.

Para o coordenador do projetoda Fiocruz, Robson Patrocínio, a par-ticipação no órgão é fundamentalpara a manutenção dessa verdadeiraengrenagem. “Temos discutido a ne-cessidade do município comprar ali-mentos dos agricultores, sejam dequintal ou não, para consumo, porexemplo, de alunos de escolas públi-cas. Tudo isso para nós, da Fiocruz, épensar a promoção da saúde, pensara soberania alimentar”, explica.

Do quintalpara a feiraPrograma da Fiocruz MataAtlântica transforma mulheresem agricultoras urbanas

Por Emerson Rocha

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Fotos: Emerson Rocha

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A Cogic é responsável pela área devigilância e segurança patrimoni-al no Campus Manguinhos, Expan-são do campus e outros campi noRio de Janeiro. É importante queos profissionais da instituição co-nheçam as orientações básicas emedidas preventivas para a pre-servação da integridade física e do

Orientaçõesde segurança

na IntranetFiocruz

A avaliação de qualquer serviçoprestado é de extrema importânciapara intensificar a melhoria dos pro-cessos de trabalho. Pensando nisso, aCoordenação-Geral de Infraestruturados Campi (Cogic) reforça a necessida-

de dos usuários avaliarem os servi-ços solicitados no Diracweb, após

a execução. A avaliação pode serrealizada a qualquer momento,

Diracweb e a importânciada avaliação do usuário

Uma grande área do CampusManguinhos será interditada para arealização do 12° Congresso Brasi-leiro de Saúde Coletiva, o Abrascão2018, que acontecerá de 26 a 29 dejulho. O estacionamento ao ladoPortaria de Cargas Pesadas foi inter-ditado em meados de junho. Duran-te o mês de julho, os dois estaciona-mentos laterais ao campo de futebolestarão fechados para a continuaçãoda montagem de infraestrutura do

Interdições no CampusManguinhos paraAbrascão 2018

patrimônio da Fundação. Diantedesta necessidade, a aba orienta-ções de segurança na Intranet Fi-ocruz foi atualizada com os Planosde Contingência de algumas uni-dades e com o Manual Geral deOrientações de Segurança. Aces-se: Intranet Fiocruz > Serviços >Orientações de segurança.

acessando a Ordem de Serviço (OS) napágina inicial do sistema ou na opçãoavaliação, no mesmo menu de OS.

A Ordem de Serviço é o documen-to obrigatório para a execução da mai-oria dos serviços oferecidos pela Co-gic, como questões de arquitetura eengenharia, manutenção de equipa-mentos técnico-científicos, manuten-ção predial, transportes, entre outros.

evento. O Congresso ocorrerá nocampo de futebol e no entorno, alémda utilização de diversos auditóriose salas de aula no campus.

A previsão de liberação da áreacompleta é para a primeira quinzenade agosto. Durante as obstruções deestacionamentos, a orla do rio ficaráliberada para estacionamento de umlado da via. Todas as mudanças notrânsito serão informadas por meioda lista Fiocruz-l e na WebTV Fiocruz.

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Coordenação-Geral de Infra-estrutura dos Campi (Cogic)

iniciou, em janeiro, uma obra quecontempla a modernização das re-des de esgoto, drenagem, telecomu-nicações, energia elétrica, redes deabastecimento de água e sistemas decombate a incêndio no CampusManguinhos. Por uma questão deracionalidade no uso dos recursos efacilidade logística, a estratégia é ali-ar as obras nas redes de infraestru-tura, que implicam em interdição devias e calçadas, com as obras deacessibilidade. Assim, na recompo-sição das vias e dos passeios, apro-veita-se para garantir as condiçõesde acessibilidade prescritas nas nor-mas técnicas, com pisos de materi-ais e larguras adequados e instala-ção de faixas direcionais.

Também estão sendo executadasadaptações nos passeios, construçãode travessias elevadas de pedestres,

A paginação especial de pavimentação,bem como instalação de placas de si-nalização, abrigos para ponto de ôni-bus, bancos, trajetos de sinalizaçãotátil e iluminação pública, num gran-de projeto conjunto que envolveu asequipes de engenharia, urbanismo,paisagismo e desenho industrial.

A obra tem duração prevista dedois anos e neste período será neces-sário interditar diversos trechos docampus que abrangem o entorno daEscola Nacional de Saúde Pública Ser-gio Arouca (Ensp), trechos próximosao Pavilhão Rocha Lima (IOC) e áreasdo Instituto de Tecnologia em Imu-nobiológicos (Bio-Manguinhos), doInstituto Nacional de InfectologiaEvandro Chagas (INI) e rotatória doInstituto Nacional de Controle de Qua-lidade em Saúde (INCQS). O fechamen-to de ruas e mudanças nas rotas detrânsito são inevitáveis, por isso é im-portante que toda comunidade Fio-

Desculpe o transtorno: estamos em obrascruz fique atenta às divulgações reali-zadas nos canais de comunicação,como a Fiocruz-L, WebTV e Intranet.

No mapa, estão indicadas todasas áreas que serão interditadas du-rante a obra, mas estas não serãofechadas ao mesmo tempo e estãodivididas por letras, onde cada umarepresenta uma região. Em julho,mês em que ocorrerá o 12º Con-gresso Nacional de Saúde Coletiva(Abrascão 2018), não haverá ne-nhum trecho interditado no Cam-pus Manguinhos, para a execuçãodas atividades do evento.

A Cogic, em seu planejamentode obras, tem diversas ações pro-gramadas para adequação, moder-nização e ampliação das redes deinfraestrutura do campus, que hojeencontram-se obsoletas, tanto porconta do aumento da demanda po-pulacional, quanto do aumento dasáreas edificadas e pavimentadas ao

longo dos últimos anos.Desde 2014, a unidade promo-

ve obras desta natureza, por eta-pas. Em abril de 2016, foi comple-tado o trecho que atendeu à RuaBelizário Penna, incluindo toda arede da Escola Politécnica de Saú-de Joaquim Venâncio (EPSJV) atéo prédio sede do Instituto de Ciên-cia e Tecnologia em Biomodelos(ICTB), estendendo-se até a quadraque envolve o Pavilhão Lauro Tra-vassos e a Tenda da Ciência.

Os transtornos atuais farão comque, ao final, a sede da Fiocruz es-teja mais preparada para o trânsi-to de pessoas, avançando nas con-dições de mobilidade e acessibili-dade; e mais eficiente, com redesde infraestrutura mais modernas,que atendam com qualidade às ne-cessidades dos usuários, às normastécnicas e aos critérios de susten-tabilidade ambiental e econômica.

Por Talita Barroco

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Campus Manguinhos passa por modernização

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ditoras comerciais publica-vam livros sobre medicina,

mas não havia uma editora dedi-cada à saúde pública. Isso até maiode 1993, quando foi criada a Edi-tora Fiocruz, com a missão de pro-duzir literatura original especi-alizada nas áreas de atuação da Fi-ocruz e que suprisse, especialmen-te, as necessidades de seus cursosde pós-graduação. Em 2018, aocompletar 25 anos, a Editora co-memora ter cumprido e extrapo-lado sua missão: consolidou-se,sobretudo, como uma editora paraa saúde, compreendida em todasas suas dimensões.

“Hoje não se pode falar em pro-dução editorial em saúde sem falarna Editora Fiocruz. Ela é veículo damelhor produção técnico-científi-co na área da saúde para a vidabrasileira”, avalia o diretor doCentro de Relações Internacionaisda Fiocruz, Paulo Buss, vice-pre-sidente de Ensino e Informação àépoca da criação da Editora e seuprimeiro coordenador. Hoje, aEditora Fiocruz é reconhecida nocampo da saúde pública e tambémno universo dos livros, com vári-os títulos finalistas e ganhadoresdo Jabuti, o mais importante prê-mio literário do país.

CooperaçãoPara superar os desafios, inves-

tiu-se, desde o início, na melhorestratégia possível: o trabalho co-operativo. “A nossa inexperiênciafoi sendo superada por uma ativi-dade muito integrada entre conse-lho editorial, Vice-Presidência,editor e comunidade, que acredi-tou na proposta”, lembra Buss. Arelação com a comunidade, espe-

cialmente autores e leitores, é as-pecto central para o sucesso dequalquer editora.

As editoras universitárias eacadêmicas também têm a funçãosocial de publicar para a popula-ção em geral. “O debate acadêmi-co é necessário e já vem sendo fei-to – e bem feito –, mas precisamosampliar nossos públicos, porquetemos muitos leitores em potenci-al, fora da academia, que podemaplicar nossos livros no cotidiano,melhorar a vida das pessoas”, afir-ma o editor executivo da EditoraFiocruz, João Canossa.

Novos olharesSe mais leitores passam a ter

acesso ao conhecimento, surgemnovas e importantes reflexões apartir de olhares próprios dequem esteve excluído do debatesobre ciência. Formam-se novosleitores que são, ao mesmo tem-po, novos produtores de conhe-cimento – e, portanto, autoresem potencial. “Se experimenta-mos um processo de transforma-ção social estrutural, incluindonovos atores no processo de pro-dução de conhecimento, preci-samos também assumir que elestêm outras demandas e aumen-tar seu envolvimento na defini-ção do que vai ser publicado”,defende Jefferson Campos, re-presentante da Associação dePós-Graduandos da Fiocruz.

“Um grande desafio é poten-cializar a produção e o consumode informação, para gerar conhe-cimento e seu compartilhamen-to, questão central para a socie-dade do século 21, focada no tra-balho colaborativo, na perspec-

tiva da construção social do co-nhecimento”, acrescenta Lucia-na Danielli, bibliotecária do Ins-tituto de Comunicação e Infor-mação Científica e Tecnológicaem Saúde (Icict).

AcessoComunicar o que está sendo pro-

duzido na academia significa se co-locar em permanente diálogo comuma diversidade de atores e promo-ver inovações no processo editorialpara ampliar o alcance e o impactodos livros. “Chama atenção o traba-lho desenvolvido até a chegada doslivros às estantes, aos ambientesweb, às bases de dados, aos portaisde livros eletrônicos e a uma varie-dade de suportes: independente-mente de onde esteja o usuário, queele possa ter acesso à produção daseditoras”, reforça Luciana.

Levar os livros aonde o leitor está,vendê-los a preços acessíveis, dispo-nibilizá-los na internet: há muitas for-mas de se falar em acesso e, dentreelas, sem dúvida, destaca-se o acessoaberto. Atualmente, a Editora Fiocruztem 142 títulos de seu catálogo emacesso aberto no Portal SciELO Livros,registrando um total de mais de 42 mi-lhões de downloads.

“Provavelmente não consegui-ríamos chegar a tantos leitoresapenas com livros impressos, sina-lizador do quanto as novas tecno-logias são importantes”, comentaCanossa. “Ainda temos muita coi-sa boa para publicar, principal-mente sobre os avanços que estepaís precisa em termos de políti-cas, políticas editoriais, políticasde Estado, para mais e melhoresdias para a saúde de nossas popu-lações”, completa Canossa.

Por Fernanda Marques

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